Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE CONSIDERAÇÕES HISTOLÓGICAS DO SISTEMA TEGUMENTAR Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE CONSIDERAÇÕES HISTOLÓGICAS DO SISTEMA TEGUMENTAR Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO 1 SISTEMA TEGUMENTAR 1.1 PELE 1.1.1 Epiderme 1.1.2 Derme 1.2 HIPODERME 1.3 ANEXOS CUTÂNEOS 2 PROCESSO DE REPARO TECIDUAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 4 1 SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar (figura 01), também denominado tegumento, recobre o organismo humano e exerce funções importantes na manutenção do equilíbrio orgânico. Está organizado em camadas interdependentes: pele (que se subdivide em epiderme e derme) e hipoderme. Entre estas camadas distribuem-se os anexos cutâneos: pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas e unhas (Luna, 2010). FIGURA 01 – SISTEMA TEGUMENTAR FONTE: CEDERJ. Sistema tegumentar: pele e anexos. Disponível em: <www.d.yimg.com/kq/groups/18803735/1895055385/name/Corpo>. Acesso em: 11 set. 2010. O tegumento humano possui porções de tecido epitelial (epiderme), tecido conjuntivo (derme) e tecido adiposo (hipoderme) (Sampaio e Rivitti, 2001): AN02FREV001/REV 4.0 5 O tecido epitelial, encontrado na epiderme, é avascular, formado por células intimamente unidas, podendo ser classificado em duas categorias: epitélio de revestimento (figura 02A) (reveste as superfícies e cavidades do corpo) e epitélio glandular (figura 02B) (produz e libera secreções) (Azulay e Azulay, 1999). FIGURA 02 – TECIDO EPITELIAL A – EPITÉLIO DE REVESTIMENTO FONTE: PUC-RS. Atlas Virtual de Histologia: Epitélio de revestimento. Disponível em: <http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/30a4peg.htm>. Acesso em: 13 set. 2010. B – Epitélio glandular FONTE: PUC-RS. Atlas Virtual de Histologia: Epitélio glandular. Disponível em: <http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/tec-ep-rev-estr-pav-quer1.htm>. Acesso em: 13 set. 2010. O tecido conjuntivo, encontrado na derme, é vascularizado e caracterizado pela presença de muitos tipos celulares, separados por abundante material AN02FREV001/REV 4.0 6 intercelular. Possui fibras especializadas que mantém a integridade estrutural de muitos órgãos e tecidos. Este tipo de tecido também auxilia no processo de defesa orgânica, por possuir células que combatem microorganismos invasores antes que se disseminem pelo organismo (Beltramini, 2010). O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser classificado em duas categorias: frouxo (figura 03A) (possui grande quantidade de substância intercelular e poucas fibras, frouxamente distribuídas) e denso (figura 03B) (pobre em substância intercelular e rico em fibras) (Azulay e Azulay, 1999). FIGURA 03 – TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO A – TECIDO CONJUNTIVO FROUXO FONTE: SÓ BIOLOGIA. Tecido conjuntivo. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio13.php>. Acesso em: 15 set. 2010. B – Tecido conjuntivo denso FONTE: SÓ BIOLOGIA. Tecido conjuntivo. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio13.php>. Acesso em: 15 set. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 7 As fibras do tecido conjuntivo são proteínas polimerizadas que formam estruturas alongadas presentes em quantidades variáveis em cada tipo de tecido conjuntivo (Azulay e Azulay, 1999). Podem ser classificadas em três tipos (Só Biologia, 2010): Colágenas: constituídas por colágeno. São as mais frequentes no tecido conjuntivo. Possuem estriação longitudinal, são grossas e resistentes, distendendo-se pouco quando tensionadas (figura 04A). Reticulares: constituídas por colágeno. São ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. São formadas por uma variação do colágeno (tipo III) e possuem elevado teor de glicídios. Formam o arcabouço de certos órgãos hematopoiéticos (baço e linfonodos) e circundam órgãos epiteliais (fígado e algumas glândulas endócrinas) (figura 04B). Elásticas: constituídas por elastina. Não apresentam estriações longitudinais. Conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, complementando a resistência das fibras colágenas (figura 04C). AN02FREV001/REV 4.0 8 FIGURA 04 – FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO A – Fibras colágenas B – Fibras reticulares C – Fibras elásticas FONTE: SÓ BIOLOGIA. Tecido conjuntivo. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio12.php>. Acesso em: 15 set. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 9 O tecido adiposo (figura 05), presente na hipoderme, é um tipo especial de tecido conjuntivo, caracterizado pela presença de células especializadas em armazenar lipídios (adipócitos). Os lipídios funcionam como reservas energéticas e calóricas, sendo utilizadas paulatinamente entre as refeições. Além dessa importante função, os adipócitos auxiliam na manutenção da temperatura corpórea, na formação dos coxins adiposos, além de apresentarem distribuição diferenciada no homem e na mulher, ligadas as características sexuais secundárias (FAG, 2010). FIGURA 05 – TECIDO ADIPOSO FONTE: VITOR HOME. Tecido adiposo. Disponível em: <http://vitorhome.hpg.ig.com.br/tecido_epitelial.htm>. Acesso em: 15 set. 2010. 1.1 PELE A pele é um grande órgão que forma um arcabouço protetor para o organismo humano. Recobre e protege o organismo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas. Graças à arquitetura e às propriedades físico- químicas e biológicas de suas estruturas, a pele, como membrana envolvente e AN02FREV001/REV 4.0 10 isolante, é um órgão capacitado à execução de múltiplas funções (Sampaio e Rivitti, 2001): Proteção: constitui uma barreira de proteção para as estruturas internas do organismo à ação de agentes externos de qualquer natureza e, ao mesmo tempo, impede perdas de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno. Proteção imunológica: graças às células de defesa presentes na derme, a pele é um órgão de grande atividade imunológica, onde atuam intensamente os componentes de imunidade humoral e celular. Termorregulação: graças à sudorese, constrição e dilatação da rede vascular cutânea, a pele processa o controle homeostático da temperatura orgânica. Percepção sensorial: por meio da complexa e especializada rede de terminações nervosas presentes na pele, ela é capaz de perceber e interpretar sensações de calor, frio, dor e tato. Secreção: a pele possui glândulas especializadas na produção de sebo e suor. A secreção sebácea é importante para a manutenção do equilíbrio da pele, particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso, o sebo possui propriedades antimicrobianas e contêm substâncias precursoras da vitamina D. O suor é importante para regulação da temperatura orgânica. Nas diferentes regiões do corpo, a pele pode variar em espessura, cor e presença de anexos cutâneos, porém, todos os tipos de pele possuem a mesma estrutura básica (figura 06). A pele é composta por duas camadas intimamente relacionadas: a epiderme (camada mais superficial compostapor tecido epitelial) e a derme (camada mais profunda composta por tecido conjuntivo) (Sampaio e Rivitti, 2001). AN02FREV001/REV 4.0 11 FIGURA 06 – DETALHE DE MICROGRAFIA DA ESTRUTURA DA PELE, EVIDENCIADO TAMBÉM A HIPODERME FONTE: UFGD. Histologia. Disponível em: <http://histologiaufgd.blogspot.com/2010/03/t2-pele- espessa-com-epiderme-derme-e.html>. Acesso em: 17 set. 2010. 1.1.1 Epiderme A epiderme (figura 07) é a camada mais superficial da pele. É composta por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado e está em contato direto com o exterior, constituindo a primeira barreira aos agentes externos. É avascular, sendo nutrida a partir de difusão e osmose dos vasos sanguíneos da derme. Sua espessura é variável de acordo com a região do corpo (Sampaio e Rivitti, 2001). AN02FREV001/REV 4.0 12 São funções da epiderme (Cuce e Neto, 1980): Proteção contra traumas físicos e químicos; Resistência às forças de tensão a epiderme; Prevenção da desidratação e perda de eletrólitos; Proteção contra o encharcamento quando em contato com a água; Restrição da passagem de corrente elétrica; Proteção contra entrada de substâncias tóxicas; Proteção dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. FIGURA 07 – DETALHE DA EPIDERME FONTE: VITOR HOME. Tecido epitelial. Disponível em: <http://vitorhome.hpg.ig.com.br/tecido_epitelial.htm>. Acesso em: 15 set. 2010. A epiderme compõe-se por quatro camadas principais: córnea, granulosa, espinhosa e basal (figura 08). Existe uma camada intermediária denominada camada lúcida constituída por uma fina camada de células achatadas e núcleos AN02FREV001/REV 4.0 13 degenerados que não está presente em todas as regiões do corpo, sendo mais comum nas regiões palmoplantares (CEDERJ, 2010). FIGURA 08 – CAMADAS DA EPIDERME FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 26 ago. 2010. A camada córnea da epiderme é a camada mais superficial da pele. É constituída por