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Osteoartrite: Prevalência, Sinais e Fatores de Risco

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Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
1
1. Introdução 
 A osteoartrite, doença articular degenerativa, artrose ou osteoartrose, como ainda é 
conhecida no nosso meio, é a doença reumática mais prevalente entre indivíduos com 
mais de 65 anos de idade. Estudos americanos apontam que mais de 50 milhões de 
pessoas apresentam hoje está enfermidade. No Brasil, não existem dados precisos sobre 
esta prevalência. Os conhecimentos adquiridos recentemente no conhecimento da 
fisiopatogenia levaram a uma alteração no conceito desta doença. 
 Antes se acreditava tratar-se de uma doença progressiva, de evolução arrastada, sem 
perspectivas de tratamento, encarada por muitos como natural do processo de 
envelhecimento. Hoje, no entanto, é vista como uma enfermidade em que é possível 
modificar o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento sintomático imediato, 
quanto ao seu prognóstico. E uma das causas mais frequentes de dor do sistema 
musculoesquelético e de incapacidade para o trabalho no Brasil e no mundo. 
 É uma afecção dolorosa das articulações que ocorre por insuficiência da cartilagem, 
ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus principais 
elementos, associada a uma variedade de condições como: sobrecarga mecânica, 
alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos. 
 A denominação mais aceita internacionalmente da doença é osteoartrite. O termo artrose 
ainda é muito utilizado, conhecido e associado aos aspectos mecânicos. É uma doença 
crônica, multifatorial, que leva a uma incapacidade funcional progressiva. 
 O tratamento deve ser também multidisciplinar, e buscar a melhora funcional, mecânica 
e clínica e, por esta razão a realização deste consenso tornou-se necessária. Profissionais 
que lidam com a enfermidade, das áreas de reumatologia, fisiatria e ortopedia, reuniram-
se para a sua elaboração. 
 Aosteoartrite (OA) é uma patologia degenerativa das articulações, de progressão lenta, 
que consiste na perda da cartilagem articular e subsequente exposição do osso 
subcondral, quadro conducente a um distúrbio insidioso, auto-perpetuante, caracterizado 
por dor ao nível das articulações. As novas formações ósseas surgem em resposta à 
inflamação crónica e às lesões provocadas no tecido local, no intuito de reduzir quer o 
movimento quer a dor. Macroscopicamente, existe perda cartilagínea, diminuição do 
espaço interarticular, esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos nas 
articulações 
 A OA é a artropatia mais comum tanto no Homem como nos animais, sendo mais 
frequente no cão do que no gato. No ser humano, a prevalência na mulher é duas vezes 
mais elevada do que no homem, com um aumento da incidência após os 60 anos de vida. 
No cão, o aparecimento da osteoartrite primária depende da raça, oscilando a idade média 
de manifestação dos primeiros sintomas entre 3.5 anos no Rottweiler e 9.5 anos no 
Caniche. 
 As doenças ortopédicas do crescimento e a consequente osteoartrite são as patologias 
articulares mais frequentes em cães. São responsáveis por cerca de 70% das consultas 
devido a problemas articulares e perturbações associadas ao nível do esqueleto 
apendicular. 22% dos casos dizem respeito a cães com 1 ano ou mesmo de idade inferior. 
 A incidência de OA é potencializada por traumatismos, obesidade, envelhecimento e 
anomalias genéticas 
2. Osteoartrite 
 É uma doença crônica 
 Dano a cartilagem e os tecidos circundantes 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
2
 Caracteriza-se por dor, rigidez e perda da função 
 Osteoartrite e osteoartrose são sinônimas 
 
3. Sinais radiológicos 
 Redução do espaço articular 
 Cistos 
 Osteófitos → Neoformações irregulares ósseas 
 Esclerose subcondral 
 Quanto mais sinais presentes, maior a gravidade 
 Não é necessário a presença dos quatro sinais para fechar o diagnóstico 
 
