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CURSO INTENSIVO PARA RESIDÊNCIAS F I S I OT E R A P I A FISIOTERAPIA DO TRABALHO E ERGONOMIA PROFESSORES Hugo Leonardo Nascimento Guerra Silvana Monteiro Almeida Bacharel em Fisioterapia. Especialista em Ergonomia. Perito Judicial. Professor Uni- versitário. Supervisor de Estágio. Fisioterapeuta pela UCSAL. Mestre em Planejamento Ambiental pela UCSAL. Docente das disciplinas: Fisioterapia na Saúde Coletiva e Fisioterapia na Saúde do Trabalhador e Ergonomia na UCSAL. Coordenadora do curso de especialização em Fisioterapia Oncológica na Faculdade Santa Casa. ORGANIZADORA Erika Pedreira da Fonseca Fisioterapeuta, Doutora em Medicina e Saúde Humana, Mestre em Tecnologias em Saúde, Especialista em Reabilitação Neu- rofuncional, Professora da UCSAL, atual- mente Supervisora do Núcleo de Fisiotera- pia da Editora Sanar. 2020 © Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora. Intensivo para residências em fisioterapia: fisioterapia do trabalho e ergonomia. Thalita Galeão Fabrício Sawczen Fabrício Sawczen Pedro Muxfeldt Caio Vinicius Menezes Nunes Paulo Costa Lima Sandra de Quadros Uzêda Silvio José Albergaria da Silva Título | Editor | Projeto gráfico e diagramação| Capa | Revisor Ortográfico | Conselho Editorial | Editora Sanar S.A R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office & Pool, 3ro Andar - Caminho das Árvores CEP 41820-770, Salvador - BA Tel.: 0800 337 6262 atendimento@sanar.com www.sanarsaude.com Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo-SP) Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB-8 8846 M775ie Monteiro, Silvana. Intensivo para residências em Fisioterapia: Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia / Silvana Monteiro.- 1. ed.- Salvador, BA : Editora Sanar, 2020. 57 p.; il. E-Book: PDF. Inclui bibliografia. ISBN 978-65-86246-35-3 1. Ergonomia. 2. Fisioterapia. 3. Medicina. 4. Residências. 5. Trabalho. I. Título. II. Assunto. III. Monteiro, Silvana. CDD 615.82 CDU 615.8:331.101.1 ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Fisioterapia; Ergonomia. 2. Fisioterapia; Ergonomia. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MONTEIRO, Silvana. Intensivo para residências em Fisioterapia: Fisioterapia do Trabalho e Ergono- mia. 1. ed. Salvador, BA: Editora Sanar, 2020. EBook (PDF). ISBN 978-65-86246-35-3 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Fatores que contribuem para o ambiente de trabalho satisfatório Figura 2. Diretrizes básicas quanto ao transporte de cargas Figura 3. Ilustração de posto de trabalho informatizado Figura 4. Abordagens da NR15 Figura 5. Tipos de atividades profissionais que compreendem o adicional de insa- lubridade de 40% grau máximo Figura 6. Adicional de insalubridade em graus pelas atividades desenvolvidas Figura 7. Ilustração de agentes químicos SUMÁRIO Apresentação .................................................................................... 6 Saúde do Trabalhador ...................................................................... 7 Norma Regulamentadora 17 – NR 17 .............................................. 24 Norma Regulamentadora 15 – NR15 ............................................... 40 Gabarito ............................................................................................. 55 Referências ....................................................................................... 56 Olá, futuro (a) residente! Seja bem-vindo à aula sobre Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia. Essa aula abrange o entendimento sobre a Saúde do Trabalhador, Norma Re- gulamentadora 17 (NR 17) e Norma Regulamentadora 15 (NR 15), seus obje- tivos e principais adaptações em relação à Saúde Ocupacional. Esses as- suntos compõem os conteúdos dessa área da fisioterapia considerados mais relevantes nas provas de residência. Aqui você poderá reforçar o conhecimento sobre os pontos mais impor- tantes no funcionamento desses práticas, a partir de uma leitura fácil e com dicas para você gabaritar sua prova. No decorrer do texto, pode- rá testar seu aprendizado com questões de provas anteriores e assistir a pocket aulas com aquele conteúdo que você não pode deixar de saber para realizar com excelência as provas da sua tão sonhada residência! Não esqueça que ao final do curso você poderá revisar todo o conteúdo dessa disciplina com uma videoaula. Por ser uma disciplina nova, porém de muita importância, informamos que teremos um formato diferente devido à quantidade de questões neste material. Mas é válida uma boa absorção do conteúdo para enriquecer o conhecimento. Vamos lá? Vem com a gente! APRESENTAÇÃO Clique no ícone para assistir a apresentação gravada. https://sanar.link/aula_fisio_6530 7Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia SAÚDE DO TRABALHADOR Fica cada vez mais evidente que o bem-estar, conforto e segurança da saúde do trabalhador repercutem em todos os aspectos do ambiente de trabalho, desde o profissional atuante na produção até os que ocupam cargos na alta administração. Figura 1. Fatores que contribuem para o ambiente de trabalho satisfatório SEGURANÇA BEM-ESTAR CONFORTO AMBIENTE DE TRABALHO Fonte: Autoria própria. Fatores como a globalização da economia, o desenvolvimento da tec- nologia e o consequente aumento de lesões ocupacionais vêm exigindo dos profissionais da saúde e segurança do trabalho uma atuação mais in- tensa e frequente, sempre procurando adaptar-se às condições laborais adequadas. Fica cada vez mais claro que a satisfação e a produtividade dependem das condições físicas e das relações interpessoais e com a ati- vidade laboral. 8Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Nesse contexto está a Saúde do Trabalhador, que é definida pelo conjunto de ações de vigilância e assistência que visam a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos a riscos e agravos advindos dos processos de trabalho. Passou a fazer parte das ações desenvolvidas pelo Sistema Único de Saú- de (SUS) a partir da Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo 200, inciso II, ficou definido que compete ao SUS executar ações de Saúde do Trabalhador. A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) compreende uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, e tem por fundamentação de- tectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condi- cionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho. E tem o objetivo de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a eliminá-los ou controlá-los. Já na Constituição da República Federativa do Brasil, datada em 1988, em alguns dos seus trechos existem algumas definições a respeito da Saúde do Trabalhador. No Artigo 7º, afirma-se que são direitos dos trabalhadores: • A redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saú- de, higiene e segurança; • Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; • Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem ex- cluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 9Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia DIREITOS DO TRABALHADOR Redução de riscos Adicional por insalubridade Seguro contra acidentes Também na CLT, que significa Consolidação das Leis do Trabalho, no: Artigo 2º: Fica confirmado que o empregador assume os riscos da sua atividade econômica e assim respondepor todos os aspectos legais que a envol- vem. Isto inclui aspectos tributários, do trabalho, da segurança do traba- lho, do consumidor, civil e penal No Artigo 157 da CLT, cabe às empresas: I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do traba- lho; II. Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às pre- cauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho; III. Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Já no Artigo 158, cabe aos empregados: I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, com pre- cauções para evitar acidentes de trabalho. 10Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia No Artigo 162, as empresas estarão obrigadas a manter Serviços Especia- lizados de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e: a. classificar as empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b. dimensionar o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique; c. qualificar os profissionais em questão e o seu regime de trabalho. O Artigo 163 fala sobre a obrigatoriedade da constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que será composta por repre- sentantes da empresa e dos empregados. Sobre o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), o Art . 166 afir- ma que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito es- tado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Ainda na CLT vamos identificar alguns aspectos sobre: • Iluminação A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes exces- sivos. • Conforto Térmico Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado. Entretanto, a ventilação artificial será obrigatória sem- pre que a natural não preencha as condições de conforto térmico. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de ins- 11Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia talações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimen- ta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas. • Ruído O nível de ruído de conforto deve respeitar os valores de referência para ambientes internos de acordo com sua finalidade de uso estabelecidos em normas técnicas oficiais ou nas normas técnicas internacionais apli- cáveis. Para os demais casos, o nível de ruído aceitável para efeito de con- forto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. No Artigo 189, são consideradas atividades ou operações insalubres aque- las que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. E caberá às Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), comprovada a insa- lubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da em- presa. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade serão feitas através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Enge- nheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. Os adicionais correspondem a 40% para insalubridade de grau máximo, 20% para insa- lubridade de grau médio e 10% para insalubridade de grau mínimo. 12Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais in- teressadas. Na Lei 8.213/91, que dispõe sobre a Previdência Social, sobre acidente do trabalho, afirma-se que; • A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança; • Constitui-se contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho; • É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos. FISIOTERAPIA DO TRABALHO O processo de industrialização, no Brasil, se inicia em 1879 e com ele o au- mento de acidentes de trabalho. Surge então o “prático em fisioterapia” para dar assistência na recuperação de acidentados do trabalho. Em 1968, quase 100 anos depois, o Centro de Reabilitação Profissional do Rio de Janeiro-RJ ganhou um prêmio internacional de Centro de Referên- cia em Reabilitação de Saúde do Trabalhador (CEREST). Em 1998, foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho (ANAFIT), para normatizar a atuação do profissional no mercado. Em 2002, surge a Sociedade Brasileira de Fisioterapia do Trabalho (SOBRAFIT), com a intenção de divulgar a pesquisa e intercambiar conhecimento nesta área. Assim, com a crescente ampliação no mercado de trabalho, a especiali- dade em Fisioterapia do Trabalho foi reconhecida e regulamentada em 2003, através da Resolução COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) 259, de 18 de dezembro de 2003. 13Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Baseado nas seguintes justificativas: • Identificação de grande demanda de fisioterapeutas atuando em em- presas e/ou organizações detentoras de postos de trabalho, intervindo preventivamente e/ou terapeuticamente de maneira importante para a redução dos índices de doenças ocupacionais; • Entendendo que o fisioterapeuta é qualificado e legalmente habilitado para contribuir com suas ações para a prevenção, promoção e restaura- ção da saúde do trabalhador. Fica resolvido, através da Resolução 259/03, que: Segundo o Artigo 1º - São atribuições do fisioterapeuta que presta assis- tência à saúde do trabalhador: I. Promover ações profissionais, de alcance individual e/ou coletivo, preventivas a intercorrência de processos cinesiopatológicos; II. Prescrever a prática de procedimentos cinesiológicos compensató- rios as atividades laborais e do cotidiano, sempre que diagnosticar sua necessidade; III. Identificar, avaliar e observar os fatores ambientais que possam constituir risco à saúde funcional do trabalhador, em qualquer fase do processo produtivo, alertando a empresa sobre sua existência e pos- síveis consequências; IV. Realizar a análise biomecânica da atividade produtiva do trabalhador, considerando as diferentes exigências das tarefas nos seus esforços estáticos e dinâmicos, avaliando os seguintes aspectos: » No Esforço Dinâmico - frequência, duração, amplitude e torque (força) exigido; Frequência Duração Amplitude Torque Esforço Dinâmico 14Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia » No Esforço Estático - postura exigida, estimativa de duração da ati- vidade específica e sua frequência. Postura Duração Frequência Esforço Estático V. Realizar, interpretar e elaborar laudos de exames biofotogramétri- cos, quando indicados para fins diagnósticos; VI. Analisar e qualificar as demandas observadas através de estudos er- gonômicos aplicados para assegurar a melhor interação entre o tra- balhador e a sua atividade, considerando a capacidade humana e suas limitações, fundamentado na observação das condições biomecâni- cas, fisiológicas e cinesiológicas funcionais;VII. Elaborar relatório de análise ergonômica, estabelecer nexo causal para os distúrbios cinesiológicos funcionais e construir parecer téc- nico especializado em ergonomia. Pelo Artigo 2º, o fisioterapeuta no âmbito da sua atividade profissional está qualificado e habilitado para prestar serviços de auditoria, consulto- ria e assessoria especializada. No Artigo 3º, vemos que o fisioterapeuta deverá contribuir para a promo- ção da harmonia e da qualidade assistencial no trabalho em equipe e a ele integrar-se, sem renunciar a sua independência ético/profissional. No Artigo 4º, afirma-se que o fisioterapeuta deverá ser um ente profis- sional ativo nos processos de planejamento e implantação de programas destinados à educação do trabalhador nos temas referentes a acidente do trabalho, doença funcional/ocupacional e educação para a saúde. Em 20 de maio de 2016, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocu- pacional (COFFITO), através da Resolução 465, no exercício de suas atri- buições legais e regimentais, resolve: 15Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Disciplinar a atividade do fisioterapeuta no exercício da Especialidade Profissional em Fisioterapia do Trabalho. • Registrar o título de Especialista Profissional em Fisioterapia do Tra- balho. • Definir que, para o exercício da Especialidade Profissional em Fisiote- rapia do Trabalho, é necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de Competência: Realizar avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional, por meio da con- sulta fisioterapêutica, para exames ocupacionais complementares, reabi- litação profissional, perícia judicial e extrajudicial. Ainda poderá: • Solicitar, aplicar e interpretar escalas, questionários e testes funcio- nais, realizar e interpretar exames complementares; • Determinar diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico e as condições de alta fisioterapêutica; • Planejar e executar medidas de prevenção e redução de risco; • Prescrever e executar recursos terapêuticos manuais, confeccionar, gerenciar órteses, próteses e tecnologia assistiva, prescrever a alta fi- sioterapêutica; • Registrar em prontuário, consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico, tratamento, evolução, interconsulta, intercorrências e alta fisiotera- pêutica; • Utilizar recursos de ação isolada ou concomitante de agente