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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MERCADO DE CAPITAIS
MARÍLIA MENDES RANGEL
FEAD
Belo Horizonte
2012
Todos os direitos reservados ao 
Sistema Integrado de Ensino de Minas Gerais – SIEMG
Rua Cláudio Manoel, 1.162 – Savassi – Belo Horizonte – MG
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou 
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, seja ele eletrônico, 
mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização do SIEMG.
Atenção: pode acontecer de algum desses sites indicados não estar mais 
disponível devido ao dinamismo que caracteriza essa fonte de informação.
R196m Rangel, Marília Mendes
Mercado de Capitais / Marília Mendes Rangel
Belo Horizonte: FEAD, 2012.
186p.
ISBN: 978-85-8034-056-3
I Título 1- Mercado de Capitais 2- Política Monetária 
3- Bolsa de Valores
CDU: 336.76
Publicado por FEAD
Copyright©2011 FEAD
Diretoria Geral
José Roberto Franco Tavares Paes
Capa
Anna Ostroumova-Lebedeva - Amsterdam (detalhe)
A Faculdade FEAD apresenta novo projeto, fundamentado 
em aspectos metodológicos da auto-aprendizagem, e inaugura 
os cursos de graduação na modalidade a distância.
Estudar na modalidade a distância é adquirir, além de 
conhecimento do conteúdo apresentado, competências 
hoje exigidas no campo profissional e pessoal: autonomia, 
interação, determinação, gerenciamento da própria formação 
e atualização continuada.
A Instituição que se propõe formar empreendedores 
apresenta atitude inovadora e ensina pelo próprio exemplo. 
O projeto FEAD de Educação a Distância vem sendo 
desenvolvido desde 2004 e, agora, torna-se realidade.
Buscar atingir a meta da qualidade em todos os projetos 
educacionais é o que move a comunidade FEAD. Projeto de 
muitas mãos e mentes, trabalho conjunto de professores, 
coordenadores, funcionários, empresas parceiras e direção, 
na busca de produzir o que há de consubstancial em 
aprendizagem na modalidade a distância.
Sinta-se, em definitivo, participante e construtor deste novo 
tempo. Faça parte do seu mundo. Bem-vindo ao século XXI!
Professor José Roberto Franco Tavares Paes 
Direção-Geral
Meu nome é Marília Mendes Rangel. Sou 
contadora e investidora, graduada pela UFMG 
(Universidade Federal de Minas Gerais).
Gosto de estudar o mercado de capitais e estar 
atenta às questões que envolvem a economia de 
uma forma geral, observando o comportamento 
das empresas, famílias e governo. Isso permite 
a compreensão da dinâmica econômica em que 
estamos inseridos, contribuindo para nossa melhor 
atuação nos mercados.
Fui monitora de contabilidade comercial na 
UFMG e participei de pesquisas sobre causas de 
falência de empresas. Trabalho no Ensino a Distância da FEAD desde 2009.
Elaborei esse material com muito cuidado para levar a você, caro aluno, 
um conhecimento sistêmico do capital na economia. Assim, você terá bons 
instrumentos para compreender o funcionamento dos mercados e ser um agente 
com atuação cada vez mais inteligente na busca de bons resultados.
Marília Mendes Rangel
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Sumário
Unidade 01
AULA 1 INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL ............................................................................................................... 9
AULA 2 INFLAÇÃO ............................................................................................................................................................................ 15
AULA 3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA ................................................................................................................................ 21
AULA 4 PRINCIPAIS ASPECTOS DA MOEDA ................................................................................................................................. 27
AULA 5 MEIOS DE PAGAMENTO E AGREGADOS MONETÁRIOS ............................................................................................... 33
AULA 6 POLÍTICAS ECONÔMICAS ................................................................................................................................................. 37
AULA 7 INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA: POLÍTICA MONETÁRIA ........................................................................ 45
AULA 8 TAXA DE JUROS ................................................................................................................................................................. 53
AULA 9 JUROS REAL E JUROS NOMINAL .................................................................................................................................... 59
AULA 10 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA ................................................................................................................... 65
AULA 11 POLÍTICA FISCAL ................................................................................................................................................................ 71
AULA 12 POLÍTICA CAMBIAL ............................................................................................................................................................ 77
AULA 13 BALANÇO DE PAGAMENTOS ........................................................................................................................................... 83
AULA 14 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ........................................................................................................................................ 87
AULA 15 INTERMEDIAÇÂO FINANCEIRA E AGENTES ECONÔMICOS ........................................................................................ 93
AULA 16 REVISÃO GERAL ................................................................................................................................................................ 97
Unidade 02
AULA 17 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .................................................................................................................................103
AULA 18 MERCADO FINANCEIRO ..................................................................................................................................................109
AULA 19 PARTICIPANTES E INDICADORES DO MERCADO FINANCEIRO ................................................................................ 115
AULA 20 ATIVOS ...............................................................................................................................................................................121
AULA 21 COMERCIALIZAÇÃO DE ATIVOS ....................................................................................................................................127
AULA 22 COMPANHIA ABERTA E BMF&BOVESPA ......................................................................................................................133
AULA 23 IMPORTÂNCIA DA BOLSA DE VALORES .......................................................................................................................143
AULA 24 ATIVOS DE RENDA VARIÁVEL ........................................................................................................................................147
Unidade 03
AULA 25 A VIABILIDADE DOS INVESTIMENTOS ..........................................................................................................................153
AULA 26 TIPOS DE INVESTIMENTOS .............................................................................................................................................157
AULA 27 DERIVATIVOS ....................................................................................................................................................................163
AULA 28 MERCADO FINANCEIRO E A CONJUNTURA ATUAL ....................................................................................................169
AULA 29 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS EMPRESAS ...............................................................................................175
Revisão da Unidade 02 e 03
AULA 30 REVISÃO ............................................................................................................................................................................181Objetivo
•	 Introduzir	conceitos	básicos	de	economia	
monetária, permitindo a compreensão de 
termos e expressões utilizados.
AULA 1
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
MERCADO DE CAPITAIS
ELEMENTOS DA ECONOMIA MONETÁRIA
Unidade 01
MERCADO DE CAPITAIS
10
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade, trataremos dos principais elementos 
que compõem a economia monetária: aspectos gerais 
macroeconômicos, inflação, evolução da moeda, meios 
de pagamento e agregados monetários. Alguns desses 
conceitos já foram estudados por vocês em disciplinas 
anteriores, mas esta disciplina irá relembrar os pontos 
mais importantes, além de acrescentar outros de 
relevância significativa.
Nesta primeira aula, iremos conceituar alguns 
termos e expressões utilizados. Além disso, iremos tratar 
da atividade econômica, agentes macroeconômicos, 
mercados de fatores e mercados de produtos. Por 
fim, explicaremos o processo de financiamento e do 
governo.
2 ATIVIDADE ECONÔMICA
A atividade econômica de uma nação gera um fluxo 
circulatório de renda que tem repercussões no mercado 
de capitais. Para compreender o funcionamento desse 
sistema, iremos analisar tanto o aspecto descritivo 
como o funcional, utilizando alguns conceitos 
macroeconômicos.
A macroeconomia será discutida como ciência que 
investiga questões que envolvem a economia de forma 
geral, ou seja, que observa o comportamento do total 
das empresas, de famílias, do governo etc. Podemos 
afirmar, portanto, que a macroeconomia estuda o 
comportamento e a determinação dos agregados 
econômicos (ALVES, 2009).
Os agregados econômicos, como já foram vistos 
em disciplinas anteriores, podem ser a soma de tudo 
o que é produzido pelas empresas e famílias, a massa 
salarial que é paga a todos os trabalhadores brasileiros, 
a taxa de desemprego no país, a inflação brasileira, 
o volume de riqueza disponível na economia, o total 
da moeda em circulação (determinado pelo Banco 
Central do Brasil), o nível de investimento de todas as 
empresas (inclusive do governo) e o total de poupança 
(ALVES, 2009).
A macroeconomia engloba também a análise das 
políticas econômicas, que são formas de intervenção 
do governo na economia. Essa intervenção é realizada 
por meio de instrumentos fiscais ou monetários. As 
políticas econômicas são utilizadas, por exemplo, para 
controlar a inflação, assunto que veremos adiante 
(ALVES, 2009).
3 AGENTES 
MACROECONÔMICOS
Os agentes macroeconômicos estabelecem um 
fluxo contínuo de atividades econômicas, formando 
e distribuindo produtos e renda. Dessa forma, são os 
responsáveis diretos pelas ações econômicas que 
desenvolvem no sistema. Podem ser agrupados em 
quatro grupos em razão da natureza de suas ações 
econômicas, de acordo com Pinheiro (2005).
Famílias: englobam todos os tipos de unidades 
domésticas, unipessoais ou familiares, com 
ou sem laços de parentesco, empregados ou 
não. Formam o potencial de recursos para o 
processamento de atividades produtivas e são 
agentes que recebem transferências pagas pela 
previdência social ou outras entidades, além de 
pagar impostos ao governo. Englobam também 
empresários proprietários de terras.
Empresas: são os agentes para os quais 
convergem os recursos da produção disponíveis. 
Reúnem todas as unidades produtoras dos 
setores primário (Agricultura), secundário 
(Indústria) e terciário (Serviços). As empresas 
reúnem, organizam e remuneram os fatores de 
produção fornecidos pelas unidades familiares e 
pagam impostos ao governo.
Governo: é um agente coletivo que contrata 
diretamente o trabalho de unidades familiares 
e adquire uma parcela da produção das 
empresas para proporcionar bens e serviços 
úteis à sociedade como um todo. É considerado, 
portanto, um centro de produção de bens e 
serviços coletivos. Suas receitas resultam do 
sistema tributário e as despesas são pagamentos 
efetuados nos fornecimentos de bens e serviços 
à sociedade.
Setor externo: envolve as transações econômicas 
entre unidades familiares, empresas e governo do 
país com agentes semelhantes de outros países.
AULA	1	•	INTRODUÇÃO	À	CONTABILIDADE	GERENCIAL
11
A comunicação entre os agentes econômicos pode ser resumida no fluxo circular da renda, que pode ser 
resumido esquematicamente conforme a FIGURA 1 a seguir:
FIGURA 1 – Fluxo Circular da Renda.
