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SP 2.5 Sinal de alerta! 1 ⚠ SP 2.5 Sinal de alerta! Onofre é interno de medicina e está na rotina dura da reta final do curso. Ao longo dos últimos anos, foi ficando mais relaxado em relação à alimentação saudável, fazia suas refeições frequentemente no próprio hospital ou em um bar próximo ao mesmo. Há alguns meses vinha percebendo certa coceira na região anal algo que estava se tornando mais frequente e incomodando, porém naquela noite, retornando finalmente para casa, ficou muito surpreso ao eliminar, pelas fezes, um verme alongado, ainda vivo... Foi um choque... Na semana anterior, lembrou-se que atendeu um homem que referia tenesmo retal. Veio em sua memória toda falta de autocuidado nos últimos anos... passava horas preocupando-se com o bem-estar do outros e tinha esquecido de si próprio, aqueles últimos anos... - “Precisarei rever meus conceitos”. Conceito: Tenesmo retal - uma vontade intensa de evacuar, mas a sensação é de não ocorrer esvaziamento completo ou nem ocorrer a evacuação. Pode acontecer em períodos específicos ou ser um quadro prolongado. Problemas Evacuou um verme alongado vivo. Descuido perante a alimentação. Coceira anal. Falta de autocuidado. Onofre se preocupava mais com os outros de que consigo. Ele está a meses com esse desconforto e não buscou uma ajuda especializada. Hipóteses A coceira anal e um sinal do sintoma de evacuação do verme. Ele comeu alguma comida contaminada pela falta de cuidado com a alimentação, o que levou a ter vermes. Por se preocupar mais com os outros, acabou esquecendo de cuidar de si mesmo. Houve uma falta de exames periódicos. Por ser um interno de medicina, não lhe resta muito tempo livre para preparar a comida tornando mais prático a compra de comida. Falta de higiene pode ter levado a contaminação, principalmente por ter tratado um paciente com um quadro semelhante. SP 2.5 Sinal de alerta! 2 Ele está com possivelmente com uma lombriga ou tênia. Questões de aprendizado O que são helmintos e protozoários e a sua classificação? Protozoários: São seres unicelulares (compostos por apenas uma única célula). Sua reprodução é feita por divisão celular, dentro do próprio hospedeiro. Os protozoários causadores de doença mais comuns são: Amebas: os principais são a Entamoeba histolytica e a Dientamoeba fragilis. Flagelados: Giardia lamblia. Coccídios: Cryptosporidium parvum e a Isopora belli. Blastocistos: Blastocystis hominis. Existem protozoários que não estabelecem uma relação de parasitismo conosco. Eles vivem naturalmente no nosso intestino e não nos causam doenças. São vermes que não precisam ser tratados quando identificados nos exames de fezes, especialmente se não houver sintomas. Helmintos: Os helmintos são parasitas mais complexos, compostos por várias células e órgãos internos. Podem medir desde centímetros até alguns metros de comprimento, como é o caso da teníase, conhecida popularmente como solitária. Ao contrário dos protozoários, que se multiplicam dentro do hospedeiro, os helmintos produzem ovos e larvas que só se desenvolvem ao serem lançados no ambiente junto com as fezes. As pessoas se contaminam ao ingerir esses ovos e larvas presentes no ambiente. Os helmintos causadores de doença intestinal mais comuns são: Nematoides: Ascaris lumbricoides. Ancilostomídeos. Enterobius vermicularis. Strongyloides stercolaris. Trichuris trichiura. Trematódeos: Schistosoma mansoni. Cestódeos: Taenia sp. Hymenolepis diminuta. Hymenolepis nana. Quais as principais doenças causadas por helmintos e protozoários. Sintomas, diagnósticos e tratamento? https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/ameba-entamoeba-histolytica/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/giardiase/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/ascaris-lumbricoides/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/ancilostomose/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/oxiurus-enterobius-vermicularis/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/estrongiloidiase/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/tricuriase/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/esquistossomose/ https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/teniase-cisticercose/ SP 2.5 Sinal de alerta! 