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Fisioterapia Reumatologica - I

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Prévia do material em texto

Autoras: Profa. Andrea Ferian
 Profa. Sandra Aparecida Atayde
Colaboradores: Prof, Cristiano Schiavinato Baldan
 Profa. Kelly Cristina Sanches
Fisioterapia 
Reumatológica
Professoras conteudistas: Andrea Ferian / Sandra Aparecida Atayde
Andrea Ferian
Graduada em Fisioterapia pela Universidade de São Paulo (1995). Mestre em Ciências Morfofuncionais pelo 
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP, 2016). Possui aprimoramento em Neurologia 
pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP, 1997). Atualmente é 
professora adjunta da Universidade Paulista (UNIP), nos cursos de Fisioterapia e Educação Física. Ministra aulas nos 
cursos de pós-graduação da Universidade Estácio de Sá (reabilitação de lesões e doenças musculoesqueléticas) e da 
FMU (lesões e doenças musculoesqueléticas: prevenção e condicionamento físico).
Sandra Aparecida Atayde
Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Fisioterapia de Guarulhos (1999). Doutora em Ciências pela Faculdade 
de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP, 2012) e especialista em Fisiologia do Exercício também pela 
FMUSP (2002). Possui aprimoramento profissional em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia pela Faculdade de 
Medicina de São José do Rio Preto (Famerp, 2001). Participou e apresentou trabalhos nos congressos internacionais do 
American College of Rheumatology e outros congressos nacionais de Reumatologia, com pesquisas premiadas na área. 
Atualmente é docente do curso de Fisioterapia da UNIP/SP.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F356f Ferian, Andrea.
Fisioterapia Reumatológica / Andrea Ferian, Sandra Aparecida 
Atayde. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
144 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Doença inflamatória. 2. Artrite. 3. Reumatismo. I. Ferian, 
Andrea. II. Atayde, Sandra Aparecida. III. Título.
CDU 615.8
U512.99 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Unip Interativa
Profa. Dra. Cláudia Andreatini
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Auriana Malaquias
 Bruna Baldez
Sumário
Fisioterapia Reumatológica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À REUMATOLOGIA ................................................................................................................9
1.1 História da reumatologia .....................................................................................................................9
1.2 Princípios de inflamação, imunologia e aspectos farmacológicos .................................. 14
1.3 Propedêutica reumatológica ........................................................................................................... 16
1.4 Aspectos gerais da reabilitação em reumatologia .................................................................. 23
2 OSTEOARTRITE .................................................................................................................................................. 29
3 ALTERAÇÕES ÓSSEAS E SUA REABILITAÇÃO ........................................................................................ 42
3.1 Osteoporose ............................................................................................................................................ 42
3.2 Doença de Paget ................................................................................................................................... 50
3.3 Osteomalácia e raquitismo ............................................................................................................... 52
3.3.1 Raquitismo ................................................................................................................................................ 52
3.3.2 Osteomalácia ............................................................................................................................................ 54
4 FIBROMIALGIA .................................................................................................................................................. 55
Unidade II
5 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO TECIDO CONJUNTIVO ..................................................................... 66
5.1 Artrite reumatoide ............................................................................................................................... 66
5.2 Espondiloartrites (EpA) ....................................................................................................................... 80
5.2.1 Espondilite anquilosante (EA) ............................................................................................................ 81
5.2.2 Artrite psoriásica ..................................................................................................................................... 90
5.2.3 Artrite reativa (síndrome de Reiter) ................................................................................................ 94
5.3 Lúpus eritematoso sistêmico ........................................................................................................... 97
5.4 Esclerodermia .......................................................................................................................................103
5.4.1 Esclerodermia localizada ....................................................................................................................105
5.4.2 Esclerose sistêmica ...............................................................................................................................107
5.5 Dermatopolimiosite ...........................................................................................................................111
6 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DA INFÂNCIA ..........................................................................................115
6.1 Artrite idiopática juvenil .................................................................................................................115
6.2 Febre reumática ..................................................................................................................................119
7 ARTROPATIAS MICROCRISTALINAS ........................................................................................................121
7.1 Gota .........................................................................................................................................................121
7.2 Doença por deposição de cristais de pirofosfato de cálcio (PFC) ...................................125
8 REUMATISMOS REGIONAIS E SUA REABILITAÇÃO ..........................................................................127
8.1 Tendinopatias .......................................................................................................................................1278.2 Bursites ...................................................................................................................................................130
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem como objetivo proporcionar ao aluno o conhecimento clínico necessário para 
fundamentar a avaliação do paciente que possui as principais doenças reumatológicas, bem como 
elaborar a prática terapêutica, com a compreensão dos efeitos sobre o sistema musculoesquelético. 
Assim, tanto a prevenção como a reabilitação adequada tornam-se possíveis. Serão destacados os 
aspectos fisiopatológicos, incluindo processos inflamatórios e imunológicos envolvidos nas doenças 
reumatológicas mais frequentes na prática do fisioterapeuta.
Esse aprendizado será adicionado à relevância da anamnese e do exame físico dos pacientes. Através 
dessa associação, o aluno terá condições de desenvolver um raciocínio fisioterápico, sendo capaz de 
utilizar os recursos terapêuticos com as indicações e contraindicações adequadas, com o objetivo 
de prevenir ou tratar doenças reumatológicas, como gota, osteoartrite, artrite reumatoide e outras.
O conhecimento sobre a anatomia, biomecânica e fisiologia articular será necessário para a elaboração 
e execução das condutas terapêuticas adequadas aos pacientes com essas doenças.
INTRODUÇÃO
Traremos inicialmente um breve histórico da reumatologia com o objetivo de associá-lo ao 
desenvolvimento dessa especialidade em seu panorama atual, principalmente em relação às bases de 
tratamento da fisioterapia. Em seguida, serão apresentados conceitos sobre aspectos imunológicos, 
inflamatórios e farmacológicos envolvidos nas doenças reumáticas, bem como o raciocínio clínico que 
envolve a avaliação fisioterapêutica das doenças que serão exploradas neste livro-texto.
Conheceremos na sequência as diferentes condutas terapêuticas relacionadas às doenças reumáticas 
que serão estudadas. Entre elas destacaremos: as doenças inflamatórias do tecido conjuntivo, as doenças 
inflamatórias da infância, os reumatismos regionais, as alterações ósseas, as artropatias microcristalinas, 
as doenças degenerativas e a fibromialgia. Esse aprendizado teórico-prático será útil para o dia a dia da 
prática clínica do fisioterapeuta.
Ao término de cada unidade, você encontrará questões que estimularão o seu raciocínio clínico. 
Aproveite o conteúdo deste livro-texto!
9
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À REUMATOLOGIA
1.1 História da reumatologia
Ao conhecer a história da reumatologia, você poderá compreender melhor não só o desenvolvimento 
de diversas doenças, mas também as teorias que guiam seus tratamentos.
Acredita-se que os reumatismos são as doenças mais antigas do planeta. Os primeiros relatos 
do chamado reumatismo referiram-se à gota (doença inflamatória relacionada ao excesso de ácido 
úrico no sangue, que causa muita dor em articulações), enquanto outros danos articulares eram 
denominados artrite.
Pesquisas mostraram que, mesmo antes do surgimento do homem, doenças como as lesões das 
vértebras, presentes na espondilite anquilosante (EA), foram encontradas em esqueletos de dinossauros 
e outros fósseis.
Veremos a seguir alguns tópicos históricos importantes para o entendimento da abordagem atual 
das doenças reumáticas.
Civilização egípcia
O estudo das múmias, dos escritos e pinturas identificou a provável presença de algumas 
doenças reumáticas como gota, espondiloartrose e EA. Nessa época, era comum o uso externo de 
medicamentos à base de gordura ou outras substâncias, conhecidas como unguentos. Também eram 
prescritas diversas formas de calor e banhos com o objetivo de melhorar a mobilidade articular ou 
diminuir a dor. Perceba que essas formas de tratamento foram precursoras dos recursos utilizados 
atualmente na fisioterapia.
Contribuição de Hipócrates para a reumatologia
Foi graças a Hipócrates (figura 1), no período 460-377 a.C., que o reumatismo passou a ser reconhecido 
como uma doença que fazia parte do ser humano, e não mais um castigo dos deuses. A especialidade 
conhecida hoje como reumatologia inclui todos os tecidos e sistemas do corpo humano.
10
Unidade I
Figura 1 – Hipócrates
Fonte: Cecin e Ximenes (2015, p. xxxiv).
Quando não existiam exames de sangue ou radiografias, o pai da medicina utilizava apenas os olhos, 
o toque, os ouvidos, a observação e o raciocínio para elaborar os diagnósticos; daí surgiu a palavra 
clínica, originária do grego klinkus, que significa observação à beira do leito.
Hipócrates percebeu, por exemplo, que a artrite reumatoide era inibida durante a gestação. 
Tal fato permitiu associar fatores hormonais com a evolução dessa doença e isso favoreceu a 
descoberta da cortisona, medicamento com base hormonal utilizado atualmente para tratar diversas 
doenças reumatológicas.
Hipócrates também desenvolveu o conceito de humor (khymós, em grego), com o objetivo de 
explicar as doenças. Na escola de Hipócrates, fala-se em quatro humores, os quais estão relacionados 
aos líquidos produzidos pelo organismo. São eles:
• sangue;
• fleuma (muco);
• bile amarela (líquido produzido pelo fígado);
• bile negra (relacionada à presença de sangue nas fezes ou na urina ou perda de sangue pela boca).
Nessa época, a ideia era de que a saúde estava associada à harmonia desses humores, e, quando 
houvesse a falta ou o excesso deles, a doença se desenvolveria (figura 2).
11
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Líquidos corporais
Líquidos em 
harmonia
Presença de saúde
Líquidos em 
desarmonia
Presença de doença
Sangue Fleuma Bile amarela Bile negra
Figura 2 – A saúde era associada aos líquidos ou humores
Contribuição de Galeno para a reumatologia
O médico grego Galeno (130-203 d.C., figura 3) dizia que uma quantidade excessiva daqueles humores 
ou fluidos causaria o reumatismo. Essa palavra se referia à teoria dos humores, proposta por Hipócrates. 
