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Rafael Venâncio de Souza ➢ HIV/Aids 1. Histórico e Epidemiologia - em 1981, houve o aparecimento de grande número de casos de pneumocistose e de sarcoma de Kaposi em homens que fazem sexo com homens (HSHs) em Nova Iorque em São Francisco - após investigação, conclui-se que havia uma causa infecciosa para a imunossupressão dos pacientes, a qual fazia surgir a pneumocistose e o sarcoma de Kaposi; a imunossupressão ocorria devido queda de LINFÓCITOS T CD4 - em 1984 houve o isolamento do vírus da imunodeficiência (HIV) e, assim, foi possível desenvolver testes para detecção - 38 milhões de pessoas vivem com HIV/Aids no mundo - BRASIL: 920.000 pessoas vivem com HIV, sendo que destas: ① 821.000 são diagnosticadas (89%) ② 634.000 fazem tratamento antirretroviral (77%), sendo que 597.000 apresentam carga viral controlada (94%) – o objetivo do tratamento é atingir uma carga viral indetectável - 350.000 pessoas, desde a década de 1980, morreram por Aids no Brasil Rafael Venâncio de Souza 2. Transmissão - a transmissão é feita via sexual, sanguínea, vertical e ocupacional - atualmente, a principal e majoritária via de transmissão é a sexual por qualquer tipo de sexo - a transfusão sanguínea já foi uma via importante de transmissão do HIV no início da década de 1980 - a transmissão vertical atualmente é rara, uma vez que a testagem pré-natal auxilia na redução da transmissão; uma mulher HIV+ indetectável que esteja grávida, caso seja feita a medicação correta para o bebê, o vírus HIV não irá perpetuar no recém-nascido - a transmissão ocupacional é ainda mais rara, porém a profilaxia pós-exposição (PEP) impede a infecção por essa via - a tabela abaixo mostra a probabilidade de se contrair HIV estimada por ato, a depender do número de exposições, considerando que a transmissão é feita por uma pessoa HIV+ sem tratamento Rafael Venâncio de Souza 3. História Natural da Doença - a infecção pelo HIV cursa com um amplo espectro de apresentações clinicas, desde a fase aguda até a fase avançada da doença - em indivíduos não tratados, estima-se que o tempo médio entre o contagio e o aparecimento da doença esteja em torno de dez anos → Infecção Aguda - a infecção aguda pelo HIV ocorre nas primeiras semanas da infecção pelo HIV, quando o vírus está sendo replicado intensivamente nos tecidos linfoides - durante essa fase, tem-se CV-HIV elevada e níveis decrescentes de linfócitos, em especial os LT-CD4+, uma vez que estes são recrutados para a reprodução viral - o indivíduo, nesse período, torna-se ALTAMENTE INFECTANTE - a infecção pelo HIV pode ser acompanhada por um conjunto de manifestações clinicas denominado Síndrome Retroviral Aguda (SRA), a qual é autolimitada – NEM TODO PACIENTE IRÁ APRESENTAR - os principais achados clínicos de SRA incluem: febre, cefaleia, astenia, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e linfadenomegalia (pode comprometer as cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar) - a sorologia para a infecção pelo HIV pode variar bastante nessa fase, dependendo do ensaio utilizado – isso significa que, na suspeita de infecção pelo HIV, a depender do período de infecção até a testagem, o teste pode apresentar resultado negativo por conta da baixa produção de anticorpos nessa fase e é recomendado que, caso a suspeita persista, o teste seja repetido em um mês - em média, a janela diagnostica dos imunoensaios de quarta geração e de aproximadamente 15 dias - o diagnóstico da infecção aguda pelo HIV também pode ser realizado mediante a detecção da CV-HIV, porém a dosagem de carga viral não é realizada rotineiramente para diagnóstico OBS: é muito importante que o médico, diante de um quadro viral agudo, considere a infecção aguda pelo HIV entre os diagnósticos possíveis e investigue potenciais fontes de exposição ao vírus → Latência Clínica - na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal (paciente assintomático), exceto pela linfadenopatia, que pode persistir após a infecção aguda - essa fase pode durar até 10 anos e nela a carga viral aumenta devagar e o LTCD4 diminui aos poucos - à medida que a infecção progride, sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite), lesões orais (leucoplasia oral pilosa) e herpes-zoster tornam-se mais frequentes e nesse período, já e possível encontrar diminuição na contagem de LT-CD4+, situada entre 200 e 300 cels/mm3 → Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) - o aparecimento de infecções oportunistas e de neoplasias é definidor da Aids - entre as infecções oportunistas, destacam-se: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus - as neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino em mulheres jovens - nessas situações, a contagem de LT-CD4+ situa-se abaixo de 200 cels/mm3, na maioria das vezes OBS: o HIV pode causar doenças por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia, nefropatia e neuropatias, que podem estar presentes durante TODA A EVOLUÇÃO DA INFECCAO PELO HIV Rafael Venâncio de Souza 4. Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) - o vírus HIV é um retrovírus que mede 100 a 120nm de diâmetro e apresenta em seu núcleo duas cópias de RNA de cadeia simples - para se acoplar ao DNA da nossa célula, o vírus HIV precisa ter seu RNA convertido em DNA, e isso é realizado pela enzima transcriptase reversa - o genoma do HIV inclui três principais genes que codificam as proteínas estruturais e enzimas virais: gag, pol e env Rafael Venâncio de Souza - o vírus HIV se liga nas células humanas por meio de co-receptores presentes nessas células como o CCR5 e o CXCR4 – existem medicações para pacientes HIV-resistente que agem nesses receptores - após a ligação, ocorre a entrada do material genético do HIV para dentro da célula humana e a transcriptase reversa age para converter o RNA do HIV em DNA – um dos medicamentos para o HIV age INIBINDO a TRANSCRIPTASE REVERSA - após a formação do DNA, este irá para dentro do núcleo da célula e irá se integrar ao DNA da célula humana, e esse processo ocorre por intermédio da enzima integrase – um dos medicamentos para o HIV age INIBINDO a INTEGRASE - após da integração do DNA viral ao DNA da célula humana, ocorre a replicação do material genético viral do HIV, o qual irá para fora do núcleo da célula e, então, começará a produção de proteínas e enzimas formadoras do capsídeo viral – um dos medicamentos para o HIV age INIBINDO a PROTEASE - a terapia antirretroviral (TARV) é feita com medicações que agem em diferentes momentos do ciclo de replicação do vírus HIV Rafael Venâncio de Souza 5. Diagnóstico Laboratorial - deve ser oferecida testagem de HIV e outras ISTs para todas as pessoas sexualmente ativas → Testes de Imunoensaios (IE) - logo após a descoberta do HIV, foram desenvolvidos imunoensaios (IE) para o diagnóstico da infecção e nas últimas décadas, sucederam-se quatro gerações de IE, as quais foram definidas de acordo com a evolução das metodologias empregadas - a primeira geração apresenta uma janela imunológica de 30-45 dias e detecta apenas IgG, enquanto que a quarta geração, a qual detecta simultaneamente o antígeno p24 e anticorpos específicos anti-HIV, apresenta janela imunológica de aproximadamente 15 dias • FALSOS POSITIVOS NOS TESTES DE IMUNOENSAIO: - doenças autoimunes – artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Stevens-Johnson, inflamação da tireoide autoimune - doenças crônicas do fígado - pacientes em hemodiálise e em terapia com interferon - múltiplas transfusões de sangue - vacinação recente para influenza (último mês) -aquisição passiva de anticorpos anti-HIV da mãe para o filho - por esse motivo que o diagnóstico da infecção pelo HIV em crianças menores de 18 meses de idade não deve ser realizado por métodos baseados na detecção de anticorpos - gravidez → Testes Complementares - são testes que utilizam diferentes formatos e princípios estão incluídos nessa categoria: western blot (WB), imunoblot (IB) ou imunoensaios em linha (LIA) - são testes de alta especificidade, podendo confirmar o resultado positivo do IE → Testes Rápidos - são imunoensaios (IE) simples, com resultados em até 30 minutos, utilizando amostra de sangue total obtida por punção digital ou amostra de fluido oral → Detecção Direta do HIV - é a detecção direta de componentes do vírus, como o antígeno p24, ou com testes moleculares que detectam RNA ou DNA pró-viral - esses testes são especialmente úteis para o diagnóstico em crianças com idade inferior a 18 meses e na infecção aguda em adultos – lembrar que a maioria das pessoas com infecção aguda apresenta carga viral elevada e, consequentemente, maior risco de transmitir a infecção aos seus parceiros → Fluxogramas Diagnósticos Rafael Venâncio de Souza Rafael Venâncio de Souza 6. Abordagem Inicial do Adulto Infectado pelo HIV → Anamnese Rafael Venâncio de Souza → Exame Físico - a infecção pelo HIV tem um acometimento sistêmico, portanto faz-se necessário atentar para sinais clínicos comumente associados à uma fase de imunossupressão - muito importante estar atento às linfadenopatias maiores que 3cm, duras e dolorosas, somadas ao relato de febre, podendo significar que o paciente pode apresentar uma infecção oportunista como tuberculose ganglionar ou neoplasia como linfoma → Exames