3 Doenças de helmintos Esquistossomose; Etiologia → Esquistossomose é a infecção causada por trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma, adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em contato com águas contaminadas. Os parasitas infectam os vasos do trato gastrintestinal ou trato geniturinário. → A esquistossomose é, de longe, a infecção mais importante por trematódeos. O Schistosoma é o único trematódeo que invade o corpo pela pele; → Há cinco espécies de Schistoma, todas com ciclos de vida semelhantes, que envolvem caramujos de água doce. S. haematobium causa doença do trato urinário; as outras Schistosoma spp provocam doença intestinal S. haematobium: é distribuído amplamente no continente africano com focos menores no Oriente Médio, Turquia e Índia S. mansoni: é disseminado na África, tem foco no Oriente Médio, e é a única espécie presente no hemisfério ocidental em regiões da América do Sul e em algumas ilhas caribenhas S. japonicum: Ásia, em especial na China, Filipinas, Tailândia e Indonésia. S. mekongi: Sudeste Asiático S. intercalatum: África Central e Ocidental Fisiopatologia SP 2.5 Sinal de alerta! 4 1. No hospedeiro humano, os ovos contendo miracídios são eliminados com as fezes ou a urina na água. 2. Na água, os ovos eclodem e liberam os miracídios. 3. Os miracídios nadam e penetram em um caramujo (hospedeiro intermediário). 4. Dentro do caramujo, os miracídios progridem através de 2 gerações de esporocistos para se tornarem cercárias. 5. As cercárias nadadoras livres são liberadas do caramujo e penetram na pele do hospedeiro humano. 6. Durante a penetração, as cercárias perdem sua cauda bifurcada, tornando-se esquistossômulos. Os esquistossômulos são transportados através da vasculatura até o fígado. Lá, se transformam em vermes adultos. 7. O par (macho e fêmea) de vermes adultos migra (dependendo da espécie) para as veias intestinais no intestino ou no reto, ou para o plexo venoso do trato geniturinário, no qual vivem e botam ovos. Sinais e Sintomas → A maioria das infecções é assintomática. → Um exantema papular e pruriginoso Dermatite aguda por schistosoma pode se desenvolver no local de penetração das cercárias na pele. SP 2.5 Sinal de alerta! 5 → A febre de Katayama pode ocorrer com a oviposição, tipicamente 2 a 4 semanas após exposição intensa. Os sintomas incluem: febre, calafrios, tosse, náuseas, dor abdominal, mal-estar, mialgia, exantema urticariforme e eosinofilia marcante, assemelhando-se à doença do soro. As manifestações são mais comuns e normalmente mais intensas em visitantes do que em residentes de áreas endêmicas e tipicamente duram várias semanas. → Esquistossomose crônica resulta principalmente de respostas do hospedeiro a ovos retidos nos tecidos. No início, ulcerações na mucosa intestinal causadas por S. mansoni ou S. japonicum podem sangrar e produzir diarreia sanguinolenta. Com o progredir das lesões, podem se desenvolver fibrose focal, estenose, fístulas e papilomas no intestino. Diagnóstico Exame microscópico das fezes ou urina (S. haematobium) para ovos Testes sorológicos Tratamento Praziquantel Recomenda-se um dia de tratamento oral com praziquantel (20 mg/kg duas vezes ao dia, para S. haematobium, S. mansoni e S. intercalatum; 20 mg/kg 3 vezes ao dia S. japonicum e S. mekongi). Praziquantel é eficaz contra os esquistossomos adultos, mas não contra o esquistossômulo em desenvolvimento, que ocorrem no início da infecção. O tratamento da esquistossomose aguda (febre de Katayama) baseia-se em dados limitados. Corticoides podem melhorar os sintomas graves; o tratamento com prednisona, 20 a 40 mg, diariamente, por5 dias, em adultos é geralmente eficaz. Depois de os sintomas diminuírem, administra-se tratamento com praziquantel como detalhado acima, que é repetido 4 a 6 semanas mais tarde depois de os parasitas alcançarem a idade adulta. Esquistossomose - Doenças infecciosas - Manuais MSD edição para profissionais Esquistossomose é a infecção causada por trematódeos sanguíneos do gênero Schistosoma, adquiridos transcutaneamente ao nadar ou entrar em contato com águas contaminadas. Os parasitas infectam os vasos do trato gastrintestinal ou trato geniturinário. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doenças-infecciosas/trematódeos-verme s/esquistossomose?query=esquistossomose https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/tremat%C3%B3deos-vermes/esquistossomose?query=esquistossomose SP 2.5 Sinal de alerta! 6 Ascaridíase; Etiologia A ascaridíase tem distribuição universal. Ela se concentra nas regiões tropicais e subtropicais com condições sanitárias precárias. Ascaridíase é a infecção intestinal mais comum por helminto no mundo. A prevalência é mais alta em crianças de 2 a 10 anos e diminui nas faixas etárias mais altas. As estimativas atuais sugerem que 807 milhões a 1,2 bilhão de pessoas estão infectadas em todo o mundo, e a ascaridíase contribui para a desnutrição em áreas com condições sanitárias precárias. Estima-se que a ascaridíase seja responsável por 60.000 mortes em todo o mundo anualmente, cerca de 2.000 das quais são decorrentes de obstrução do intestino ou do trato biliar, principalmente em crianças. Fisiopatologia Ovos de A. lumbricoides ingeridos eclodem no duodeno e as larvas resultantes penetram na parede do intestino delgado, migrando pela circulação portal através do fígado para o coração e para os pulmões. As larvas se fixam nos vasos capilares alveolares, penetram nas paredes alveolares e ascendem à árvore brônquica para a orofaringe. São ingeridos e voltam ao intestino delgado, no qual se desenvolvem até vermes adultos, se acasalando e liberando ovos nas fezes. O ciclo de vida é completado em aproximadamente 2 a 3 meses; vermes adultos vivem 1 a 2 anos. SP 2.5 Sinal de alerta! 7 Uma massa emaranhada de vermes na infecção grave pode produzir obstrução de intestino, em particular em crianças. Vermes adultos individuais com migração aberrante ocasionalmente obstruem os ductos biliares ou pancreáticos, provocando colecistite ou pancreatite; colangite, abscesso no fígado e peritonite são menos comuns. A febre causada por outras doenças ou certos fármacos (p. ex., albendazol, mebendazol, tetracloretileno) pode desencadear a migração anômala dos vermes adultos. Sinais e Sintomas Larvas de Ascaris que migram para os pulmões podem causar: tosse, sibilos e, ocasionalmente, hemoptise ou outros sintomas respiratórios nas pessoas sem exposição prévia ao Ascaris. → Vermes adultos em pequeno número geralmente não produzem sintomas gastrointestinais, embora a passagem de um verme adulto pela boca ou pelo reto possa levar um paciente assintomático a procurar um serviço de saúde. Obstrução intestinal ou biliar causa cólicas abdominais, náuseas e vômitos. Icterícia é incomum. Até mesmo infecções moderadas podem conduzir à desnutrição em crianças. A fisiopatologia não é conhecida e pode incluir competição por nutrientes, prejuízo de absorção e redução de apetite. Diagnóstico Exame microscópico das fezes Identificação dos vermes adultos nas fezes ou que surgem do nariz, boca ou reto Tratamento Albendazol, mebendazol ou ivermectina Deve-se tratar todas as infecções intestinais. Ascaríase - Doenças infecciosas - Manuais MSD edição para profissionais Ascaríase é uma infecção por Ascaris lumbricoides, ou às vezes por Ascaris suum (um parasita estreitamente relacionado dos suínos) Infecções leves podem ser assintomáticas. Os sintomas iniciais são pulmonares (tosse, sibilos); mais tarde, https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doenças-infecciosas/nematódeo s-vermes-filiformes/ascar%C3%ADase?query=Ascarid%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/nemat%C3%B3deos-vermes-filiformes/ascar%C3%ADase?query=Ascarid%C3%ADase SP 2.5 Sinal de alerta! 