O termo reumatologia deriva do grego rheuma, que significa “fluxo”, e logos, “conhecimento”. Mais 
precisamente seria o “estudo dos fluxos” ou “estudo dos fluidos”. Propôs, então, o tratamento para os 
desequilíbrios dos líquidos corporais. A partir desse conceito, a cura das doenças poderia acontecer com 
a retirada do humor em excesso ou defeituoso. Nesse sentido, os líquidos excedentes eram eliminados 
com a aplicação de sanguessugas (figura 4) sobre as áreas doentes, purgantes ou outros métodos. 
A teoria dos fluidos corporais direcionou a prática médica por mais de 2 mil anos.
 Saiba mais
Veja no texto a seguir a teoria dos fluidos, que guiou a medicina por 
mais de 2 mil anos e serviu de referência para as terapêuticas atuais.
REZENDE, J. M. Dos quatro humores às quatro bases. In: REZENDE, J. M. 
À sombra do Plátano: crônicas de história da medicina. São Paulo: Unifesp, 
2009a. p. 49-53.
12
Unidade I
Figura 3 – Galeno
Fonte: Cecin e Ximenes (2015, p. xxxv).
Figura 4 – Tratamento com sanguessuga
Fonte: Rezende (2009b, p. 139).
Descoberta da microscopia
Com a microscopia, a teoria dos humores começou a entrar em declínio, pois o desenvolvimento 
dessa conquista proporcionou a descoberta da estrutura celular dos seres vivos, e, desse modo, o conceito 
da doença causada pelo desequilíbrio dos líquidos corporais foi substituído pela patologia celular. Tal 
fato marcou a evolução da medicina. Todos os seres vivos, animais, plantas, bactérias e muitos vírus são 
o resultado de diferentes sequenciamentos e combinações do DNA.
13
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Exemplo de aplicação
A descoberta das bactérias, possível graças ao microscópio, permitiu direcionar o tratamento médico 
de maneira mais adequada e eficaz. Por exemplo, quando um dano articular é causado por infecção 
por bactérias, o uso de antibióticos é indicado, porém, se a origem do problema for diferente, outros 
medicamentos ou meios físicos utilizados na fisioterapia poderão ser empregados.
Reflita sobre a evolução da medicina e sua repercussão para a elaboração de diagnósticos e 
tratamentos.
Reumatologiana atualidade
As doenças reumáticas estão entre as principais causas de incapacidade e afastamento do trabalho 
em todo o mundo. Atualmente existem mais de duzentos tipos; as mais frequentes estão divididas e 
classificadas a seguir.
Quadro 1 
1. Artropatias inflamatórias crônicas
— Artrite reumatoide
— Espondiloartropatias: espondilite anquilosante; artrite psoriásica; artrite reativa; enteroartrites (ligadas a 
doenças inflamatórias intestinais); espondiloartrites indiferenciadas
2. Doenças reumáticas autoimunes sistêmicas
 — Lúpus eritematoso sistêmico
— Miopatias inflamatórias autoimunes (dermatomiosite, polimiosite, miopatias por estatinas)
— Esclerose sistêmica
— Doença mista do tecido conjuntivo
— Síndrome de Sjögren
— Síndrome antifosfolípide
— Vasculites
— Síndromes de superposição/conectivopatia indiferenciada
3. Doença articular degenerativa ou degradativa (osteoartrite)
4. Artropatias microcristalinas
— Gota
— Artropatias por pirofosfato dihidratado de cálcio, hidroxiapatita etc.
5. Doenças ósseas (osteoporose, doença de Paget, entre outras)
6. Artropatias infecciosas (virais, bacterianas, fúngicas)
7. Artropatia relacionada a infecções específicas
— Febre reumática
— Doença de Lyme/Baggio-Yoshinari 
8. Condições reumáticas relacionadas a outras doenças não reumatológicas
— Hematológicas (anemia falciforme etc.)
— Endócrinas (distúrbios da tireoide, diabetes melito etc.)
— Paraneoplasias
9. Artropatias diversas não classificadas em outras categorias
— Sarcoidose
— Amiloidose 
14
Unidade I
10. Reumatismos de partes moles
— Inflamatórios (tendinites, bursites, fascites, entesites, cistos sinoviais)
— Regionais (síndrome miofascial)
— Generalizados (fibromialgia)
— Síndromes compressivas (síndrome do túnel do carpo)
11. Doenças da coluna vertebral
Fonte: Silva (2019, p. 127).
 Observação
O Colégio Americano de Reumatologia é uma das mais importantes 
sociedades relacionadas à área e frequentemente atualiza critérios para 
diagnosticar ou classificar as doenças reumáticas.
1.2 Princípios de inflamação, imunologia e aspectos farmacológicos
O conhecimento dos mecanismos imunológicos e farmacológicos que envolvem as doenças 
reumáticas permite o entendimento do comportamento da doença e pode auxiliar o fisioterapeuta na 
elaboração de condutas mais assertivas. Nesse sentido, vale saber que a imunologia e os mecanismos 
envolvidos nos processos inflamatórios estão diretamente ligados às enfermidades reumatológicas. 
O processo inflamatório é uma das características mais evidentes dessas doenças. A imunidade inata 
atua em conjunto com a imunidade adaptativa, com o objetivo de manter a homeostase mediante um 
dano tecidual (figura 5).
Sistema imune
Imunidade inata 
(não específica)
Imunidade 
adaptativa 
(específica)
Composta 
por barreiras 
químicas e físicas 
(pele, trato 
gastrointestinal); 
quando as 
barreiras físicas 
são ultrapassadas, 
ocorre o processo 
inflamatório
Primeira linha de 
defesa capaz de 
combater 
micro-organismos
Reconhece os 
agentes agressores 
(antígenos)
Linfócitos T: 
destroem células 
infectadas e 
ativam outras 
células do 
sistema imune
Linfócitos B: 
relacionados com 
a produção de 
anticorpos
Figura 5 – Sistema imune
Nas doenças reumatológicas autoimunes ocorrem processos reacionais, e o sistema imunitário reage 
contra o próprio organismo formando autoanticorpos. Com isso, um órgão específico ou diversos órgãos 
podem ser acometidos. 
15
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
A presença desses autoanticorpos pode indicar:
• Manifestações específicas.
• Prognóstico da doença: como a doença provavelmente irá evoluir.
• Atividade da doença: se o processo inflamatório, relacionado com a resposta autoimune, está 
em atividade em determinado momento ou não. Assim, a doença pode ser monitorada.
 Observação
Conhecer a evolução da doença e saber se ela está controlada (sem 
inflamação vigente) ou em atividade (com inflamação agudizada) é 
fundamental para o fisioterapeuta. Essa informação permite estabelecer o 
programa de tratamento adequado de acordo com o quadro do paciente. Por 
exemplo, caso exista queixa articular associada a um processo autoimune 
em atividade, é importante saber se o paciente está em acompanhamento 
com o médico naquele momento, com o objetivo de controlar o dano 
causado pela doença reumatológica de base e, assim, seguir de maneira 
segura com a fisioterapia.
Farmacologia
Para que se possa acompanhar o paciente como um todo, é essencial ter uma base sobre as possíveis 
intervenções medicamentosas propostas pelo médico. Vale ressaltar que a terapêutica farmacológica 
geralmente é guiada da seguinte maneira:
• Prescrição de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (Aines) ou esteroidais de acordo 
com o caso. Os Aines ainda são a primeira linha de tratamento em algumas doenças reumáticas, 
como a EA e a artrite reativa.
• Prescrição de analgésicos quando necessário.
• Prescrição de drogas antirreumáticas modificadoras da doença (disease-modifying antirheumatic 
drugs – DMARDs), que são uma categoria de fármacos que tem ação imunossupressora, 
prevenindo a inflamação das articulações e reduzindo assim o dano articular. Alguns exemplos 
são o metotrexato (MTX), a sulfassalazina, a ciclosporina e a leflunomida.
• Prescrição de agentes biológicos, uma nova classe de medicamentos que funciona como uma 
alternativa para pacientes não responsivos aos Aines. Exemplos de agentes biológicos são os 
inibidores de TNF-alfa (fator de necrose tumoral). O TNF-alfa é uma citocina, proteína de baixo 
peso molecular, produzida em resposta a antígenos, micro-organismos e outros estímulos não 
infecciosos. Ela é capaz de regular a resposta inflamatória e imune. Muitos estudos demonstram 
16
Unidade I
que o TNF-alfa desempenha um papel crucial em alguns quadros inflamatórios. Ao bloquear 
o fator de necrose tumoral alfa, previne-se a inflamação e a destruição de tecidos e, assim, 
melhora-se o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. Alguns exemplos de agentes 
bloqueadores da ação do TNF-alfa são o etanercepte, infliximabe e adalimumabe.
Quadro 2 – Principais fármacos utilizados no tratamento de 
doenças reumáticas autoimunes e suas indicações
Medicação Indicações
Não imunossupressoras
Antimaláricos (cloroquinas) Drais (LES+), AR
Sulfassalazina AR, artrite periférica nas EAs
Imunossupressoras
Metotrexato AR, EAs, Drais
Leflunomida AR
Azatioprina Drais
Micofenolato (sódico, de mofetila) Drais
Imunobiológicos
Anti-TNFs (infliximabe, adalimumabe etc.) AR, EAs
Não anti-TFNs (abatacept, tocilizumabe, rituximabe) AR, Drais (off-label)
Agentes sintéticos dirigidos para alvos celulares de ativação
Tofacitinibe, baracitinibe AR
Legenda: Drais = doenças reumáticas autoimunes sistêmicas; LES = lúpus eritematoso 
sistêmico; EAs = espondiloartropatias; AR = artrite reumatoide; TGI = trato gastrointestinal; 
TNF = fator de necrose tumoral.
Fonte: Silva (2019, p. 131).