cinesio- mecanoterapêutico, massoterapêutico, termoterapêutico, criotera- pêutico, fototerapêutico, eletroterapêutico, sonidoterapêutico, aero- terapêutico, entre outros; • Realizar Análise Ergonômica do Trabalho (AET), Laudo Ergonômico, Pa- recer Ergonômico, Perícia Ergonômica (conforme leis e normas); 16Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Implementar cultura ergonômica e em Saúde do Trabalhador, por meio de ações de concepção, correção, conscientização, prevenção e gestão em todos os níveis de atenção à saúde e segurança do trabalho, ergo- nomia, riscos ambientais, ecológicos, incluindo atividades de educação e formação; • No âmbito da gestão ergonômica, realizar a análise e adequação dos fluxos e processos de trabalho, das condições de trabalho, as habilida- des e características do trabalhador, dos ambientes e postos de tra- balho, das pausas, rodízios de grupamento muscular, ginástica laboral, ensinar e corrigir modo operatório laboral, além de outras ações que promovam melhora do desempenho morfofuncional no trabalho, po- dendo, ainda: • Atuar junto à Comissão Interna de Prevenção de Acidente do Trabalho (CIPA); • Auxiliar e participar da Semana Interna de Prevenção de Acidente do Trabalho (SIPAT), Semana Interna de Prevenção de Acidente no Traba- lho Rural (SIPATR) e do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); • Elaborar, auxiliar, participar, implantar Comitês de Ergonomia (COER- GO) e/ou coordenar programas e processos relacionados à saúde do trabalhador, acessibilidade e ao meio ambiente; • Estabelecer nexo causal, tanto para diagnóstico de capacidade funcio- nal quanto para perícia ergonômica, realizando perícias e assistências técnicas judiciais e extrajudiciais, emitindo laudos de nexo causal, pare- ceres, relatórios e atestados fisioterapêuticos; • Avaliar, elaborar, implantar e gerenciar a qualidade de vida no trabalho e projetos e programas de qualidade de vida, ergonomia e saúde do tra- balhador; • Atuar em programas de reabilitação profissional, reintegrando o traba- lhador à atividade laboral; 17Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Elaborar, implantar e gerenciar programas de processos e produtos re- lacionados à Tecnologia Assistiva; • Auxiliar e participar dos processos de certificação ISO, OHSAS. Diante do exposto em lei, podemos destacar que a fisioterapia do traba- lho traz muitos benefícios: fisiológicos, psicológicos, sociais e para a em- presa. Entre os benefícios fisiológicos: • maior eficiência e menor gasto de energia por movimento realizado nas atividades ocupacionais e consequente melhor utilização das estrutu- ras articulares e musculares, • sensação de fadiga reduzida no final da jornada de trabalho, • prevenção e tratamento de doenças ocupacionais, • aumento de mobilidade e melhora da postura, • melhora de força, coordenação, agilidade, resistência, ritmo e flexibili- dade, • promove qualidade de vida e promoção de saúde do trabalhador, • previne estresse, depressão, ansiedade e sedentarismo, • promove uma sensação de bem-estar e disposição para o trabalho, • proporciona os benefícios relacionados aos sistemas cardíaco, esque- lético e respiratório decorrentes dos exercícios. Entre os benefícios psicológicos: • diminui as tensões emocionais, • melhora a consciência corporal e autoestima, • gera motivação para novas rotinas, • ajuda no equilíbrio biopsicológico, • melhora a concentração e a atenção nas atividades desempenhadas. 18Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Entre os benefícios sociais: • incentiva as relações interpessoais, • ajuda no relacionamento social e trabalho em equipe. Além dos benefícios para a empresa, que são: melhora da imagem aumento da produtividade menor rotatividade redução de custos redução dos afastamentos • aumento da produtividade e os resultados, • observa-se cada vez mais a queda no número de afastamentos médi- cos, acidentes, lesões ocupacionais, queixas e atestados médicos, • nota-se a redução de gastos com afastamentos e a substituição de tra- balhadores, • além de ocorrer uma melhora da imagem da empresa perante os em- pregados, colaboradores e a sociedade. Algumas técnicas da fisioterapia do trabalho: • Ginástica laboral, que é uma atividade física de curta duração realizada no ambiente de trabalho. Nela são aplicados exercícios preventivos de preparação, compensação e relaxamento das estruturas musculares envolvidas das tarefas diárias. 19Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • A ergonomia é responsável pelo estudo da relação entre o homem, o seu trabalho, equipamentos e o ambiente e a solução dos problemas surgi- dos. Assim, são investigados os aspectos ambientais (qualidade do ar, temperatura, vibração, ruído, luminosidade), aspectos organizacionais (divisão do trabalho, ritmo de trabalho, número e duração de pausas, turnos de trabalho) e aspectos técnicos (layout, máquinas, mobiliário); • Prevenção de lesões ocupacionais através de cinesioterapia prepara- tória e compensatória; • Tratamento das lesões ocupacionais através de eletroterapia, cinesio- terapia e reeducação postural; • Laudos ergonômicos através de ferramentas de análise de posto de trabalho, como fotogrametria computadorizada, checklist, ferramen- tas ergonômicas; • Exames admissionais e demissionais através de avaliações para o pos- to de trabalho e laudos; • Exames periódicos para avaliação, prevenção e controle; • Atuarno NR-17 (Ergonomia), junto com outros profissionais, visando estabelecer parâmetros nas condições de trabalho para proporcionar segurança, conforto e desempenho eficiente, inclusive em aspectos relacionados ao transporte, levantamento e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto e or- ganização do trabalho. Assista agora a Pocket Aula sobre Fisioterapia do Trabalho e Saúde do Trabalhador clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_fisio_6317 20Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia 01. Como parte integrante da Saúde Coletiva, o campo da Saúde do Trabalhador (ST) apreende o trabalho como um dos principais determinantes sociais da saúde. Sobre a ST, é INCORRETO afir- mar: 🅐 O campo da ST preconiza um modo de agir integrador que inclui a promoção, a prevenção e a assistência; 🅑 A abordagem deve ser inter(trans)disciplinar e intersetorial na perspectiva da totalidade, com a participação dos trabalhadores enquanto sujeitos e parceiros capazes de contribuir, com o seu saber, para o avanço da compreensão do impacto do trabalho so- bre o processo de saúde-doença e de intervir efetivamente para a transformação da realidade; 🅒 Os atores do campo da ST agem individualmente na busca de mudanças nos processos de trabalho a fim de melhorar as condições e os ambientes de trabalho; 🅓 A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) ocupa papel cen- tral na intervenção sobre os determinantes dos agravos à saúde dos trabalhadores sob a égide do campo da ST; 🅔 A Vigilância em Saúde do trabalhador (VISAT) configura-se como uma estratégia no interior do Sistema Único de Saúde (SUS) para enfrentamento das situações que colocam em riscos à saúde da população trabalhadora. Clique aqui para ver o gabarito da questão. 21Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia 02. O campo da saúde do trabalhador preconiza um modo de agir integrador que inclui a promoção, a prevenção e a assistência, tendo o trabalhador, individual e coletivo, como sujeito de um processo de mudanças. Dessa forma, os atores do campo da saúde do traba- lhador agem coletivamente na busca de mudanças nos processos de trabalho, a fim de melhorar as condições e os ambientes de trabalho. Com base no texto, é correto afirmar que, no campo da saúde do trabalhador, a abordagem deve ser 🅐 intersetorial, com a participação da equipe de saúde, a única responsável por identificar o impacto do trabalho sobre o processo de saúde-doença e intervir efetivamente para modificar a realidade; 🅑 inter(trans) disciplinar e intersetorial, com a participação da equipe de saúde e equipe administrativa da empresa, que são as responsáveis por identificar o impacto do trabalho sobre o processo de saúde-doença e propor mudanças; 🅒 inter(trans)disciplinar e intersetorial, com a participação dos trabalhadores enquanto sujeitos e parceiros capazes de contribuir com o seu saber para o avanço da compreensão do impacto do tra- balho sobre o processo de saúde-doença e de intervir efetivamente para a transformação da realidade; 🅓 multiprofissional, com a participação dos trabalhadores para identificar o impacto do trabalho sobre o processo de saúde-doença e intervir efetivamente para modificar a realidade; 🅔 multiprofissional, com a participação da equipe de saúde res- ponsável por identificar o impacto do trabalho sobre o processo de saúde-doença. Clique aqui para ver o gabarito da questão. 22Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia 03. De acordo com a Lei 8080/90, entende-se por saúde do traba- lhador um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recupe- ração e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo, EXCETO: 🅐 Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; 🅑 Participação na normatização, fiscalização e controle dos ser- viços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas apenas de natureza pública; 🅒 Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho; 🅓 Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; 🅔 Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde. Clique aqui para ver o gabarito da questão. Caso prefira, clique aqui e acesse ao comentário completo da questão. https://sanar.link/aula_fisio_6316 23 ANOTAÇÕES 24Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia NORMA REGULAMENTADORA 17 – NR 17 O que é? A Norma Regulamentadora 17 (NR 17), criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego através da Portaria 3.214 de 1978, é uma das normas técnicas que devem ser seguidas pelas empresas. Pertence a um conjunto de re- gras que precisam ser cumpridas em todo território nacional. Trata-se de normativas técnicas relativas à ergonomia, que devem ser adotadas no ambiente de trabalho, visando melhorar as condições de tra- balho, equipamentos e ferramentas, prevenindo possíveis danos à saúde do trabalhador e acidentes de trabalho. NORMATIVAS Melhores condições de trabalho Equipamentos Ferramentas Essa NR confere ao ergonomista parâmetros para análise e adaptação da ergonomia no ambiente de trabalho, visando uma atividade mais segura para a saúde dos trabalhadores, diminuindo o estresse, a fadiga e melho- rando o desempenho das atividades desenvolvidas. As atividades que não são adequadas ergonomicamente trazem um gran- de desgaste ao trabalhador, podendo causar danos sérios à saúde através de doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT), além de man- ter os trabalhadores em pontos de fadiga, exaustão e estresse, aumen- tando as chances de ocorrer um acidente de trabalho. 25Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Os itens abordados nessa NR são: Levantamento, transporte e descarga individual de materiais Condições ambientais de trabalho Mobiliário dos postos de trabalho Organização do trabalho Equipamentos dos postos de trabalho Objetivo Estabelecer parâmetros e procedimentos que assegurem as melhores condições de ambiente aos trabalhadores, preservando a segurança, con- forto e favorecendo os melhores níveis de desempenho nas tarefas co- tidianas. Em geral, a ergonomia visa melhorar as condições de trabalho, adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e fazer com que todas as atividades da empresa sejam de- sempenhadas com maior qualidade e eficiência. Alguns pontos mais importantes: • Levantamento, transporte e descarga individual de materiais Para o levantamento, manuseio e transporte individual e habitual de car- gas devem ser observados os seguintes requisitos: a. os locais para pega e depósito das cargas devem ser organizados de modo que as cargas, acessos, espaços para movimentação, alturas de pega e deposição não obriguem o trabalhador a efetuar flexões, exten- sões e rotações excessivas do tronco e outros posicionamentos e mo- vimentações forçadas e nocivas aos segmentos corporais; b. devem ser adotadas medidas, sempre que tecnicamente possível, para que quaisquer materiais e produtos a serem erguidos, retirados, arma- zenados ou carregados de forma frequente não estejam localizados próximos ao solo ou acima dos ombros; 26Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia c. cargase equipamentos devem ser posicionados o mais próximo possí- vel do trabalhador, resguardando espaços suficientes para os pés, de maneira a facilitar o alcance e não atrapalhar os movimentos ou ocasio- nar outros riscos. Sendo inviável tecnicamente a mecanização do transporte e movimenta- ção de cargas, a organização deve: a. limitar a duração, a frequência e o número de movimentos a serem efe- tuados pelos trabalhadores; b. adequar o peso e o tamanho da carga (dimensões e formato) para que não provoquem o aumento do esforço físico e possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador; c. reduzir as distâncias a percorrer com cargas; d. efetuar a alternância com outras atividades ou pausas suficientes, en- tre períodos não superiores a duas horas. Na NR17, estão contidas as seguintes diretrizes básicas quanto ao trans- porte de cargas: • O transporte manual de cargas é definido como todo tipo de transporte em que o peso da carga é suportado totalmente por apenas um traba- lhador, o que abrange também o levantamento e a deposição da carga; • O que define um transporte manual de cargas é toda atividade ou ope- ração que é feita de forma contínua ou que inclua (mesmo que de ma- neira não frequente) o transporte manual de cargas; • A atividade de transporte manual de cargas não deve ser exercida por pessoas nas quais o peso comprometa a segurança ou saúde do traba- lhador; • Os trabalhadores responsáveis pelo transporte contínuo de cargas de- vem receber todo treinamento necessário para execução da tarefa de 27Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia forma totalmente segura (de acordo com as regras definidas pela equi- pe de saúde e segurança do trabalho); • No caso de trabalhadores jovens e mulheres designados para fazer o transporte manual de cargas, o peso máximo das cargas sempre preci- sa ser menor que o peso aplicado às atividades de transporte manual de cargas exercidas por homens; • O trabalhador definido como jovem é aquele com idade menor que 18 anos e igual ou superior a 14 anos. Figura 2. Diretrizes básicas quanto ao transporte de cargas Fonte: https://segurancadotrabalhoacz.com.br/resumo-nr-17/ A NR17 determina que toda vez que um trabalho pode ser realizado na po- sição sentada. O local de trabalho precisa ser adaptado ou planejado para que o trabalhador possa desempenhar suas atividades nessa posição. Todos os trabalhos manuais que são realizados em pé ou sentado devem ser planejados com o uso de mesas, bancadas, painéis e escrivaninhas que favoreçam uma boa postura, operação e visualização por parte dos traba- lhadores. Além disso, de acordo com essa norma, é preciso observar algu- mas regras básicas, que são: https://segurancadotrabalhoacz.com.br/resumo-nr-17/ 28Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • A altura e tipo de superfície dos móveis deve ser compatível com o tipo de atividade realizada; • Deve ser observada uma distância adequada entre os olhos e o campo de trabalho; • A altura do assento deve estar adequada conforme altura do móvel e distância necessária para preservar os olhos; • A área de trabalho deve ser facilmente visualizada e alcançada pelo tra- balhador; • As características dimensionais dos móveis devem possibilitar uma movimentação e posicionamento adequados do corpo (braços, pernas, etc.). Conforme estabelece a NR17, todos os assentos usados no ambiente de trabalho precisam atender a esses requisitos: • A altura deve estar ajustada à estatura do trabalhador e precisa ser ob- servado o tipo de atividade exercida; • O encosto deve ser adaptado para proteger a região lombar; • A borda frontal do assento deve ser arredondada; • Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, de- vem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. 29Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Figura 3. Ilustração de posto de trabalho informatizado Fonte: https://www.getwet.com.br/nr-17/ • Mobiliário dos postos de trabalho A concepção dos postos de trabalho deve levar em consideração os fato- res organizacionais, ambientais, a natureza da tarefa e das atividades e facilitar a alternância de posturas. O mobiliário deve ser concebido com regulagens que permitam ao trabalhador adaptá-lo as suas característi- cas antropométricas e à natureza do trabalho a ser desenvolvido. • Equipamentos dos postos de trabalho Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: • condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; • o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao traba- lhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; • a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento se- jam aproximadamente iguais; • serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. https://www.getwet.com.br/nr-17/ 30Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Condições ambientais de trabalho. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam soli- citação intelectual e atenção constantes, tais como salas de controle, la- boratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto ambiental: Umidade relativa do ar não inferior a 40% Iluminamento - NHO11 Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152 Velocidade do ar não superior a 0,75m/s Temperatura entre 20°C e 23°C • Níveis de ruído O nível de ruído de conforto deve respeitar os valores de referência para ambientes internos de acordo com sua finalidade de uso estabelecida em normas técnicas oficiais ou nas normas técnicas internacionais aplicá- veis. Para os demais casos, o nível de ruído aceitável para efeito de con- forto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. 31Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Iluminação » A iluminação deve ser difusa e distribuída uniformemente, deve ser projetada para que evite ofuscamentos, reflexos incômodos e que não contenha sombras ou contrastes excessivos. » Em qualquer local de trabalho, deve haver iluminação adequada - natural ou artificial - apropriada à natureza da atividade. » Os níveis mínimos de iluminação a ser observados nos locais de trabalho são os valores de iluminância estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. » Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso. • Clima As organizações devem adotar medidas de controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade com a finalidade de conforto térmico e qualidade do ar interno. Para avaliar as condições de conforto térmico, devem ser utilizados os índices Predicted Mean Vote (PMV) e o Predicted Percentage of Dissatisfied (PPD), parâmetros da ISO 7730, com base em normas técnicas internacionais. http://www.inmetro.gov.br/ 32Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Organização do Trabalho Em relação à organização do trabalho, leve em consideração os seguintes aspectos: Normasespecíficas de produção Operações a serem realizadas Exigência de tempo Determinação do conteúdo de tempo Ritmo de trabalho Conteúdo das tarefas Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica, devem ser adotadas medidas técnicas de engenharia, organizacionais e administrativas com o objetivo de eliminar ou reduzir a repetição de mo- vimentos dos membros superiores ou inferiores e as posturas extremas ou nocivas de trabalho. Para isso, são critérios: • Incluir pausas para descanso; • Em situações onde exista uma avaliação de desempenho para os efei- tos de remuneração e vantagens, deve ser levado em consideração os possíveis efeitos à saúde do trabalhador. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o se- guinte: • o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no nú- mero individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; 33Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; • o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; • nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jor- nada normal de trabalho; • quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabeleci- do conforme já apresentado. • Máquinas e equipamentos Todos os equipamentos que serão utilizados nas atividades devem ser adaptados de acordo com as características do trabalhador e a natureza da atividade. As máquinas e os equipamentos de trabalho devem atender aos seguintes aspectos: • variabilidade das características antropométricas dos operadores; • facilidade de uso e conforto; • favorecimento do desempenho e a confiabilidade das operações; • localização e posicionamento dos comandos e do painel de controle que facilitem a visibilidade dos processos, o acesso às máquinas e aos equipamentos, o manejo fácil e seguro. 34Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Devem ser implementadas medidas de controle que evitem que os traba- lhadores, ao realizar suas atividades, sejam obrigados a efetuar de forma contínua e repetitiva: • posturas extremas ou nocivas de membros superiores e inferiores; • movimentos bruscos de impacto dos membros superiores; • uso excessivo de força muscular; • frequência de movimentos dos membros superiores ou inferiores que possam comprometer a segurança e saúde do trabalhador; • exposição prolongada a vibrações. A NR mostra como avaliar as condições de trabalho levando em consi- deração que a organização deve realizar o levantamento preliminar das situações de trabalho que demandam adaptação às características psi- cofisiológicas dos trabalhadores. Devem ser previstos planos de ação específicos, nos termos dos itens 5.1.1 e 5.1.3 da NR de Programa de Ge- renciamento de Riscos, para as situações de trabalho nas quais a organi- zação possa agir diretamente com a implementação de melhorias ou de soluções conhecidas, atendido o previsto nesta norma regulamentadora. Gerenciamento de riscos A organização deve elaborar planos de ação para cada um dos riscos ava- liados. Para cada ação preventiva, devem ser definidos cronograma, res- ponsáveis, recursos humanos, materiais e financeiros e formas de acom- panhamento e aferição de resultados. 35Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Análise Ergonômica do Trabalho (AET) Dever ser realizada Análise Ergonômica do Trabalho (AET) da situação de trabalho, quando: a. o problema demandar uma análise aprofundada; b. for necessário um estudo para encontrar a melhor solução a ser adota- da ou c. as modificações implementadas não levaram a um resultado eficaz. Microempresas ou empresas de pequeno porte estão dispensadas de elaborar a AET. A AET deve abordar, no mínimo, as condições de trabalho estabelecidas nesta Norma Regulamentadora, incluindo as seguintes etapas: Análise da demanda e do funcionamento da empresa Recomendações Análise da atividade e da situação de trabalho Restituição dos resultados, validação e revisão das intervenções Diagnóstico • Trabalho dos Operadores de Checkout Cada trabalhador deve receber treinamento com duração mínima de 2 ho- ras, até o 30º dia da data da sua admissão, com reciclagem anual e com du- ração mínima de duas horas, ministrados durante sua jornada de trabalho. • Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing » Mobiliário do Posto de Trabalho Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, deve ser proporcionado ao trabalhador um mobiliário que atenda aos itens 17.3.2, 36Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia 17.3.3 e 17.3.4 da NR 17 e que permita variações posturais, com ajustes de fácil acionamento, de modo a prover espaço suficiente para seu conforto, atendendo, no mínimo, aos seguintes parâmetros: • o monitor de vídeo e o teclado devem estar apoiados em superfícies com mecanismos de regulagem independentes; • será aceita superfície regulável única para teclado e monitor quando este for dotado de regulagem independente de, no mínimo, 26 cm no plano vertical; • a bancada sem material de consulta deve ter, no mínimo, profundidade de 75 cm medidos a partir de sua borda frontal e largura de 90 cm que proporcionem zonas de alcance