4. Epidemiologia/ fatores de risco 
 Idade 
 Sexo feminino 
 Obesidade 
 Ocupação 
 Atividades desportivas de alto rendimento 
 Traumas nas articulações doenças neuromusculares 
 Predisposição genética familiar 
 Deformidades ósseas 
 Diabetes mellitus 
5. Etiologia 
 Mecânica → Sequela de trauma; deformidades; sequelas de 
processos infecciosos; primária; etc 
 Metabólica → Artrite reumatóide; espondilite anquilosante; etc 
 Combinada 
6. Fisiopatologia 
 Fatores de risco como gênero, idade, trauma, uso excessivo, 
genética e obesidade contribuem para iniciar o processo de lesão 
nos diferentes componentes da articulação. Já é bem estabelecido 
que a sinóvia, o osso e a cartilagem são os três principais tecidos atingidos pelos 
mecanismos patológicos da OA. 
 A cartilagem tradicionalmente recebe a maior atenção no estudo da OA devido à grosseira 
destruição encontrada em espécimes patológicos e estudos de imagem, assim como 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
3
devido a imensa quantidade de processos biológicos nela ativados. Eventos chave que 
ocorrem na cartilagem incluem o desbalanço metabólico e o surgimento de sinalizadores 
de degradação, estimulados por cascatas de citocinas, e a produção de mediadores 
inflamatórios. Em pacientes com OA, os condrócitos, assim como as células sinoviais, 
produzem níveis aumentados de citocinas inflamatórias, como a interleucina 1β (IL-1β) e 
o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), que, por sua vez, diminuem a síntese de colágeno 
e aumentam mediadores catabólicos, como metaloproteinases (MMPs) e outras 
substâncias inflamatórias como interleucina 8 (IL-8), interleucina 6 (IL-6), prostaglandina 
E2 (PGE2) e óxido nítrico (NO). Além disso, estresse mecânico, tanto por compressão 
estática quanto por dinâmica, aumenta a produção de NO pelos condrócitos, assim como 
a expressão de óxido nítrico sintetase (NOS). 
 Os agentes oxidantes, entre eles o NO, promovem apoptose de condrócitos, processos 
catabólicos e degeneração da matriz. Sendo assim, são causadores de dois importantes 
eventos patogênicos característicos dos condrócitos osteoartríticos – senescência 
prematura e apoptose. Estes eventos ajudam a formar o conceito de que a OA é uma 
doença do envelhecimento prematuro da articulação. 
 Sinovite ocorre mesmo nos estágios iniciais da OA e pode ser subclínica. Estudos 
artroscópicos demonstram alterações na sinóvia de até 50% dos pacientes com OA, muitos 
dos quais não apresentavam sinais clínicos de sinovite. Técnicas mais novas utilizando 
ressonância nuclear magnética (RNM) de 3 Teslas têm demonstrado que a inflamação 
sinovial é mais comum do que se imaginava anteriormente. Diferentemente da Artrite 
Reumatoide (AR), a inflamação sinovial na OA geralmente é encontrada próxima a áreas 
com osso e cartilagem patologicamente danificados. Esta sinóvia hiperreativa pode liberar 
proteinases e citocinas capazes de acelerar a destruição articular. 
7. Tratamento conservador 
 Analgesia 
❖ Dipirona 1g em 6/6 horas se dor leve 
❖ Tramadol 100mg em 12/12 horas se dor forte por 
❖ Ciclobenzaprida 5mg uma vez ao dia por 21 dias 
❖ Celocoxibe 200mg em 12/12 horas por curto período de 7-10 dias 
❖ Possibilidade de associação com antiepilépticos/antidepressivos 
❖ Glucosamina + condroitinha/ colágeno (?) → Pouca evidência científica sobre o seu uso 
no quesito colágeno 
❖ Infiltração e bloqueio anestésico → Corticoide (2-6 meses de efeito) ou ácido hialurônico 
(6meses a dois anos de efeito) 
 Apoio de marcha (órtese) 
❖ Bengala → Utilizar lado contralateral ao afetado 
❖ Tipoia 
❖ Imobilizador 
❖ Uma muleta → Utilizar lado contralateral ao membro afetado 
❖ Duas muletas 
 Fisioterapia 
❖ Analgesia 
❖ Cinesioterapia → Reforço muscular 
❖ Fortalecimento → Ganho de massa muscular; fortalecimento do músculo quadríceps 
deve ser feito nas artrites do joelho. 
❖ Aeróbios → Condicionamento físico.Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
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❖ Alongamento →Flexibilidade, como parte da cinesio-terapia 
 Mudança de hábitos de vida 
❖ Perda de peso 
❖ Evitar tabagismo 
❖ Moderado consumo alcóolico 
❖ Atividade física constante 
*Ao longo dos anos, diversas diretrizes nacionais e internacionais foram desenvolvidas para 
ajudar os médicos, outros profissionais da saúde e pacientes na escolha da terapêutica para o 
tratamento da OA de joelho e quadril. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), 
através do Projeto Diretrizes, formulou, em 2003, um consenso para o tratamento da AO. Mais 
recentemente, a Sociedade Internacional para Pesquisa da Osteoartrite (OARSI) publicou seu 
guia de recomendações, com metodologia mais rígida e baseada em trabalhos de maior 
qualidade, e que conta com revisões regulares na medida em que novos ensaios clínicos vão 
sendo publicados sobre o assunto. O melhor tratamento da OA requer uma combinação de 
medidas farmacológicas e não farmacológicas. 
Todos os pacientes com OA de joelho devem ter acesso à informação e educação quanto aos 
objetivos do tratamento e a importância de mudanças no estilo de vida, exercícios, adequação 
das atividades, redução de peso e outras medidas para diminuir o impacto sobre as articulações 
lesadas. O foco inicial deve ser em autocuidado e tratamentos dirigidos ao paciente ao invés de 
terapias passivas realizadas por profissionais de saúde. Deve ser dada ênfase no incentivo para 
aderência ao regime terapêutico não-farmacológico. Pacientes devem ser encorajados a praticar 
e manter prática regular de exercícios aeróbios, de fortalecimento muscular e de ganho de 
amplitude de movimento. Pacientes com OA sintomática podem se beneficiar do 
encaminhamento à fisioterapia para avaliação e instrução de exercícios apropriados para reduzir 