8 Teníase/Cisticercose; Teniase: T. Saginata A infecção pela tênia da carne bovina, Taenia saginata, pode produzir desconforto gastrintestinal leve ou passagem de um segmento móvel nas fezes. Etiologia O gado é o hospedeiro intermediário para T. saginata. Seres humanos são infectados por Ingerir cisticercos (forma larval) presentes na carne bovina crua ou malcozida. Fisiopatologia As larvas amadurecem em aproximadamente 2 meses até vermes adultos (normalmente, somente 1 a 2 estão presentes), que podem viver por vários anos. Tênias T. saginata adultas geralmente têm de 4 a 12 metros de comprimento, mas podem ter até 25 metros. A infecção por T. saginata ocorre no mundo todos, mas especialmente em regiões de criação de gado nos trópicos e subtrópicos da África, no Oriente Médio, na Europa Oriental, no México e na América do Sul. A infecção não é comum em gado nos EUA e é monitorada por inspeção federal. Sinais e Sintomas Pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas digestórios leves como desconforto epigástrico, náuseas, flatulência, diarreia ou dores de fome. A passagem de um segmento móvel (proglotes) frequentemente é o que faz um paciente assintomático buscar serviço médico. Diagnóstico Exame microscópico de fezes para presença de ovos e proglotes Tratamento Praziquantel Alternativamente, niclosamida Teniase: T. Solium A infecção por Taenia solium (teníase) é uma infecção intestinal por tênias adultas provenientes da ingestão de carne de porco contaminada. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cest%C3%B3deos-vermes-em-fita/vis%C3%A3o-geral-das-infec%C3%A7%C3%B5es-por-cest%C3%B3deos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cest%C3%B3deos-vermes-em-fita/vis%C3%A3o-geral-das-infec%C3%A7%C3%B5es-por-cest%C3%B3deos SP 2.5 Sinal de alerta! 9 Etiologia Apresentação, diagnóstico e tratamento da infecção intestinal por tênias adultas T. solium são semelhantes àqueles da infecção por T. saginata (tênia da carne bovina). O tamanho da T. solium adulta varia de 2 a 8 metros. Porém, seres humanos também podem agir como hospedeiros intermediários para larvas de T. solium se ingerirem ovos de T. solium presentes em excretas humanas ( Ciclo de vida do Taenia solium). Alguns especialistas postulam que se uma tênia adulta estiver presente no intestino, proglotes prenhes (segmentos de tênias) podem passar de forma retrógrada do intestino para o estômago, no qual oncosferas (forma imatura do parasita inserida em um invólucro embrionário) podem eclodir e migrar para tecidos subcutâneos, músculos, vísceras e sistema nervoso central. As tênias adultas podem residir no intestino delgado durante anos. Ele chegam a ter 2 a 7 m de comprimento e produzem até 1.000 proglotes; cada um dos quais contém cerca de 50.000 ovos. Fisiopatologia Os seres humanos desenvolvem infecção intestinal com tênias adultas após a ingestão de carne de porco contaminada, ou podem desenvolver cisticercose após a ingestão de ovos de T. solium (tornando os seres humanos hospedeiros intermediários). https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cest%C3%B3deos-vermes-em-fita/infec%C3%A7%C3%A3o-por-taenia-saginata-t%C3%AAnia-da-carne-bovina https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/cest%C3%B3deos-vermes-em-fita/infec%C3%A7%C3%A3o-por-taenia-solium-t%C3%AAnia-da-carne-de-porco-e-cisticercose#v1015403_pt SP 2.5 Sinal de alerta! 10 1. Os seres humanos ingerem carne de porco crua ou malcozida contendo cisticercos (larvas). 2. Após a ingestão, cistos evertem, ligam-se ao intestino delgado pelo seu escólex e tornam- se tênias adultas em cerca de 2 meses. 3. As tênias adultas produzem proglotes,que se tornam prenhes; estas desprendem-se da tênia e migram para o ânus. 4. Proglotes soltas e/ou ovos são passados para o hospedeiro definitivo (ser humano) pelas fezes. 5. Porcos ou seres humanos tornam-se infectados pela ingestão de ovos embrionados ou proglotes prenhes (p. ex., na comida contaminada por fezes). Pode ocorrer autoinfecção nos seres humanos se proglotes passarem do intestino para o estômago via peristaltismo reverso. 6. Depois que os ovos são ingeridos, eclodem no intestino e liberam oncosferas, as quais penetram na parede intestinal. 