1.3 Propedêutica reumatológica
O diagnóstico das doenças reumáticas depende de uma boa avaliação clínica. Para o fisioterapeuta, 
é importante saber identificar e diferenciar as alterações reumatológicas de cada doença, o que permite 
elaborar um diagnóstico fisioterapêutico e um plano de tratamento mais adequado com resultados 
efetivos, ou, ainda, encaminhar o paciente para avaliação e conduta médica, quando julgar necessário.
Podemos utilizar alguns instrumentos de avaliação (quadro 3) com o objetivo de mensurar o 
comprometimento do paciente e acompanhar sua evolução. Assim, esses recursos devem ser aplicados 
antes do início da reabilitação e durante o processo de tratamento, para que possamos verificar se a 
resposta à terapia proposta é satisfatória.
17
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Quadro 3 – Instrumentos de avaliação para 
reabilitação de pacientes reumáticos
Medida Instrumento
Força muscular
Dinamômetro isocinético
Dinamômetros para preensão e para pinça
Cálculo da repetição máxima
Qualidade devida
SF-36
Opaq
FIQ
Função
HAQ
Womac
Basfi
Dash
Cochin
Roland-Morris
Escala de Berg
FFI
MHQ
Dor Escala visual e analógica
Amplitude de movimento
EPM-ROM
Goniometria
Fonte: Carvalho et al. (2019, p. 771).
 Observação
É o diagnóstico médico que possui o objetivo de identificar a doença 
específica do paciente.
Os principais componentes da avaliação médica e fisioterapêutica de um paciente reumatológico 
incluem: história clínica, exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem.
História clínica
Com o objetivo de identificar o comprometimento gerado pelas doenças reumáticas de forma 
precisa e, assim, elaborar uma proposta de tratamento com o direcionamento correto, são fundamentais 
os questionamentos:
• A doença está realmente localizada primariamente no sistema musculoesquelético?
• O comprometimento está na articulação, é periarticular ou não articular?
18
Unidade I
• O comprometimento articular é artrite (envolve inflamação) ou apenas artralgia (dor articular)?
• Qual a duração da artrite?
• Quantas articulações estão acometidas?
• Existem antecedentes patológicos (pessoais e familiares) ou comorbidades?
• Há dados de fatores ambientais?
Além desses questionamentos, é necessário lembrar que as doenças reumatológicas apresentam 
fatores de risco que podem desencadear ou agravar sua manifestação. Alguns desses fatores não 
são modificáveis, pois não se pode interferir em sua ocorrência (quadro 4), já outros são conhecidos 
como modificáveis, pois são passíveis de mudança mediante alguma intervenção (quadro 5). Desse 
modo, durante a anamnese, devemos levar em consideração essas informações.
Quadro 4 – Fatores de risco não modificáveis
Fatores de risco não modificáveis Tipo de doença que pode ser agravada ou desencadeada
Aumento da idade
Gota 
Osteoartrite
Artrite reumatoide
Osteoporose
Lombalgia
Presença de fatores genéticos
Espondilite anquilosante
Artrite reumatoide
Lúpus eritematoso sistêmico
Quadro 5 – Fatores de risco modificáveis
Fatores de risco modificáveis Tipo de doença que pode ser agravada ou desencadeada
Tabagismo Artrite reumatoide
Estrógeno e luz ultravioleta Lúpus eritematoso sistêmico
Obesidade Osteoartrite
Tabagismo atual, alta ingesta de álcool, dieta pobre em 
cálcio, sedentarismo e baixo peso Osteoporose
Agentes farmacológicos e dieta rica em purina Gota
19
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
 Observação
Perceba que o conhecimento relacionado a esses fatores ajuda a 
compor o histórico do paciente. Na prática clínica, saber sobre formas de 
interferir no curso da doença permite não só a elaboração de estratégias 
terapêuticas, mas também a orientação adequada no sentido de prevenir 
que a enfermidade se agrave.
Exame físico
Na atuação do fisioterapeuta, o sistema musculoesquelético é parte essencial do exame físico, 
portanto o conhecimento da anatomia, cinesiologia e biomecânica é fundamental. As articulações e 
estruturas periarticulares devem ser avaliadas. Um exame físico completo deve contemplar:
• Inspeção:
— marcha;
— postura;
— fácies;
— presença de deformidades;
— volume;
— contornos;
— relevos musculares.
• Palpação:
— pontos dolorosos;
— calor;
— rubor;
— inchaço;
— rigidez;
— crepitações.
20
Unidade I
 Observação
Para avaliar a temperatura articular, devemos utilizar o dorso das mãos.
• Análise da mobilidade articular:
— testagem dos movimentos ativos e passivos.
• Avaliação da força muscular.
• Testes especiais (quadro 6).
Quadro 6 – Exame físico do sistema musculoesquelético e 
manobras especiais: descrição e critérios de positividade
Segmento 
examinado Nome do teste Indicação Descrição Critério de positividade
Coluna 
cervical
Teste de 
compressão de 
Spurling
Radiculopatia 
cervical
Extensão e rotação do pescoço para o lado 
sintomático. Com a mão sobre a cabeça do 
paciente, aplica-se uma pressão axial
Reprodução ou exacerbação dos 
sintomas relatados (dor e/ou 
parestesias) ipsilateralmente à 
rotação da cabeça
Teste da distração 
cervical
Radiculopatia 
cervical
Com o paciente sentado, coloca-se uma 
mão na mandíbula e a outra no occipital. 
Faz-se então elevação da cabeça e ocorre 
redução ou desaparecimento da dor
Redução ou desaparecimento 
da dor
Teste de Adson
Síndrome do 
desfiladeiro 
torácico
Paciente sentado, inspiração profunda, 
com o membro superior em leve abdução e 
rotação externa, com extensão e rotação do 
pescoço para o lado afetado
Diminuição ou ausência do pulso 
radial
Coluna 
lombar
Teste de Schober 
modificado
Avaliar a 
diminuição da 
mobilidade 
da coluna lombar
Fazer uma marca na coluna no nível da linha 
que une as espinhas ilíacas posterossuperiores 
(L5-S1). Com o auxílio de uma fita métrica, 
fazer uma marca 10 cm acima e 5 cm abaixo 
desse ponto. Medir a distância entre as duas 
marcas após o paciente realizar a flexão 
anterior da coluna lombar
Aumento de pelo menos 5 cm na 
faixa etária de 15-34 anos e de 
pelo menos 4 cm na faixa etária 
entre 35-65 anos
Sinal de Lasègue 
(elevação da 
perna em 
extensão)
Radiculopatia 
lombossacral
Elevação passiva do membro afetado em 
extensão, flexionando a perna em nível do 
quadril com o paciente deitado em 
posição supina
Reprodução dos sintomas no 
território do nervo ciático (L4-L5 
ou L5-S1), quando a perna é 
elevada na faixa de 30-70º
Lasègue cruzado Radiculopatia lombossacral
Elevação da perna contralateral 
(não sintomática)
Reprodução dos sintomas na 
perna afetada
Sinal de Bragard 
(dorsiflexão do 
tornozelo)
Radiculopatia 
lombossacral
Sensibilização do teste de Lasègue. Após 
a elevação da perna até o ponto de dor, 
abaixar o membro até a faixa sem dor. Em 
seguida, realizar a dorsiflexão ipsilateral 
do pé
Reprodução dos sintomas na 
perna afetada
21
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Segmento 
examinado Nome do teste Indicação Descrição Critério de positividade
Ombro
Sinal de Neer 
(teste de impacto 
do ombro)
Lesão do manguito 
rotador
Elevação anterior passiva do braço em 
rotação interna. O tendão do manguito é 
pressionado contra o acrômio
Dor ou exacerbação da dor na 
topografia do manguito rotador 
do ombro afetado
Manobra de 
Hawkins (teste 
de impacto do 
ombro)
Lesão do manguito 
rotador
Ombro e cotovelo fletidos em 90º. Procede-se 
então rotação interna do braço (a grande 
tuberosidade do úmero é pressionada contra 
o ligamento coracoacromial)
Dor ou exacerbação da dor na 
topografia do manguito rotador 
do ombro afetado
Teste de Yergason 
(supinação 
resistida)
Tendinite bicipital 
(lesão do manguito 
associada)
Cotovelo fletido a 90º, com antebraço 
pronado. Paciente é solicitado a realizar 
supinação contra oposição do examinador
Dor no tendão da cabeça longa 
do bíceps
Teste de Speed Lesão do tendão do bíceps
Elevação do braço com a palma da mão 
para cima, contrarresistência Dor na corredeira bicipital
Teste de Jobe Lesão do supraespinhal
Braço abduzido no plano da escápula, em 
rotação neutra. Em seguida, rotação interna 
do ombro, pedindo ao paciente para dirigir 
o polegar em direção ao chão. Testar força 
muscular contrarresistência
Dor ou exacerbação da dor no 
ombro afetado na topografia do 
manguito rotador
Teste de Patte Lesão do infraespinhal
Braço abduzido a 90º no plano da escápula, 
com cotovelo também fletido a 90º. 
Solicita-se que o paciente faça uma rotação 
externa contrarresistência do examinador
Dor ou incapacidade de resistir à 
força imposta pelo examinador
Teste de Gerber Lesão do subescapular
Rotação interna posterior (braço colocado 
nas costas do paciente, em região lombar). 
Solicitar para o paciente afastar o dorso da 
mão, contrarresistência do examinador
Dor ou incapacidade de resistir à 
força imposta pelo examinador
Punho
Teste de Phalen Síndrome do túnel do carpo
Dorsos das mãos juntos, com os punhos 
em flexão completa e os dedos voltados 
inferiormente por 1 minuto
Parestesias em território do 
nervo mediano
Teste de Phalen 
reverso
Síndrome do túnel 
do carpo
Palmas das mãos juntas,punhos em 
extensão máxima, dedos na vertical, 
voltados superiormente
Parestesias em território do 
nervo mediano
Sinal de Tinel 
do punho
Síndrome do túnel 
do carpo
Percussão do dorso do punho em extensão, 
no nível do túnel do carpo, a partir da 
prega distal do punho
Parestesias em território do 
nervo mediano
Sacroilíacas
Teste de Patrick
(Fabere – flexão, 
abdução, 
rotação externa e 
extensão)
Lesão em 
sacroilíacas
Paciente em decúbito supino. Colocar 
o pé do membro em flexão sobre o 
joelho contralateral. Uma das mãos do 
examinador pressiona o joelho da perna 
fletida para baixo. A outra mão pressiona 
a espinha ilíaca anterossuperior (Eias) 
para baixo
Se dor em região inguinal 
da perna fletida: lesão em 
articulação ipsilateral do quadril. 
