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Yahanna Estrela Medicina – UFCG FARMACOLOGIA TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA INTRODUÇÃO O sistema nervoso autônomo pode ser dividido em simpático e parassimpático; É importante para o controle das ações involuntárias; Todas as fibras (simpáticas ou parassimpáticas) dos gânglios autônomos são colinérgicas, pois todos os seus receptores são nicotínicos; O seu principal neurotransmissor é a adrenalina. Qual a diferença entre Adrenalina e Noradrenalina? A adrenalina, geralmente, é um hormônio periférico, produzido pela medula da glândula suprarrenal. Já a noradrenalina é um neurotransmissor de ação mais central. As duas ativam os mesmos receptores (alfa 1, alfa 2, beta 1, beta 2, beta 3) e promovem as mesmas funções, porém, a adrenalina possui mais afinidade pelo receptor do tipo beta, quando comparada a afinidade ao receptor tipo alfa. Já a noradrenalina possui mais afinidade por alfa quando comparado com beta. Isso explica porque, quando o paciente está com choque anafilático, aplica-se adrenalina para reverter o quadro e não noradrenalina. Isso pois há receptor alfa também, a aplicação de noradrenalina ocasionaria necrose. A noradrenalina é mais utilizada em pacientes em UTI e é escolha em choque séptico. Um paciente com overdose por drogas excitatórias possui efeitos adrenérgicos. Por isso, não se deve utilizar adrenalina. Se fosse uma overdose medicamentosa por depressores do SNC, por exemplo, identifica-se a droga causadora e pode-se utilizar, a depender de qual droga for identificada, utilizar adrenalina. Porém, o que é feito é manter o paciente vivo, até que se tenha suporte para fazer antídoto. Ação da adrenalina no músculo liso relaxamento. Ação da adrenalina no músculo esquelético contração. AÇÕES DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO Geralmente, o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático possuem ações opostas; Nos olhos, por exemplo, o SNS atua promovendo midríase (dilatação das pupilas) e relaxamento do músculo ciliar. Já o SNP atua promovendo miose (contração das pupilas); Já no coração, o SNS atua promovendo aumento da força de contração e da frequência cardíaca. O SNP atua promovendo diminuição da força de contração e da frequência cardíaca. Porém, podem ter ações semelhantes ou sinérgicas, como no caso da atuação nas glândulas sudoríparas, que ambos aumentam a excreção. o Isso ocorre, pois, a fibra pós-ganglionar que inerva a glândula sudorípara no SNS é uma fibra colinérgica. Então há liberação de Ach, ativação de M3 e produção e secreção de suor. Nos órgãos sexuais a atuação é complementar. O SNS promove a ejaculação e o SNP promove a ereção, que depende do NO. EFEITOS DA TRANSMISSÃO SIMPATICA SNC Aumento do estado de alerta e da atividade motora. BRÔNQUIOS Broncodilatação. PELE Transpiração FÍGADO Gliconeogênese e glicogenólise PÂNCREAS Redução da liberação de insulina TGI Redução do fluxo sanguíneo e diminuição do peristaltismo (relaxa m. liso) OLHOS Midríase e relaxa m. ciliar (aumenta pressão intraocular) CORAÇÃO Aumento da FC e força de contração. TEC. ADIPOSO Lipólise BEXIGA Relaxamento do m. detrusor (retenção) M. ESQUELÉTICO Aumento do fluxo sanguíneo, gliconeogênese e aumento da atividade de luta e fuga VASOS Vasodilatação da musculatura esquelética (receptor B2 e liberação de NO) e Vasoconstrição de pele, mucosa e vísceras (receptor A1) SÍNTESE, ARMAZENAMENTO, LIBERAÇÃO DE ADRENALINA/NORADRENALINA A síntese tem início com a entrada de um aminoácido, a L-tirosina, no neurônio/célula; A L-tirosina, dentro do neurônio, é convertida em L-dopa, pela enzima tirosina hidroxilase, que é principal enzima tendo em vista que ela regula a velocidade de síntese de adrenalina e noradrenalina; A L-dopa é convertida em dopamina, por meio da enzima dopa-descarboxilase; Após, imediatamente, a dopamina entra dentro da vesícula pela VMAT, convertendo-se em noradrenalina, por meio da enzima dopamina- beta-hidroxilase. o