Fonte: adaptado a partir de Rossetti (1995, p. 56-57).
4 MERCADOS DE FATORES E MERCADOS DE PRODUTOS
Enquanto as unidades produtivas fornecem fatores de produção, pagam salários e ordenados (remuneração 
por trabalho realizado) e juros (remuneração do capital), aluguéis e lucros (remuneração aos proprietários de bens 
de capital e recursos naturais).
O fluxo descrito no parágrafo anterior recebe o nome de fluxo monetário ou nominal: a unidade familiar demanda 
produtos no “mercado de produto”, que são supridos pelas unidades produtoras as quais utilizam o “mercado de 
fatores” para contratar trabalhadores e adquirir capital e terra (PINHEIRO, 2002).
O “mercado de fatores” é composto pelos fatores primários de produção, também chamados de recursos de 
produção, utilizados para a produção de diversos bens e serviços. Pinheiro (2005) expõe, a seguir, as principais 
características de cada fator.
Trabalho: constitui-se de todas as pessoas disponíveis para trabalhar. Ou seja, é o potencial (disponibilidade) 
de mão-de-obra (trabalhadores) no sistema econômico. É o principal fator de produção.
MERCADO DE CAPITAIS
12
Terra: são os recursos naturais disponíveis. 
Elementos naturais incorporáveis às atividades 
econômicas. Seu volume disponível depende, 
dentre outros fatores, da evolução tecnológica, do 
avanço da ocupação territorial, das facilidades de 
transportes etc. O seu estoque não é constante.
Capital: compreende o conjunto das riquezas 
acumuladas pela sociedade (fábricas, edifícios, 
máquinas, escolas, hospitais etc.); e é com o 
emprego delas que a população ativa se equipa 
para o exercício das atividades de produção. 
Portanto, o estoque de capital de uma economia 
é fundamental na eficiência do trabalho humano.
No “mercado do produto”, são comprados e 
vendidos bens e serviços, sendo que as unidades 
produtoras, governo, unidades familiares e setor externo 
estabelecem fluxos de bens e serviços. Pinheiro (2005) 
agrupa os bens e serviços em três grupos, quais são:
Bens de capital: são os bens utilizados na 
fabricação de outros bens, mas que não se 
desgastam totalmente no processo produtivo. 
Eles não atendem diretamente às necessidades 
humanas e sim se destinam a multiplicar a 
eficiência do trabalho (máquinas, estradas etc.).
Bens de consumo: destinam-se à satisfação 
direta das necessidades humanas. De acordo com 
sua durabilidade, podem subdividir-se em: bens 
de consumo duráveis (automóvel, geladeira etc.) 
e bens de consumo não duráveis (alimentação, 
roupas etc.). 
Bens intermediários: são os bens transformados 
ou agregados na produção de outros bens e são 
consumidos totalmente no processo produtivo, 
ou seja, são os bens que devem sofrer novas 
transformações para se tornarem bens de 
consumo de capital (minério de ferro, trigo etc.).
5 INCORPORAÇÃO DO 
PROCESSO DE FINANCIAMENTO 
E DO GOVERNO
É simples notar que, em economia, cada agente é, 
ao mesmo tempo, fornecedor de certos bens e serviços 
e solicitante de outros. Note que sua família demanda 
alguns bens e serviços e fornece outros. A empresa na 
qual você trabalha requer recursos (trabalho e capital) 
e fornece bens e/ou serviços.
Dessa forma, ao mesmo tempo em que o conjunto 
de empresas da economia está ofertando produtos 
e serviços para as famílias e demandando sua mão-
de-obra, as famílias ofertam trabalho às empresas e 
demandam seus produtos. Essa relação estabelece a 
chamada corrente monetária ou fluxo circular de renda 
na economia.
Inserindo o processo de acumulação de capitais 
no ciclo descrito anteriormente, teremos os bens 
destinados à acumulação, contribuindo para a 
poupança (parcela da renda não consumida). Ou seja, 
parte da renda recebidapelas famílias não é gasta no 
consumo de bens e serviços e pode ser poupada. Essa 
parcela será utilizada por empresas para a acumulação 
de capital, por meio do sistema financeiro.
Nesse sentido, podemos inserir outro elemento 
representado pelos fluxos de financiamento, os quais 
representam um novo componente representado pelos 
bens destinados ao consumo (aplicação de recursos 
em algo lucrativo, aumentando o estoque de riqueza).
5.1 POUPANÇA
Em economias que têm equilíbrio, a renda não é 
consumida integralmente, e essa parte não consumida 
recebe o nome de poupança. Os recursos financeiros 
podem ser destinados à aplicação em caderneta de 
poupança, fundos de investimento ou até mesmo ficar 
trancados dentro da gaveta.
Alguns dos fatores podem estimular a poupança, 
tais como a ocorrência de taxas de juros elevadas e 
as expectativas negativas quanto aos rendimentos 
futuros.
5.2 INVESTIMENTO
Você se lembra, em outras disciplinas, de quando 
falamos de investimento? Pois é. Como já mencionado, 
investimento é a aquisição de bens para a produção, de 
bens de capital, que objetivam aumentar a capacidade 
AULA	1	•	INTRODUÇÃO	À	CONTABILIDADE	GERENCIAL
13
produtiva da economia no futuro, seu patrimônio, seu 
estoque de riqueza (ALVES, 2009).
Enquanto a microeconomia leva em consideração 
o desempenho da empresa para a realização 
de investimentos, os quais são definidos pelo 
comportamento maximizador de seu proprietário, as 
variáveis agregadas resultam do comportamento de 
todos os agentes da economia, inclusive do governo 
(ALVES, 2009).
Cabe ressaltar que os recursos financeiros 
utilizados para investimento são parte da poupança 
que pode ser utilizada em atividades produtivas, por 
meio de fatores de produção que tendem a elevar a 
renda (ALVES, 2009).
O volume de investimentos depende da atividade 
econômica real, composta pela produção, consumo 
e investimento, e reflete em desajustes temporais 
em seus fluxos de recebimentos e pagamentos, os 
quais geram aos sujeitos econômicos (consumidores, 
empresas e administrações públicas) muita liquidez 
ou, então, escassez de liquidez a investir ou a financiar 
durante um período de tempo (PINHEIRO, 2002).
5.3 GOVERNO
O governo atua, principalmente, por meio de 
políticas fiscais e monetárias, as quais visam a estabilizar 
os fluxos econômicos e a manter a credibilidade do 
país e de sua moeda. As políticas fiscais são aquelas 
relacionadas ao recolhimento de impostos e tributos 
além do repasse de subsídios. É exemplo de política 
fiscal a redução de impostos ou dos gastos públicos. 
Em termos de política monetária, o governo pode atuar 
por intermédio do Banco Central. Essa atuação pode 
se efetivar por meio da regulação da taxa de juros e da 
quantidade de papel moeda disponível na economia, 
dentre outros (PINHEIRO, 2002).
5.4 MERCADOS FINANCEIROS
No sistema econômico como um todo, existem 
agentes econômicos superavitários e outros com 
necessidade de liquidez, tornando necessária a 
existência de algum mecanismo que permita a 
transferência de recursos de unidades econômicas 
com superávit de liquidez a unidades econômicas com 
necessidade de liquidez. Com isso, surge o mercado 
financeiro, no qual são utilizados os intermediários 
financeiros.
Por meio dos intermediários financeiros, as 
economias se relacionam com o resto do mundo, 
importando e exportando bens e serviços e emprestando 
e tomando dinheiro emprestado.
Logo, as compensações de liquidez não se 
limitam às fronteiras de cada país. Assim, quando a 
poupança doméstica numa economia não é suficiente 
para financiar o investimento e o déficit público, será 
necessário importar poupança do exterior para cobrir 
as defasagens, o que será realizado por meio do 
mercado financeiro. Em aula posterior, falaremos com 
mais detalhes sobre a intermediação financeira.
6 RESUMO
A atividade econômica de uma nação gera um 
fluxo circulatório de renda entre unidades familiares 
(ou famílias), empresas, governo e o setor externo, que 
podem ser chamados de “agentes econômicos”.
As empresas produzem bens e serviços e 
demandam trabalho. Para produzirem, utilizam os 
fatores primários (trabalho, capital e terra) e insumos 
de produção (bens intermediários produzidos por 
outras empresas).
Já as famílias ofertam trabalho às empresas e 
demandam produtos e serviços. O governo recolhe 
impostos e consome bens e serviços para utilidade 
pública, além de atuar como agente de política fiscal 
e monetária.
Nesse sistema, nem tudo o que é produzido 
é consumido, gerando um excedente de renda, a 
poupança. Parte da poupança será utilizada pelas 
empresas para o investimento, com a finalidade de 
aumentar a produção e o nível de atividade econômica. 
Dessa forma, em todo o sistema econômico, tanto 
no interior do país quanto no setor externo, haverá 
agentes dispostos a ofertar dinheiro em troca de juros 
e agentes dispostos a pagar juros para conseguirem 
dinheiro. O equilíbrio entre credores e devedores 
estabelece o nível de liquidez da economia, e as 
transações financeiras entre esses agentes ocorre no 
mercado financeiro, por meio de intermediações 
financeiras.
7 ATIVIDADES
1) Conceitue atividade econômica, macroeconomia e 
políticas econômicas.
2) Qual a diferença entre agentes econômicos e 
agregados econômicos?
3) Cite e explique cada grupo de agentes econômicos 
classificados em razão da natureza de suas ações 
econômicas.
MERCADO DE CAPITAIS
14
4) Defina mercado de produto.
5) O que é mercado de fatores? Quais os elementos 
que formam o conjunto de fatores de produção? 
Cite e explique cada fator.
6) O que é poupança e qual a sua finalidade?
7) O que é investimento e qual a sua finalidade?
8) Qual o papel do governo na economia?
9) Qual o motivo de surgimento do mercado 
financeiro?
REFERÊNCIAS
ALVES, Juliana Dias. Teoria macroeconômica I. Belo 
Horizonte: Ed. FEAD, 2009.
MOCHON, Francisco; TROSTER, Roberto Luis. 
Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 1994.
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais: fundamentos 
e técnicas. São Paulo: Atlas, 2002.