Se dor em região de nádega 
contralateral: dor em sacroilíaca
Teste de distração 
(Volkman)
Lesão em 
sacroilíacas
Paciente em decúbito supino. Examinador 
com ambas as mãos apoiadas sobre a Eias 
faz pressão para baixo, procurando “abrir” 
as cristas ilíacas
Dor em topografia de sacroilíacas
Teste de 
compressão 
(Lewin)
Lesão em 
sacroilíacas
Paciente em decúbito lateral. Examinador 
se posiciona atrás do paciente e, com as 
mãos sobre a Eias, comprime o ilíaco 
para baixo
Dor em topografia de sacroilíacas
Teste de Gaenslen Lesão em sacroilíacas
Paciente em decúbito dorsal próximo 
à borda da maca. Perna sintomática, 
próxima à borda da maca, é hiperestendida 
no quadril, com o auxílio da mão do 
examinador colocada sobre o joelho do 
paciente. A outra perna é mantida em 
dupla flexão (joelho e quadril) pelo paciente 
com assistência do examinador
Dor na sacroilíaca do membro 
em hiperextensão
Fonte: Vasconcelos et al. (2019, p. 20).
22
Unidade I
 Saiba mais
O texto a seguir serve como um guia para avaliação dos comprometimentos 
articulares e extra-articulares dos pacientes reumatológicos.
FULLER, R. Anamnese e avaliação inicial do paciente reumatológico. 
MedicinaNET, 29 set. 2008. Disponível em: https://bit.ly/3gaMoQs. Acesso 
em: 17 ago. 2021.
Os exames complementares de imagem e de laboratório auxiliam o diagnóstico reumatológico, 
porém não invalidam a importância da avaliação clínica.
Exames laboratoriais
Os exames laboratoriais mais comumente solicitados na suspeita de doença reumática autoimune 
são as pesquisas de autoanticorpos (quadro 7), entre outros.
Quadro 7 – Tipo de autoanticorpo e sua associação 
com a doença autoimune
Tipo de autoanticorpo Associação com a doença autoimune
Fator antinúcleo (FAN) Quanto mais alto o FAN, maior a possibilidade do diagnóstico de doença autoimune
Fator reumatoide (FR) Está associado à piora do prognóstico na artrite reumatoide 
Ao acompanhar pacientes com doenças reumáticas, é necessário atenção para alguns dos marcadores 
de fase aguda, importantes para avaliar a resposta inflamatória, tais como a proteína C-reativa (PCR) 
e a velocidade de hemossedimentação (VHS). Níveis elevados desses marcadores podem indicar que o 
processo inflamatório é intenso e o dano resultante da doença tenderá a aumentar.
A PCR é o biomarcador mais estudado, promove a interação entre imunidades humoral e celular. 
Está relacionado com a extensão do processo inflamatório ou da atividade clínica.
A VHS reflete o aumento da concentração plasmática de proteínas de fase aguda.
Ao pensar em um paciente com doença reumatológica que acomete a articulação, por exemplo, 
e com níveis de VHS e PCR acima dos padrões de referência, é prudente lembrar que, nesse caso, a 
queixa articular precisará necessariamente ser tratada pelo médico com o objetivo de controlar 
a inflamação articular por meio do uso de medicamento. A fisioterapia será um tratamento 
complementar nesse momento.
23
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Exames de imagem
São mais úteis quando há suspeita de artrite reumatoide ou osteoartrite, por exemplo. 
A radiografia é utilizada para identificar lesões ósseas mais tardias, enquanto a ressonância magnética 
e a ultrassonografia são mais indicadas para localizar inflamações no estágio inicial e lesões em 
partes moles.
 Lembrete
O diagnóstico deve ser resultado da associação entre a avaliação clínica 
e os exames complementares.
1.4 Aspectos gerais da reabilitação em reumatologia
Ao receber um paciente com doença reumática para a reabilitação, é importante conhecer as 
queixas mais comuns, para direcionar o processo de avaliação e, em seguida, traçar objetivos e condutas 
do tratamento de acordo com a necessidade do paciente. A perda de função em decorrência de 
acometimento musculoesquelético em pacientes reumatológicos está relacionada principalmente com 
os seguintes fatores:
• dor;
• queda;
• artrites;
• sarcopenia.
Os principais objetivos durante a reabilitação devem incluir:
• diminuição da dor;
• restauração e manutenção da função;
• prevenção de incapacidades.
As condutas para atingir os principais objetivos no tratamento contemplam:
• educação do paciente;
• proteção articular e conservação de energia;
• orientações sobre o uso de órteses;
24
Unidade I
• orientações sobre o uso de meios auxiliares de marcha;
• adaptações;
• cinesioterapia.
Vejamos a seguir alguns detalhes sobre cada uma dessas condutas.
Educação do paciente
Aplicamos esse recurso com o objetivo de auxiliar no enfrentamento da doença por meio de:
• orientações envolvendo pacientes, cuidadores e familiares;
• programas educacionais;
• conhecimento sobre os meios para conviver com a doença.
 Saiba mais
Veja um exemplo de vídeo educativo em reumatologia:
O QUE é Artrite Idiopática Juvenil? SBR, 2019. 1 vídeo (3min 50seg). 
Disponível em: https://bit.ly/3yWY40C. Acesso em: 17 ago. 2021.
Proteção articular
Durante a reabilitação, é primordial intervir de acordo com os sinais e sintomas e as condições 
do paciente. Muitas vezes, com o objetivo de permitir maior função e mobilidade, será necessário 
o fisioterapeuta:
• ajustar a intensidade ou frequência do exercício;
• evitar a sobrecarga articular dolorosa e danosa;
• dividir o trabalho entre as articulações para reduzir a sobrecarga.
 Lembrete
Devemos indicar o repouso intercalado com atividades que não piorem 
a dor, quando necessário. O repouso absoluto no leito é contraindicado.
25
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Conservação de energia
Pacientes com doenças reumáticas frequentemente apresentam diminuição da massa muscular, 
fato que, associado ao dano articular, exige um aumento do consumo de energia para manter suas 
atividades funcionais. Algumas orientações podem ser úteis para reduzir o gasto energético e facilitar 
a execução de algumas tarefas:
• deslizar objetos em vez de levantá-los;
• realizar diversas pausas para descanso durante o dia;
• não realizar uma mesma atividade por períodos longos.
Órteses
Podem ser prescritas, com o objetivo de diminuir a dor, promover estabilidade e manter a 
articulação em uma posição que facilite a função. Assim, podemos propor o uso de bengalas, talas 
para imobilização do punho ou para mão reumatoide, órteses para os joelhos (figuras 6 e 7), cintas e 
coletes para a coluna lombar.
 Observação
Ao propor o uso de meios auxiliares para a marcha, como uma bengala, 
por exemplo, é indispensável ficar atento à adaptação do paciente e ao 
gasto energético durante seu uso.
Figura 6 – Órtese para osteoartrite de joelho
Fonte: Sprouse, Mclaughlin e Harris (2018, p. 572).
26
Unidade I
Figura 7 – Órtese para tendinopatia patelar
Fonte: Sprouse, Mclaughlin e Harris (2018, p. 572).
Adaptações
O uso de algumas adaptações pode permitir ao paciente maior mobilidade ou, ainda, a realização de 
algumas atividades com menos dor e maior facilidade. As adaptações mais utilizadas são:
• corrimãos;
• engrossadores de cabos (facilitam a preensão);
• alongador para pegar objetos que ficam fora do alcance;
• alça em objetos para facilitar a pinça;
• maçanetas de portas ou torneiras de mais fácil abertura.
Meios físicos
A eletroterapia e a termoterapia apresentam poucasevidências de seus efeitos benéficos em doenças 
reumáticas em geral. O calor pode ser utilizado para promover o relaxamento muscular e diminuir 
a rigidez articular, porém devemos ter cautela, uma vez que pode haver aumento da inflamação se 
utilizado em processos agudos. A crioterapia pode ser indicada para conter a inflamação e promover 
analgesia, mas, em casos de esclerodermia, corre o risco de favorecer a isquemia, enquanto nas artrites 
gotosas pode ter o efeito de precipitar cristais na articulação.
27
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Cinesioterapia
É utilizada com o objetivo de melhorar ou manter a flexibilidade, a força muscular e o condicionamento 
aeróbico. A cinesioterapia inclui:
• Alongamento: para melhorar a flexibilidade e amplitude de movimento, os exercícios ativos são 
mais indicados, pois o paciente realiza no seu limite com menor risco de dano.
• Treinamento resistido progressivo: tem o objetivo de promover melhora da força muscular 
e reduzir o risco de quedas em idosos, por exemplo. Poderão ser utilizados pesos, elásticos, 
equipamentos mecânicos, bolas ou o próprio peso corporal. Para um treinamento resistido seguro, 
deve-se começar com intensidade leve a moderada. É recomendado de 1 a 3 séries, repouso de 
1 min a 2 min entre as séries, com 8 a 12 repetições de 2 a 3 vezes por semana. Os exercícios 
em cadeia cinética fechada são preferidos, pois têm as vantagens de distribuir a sobrecarga nas 
articulações e simular a biomecânica real (figura 8).
Figura 8 – Exercício em cadeia cinética fechada
Fonte: Skou e Roos (2019, p. 114).
• Condicionamento aeróbico: auxilia no combate à fadiga, alívio da dor, melhora da função e 
qualidade de vida, além de reduzir a atividade da doença, no caso de artropatias inflamatórias. 