7. As oncosferas, através da rede sanguínea, vão para músculos estriados e para o cérebro, o fígado e outros órgãos, nos quais se desenvolvem até cisticercos. Pode resultar em cisticercose. Sinais e Sintomas Vermes adultos podem produzir sintomas gastrintestinal leves ou passagem de segmentos móveis nas fezes. Diagnóstico Exame microscópico de fezes para presença de ovos e proglotes CT e/ou MR e teste sorológico em pacientes com sintomas no sistema nervoso central Tratamento Para infecção intestinal (sem neurocisticercose): praziquantel ou niclosamida (fora dos EUA) Para cisticercose: corticoides, anticonvulsivantes e, algumas vezes, albendazole ou praziquantel e/ou cirurgia Cisticercose: Cisticercose é a infecção causada pelas larvas de T. solium, que se desenvolve depois da ingestão de ovos excretados nas fezes humanas. Etiologia Fisiopatologia SP 2.5 Sinal de alerta! 11 Os seres humanos desenvolvem infecção intestinal com tênias adultas após a ingestão de carne de porco contaminada, ou podem desenvolver cisticercose após a ingestão de ovos de T. solium (tornando os seres humanos hospedeiros intermediários). 1. Os seres humanos ingerem carne de porco crua ou malcozida contendo cisticercos (larvas). 2. Após a ingestão, cistos evertem, ligam-se ao intestino delgado pelo seu escólex e tornam- se tênias adultas em cerca de 2 meses. 3. As tênias adultas produzem proglotes, que se tornam prenhes; estas desprendem-se da tênia e migram para o ânus. 4. Proglotes soltas e/ou ovos são passados para o hospedeiro definitivo (ser humano) pelas fezes. 5. Porcos ou seres humanos tornam-se infectados pela ingestão de ovos embrionados ou proglotes prenhes (p. ex., na comida contaminada por fezes). Pode ocorrer autoinfecção nos seres humanos se proglotes passarem do intestino para o estômago via peristaltismo reverso. 6. Depois que os ovos são ingeridos, eclodem no intestino e liberam oncosferas, as quais penetram na parede intestinal. SP 2.5 Sinal de alerta! 12 7. As oncosferas, através da rede sanguínea, vão para músculos estriados e para o cérebro, o fígado e outros órgãos, nos quais se desenvolvem até cisticercos. Pode resultar em cisticercose. Sinais e Sintomas Na cisticercose, os sintomas geralmente estão ausentes, exceto se larvas invadirem o sistema nervoso central, resultando em neurocisticercose, a qual pode causar convulsões e vários outros sinais neurológicos. A neurocisticercose pode ser reconhecida em exames de imagem do cérebro. Pouco menos da metade dos pacientes com neurocisticercose apresenta T. solium Na maioria dos órgãos, os cisticercos viáveis (forma larval) causam reação mínima ou nenhuma reação no tecido, mas a morte dos cistos no sistema nervoso central, olhos ou medula espinal pode liberar antígenos que provocam uma resposta tecidual intensa. Dessa forma, com frequência os sintomas não aparecem durante anos depois da infecção. A infecção cerebral (neurocisticercose) pode provocar sintomas graves, decorrentes do efeito de massa e da inflamação induzidos pela degeneração dos cisticercos e liberação de antígenos. Dependendo da locação e do número de cisticercos, os pacientes com neurocisticercose podem apresentar convulsões, sinais de hipertensão intracraniana, hidrocefalia, sinais neurológicos focais, estado mental alterado, ou meningite asséptica. Os cisticercos também podem infectar a medula espinal, os músculos, os tecidos subcutâneos e os olhos. Imunidade secundária significativa se desenvolve após infecção larval. Diagnóstico Exame microscópico de fezes para presença de ovos e proglotes CT e/ou MR e teste sorológico em pacientes com sintomas no sistema nervoso central Ovos de T. solium estão presentes em ≤ 50% das amostras de fezes de pacientes com cisticercose. Tratamento Para infecção intestinal (sem neurocisticercose): praziquantel ou niclosamida (fora dos EUA) Para cisticercose: corticoides, anticonvulsivantes e, algumas vezes, albendazole ou praziquantel e/ou cirurgia Ancilostomíase; Ancilostomíase é uma infecção provocada por Ancylostoma duodenale ou Necator americanus. Os sintomas incluem exantema no local de entrada da larva e, algumas vezes, dor abdominal ou outros sintomas gastrointestinais durante a infecção inicial. Mais tarde, pode-se desenvolver deficiência de ferro por causa de perda crônica de sangue. A ancilostomíase é uma das principais causas de anemia por deficiência de ferro em regiões endêmicas. O diagnóstico é feito pela detecção de ovos nas fezes. O tratamento é feito com albendazol ou mebendazol. SP 2.5 Sinal de alerta! 