ROSSETTI, José Paschoal. Contabilidade social. 
São Paulo: Atlas, 1995.
Objetivos
•	 Definir	inflação.
•	 Citar	os	tipos	de	inflação.
•	 Explicar	os	tipos	de	inflação
•	 Citar	os	principais	indicadores	de	inflação.
•	 Explicar	 os	 principais	 indicadores	 de	
inflação.
AULA 2
INFLAÇÃO
MERCADO DE CAPITAIS
ELEMENTOS DA ECONOMIA MONETÁRIA
Unidade 01
16
MERCADO DE CAPITAIS
1 INTRODUÇÃO
Nesta segunda aula, iremos tratar de inflação: 
definição, tipos e índices, também denominados 
indicadores.
2 INFLAÇÃO
Caro aluno, espero que a aula anterior tenha sido 
bem estudada. Para dar continuidade à matéria, será 
abordado um tema bastante importante: inflação. Você 
e seus pais devem se lembrar do final do governo 
Sarney, quando os preços dos itens de supermercado 
aumentavam rapidamente, chegando a quase dobrar, 
de um mês para outro. Portanto, em outras palavras, 
naquela época, as mercadorias das prateleiras tiveram 
seus preços inflacionados.
3 DEFINIÇÃO DO CONCEITO
Inflação é o aumento generalizado e continuado 
no nível de preços numa economia, e tem como 
consequência direta a diminuição do valor da moeda 
ao longo do tempo.
A primeira característica da inflação é a 
generalização. A generalização se refere ao movimento 
de aumento dos preços, que não se abreviam em um 
único preço ou em um grupo de preços. Esse aumento 
deve se estender ao total de bens e serviços.
A segunda característica da inflação é a 
continuidade. Há um aumento contínuo nos preços 
dos bens e serviços ao longo do tempo e, com isso, os 
agentes econômicos deverão prever que a tendência 
dos preços é continuar aumentando.
A inflação diminui o poder de compra da moeda, 
ou seja, o mesmo valor em dinheiro hoje não compra 
o mesmo item de supermercado daqui a dois meses. 
Isso porque o produto foi alvo de inflação.
4 TIPOS DE INFLAÇÃO
Conforme estudado em Teoria macroeconômica I, 
os quatro tipos básicos de inflaçãosão: inflação de 
demanda, de oferta, inercial e estrutural. Iremos 
relembrar rapidamente cada um desses casos seguindo 
a linha do que foi abordado nessas disciplinas, na 
mesma linha seguida por Alves (2009).
4.1 INFLAÇÃO DE DEMANDA
A inflação de demanda ocorre quando a produção 
de bens e serviços disponíveis na economia sofre um 
excesso de demanda, ou seja, a quantidade por todos os 
agentes econômicos é superior à quantidade ofertada 
pelo mercado de produto. Isso ocorre principalmente 
quando a economia aproxima-se de sua capacidade 
máxima de produção ou de seu pleno emprego1.
Um aumento na demanda por bens e serviços 
contribui para um aumento de preços desses produtos, 
pois, como não existem bens e serviços para saciar 
a demanda de todos os consumidores, dizemos que 
os preços sofrem pressões de demanda e se elevam. 
Para ilustrar melhor, podemos dizer que existe muito 
dinheiro para poucos bens e serviços.
4.2 INFLAÇÃO DE OFERTA
A inflação de oferta, também chamada de inflação 
de custos, associa-se a fatores de produção. Esses 
custos podem estar relacionados tanto aos insumos 
produtivos, como bens e serviços intermediários, 
quanto aos insumos primários, terra, capital e trabalho. 
Ou seja, o aumento no valor do custo de produção 
resulta em um aumento do seu preço. O nível de 
demanda permanece praticamente o mesmo, mas o 
custo de alguns insumos se eleva e é transferido para 
os preços dos bens e serviços ofertados.
Para exemplificar, temos o aumento dos salários 
dos funcionários: o aumento do custo da mão-de-obra 
pode ensejar em aumento de custos2, refletindo em 
aumento do preço dos produtos e contribuindo para a 
elevação inflacionária no nível dos preços.
Uma prática que ocorre no mercado é que algumas 
firmas com elevado poder de oligopólio ou monopólio 
elevam seus lucros acima do aumento dos custos 
de produção. Nesse sentido específico, a inflação de 
custos passa a também receber outra denominação: 
inflação de lucros.
Cabe ressaltar que o que realmente caracteriza a 
expressão inflação de custos é: elevação de preços em 
razão de pressões autônomas, ou exógenas, causadas 
1 Pleno emprego é a situação em que todas as pessoas que 
procuram trabalho naquele momento conseguem encontrar 
emprego na economia. Nessa situação, o único tipo de 
desemprego possível é o voluntário (o indivíduo está apto 
para trabalhar, mas não procura emprego), ou friccional, que 
corresponde ao período em que o trabalhador busca emprego, 
porém ainda não se decidiu ou não encontrou o tipo de trabalho 
desejado, muito embora existam vagas disponíveis.
2 A exceção é quanto o aumento no custo da mão-de-obra está 
relacionado ao aumento em sua produtividade, ou seja, se 
aumentos de produtividade levam ao aumento no custo da 
mão-de-obra, o que acaba por compensar a inflação e suprimir 
a pressão inflacionária.
17
AULA	2	•	INFLAÇÃO
por alguns grupos (sindicatos e firmas de oligopólio 
com poder de barganha que forçam sua participação 
na renda nacional); ou, então choques de oferta, 
associados a aumentos de preços de matérias-primas 
(como petróleo e derivados) e de produtos agrícolas.
Uma das políticas recomendadas para controle 
direto da inflação de custos é a “política de rendas”, 
que é o controle de preços e de salários, que influi 
diretamente nos lucros, salários, aluguéis e juros. Esse 
controle é feito geralmente por meio de uma política 
salarial mais rigorosa, por fiscalização de lucros 
recebidos pelos grupos oligopolistas ou pelo controle 
mais direto nos preços dos bens e serviços.
4.3 INFLAÇÃO INERCIAL
O termo inflação inercial vem do conceito de inércia 
da física, ou seja, de que, “sem a intervenção externa, 
todo o corpo que está parado tende a continuar parado 
e todo o corpo em movimento retilíneo uniforme tende 
a permanecer nesse movimento”. Transportando o 
conceito para a economia, todo o produto que sofrer 
no período anterior um aumento de preços tenderá a 
continuar sofrendo aumento de preços contínuos nos 
próximos períodos.
De forma bastante simples, há inflação porque no 
passado (período anterior) havia inflação. Ou seja, a 
inflação é “carregada” de um período para o outro; 
entre os quais, as empresas aumentam os preços 
simplesmente porque havia inflação no mês anterior ou 
no ano anterior.
Inflação inercial é mantida por mecanismos de 
indexação da economia como contratos, aluguéis e 
salários, que contribuem para a perpetuação das taxas 
de inflação de períodos anteriores.
Um exemplo é, ao firmar um contrato de aluguel, 
estabelecer que o valor da prestação não fique defasado 
em relação aos preços da economia por meio de uma 
cláusula com previsão de algum tipo de correção.
Esse tipo de inflação foi diagnosticado no período 
inflacionário da economia brasileira que se estendeu 
até meados dos anos de 1990. A correção monetária 
foi um dos principais mecanismos que provocava 
variações de preços e desvalorizou a moeda brasileira. 
Assim, o principal objetivo do plano Real foi acabar 
com o componente inercial da inflação no Brasil.
4.4 INFLAÇÃO ESTRUTURAL
E, por último, a inflação estrutural é decorrente das 
condições estruturais da economia e, por isso, tende 
a ter um horizonte de longo prazo. Entende-se por 
condições estruturais aquelas que não dependem do 
estado corrente (presente) da economia, mas sim de 
um conjunto de fatores históricos e socioeconômicos, 
cujos reflexos marcam a estrutura econômica de cada 
país.
A título exemplificativo, temos a inflação como 
resultado da estrutura fundiária, manutenção de 
estrutura oligopolística, condições de logística dos 
transportes e estradas ou, até mesmo, de burocracia 
para a realização de transações internacionais.
5 CAUSAS DA INFLAÇÃO
Como vimos nos tipos de inflação, existem várias 
causas que refletem num aumento generalizado de 
preços ao longo do tempo. Dentre as causas mais 
importantes, temos demanda maior que oferta, aumento 
de custos e insumos e crescimento da quantidade de 
moeda em circulação na economia.
A escassez de produtos no mercado pode ser 
causada por um aumento de demanda nos produtos 
sem que haja uma suficiente oferta de bens e 
serviços que atendam às necessidades da economia. 
Essa situação reflete em aumento de preços com o 
objetivo de atingir o equilíbrio de mercado (inflação de 
demanda).
Os produtos, para serem produzidos, demandam 
recursos que são repassados ao custo final do bem ou 
serviço. Quando existe um aumento no valor dos custos 
dos insumos e da mão-de-obra, há o repasse desses 
valores para o consumidor final. Assim, os preços 
tendem a aumentar quando o custo de produção se 
eleva (inflação de custos).
Mesmo que os preços continuem iguais, o aumento 
da quantidade de moeda em circulação na economia 
gera uma elevação monetária dos produtos ofertados. 
Ou seja, há um aumento inflacionário, pois, com a 
desvalorização da moeda e manutenção dos preços, 
configura-se uma situação de inflação (desvalorização 
da moeda).
6 ÍNDICES
Os números índices, também denominados 
indicadores, são valores utilizados para evidenciar 
variações ao longo do tempo, relativas a preços, 
quantidades e valores.
O número-índice pode ser simples ou complexo. 
Um índice simples é a relação entre o preço de um único 
18
MERCADO DE CAPITAIS
item em determinado período e outro período. Dessa 
maneira, esse indicador auxilia no acompanhamento 
da evolução do preço de certo produto. Já um índice 
complexo anuncia mudanças na quantidade, no preço 
ou no valor de determinado grupo de produtos, entre 
dois períodos distintos. Os principais índices que 
medem a inflação no Brasil serão explicitados a seguir.
6.1 ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO 
IBGE
Não é calculado pelo IBGE há muito tempo. O 
IGP-M da FGV substituiu esse índice.