células achatadas mortas, anucleadas, dispostas em lâminas que se sobrepõem formando uma estrutura rígida e hidrófila. Exerce a função de proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos, além de impedir a evaporação de água. Nesta camada ocorre desprendimento celular constante para proporcionar a renovação da epiderme (Sampaio e Rivitti, 2001). A camada granulosa da epiderme localiza-se logo abaixo da camada córnea e é caracterizada pela presença de células, poligonais e achatadas com AN02FREV001/REV 4.0 14 núcleo central e grânulos de queratina no citoplasma, responsáveis pela conservação do conteúdo hídrico da pele (Sampaio e Rivitti, 2001). A camada espinhosa da epiderme localiza-se logo abaixo da camada granulosa, sendo formada por cerca de dez fileiras de células, cuboides ou achatadas, com núcleo central e pequenas expansões citoplasmáticas que conferem o aspecto espinhoso a esta região (Sampaio e Rivitti, 2001). A camada basal da epiderme é a camada mais profunda, fazendo contato direto com a derme. É formada por uma única fileira de células prismáticas. Nesta camada ocorre intensa divisão celular para renovação da epiderme e substituição das células que são perdidas na camada córnea. Nesse processo as células partem da camada basal e vão sendo deslocadas até a camada córnea, num período aproximado de 25 dias. Abaixo da camada basal existe a membrana basal. Trata-se de uma fina estrutura constituída por mucopolissacarídeos neutros, que exerce a função de suporte mecânico da epiderme (Sampaio e Rivitti, 2001). A epiderme de uma pessoa adulta possui três tipos básicos de células: os queratinócitos, os melanócitos e as células de Langerhans (Azulay e Azulay, 1999; Sampaio e Rivitti, 2001): Queratinócitos (figura 09): células mais freqüentes da epiderme. São produzidas na camada basal a partir de células cilíndricas que sofrem contínua atividade mitótica. Uma vez formadas, são empurradas para as camadas mais superficiais da epiderme. À medida que chegam às camadas superiores, os queratinócitos sintetizam uma proteína denominada queratina, no seu citoplasma. Quando os queratinócitos estão em fase inicial de desenvolvimento, ainda na camada basal, são denominados de células germinativas. Quando atingem a camada córnea, são denominados corneócitos. AN02FREV001/REV 4.0 15 FIGURA 09 – QUERATINÓCITO FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 26 ago. 2010. Melanócitos (figura 10): células arredondadas localizadas principalmente na camada basal, responsáveis pela produção de melanina (um dos pigmentos que determina à coloração da pele). A quantidade de melanócitos não varia em relação às raças, portanto, as diferenças raciais de pigmentação não dependem do número e sim da capacidade funcional dos melanócitos. Os melanócitos existem na proporção de 1:10 em relação aos queratinócitos e ao contrário desses, não se multiplicam. AN02FREV001/REV 4.0 16 FIGURA 10 – MELANÓCITO FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Obtido via internet. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 26 ago. 2010. Células de Langerhans (figura 11): células dendríticas com função imunológica que exercem um importante papel protetor na pele. Podem ser encontradas em qualquer camada da epiderme, porém são mais frequentes na camada espinhosa. Possuem grande capacidade fagocitária e ativação de linfócitos T. Existem também na derme, nos linfonodos e no timo. AN02FREV001/REV 4.0 17 FIGURA 11 – CÉLULAS DE LANGERHANS FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 26 ago. 2010. 1.1.2 Derme A derme (figura 12) é a camada da pele situada logo abaixo da epiderme. É fundamentalmente constituída por tecido conjuntivo, sendo ricamente vascularizada e inervada. Possui fibras colágenas, reticulares e elásticas. Contêm glândulas especializadas e órgãos dos sentidos. Sua superfície externa é muito irregular e varia de região para região (CEDERJ, 2010). São funções da derme (Angélica, 2010): Promoção da flexibilidade tecidual. Proteção contra traumas mecânicos. Manutenção da homeostase orgânica. AN02FREV001/REV 4.0 18 Armazenamento de sangue para necessidades primárias do organismo. Ruborização quando de respostas emocionais. É considerada a segunda linha de proteção contra micro-organismos. FIGURA 12 – DETALHE DA DERME FONTE: ANGÉLICA. Estética, higiene, saúde. Disponível em: <http://www.angelicabeauty.blogspot.com>. Acesso em: 16 set. 2010. A derme compõe-se por três camadas: camada papilar, camada reticular e camada profunda (figura 13) (Dermato-info, 2010): A camada papilar é a camada mais externa da derme e é assim denominada porque possui papilas dérmicas que aumentam a zona de contato da derme com a epiderme. É delgada e constituída por tecido conjuntivo frouxo. Esta camada contém fibroblastos, macrófagos e outras células do tecido conjuntivo. Possui também, muitos capilares que regulam a temperatura corporal e nutrem as células da epiderme avascular (Guirro e Guirro, 2004). A camada reticular é a camada intermediária da derme. É mais espessa e constituída por tecido conjuntivo denso. É assim denominada porque os feixes de fibras colágenas que a compõem entrelaçam-se como uma rede. As células são AN02FREV001/REV 4.0 19 mais dispersas nesta camada do que na camada papilar. Elas incluem fibroblastos, mastócitos, linfócitose macrófagos (Junqueira e Carneiro, 2004). A camada profunda da derme faz a transição com a hipoderme. A rede fibrosa é mais solta e começa a haver células de gordura (adipócitos). É muito rica em vasos sanguíneos (Dermato-info, 2010). FIGURA 13 – CAMADAS DA EPIDERME FONTE: DERMATO-INFO. LE DERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page3>. Acesso em: 26 ago. 2010. A derme possui algumas células típicas (Junqueira e Carneiro, 2004): Fibroblastos; Macrófagos; Linfócitos; AN02FREV001/REV 4.0 20 Melanócitos; Fibras colágenas, elásticas e reticulares. Os fibroblastos (figura 14) são as células mais comuns do tecido conjuntivo, responsáveis pela produção de fibras colágenas, elásticas, reticulares e também de substância fundamental amorfa (Angélica, 2010). FIGURA 14 – FIBROBLASTOS FONTE: DERMATO-INFO. LE DERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page3>. Acesso em: 26 ago. 2010. A forma inativa do fibroblasto é denominada fibrócito (figura 15). Em relação ao fibroblasto, o fibrócito possui citoplasma escasso, baixa atividade celular AN02FREV001/REV 4.0 21 e cromatina condensada. Estudos atuais indicam que o fibrócito pode tornar-se novamente ativo mediante estímulo inflamatório (Boer, 2010). FIGURA 15 – FIBROBLASTOS X FIBRÓCITOS FONTE: BOER, P. A. Tecido conjuntivo. Disponível em <http://www.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Patricia/Aula_tecido_conj untivoII_09.pdf>. Acesso em: 15 set. 2010. Os macrófagos e linfócitos (figura 16) são células que exercem a função de defesa da derme contra o ataque de micro-organismos ou presença de substâncias estranhas ao organismo (Junqueira e Carneiro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 22 FIGURA 16 – CÉLULAS DE DEFESA DA DERME FONTE: DERMATO-INFO. LE DERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page3>. Acesso em: 26 ago. 2010. As fibras da derme são as colágenas, elásticas e reticulares (figura 17) (Junqueira e Carneiro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 17 – FIBRAS DA DERME FONTE: DERMATO-INFO. LE DERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page3>. Acesso em: 26 ago. 2010. Existem receptores sensoriais na pele que detectam diferentes estímulos que incidem sobre ela ou sobre órgãos internos. São compostos pelas extremidades de uma fibra nervosa, que pode estar livre ou associada a células não neurais. Essa formação permite que se recebam informações sobre as diferentes partes do corpo em relação ao tato, frio, calor e sensibilidade dolorosa (figura 18) (CEDERJ, 2010). AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 18 – RECEPTORES SENSORIAIS PRESENTES NA PELE FONTE: DERMATO-INFO. LE DERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page3>. Acesso em: 26 ago. 2010. A vascularização da derme (figura 19) se dá por meio de três importantes plexos intercomunicantes: o plexo subpapilar percorre dentro da parte papilar da derme, paralela à epiderme, e fornece um rico suprimento de capilares, arteríolas terminais e vênulas das papilas dérmicas. Os plexos profundos, ao redor dos folículos pilosos e das glândulas écrinas, são compostos de vasos sanguíneos maiores que os do plexo superficial (Arnold Jr, Odom e James, 1994). AN02FREV001/REV 4.0 25 FIGURA 19 – VASCULARIZAÇÃO DA DERME FONTE: DERMATO-INFO. LE DERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page3>. Acesso em: 26 ago. 2010. 