Complementares Iniciais - além dos exames citados acima, para seguimento clínico deve-se realizar avaliação cardiovascular, rastreamento de neoplasias e rastreamento de alterações ósseas Rafael Venâncio de Souza → Periodicidade das Consultas → Solicitação de Exames de LT-CD4+ e de CV-HIV Rafael Venâncio de Souza → Profilaxia Primária das Infecções Oportunistas • TUBERCULOSE - sempre atentar para sintomas de doença em atividade e investigar a doença caso haja sintomas compatíveis - o paciente sem sintomas de tuberculose e com radiografia de tórax normal: ① CD4 < 350: indicado tratamento para infecção latente (IL-TB) com isoniazida ou rifampicina (em maiores de 50 anos) por 6 meses, independente do resultado do PPD (prova tuberculínica) ② CD4 > 350: realizar PPD e se > 5mm iniciar tratamento IL-TB e se < 5mm ou não reator, deve-se repetir anualmente Rafael Venâncio de Souza → Profilaxia Secundária de Infecções Oportunistas Rafael Venâncio de Souza → Imunizações 7. Prevenção Combinada - o termo Prevenção Combinada do HIV refere-se a diferentes ações de prevenção, tanto as diretamente voltadas ao combate do HIV quanto aos fatores associados a infecção - essa conjunção de ações deve ser centrada nos indivíduos, em seus grupos sociais e na sociedade em que estes se inserem - INTERVENÇÕES BIOMÉDICAS: foco na redução do risco a exposição dos indivíduos ao HIV, a partir de estratégias que impeçam sua transmissão direta, na interação entre uma ou mais pessoas infectadas pelo vírus e outras pessoas não infectadas; p.ex. uso de camisinha, PrEP e PEP - INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS: foco na abordagem dos diferentes graus de risco a que os indivíduos estão expostos; p.ex. profissionais do sexo - INTERVENÇÕES ESTRUTURAIS: estratégias voltadas a interferir nos aspectos sociais, culturais, políticas e econômicos que criam ou potencializam vulnerabilidades dos indivíduos ou segmentos sociais em relação ao HIV Rafael Venâncio de Souza Rafael Venâncio de Souza 8. Terapia Antirretroviral (TARV) → Histórico - o AZT (zidovudina) foi a primeira droga antirretroviral a ser desenvolvida no ano de 1987; na época o paciente tomava muitos comprimidos, o que gerava muitos efeitos adversos e resistência viral rápida - em 1998 foi desenvolvida a “highly active antiretroviral therapy” (HAART), que é uma combinação de 3 ou mais drogas que mantêm a carga viral supressa, e tais drogas atuam em diferentes etapas da replicação viral - era popularmente chamado de “coquetel anti HIV” por conter muitos comprimidos e apresentava muitos efeitos adversos e adesão por muitas vezes difícil - atualmente, há diferentes esquemas de TARV com 1 ou 2 comprimidos, com poucos efeitos colaterais e melhora da adesão → Classes de Antirretrovirais • INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA ANÁLOGOS DE NUCLEOSÍDEOS (ITRN) - Tenofovir - Lamivudina - Zidovudina - Emtrivitabina - Abacavir • INIBIDORES DA TRANSCRIPTASE REVERSA NÃO ANÁLOGOS DE NUCLEOSÍDEOS (ITRNN) - Efavirenz - Nevirapina - Etravirina • INIBIDORES DA INTEGRASE - Dolutegravir - Raltegravir • INIBIDORES DA PROTEASE - Atazanavir + Ritonavir - Darunavir + Ritonavir → Início da Terapia Antirretroviral - o início imediato da TARV está recomendado para TODAS AS PVHIV, independentemente do seu estágio clinico e/ou imunológico - a recomendação de início precoce da TARV considera a redução da morbimortalidade em PVHIV, a diminuição da transmissão da infecção, o impacto na redução da tuberculose – a qual constitui principal causa infecciosa de óbitos em PVHIV no Brasil e no mundo – e a disponibilidade de opções terapêuticas mais cômodas e bem toleradas - a TARV deve ser iniciada quando a PVHIV estiver informada sobre seus benefícios e riscos, motivada e preparada para o tratamento - deve-se enfatizar a importância da adesão e a não interrupção da TARV a fim de atingir o objetivo de carga viral indetectável Rafael Venâncio de Souza • GRUPOS PRIORITÁRIOS - algumas situações exigem maior urgência para o início da TARV, uma vez que seu início tem impacto importante na redução da mortalidade, na transmissão vertical e no tratamento de comorbidades graves • HIV E TUBERCULOSE - se CD4 < 50 cels/mm3: iniciar TARV 2 semanas após o início tratamento da tuberculose - nos demais pacientes: iniciar TARV após 8 semanas do início do tratamento para tuberculose - não se recomenda o início concomitante do tratamento para ambos os agravos, a fim de reduzir ou evitar a ocorrência de eventos adversos cumulativos das medicações • GESTANTES - o objetivo do tratamento nas gestantes é alcançar a supressão viral o mais rapidamente possível, o que é um