6.2 ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO 
MERCADO (IGP-M) DA FGV
O Índice Geral de Preços do Mercado é a média 
aritmética de três outros índices: o Índice de Preços ao 
Produtor Amplo (IPA); Índice de Preços ao Consumidor 
(IPC) e o ÍndiceNacional de Custo da Construção 
(INCC). A coleta dos dados é realizada entre os dias 21 
do mês anterior e 20 do mês de referência
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2010), 
o IGP possui três funções: I) representa a evolução 
do nível de preços; II) é utilizado nas contas nacionais 
para deflacionar agregados, como a receita tributária 
e o consumo de bens intermediários; e III) é utilizado 
para correção nos preços de contratos.
6.3 ÍNDICE DE PREÇOS AO 
CONSUMIDOR (IPC) DA FIPE
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas 
(FIPE, 2010) realiza o cálculo do IPC para o município 
de São Paulo desde 1973. O índice é calculado com 
base nos custos de vida de famílias que recebem entre 
um e 20 salários mínimos, cuja pesquisa é realizada 
entre os dias primeiro e 30 de cada mês.
6.4 ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO 
CONSUMIDOR (INPC) DO IBGE
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE, 2010), para o INPC, os 
dados de variações nos preços são coletados em 
estabelecimentos comerciais e de prestação de 
serviços, concessionária de serviços públicos e 
domicílios.
As coletas são realizadas entre os dias primeiro e 
30 de cada mês, e atingem famílias com rendimentos 
mensais compreendidos entre um e seis salários-
mínimos, desde que o chefe de família seja assalariado 
e resida nas áreas urbanas das regiões. As pesquisas 
são realizadas nas Regiões metropolitanas de Belém, 
Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de 
Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e 
Goiânia.
6.5 ÍNDICE DE PREÇOS AO 
CONSUMIDOR (IPC) DO IBGE
O IPC não é mais realizado pelo IBGE e foi 
divulgado apenas entre março de 1986 e fevereiro de 
1991.
6.6 ÍNDICE DE PREÇOS AO 
CONSUMIDOR AMPLIADO (IPCA) DO 
IBGE
Assim como o INPC, o IPCA é realizado entre 
os dias primeiro e 30 de cada mês, porém com uma 
abrangência diferente. Para o IPCA, são coletados 
os dados de famílias com rendimentos mensais 
compreendidos entre um e 40 salários-mínimos, 
de quaisquer fontes de rendimentos e residentes 
nas áreas urbanas das regiões, considerando as 
mesmas regiões do INPC.
6.7 ÍNDICE DE CUSTO DE VIDA (ICV) 
DO DIEESE
O ICV é calculado pelo Departamento Intersindical 
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE, 
2010), a cada mês, também para a cidade de São 
Paulo, e abrange famílias com rendimento de até R$ 
2.800. O índice é atualizado de acordo com a Pesquisa 
de Orçamento Familiar (POF).
6.8 ÍNDICE DA CESTA BÁSICA 
(PROCON-DIEESE)
Segundo a Fundação de Proteção e Defesa 
do Consumidor de São Paulo (PROCON, 2010), o 
Índice de Cesta Básica é definido a partir de dados 
dos hábitos de famílias com renda média de 10,3 
salários mínimos e composta por quatro pessoas 
que compram em supermercados alimentos, material 
de limpeza doméstica e higiene pessoal. O cálculo é 
realizado para 31 produtos: 22 de alimentação, quatro 
de limpeza doméstica e cinco de higiene pessoal. A 
coleta de dados é realizada diariamente apenas para o 
município de São Paulo.
19
AULA	2	•	INFLAÇÃO
7 A INFLAÇÃO NO MERCADO DE 
CAPITAIS
Num contexto inflacionário, os investidores sentem-
se desmotivados a investir no mercado de capitais, pois 
o valor da moeda deteriora-se facilmente, reduzindo o 
rendimento esperado para o investimento.
Altas taxas de inflação tendem a aumentar a taxa 
de juros e, dessa maneira, o governo é levado a reduzir 
a quantidade de moeda em circulação na economia, 
com o objetivo de reduzir o valor do dinheiro.
O desestímulo aos investimentos no setor produtivo 
da economia ocorre porque a inflação crescente 
inibe as aplicações de prazo mais longo e, por 
consequência, reduz financiamentos de médio/longo 
prazos no mercado de capitais. Assim, os detentores 
dos recursos exigirão uma rentabilidade que cubra a 
inflação estimada, seja para investimentos produtivos, 
seja para aplicações na bolsa de valores, pois, em 
ambos os casos, será necessário obter um resultado, 
em curto prazo, vantajoso.
No ambiente de instabilidade em que a moeda 
corrente perde valor rapidamente, os investidores do 
mercado de capitais são desestimulados a efetuar 
aplicações, pois tendem a perdê-las, se essas não 
estiverem indexadas a algum índice de preços. Bens, 
tais como imóveis, terras e metais preciosos, tendem a 
ser valorizados nesse contexto.
Pode-se dizer, como recíproca verdadeira à 
afirmativa do parágrafo anterior, que a inflação 
decrescente ou estável estimula o aumento da atividade 
na bolsa de valores.
8 RESUMO
Inflação é o aumento generalizado e continuado no 
nível de preços numa economia, diminuindo o valor da 
moeda ao longo do tempo. Ela pode ser classificada 
em quatro grupos básicos: inflação de demanda, de 
oferta, inercial e estrutural.
Dentre as causas principais da inflação, temos: 
demanda maior que oferta, aumento de custos e 
insumos e crescimento da quantidade de moeda em 
circulação na economia.
Os números índices, também denominados 
indicadores de inflação, são valores utilizados para 
evidenciar variações ao longo do tempo relativas a 
preços, quantidades e valores. Os principais índices 
que medem a inflação no Brasil são: Índice Geral 
de Preços (IGP), do IBGE; Índice Geral de Preços 
do Mercado (IGP-M), da FGV; Índice de Preços ao 
Consumidor (IPC), da FIPE; Índice Nacional de Preços 
ao Consumidor (INPC), do IBGE; Índice de Preços 
ao consumidor (IPC), do IBGE; Índice de Preços ao 
Consumidor Ampliado (IPCA), do IBGE; Índice de 
Custo de Vida (ICV), do Dieese; Índice da Cesta Básica 
(ICB), do PROCON-Dieese.
A inflação crescente e contínua desestimula 
investimentos no setor produtivo da economia. Já uma 
inflação descrente ou estável estimula os investimentos 
na produção e, com isso, aumenta o volume de 
operações na bolsa de valores.
9 ATIVIDADES
1) Defina inflação, explicando suas principais 
características.
2) O que são e como se classificam os números-
índices?
3) Cite e explique com suas palavras cada um dos 
tipos de inflação.
4) Quais as principais causas da inflação?
5) O que são índices? Cite e explique os principais 
índices utilizados no Brasil.
6) Um ambiente de altas taxas de inflação é propício 
para investimentos na bolsa de valores? Explique.
REFERÊNCIAS
ALVES, Juliana Dias. Teoria macroeconômica I. Belo 
Horizonte: Ed. FEAD, 2009.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE 
ESTATISTICAS E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. 
Metodologias. Disponível em: <http://www.dieese.
org.br/ pof/pof.xml#>. Acesso em: dez. 2010.
FUNDAÇÃO	 DE	 PROTEÇÃO	 E	 DEFESA	 DO	
CONSUMIDOR. Pesquisas. Cesta Básica. 
Disponível em: <http://www.procon.sp.gov.br/
categoria.asp?id=111>. Acesso em: dez. 2010.
FUNDAÇÃO	 INSTITUTO	 DE	 PESQUISAS	
ECONÔMICAS. Índices. IPC. Disponível em: <http://
www.fipe.org.br/web/index.asp?aspx=/web/indices/
ipc/index. aspx>. Acesso em: dez. 2010.
FUNDAÇÃO	 GETÚLTIO	 VARGAS.	 Indicadores de 
preços. Disponível em: <http://portalibre.fgv.br/main.
jsp?lumPageId=402880811D8E34B9011D984D6E3
C34A9>. Acesso em: dez. 2010
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E 
ESTATÍSTICA. Indicadores. Preços. Disponível 
20
MERCADO DE CAPITAIS
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indica
dores/precos/ inpc_ipca/defaultinpc.shtm>. Acesso 
em: dez. 2010.
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais: fundamentos 
e técnicas. São Paulo: Atlas, 2002.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco 
Antônio Sandoval. Manual de introdução à economia. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
CARVALHO, Sérgio; CAMPOS, Weber. Estatística 
básica simplificada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Objetivo
•	 Explicar	a	evolução	da	moeda,	permitindo	
compreender sua função em vários 
momentos da história.
AULA 3
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
MERCADO DE CAPITAIS
ELEMENTOS DA ECONOMIA MONETÁRIA
Unidade 01
22
MERCADO DE CAPITAIS
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno! Espero que esteja tudo bem com 
você! Já falamos na primeira aula sobre atividade 
econômica e os principais elementos envolvidos, tais 
como agentes macroeconômicos, mercados e governo. 
Na segunda aula, falamos de inflação,que decorre do 
aumento de preços e da diminuição do valor da moeda.
Os assuntos já vistos se relacionam com o mercado 
e com a economia e estão bastante relacionados com 
o valor e a utilização da moeda. Mas o que é moeda? 
Quais suas características? Por que é adotada por 
nossa economia hoje? Para que serve?
Em decorrência disso, nesta terceira aula, iremos 
abordar a evolução da moeda.
Primeiramente, gostaria de propor uma reflexão: 
o que é moeda para você, aluno? É apenas aquela 
“pratinha” de dinheiro trocado? Nesta aula, iremos 
estudar moeda como um meio de troca, ou seja, tudo o 
que é utilizado como contraprestação de bens, serviços 
e dívidas.
2 EVOLUÇÃO DA MOEDA
Em outras disciplinas deste curso (História da 
economia e Teoria Macroeconômica I), você já estudou 
sobre este assunto,. Iremos, então, apresentar um texto 
eficiente para compreender a dinâmica que estamos 
dando neste conteúdo. Ele também foi utilizado por 
Alves (2009) e está disponível no site do Banco Central 
do Brasil.
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO 
DINHEIRO
2.1.1 ESCAMBO
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado 
de uma longa evolução.