O exercício aeróbico pode ser realizado por meio de atividades como caminhada, ciclismo, corrida, 
hidroginástica, dança ou natação. Ao propor o exercício aeróbico, deve-se adaptá-lo às condições 
funcionais dos pacientes. Inicialmente, realizam-se sessões curtas e com aumento gradativo da 
duração. Os exercícios aeróbicos devem ser praticados de 3 a 5 vezes na semana, com duração 
progressiva de 30 min a 60 min. A intensidade segura do exercício aeróbico pode ser realizada 
atingindo-se até 70% da frequência cardíaca máxima (220 menos a idade do paciente).
28
Unidade I
Exemplo de aplicação
Por exemplo, considere a orientação de caminhada como exercício aeróbico para um paciente de 
33 anos; a máxima frequência cardíaca a ser atingida durante o exercício será 130 bpm. Para chegar a 
esse valor, calcula-se assim:
220 – 33 = 187
187 × 70% = 130 bpm
• Hidroterapia: esse recurso permite baixo impacto articular e pode trazer melhora da força 
e da função.
Ao programar a reabilitação do paciente reumático, é necessário atentar-se ao alto risco 
cardiovascular que pode contraindicar a realização de exercícios físicos. Veja a seguir algumas dessas 
contraindicações:
• hipertensão arterial descontrolada;
• quadro febril;
• insuficiência cardíaca descontrolada;
• trombose.
Outros cuidados na prática de exercício físico incluem:
• proteção articular e posição confortável;
• respeitar os limites da dor;
• evitar a fadiga excessiva;
• evitar esportes de contato ou de alto impacto.
 Lembrete
Não se esqueça de verificar a condição clínica do paciente antes de 
prescrever qualquer exercício. A intensidade do treino precisa ser aumentada 
de maneira gradual.
29
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Vale salientar que, durante o processo de reabilitação, o ideal é que o paciente seja acompanhado 
por uma equipe multiprofissional da qual o fisioterapeuta faça parte (figura 9).
Paciente 
reumatológico
ReumatologistaAssistente social
Terapeuta ocupacionalNutricionista
FisiatraOrtopedista
PsicólogoEducador físico
Fisioterapeuta
Enfermeiro
Figura 9 – Equipe multiprofissional
2 OSTEOARTRITE
Todos já devem ter ouvido falar sobre a osteoartrose ou osteoartrite (OA), pois é a doença articular 
mais frequente, sendo a primeira causa de dor musculoesquelética. Sua prevalência no Brasil é de 16%, 
e o joelho, por ser uma região de carga, é a articulação mais acometida. Apesar de estar associada 
ao envelhecimento, é importante saber que não é uma doença degenerativa, pois ocorre devido ao 
aumento do metabolismo celular articular em resposta a uma agressão à cartilagem (CARVALHO et al., 
2019; ABRAMOFF, 2020). Nessa doença, há um desequilíbrio no processo de degradação e reparação da 
cartilagem. A sinóvia apresenta leve inflamação e a degradação da cartilagem evolui com consequente 
remodelação do osso subcondral (figura 10).
30
Unidade I
Matriz:
degradação do colágeno e 
proteoglicanos
Condrócito:
liberação de proteases e 
citocinas
Degradação da cartilagem
Estresse e outras causas
Figura 10 – Fisiopatologia da osteoartrite
Fonte: Carvalho et al. (2019, p. 260).
Os fatores relacionados à insuficiência cartilaginosa são:
• mecânicos;
• genéticos;
• hormonais;
• ósseos;
• metabólicos.
Em relação à obesidade, existem dois fatores responsáveis pelo dano articular:
• sobrecarga mecânica;
• produção de mediadores inflamatórios no tecido adiposo.
 Saiba mais
Leia o seguinte artigo:
WOJDASIEWICZ, P.; PONIATOWSKI, Ł.; SZUKIEWICZ, D. The role of 
inflammatory and anti-inflammatory cytokines in the pathogenesis 
of osteoarthritis. Mediators of Inflammation, v. 2014, 2014.
O quadro clínico é caracterizado por:
• Dor localizada mais acentuada em alguns pontos da articulação.
• Dor que piora ao movimento.
31
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
• Ausência de sinais sistêmicos inflamatórios.
• Dor acompanha limitação para rotação interna no quadril.
• Rigidez pós-repouso é incomum; quando ocorre dura menos de 30 minutos.
• Dor na fossa poplítea nos joelhos após algum tempo sentado.
• Limitações ao movimento passivo da articulação, instabilidades articulares decorrentes de 
fragilidade de ligamentos e/ou músculos, calor local, crepitações, desvio dos dedos das mãos com 
aumento de volume nas interfalangeanas distais (nódulos de Heberden, figura 11) e proximais 
(nódulos de Bouchard), deformidades como aumento de volume articular, varismo (figura 12) e 
valgismo dos joelhos, valgismo do hálux.
• Limitação nos movimentos de rotação interna e externa dos ombros.
• Associação com radiculopatias na coluna.
Figura 11 – OA de mão com a presença de nódulos de Heberden nas articulações 
interfalangeanas distais
Fonte: Moreira, Pinheiro e Marques Neto (2009, p. 200).
32
Unidade I
Figura 12 – Varismo e aumento ósseo em ambos os joelhos
Fonte: Moreira, Pinheiro e Marques Neto (2009, p. 19).
Dor na OA
Em pacientes com osteoartrite, percebe-se que a dor é uma das principais características desse 
quadro e ocorre devido a:
• Estimulação dos nociceptores dos tendões, ligamentos e osso subcondral.
• Lesões na medula óssea e sinovite.
• Ativação de vias aferentes nociceptivas medulares com alterações no processamento do nervo e 
sensibilização dos nervos periféricos e centrais.
 Observação
A dor da OA não provém da cartilagem, pois essa estrutura é 
aneural. Identificar sua causa auxilia o direcionamento da terapia para a 
redução dos sintomas.
Exames complementares
Para o fisioterapeuta, a observação da radiografia é um parâmetro importante para o prognóstico 
de ganho de amplitude de movimento, ou seja, quanto maior for a irregularidade do contorno ósseo, 
associada à diminuição do espaço articular, menor será a amplitude de movimento possível; por isso, 
muitas vezes não será viável o objetivo terapêutico de restaurar a amplitude completa devido ao 
bloqueio ósseo da articulação, típico dos casos mais avançados. Veja as radiografias a seguir típicas 
de OA (figuras 13 a 17).
33
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
A) B) 
Figura 13 – OA de joelho (A) sem carga e (B) com carga. Presença de osteófitos e diminuição do 
espaço articular mais evidente na figura à direita
Fonte: Carvalho et al. (2019, p. 89).
Figura 14 – OA avançada de quadril.Irregularidade do contorno ósseo, extensa diminuição do espaço 
articular femoroacetabular e presença de osteófitos (seta)
Fonte: Moreira, Pinheiro e Marques Neto (2009, p. 199).
34
Unidade I
Figura 15 – OA do polegar (seta)
Fonte: Moreira, Pinheiro e Marques Neto (2009, p. 201).
Figura 16 – OA da coluna cervical
Fonte: Moreira, Pinheiro e Marques Neto (2009, p. 203).
35
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
A) B) 
Figura 17 – Hálux valgo com deformidade em paciente que deambulava sem dor, e usando sapato de 
câmara anterior larga (A); radiografia mostra desalinhamento do 1º e 2º raios, subluxação do hálux, 
área de erosão óssea na face medial distal do 1º metatarsiano e discreto osteófito na extremidade 
lateral proximal da 1ª falange (B)
Fonte: Vasconcelos et al. (2019, p. 457).
 Observação
Quando os sinais radiográficos de OA são observados em indivíduos 
assintomáticos, não é caracterizado o diagnóstico da doença, não sendo 
possível afirmar que o indivíduo tenha osteoartrite.
Vamos conhecer, a seguir, as formas de tratamento.
Tratamento farmacológico
Os principais medicamentos utilizados no tratamento da osteoartrite são:
• analgésicos;
• AINH;
• antiartrósicos de ação lenta;
• medicação intra-articular (corticosteroides e ácido hialurônico).
Reabilitação
É preciso atentar-se, pois, na maioria das vezes, o paciente com OA é idoso e, desse modo, devemos 
ter cuidado com alterações que poderão estar presentes, como diabetes, hipertensão, depressão e 
ansiedade. Assim, a equipe multiprofissional é útil na abordagem desses pacientes.
36
Unidade I
A maioria dos estudos abordam o tratamento da OA dos joelhos, mas as bases do tratamento 
norteiam a reabilitação de qualquer articulação (como veremos no quadro 8 adiante). Os objetivos 
incluem alívio sintomático e melhora da mobilidade.
 Observação
O questionário de avaliação Womac é utilizado para quadril e joelho e 
pode servir como ferramenta para acompanhar a evolução do tratamento 
no que diz respeito a dor, função e rigidez articular.
Redução de peso corporal e do excesso de carga articular, atividade física e fisioterapia são a primeira 
linha de abordagem. A fisioterapia inclui o uso da eletrotermofototerapia e cinesioterapia com exercícios 
para ganho de mobilidade (figuras 18 a 21), força muscular e estabilidade articular (figuras 22 e 23).
Finalidade: aumentar a flexão 
do joelho
Técnica: deslizamento posterior da 
parte proximal da tíbia em 
decúbito dorsal
Finalidade: aumentar a flexão do joelho
Técnica: deslizamento posterior da parte 
proximal da tíbia em posição sentada
Figura 18 – Mobilização articular do quadril
Fonte: Kisner e Colby (2019, p. 170).
37
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Finalidade: distração da superfície 
superior de apoio do peso
Técnica: tração longitudinal do fêmur
Posição: decúbito dorsal com o quadril 
em posição de repouso (flexão e 
abdução de 30º, leve rotação lateral)
Finalidade: aumentar a flexão do quadril
Técnica: deslizamento posterior da parte 
proximal do fêmur
Finalidade: aumentar a extensão 
do quadril
Técnica: deslizamento anterior da 
parte proximal do fêmur 
(decúbito ventral)
Figura 19 – Mobilização articular do quadril
Fonte: Kisner e Colby (2019, p. 171).