1.2 HIPODERME A hipoderme, também denominada tela subcutânea (figura 20), está situada logo abaixo da pele e é formada por tecido conjuntivo que varia do tipo frouxo ao denso a depender do local do organismo. O tecido adiposo também está presente na hipoderme em quantidade variável a depender do local analisado e do estado nutricional do indivíduo. Embora não faça parte da pele, a hipoderme está inter-relacionada a ela e a fixa às estruturas subjacentes (Sampaio e Rivitti, 2001). Funcionalmente, além de depósito nutritivo de reserva, a hipoderme participa no isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e AN02FREV001/REV 4.0 26 traumatismos externos e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (Sampaio e Rivitti, 2001). FIGURA 20 – DETALHE DA HIPODERME FONTE: FCV. Integumento. Disponível em: <http://www.fcv.unl.edu.ar/atlashisto/atlasport/atlas13.htm>. Acesso em: 17 set. 2010. A hipoderme compõe-se por duas camadas: areolar e lamelar (Azulay e Azulay, 1999). A camada areolar da hipoderme é composta por adipócitos globulares e volumosos, em disposição vertical, onde os vasos sanguíneos são numerosos e delicados. Abaixo da camada areolar existe uma lâmina fibrosa, de desenvolvimento conforme a região, que é a fáscia superficial ou subcutânea. Esta fáscia separa a camada areolar da camada lamelar (Sampaio e Rivitti, 2001). A camada lamelar da hipoderme é onde ocorre aumento de espessura e ganho de peso, com aumento de volume dos adipócitos, que invadem a fáscia superficial (Sampaio e Rivitti, 2001). AN02FREV001/REV 4.0 27 Os fibroblastos estão presentes na hipoderme, porém as células típicas desta região são os adipócitos (figura 21), que são estruturas especializadas no armazenamento de lipídios (Dermato-info, 2010). FIGURA 21 – CÉLULAS PRESENTES NA HIPODERME FONTE: DERMATO-INFO. L'HYPODERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page4>. Acesso em: 26 ago. 2010. 1.3 ANEXOS CUTÂNEOS As estruturas anexas da pele são os pelos, as unhas e as glândulas sebáceas e sudoríparas (figura 22) (Azulay e Azulay, 1999): O pelo é uma matéria semiviva originada de invaginações da epiderme. Estão distribuídos por quase todo o corpo e em certas regiões, como nas aberturas AN02FREV001/REV 4.0 28 naturais (nariz, orelha), exercem papel de proteção. Um pelo completo é formado por três regiões com diferentes níveis de queratinização: a medula (porção mais central e fracamente queratinizada) o córtex (região mais queratinizada que envolve a medula) e a cutícula (região mais externa, fortemente queratinizada, que envolve o córtex sob a forma de escamas) (CEDERJ, 2010). FIGURA 22 – ANEXOS DA PELE (PELO E GLÂNDULAS SUDORÍPARAS E SEBÁCEAS) FONTE: CEDERJ. Sistema tegumentar: pele e anexos. Disponível em: <www.d.yimg.com/kq/groups/18803735/1895055385/name/Corpo>. Acesso em: 11/09/2010. As glândulas sebáceas (figura 22) são encontradas anexas aos pelos em todas as regiões do corpo, sendo mais numerosas, mas de menor volume, nas regiões onde os pelos são abundantes. Sua secreção é uma mistura de lipídios cuja função é a lubrificação da pele, além da ação bactericida (CEDERJ, 2010). As glândulas sudoríparas (figura 22) distribuem-se em quase todo o corpo. Seu número varia em cada região e diminui com a idade. A estimulação dos nervos AN02FREV001/REV 4.0 29 simpáticos faz com que estas glândulas secretem um fluido de cloreto de sódio, ureia, sulfatos e fosfatos a depender de fatores como temperatura e umidade do meio e atividade muscular (CEDERJ, 2010). As unhas são lâminas córneas formadas pela camada córnea. Em sua extremidade proximal uma estreita prega da epiderme se estende, formando o eponíquo. Possuem coloração rosada e crescem cerca de 1 mm por semana (CEDERJ, 2010). 2 PROCESSO DE REPARO TECIDUAL O processo de reparo tecidual (cicatrização) é um fenômeno complexo que visa restabelecer a integridademorfológica e funcional de um tecido lesado. Consiste em uma perfeita e coordenada cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a reconstituição tecidual (figura 23) (Martin e Leibovich, 2005). FIGURA 23 – FORMAÇÃO DA CICATRIZ FONTE: Adaptado de LOPES, L. A. Análise in vitro da proliferação celular de fibroblastos de gengiva humana tratados com laser de baixa potência. [mestrado]. Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade Vale do Paraíba, SP, 1999. Disponível em: <http://www.forp.usp.br/restauradora/laser/Luciana/fibroblasto.html>. Acesso em: 18 set. 2010. A cicatrização é dependente de muitos fatores, dentre eles o tipo de pele do indivíduo, a localização anatômica do tecido a ser regenerado, a idade do indivíduo, AN02FREV001/REV 4.0 30 estados de saúde geral e nutricional do indivíduo, tipo de ferida (cirúrgica ou traumática), ressecamento ou não do leito da ferida durante a cicatrização, entre outros (Mandelbaun et al., 2003). Devido à extrema complexidade e interação de seus eventos, o processo cicatricial pode ser didaticamente subdividido em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelamento. Essas fases são interdependentes e ocorrem simultaneamente (Mandelbaun et al., 2003). Fase Inflamatória: inicia-se no momento da lesão tecidual e dura entre 24 a 48 horas. Sua característica é a presença de calor, rubor, edema e dor, podendo haver perda parcial ou total das funções celulares. Nesta fase ocorre a limpeza da área lesada (figura 24) (Lopes, 1999). FIGURA 24 – FASE INFLAMATÓRIA FONTE: FARIAS, F. F. Patologia básica. Disponível em: <http://patologiabyprofessor3f.blogspot.com/>. Acesso em: 17 set. 2010. Fase proliferativa: após a fase inflamatória, inicia-se a fase proliferativa com o aparecimento dos tecidos de granulação. A duração dessa fase é de três dias a três semanas e nela ocorre o preenchimento da lesão pelos macrófagos, fibroblastos, novos vasos, tecido de granulação e células epiteliais. AN02FREV001/REV 4.0 31 Ocorre a contração da ferida, que reduz em diâmetro. Neste período, o colágeno é imaturo e tem pouca resistência (figura 25) (Lopes, 1999). Fase de remodelamento: maior fase do processo de cicatrização, podendo durar anos. Caracteriza-se por um realinhamento das fibras de colágeno que compõem o tecido cicatricial de acordo com as forças de tensão, às quais a cicatriz é submetida. O tecido assume gradualmente aparência e função próximas do normal (figura 25) (Lopes, 1999). FIGURA 25 – FASES PROLIFERATIVA E DE REMODELAMENTO FONTE: FARIAS, F. F. Patologia básica. Disponível em: <http://patologiabyprofessor3f.blogspot.com/>. Acesso em: 17 set. 2010. Os fibroblastos são as principais células envolvidas no processo de reparo tecidual e sua função é a manutenção da integridade do tecido conjuntivo por meio da síntese dos componentes da matriz extracelular. Eles estão sujeitos a mudanças devido às forças mecânicas as quais são submetidos durante a cicatrização e, assim, organizam as fibras colágenas e estão diretamente relacionados à formação do tecido de granulação. Além de produzirem colágeno, os fibroblastos produzem AN02FREV001/REV 4.0 32 elastina, fibronectina, glicosaminoglicanas e proteases, responsáveis pelo desbridamento e remodelamento fisiológico da célula (Junqueira e Carneiro, 1999). Os fibrócitos (fibroblastos inativos) também são considerados importantes no processo cicatricial por contribuírem para o mecanismo de formação do granuloma, na atividade antigênica, na produção de colágeno e na matriz proteica, além de terem participação na remodelagem e na inflamação como fonte rica de citocinas. Durante a cicatrização, os fibrócitos podem ser recrutados do tecido adjacente não lesado revertendo-se para o estado de fibroblasto e reativando sua capacidade de síntese. Os fibrócitos podem ser encontrados em vários tecidos, tanto em condições fisiológicas quanto patológicas, como nas estrias (Mandelbaun et al., 2003). --------FIM -------- AN02FREV001/REV 4.0 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGÉLICA. Estética, higiene, saúde. Disponível em: <http://www.angelicabeauty.blogspot.com>. Acesso em: 16 set. 2010. AZULAY, R. D.; AZULAY, D. R. Dermatologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. CUCÉ, L. C.; NETO, C. F. Manual de dermatologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 1990. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia dermatofuncional: recursos, fundamentos, técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. JUNQUEIRA, L. C, CARNEIRO, J. Histologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. LUNA, F. Anatomia da pele. Disponível em: <http://drafabialuna.site.med.br/index.asp?PageName=Anatomia-20da-20Pele>. Acesso em: 10 set. 2010. MANDELBAUM, S. H. et al. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares – parte I. An Bras Dermatol, v. 78, n.4, p.393-410, 2003. SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, E. A. Dermatologia. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2001. AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ESTRIAS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE ESTRIAS Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO 1 ESTRIAS 1.1 DEFINIÇÃO 1.2 LOCALIZAÇÃO 1.3 PATOGENIA 1.4 HISTOLOGIA 1.5 INCIDÊNCIA 1.6 ETIOLOGIA 1.6.1 Teoria mecânica 1.6.2 Teoria endocrinológica 1.6.3 Teoria infecciosa 1.7 QUADRO CLÍNICO 1.8 CLASSIFICAÇÃO DA PELE ESTRIADA 1.9 ESTRIAS EM DISFUNÇÕES ESPECÍFICAS 1.9.1 Síndrome de Cushing 1.9.2 Elastose Focal Linear 1.9.3 Síndrome de Marfan 1.9.4 Estrias e gravidez REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 4 1 ESTRIAS 1.1 DEFINIÇÃO As estrias (figura 01) são atrofias cutâneas adquiridas, benignas, de aspecto estético desagradável e que podem causar distúrbios emocionais importantes. Possuem várias outras denominações decorrentes de diferentes idiomas, prováveis etiologias e aspecto macroscópico da pele: vergetures, atrophoderme, strieé, macules atrophiques lineaires, striae distensae, stretch marks, striae albicantes (Guirro e Guirro, 2004). FIGURA 01 – ESTRIAS ATRÓFICAS CUTÂNEAS FONTE: DERMATOLOGIA.NET. Estrias. Disponível em: <http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/estrias.shtml>. Acesso em: 21 set. 2010. O interesse pelo estudo científico das estrias iniciou-se há muitos anos. Há relatos do ano de 1773, em que Roederer fez o primeiro estudo clínico em gest inóc endó Nard etioló entre disfu largu indic pois veze tantes. Em ua e des ógenos pu delli propô ógicas e f e os pesq unção esté As est ura. Surge cando um são causa es, ocorre m 1989, Tro sfigurante. udessem in ôs a denom formas de uisadores, ética (Cara rias possu em perpen desequilíb adas pela perda da c FIGUR oisier e Me Em 198 nfluenciar a minação “e tratament , porém m mashi et a uem aspect ndicularme brio elástic ruptura da coloração n RA 02 – LI FONT enetrier, de 84, Unna as fibras e estrias atr to têm sid muito já se al, 1995). to linear e ente às lin co localizad as fibrasco no local (T NHAS DE TE: Guirro e G escreveram levantou elásticas d róficas”. D o proposta e avançou sinuoso, c nhas de c do e lesão olágenas e oschi, 200 CLIVAGE Guirro, 2004 m as estrias a hipótes o tecido c esde entã as. Não ex no contro com um ou clivagem d o tecidual. e elásticas 04). M DA PEL 4. s como um se de qu conjuntivo. ão, inúmer xiste cons ole desta i u mais milí da pele (f São ditas da derme LE AN02FREV 5 ma doença ue fatores Em 1936, ras teorias senso total mportante ímetros de figura 02), s atróficas, e e, muitas V001/REV 4.0 a s s l e e s AN02FREV001/REV 4.0 6 Caracterizam-se por adelgaçamento, pregueamento, secura e menor elasticidade da pele e rarefação dos pelos. Tendem a ser bilaterais, distribuindo-se simetricamente nos dois hemicorpos. Podem ainda apresentar-se em elevação ou depressão do tecido afetado (Cavalcanti et al., 2007). Inicialmente, as estrias apresentam-se avermelhadas, provavelmente em decorrência de uma resposta inflamatória local, associada à vasodilatação, por isso são denominadas de estria rubra (striae rubrae). Com o passar do tempo, tornam-se esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas), sendo denominadas de estria alba (striae albae) (Guirro e Guirro, 2004; White et al, 2007). 1.2 LOCALIZAÇÃO Quanto à localização, as estrias podem surgir em quase todos os segmentos do corpo, obedecendo às linhas de clivagem da pele, porém observa-se maior incidência nos glúteos, seios, abdômen, coxas, região lombossacra, fossa poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço, porção anterior do cotovelo (figuras 03, 04 e 05) (Guirro e Guirro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 7 FIGURA 03 – ÁREAS CORPORAIS MAIS AFETADAS PELAS ESTRIAS FONTE: FERREIRA, S. R. S. Estrias. Ibemev, 2009. FIGURA 04 – LOCALIZAÇÕES FREQUENTES DE ESTRIAS REGIÃO ABDOMINAL AN02FREV001/REV 4.0 8 Glúteo Coxa AN02FREV001/REV 4.0 9 Região dorsal Axila FONTE: SARACENO, T. Estrias atróficas. Disponível em: <http://clinicaplenna.blogspot.com/2009/11/tratamento-de-estrias.html>. Acesso em: 21 ago. 2010. FIGURA 05 – ESTRIAS EM INDIVÍDUOS DO SEXO MASCULINO – LOCALIZAÇÕES FREQUENTES GRAVE QUADRO INESTÉTICO NA REGIÃO TORÁCICA DECORRENTE DO USO DE ESTERÓIDES AN02FREV001/REV 4.0 10 FONTE: KIDNEY INTERNATIONAL. Steroid-induced striae in severe nephrotic syndrome. Disponível em: <http://www.nature.com/ki/journal/v72/n8/fig_tab/5002417f1.html>. Acesso em: 23 set. 2010. Ombro FONTE: DERMIS. Striae. Disponível em: <http://www.dermis.net/bilder/CD151/550px/img0080.jpg>. Acesso em: 23 set. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 11 1.3 PATOGENIA Patologicamente, o desencadeamento das estrias inicia-se por um processo inflamatório local, às vezes, intenso, mononuclear e com predominância perivascular, podendo ainda haver edemas na derme. As alterações podem estender-se até 3cm da borda da estria ocorrendo elastólise e desgranulação de mastócitos, seguidos de afluxo de macrófagos em torno das fibras elásticas desfragmentadas (figura 06) (Borges, 2006). FIGURA 06 – DESFRAGMENTAÇÃO DAS FIBRAS DA DERME FONTE: SARACENO, T. Estrias atróficas. Disponível em: <http://clinicaplenna.blogspot.com/2009/11/tratamento-de-estrias.html>. Acesso em: 21 ago. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 12 Quando surgem, as estrias apresentam aspecto avermelhado (Estria Rubra). Com o passar do tempo, empalidecem e permanecem hipopigmentadas e fibróticas (Estria Alba) (figura 07) (Borges, 2006). FIGURA 07 – PROCESSO DE DESENCADEAMENTO DAS ESTRIAS FONTE: GSHANI. Striae distensae. Disponível em: <http://gshani.com/tt/site/ttsite.cgi?act=doc&id=striae_distensae>. Acesso em: 23 set. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 13 1.4 HISTOLOGIA A estria é considerada uma atrofia, pela redução do volume e número de células no local acometido, pela espessura da pele e pela separação das fibras colágenas. Microscopicamente, ocorre um rompimento das fibras da derme e um desarranjo das fibras colágenas (Guirro et al., 1991). Apesar de as áreas estriadas apresentarem perda de elasticidade e compactação da derme como nas áreas cicatriciais, histologicamente são consideradas lesões diferentes. Nas cicatrizes, os fibroblastos se apresentam em forma estrelada e nas estrias atróficas a forma dos fibroblastos predominante é a globular. Portanto, as estrias possuem alterações histológicas específicas, não podendo ser comparadas com nenhuma outra lesão dérmica (Karime, 2006). Histologicamente, a estria mostra uma epiderme fina, aplainada, derme com redução da espessura e perda do contorno papilar, desgaste e separação das bandas de colágeno, que estão horizontalizadas e turvas, dilatação dos vasos sanguíneos, separação ou total ausência de fibras elásticas e ausência de plexo subepidermal (figura 08). A atividade dos fibroblastos, apesar de parecerem estruturalmente inalterados, está diminuída. Os núcleos estão escassos e as glândulas sudoríparas e os folículos pilosos estão ausentes (Caramashi et al, 1995). AN02FREV001/REV 4.0 14 FIGURA 08 – CORTE HISTOLÓGICO DE PELE ESTRIADA (Observar o direcionamento paralelo das fibras colágenas em relação à epiderme na derme papilar. São vistos feixes de fibras colágenos curtos e finos conferindo um aspecto delgado ao colágeno). FONTE: AZEVEDO, K. D.; PITA, B.; SCHÜTZ, M. J. C. Análise dos efeitos da corrente contínua filtrada constante no tratamento de estrias: relato de casos. [monografia]. Graduação em fisioterapia. Faculdade Integrada do Ceará, 2005. 1.5 INCIDÊNCIA As estrias podem estar presentes em indivíduos de ambos os sexos, porém sua maior incidência é no sexo feminino, sendo 2,5 vezes mais frequente que nos homens, nas mesmas condições. Durante certo período da adolescência (entre doze e quatorze anos), observa-se um índice maior de estrias nas coxas, glúteos, mamas e região lombar das meninas. Nos meninos costumam aparecer entre treze e quinze anos de idade, sobretudo na região lombossacra (Guirro e Guirro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 15 As estrias também são frequentemente observadas em casos de obesidade, em gestantes, após o uso regular de medicamentos esteroides, em casos de hipertrofia muscular rápida, em indivíduos mantidos sob estresse, em portadores de tumores da suprarrenal, nas infecções agudas e debilitantes e nas síndromes de Cushing e Marfan (Guirro e Guirro, 2004). 1.6 ETIOLOGIA Ainda não existe consenso entre os pesquisadores em relação à etiologia das estrias. Inegavelmente, existe um conjunto de fatores que estão envolvidos no desencadeamento das estrias e que não podem ser avaliados isoladamente. Trata- se de uma disfunção multifatorial em que estão envolvidos componentes mecânicos, bioquímicos e predisposição genética e familiar (Kede e Sabatovich, 2004). Estudos relacionaram a herança familiar com as estrias ao demonstrarem que a expressão dos genes determinantes para a formação do colágeno, de elastina e fibronectina está diminuída em indivíduos com portadores de estrias, o que provoca uma significativa alteração do metabolismo do fibroblasto (Guirro e Guirro, 2004). Existem algumas teorias clássicas que tentam explicar a etiologia do processo de desencadeamento das estrias: teoria mecânica, teoria endocrinológica e teoria infecciosa (Guirro e Guirro, 2004). 