a dor e aumentar a capacidade funcional. 
A associação entre o Índice de Massa Corpórea (IMC) e OA de joelhos é de grande relevância, 
pois a OA dos joelhos tem grande relação com o ambiente metabólico altamente inflamatório 
encontrado na obesidade. Citocinas associadas ao tecido adiposo, incluindo adiponectina, 
leptina e resistina, podem influenciar a OA através da degradação direta da articulação ou pelo 
controle de processos inflamatórios locais. Uma recente revisão sistemática avaliou 36 estudos 
sobre essa relação e encontrou risco positivo do IMC para o desenvolvimento da OA em todos 
eles. A perda de peso reduz a dor e melhora a função física dos pacientes com OA e deve ser 
encorajada. 
O uso de bengalas e andadores também é recomendado para OA sintomática dos joelhos, 
promovendo melhora da dor e menor gasto de energia. Os pacientes devem ser instruídos para 
utilizar corretamente uma bengala ou muleta na mão contralateral, sendo preferíveis andadores 
para aqueles pacientes com doença bilateral. O uso de órteses ou palmilhas também é indicado 
para pacientes com desvio de eixo em varo ou valgo. 
Acupuntura é modalidade de tratamento com comprovado benefício no alívio da dor na OA. 
Outras terapias do corpo e da mente, como yoga, tai chi e qi gong também podem ser usadas 
no tratamento da OA, com evidência de melhora. 
O uso de medicamentos é complementar às medidas não farmacológicas. Entre os 
medicamentos disponíveis, existem os essencialmente analgésicos, que não interferem no curso 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
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da doença; bem como os anti-inflamatórios, controversos por seus efeitos colaterais; e, por fim, 
as drogas modificadoras da doença osteoartrite (DMDOA), aquelas capazes de reverter, 
estabilizar ou pelo menos retardar o curso da OA. 
Entre as DMDOA de uso oral destacam-se a diacereína, a glicosamina, a condroitína, a 
associação de glicosamina com condroitína, os extratos insaponificáveis de soja e abacate e a 
cloroquina. A glicosamina e a condroitina são, sem dúvida, os "condroprotetores" mais 
populares. Recentemente discute-se a relação entre a eficácia dessas substâncias e o tipo de 
molécula utilizada, além do seu uso isolado ou em associação. Recente metanálise, assim como 
revisão sistemática da Cochrane, encontraram benefícios somente com o uso do sulfato de 
glicosamina sódica (glicosamina tipo Rotta). Estudo recente também revelou que a condroitína, 
quando combinada, pode prejudicar a absorção da glicosamina. Entretanto, ainda não há 
consenso na literatura a respeito. 
O ácido hialurônico (AH) é uma DMDOA de uso intra-articular, e a sua aplicação recebe o nome 
de viscossuplementação (VS). Tem importante ação moduladora, principalmente através da 
interação com receptores CD44 presente nos sinoviócitos tipo B "fibroblast-like". Portanto, além 
dos efeitos mecânicos de promover melhor distribuição de forças, diminuir a pressão pelo peso 
e recuperar as propriedades reológicas do líquido sinovial, o ácido hialurônico também atua 
bioquimicamente, diminuindo a expressão gênica das citocinas e enzimas associadas a OA. Do 
ponto de vista econômico é cada vez maior o número de trabalhos demonstrando que, se 
incorporada ao tratamento da OA de joelhos, a VS pode apresentar boa relação custo-
efetividade, sendo inclusive capaz de retardar a realização de uma prótese total do joelho. 
Atualmente recomenda-se a adição de 1ml de triancinolona à viscossuplementação. A adição de 
corticoide faz com que a melhora da dor e da função ocorra mais precocemente e em maior 
intensidade, sem prejuízo dos resultados a longo prazo. Pode-se também potencializar os 
benefícios da VS através de uma lavagem articular prévia. Não se deve aguardar a falha de 
outras opções de tratamento para se pensar em VS, pois sabe-se que os pacientes que mais se 
beneficiarão com este tratamento são aqueles cuja doença é inicial (menor grau de OA) e que 
utilizam mais ativamente as articulações. 
Atualmente existe um grande esforço mundial para a identificação de biomarcadores da doença 
OA. Estes marcadores, encontrados na corrente sanguínea, urina, ou mesmo no genoma celular, 
seriam capazes de produzir informações sobre as características da doença em determinado 
indivíduo, sua relação com diversos fatores de risco, além de um controle sobre a evolução da 
doença e, por que não, sobre as intensidades das respostas aos mais variados tipos de 
tratamento introduzidos. 
Os estudos genéticos mais recentes, que apresentam abordagem mais adequada para identificar 
genes de susceptibilidade dentro do complexo espectro genético, tem revelado alguns sinais 
mais convincentes, como o loci 7q22, que contém múltiplos genes potenciais, como o gene do 
fator de diferenciação de crescimento 5 (GDF5) e o gene da proteína frizada (FRZB). Há apenas 
10 anos, gastava-se cerca de 100 milhões de dólares para se traçar o genoma de um indivíduo. 
Atualmente este valor gira em torno de dez mil dólares, e, em breve, estima-se que poderemos 
pedir um estudo de genoma de nossos pacientes assim como pedimos, por exemplo, uma 
Ressonância Magnética. 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
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No futuro, portanto, seremos capazes de, através de um exame de sangue, ou mesmo de um fio 
de cabelo, definir a melhor estratégia de tratamento, as melhores drogas e medidas não 
farmacológicas a serem utilizadas para cada um de nossos pacientes, oferecendo, assim, um 
tratamento integral e individualizado. 
8. Tratamento cirúrgico 
 Indicado quando há falha do tratamento conservador ou perda 
da qualidade de vida 
 Paciente deve estar na melhor condição psicossocial e com 
ausência de processo infeccioso 
 Artroplastia 
 