manual de, no máximo, 65 cm de raio em cada lado, medidas centradas nos ombros do operador em posição de trabalho; • a bancada com material de consulta deve ter, no mínimo, profundidade de 90 cm a partir de sua borda frontal e largura de 100 cm que propor- cionem zonas de alcance manual de, no máximo, 65 cm de raio em cada lado, medidas centradas nos ombros do operador em posição de traba- lho, para livre utilização e acesso de documentos; • o plano de trabalho deve ter bordas arredondadas; • as superfícies de trabalho devem ser reguláveis em altura em um inter- valo mínimo de 13 cm, medidos de sua face superior, permitindo o apoio das plantas dos pés no piso; • o dispositivo de apontamento na tela (mouse) deve estar apoiado na mesma superfície do teclado, colocado em área de fácil alcance e com espaço suficiente para sua livre utilização; • o espaço sob a superfície de trabalho deve ter profundidade livre míni- ma de 45 cm ao nível dos joelhos e de 70 cm ao nível dos pés, medidos de sua borda frontal; 37Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • nos casos em que os pés do operador não alcançarem o piso, mesmo após a regulagem do assento, deverá ser fornecido apoio para os pés que se adapte ao comprimento das pernas do trabalhador, permitindo o apoio das plantas dos pés, com inclinação ajustável e superfície re- vestida de material antiderrapante. Os assentos devem ser dotados de: • Apoio em cinco pés, com rodízios cuja resistência evite deslocamentos involuntários e que não comprometam a estabilidade do assento; • Superfícies onde ocorre contato corporal estofadas e revestidas de material que permita a respiração; • Base estofada com material de densidade entre40 a 50 kg/m3; • Altura da superfície superior ajustável, em relação ao piso, entre 37 e 50 cm, podendo ser adotados até três tipos de cadeiras com alturas di- ferentes, de forma a atender as necessidades de todos os operadores; • Profundidade útil de 38 a 46 cm; • Borda frontal arredondada; • Características de pouca ou nenhuma conformação na base; • Encosto ajustável em altura e em sentido anteroposterior, com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar; largura de, no mínimo, 40 cm e, com relação aos encostos, de no mínimo 30,5 cm; • Apoio de braços regulável em altura de 20 a 25 cm a partir do assen- to, sendo que seu comprimento não deve interferir no movimento de aproximação da cadeira em relação à mesa, nem com os movimentos inerentes à execução da tarefa. • O tempo de trabalho em efetiva atividade de teleatendimento/tele- marketing é de, no máximo, 6 horas diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração. 38Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia As pausas deverão ser concedidas: • fora do posto de trabalho; • em 2 períodos de 10 minutos contínuos; • após os primeiros e antes dos últimos 60 minutos de trabalho em ativi- dade de teleatendimento/telemarketing; • Para tempos de trabalho efetivo de teleatendimento/telemarketing de até 4 horas diárias, deve ser observada a concessão de uma pausa de descanso contínua de 10 minutos. Assista agora a Pocket Aula sobre Pocket Aula sobre NR-17 clicando no ícone ao lado https://sanar.link/aula_fisio_6318 39 ANOTAÇÕES 40Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia NORMA REGULAMENTADORA 15 – NR 15 Na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estão incluídos vários instru- mentos que têm como objetivo resguardar empregados e empregadores durante a jornada de trabalho. Entre esses instrumentos, está a definição do conceito de insalubridade no ambiente de trabalho. Além da CLT, outro importante instrumento que regula atividades nesses locais é a NR 15. O que é NR 15? A Norma Regulamentadora 15 descreve as operações, atividades e agen- tes insalubres presentes nas atividades laborais. Aborda também os limi- tes de tolerância e o valor do adicional de insalubridade, de acordo com os seus níveis em cada ambiente de trabalho e atividade. Figura 4. Abordagens da NR15 Qual o percentual de insalubridade? Quais requisitos para trabalho sob ar comprimido? Quem determina a insalubridade? Quais são as competências do empregador? Fonte: Autoria própria. Dentre as principais atividades insalubres, podemos destacar: • As que envolvem o manuseio de agentes biológicos, agentes químicos, poeiras e minerais; https://blog.safesst.com.br/insalubridade-e-periculosidade-quais-sao-as-diferencas/ https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf https://blog.safesst.com.br/o-que-sao-riscos-quimicos-e-como-melhorar-as-condicoes-de-trabalho/ 41Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • As realizadas em ambientes que estejam submetidos ao frio, forte ca- lor, umidade, vibração, ruído de impacto, ruído contínuo ou intermiten- te, dentre outros. Principais objetivos da NR 15 Um dos principais objetivos da NR 15 é o de determinar os níveis de tole- rância de insalubridade que cada ambiente pode ter. A fiscalização acon- tece por meio de agentes do Ministério do Trabalho, que podem interditar o ambiente até que a situação seja solucionada. Insalubridade é o ambiente de trabalho prejudicial à saúde, sendo devido a agentes agressivos ao organismo do trabalhador, estando acima dos li- mites de tolerância permitidos pelas normas técnicas. Limite de Tolerância Entende-se por limite de tolerância a concentração ou intensidade, sendo ela máxima ou mínima, interligada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, de forma que não causará complicações à saúde do trabalha- dor durante a sua vida laboral. Os limites de exposição são valores de referência, tolerados como admis- síveis, para fins de exposição ocupacional. Para determinar estes valores, são utilizados estudos epidemiológicos, analogia química e experimenta- ção científica: a. Estudo epidemiológico é o principal método para correlacionar a expo- sição aos agentes químicos com efeitos produzidos sobre os trabalha- dores, demandando muito tempo para se obter resultados significati- vos; b. Analogia química é um método de extrapolação toxicológica de subs- tâncias pertinentes pertencentes a uma mesma família, porém o nível 42Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia de confiança não é satisfatório, pois é sabido que as substâncias po- dem apresentar respostas toxicológicas diferentes; c. Experimentação resulta dos testes em seres vivos ou utilização de hu- manos resultantes da exposição acidental. As experiências com ani- mais possibilitam determinar o nível de toxidade, mas dificultam as correlações confiáveis entre animais e seres humanos. Adicional de Insalubridade Atividades insalubres são quaisquer tipos de serviços que exponham tra- balhadores a riscos, e não necessariamente precisa de ser algo fatal ou mortal, como por exemplo trabalhar em uma zona de ruídos intensos já configura um ambiente insalubre. Não que seja impossível trabalhar em um ambiente como este, mas há certas precauções que devem ser toma- das, pensando sempre na saúde do trabalhador. O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicio- nal, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 40% para insalubridade de grau máximo - Operações com cádmio e seus compostos, extração, tratamento, preparação de ligas, fabricação e em- prego de seus compostos, solda com cádmio, utilização em fotografia com luz ultravioleta, em fabricação de vidros, como antioxidante, em re- vestimentos metálicos e outros produtos. Fabricação e manipulação de compostos orgânicos de mercúrio. Trabalho ou operações em contato permanente com: • Pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizadas; 43Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, bru- celose, tuberculose); • Esgotos (galerias e tanques); e • Lixo urbano (coleta e industrialização). Figura 5. Tipos de atividades profissionais que compreendem o adicional de insalubridade de 40% grau máximo Lixo urbano Doenças infectocontagiosas Esgotos Animais com doenças infectocontagiosas Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos Fonte: Autoria própria. 