1.6.1 Teoria mecânica Segundo esta teoria, o estiramento da pele com consequente lesão de fibras elásticas dérmicas é o principal fator causal das estrias. Esse estiramento pode ser causado pela excessiva deposiçãode gordura, especialmente a que ocorre de forma AN02FREV001/REV 4.0 16 repentina (obesidade/gravidez) ou por estirões de crescimento abruptos durante a adolescência (Guirro e Guirro, 2004). 1.6.2 Teoria endocrinológica Essa teoria relaciona a etiologia das estrias com as alterações hormonais, sobretudo com os hormônios corticoides e esteroides. Os seguidores desta teoria não descartam totalmente a teoria mecânica, porém acreditam que a distensão tecidual não é o principal fator causal do aparecimento de estrias. Se assim fosse, todas as pessoas obesas e gestantes apresentariam estrias e elas estariam sempre ausentes em indivíduos magros, o que não corresponde à realidade (Guirro e Guirro, 2004). Segundo a teoria endocrinológica o aparecimento das estrias está relacionado a alterações do metabolismo endócrino provocadas naturalmente por desequilíbrios hormonais naturais (adolescência, gestação), patológicos (diabetes, alterações tireoidianas, doenças metabólicas) ou induzidos por medicamentos (Guirro e Guirro, 2004). Essa teoria também explica o fato da ocorrência de estrias serem bastante rara em crianças abaixo de dez anos, mesmo que obesas (a menos que ela faça uso de corticoide), pois a secreção desse hormônio só se inicia na puberdade e a associação do aparecimento de estrias com a acne, pelo estímulo hormonal (Guirro e Guirro, 2004). Os principais hormônios e medicamentos relacionados ao desencadeamento das estrias são (Guirro e Guirro, 2004): Estrogênios: elevam a taxa de ácido hialurônico, de condroitinossulfatos e de corticoides fluorados no organismo, tornando a pele mais suscetível a trações cutâneas (Guirro e Guirro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 17 Corticosteroide (oral ou tópico): quando usado por tempo prolongado, atua na diminuição da síntese de colágeno, inibindo a formação de proteínas precursoras que, por agregação, dariam lugar à formação de fibras colágenas e fibras elásticas e, inibindo, também, a atividade da matriz celular, que é responsável pela síntese de importantes componentes da substância fundamental do conjuntivo (Kede e Sabatovich, 2004). A teoria endocrinológica é a teoria mais aceita atualmente, uma vez que todos os episódios associados ao aparecimento de estrias podem ser explicados pela ação direta ou indireta do cortisol (Guirro e Guirro, 2004). 1.6.3 Teoria infecciosa Esta teoria sugere que processos infecciosos provocam danos às fibras elásticas, levando ao aparecimento de estrias. Baseia-se em seus estudos do surgimento de estrias em adolescentes após febre tifoide, tifo, febre reumática e hanseníase (Guirro e Guirro, 2004). A teoria infecciosa não possui muitos adeptos, já que os estudiosos partidários da teoria endocrinológica conseguem explicar o surgimento das estrias em decorrência do tratamento efetuado à base de corticoides, sendo o tratamento, portanto, o verdadeiro fator desencadeante do processo de formação de estrias e não a patologia de base (Guirro e Guirro, 2004). 1.7 QUADRO CLÍNICO AN02FREV001/REV 4.0 18 As estrias normalmente não ocasionam sintomas clínicos, porém alguns indivíduos referem prurido e dor na fase inicial de instalação da disfunção. Os primeiros sinais clínicos podem ser caracterizados por erupção papular levemente eritematosa (estria rubra). Na fase seguinte, onde o processo de formação já está praticamente estabelecido, as lesões tornam-se esbranquiçadas e nacaradas (stria alba) (Guirro e Guirro, 2004). As formas das estrias são variadas, podendo ser retilíneas, curvilíneas, em S ou em ziguezague e a extensão pode variar de um a dois centímetros, podendo chegar até uns cinco centímetros de largura (Guirro e Guirro, 2004). 1.8 CLASSIFICAÇÃO DA PELE ESTRIADA As estrias podem ser (Sato et al, 2009): Eritematosas (rubras): estrias recentes, em fase inflamatória. Apresentam essa coloração pelo aumento da vascularização local. Nessa fase, os tratamentos costumam alcançar resultados mais satisfatórios (figura 09) (Sato et al, 2009). FIGURA 09 – ESTRIAS RUBRAS FONTE: SARACENO, T. Estrias atróficas. Disponível em: <http://clinicaplenna.blogspot.com/2009/11/tratamento-de-estrias.html>. Acesso em: 21 ago. 2010. AN02FREV001/REV 4.0 19 Brancas (albas): estrias antigas, esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas), em fase final do processo de maturação. Os tratamentos conseguem promover o estreitamento ou atenuação das estrias nesta fase (figura 10) (Sato et al, 2009). FIGURA 10 – ESTRIAS ALBAS FONTE: SARACENO, T. Estrias atróficas. Disponível em: <http://clinicaplenna.blogspot.com/2009/11/tratamento-de-estrias.html>. Acesso em: 21 ago. 2010. Em indivíduos brancos, as estrias se iniciam como lesões eritematosas ou rosadas de superfície lisa e tensa (rubras) e gradativamente perdem a pigmentação tornando-se atróficas e brancas (albas) (Sato et al, 2009). Azuladas (cerúleas): aparecem em indivíduos que usaram corticóides por tempo prolongado ou possuem síndromes desencadeadoras da disfunção com a síndrome de Cushing (figura 11) (Sato et al, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 20 FIGURA 11 – ESTRIAS AZULADAS FONTE: MD SAUDE. Prednisona e corticóides. Disponível em: <http://www.mdsaude.com/2009/10/prednisona-corticoides.html>. Acesso em: 21 ago. 2010. Enegrecidas (nigra): aparecem em pacientes de fototipos IV e V (morenas ou negras). Neste tipo de pacientes, alguns tratamentos como certos tipos de laser e a galvanopuntura devem ser utilizados com cautela, pelo maior risco de pigmentação e formação de quelóides e cicatrizes hipertróficas (Sato et al, 2009). Em relação à intensidade de apresentação, as estrias podem ser classificadas em: discreta, moderada ou acentuada de acordo com a sua quantidade em cada quadrante avaliado (Sato et al, 2009). 1.9 ESTRIAS EM DISFUNÇÕES ESPECÍFICAS 1.9.1 Síndrome de Cushing Disfunção decorrente da quantidade excessiva de glicocorticoide na circulação sanguínea (hipercortisolemia). Pode ser causada não só pela administração de grandes quantidades de hormônios exógenos, como também por glicocorticoides produzidos por tumores adrenocorticais e também a hipersecreção AN02FREV001/REV 4.0 21 do hormônio adenocorticotrófico. É mais frequente em mulheres, sobretudo entre a terceira e quarta décadas, geralmente após uma gravidez (Guirro e Guirro, 2004). Esta síndrome causa uma redução acentuada das proteínas teciduais em quase todas as partes do organismo, com exceção das proteínas hepáticas e plasmáticas. Em consequência do excesso do catabolismo proteico, os pacientes com síndrome de Cushing têm depleção proteica e, por isso, a pele e o tecido subcutâneo é delgado e os músculos pouco desenvolvidos. Altas concentrações de glicocorticoides resultam em redução da espessura da pele e estrias púrpuras no abdome, nas mamas e braços (figura12) (Guirro e Guirro, 2004). FIGURA 12 – ESTRIAS CERÚLEAS EM INDIVÍDUO COM SÍNDROME DE CUSHING FONTE: GARCIA, M. L. Estrías cutáneas en el Síndrome de Cushing secundario al uso de esteroides. Disponível em: <http://www.socreum.sld.cu/bvrmlg_pag_imagen/cushing.htm>. Acesso em: 21 ago. 2010. 1.9.2 Elastose Focal Linear A elastose focal linear ou estria elastótica é uma disfunção caracterizada por lesões similares a estrias atróficas, em disposição horizontal, localizadas principalmente na região lombar, porém com características etiológicas diferentes (figura 13) (Cavalcante et al, 2000). AN02FREV001/REV 4.0 22 FIGURA 13 – ELASTOSE FOCAL LINEAR (LESÕES NA REGIÃO LOMBAR, SEMELHANTES A ESTRIAS ATRÓFICAS) FONTE: ANAIS BRASILEIROS DE DERMATOLOGIA. Elastose Focal Linear. Disponível em: <http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?figura=1&id=10244>.Acesso em: 23 ago. 2010. É mais comum em homens e sua localização preferencial é a região lombar. As lesões são assintomáticas e, na maioria dos casos, trata-se de achado dermatológico. Para alguns autores, a elastose focal linear é consequente ao processo degenerativo ou regenerativo das estrias atróficas. Para outros, são queloides que surgem no processo de regeneração de estrias atróficas (Cavalcante et al, 2000). 1.9.3 Síndrome de Marfan A síndrome de Marfan é uma disfunção do tecido conjuntivo de caráter genético e envolvimento multissistêmico, causada por mutações no lócus do gene da fibrina, no cromossoma. As principais manifestações clínicas da doença concentram-se em três sistemas: o esquelético, caracterizado por estatura elevada, escoliose, braços e mãos alongadas e deformidade torácica; o cardíaco, caracterizado por prolapso de válvula mitral e dilatação da aorta; e o ocular, AN02FREV001/REV 4.0 23 caracterizado por miopia e luxação do cristalino. A essa possibilidade de atingir órgãos tão diferentes denomina-se pleiotropia (Associação Marfan, 2010). 