*Prótese sempre retira uma parte do paciente para substituir pela prótese 
 Os pacientes com osteoartrite grau II e III com comprometimento progressivo da 
independência das atividades de vida diária e falha do tratamento conservador devem ser 
referidos para o ortopedista quefará a indicação do tratamento cirúrgico. As cirurgias 
indicadas são: desbridamento artroscópico, osteotomias e artroplastias. 
 Osteotomias → É importante se ressaltar o papel das osteotomias, pois são procedimentos 
que devem ser feitos precocemente em pacientes selecionados. São feitos dois tipos de 
osteotomias. 
❖ Profilática → Indicada precocemente em pacientes sintomáticos e ainda sem alterações 
radiográficas para a correção dos desvios de eixos articulares. 
❖ Terapêutica → Indicada em casos sintomáticos e com alterações radiográficas. É feita 
para modificar o eixo de alinhamento do membro afetado e deslocar a carga para outra 
região da superfície articular. 
 Desbridamento artroscópico → Na experiência dos autores, são indicações precisas para 
correção das lesões parciais de meniscos, labrum e retirada de corpos livres intra-
articulares da mesma forma que para as osteoartroses de quadril. 
 Artroplastias → Na experiência dos autores, as artroplastias totais promovem acentuada 
redução na dor e melhora funcional na maioria de casos selecionados da doença. 
 Artrodeses → Indicada principalmente na dor e incapacidade funcional persistentes da 
osteoartrite de tornozelos e que não tenha melhorado com tratamento conservador 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
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9. A cirurgia do século – artroplastia total de quadril 
 A artroplastia total do quadril permanece como um dos mais bem sucedidos 
procedimentos ortopédicos. Apesar disto, a área da cirurgia do quadril continua 
enfrentando desafios constantes pelo aumento contínuo no volume de pacientes, custos 
e controvérsias a respeito da confiabilidade e performance das superfícies dos implantes. 
O procedimento tem sido indicado cada vez mais em pacientes mais jovens e ativos. Os 
resultados da artroplastia do quadril mostraram-se excelentes em pacientes mais idosos. 
Entretanto, em pacientes mais jovens (< 40 anos), as taxas de falha encontram-se entre 21 
e 28% em cinco anos. Devido ao aumento da expectativa de vida da população, espera-se 
que a cirurgia de artroplastia se torne ainda mais frequente nas próximas décadas. 
Conforme levantamento recente do IBGE, a população com 65 anos ou mais aumentará 
em pelo menos 3,7x até 2050. 
 A artroplastia total do quadril como conhecemos hoje começou na década de 1960 quando 
Charnley sugeriu uma haste femoral com cabeça em aço inox articulada com um implante 
acetabular de polietileno de alta densidade, ambos fixados ao osso com cimento de 
polimetilmetacrilato. Muitos problemas, no entanto, permanecem sem solução até hoje. 
Procura-se um modelo mecânico ideal, com melhores materiais, resistência ao desgaste e 
biocompatibilidade. Apesar da pesquisa contínua sobre os melhores materiais de 
implante, a combinação clássica de metal articulando-se com polietileno de ultra-alto peso 
molecular continua sendo a mais amplamente utilizada. 
 Novos materiais, inclusive novas ligas que compõem superfícies de metal-metal, materiais 
cerâmicos e novos polietilenos têm sido desenvolvidos e aperfeiçoados ao longo dos anos. 
Este trabalho realiza uma revisão das superfícies utilizadas em artroplastias totais de 
quadril. 
 Prótese total do quadril (artigo) 
 