No início, não havia moeda. Praticava-se o 
escambo: simples troca de mercadoria por mercadoria, 
sem equivalência de valor.
Assim, quem pescasse mais peixes do que o 
necessário para si e seu grupo trocava esse excesso 
com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse 
plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. 
Esta elementar forma de comércio foi dominante no 
início da civilização, podendo ser encontrada, ainda 
hoje, entre povos de economia primitiva, em regiões 
onde, pelo difícil acesso, há escassez de meio 
circulante (moeda), e até em situações especiais, 
em que as pessoas envolvidas efetuam permuta de 
objetos sem a preocupação de sua equivalência de 
valor. Esse é o caso, por exemplo, da criança que troca 
com o colega um brinquedo caro por outro de menor 
valor, que deseja muito.
As mercadorias utilizadas para escambo 
geralmente se apresentam estado natural, variando 
conforme as condições de meio ambiente e as 
atividades desenvolvidas pelo grupo, correspondendo 
às necessidades fundamentais de seus membros. 
Nessa forma de troca, no entanto, ocorrem dificuldades 
por não haver uma medida comum de valor entre 
os elementos a serem permutados. Ou seja, se eu 
produzi muitas maçãs e você muitas laranjas, vamos 
querer trocar maçãs por laranjas, mas quantas maçãs 
valem uma laranja? Ou, quantas laranjas valem uma 
maçã? Hoje, faríamos uma conta rápida e simples, 
pois sabemos o valor monetário de cada um desses 
itens, porém, na ausência de moeda, teríamos maior 
dificuldade para realizar esta comparação, e, por 
conseguinte, a troca de maçãs por laranjas seria mais 
demorada e complicada.
2.1.2 MOEDA-MERCADORIA
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram 
a ser mais procuradas e aceitas do que outras.
Justamente por esta facilidade em serem trocadas, 
tais mercadorias assumiram a função de moeda, 
circulando como elemento trocado por outros produtos 
e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-
mercadorias.
O gado, principalmente o bovino, foi dos mais 
utilizados: apresentava vantagens de locomoção 
própria, reprodução e prestação de serviços, embora 
ocorresse o risco de doenças e de morte.
O sal foi outra moeda-mercadoria, de difícil 
obtenção, principalmente no interior dos continentes, 
era muito utilizado na conservação de alimentos.
Ambas deixaram a marca de sua função como 
instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até 
hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) 
e pecúlio (dinheiro acumulado) derivadas da palavra 
latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem 
do latim capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra 
salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida 
pelo empregador em face do serviço do empregado) 
tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o 
pagamento de serviços prestados.
23
AULA	3	•	EVOLUÇÃO	HISTÓRICA	DA	MOEDA
No Brasil, dentre outras, circularam o cauri – 
trazido pelo escravo africano – o pau-brasil, o açúcar, 
o cacau, o tabaco e o pano (sendo comercializado sob 
a forma de novelos, meadas e tecidos), trocado no 
Maranhão, no século XVII, devido à quase inexistência 
de numerário.
Com o passar do tempo, as mercadorias se 
tornaram inconvenientes às transações comerciais, 
devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem 
fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não 
permitindo o acúmulo de riquezas.
2.1.3 METAL
Quando o homem descobriu o metal, logo passou 
a utilizá-lo para fabricar seus utensílios e armas 
anteriormente feitos de pedra.
Por apresentar vantagens como a possibilidade de 
entesouramento (acúmulo de moeda), divisibilidade, 
raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se 
elegeu como principal padrão de valor1. Era trocado sob 
as formas mais diversas. A princípio, em seu estado 
natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a 
forma de objetos, como anéis, braceletes etc.
O metal comercializado, dessa forma, exigia 
aferição de peso e avaliação de seu grau de pureza a 
cada troca. Mais tarde, ganhou forma definida e peso 
determinado, recebendo marca indicativa de valor, que 
também apontava o responsável pela sua emissão. 
Essa medida agilizou as transações, dispensando 
a pesagem e permitindo a imediata identificação da 
quantidade de metal oferecida para troca.
2.1.4 MOEDA EM FORMATO DE OBJETOS
Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias 
muito apreciadas. Como sua produção exigia além do 
domínio das técnicas de fundição e o conhecimento 
dos locais em que o metal poderia ser encontrado, 
essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de 
todos, garantindo a propriedade de raridade.
A valorização, cada vez maior, desses instrumentos 
levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento 
de réplicas de objetos metálicos, em pequenas 
dimensões, que circulavam como dinheiro (garantindo 
1 Pode-se dizer que esse conjunto de propriedades (possibilidade 
de entesouramento, durabilidade, divisibilidade, raridade 
e transportabilidade) são as propriedades desejáveis para 
qualquer mercadoria-moeda. Dessa forma, reunindo todas 
essas características, os metais foram e ainda são amplamente 
utilizados como meio de troca.
a transportabilidade, divisibilidade e a possibilidade de 
entesouramento).
É o caso das moedas faca e chave, as quais eram 
encontradas no Oriente, e do talento, moeda de cobre 
ou bronze, com o formato de pele de animal, que 
circulou na Grécia e em Chipre.
2.1.5 MOEDAS ANTIGAS
Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras 
moedas com características das atuais: pequenas 
peças de metal com peso e valor definidos e com a 
impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as 
emitiu e garante o seu valor.
São cunhadas na Grécia moedas de prata e, na 
Lídia, são utilizados pequenos lingotes ovais de uma 
liga de ouro e prata chamada eletro.
As moedas refletem a mentalidade de um povo e 
de sua época. Nelas, podem ser observados aspectos 
políticos, econômicos, tecnológicos e culturais. É pelas 
impressões encontradas nas moedas que conhecemos, 
hoje, a efígie de personalidades que viveram há muitos 
séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a 
ter sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre – o 
Grande, da Macedônia, por volta do ano 330 a.C.
A princípio, as peças eram fabricadas por 
processos manuais muito rudimentares e tinham seus 
bordos irregulares, não sendo, como hoje, peças 
absolutamente iguais umas às outras.
2.1.6 OURO, PRATA E COBRE
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de 
moedas foram o ouro e a prata. O emprego desses 
metais se impôs, não só pela sua raridade, beleza, 
imunidade à corrosão e valor econômico, mas também 
por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da 
civilização, os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de 
astronomia, ensinavam ao povo a existência de estreita 
ligação entre o ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isso levou 
à crençano poder mágico desses metais e no dos 
objetos com eles confeccionados.
A cunhagem de moedas em ouro e prata se manteve 
durante muitos séculos, sendo as peças garantidas 
por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor comercial do 
metal utilizado na sua confecção. Assim, uma moeda, 
na qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, 
era trocada por mercadorias nesse mesmo valor.
Durante muitos séculos, os países cunharam em 
ouro suas moedas de maior valor, reservando a prata 
24
MERCADO DE CAPITAIS
e o cobre para os valores menores. Esses sistemas se 
mantiveram até o final do século passado, quando o 
cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas 
passaram a ser muito empregados, passando a moeda 
a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor 
gravado em sua face, que independe do metal nela 
contido.
Com o advento do papel-moeda, a cunhagem de 
moedas metálicas ficou restrita a valores inferiores, 
necessários para troco. Dentro dessa nova função, a 
durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária 
à moeda. Para cumprir esse objetivo, surgem, em 
grande diversidade, as ligas modernas, produzidas 
para suportar a alta rotatividade do numerário de troco.
2.1.7 MOEDA DE PAPEL
Na Idade Média, surgiu o costume de se 
guardarem os valores com um ourives, pessoa que 
negociava objetos de ouro e prata. Esse profissional, 
como garantia, entregava um recibo. Com o tempo, 
esses recibos passaram a ser utilizados para efetuar 
pagamentos, circulando de mão em mão e dando 
origem à moeda de papel.
No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, 
precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo 
Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido 
à mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques.
Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as 
moedas, os governos passaram a conduzir a emissão 
de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o 
poder de pagamento.
Atualmente, quase todos os países têm seus 
bancos centrais, encarregados das emissões de 
cédulas e moedas.
A moeda de papel evoluiu quanto à técnica utilizada 
na sua impressão. Hoje, a confecção de cédulas utiliza 
papel especialmente preparado e diversos processos 
de impressão que se complementam, dando ao produto 
final, grande margem de segurança e condições de 
durabilidade.
2.1.8 FORMATOS DIVERSOS
O dinheiro variou muito, em seu aspecto físico, 
ao longo dos séculos. As moedas já se apresentaram 
em tamanhos ínfimos, como o stater, que circulou em 
Aradus, Fenícia, atingindo também grandes dimensões 
como as do dáler, peça de cobre na Suécia, no século 
XVII.
Embora hoje a forma circular seja adotada em quase 
todo o mundo, já existiram moedas ovais, quadradas, 
poligonais etc. Foram, também, cunhadas em materiais 
não metálicos diversos, como madeira, couro e até 
porcelana. Moedas de porcelana circularam, neste 
século, na Alemanha, quando, por causa da guerra, 
este país enfrentava grave crise econômica.
As cédulas, geralmente, se apresentam no formato 
retangular e no sentido horizontal, observando-se, 
no entanto, grande variedade de tamanhos. Existem, 
ainda, cédulas quadradas e até as que têm suas 
inscrições no sentido vertical.
As cédulas retratam a cultura do país emissor, e 
nelas podem-se observar motivos característicos muito 
interessantes, tais como paisagens, tipos humanos, 
fauna e flora, monumentos de arquitetura antiga e 
contemporânea, líderes políticos, cenas históricas, 
entre outros.
As cédulas apresentam, ainda, inscrições, 
geralmente na língua oficial do país, embora em muitas 
delas se encontre, também, as mesmas inscrições em 
outros idiomas. Essas inscrições, quase sempre em 
inglês, visam a dar à peça leitura para maior número 
de pessoas.
2.1.9 SISTEMA MONETÁRIO
O conjunto de cédulas e moedas utilizadas por um 
país forma o seu sistema monetário. Esse sistema, 
regulado por meio de legislação própria, é organizado 
a partir do valor da moeda que lhe serve de base e que 
é sua unidade monetária. 