20% para insalubridade de grau médio - Trabalhos e operações em con- tato permanente com pacientes, animais ou com material infectoconta- giante, em: • Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso des- ses pacientes, não previamente esterilizados); • Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimen- tos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); 44Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia • Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; • Laboratórios de análise clínica e histopatológica (aplica-se tão só ao pessoal técnico); • Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica- -se somente ao pessoal técnico); • Cemitérios (exumação de corpos); • Estábulos e cavalariças;e • Resíduos de animais deteriorados. 10% para insalubridade de grau mínimo - Fabricação e transporte de cal e cimento nas fases de grande exposição a poeiras. Trabalhos de carrega- mento, descarregamento ou remoção de enxofre ou sulfitos em geral, em sacos ou a granel. Agentes biológicos Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubri- dade é caracterizada pela avaliação qualitativa. Exemplo: O valor é fixado sobre o salário mínimo da região. Se o funcio- nário recebe R$ 2.000,00 de salário e o salário mínimo da região e de R$ 1.000,00, o cálculo terá por base os R$ 1.000,00. Nesse exemplo, se a insalubridade for de grau mínimo, o funcionário rece- berá R$ 100,00, pois corresponde a 10% de R$ 1.000,00. 45Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Figura 6. Adicional de insalubridade em graus pelas atividades desenvolvidas Fonte: https://fenafar.org.br/2016-01-26-09-32-20/saude/2716-adicional-de- insalubridade No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. A eliminação ou neutralização ocorrerá: 1. Com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; 2. Com a utilização de equipamentos de proteção individual. NEUTRALIZAÇÃO Adoção de medidas de conservação do ambiente Adoção de EPI Será caracterizada por avaliação pericial realizada por órgão competen- te, a eliminação ou neutralização, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador e consequentemente se suspenderá o benefício. https://fenafar.org.br/2016-01-26-09-32-20/saude/2716-adicional-de-insalubridade https://fenafar.org.br/2016-01-26-09-32-20/saude/2716-adicional-de-insalubridade 46Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. De acordo com a NR 15, é de responsabilidade às empresas e os sindica- tos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), a reali- zação de perícia em estabelecimento ou setor do estabelecimento, com o objetivo de caracterizar ou determinar atividade insalubre. Se a empresa preferir uma perícia oficial, o perito deverá analisar e indicar o adicional de insalubridade correspondente. Desta forma, a empresa não será prejudicada se escolher pela não pe- rícia oficial do Ministério do Trabalho. Contudo, deverá manter em suas dependências a fiscalização, inspeção e checagem dos riscos ambientais existentes. Além disso, dispor os funcionários aos exames periódicos dis- poníveis a tal função e exposição. Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de enge- nheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente ha- bilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. Laudo de inspeção do local de trabalho consiste no laudo técnico elaborado por um profis- sional qualificado no ambiente de trabalho sobre um risco específico de exposição de um trabalhador. Um laudo de insalubridade deve avaliar quatro aspectos importantes: a. Presença de agente nocivo (físico, químico e biológico); b. Constatação, por laudo técnico, se o trabalhador está exposto ao agente; c. Medidas de proteção coletiva e individual que são capazes de neutrali- zar a exposição ao agente acima do LT; https://alusolda.com.br/o-que-diz-a-nr28-sobre-fiscalizacao-e-penalidades/ 47Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia d. Evidências objetivas de controle por parte do empregador em relação a treinamento, qualificação, higienização e inspeção quanto ao uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Garantia da segurança do trabalhador Com os instrumentos contidos na legislação, busca-se em primeiro lugar a garantia da segurança do trabalhador com a regulamentação da NR 15. Lo- cais insalubres tendem a apresentar sérios riscos à saúde do colaborador. Por isso, medidas paliativas e adicionais relacionadas à insalubridade têm como objetivo mitigar e compensar esses efeitos nocivos, respectivamente. Aumento da proteção Com a adoção de medidas como a distribuição dos EPIs, funcionários e empregadores ficam mais seguros. Os funcionários por terem sua saúde preservada, e os empregadores por se precaverem de queda de produti- vidade, multas da Justiça do Trabalho, dentre outros efeitos indesejados relacionados à insalubridade. Os equipamentos de proteção individual Apesar da maioria dos trabalhadores reclamarem de tais equipamentos, seu uso é de extrema importância e não deve ser deixado de lado, poden- do, inclusive, acarretar uma punição para a empresa que não os empregue. De modo a reforçar o uso de tais EPIs e até mesmo realizar a avaliação comprobatória de que todas as medidas para a proteção do trabalhador estão sendo tomadas, é necessário que a empresa conte com um enge- nheiro ou técnico de segurança do trabalho entre seus funcionários. O treinamento de funcionários e orientações de tempos em tempos tam- bém são fundamentais para manter o bem-estar da empresa, além de li- vrar qualquer chance de acidentes que possam vir a acontecer. https://blog.safesst.com.br/como-reduzir-os-passivos-trabalhistas-da-empresa-saiba-agora/ http://www.totalconstrucao.com.br/seguranca-do-trabalho-na-construcao-civil/ 48Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Atividades ou operações insalubres desenvolvem acima dos limites de tolerância de: Temperatura Ruídos Exposição a agentes biológicos Pressão Poeira Exposição a agentes químicos Radiação Ruído de Impacto O ruído de impacto é aquele que se caracteriza por apresentar elevada in- tensidade, porém com duração reduzida. Em resumo, é um som alto, mas durante um tempo pequeno — por exemplo, o disparo de uma arma ou as marteladas de um bate-estacas. A NR 15 considera que o tempo de duração do ruído de impacto é inferior a 1 segundo. Do mesmo modo, o intervalo entre duas ou mais ocorrências deve ser maior que 1 segundo. Por sua vez, a norma determina que a inten- sidade do som deve ser avaliada em decibel (dB). Nesse caso, o limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora com cir- cuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de 49Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia resposta rápida (FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB (C). Exposição ao Calor As condições da exposição ao calor no ambiente de trabalho são avaliadas por meio do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG). Para sua medição, que deve ser realizada no local de trabalho, são utilizados os seguintes aparelhos: Termômetro de bulbo úmido natural Termômetro de globo Termômetro de mercúrio comum A exposição ao calor, qualquer que seja a situação de trabalho, resulta em sobrecarga térmica para o colaborador. Como resultado, há risco à saúde e a necessidade de avaliação das condições para fins de controle e elimi- nação ou minimização do risco. Frio As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigorífi- cas ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas in- salubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de tra- balho. Umidade As atividadesou operações executadas em locais alagados ou encharca- dos, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos tra- balhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 50Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Ar Comprimido O trabalhador não poderá sofrer mais que uma compressão em um perío- do de 24 horas. Durante o transcorrer dos trabalhos sob ar comprimido, nenhuma pessoa poderá ser exposta à pressão superior a 3,4 kgf/cm2, exceto em caso de emergência ou durante tratamento em câmara de recompressão, sob su- pervisão direta do médico