1.9.4 Estrias e gravidez Na gravidez, as estrias são atribuídas ao estiramento da pele, à atividade hormonal e às alterações estruturais das fibras elásticas e colágenas, sob influência genética e racial. Tendem a ser mais frequentes nas mamas e abdome e acometem, em graus variáveis, de 75 a 95% das mulheres (figura 14). Aparecem principalmente nos últimos três meses de gestação onde as fibras elásticas se encontram no seu limite de resistência e há aumento da atividade hormonal (Ventura, 2003). Mulheres jovens brancas são mais comumente afetadas, especialmente quando apresentam excesso de peso durante a gestação ou o tamanho do bebê é muito grande. Se a mulher apresenta histórico de estrias, ela se torna mais suscetível a apresentar estrias gravídicas (Barankin, Silver e Carruthers, 2002) AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 14 – ESTRIAS NA GRAVIDEZ Estrias em abdômen gravídico FONTE: Bottino, C. Estrias na gestação. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_Oc9p189WQiE/SyeXZf_xAuI/AAAAAAAABds/Q0_SN4H4CyQ/s1600- h/estrias-na-gravidezjpg.jpg>. Acesso em: 21 ago. 2010. FONTE: ALVES, G. F.; NOGUEIRA, L. S. C.; VARELLA, T. C. N. Dermatologia e gestação. An. Bras. Dermatol. v. 80, n.2, 2005. Disponível em: AN02FREV001/REV 4.0 25 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962005000200009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 out. 2010. Estrias em abdômen pós-gestação FONTE: SARACENO, T. Estrias atróficas. Disponível em: <http://clinicaplenna.blogspot.com/2009/11/tratamento-de-estrias.html>. Acesso em: 21 ago. Duas condições contribuem para o desencadeamento das estrias nas gestantes (Ventura, 2003): O aumento dos níveis hormonais, sobretudo do estrogênio e da relaxina (hormônio que prepara o corpo da grávida para o parto por meio de aumento da flexibilidade das articulações, principalmente do quadril). A alteração da substância que preenche o espaço entre as fibras colágenas e que permite seu deslizamento. Essa alteração diminui a elasticidade da derme. Em paralelo, as forças de estiramento que ocorrem pelo aumento da barriga e ganho de peso ocasionam a ruptura das fibras de colágeno, já fragilizadas. --------FIM --------- AN02FREV001/REV 4.0 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARANKIN, B.; SILVER, S. G.; CARRUTHERS, A. The skin in pregnancy. J Cutan Med Surg 2002 May;6(3):236-40. BORGES, F. S. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. CARAMASCHI, F. R. et al.Estudo das fibras oxitalânicas em estrias: variações em relação à pele normal. Rev. Hosp. Clin. Fac. Méd. São Paulo, n.50, p.35-38, 1995. CAVALCANTE, F. H.; TALHARI, S.; FERREIRA, L. C. L.; ANDRADE, R. V. Elastose Focal Linear. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, n. 75, p.475-478, jul/ago. 2000. GUIRRO, E. C. O.; FERREIRA, A. L.; GUIRRO, R. R. J. Estudos preliminares dos efeitos da corrente galvânica de baixa intensidade no tratamento de estrias atróficas da cútis humana. Anais do X Congresso Brasileiro de Fisioterapia, Fortaleza, 1991. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia dermatofuncional: recursos, fundamentos, técnicas. São Paulo: Manole, 2004. 3ed KARIME, G. K. G. M. Estudo comparativo por meio do método de varredura e galvanopuntura. Revista Fisio & Terapia. Ano X, n. 51, 2006. KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dematologia Estética. São Paulo: Atheneu, 2004. SATO, M. S.; FUKUDA, A.; SILVA, L. L. G.; MULINARI-BRENNER, F.; TUNG, R. Avaliação clínica da eficácia do ácido tricloroacético e da subcisão, isolados ou combinados, no tratamento de estrias abdominais. Surgical & Cosmetic Dermatology 2009;1(4):158-162. TOSCHI, A. Estrias e cicatrizes atróficas. In: MAIO, M. Tratado de Medicina Estética. São Paulo: Roca, 2004. AN02FREV001/REV 4.0 27 VENTURA, D. B. S. O uso da corrente galvânica filtrada nas estrias atróficas. Fisiobrasil: atualização científica, n. 62, nov/dez 2003. AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA PELE ESTRIADA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA PELE ESTRIADA Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO 1 AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA PELE ESTRIADA 1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 1.2 ANAMNESE 1.2.1 História clínica 1.2.2 História ginecológica e obstétrica 1.2.3 Tratamentos estéticos anteriores 1.3 EXAME FÍSICO 1.3.1 Avaliação de sinais clínicos 1.3.2 Inspeção e palpação da pele estriada 1.3.3 Avaliação de condições estéticas associadas 1.3.4 Documentação fotográfica 1.4 OBJETIVOS TERAPÊUTICOS 1.5 PRESCRIÇÃO DE CONDUTA 1.6 FICHA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA PELE ESTRIADA (PROTOCOLO SUGERIDO) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 4 1 AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA PELE ESTRIADA Para realizar o tratamento estético das estrias de forma eficaz, é fundamental que o profissional avalie criteriosamente o paciente para optar pelo recurso terapêutico mais indicado para cada caso. Esta avaliação deve ser repetida a cada novo atendimento para que se possa verificar a evolução do quadro (Guirro e Guirro, 2004). A avaliação funcional da pele estriada inclui os seguintes itens: Coleta de dados de identificação do paciente; Coleta da anamnese; Exame físico; Determinação de objetivos terapêuticos; Determinação da conduta terapêutica. 1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Durante a identificação do paciente, o terapeuta deve colher dados como nome, endereço completo, telefone, idade, sexo, estado civil e profissão. Além da necessidade da coleta destes dados para posterior contato com o paciente, essas informações são importantes por permitir futuros agrupamentos de pacientes para AN02FREV001/REV 4.0 5 estudos científicos e de casos clínicos e por fornecer indícios ao terapeuta em relação a fatores de risco epidemiológico. 1.2 ANAMNESEA anamnese consiste na coleta da história clínica do paciente. É uma das etapas mais importantes da avaliação, uma vez que os hábitos diários e antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem grande influência sobre a instalação e evolução das estrias. Para facilitar a sua execução, a anamnese pode ser estruturada em tópicos, segundo um roteiro preestabelecido com os seguintes itens: história clínica, história ginecológica e obstétrica (caso paciente do sexo feminino) e tratamentos estéticos anteriores. 1.2.1 História clínica Nesta etapa da anamnese, o paciente deve ser questionado a respeito de seus antecedentes patológicos, condições clínicas atuais, estado geral de saúde e hábitos de vida. Alguns pontos importantes que devem ser incluídos são: Presença de antecedentes familiares para estrias: presença de estrias em parentes próximos. Questionar também sobre a origem das estrias nestas pessoas (adolescência, gravidez, patologias...), Presença de patologias sistêmicas, endocrino-metabólicas, vasculares ou circulatórias: diabetes, hiper ou hipotireoidismo, síndrome de Cushing, síndromes genéticas, doenças reumatológicas, hipertensão ou hipotensão arterial; alterações cardíacas ou vasculares; neoplasias; asma brônquica; alterações renais; hemofilia, distúrbios neurovegetativos, entre outras. Esta informação é AN02FREV001/REV 4.0 6 importante porque pode esclarecer ao terapeuta a origem das estrias. É fundamental observar também que certas patologias podem contraindicar o uso de determinados recursos terapêuticos. Presença de patologias de pele: dermatoses, dermatites, eczemas, prurido, descamações, alterações de coloração, hiper ou hipopigmentação. Medicamentos em uso: é importante questionar o paciente a respeito do uso de medicamentos que possam ser indicativos do controle de alguma patologia ou interferir na terapêutica a ser adotada. Certas drogas podem interferir no processo de reparo tecidual e de coagulação sanguínea. Como visto nos módulos anteriores, os hormônios estão fortemente relacionado ao processo de desencadeamento das estrias. Consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo: hábitos que podem interferir no processo de reparo tecidual e de cicatrização e que devem ser firmemente contraindicados aos candidatos ao tratamento estético das estrias. Tipo de alimentação: questionar o paciente em relação ao seu tipo de alimentação (consumo de proteínas, gorduras, açúcar e vegetais). Temperatura do banho: a exposição continuada a temperaturas de banho excessivas pode levar a ressecamento crônico e comprometimento da elasticidade da pele, que deve ser analisada e devidamente tratada antes do tratamento da pele estriada. Questionar também em relação ao número de banho diários. Prática regular de atividade física: o paciente deve ser questionado sobre a prática regular de alguma atividade física e com que frequência a realiza. Questionar a respeito da realização de exercícios para hipertrofia muscular e se é oferecida sobrecarga excessiva aos músculos. Questionar também sobre o uso de esteroides e anabolizantes. AN02FREV001/REV 4.0 7 Ingestão média de líquidos: deve-se questionar sobre a quantidade de líquidos ingerida por dia pelo paciente para avaliar o grau de hidratação geral do indivíduo. Realização de dieta restritiva: questionar a respeito da realização de dieta restritiva para controle ou manutenção de peso. Sobrepeso atual ou anterior: questionar o paciente em relação a sua história de ganho, perda e manutenção de peso. Questionar se houve emagrecimento ou ganho de peso repentino e em qual período. Rotina de cuidados com a pele: questionar o paciente em relação a sua rotina diária de cuidados com a pele. Que produto utiliza para higienização e hidratação da pele. Histórico de cicatrização: questionar o paciente em relação a cicatrizes anteriores. Avaliar se há algum queloide ou cicatriz hipertrófica presente. Histórico alérgico: questionar se o paciente tem conhecimento de alguma substância de uso oral ou tópico à qual tenha alergia. História atual: questionar o período de aparecimento das estrias (adolescência/gravidez/ obesidade/uso de medicamentos). 