38
Unidade I
Finalidade: aumentar a extensão 
do joelho
Técnica: deslizamento anterior da 
parte proximal da tíbia em 
decúbito ventral
Precaução: evitar a compressão da 
patela contra a mesa colocando uma 
toalha dobrada sob a parte distal 
da coxa
Finalidade: aumentar a mobilidade patelar 
para a flexão do joelho
Técnica: deslizamento inferior da patela – 
deslizamento patelar paralelo ao fêmur
Precaução: não comprimir a patela contra 
os côndilos femorais
Figura 20 – Exercícios de mobilização articular para o joelho
Fonte: Kisner e Colby (2019, p. 204).
Finalidade: aumentar a rotação medial 
do quadril
Técnica:
— Estabilizar a pelve com a palma 
da mão
— Produzir o deslizamento inferolateral 
com cinto de mobilização
— Girar medialmente o fêmur com a 
mão em volta da coxa e da canela
Finalidade: aumentar a extensão 
do quadril
Técnica: 
— Estabilizar a pelve com a palma da mão
— Produzir o deslizamento inferolateral 
com cinto de mobilização
— Flexionar o fêmur com a mão em volta 
da coxa e da canela
Figura 21 – Exercícios de mobilização articular para o joelho
Fonte: Kisner e Colby (2019, p. 20).
39
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Finalidade: fortalecer e controlar o 
quadríceps em extensão terminal 
do joelho
Técnica: resistência elástica
— Começar com o joelho em flexão de 
30º-45º
— Estender o joelho contra a 
resistência elástica
— Manter a extensão do joelho por 
vários segundos e, então, liberar 
lentamente e permitir a flexão 
do joelho
Finalidade: fortalecer e controlar o 
quadríceps em extensão terminal 
do joelho
Técnica: comprimir uma bola contra 
a parede
— Usar uma bola que ofereça resistência 
ao movimento
— Estender o joelho contra a resistência 
elástica
— Manter a extensão do joelho por vários 
segundos e, então, liberar lentamente e 
permitir a flexão do joelho
Figura 22 – Exercícios de fortalecimento para quadríceps
Fonte: Kisner e Colby (2019, p. 212).
Finalidade: desenvolver força e controle excêntricos 
e concêntricos da musculatura do joelho (apoio de 
peso bilateral progredindo para unilateral)
Técnica: miniagachamentos – apoio bilateral
— Executar agachamentos parciais mantendo a 
posição flexionada e retornando à posição em pé
— Realizar o movimento sem e, depois, com 
resistência elástica
— Enfatizar a amplitude de 0º-45º da flexão/extensão 
do joelho
Progressão: miniagachamentos – apoio unilateral
Precaução: evitar a flexão do joelho > 60º para 
minimizar as forças de cisalhamento sobre os 
ligamentos do joelho e as forças compressivas sobre 
a articulação patelofemoral
Figura 23 – Miniagachamento
Fonte: Kisner e Colby (2019, p. 213).
40
Unidade I
Quadro 8 – Medidas terapêuticas especiais nas osteoartrites
Joelhos
Instruções sobre as atividades da vida diária
- Evitar carregar objetos pesados
- Não caminhar em superfícies irregulares
- Evitar subir e descer escadas com frequência
- Evitar atividades com longa permanência em pé
- Evitar agachar-se e ajoelhar-se com frequência
- Fazer uso contralateral de bengala nas OA unilaterais
- Utilizar muleta ou andador nas OA bilaterais
- Adotar emagrecimento (preventivo nos pacientes predispostos, joelho varo ou valgo, e obrigatório nos 
casos já instalados)
- Fazer exercícios (principalmente isométricos para os quadríceps)
- Evitar evolução para joelhos em flexão
- Usar órteses nos casos de joelhos instáveis
- Aplicar gelo, não calor, se houver sinovite
- Fazer infiltração com corticosteroide nas sinovites refratárias (triancinolona hexacetonida)
- No tratamento, utilizar correntes elétricas analgésicas, por exemplo, Tens
Recomendam-se a seguintes intervenções ortopédico-cirúrgicas de acordo com o caso
- Irrigação salina (tidal irrigation ou irrigação percutânea)
- Desbridamento artroscópico
- Osteotomia tibial (varo) ou femoral (valgo)
- Artroplastia total
- Artrodese (excepcionalmente)
Mãos
Nódulos de Heberden e Bouchard
- Usar proteção articular
- Evitar atividades de maior carga ou prolongadas (profissionais ou domésticas)
- Fazer banhos de contraste térmico
- Usar parafina
- Usar creme à base de capsaicina 0,025%
- Utilizar luvas de borracha (com ou sem aplicação de Aine tópico)
- Cirurgia ortopédica é pouco indicada, porém as mais recomendadas seriam: artrodeses nos nódulos de 
Heberden e artroplastias nos nódulos de Bouchard
Rizartrose (osteoartrite carpometacarpal do 1º dedo)
- Evitar atividades traumatizantes, como crochê e tricô
- Imobilizar
- Fazer infiltração com corticoide
- Cirurgia ortopédica é mais adotada do que em casos com nódulos; as mais recomendadas são: 
artroplastia e artrodese
41
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Coxofemoral
Instruções sobre as atividades da vida diária
- Evitar carregar objetos pesados
- Nãocaminhar em superfícies irregulares
- Evitar subir e descer escadas constantemente
- Evitar atividades com longa permanência em pé
- Fazer uso contralateral de bengalas nas OA unilaterais
- Usar muleta ou andador nas OA bilaterais
- Em obesos, adotar medidas para emagrecimento
- Fazer exercícios que evitem predomínio dos adutores
- Manter repouso em decúbito ventral para prevenir contratura em flexão
- Não indicar infiltrações com corticosteroide, pois são de pouca valia
- No tratamento, utilizar correntes elétricas analgésicas, por exemplo, Tens
- Utilizar calor na musculatura-satélite para relaxamento muscular
Recomendam-se intervenções ortopédico-cirúrgicas de acordo com o caso
- Osteotomias intertrocantéricas
- Artroplastia total
- Artrodese apenas em casos excepcionais
Periféricas
Pés
- Compensar defeitos posturais com palmilhas
- Usar sapatos adequados e confortáveis
- Fazer infiltrações com corticosteroides
- Indicar cirurgia só em casos excepcionais
Temporomandibular
- Fazer infiltrações com corticosteroides
- Tratar maloclusão dentária
Acromioclavicular
- Fazer infiltrações com corticosteroides
- Em casos persistentes, ressecar extremidade distal da clavícula
Centrais
Coluna cervical
- Evitar posições que forcem o pescoço nas atividades da vida diária
- Imobilizar nas crises agudas (métodos caseiros, colares)
- Adotar tração precedida de calor em casos selecionados
- No tratamento, utilizar correntes elétricas analgésicas, por exemplo, Tens
- Fazer uso de calor e massagem relaxante
- Fazer exercícios para manter a mobilidade (fora das crises)
- Fazer cirurgias em casos especiais de compressão radicular resistente ao tratamento clínico e com 
comprometimento medular
42
Unidade I
Centrais
Coluna dorsal
- Usar calor (ondas curtas)
- No tratamento, utilizar correntes elétricas analgésicas, por exemplo, Tens
- Fazer massagens relaxantes
Coluna lombar
- Evitar funções e posições incompatíveis nas atividades da vida diária
- Utilizar calor sob diferentes formas (ondas curtas, forno de Bier etc.)
- Fazer massagem sedativa e usar relaxante muscular
- Manter repouso nas fases agudas
- Usar lombostato após a crise aguda em casos selecionados e por tempo limitado
- Fazer exercícios para glúteos, abdominais e eretores da coluna para dar maior estabilidade à coluna e 
prevenir crises
- Fazer cirurgia em casos especiais de compressão radicular e estenose do canal
Fonte: Carvalho et al. (2019, p. 271).
 Observação
Diante de quadros dolorosos, os exercícios devem ser adaptados à 
restrição de amplitude de movimento e até mesmo de carga.
3 ALTERAÇÕES ÓSSEAS E SUA REABILITAÇÃO
3.1 Osteoporose
Osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto, caracterizada pela diminuição da massa óssea 
e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando a uma fragilidade óssea e ao aumento do 
risco de fraturas.
Os ossos são um tipo de tecido conjuntivo extremamente denso, constituídos principalmente de 
fibras de colágeno impregnadas com cristais de fosfato de cálcio, entre outros elementos, como água. 
Apesar de serem uma das estruturas mais duras no corpo, os ossos mantêm certa elasticidade devido a 
sua estrutura e propriedades de seus componentes.
A massa óssea é continuamente renovada através de um processo denominado remodelamento. 
Os osteoclastos são as células responsáveis pela reabsorção óssea, enquanto os osteoblastos são as células 
responsáveis pela deposição de nova matriz. No esqueleto adulto normal, a quantidade de osso secretada 
pelos osteoblastos corresponde exatamente à mesma quantidade de osso reabsorvido pelos osteoclastos, 
ou seja, a produção e reabsorção são equilibradas. Esse ciclo acoplado de formação e reabsorção é vital 
para manter a integridade do esqueleto. Qualquer desequilíbrio no ciclo de remodelamento pode gerar 
alterações na massa óssea (ganho ou perda).
43
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Fase de repouso
Mineralização Reabsorção pelos 
osteoclastos
Osteoclastos
Osteoblastos
Formação
Reversão
Figura 24 – Processo de remodelamento: o osso antigo é substituído por novo. A reabsorção e 
formação são equivalentes nesse processo
Adaptada de: Klippel (2008, p. 586).
Muitos fatores podem interferir no remodelamento e afetar a atividade osteoblástica e osteoclástica, 
como estímulos hormonais, estímulo mecânico, oferta de nutrientes e alguns fármacos. A deficiência 
de estrogênio que ocorre após a menopausa, por exemplo, leva a uma maior formação e ativação de 
osteoclastos, levando à perda óssea.
A perda de massa óssea inicia-se entre 30 e 50 anos de idade em homens e mulheres. No entanto, 
a osteoporose não está relacionada apenas à idade. Um indivíduo que não atinge o valor ótimo (pico) 
de massa óssea durante a infância e adolescência pode ficar mais propenso a desenvolver osteoporose 
durante o envelhecimento. Esse pico de massa óssea depende de aporte calórico, da ingestão adequada 
de cálcio e vitamina D, da função menstrual normal e do nível de atividade física.