 Programação para a artroplastia 
 
 Cimentação – polimetilmetacrilato (ou cimento ósseo sintético) 
❖ Digital 
❖ Retrógrado + centralizador distal 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 7: OSTEOARTRITE 
8
❖ Reparação a vácuo 
❖ Centralizador proximal 
 
 Prótese não cimentada → Fixação por osteointegração 
 
 Artroplastia total do quadril 
 
 Tribologia 
 
10. Pós operatório 
 Antibioticoprofilaxia por 48 horas 
 Carga total imediata → Início de deambulação precoce 
 Anticoagulante por 30 dias 
 Analgesia 
 Fisioterapia 
 
Referências bibliográficas 
Aula de Dr. Davi Veiga (29/03/2021) 
Coimbra, I. B., Pastor, E. H., Greve, J. M. D., Puccinelli, M. L. C., Fuller, R., Cavalcanti, F. S., ... & Honda, E. (2004). Osteoartrite (artrose): tratamento. Revista Brasileira de Reumatologia, 44(6), 450-453. 
Mele, E. (2007). Epidemiologia da osteoartrite. Veterinary focus, 17(3), 4-10. 
Rezende, M. U. D., Campos, G. C. D., & Pailo, A. F. (2013). Conceitos atuais em osteoartrite. Acta Ortopédica Brasileira, 21(2), 120-122. 
Schwartsmann, C. R., Boschin, L. C., Gonçalves, R. Z., Yépez, A. K., & Spinelli, L. D. F. (2012). Novas superfícies em artroplastia total do quadril. Revista Brasileira de Ortopedia, 47(2), 154-159.

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