13 Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Infecção intestinal crônica pode levar à anemia por deficiência de ferro, causando: palidez, dispneia, fraqueza, taquicardia, cansaço e edema periférico. Uma eosinofilia de baixo grau está frequentemente presente. Em crianças, perda de sangue crônica pode provocar anemia grave, insuficiência cardíaca e anasarca e, em gestantes, retardo do crescimento do feto. Diagnóstico Exame microscópico das fezes Tratamento Enterobíase Enterobíase é uma infestação intestinal causada por oxiúros Enterobius vermicularis, geralmente em crianças, mas membros adultos de suas famílias e cuidadores, pessoas institucionalizadas e aqueles que têm contato anal-oral durante o sexo com um parceiro infectado também estão em risco. O principal sintoma é a coceira perianal. Etiologia Fisiopatologia SP 2.5 Sinal de alerta! 14 Sinais e Sintomas A maioria dos infectados não apresenta sintomas ou sinais, mas alguns experimentam prurido perianal e desenvolvem escoriações perianais. Pode ocorrer infecção bacteriana secundária da pele e dos pulmões. Em alguns casos, a fêmea migra pelo trato genital feminino humano, causando vaginite e, em raras ocasiões, lesões peritoneais. Muitas outras condições são atribuídas à infestação por oxiuros (p. ex., dor abdominal, insônia, convulsões), mas uma relação causal é improvável. Oxiuros obstruem o lúmen do apêndice, em casos de apendicites, mas a presença dos parasitas pode ser coincidência. Diagnóstico Tratamento tricuríase Etiologia Tricuríase é uma infecção causada por Trichuris trichiura. A tricuríase é a 3ª infecção mais comum por vermes filiformes transmitida pelo solo. Fisiopatologia SP 2.5 Sinal de alerta! 15 Sinais e Sintomas Os sintomas podem incluir: dor abdominal, diarreia e, em infecções intensas, anemia e desnutrição. Diagnóstico O diagnóstico é feito pela detecção de ovos nas fezes. Tratamento O tratamento é com mebendazol, albendazol ou ivermectina. Os sintomas mais comuns são: Perda de apetite; Perda de peso; Dor estomacal; Diarreia e gases intestinais, com distensão abdominal; Prurido (comichão) agudo em redor do reto ou outras partes do corpo; Erupções cutâneas ou outras irritações da pele, essencialmente no ânus; Fadiga; Anemia por deficiência de ferro; SP 2.5 Sinal de alerta! 16 Tratamento de helmintíases Refere-se ao tratamento de várias doenças causadas por helmintos (todos os códigos Cid compreendidos entre Helmintos ou vermes são animais metazoários muitos dos quais parasitos que vivem em várias partes do corpo humano. Os helmintos podem- se classificar em três grandes grupos: nematódios, ou vermes cilíndricos; cestóides, ou vermes chatos; e trematódeos, providos https://www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/tratamento-de-helmintiases-1 Doenças deprotozoários Toxoplasmose Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Leishmaniose Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Tricomoníase Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Doença de Chagas Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Giardíase Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas https://www.gov.br/pt-br/servicos-estaduais/tratamento-de-helmintiases-1 SP 2.5 Sinal de alerta! 17 Diagnóstico Tratamento Amebíase Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Malária Etiologia Fisiopatologia Sinais e Sintomas Diagnóstico Tratamento Quais as principais formas de contaminação e prevenção dos helmintos e protozoários? Contaminação: Prevenção: Lavar bem as mãos com sabão e água antes de manusear alimentos Lavar, descascar e/ou cozinhar todos os vegetais e frutas crus antes de ingeri-los Evitar o consumo de legumes crus ou não lavados em áreas onde fezes de porcos ou humanas são usadas como fertilizante. Não defecar ao ar livre, exceto em latrinas com descarte apropriado de esgoto Como se dá a resposta imunológica perante esses agentes