1.2.2 História ginecológica e obstétrica Caso o paciente seja do sexo feminino, a história ginecológica e obstétrica deve ser colhida. Questionar sobre: AN02FREV001/REV 4.0 8 Data da menarca e menopausa (quando for o caso) Realização de reposição hormonal: a paciente deve ser questionada em relação à utilização de hormônios, condição que pode interferir nos processos cicatriciais e de acúmulo de líquido intersticial e podem ser causa do desencadeamento ou agravamento das estrias. Método contraceptivo: o uso de contraceptivos hormonais, da mesma forma que a reposição hormonal, também podem ser fator causal das estrias. Sintomatologia menstrual: questionar a respeito da presença de sintomatologia dolorosa e incômodos durante o período menstrual (cefaléia, mastalgia, fadiga, dores nas pernas, desconforto pélvico, irritabilidade e ansiedade). História obstétrica: questionar a respeito do número de gestações e sua história clínica (ganho e perda de peso, uso de cinta compressiva antes e após o parto, hidratação da pele, surgimento de estrias e flacidez tissular. 1.2.3 Tratamentos estéticos anteriores Em relação aos tratamentos estéticos anteriores para as estrias, questionar sobre experiências prévias do paciente em relação ao: tipo de tratamento, duração, objetivos, resultados alcançados. É importante saber das experiências anteriores e expectativas dos pacientes para que todos os pontos do tratamento possam ser suficientes esclarecidos e todas as dúvidas sanadas. AN02FREV001/REV 4.0 9 1.3 EXAME FÍSICO O exame físico para avaliação da pele estriada inclui as seguintes etapas: avaliação de sinais clínicos, inspeção e palpação da pele estriada, avaliação de condições estéticas associadas e documentação fotográfica. 1.3.1 Avaliação de sinais clínicos Os seguintes sinais clínicos devem ser avaliados: peso e altura para posterior cálculo do índice de massa corpórea (IMC) e verificação da presença de sobrepeso. O IMC uma medida internacional usada para calcular se uma pessoa está no peso ideal. É determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, onde a massa está em quilogramas e a altura está em metros. O IMC ideal está entre 18,5 e 24,9. valores abaixo indicam magreza e valores acima indicam sobrepeso e obesidade (Wikipédia, 2010). A pressão arterial e a frequência cardíaca também deve ser mensurada para avaliação do estado geral do paciente. 1.3.2 Inspeção e palpação da pele estriada Durante a inspeção da pele estriada deve-se observar a coloração geral da pele do paciente. Verificar a presença de fístulas, manchas, hematomas, equimoses, fibroses e aderências teciduais, edemas, sulcos ou depressões e cicatrizes. Avaliar a localização e a coloração das estrias (vermelhas/violáceas/brancas). Sob aspecto macroscópico determinar se há uma atrofia ou hipertrofia tecidual local. AN02FREV001/REV 4.0 10 Durante a palpação deve-se verificar a presença de dor à palpação, edema local, alterações da temperatura local da pele e a presença de nódulos no tecido subcutâneo. Analisar também a presença de flacidez muscular e tissular. Pode-se fazer a mensuração do tamanho (largura e comprimento) das estrias a serem tratadas para posterior avaliação comparativa. Essa medida pode ser feita com uma régua graduada em milímetros. 1.3.3 Avaliação de condições estéticas associadas É interessante verificar a presença de outras disfunções estéticas que seapresentem em conjunto com as estrias. Muitas vezes para que o paciente fique totalmente satisfeito com o resultado final de seu tratamento, essas disfunções também devem ser tratadas. Entre estas disfunções, deve-se dar importância especial ao fibroedema geloide, à flacidez de pele e a gordura localizada. O fibroedema geloide, vulgarmente denominado “celulite” é um espessamento não inflamatório da derme, às vezes, doloroso que se manifesta em forma de nódulos ou placas de variada extensão e localização conferindo a pele aspecto de casca de laranja. As lesões teciduais do fibroedema geloide podem ser classificadas em três graus (figura 01) (Guirro e Guirro, 2004): Grau 1 – Brando: é de aspecto visível somente à palpação ou sob contração muscular voluntária. A pele ainda não apresenta fibroses ou nódulos perceptíveis. Grau 2 – Moderado: é de aspecto visível em algumas regiões e apresenta fibroses sem predominância. Podem ocorrer alterações de sensibilidade e o aspecto de casca de laranja na pele já está presente. AN02FREV001/REV 4.0 11 Grau 3 – Severo: há fibrose com predominância e a pele assume aspecto de "casca de nozes". Por vezes, o paciente apresenta sensibilidade à dor aumentada, principalmente à palpação. FIGURA 01 – ESTÁGIOS DO FIBROEDEMA GELOIDE Grau 1 – Brando Grau 2 – Moderado Grau 3 – Severo AN02FREV001/REV 4.0 12 FONTE: Arquivo pessoal, 2010. Verificar por meio de palpação, se existe flacidez de pele presente e assinalar os locais em ficha específica (figura 02). FIGURA 02 – FLACIDEZ ABDOMINAL FONTE: MICALI, E. Plástica do abdômen. Disponível em: <http://www.micali.com.br/default.asp?pagina=principal&slide=on>. Acesso em: 25 set. 2010. Verificar por meio de inspeção, se existe acúmulos de gordura localizada, assinalando no mapa as áreas em que foram localizados (figura 03). AN02FREV001/REV 4.0 13 FIGURA 03 – ÁREAS COMUNS DE ACÚMULO DE GORDURA LOCALIZADA FONTE: MICALI, E. Lipoaspiração. Disponível em: <http://www.micali.com.br/default.asp?pagina=principal&slide=on>. Acesso em: 25 set. 2010. 1.3.4 Documentação fotográfica A documentação fotográfica pode ser um dado complementar subjetivo de avaliação e reavaliação, desde que obedecidos padrões de luz ambiente e interna e que sejam padronizadas e pré-estabelecidas às referências de distâncias que serão utilizadas, como no exemplo a seguir (figura 04) (Borges, 2006). AN02FREV001/REV 4.0 14 FIGURA 04 – DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA DE TRATAMENTO ESTÉTICO DE ESTRIAS FONTE: ALMEIDA, S. Fino trato. Disponível em: <http://revistafinotrato.com/xo-estrias/>. Acesso em: 25 set. 2010. Ao optar-se pela utilização da galvanopuntura por corrente galvânica (recurso terapêutico que será detalhado no próximo módulo) é importante analisar a sensibilidade dolorosa do paciente frente ao estímulo elétrico. É um parâmetro que permite ao profissional acompanhar o processo de regeneração, uma vez que normalmente a sensibilidade é reduzida nas áreas estriadas e com o decorrer das sessões, a sensibilidade aproxima-se do normal (Guirro e Guirro, 2004). Questiona-se o paciente após cada sessão, solicitando a ele que defina o tipo da dor que sente frente ao estímulo elétrico, dentre os termos propostos (pontada, queimação, irritante, cruel, latejante, cortante, aflitiva ou assustadora) e que diga qual expressão quantifica melhor a intensidade da dor que sentiu durante a sessão (sem dor, dor fraca, desconfortável, angustiante, horrível ou torturante). A cada uma destas expressões é atribuído um número, segundo quadro a seguir, que deve ser anotado na tabela, após a data da sessão, para posterior estudo comparativo (Quadro 01) (Guirro e Guirro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 15 QUADRO 01 – SENSIBILIDADE DOLOROSA AO ESTÍMULO ELÉTRICO Tipo de dor (X) Data e caracterização da dor por sessões (0 – 5) ( ) Pontada ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Queimação ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Irritante ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Cruel ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Latejante ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Cortante ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Aflitiva ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Assustadora ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) (0) SEM DOR (1) DOR FRACA (2) DESCONFORTÁVEL (3) ANGUSTIANTE (4) HORRÍVEL (5) TORTURANTE FONTE: adaptado de Guirro e Guirro (2004). 