Atualmente, quase todos os países utilizam o 
sistema monetário de base centesimal, no qual a moeda 
divisionária da unidade representa um centésimo de 
seu valor.
Normalmente, os valores mais altos são expressos 
em cédulas e os valores menores em moedas. 
Atualmente, a tendência mundial é no sentido de 
se suprirem as despesas diárias com moedas. As 
ligas metálicas modernas proporcionam às moedas 
durabilidade muito superior a das cédulas, tornando-as 
mais apropriadas à intensa rotatividade do dinheiro de 
troco.
Os países, por meio de seus bancos centrais, 
controlam e garantem as emissões de dinheiro. O 
conjunto de moedas e cédulas em circulação, chamado 
meio circulante, é constantemente renovado por 
meio de processo de saneamento, que consiste na 
substituição das cédulas gastas e rasgadas.
25
AULA	3	•	EVOLUÇÃO	HISTÓRICA	DA	MOEDA
2.1.10 CHEQUE
Com a supressão da conversibilidade das cédulas 
e moedas em metal precioso, o dinheiro cada vez mais 
se desmaterializa, assumindo formas abstratas.
Esse documento, pelo qual se ordena o pagamento 
de certa quantia ao seu portador ou à pessoa nele 
citada, visa, primordialmente, à movimentação dos 
depósitos bancários.
O importante papel que esse meio de pagamento 
ocupa hoje, na economia, deve-se às inúmeras 
vantagens que proporciona, agilizando a movimentação 
de grandes somas, impedindo o entesouramento 
do dinheiro em espécie e diminuindo a necessidade 
de troco, por ser um papel preenchido à mão, com a 
quantia de que se quer dispor.
O dinheiro, seja em que forma se apresente, não 
vale por si, mas pelas mercadorias e serviços que pode 
comprar. É uma espécie de título que dá a seu portador 
a faculdade de se considerar credor da sociedade e 
de usufruir, por meio do poder de compra, de todas as 
conquistas do homem moderno.
A moeda não foi, pois, genialmente inventada, mas 
surgiu de uma necessidade, e sua evolução reflete, a 
cada momento, a vontade do homem de adequar seu 
instrumento monetário à realidade de sua economia.
Adaptado de texto extraído do site do Banco Central do Brasil. 
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA>.
3 RESUMO
O dinheiro, tal como o conhecemos hoje, surgiu da 
necessidade em mensurar bens e serviços com base 
em uma unidade comum. Nos primórdios da sociedade 
humana, as transações eram realizadas com base 
no escambo (troca de mercadoria por mercadoria). 
Com o tempo, algumas mercadorias (como o sal e o 
gado) passaram a ser mais utilizadas como moeda-
mercadoria, por terem características que facilitavam 
a troca. Essas mercadorias foram substituídas pelo 
metal (principalmente: ouro, prata e cobre), na medida 
em que o homem desenvolveu as técnicas para sua 
manipulação.
A moeda em papel surgiu com o ourives, 
profissional que recebia depósitos em ouro e prata e 
entregava recibo como garantia. Devido à facilidade no 
transporte, as pessoas começaram a usar esse recibo 
como forma de pagamento. Com o surgimento dos 
bancos, o sistema monetário evoluiu, e, atualmente, 
temos vários tipos de moeda, como o papel-moeda e 
os cheques.
4 ATIVIDADES
1) Explique com suas palavras o que é moeda.
2) O que é ativo? Todos os ativos que compõem a 
riqueza de um indivíduo podem ser considerados 
moeda? Explique.
3) Por que o escambo prejudica a acumulação de 
ativos?
REFERÊNCIAS
ALVES, Juliana Dias. Teoria Macroeconômica I. Belo 
Horizonte: Ed. FEAD, 2009.
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São 
Paulo: Atlas, 2005.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Origem da moeda.
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/?ORIGEMOEDA>. 
Acesso em: dez. 2010.
HILLBRECHT, Ronald. Economia monetária. São 
Paulo: Atlas, 1999.
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais: fundamentos 
e técnicas. São Paulo: Atlas, 2002.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco 
Antônio Sandoval. Manual de introdução à economia. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
Objetivos
•	 Conhecer	 os	 principais	 conceitos	 de	
moeda.
•	 Compreender	 as	 principais	 funções	 da	
moeda.
•	 Citar	 as	 principais	 característicasda	
moeda.
•	 Explicar	 as	 principais	 características	 da	
moeda
•	 Saber	classificar	a	moeda	de	acordo	com	
seu tipo.
AULA 4
PRINCIPAIS ASPECTOS DA MOEDA
MERCADO DE CAPITAIS
ELEMENTOS DA ECONOMIA MONETÁRIA
Unidade 01
28
MERCADO DE CAPITAIS
1 INTRODUÇÃO
Na aula anterior, falamos sobre moeda e sua 
evolução. Nesta aula, trataremos dos principais 
conceitos, funções e principais características da 
moeda. Classificaremos, inclusive, a moeda em 
fiduciária e a moeda bancária ou estrutural.
2 CONCEITOS
Alguns conceitos básicos são necessários para 
aprofundamento no assunto. Leia, com atenção, e 
certifique-se de que estão realmente fixados.
2.1 CONCEITO DE MOEDA
Como exposto no texto, a moeda não é apenas 
um conjunto de notas e moedas, mas sim um conjunto 
de diversas formas que circulam na economia, sendo, 
portanto, de vários tipos: moeda-mercadoria, metal, 
moedas antigas, moeda de papel etc. (conforme 
exposto no texto do Banco Central do Brasil). 
Importante ressaltar que, no escambo, como foi dito, 
não havia moeda. É importante lembrar também que, 
visto que a moeda não produz nada, ela não é um bem 
de consumo nem de investimento, e tem características 
específicas e diferenciadas, as quais serão vistas mais 
adiante nesta aula.
2.2 MOEDA COMO ATIVO
Moeda também pode ser denominada ativo, que é 
um bem ou direito que se pode ter. Segundo Hillbrecht 
(1999), o conjunto de ativos compõe a riqueza do 
indivíduo, mas apenas os ativos que podem ser 
utilizados como meio de troca podem ser chamados de 
moeda.
De uma maneira mais simples, podemos falar 
que as roupas, os livros, o material escolar e até a 
inteligência e outros bens e direitos que são guardados 
com você constituem riqueza pessoal. Porém, somente 
os bens e direitos que podem ser utilizados como 
meio de troca podem ser chamados de moeda. Assim, 
prezado estudante, a inteligência que você tem não é 
uma moeda, mas faz parte de sua riqueza.
2.3 ESCAMBO X ACUMULAÇÃO DE 
ATIVOS
O significado mais simples de escambo é troca 
sem intervenção de instrumento monetário, ou seja, 
sem utilização da moeda. Esse estágio do processo 
de evolução da moeda reflete em dificuldade de se 
acumular ativos, pois a troca sem utilização da moeda 
dificulta a circulação de bens, serviços e mercadorias.
Por exemplo, se tenho apenas umas frutas para 
ofertar no mercado e o comprador oferece, como 
única maneira de pagamento, um armário enorme, 
como faremos para que aconteça a troca? Será que 
a outra pessoa vai topar a troca? Você considera 
essa troca desproporcional?1 A dificuldade em fazer a 
troca, muitas vezes, não permite que a mesma ocorra, 
dificultando assim a circulação de bens e serviços e, 
dessa maneira, dificulta a acumulação de riquezas.
3 FUNÇÕES
De acordo com Assaf Neto (2005), a moeda tem 
três funções básicas, enumeradas e explicadas nos 
tópicos a seguir.
3.1 INSTRUMENTO (MEIO) DE TROCA
Na época em que era adotado o escambo, não 
existia moeda e havia grandes dificuldades nas 
relações quantitativas. As formas rudimentares de 
relacionamento econômico se alteraram a partir da 
denominada primeira revolução agrícola, em que os 
grupos que tiveram prosperidade em suas atividades 
econômicas começaram a praticar a agricultura 
organizada e a domesticação de animais.
Nesse contexto, ocorreu o surgimento da moeda 
como meio de troca, pois o escambo foi cedendo 
espaço para outras maneiras de pagamento. Produtos 
de aceitação geral, tais como alimentos e produtos de 
necessidade básica, num primeiro momento, foram 
aceitos como moeda sem grandes restrições. Em 
fases posteriores, foram utilizados metais, moedas 
antigas e moeda de papel. Isso foi feito para existir 
uma coincidência entre vendedores e compradores em 
relação aos bens e direitos do negócio.
Outra conveniência que viabilizou a utilização da 
moeda como meio de troca é sua divisibilidade, que 
permitiu negociações em partes dos itens. Assim, 
a moeda foi adotada para dinamizar no mercado a 
circulação de bens e serviços.
1 Qual é a dificuldade dessa troca? Se voltarmos às propriedades 
desejáveis da moeda-mercadoria (nota anterior), veremos que 
a indivisibilidade do armário é o principal fator a dificultar esta 
transação.
29
AULA	4	• PRINCIPAIS ASPECTOS DA MOEDA
3.2 MEDIDA DE VALOR OU UNIDADE 
DE CONTA
A moeda auxilia na mensuração da economia, ou 
seja, permite uma medição de preços e débitos ao 
expressar bens e serviços em valores monetários.
Com base nesse conceito, caro leitor, podemos 
apurar o preço de bens e serviços. Assim, graças à 
moeda, podemos comparar preços de produtos nos 
supermercados e comprar o mais barato; podemos 
solicitar orçamento de bens e serviços, verificando o 
mais adequado para nossas necessidades; podemos 
verificar qual emprego representa um custo-benefício 
mais alinhado com nossos interesses etc.
3.3 RESERVA DE VALOR
Com a utilização da moeda, as pessoas ficam 
possibilitadas de acumular riqueza e, assim, 
estabelecem seu poder de compra, ou seja, acumular 
valores para um uso posterior.
Você sabe o conceito de liquidez? O que 
responderia se eu perguntasse qual a liquidez do 
dinheiro no seu bolso?