agressores? RESPOSTA IMUNE NAS INFECÇÕES CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS As principais doenças causadas por protozoários no homem são as leishmanioses, doença de Chagas, malária, toxoplasmose e amebíase. Os protozoários são agentes infecciosos intracelulares que habitualmente infectam o hospedeiro por longo período de tempo, em virtude de possuir mecanismos que lhes permitem escapar das agressões mediadas pelo sistema imune. De maneira adicional, as infecções por protozoários habitualmente só causam doença em uma parcela dos indivíduos infectados, indicando que o sistema imune não permite, na maioria das vezes, a multiplicação em grande escala dos protozoários e a disseminação da infecção, sem, porém, ter a capacidade de promover esterilização. Dessa forma, esses agentes podem permanecer no hospedeiro por toda a vida, até sem causar doença, a não ser que esse equilíbrio seja perdido por uma depressão imune ou pelo desencadeamento de uma resposta imunitária exacerbada com inflamação tecidual. SP 2.5 Sinal de alerta! 18 Vários componentes da resposta imune inata participam do mecanismo de defesa contra os protozoários, mas esses microorganismos escapam dessa defesa.30 Embora in vitro as promastigotas de Leishmania sejam altamente sensíveis ao complemento, as formas infectantes resistem a sua ação. O Tripanosoma cruzi, por sua vez, tem a propriedade de impedir ativação do complemento, desde que se encubra com moléculas do hospedeiro como o fator acelerador da degradação (DAF). As leishmanias são também susceptíveis à ação de neutrófilos, células com grande potencial de produzir peróxido de hidrogênio e NO, mas que, ao penetrar o hospedeiro, infectam os macrófagos, livrando-se do ataque dos neutrófilos. A resposta adaptativa contra os protozoários ocorre após a apresentação de antígenos por macrófagos e células dendríticas, via MHC classe II para as células T. Como outras células podem ser infectadas, e os macrófagos e células dendríticas também expressam moléculas de MHC classe I, nas infecções por protozoários há também ativação das células TCD8+. O quadro 2 mostra os mecanismos imunológicos de defesa contra alguns protozoários de importância clínica. RESPOSTA IMUNOLÓGICA NAS INFECÇÕES POR HELMINTOS Os mecanismos de resposta imune nas infecções helmínticas são múltiplos devido ao tamanho e à diversidade metabólica dos parasitas, que são antigenicamente complexos. Um problema adicional é que os parasitas podem sobreviver por muitos anos no hospedeiro, como resultado de mecanismos de escape, a exemplo do que acontece com o S. mansoni, que se torna coberto por antígenos do hospedeiro, deixando de ser estranho para o sistema imunológico.43 Embora o complemento e outros fatores da resposta imune natural possam contribuir para a defesa contra a infecção por helmintos, a resposta imune específica com a produção de anticorpos e citocinas é importante. As células T CD4+ ou TCD8+ do tipo 2 são produtoras de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13 que, entre outras funções, induzem a produção de IgE pelas células B e ativação de eosinófilos, mastócitos e basófilos, respectivamente, componentes fundamentais na defesa contra helmintos.44 Anticorpos da classe IgE ligam-se aos basófilos circulantes ou mastócitos teciduais, induzindo a liberação de histamina e outros mediadores da reação de hipersensibilidade imediata, que leva à destruição de helmintos. A IgE produzida em altos níveis na resposta imunológica do tipo Th2 tem https://www.notion.so/SP-2-5-Sinal-de-alerta-9c0117b69afe451999233901e0433164 SP 2.5 Sinal de alerta! 19 sido relacionada com defesa contra reinfecção pelo S. mansoni.45 Eosinófilos têm também a capacidade de destruir os esquistossômulos e o Strongyloides através do mecanismo de citotoxicidade celular dependente do anticorpo.46 As células do tipo Th2 estão associadas com a resistência à infecção não apenas do S. mansoni, mas dos helmintos intestinais, a exemplo do S. stercoralis e A. lumbricoides. A IL-4 estimula a produção de IgE e, juntamente com a IL-13, a de mastócitos, resultando em aumento da secreção de mediadores da inflamação, secreção de muco e aumento da contratilidade da musculatura intestinal, facilitando a expulsão dos vermes adultos.47 Na fase aguda da esquistossomose as manifestações clínicas de febre, astenia, perda de peso, dor abdominal, diarréia e tosse, além de complicações como pleurite e pericardite, são decorrentes da presença de TNF-a, IL-1 e IL-6, e também da deposição de complexos imunes. 