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Síndrome de imobilidade

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Síndrome de imobilidade 
Idosos fragilizados são aqueles com mais de 75 anos, 
dependem de terceiros para atividades de vida diária, vivem 
geralmente em instituições, são incapazes de se movimentar, 
usam múltiplos fármacos, são desnutridos e apresentam 
alterações nos exames laboratoriais. São geralmente 
mantidos confinados no leito e, devido esta mobilidade 
adquirem e evoluem para outras complicações, que 
chamamos de síndrome de imobilidade. 
Síndrome é um conjunto ou complexo de sinais ou sintomas 
que ocorrem ao mesmo tempo, que individualizam uma 
entidade mórbida e podem ter mais de uma etiologia. 
Imobilidade é o ato ou efeito resultante da supressão de 
todos os movimentos de uma ou mais articulações em 
decorrência da diminuição das funções motoras, impedindo a 
mudança de posição ou translocação corporal, ficando 
restrito ao leito e imóvel. 
A síndrome de imobilidade deriva do fato de que todos os 
órgãos e aparelhos podem se ressentir, gravemente, da 
própria imobilidade e de suas consequências, a começar pela 
deterioração intelectual e comportamental, dos estados 
depressivos, dos distúrbios cardiovasculares, respiratórios, 
digestivos e metabólicos, constipação intestinal, hipotonia 
muscular, osteoporose, desnutrição, distúrbios metabólicos, 
contratura e negativação do balanço nitrogenado. É um 
complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão de 
todos os movimentos articulares, que prejudica a mudança 
postural, compromete a independência, sendo irreversível e 
levando a fragilidade, incapacidade e morte. 
 
Define-se repouso (7 a 10 dias), imobilização (10 a 15 dias) e 
decúbito de longa duração (mais de 15 dias). Dentre os 
critérios para classificar como síndrome de imobilidade exige-
se a presença do critério maior e pelo menos duas 
características dos critérios menores. O critério maior é o 
déficit cognitivo moderado a grave e múltiplas contraturas. 
Como critérios menores tem-se afasia, dupla incontinência, 
disfagia leve a grave e sinais de sofrimento cutâneo ou 
úlceras de decúbito. As causas da imobilidade podem ser 
várias, essas que, juntamente com outras patologias causam 
a síndrome da mobilidade. 
 
Cerca de 25% dos idosos da comunidade e 75% dos que 
vivem em ILPI tem deficiência ou incapacidade grave, mas 
não há dados específicos para a síndrome de imobilidade. 
Esses pacientes têm custos elevados, tendo necessidade de 
dieta especial por sonda, mais utilização de antibióticos de 
última geração pela maior predisposição a desenvolver 
infecções, além de requererem curativos especiais. A 
mortalidade de idosos confinados ao leito é alto, em cerca de 
40%, em que a causa mortis geralmente é falência múltipla 
de órgãos, mas também sepse, trombose venosa profunda, 
entre outros. 
 
Equilíbrio 
precário 
Queda
Limitação 
de marcha 
Perda de 
independência 
Imobilidade 
no leito
Síndrome da 
imobilidade
Entende-se que é um momento de grande sofrimento para o 
paciente e para os familiares, sendo uma fase de degradação 
da qualidade de vida ao limite do tolerável ou aceitável, como 
também um quadro irreversível, cabendo à equipe 
multidisciplinar o máximo de empenho a fim de trazer certo 
conforto para os familiares e para aquele que está próximo 
da morte. Nesse âmbito cabe a discussão de temas como 
eutanásia (morte antes da hora, mesmo que com 
dificuldades o paciente teria possibilidade de manter a vida), 
distanásia (várias medidas, até iatrogênicas, para tentar 
salvar o paciente) e ortotanásia (pensar na qualidade de 
vida, instituindo medidas que podem ter benefícios, mas com 
cautela para não tomar ações invasivas e sem efeito). 
O uso de oxigênio, sondas para hidratação e alimentação, 
analgésicos, bom aquecimento, posicionamento adequado 
no leito, higiene, opioides e a presença constante de 
familiares dividindo os últimos cuidados são essenciais para 
uma qualidade de vida e qualidade de morte do paciente com 
síndrome de imobilidade. Não se deve isolar o paciente num 
ambiente frio e distante, como um CTI, ressuscitá-lo, indicar 
procedimentos cirúrgicos ou hemotransfusão a fim de evitar 
o óbito, já que tais procedimentos geralmente apenas pioram 
a qualidade de vida do paciente, prolongando seu sofrimento.

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