Então vamos lá: liquidez é a velocidade que um 
ativo pode ser transformado em meio de troca. A moeda 
é o ativo que tem o grau de liquidez mais alto por ser 
o próprio meio de troca. Já a casa em que você reside 
é um ativo de liquidez muito menor do que a moeda, 
pois, para transformá-lo em instrumento de troca, é 
necessário mais tempo. Por outro lado, uma ação na 
bolsa de valores é um ativo de liquidez intermediário 
(entre a moeda e o imóvel). Para facilitar esta distinção, 
podemos fazer uma simples pergunta: quanto tempo 
se levaria para transformar esse ativo em dinheiro? 
Quanto mais líquido for o ativo, mas rápido isso 
ocorrerá.
A moeda tem liquidez absoluta, pois pode ser 
convertida em qualquer ativo imediatamente.
Você se lembra de quando falamos em inflação na 
aula 2? Lembra-se o que é inflação? Se não se lembra, 
volte à aula anterior, pois iremos utilizar agora esse 
conceito.
Um problema da moeda e sua alta liquidez (poder 
de se converter em outro ativo) é a inflação, pois o 
poder de compra é diminuído com a elevação dos 
preços dos bens e serviços. A título de ilustração, você 
já passou pelo incômodo de não comprar um produto 
num determinado dia e, mais tarde, quando resolveu 
de fato adquiri-lo, o preço já havia aumentado e seu 
dinheiro continuou o mesmo [...]?
Isso significa que o valor da moeda é volátil, o que 
não ocorre com o preço de um imóvel, por exemplo. 
Isso, porque a moeda tem alta velocidade de circulação, 
alta liquidez, ao contrário do imóvel.
4 CARACTERÍSTICAS
Após a fase de escambo, algumas mercadorias 
eram utilizadas como moeda. Mas com base em que 
podemos classificar os itens em moeda? A moeda, 
para ser considerada tal, precisa atender às seguintes 
características enumeradas por Pinheiro (2005).
4.1 INDESTRUTIBILIDADE (OU 
DURABILIDADE)
O manuseio da moeda e seu uso normal devem 
ser permitidos no sentido de que a moeda não se 
deteriore facilmente.
4.2 INALTERABILIDADE
A moeda deve ser protegida de falsificações, pois 
devem ser praticadas estratégias para que ela não seja 
alvo dessa prática.
4.3 HOMOGENEIDADE
Duas unidades monetárias (por exemplo, duas 
moedas de um real) devem ser iguais e ter o mesmo 
valor.
4.4 DIVISIBILIDADE
A moeda deve permitir sua divisão em valores 
menores e também ter múltiplos, para que sejam 
realizadas transações maiores e menores.
4.5 TRANSFERIBILIDADE
A posse (“estar com a moeda”) e a propriedade 
(“ser dono da moeda”) devem ter a possibilidade de 
serem feitas facilmente com velocidade e agilidade.
4.6 FACILIDADE DE MANUSEIO 
(TRANSPORTABILIDADE)
Os agentes que utilizam a moeda não devem 
considerar seu transporte difícil, pois devem auxiliar a 
circulação dos bens e serviços.
30
MERCADO DE CAPITAIS
5 TIPOS DE MOEDA
5.1 MOEDA FIDUCIÁRIA
A moeda fiduciária é aquela que circula por meio do 
papel-moedae que é parcialmente lastreada por algum 
depósito. A origem de sua utilização vem dos depósitos 
em ouro, com os ourives (precursores dos bancos).
Cabe ressaltar que a moeda fiduciária tem o valor 
atrelado a sua aceitação no mercado ou pelo valor 
forçado imposto por lei.
A moeda lastreada, por outro lado, tem sua 
emissão baseada na existência de depósitos mantidos 
pelas autoridades monetárias, sendo que sua emissão 
é baseada na existência de reservas em quantidade 
associada ao seu valor.
Inicialmente, os recibos dos depósitos 
correspondiam à mesma quantidade de ouro mantida 
guardada nos cofres. Observando isso, os ourives 
e, posteriormente, os banqueiros, passaram a emitir 
recibos em maior quantidade do que os depósitos de 
ouro existentes em seus cofres. O valor desses recibos 
ou das moedas de papel dependia da garantia (que é o 
mesmo que fidúcia ou confiança) que merecia o banco 
emissor.
5.2 MOEDA BANCÁRIA OU 
ESCRITURAL
Aos depósitos à vista existentes nos bancos 
ou outras instituições creditícias, dá-se o nome de 
moeda bancária ou moeda escritural. Normalmente, 
são movimentados por intermédio de instrumentos de 
circulação de moeda bancária.
Seu principal meio de movimentação, hoje em dia, 
são os cheques e os cartões eletrônicos. No Brasil, 
outras formas de movimentação da moeda escritural 
incluem as transferências de crédito, as Transferências 
Eletrônicas Disponíveis ou TED, os Documentos de 
Crédito ou DOC’s e os boletos de cobrança, mais 
conhecidos como pagamentos com código de barra.
Em termos práticos, a moeda fiduciária é o nosso 
papel-moeda e as moedinhas de troco que recebemos 
todos os dias. Já a moeda bancária é o número que 
aparece quanto você tira um extrato da sua conta.
Se todos os clientes de todos os bancos resolves-
sem no mesmo dia sacar em moeda fiduciária todo o 
montante de suas contas bancárias (correspondente à 
moeda escritural), o que aconteceria? Todos os bancos 
estariam falidos.
O sistema monetário atualmente não tem um lastro 
correspondente ao valor exato de todos os depósitos. A 
quantidade de papel-moeda que o banco central emite 
é apenas aquela necessária para as transações em 
que este tipo de moeda é utilizado.
Assim, quando utilizamos, por exemplo, o cartão 
de crédito para pagar uma compra do supermercado, 
o banco não precisa entregar ao supermercado aquele 
valor em papel-moeda. Há apenas uma troca de moeda 
fiduciária, ou seja, das contas de banco para a conta do 
supermercado.
6 RESUMO
Moeda é o conjunto de diversas formas que 
circulam na economia, sendo, portanto, de vários tipos: 
moeda-mercadoria, metal, moedas antigas, moeda de 
papel.
 A moeda tem diversas funções: instrumento de 
troca (para dinamizar no mercado a circulação de bens 
e serviços); medida de valor e unidade de conta (auxilia 
na mensuração da economia); e reserva de valor 
(permite acumulação de riquezas).
As principais características da moeda que 
possibilitam seu uso na sociedade são: a durabilidade 
(não se deteriora facilmente), inalterabilidade (deve ser 
protegida de falsificações), homogeneidade (unidades 
monetárias devem ser iguais e ter o mesmo valor), 
divisibilidade (possibilidade de divisão em valores 
menores), transferibilidade (transferência de posse e 
propriedade) e transportabilidade (fácil transporte).
O papel moeda é também conhecido como moeda 
fiduciária. A quantidade de papel-moeda é inferior 
à riqueza de uma população e grande parte dessa 
riqueza está registrada nos bancos. Esses depósitos à 
vista nos bancos recebem o nome de moeda escritural.
7 ATIVIDADES
1) Cite e explique as três funções básicas da moeda.
2) Cite e explique as seis características da moeda 
explicitadas no texto.
3) Cite e explique os dois tipos de moeda.
REFERÊNCIAS
ALVES, Juliana Dias. Teoria macroeconômica I. Belo 
Horizonte: Ed. FEAD, 2009.
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São 
Paulo: Atlas, 2005.
31
AULA	4	• PRINCIPAIS ASPECTOS DA MOEDA
HILLBRECHT, Ronald. Economia monetária. São Paulo: Atlas, 1999.
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais: fundamentos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2002.
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval. Manual de introdução à economia. São 
Paulo: Saraiva, 2006.
Objetivos
•	 Conceituar	 meios	 de	 pagamento	 e	
agregados monetários.
•	 Explicar	 as	 principais	 características	 de	
meio de pagamento.
•	 Citar	os	tipos	de	meio	de	pagamento.
•	 Explicar	os	tipos	de	meio	de	pagamento.
•	 Compreender	o	conceito	de	multiplicador	
bancário.
AULA 5
MEIOS DE PAGAMENTO E AGREGADOS MONETÁRIOS
MERCADO DE CAPITAIS
ELEMENTOS DA ECONOMIA MONETÁRIA
Unidade 01
34
MERCADO DE CAPITAIS
1 INTRODUÇÃO
Na aula anterior, falamos sobre a moeda, sua 
evolução, seus conceitos, suas funções e as principais 
características. Conceitos importantes já apresentados 
são os de moeda em fiduciária e de moeda bancária ou 
estrutural. Vamos precisar desses conceitos.
Para a formulação e avaliação de uma política 
monetária, ou seja, para atuação do governo numa 
economia, o valor dos meios de pagamento é calculado 
para verificar a quantidade de papel-moeda em poder 
do público. Os valores encontrados auxiliam o governo 
a mensurar seu desempenho financeiro (superávits ou 
déficits na conta do governo) e avaliar a expansão dos 
meios de pagamento mediante concessão de créditos 
aos bancos comerciais. Mas o que são meios de 
pagamento? E agregados monetários?
2 MEIOS DE PAGAMENTO E 
AGREGADOS MONETÁRIOS
2.1 CONCEITO
2.1.1 MEIOS DE PAGAMENTO
Um equívoco muito comum dos alunos é confundir 
instrumentos de pagamento com meios de pagamento. 
Você sabe a diferença?
Os instrumentos de pagamento são o meio utilizado 
para transferência de meios de pagamento do pagador 
para o recebedor (cheque, dinheiro em espécie, cartão 
etc.). Já os meios de pagamento são os ativos ou os 
direitos aceitos para liquidação de uma obrigação de 
pagamento.
2.1.2 AGREGADOS MONETÁRIOS
Agregar significa somar. O termo monetário se 
refere ao volume de dinheiro ou à oferta de dinheiro 
de uma economia (país, região). Por isso, entende-se 
que agregados monetários são a soma dos meios de 
pagamento em circulação.
2.1.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS
O total dos meios de pagamentos é representado 
pelo volume da oferta de moeda em circulação (sem 
considerar os montantes mantidos em caixa pelas 
autoridades monetárias (no Brasil temos o Banco 
Central do Brasil) e pelos bancos comerciais (Banco do 
Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Real, Santander 
etc.), mais a moeda escritural (depósitos à vista do 
público nos bancos).