Se for no SNC: a noradrenalina entra dentro de vesículas → chega potencial de ação → despolarização → abertura dos canais de cálcio → entrada de cálcio → exocitose das vesículas → noradrenalina é liberada → ocorre ativação dos receptores adrenérgicos acoplados a proteína G (α1 (Gq), α2 (Gi), β1 (Gs), β2 (Gs) e β3 (Gs)). o Se for na periferia (medula da suprarrenal): a noradrenalina ainda será convertida em adrenalina, através da enzima feniletanolamina N-metiltransferase (PNMT), para que seja liberada pela medula da suprarrenal quando houver um estímulo. Após ativar seus receptores, a noradrenalina sofre o processo de recaptação, que é a volta do neurotransmissor para dentro do neurônio pré- sináptico, para que seja degradado e inativado pela enzima MAO (Monoamina oxidase). o MAO A: degrada noradrenalina e serotonina; o MAO B: degrada dopamina. A metabolização do neurotransmissor também pode ser feita pela COMT (catecol o- metiltransferase). A proteína que faz o processo de recaptação da noradrenalina é chamada de NET (transportador de Noradrenalina). RECEPTORES ADRENÉRGICOS Os principais tipos de receptores adrenérgicos são: alfa1, alfa2, beta1, beta2 e beta3. Eles estão distribuídos em vários tecidos e órgãos e podem produzir respostas estimulatórias ou inibitórias. o Alfa1, beta1, beta2 e beta3 estimulatória; o Alfa2 inibitória. Os agonistas adrenérgicos produzem as mesmas respostas. Já os antagonistas adrenérgicos produzem efeitos contrários. Curiosidade a nível de SNC Os principais receptores que se encontram no tecido pós-sináptico são alfa1, beta1, beta2 e beta3. No neurônio pré-sináptico está o alfa 2 (acoplado a Gi inibitório), visto que ele funciona como mecanismo de feedback negativo. Ou seja, quando há ↑Noradrenalina na fenda sináptica, ocorre ativação de alfa2 para que haja diminuição de noradrenalina. o Ativação de alfa 2 inibição de AC diminuição de AMPc fecha canal de cálcio diminui entrada de cálcio diminui exocitose de vesículas com noradrenalina. ALFA 1 Localizado nos vasos sanguíneos de vísceras, pele e mucosas (vasoconstrição), coração, m. liso vascular e m. dilatador da pupila. É excitatório e acoplado a Gq / ↑PLC / IP3 e DAG. Promove vasoconstrição, proliferação celular (próstata) e dilatação da pupila. Além disso, promove fechamento/contração de esfíncteres. ALFA 2 Localizado nas terminações nervosas pré- sinápticas, plaquetas, adipócitos e células beta- pancreáticas. É inibitório e acoplado a Gi / inibe AC / ↓ AMPc Atua na redução da liberação de NA (feedback negativo), na agregação de plaquetas e inibe lipólise, além de diminuir a liberação de insulina. BETA 1 Localizado no coração e nas células justa glomerulares. Excitatório e acoplado a Gs / ativa AC / ↑ AMPc. Promove aumento da força de contração e da frequência cardíaca; induz a liberação de renina, ativando sistema renina-angiotensina- aldosterona. BETA 2 Localizado no músculo liso, brônquios, útero, TGI, bexiga, fígado e músculo esquelético. É excitatório e acoplado a Gs / AC / ↑ AMPc. Promove relaxamento do músculo liso, aumento da glicemia (glicogenólise), contração do músculo esquelético (tremor), faz vasodilatação, broncodilatação, diminui a liberação de histamina, também promove gliconeogênese, glicogenólise. BETA 3 Localizado nos adipócitos. Excitatório e acoplado a Gs / AC / ↑ AMPc Promove lipólise (atuação da lipase). FARMACOLOGIA ADRENÉRGICA Agentes simpatomiméticos: são medicamentos que irão mimetizar (reproduzir) a ação do sistema nervoso simpático. o Direta: Agonistas (ativam receptor); o Indireta: fármacos/drogas que aumentam os níveis de adrenalina ou noradrenalina por outros mecanismosque não a ativação direta do receptor. Agentes simpaticolíticos: são medicamentos que irão bloquear a ação do sistema nervoso simpático. o Direta: Antagonistas (bloqueiam o receptor). o Indireta: fármacos/drogas que bloqueiam alguma etapa na síntese ou liberação, não atuam no receptor.
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