48 A melhora da sintomatologia coincide com a produção de IL-10 induzida pelos antígenos de ovos na fase crônica. 49 Nessa fase também ocorre secreção de IL-4, IL-5 e IL-13, 50,51 que em modelos experimentais participam da formação do granuloma e da fibrose hepática, e, portanto, da patogênese da esquistossomose. Mecanismos de resposta imune às infecções EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA Mecanismos de resposta imune às infecções Paulo R. L. MachadoI; Maria Ilma A. S. AraújoII; Lucas CarvalhoIII; Edgar M. CarvalhoIV I Doutor em Medicina. Pesquisador associado do Serviço de Imunologia https://www.scielo.br/j/abd/a/3VZ9Fz6BH9HDGnPhkN3Ktbd/?lang=pt# Quais os outros tipos de parasitas que causam sintomas gastroentéricos? AMEBÍASE (ameba)A ameba é um parasita do intestino grosso, onde ela se aloja causando diarreia. Ela pode invadir a parede do intestino e causar diarreia com sangue, o que já é um caso grave. Também pode ir até o fígado, pulmão ou cérebro, causando doença nesses locais. GIARDÍASE (giárdia)A giárdia fica no intestino delgado do homem, onde podem se juntar e cobrir toda a parede do intestino, impedindo a absorção dos alimentos e causando diarreia, chegando até a dar perda de peso e anemia. ASCARIDÍASE (lombriga)O áscaris é também conhecido como lombriga e também fica no intestino do homem, mas também passa pelo pulmão. Por isso, em casos mais graves, ocorre a saída de vermes pela boca ou pelo nariz das pessoas, além de obstrução do intestino, tendo às vezes até que operar o intestino para retirar os vermes. ANCILOSTOMÍASE (amarelão)O ancilóstomo ou também amarelão entra pela pele das pessoas, podendo causar irritação, até chegar no intestino, passando também pelo pulmão. Ele suga o sangue pela parede do intestino, podendo causar diarreia pela inflamação e também anemia importante. ENTEROBÍASE ou OXIURÍASE (coceira anal)O oxiúros fica na parte final do intestino, e é conhecido por causar coceira na região do ânus, principalmente à noite. Nas meninas também pode causar corrimento vaginal. https://www.scielo.br/j/abd/a/3VZ9Fz6BH9HDGnPhkN3Ktbd/?lang=pt# SP 2.5 Sinal de alerta! 20 TENÍASE (tênia)A tênia é o maior parasita do homem, podendo ocupar todo o intestino do homem, ou seja, chegar a medir até 12 metros!A principal complicação da teníase é a neurocisticercose, que é quando os cistos da tênia vão até o cérebro das pessoas, podendo causar epilepsia em pessoas que nunca tiveram antes Esse quadro também é conhecido pela sua transmissão pela carne do porco, quando mal passada. Parasitoses Intestinais - SBMFC PARASITOSES INTESTINAIS O que são? As parasitoses intestinais são muito frequentes na infância. São consideradas problema de saúde pública, principalmente nas áreas rurais e periferias das cidades dos países chamados subdesenvolvidos, onde são mais frequentes. As parasitoses são a doença mais comum do mundo, atingindo cerca de 25% da população mundial (1 em cada [...] https://www.sbmfc.org.br/parasitoses-intestinais/ Qual a epidemiologia da parasitose no Brasil? https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/3/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf portfólio confesso que fiquei muito agoniada com essa Sp pois a questão de helmintos e protozoários me deixa muitooooo agoniada!! Mas a questão da aula me deixa bem tranquila pois é muita coisa que me lembra o cursinho/ terceirão!! Então isso me deixou mais tranquila.. mas pensar que tem que lenbrar tudo isso desde o início me deixa nervosa.. https://www.sbmfc.org.br/parasitoses-intestinais/ https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/3/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf
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