fator determinante na REDUÇÃO DA TRANSMISSÃO VERTICAL - a CV-HIV materna suprimida (CV plasmática abaixo de 50 copias/mL) próxima ao parto e o uso de TARV durante a gravidez reduzem a taxa de transmissão vertical do HIV de aproximadamente 30% para menos de 1% • CONTROLADORES DE ELITE - controladores de elite são um pequeno grupo de indivíduos infectados pelo HIV que mantem níveis plasmáticos de CV-HIV abaixo do nível de quantificação durante anos SEM uso de TARV - uma vez que a replicação do HIV ocorre mesmo em controladores de elite, a TARV é claramente recomendada para controladores com evidencia de progressão da doença pelo HIV, conforme definida pela diminuição da contagem de LT-CD4+ ou pelo desenvolvimento de complicações relacionadas ao HIV - no entanto, mesmo os controladores de elite com contagens normais de LT-CD4+ também tem evidencia de ativação imune anormalmente alta, o que pode contribuir para um risco aumentado de doenças não relacionadas a aids - caso a TARV NÃO seja prescrita, os controladores de elite devem ser seguidos de perto, uma vez que alguns podem experimentar o declínio de LT-CD4+, perda de controle viral ou complicações relacionadas com a infecção pelo HIV → Esquema Preferencial - associação de dois ITRN – Lamivudina (3TC) e Tenofovir(TDF) – associados ao inibidor de integrase (INI) – Dolutegravir (DTG) - o Tenofovir é contraindicado como terapia inicial em pacientes com disfunção renal pré-existente, TFGe <60 mL/min ou insuficiência renal, e com disfunções do metabolismo ósseo - o Dolutegravir não é recomendado em gestantes com menos de 12 semanas e em MVHIV com possibilidade de engravidar e que não utilizem métodos contraceptivos eficazes, preferencialmente os que não dependam da adesão (DIU ou implantes anticoncepcionais), e para todas as PVHIV em uso de fenitoína, fenobarbital, oxicarbamazepina e carbamazepina – os anticonvulsivantes diminuem a eficácia do Dolutegravir - pacientes com co-infecção pela tuberculose devem usar o Dolutegravir com a dose dobrada ou trocar para Efavirenz Rafael Venâncio de Souza → Falha Virológica - o principal parâmetro para caracterizar a falha da TARV é a FALHA VIROLÓGICA, isto é, CV-HIV detectável após seis meses do início ou da modificação do tratamento ou rebote da CV-HIV em indivíduos que haviam atingido supressão viral sob tratamento; em todos os casos, a CV-HIV detectável deve ser confirmada em coleta consecutiva após intervalo de quatro semanas do exame anterior - a falha virológica prejudica a recuperação imunológica, aumenta o risco de progressão da doença e leva a emergência de cepas resistentes aos ARV - a supressão parcial e a persistência de CV-HIV detectável, mesmo em níveis baixos, levam ao acumulo de mutações que conferem resistência não só aos medicamentos em uso, mas também a outros da mesma classe, o que, consequentemente, resulta em perda de opções terapêuticas • CAUSAS DE FALHA VIROLÓGICA • GENOTIPAGEM - uma vez detectada e confirmada a falha virológica, recomenda-se a pesquisa de resistência viral aos ARV, cujo resultado auxilia na elaboração de um esquema de resgate com maior chance de supressão viral - assim, a genotipagem detecta mutações virais que conferem resistência aos antirretrovirais, direcionando a terapia para os mais eficazes - se a genotipagem não mostrar mutações, então significa que o paciente NÃO está aderente, devendo o profissional reforçar a adesão, entender o motivo da falta de adesão e tentar trocar para esquema que o paciente se adapte melhor - se a genotipagem mostrar mutações, deve-se adequar a terapia de acordo com a genotipagem e reforçar sempre a adesão Rafael Venâncio de Souza → Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (SIR) - essa síndrome se manifesta como piora “paradoxal” de doenças pré-existentes, geralmente autolimitadas, mas que podem assumir formas graves - são descritas reações inflamatórias relacionadas a infecções fúngicas, virais e bacterianas, além de neoplasias e fenômenos autoimunes - a SIR acontece geralmente em pacientes que estão com imunossupressão tão grave que não conseguem nem desempenhar um processo inflamatório adequado, e, a partir do início da TARV com melhora do sistema imunológico, doenças pré-existentes começam a se manifestar no paciente a partir de reações inflamatórias - pode ocorrer nos seis primeiros meses de início da TARV, especialmente nos três primeiros meses - o início da TARV em pacientes com baixas contagens de LT-CD4+ é um fator preditor para ocorrência de SIR, especialmente havendo história pregressa ou atual de co-infecções ou de infecções oportunistas
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