1.4 OBJETIVOS TERAPÊUTICOS Ao final da avaliação, considerando os dados obtidos, devem ser traçados os objetivos terapêuticos e o prognóstico do tratamento. Devem-se sinalizar os pontos que norteiam e justificam o tratamento. 1.5 PRESCRIÇÃO DE CONDUTA Baseando-se nos dados obtidos durante a avaliação e nos objetivos propostos, determinam-se os melhores recursos terapêuticos para cada caso em AN02FREV001/REV 4.0 16 específico. Considerar sempre que o paciente deve ser reavaliado a cada novo atendimento e a conduta pode ser alterada, quando necessário. 1.6 FICHA DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA PELE ESTRIADA (PROTOCOLO SUGERIDO) Identificação do paciente Nome:_____________________________________________________________ Endereço completo:__________________________________________________ __________________________________________________________________ Telefone:_________________ E-mail: ___________________________________ Idade: ___________________ Sexo: ____________________________________ Estado civil: _______________ Profissão: ________________________________ Anamnese História clínica Cor da pele: ( ) Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela Antecedentes familiares:____________________________________________ _______________________________________________________________ Patologias endócrino-metabólicas: ___________________________________ _______________________________________________________________ Patologias de pele: _______________________________________________ Medicamentos em uso: ____________________________________________ Consumo de bebidas alcoólicas: ( ) Não ( ) Sim. Freq.:_________________ Tabagismo: ( ) Não ( ) Sim. Freq.:_________________________________ Alimentação: ____________________________________________________ Temperatura do banho: ( ) Frio ( ) Morno ( ) Quente Nº de banhos/dia: _______________________________________________ Pratica atividade física: ( ) Não ( ) Sim. Qual?_____________ Freq.:_____ AN02FREV001/REV 4.0 17 Realiza exercícios para hipertrofia muscular: ( ) Não ( ) Sim. Freq.:_______ Utiliza esteroides anabolizantes: ( ) Não ( ) Sim. Qual?______ Freq.:_____ Ingestão média de líquidos/dia: ______________________________________ Realiza dieta restritiva: ( ) Não ( ) Sim História de sobrepeso:_____________________________________________ _______________________________________________________________ Rotina de cuidados com a pele:______________________________________ _______________________________________________________________ Histórico de cicatrização: ___________________________________________ Histórico alérgico: ________________________________________________ Período de aparecimento das estrias: ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Obesidade ( ) Uso de medicamentos História ginecológica e obstétrica (pacientes do sexo feminino) Idade da menarca: ________________________________________________ Idade da menopausa:______________________________________________ Reposição hormonal:( ) Não ( ) Sim. Período:________________________ Método contraceptivo: _____________________________________________ Sintomatologia menstrual: __________________________________________ História obstétrica: ________________________________________________ Tratamentos estéticos anteriores Tipo: _______________________________________________________________ Duração: ____________________________________________________________ Objetivos: ___________________________________________________________ Resultados obtidos: ___________________________________________________ AN02FREV001/REV 4.0 18 Exame Físico Avaliação de sinais clínicos Peso:___________________ Altura: _______________ IMC:______________ PA: _____________________________ FC:___________________________ Inspeção e palpação da pele estriada Inspeção Coloração geral da pele:____________________________________________ Há a presença de: Fístulas ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Manchas ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Hematomas ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Equimoses ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Fibroses ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Aderências ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Edemas ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Sulcos/depressões ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Cicatrizes ( ) Não ( ) Sim. Locais: _________________ Palpação Dor à palpação: ( ) Sim. Locais: _____________________________________ Edemas: ( ) Sim. Locais: __________________________________________ Alterações de temperatura da pele: ( ) Sim. Locais: _____________________ Nódulos subcutâneos: _____________________________________________ AN02FREV001/REV 4.0 19 Caracterização das estrias Local Coloração Mensuração Fator Causal Axilas ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Abdômen ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Flancos abdominais ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Dorso ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Lombar ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Glúteos ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Seios ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Coxa anterior ( ) vermelha ( ) violácea Larg: ______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez AN02FREV001/REV 4.0 20 ( ) branca Comp:______ ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Coxa posterior ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Coxa lateral ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Perna/panturrilha ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Outro local _________________ ( ) vermelha ( ) violácea ( ) branca Larg: ______ Comp:______ ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Sobrepeso ( ) Medicamentos Observações gerais: __________________________________________________ ___________________________________________________________________ Condições estéticas associadas Fibroedema geloide Coxa anterior ( ) Ausente ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III Coxa posterior ( ) Ausente ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III Coxa lateral ( ) Ausente ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III Glúteos ( ) Ausente ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III Abdômen anterior ( ) Ausente ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III Flancos abdominais laterais ( ) Ausente ( ) Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III AN02FREV001/REV 4.0 21 Flacidez de pele Coxa anterior ( ) Presente ( ) Ausente Coxa posterior ( ) Presente ( ) Ausente Coxa lateral ( ) Presente ( ) Ausente Glúteos ( ) Presente ( ) Ausente Abdômen anterior ( ) Presente ( ) Ausente Flancos abdominais laterais ( ) Presente ( ) Ausente Braços ( ) Presente ( ) Ausente Gordura localizada (assinalar locais) AN02FREV001/REV 4.0 22 Sensibilidade dolorosa ao estímulo elétrico Tipo de dor (X) Data e caracterização da dor por sessões (0 – 5 ) ( ) Pontada ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Queimação ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Irritante ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Cruel ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Latejante ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Cortante ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Aflitiva ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( ) Assustadora ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) ( / ) – ( ) (0) SEM DOR (1) DOR FRACA (2) DESCONFORTÁVEL (3) ANGUSTIANTE (4) HORRÍVEL (5) TORTURANTE Objetivos do tratamento: _____________________________________________ ___________________________________________________________________ Conduta terapêutica: ________________________________________________ ___________________________________________________________________ Reavaliações:_______________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Profissional responsável: _____________________________________________ -----FIM----- AN02FREV001/REV 4.0 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES, F. S. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. GUIRRO, E. C. O.; FERREIRA, A. L.; GUIRRO, R. R. J. Estudos preliminares dos efeitos da corrente galvânica de baixa intensidade no tratamento de estrias atróficas da cútis humana. Anais do X Congresso Brasileiro de Fisioterapia, Fortaleza, 1991. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia dermatofuncional: recursos, fundamentos, técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE TRATAMENTO ESTÉTICO DAS ESTRIAS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE TRATAMENTO ESTÉTICO DAS ESTRIAS Tratamento Estético das Estrias Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo
Compartilhar