44
Unidade I
1.500
1.000
500
0
0 20 40 60 80 100
Perda óssea relacionada com a idade
Pico de massa óssea
Feminino
Masculino
Massa óssea 
(g/Ca)
Idade (anos)
Figura 25 – Pico de massa óssea e perda óssea relacionada ao envelhecimento 
no sexo feminino e masculino
Adaptada de: Vasconcelos et al. (2019, p. 488).
A osteoporose pode ser classificada como primária ou secundária. Vamos a elas.
A osteoporose primária geralmente está relacionada ao envelhecimento, como a menopausa em 
mulheres, e ocorre mais tarde na vida dos homens. Pode ser subdividida em:
• Osteoporose pós-menopausa – ou tipo I: os esteroides sexuais possuem um papel protetor do 
metabolismo ósseo. O estrogênio inibe a formação e a atividade osteoclástica. Na mulher, durante 
o climatério, a insuficiência funcional ovariana e a diminuição dos níveis de estrogênio levam à 
aceleração da perda óssea, sobretudo nos primeiros 5 a 10 anos após a menopausa. Por isso, ela é 
considerada o principal fator de risco para osteoporose. Quanto mais cedo a menopausa ocorrer, 
maior é o risco.
• Osteoporose senil (relacionada com a idade do indivíduo) – ou tipo II: com o envelhecimento, 
ocorre redução da exposição solar (que diminui a produção de vitamina D), nutrição inadequada, 
imobilismo, deficiências hormonais próprias da idade e insuficiência renal relativa. Assim, o 
paratormônio é produzido de forma compensatória em resposta às baixas concentrações de cálcio 
no sangue. Ele estimula a atividade osteoclástica e reabsorção óssea para disponibilizar cálcio no 
sangue e evitar a hipocalcemia.
Já a osteoporose secundária é decorrente de uma série de condições patológicas, como osteomalácia, 
hiperparatireoidismo ou hipertireoidismo, diabetes melito, excesso de glicocorticosteroides, menopausa 
cirúrgica (retirada dos ovários), insuficiência renal, neoplasias etc.
Alguns fatores podem aumentar o risco para a perda de massa óssea, e, por isso, indivíduos que se 
encaixem nesses critérios devem ser acompanhados e investigados mais de perto. O quadro a seguir lista 
esses fatores de risco, que estão divididos em modificáveis e não modificáveis.
45
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Quadro 9 – Fatores de risco para o desenvolvimento de osteoporose
Fatores de risco não modificáveis Fatores de risco modificáveis
Sexo feminino Tabagismo atual
Raça caucasiana Etilismo (≥ 3 doses/dia)
Menopausa Baixa ingesta de cálcio na dieta
Idade > 60 anos Sedentarismo
História familiar de osteoporose/fratura Baixo peso (< 58 kg ou IMC < 19 kg/m²)
Adaptado de: Vasconcelos et al. (2019, p. 489).
A osteoporose é um problema de saúde pública, dada sua importante relação com fraturas, 
incapacidade e morte. É uma doença progressiva e silenciosa que pode evoluir durante muitos anos sem 
qualquer sintoma, a não ser que ocorra uma fratura. As fraturas mais comuns na osteoporose são por 
compressão vertebral, do punho e da extremidade proximal do fêmur.
A manifestação clínica de uma fratura do corpo vertebral,por compressão, será dor na região 
toracolombar, que piora com o caminhar e a movimentação, porém melhora no repouso. Entretanto, 
muitas vezes, as fraturas vertebrais poderão ser completamente assintomáticas, sendo a queixa do 
paciente a diminuição de sua altura e a presença de uma deformidade vertebral (cifose).
Já as fraturas de quadril decorrem de quedas, podendo ser localizadas em colo ou em região 
transtrocantérica, esta mais comum em indivíduos mais idosos. A fratura do fêmur proximal é a mais 
grave e está associada a altas taxas de morbidade e mortalidade. As complicações são inúmeras, desde 
deformidade, imobilidade, hospitalização, complicações pulmonares e institucionalização, até morte. 
A internação por uma fratura aumenta o risco de novas hospitalizações. A sobrevida após 5 anos é de 
cerca de 80% do esperado para a idade, e a maioria das mortes ocorre nos primeiros 6 meses após a 
fratura. As fraturas do terço distal do antebraço são causadas por queda sobre a mão.
T11T11
T12T12
L1L1
L2L2
L3L3
Figura 26 – Fraturas vertebrais graves em T12, L2 e L3 e moderadas em T11 e L1
Fonte: Carvalho et al. (2019, p. 310).
46
Unidade I
O diagnóstico da osteoporose é baseado na densitometria óssea (Dexa: densitometria de dupla 
energia baseada em raios X). Até o advento da densitometria óssea, o diagnóstico era feito quando 
já havia ocorrido uma fratura. A resistência óssea é determinada em 70% pela densidade mineral 
óssea (DMO), sendo, portanto, sua mensuração essencial para o diagnóstico de fragilidade óssea. 
O método é preciso, não invasivo, rápido e seguro. Os critérios diagnósticos propostos pela OMS (1994) 
baseiam-se na medida da DMO, geralmente do quadril e da coluna (a DMO reflete a quantificação de 
mineral numa área do esqueleto, expressa em gramas por área ou volume medidos). O valor obtido 
é então comparado com o indivíduo normal adulto, que está no pico da massa óssea. Osteoporose é 
definida como massa óssea situada 2,5 ou mais desvios-padrão (DP) abaixo da média para o adulto 
jovem; e baixa massa óssea ou osteopenia é definida como DMO entre -1 e -2,5 desvios-padrão 
abaixo da média para o adulto jovem. A medida da densidade óssea, quando expressa como unidade 
de desvio-padrão a partir da média para o adulto jovem, é chamada de T-score.
Tabela 1 – Classificação densitométrica de acordo com a OMS
Diagnóstico T-score (em DP)
Normal ≥ - 1,0
Osteopenia ≤ - 1,1 e > - 2,5
Osteoporose ≤ - 2,5
Osteoporose estabelecida ou grave ≤ - 2,5 associado a fratura
Fonte: Vasconcelos et al. (2019, p. 490).
Quando a densitometria é realizada em mulheres na pré-menopausa e em homens jovens, utiliza-se 
o Z-score, que compara a densidade óssea à curva de mesma idade e sexo. Nessa população mais jovem, 
atribui-se o diagnóstico de “baixa massa óssea para a idade” quando o Z-score é menor que -2 DP.
As indicações para a realização da densitometria óssea são:
• mulheres com 65 anos de idade ou mais;
• homens com 70 anos de idade ou mais;
• mulheres com deficiência de estrogênios com menos de 45 anos de idade;
• indivíduos que tenham sofrido fratura por trauma mínimo ou atraumática;
• indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais;
• indivíduos que apresentem perda de estatura (maior que 2,5 cm) ou hipercifose torácica;
• indivíduos em uso de corticosteroides por 3 meses ou mais (doses maiores que 5 mg de prednisona);
47
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
• mulheres com IMC baixo (< 19 kg/m2);
• pessoas com doenças ou uso de medicações associadas à perda de massa óssea.
 Observação
Deve-se monitorar a eficácia do tratamento.
Tratamento
A principal forma de tratamento da osteoporose é a prevenção. São elementos fundamentais 
otimizar o pico de massa óssea e prevenir a reabsorção pós-menopausa.
Crianças, adolescentes e adultos jovens devem ser orientados quanto à necessidade de nutrição 
adequada, prática constante de exercícios físicos e adequada ingestão de cálcio e de vitamina D.
A reversão da osteoporose estabelecida não é possível até o momento. Entretanto, a intervenção 
clínica precoce poderá prevenir a doença na maior parte dos indivíduos e a intervenção clínica tardia 
poderá alterar a progressão do quadro osteoporótico já estabelecido, evitando fraturas.
Tratamento farmacológico
A seguir, vamos conhecer os tipos de tratamento farmacológico.
• Terapia de reposição hormonal: a terapia com estrogênio na pós-menopausa está 
associada à redução de cerca de 30% a 50% nas fraturas do quadril relacionadas à doença e 
de aproximadamente 90% no risco de fraturas vertebrais. Essa reposição hormonal também 
é aprovada como método de prevenção da osteoporose. É uma opção que deve ter seus riscos e 
benefícios discutidos entre a paciente e seu médico ginecologista.
• Agentes antirreabsorção do tecido ósseo: são drogas que inibem a atividade osteoclástica e 
são especialmente úteis para os pacientes nas fases de rápida remodelação óssea da doença. São 
exemplos: calcitonina e bisfosfonatos (por exemplo, alendronato, risedronato).
• Agentes estimuladores da formação óssea: o fluoreto de sódio e o paratormônio (teriparatida) 
são drogas capazes de estimular a formação, causando assim aumento importante na massa 
óssea, em detrimento da reabsorção do tecido ósseo. O paratormônio, quando administrado de 
forma intermitente e em baixas doses, é um potente estimulador da formação osteoblástica 
do tecido ósseo. A principal indicação do paratormônio é para o paciente com osteoporose grave 
e que apresente fratura osteoporótica.
48
Unidade I
 Lembrete
Haverá necessidade de tratamento específico da doença de base quando 
a osteoporose for do tipo secundário.
Reabilitação
Uma das principais formas de tratamento não farmacológico é a redução dos fatores de risco 
modificáveis, como mudanças no estilo de vida: parar de fumar, limitar o consumo de álcool, adotar 
dieta adequada e realizar atividade física. A ingestão de álcool e tabaco é prejudicial para o esqueleto, 
bem como para a saúde em geral.
• Suplementação: o envelhecimento pode levar à insuficiência de proteínas, cálcio e vitamina D. 