responsável. A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser su- perior: • 8 horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm2; • 6 horas, em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm2; • 4 horas, em pressão de trabalho de 2,6 a 3,4 kgf/cm2. Após a descompressão, os trabalhadores serão obrigados a permanecer, no mínimo, por 2 horas no canteiro de obra, cumprindo um período de ob- servação médica. Para trabalhos sob ar comprimido, os empregados deverão satisfazer os seguintes requisitos: a. ter mais de 18 e menos de 45 anos; b. ser submetido a exame médico obrigatório, pré-admissional e periódi- co, exigido pelas características e peculiaridades próprias do trabalho; c. ser portador de placa de identificação, fornecida no ato da admissão, após a realização do exame médico. Em relação à supervisão médica para o trabalho sob ar comprimido, deve- rão ser observadas as seguintes condições: a. sempre que houver trabalho sob ar comprimido, deverá ser providen- ciada a assistência por médico qualificado, bem como local apropriado para atendimento médico; 51Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia b. todo empregado que trabalhe sob ar comprimido deverá ter uma ficha médica, onde deverão ser registrados os dados relativos aos exames realizados; c. nenhum empregado poderá trabalhar sob ar comprimido, antes de ser examinado por médico qualificado, que atestará, na ficha individual, es- tar essa pessoa apta para o trabalho; d. o candidato considerado inapto não poderá exercer a função, enquanto permanecer sua inaptidão para esse trabalho; e. o atestado de aptidão terá validade por 6 meses; f. fazem caso de ausência ao trabalho por mais de 10 dias ou afastamen- to por doença, o empregado, ao retornar, deverá ser submetido a novo exame médico. Vibração Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de ex- posição ocupacional diária à Vibração de Mãos e Braços (VMB) corres- pondente a um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s 2. Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos limites de exposição ocupacional diária à Vibração de Corpo Inteiro (VCI): a. valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s 2; b. valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/m/s 1,75. A NR 15 considera insalubre a exposição do trabalhador a vibrações lo- calizadas ou de corpo inteiro, sem a proteção adequada. Para esse fim, a caracterização da insalubridade deverá contar com laudo de perícia reali- zada no local. 52Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia A perícia deverá ser conduzida com base nos limites de tolerância defini- dos pela Organização Internacional para a Normalização (ISO). Havendo constatação, a insalubridade será considerada de grau médio. Poeiras Minerais Cabe ao empregador, após o término do contrato de trabalho envolvendo exposição ao asbesto, manter disponível a realização periódica de exa- mes médicos de controle dos trabalhadores durante 30 anos. Estes exames deverão ser realizados com a seguinte periodicidade: Cada 3 anos - trabalhadores com exposição de 0 a 12 anos Cada 2 anos - trabalhadores com exposição de 12 a 20 anos Anual para trabalhadores com exposição superior a 20 anos Manganês e Seus Compostos O limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do minério ou ain- da a outras operações com exposição a poeiras do manganês ou de seus compostos é de até 5 mg/m3 no ar, para jornada de até 8 horas por dia. O limite de tolerância para as operações com manganês e seus compos- tos referente à metalurgia de minerais de manganês, fabricação de com- postos de manganês, fabricação de baterias e pilhas secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de eletrodos de solda, fa- bricação de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras ope- rações com exposição a fumos de manganês ou de seus compostos é de até 1 mg/m3 no ar, para jornada de até 8 horas por dia. 53Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Sílica Livre Cristalizada Também conhecido como dióxido de silício, é o mineral mais abundante da crosta terrestre, encontrado em alguns minérios, rochas e areia, ocor- rendo naturalmente sob as formas amorfa e cristalina. Em temperatura ambiente é um material sólido, com coloração branca, sem cheiro, com ponto de fusão a 1610°C, ebulição a temperaturas acima de 2200°C, não inflamável e não solúvel em água. Devido à manipulação, seja ela como extração ou matéria-prima, a sílica está presente nos mais diversos processos produtivos, assim expondo os trabalhadores das indústrias de mineração, produção de vidro, produção de cimento, eletroeletrônicos, cerâmica, cosméticos, tintas, farmacêuti- ca, construção civil, fundição, refratários, entre outras. A exposição à sílica aumenta o risco de doenças autoimune como escle- rose sistêmica, artrite, lúpus, complicações na derme, anemia hemolítica, câncer de estomago, câncer de esôfago, câncer no fígado, câncer no pân- creas, câncer no intestino, câncer ósseo, câncer faríngeo, câncer de pele, câncer no cérebro, câncer de rim e câncer de pulmão devido à silicose. Os parâmetros de controle devem assegurar que o ambiente seja coberto, umidificado, com boa ventilação e renovação de ar constante no local de armazenamento e manipulação, com lava olhos e chuveiro de emergência nas proximidades. Utilizar os EPI adequados. 54Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Figura 7. Ilustração de agentes químicos Fonte: https://www.vendrame.com.br/agentes-quimicos-erros-e-desacertos-no- reconhecimento-e-avaliacao-do-risco/ Agentes químicos dependentes de inspeção: • arsênico; • carvão; • chumbo; • cromo; • fósforo; • hidrocarbonetos e outros compostos de carbono; • mercúrio; • silicatos; • substâncias cancerígenas. https://www.vendrame.com.br/agentes-quimicos-erros-e-desacertos-no-reconhecimento-e-avaliacao-do-risco/ https://www.vendrame.com.br/agentes-quimicos-erros-e-desacertos-no-reconhecimento-e-avaliacao-do-risco/ 55Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia | Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia Assista agora a Pocket Aula sobre Pocket Aula sobre NR-15 clicando no ícone ao lado Questões Comentadas (1-3)GABARITO: 01 C 02 C 03 B Para retornar à questão em que estava, clique nos botões abaixo: 1 2 3 https://sanar.link/aula_fisio_6319 https://sanar.link/aula_fisio_6316 56Curso Intensivo para Residências | Fisioterapia REFERÊNCIAS 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm/. Acesso em 01 de maio de 2020 2. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ del5452.htm/. Acesso em 01 de maio de 2020 3. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/ prt1823_23_08_2012.html. Acesso em 01 de maio de 2020 4. Disponível em: http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/ nr15.htm. Acesso em 28 de abril de 2020 5. Disponível em: https://segurancadotrabalhoacz.com.br/resumo- -nr-15/. Acesso em 29 de abril de 2020 6. Disponível em:https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_ SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf. Acesso em 28 de abril de 2020 7. Disponível em: https://www.normaseregras.com/regulamentadoras/ nr17/. Acesso em 27 de abril de 2020 8. Disponível em: https://segurancadotrabalhoacz.com.br/resumo- -nr-17/. Acesso em 27 de abril de 2020 9. Disponível em: http://seconci-rio.com.br/wp/wp-content/ uploads/2015/05/NR17-Ergonomia.pdf. Acesso em 27 de abril de 2020 10. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/Arquivos/sis/Evento- Portal/AnexoPalestraEvento/NR17%20Audiencia.pdf. Acesso em 27 de abril de 2020 https://www.normaseregras.com/regulamentadoras/nr17/ https://www.normaseregras.com/regulamentadoras/nr17/ © 2020 - Todos os Direitos Reservados - R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office & Pool, 3º andar - Caminho das Árvores, CEP 41820-770, Salvador - BA - Brasil. Tel.: 0800 337 6262 Editora Sanar LTDA - ME. CNPJ: 18.990.682/0001-92 GABARITO: REFERÊNCIAS NORMA REGULAMENTADORA 15 – NR15 Saúde do Trabalhador APRESENTAÇÃO NORMA REGULAMENTADORA 17 – NR 17
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