O Banco Central, de acordo com as necessidades 
identificadas em determinado período em uma 
economia e com a autorização legal das autoridades 
monetárias, emite o papel-moeda. Uma parte desse 
papel-moeda costuma permanecer retida no próprio 
Banco Central, aguardando liberação futura. A moeda 
em circulação, também chamada de meio circulante, é 
o total da moeda emitida em uma economia menos o 
valor retido no caixa das autoridades monetárias (no 
caso do Brasil, o Banco Central).
O valor da moeda em circulação subtraindo-se o 
valor no caixa dos bancos resulta no total da moeda em 
poder do público. Assim:
Moeda Emitida
(-) Caixa das Autoridades Monetárias
Moeda em Circulação
(-) Caixa dos Bancos
Moeda em poder do público.
De acordo com Assaf Neto (2005): “os meios de 
pagamento representam todos os haveres com liquidez 
imediata em poder do público, exceto o setor bancário. 
É uma medida de avaliação do nível de liquidez do 
sistema econômico.”
O principal objetivo em calcular o valor total dos 
meios de pagamento é descobrir a liquidez do sistema 
econômico, ou seja, saber a disponibilidade de recursos 
em curto prazo mediante o público.
3.1 CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS 
DE PAGAMENTO
A moeda como meio de troca permitiu adquirir bens 
e serviços. A utilização em massa do sistema financeiro 
(bancos e outras instituições creditícias) desenvolveu a 
moeda, dando-lhe aplicabilidade necessária à aquisiçãode produtos no mercado com seu uso corrente no país.
O grau de liquidez (velocidade) nas operações pode 
ser maior ou menor, de acordo com o tipo de moeda 
utilizada. Essa característica dos meios de pagamento, 
ou seja, as diferenças de liquidez geram problemas na 
mensuração da quantidade de moeda em circulação, 
cujo objetivo é identificar e evidenciar a quantidade 
ideal de moeda que deve ficar em circulação.
Com esse problema, surgiu mais um: como 
identificar quais são as diversas moedas distintas do 
dinheiro que circulam paralelamente no mercado? As 
Ciências Econômicas, com o intuito de classificar as 
35
AULA	5	•	MEIOS DE PAGAMENTO E AGREGADOS MONETÁRIOS
moedas distintas para medir o grau de liquidez, criou 
uma série de meios de pagamento.
O total dos meios de pagamento são o que em 
economia convencionou-se chamar de M1, M2, M3 e 
M4. O M1 é chamado de meio de pagamento restrito 
e os demais agregados (M2, M3 e M4) são chamados 
meios de pagamento ampliados.
3.2 TIPOS DE MEIOS DE PAGAMENTO
Os ativos do conceito M1 são os de mais alta 
liquidez. Já os agregados monetários amplos, que são 
o M2, M3 e M4, abrangem os mais diferentes ativos 
monetários.
Ocorre um aumento de M4 em relação a M1 
normalmente quando os processos inflacionários na 
economia acontecem. É a chamada desmonetização. 
A monetização – o contrário – acontece quando há a 
redução da inflação, minimizando o custo das pessoas 
em manter maior volume de moeda.
3.2.1 MEIOS DE PAGAMENTO M1
Também chamado de moeda M1 ou de agregado 
M1.
O Meio de Pagamento M1 é constituído pelos 
saldos de moeda em poder do público somado aos 
depósitos à vista:
Papel-moeda em poder do público
(+) depósitos à vista nos bancos comerciais
= MEIOS DE PAGAMENTO M1 
Vale lembrar que os depósitos à vista consideram 
os depósitos que são correntes no Banco do Brasil 
e excluem os que estão disponíveis nas Caixas 
Econômicas.
Os demais tipos de meios de pagamento são 
avaliados em conceitos mais amplos, que incluem 
diversos títulos em circulação no mercado financeiro.
3.2.2 MEIOS DE PAGAMENTO M2 OU 
MOEDA M2
É o resultado do conceito M1 somado aos 
depósitos à vista nas Caixas Econômicas, aos títulos 
públicos colocados no mercado (federais, estaduais 
e municipais) e aos saldos de fundos de aplicação 
financeira (renda fixa). Assim:
Meios de Pagamento – conceito M1
(+) Depósitos especiais remunerados
(+) Depósitos de poupança
(+) Títulos emitidos por instituições depositárias
(=) Meios de Pagamento – conceito M2
3.2.3 MEIOS DE PAGAMENTO M3 OU 
MOEDA M3
O conceito de moeda M3 é o resultado da soma 
do total de moeda M2 a depósitos em cadernetas de 
poupança.
Meios de Pagamento – conceito M2
(+) Quotas de fundos de renda fixa
(+) Operações compromissadas registradas no Selic
(=) Meios de Pagamento – conceito M3
3.2.4 MEIOS DE PAGAMENTO M3 OU 
MOEDA M4
Moeda M4 é resultado da soma do conceito de 
moeda M3 com os depósitos a prazo fixo (CDB, RDB), 
letras de câmbio e letras imobiliárias.
Meios de Pagamento – conceito M3
(+) Títulos públicos de alta liquidez.
(=) Meios de Pagamento – conceito M4
4 MULTIPLICADOR BANCÁRIO
Os bancos podem criar moeda? Mochon e Troster 
(1994), em Introdução à economia, expõem um 
exemplo que deixa muito claro a evidência de que os 
bancos criam moeda.
Suponha que você, caro aluno, ganhou 100 
milhões de reais num sorteio da loteria. Por questões 
de segurança, você depositou o dinheiro num banco 
(fez um depósito à vista no banco).
Para o banco, houve um aumento de 100 milhões 
de reais em sua liquidez. Mas o banco sabe que você 
não irá usar todo o dinheiro de uma só vez e por isso 
não precisa manter todo esse dinheiro guardado em 
seu caixa forte. Parte do dinheiro depositado será 
empregada para a concessão de empréstimos e 
créditos aos demais clientes daquele banco.
A instituição bancária não coloca todos os 100 
milhões em circulação, pois normalmente deixa parte 
desse valor em reserva. Supondo que o valor dessa 
reserva (chamada depósito compulsório) seja de 10% 
dos 100 milhões, ou seja, 10 milhões, o banco colocará 
em circulação no mercado (por meio de empréstimos a 
outros clientes) 90 milhões.
Os 90 milhões emprestados livremente gerarão 
juros, que são cobrados pelo banco. As pessoas que 
receberam esse dinheiro como empréstimo irão gastá-
lo, e as empresas que recebem esses valores poderão 
fazer novos depósitos no sistema bancário, ou seja, os 
36
MERCADO DE CAPITAIS
90 milhões emprestados retornarão aos bancos como 
novos depósitos.
Por sua vez, desses 90 milhões, 10% serão 
guardados nos cofres como reserva e os outros 81 
milhões serão colocados em circulação pelos bancos 
(por meio de novos empréstimos). E, assim, o mesmo 
processo se reinicia.
Logo, quanto maior for o depósito compulsório, 
ou seja, o percentual que o banco deve guardar nos 
seus cofres (utilizamos a alíquota de 10% em nosso 
exemplo), menor será o multiplicador bancário, 
mantendo constantes as demais condições.
De uma forma mais sintética, na realização do 
empréstimo, não ocorre uma diminuição dos direitos 
que os depositantes têm sobre o banco. Ao conceder 
empréstimos, o próprio banco está criando meios de 
pagamento adicionais (criando moeda escritural), pois 
se transfere poder de compra ao tomador sem reduzir 
a quantidade à disposição dos depositantes. Pode-
se, tomando como parâmetro esse processo, verificar 
a capacidade de criação de moeda pelos bancos 
comerciais, a partir da moeda emitida pelo Banco 
Central, definindo-se assim o chamado multiplicador 
monetário.
5 RESUMO
Uma das funções da moeda é a sua utilização 
como meio de pagamento. Entende-se por meio de 
pagamento todo o ativo ou direito que seja aceito 
para o pagamento de dívidas em moeda nacional. O 
Banco Central de cada país é o órgão responsável por 
identificar as necessidades de moeda e determinar a 
quantidade de papel-moeda a ser emitida. Parte da 
moeda emitida é mantida em caixa pelas autoridades 
monetárias, e o restante é moeda em circulação. Desse 
total, uma parcela fica em poder dos bancos comerciais, 
principalmente em forma de depósitos compulsórios; e 
o restante fica em poder do público.
Para a mensuração dos agregados monetários, os 
meios de pagamento são separados em M1, M2, M3 
e M4, de acordo com o grau de liquidez de cada ativo, 
sendo M1 o mais líquido.
Os bancos comerciais exercem a importante 
função de criar moeda, o que é possível devido aos 
efeitos multiplicadores gerados quando os depósitos 
à vista são colocados novamente em circulação, por 
meio de empréstimos.
6 ATIVIDADES
1) O que são meios de pagamento?
2) O que são agregados monetários?
3) Como se calcula o total da moeda em poder do 
público?
4) Qual o meio de pagamento em sentido restrito?
5) Qual são os meios de pagamento em sentido mais 
amplo?
6) Como se calcula M1, M2, M3 e M4?
7) O que é desmonetização?
8) O que você entende por multiplicador bancário?
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. São 
Paulo: Atlas, 2005.
HILLBRECHT, Ronald. Economia nonetária. São 
Paulo: Atlas, 1999.
MOCHON, Francisco; TROSTER, Roberto Luis. 
Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 
1994.
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais: fundamentos 
e técnicas. São Paulo: Atlas, 2002. 
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco 
Antônio Sandoval. Manual de introdução à economia. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Economia e 
finanças: séries temporais – meios de pagamento 
ampliados. Disponível em: <http://www.bcb.gov.
br/?SERIEMEIOS PAG>. Acesso em: dez. 2010.
Objetivos
•	 Conceituar	políticas	econômicas.
•	 Explicar	as	principais	características	das	
políticas econômicas.
AULA 6
POLÍTICAS ECONÔMICAS
MERCADO DE CAPITAIS
ELEMENTOS DA ECONOMIA MONETÁRIA
Unidade 01
38
MERCADO DE CAPITAIS
1 INTRODUÇÃO
Olá! Como vão os estudos? Já falamos da formação 
da moeda, sua evolução, conceitos básicos, meios de 
pagamento e agregados monetários. Você se lembra?
Todos esses conceitos são importantes para

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