O esqueleto contém 99% de reservas corporais de cálcio. Quando o fornecimento exógeno é 
inadequado, o tecido ósseo é reabsorvido para manter calcemia (nível de cálcio no sangue). Por 
isso, a suplementação de cálcio e vitamina D pode ser necessária. A vitamina D é sintetizada na 
pele pela ação dos raios solares ultravioleta e sofre transformações no fígado e rins para tornar-se 
ativa. Ela favorece a absorção intestinal do cálcio. Na deficiência de vitamina D, a suplementação 
pode aumentar a massa óssea e diminuir os riscos de fraturas.
• Prevenção de quedas: a fratura é o pior desfecho de um episódio de queda. As quedas ocorrem 
em decorrência da associação de diversos fatores de risco e situações ambientais, dos quais muitos 
podem ser corrigidos. Pacientes com risco de uma primeira fratura ou de nova fratura devem ser 
identificados como prioridade para integrar um programa de prevenção de quedas. As intervenções 
para a prevenção de quedas incluem exercício físico regular (para melhorar o equilíbrio, a força 
muscular e as respostas protetoras em caso de desestabilização), suplementação de vitamina D, 
retirada gradual de psicotrópicos, correção da baixa acuidade visual, uso de sapatos fechados e 
com sola de borracha, e adequação do cenário em que o idoso vive (instalação de corrimãos em 
escadas e banheiros, ambientes com iluminação adequada, evitar pisos molhados ou encerados e 
retirar tapetes soltos no chão).
• Atividade física e exercícios: um dos fatores que interferem diretamente na massa óssea são as 
cargas compressivas a que o esqueleto é submetido. Portanto, exercícios com descarga de peso 
são os mais indicados, como caminhada, dança e musculação leve. Eles estimulam a atividade 
osteoblástica e previnem a reabsorção.
49
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Figura 27 – Exercícios de fortalecimento leve usando sistema de poliasAdaptada de: Brody e Hall (2019, p. 90).
Poucos sistemas de polias fornecem estabilização, como bancos, portanto há necessidade de maior 
estabilização dinâmica do tronco da pessoa que realiza o exercício (o que pode ser positivo). Porém, 
cadeiras e bancos podem ser configurados de modo a fornecer apoio para pacientes que necessitem.
Além disso, exercícios de fortalecimento muscular e propriocepção ajudam a melhorar o padrão de 
marcha, o equilíbrio e os reflexos, o que minimiza o risco de quedas e possíveis fraturas associadas.
Os pacientes com alto risco para fratura vertebral devem evitar flexão anterior da coluna vertebral, 
como levantar uma carga ou pegar um objeto do chão. Nesse sentido, atividades como boliche e yoga 
devem ser evitadas, assim como atividades e exercícios de alto impacto que exigem torção rápida ou 
ações explosivas ou abruptas (por exemplo, golfe e esportes de raquete) e extensão da coluna vertebral.
A) B) 
Figura 28 – Atividades de equilíbrio em bola suíça: sempre com supervisão do fisioterapeuta
Adaptada de: Brody e Hall (2019, p. 1940).
50
Unidade I
No sentido de incorporar outros fatores de risco para predição de fratura independentemente da 
densidade mineral óssea, o Centro para Doenças Osteometabólicas, colaborador da OMS, desenvolveu 
em 2008 a ferramenta Fracture Risk Assessment Tool (Frax), que permite calcular o risco de fratura para 
os próximos 10 anos. No modelo Frax, o risco de fratura é calculado para mulheres e homens entre 
as idades de 40 e 90 anos considerando dados como peso, altura, fraturas prévias, tabagismo, uso de 
glicocorticoides e álcool, entre outros.
 Saiba mais
Pode-se acessar a ferramenta Frax no site a seguir.
FRACTURE Risk Assessment Tool. University of Sheffield, [s.d.]. Disponível 
em: https://bit.ly/3AU4rCg. Acesso em: 18 ago. 2021.
3.2 Doença de Paget
A doença de Paget, ou osteíte deformante, é uma desordem crônica do esqueleto adulto 
caracterizada por aumento na reabsorção e deposição de osso. Os osteoclastos são maiores e em maior 
número, e por isso há reabsorção óssea exagerada (fase osteolítica). Em resposta, há intensificação da 
atividade osteoblástica para deposição de novo osso (fase esclerótica). Essa aceleração no processo 
de remodelamento resulta na deposição de uma matriz óssea aumentada, porém desorganizada e 
enfraquecida, entremeada com áreas de fibrose, o que deixa o osso mais suscetível a fraturas. A doença 
pode afetar só um osso, mas geralmente acomete mais de um. Os ossos mais comumente afetados são: 
fêmur, tíbia, úmero, clavícula, vértebras e ossos da pelve e crânio.
Sua etiologia ainda é desconhecida, mas há forte componente genético com prevalência familiar. Há 
também evidências de um gatilho viral no seu desencadeamento (família do paramixovírus). Acomete 
mais homens que mulheres, em uma proporção 2:1, e sua frequência aumenta com a idade. A doença 
de Paget é mais comum na Europa, principalmente no Reino Unido e em países de colonização inglesa, 
como Estados Unidos e Austrália. É rara na África e na Ásia. No Brasil, a maior parte dos casos acontecem 
em Recife (provavelmente em decorrência dos ancestrais holandeses) e Florianópolis.
Os sintomas são variáveis, dependendo do acometimento dos ossos afetados, mas basicamente 
podem ocorrer alargamento ósseo, deformidade e dor. O aumento ósseo contribui para a dor à medida 
que pode causar compressão nervosa e contribuir para o desenvolvimento de osteoartrite secundária. 
Quando os ossos do crânio são acometidos, pode haver perda auditiva (invasão da cóclea), dor de 
cabeça e tontura. As vértebras podem crescer, enfraquecer, fraturar e comprimir nervos, resultando em 
sintomas como dor, parestesias e paresias.
O diagnóstico é geralmente descoberto quando radiografias e exames laboratoriais são realizados 
por outras razões. A fosfatase alcalina, marcador de remodelação óssea, é o indicador mais sensível. Na 
radiografia convencional a fase osteolítica evidencia-se como uma área osteoporótica localizada. Em 
uma fase mais tardia, observa-se aumento no tamanho do osso e esclerose medular.
51
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
Figura 29 – Radiografia de quadril anteroposterior, evidenciando áreas de esclerose entremeadas por 
lesões osteolíticas em ilíaco, predominantemente à direita
Adaptada de: Vasconcelos et al. (2019, p. 471).
Tratamento
De maneira geral, a doença de Paget tem progressão lenta e, se o diagnóstico e tratamento forem 
precoces, o prognóstico é favorável.
Tratamento farmacológico
O objetivo é suprimir a alta taxa de reabsorção óssea, e os bisfosfanatos são os fármacos prescritos. 
A fosfatase alcalina é usada para monitorar a resposta terapêutica, sendo considerada a remissão da 
doença quando ela está normalizada.
Analgésicos e Aines podem ser usados para controle da dor óssea.
Reabilitação
O repouso deve ser evitado, para evitar agravamento da osteoporose.
Muitas vezes, cirurgias ortopédicas são necessárias para o tratamento de fraturas decorrentes da 
doença ou para corrigir deformidades (como as osteotomias de fêmur ou tíbia). Artroplastias de quadril 
e joelho também são uma possibilidade em caso de osteoartrite secundária. Cirurgias da coluna, como 
laminectomia, podem ser realizadas em caso de compressão medular ou estenose.
52
Unidade I
Em casos de intervenções cirúrgicas, o fisioterapeuta tem papel fundamental no pós-operatório, 
atendendo às necessidades específicas de cada procedimento ortopédico e sua reabilitação. No entanto, 
infelizmente, não existem estudos específicos que investiguem o efeito da fisioterapia, da terapia 
ocupacional ou de outras abordagens não farmacológicas na doença de Paget.
3.3 Osteomalácia e raquitismo
Osteomalácia é uma doença caracterizada por um defeito na mineralização da matriz óssea em 
indivíduos adultos.
Raquitismo é uma doença que se caracteriza por defeito de mineralização e maturação das 
células cartilaginosas nas placas de crescimento em crianças e adolescentes. O raquitismo também 
está associado à osteomalácia, isto é, além do comprometimento da placa de crescimento, também há 
comprometimento da matriz óssea.
Tanto a osteomalácia como o raquitismo levam à fragilidade do esqueleto, que se torna mais 
suscetível a deformidades e fraturas.
O comprometimento na mineralização óssea presente na patogênese dessas duas doenças está 
relacionado à deficiência de cálcio e/ou fósforo, que pode ser provocada por várias razões:
• Carência nutricional: deficiência de vitamina D, cálcio ou fósforo.
• Fatores genéticos e hereditários: mutações nos genes que codificam proteínas envolvidas no 
metabolismo da vitamina D ou na homeostase do fósforo.
• Causas adquiridas: alterações na absorção (doenças intestinais) ou no metabolismo (como 
consequência de doenças do fígado) da vitamina D e doenças nos túbulos renais que favorecem 
a perda de minerais.
 Observação
A deficiência grave de vitamina D causa má absorção dietética de cálcio 
e fósforo, hiperparatireoidismo secundário e mineralização óssea defeituosa. 
A luz solar é o principal contribuinte para os níveis de vitamina D, já que a 
dieta normalmente apresenta conteúdo reduzido dessa vitamina.
3.3.1 Raquitismo
O raquitismo por deficiência nutricional é o tipo mais comum em todo o mundo. Apesar de poder ser 
causado por deficiência de fósforo, geralmente é causado por níveis baixos de cálcio como consequência 
de sua baixa ingestão na dieta ou por deficiência de vitamina D (também por dieta insuficiente ou baixa 
exposição a luz do sol, a qual é necessária para ativá-la).
53
FISIOTERAPIA REUMATOLÓGICA
O raquitismo foi muito prevalente em crianças no final do século XIX e início do século XX na 
Europa e América do Norte. No entanto, após a descoberta do óleo de fígado de bacalhau (rico em 
vitamina D) e do papel da irradiação ultravioleta na formação da vitamina D na pele, o raquitismo 
por deficiência nutricional foi praticamente erradicado em muitos países. Mas, apesar desse sucesso, 
sua prevalência

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