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1 10 INTRODUÇÃO AO MÉTODO DOS DESLOCAMENTOS Um sistema isostático é estaticamente determinado, isto é, todas as reacções de apoio e esforços internos nas barras são conhecidos. Um sistema isocinemático é cinematicamente determinado: todos os deslocamentos dos nós e dos apoios são conhecidos. Pode fazer-se um paralelismo entre a resolução de um sistema isostático / hiperestático e a resolução de um sistema isocinemático / hipercinemático. Num sistema isocinemático, as condições cinemáticas permitem conhecer todos os deslocamentos dos nós de extremidade das barras e dos apoios externos. Conhecidos os deslocamentos dos nós de extremidade das barras, é possível obter as deformações internas a partir de condições de compatibilidade e os esforços internos nas extremidades das barras pelas relações de rigidez, Figura 10-1. Figura 10-1. Resolução de um sistema isocinemático Se as ligações internas e externas forem insuficientes, o sistema é hipercinemático (cinematicamente indeterminado) e as condições cinemáticas não são suficientes para Movimentos da estrutura Condições cinemáticas Deslocamentos Condições de compatibilidade Deformações Relações de rigidez Esforços 2 calcular todos os deslocamentos dos nós de extremidade das barras. Neste caso, a resolução implica a sobreposição de sistemas isocinemáticos (cinematicamente determinados). Fazendo-se a introdução de condições adicionais, de equilíbrio de forças nos nós, determinam-se os deslocamentos dos nós da estrutura. 10.1 Barra biencastrada A Figura 10-2 ilustra um elemento pertencente a uma estrutura plana antes (configuração AB) e depois (configuração A'B') de se aplicar cargas à estrutura. O movimento descrito na passagem da configuração inicial AB para a configuração final A'B' pode ser descrito pelos deslocamentos 1d , 2d , 3d , 4d , 5d e 6d . Estes deslocamentos são organizados no vector dos deslocamentos nodais, 6 5 4 3 2 1 d d d d d d ed . (10-1) Para além da carga de vão, q, o elemento está sujeito às forças 1x , 2x , 3x , 4x , 5x e 6x , que são necessárias aplicar aos nós de extremidade A' e B' para manter o elemento em equilíbrio. Estas forças são correspondentes aos deslocamentos ed e são organizados no vector das forças nodais do elemento, 6 5 4 3 2 1 x x x x x x ex . (10-2) 3 Note-se que se usou a convenção universal de sentidos para os deslocamentos ed e para os esforços ex . Note-se ainda que esta convenção de sentidos difere da usada para os esforços internos no método das forças nos casos do esforço axial à esquerda ( iN ), esforço transverso à direita ( jT ) e do momento à esquerda ( iM ). O mesmo se dirá para as correspondentes deformações ie , j e i . Figura 10-2 Figura 10-3 A transição do elemento da posição inicial AB para a posição final A'B' é, na concepção em que se baseia o método dos deslocamentos, devida à acção simultânea de dois grupos de solicitações, nomeadamente os deslocamentos nodais 1d , 2d , 3d , 4d , 5d e 6d , e a carga de vão. q x_2 i j x_3 x_1 L_e x_6 x_5 x_4 A B i j d_2 d_5d_6 d_1 d_4 B' A' d_3 q L_e 4 Quando os deslocamentos nodais são nulos a estrutura é isocinemática (cinematicamente determinada). Nestas condições, e quando não há cargas de vão, o elemento é denominado elemento-base. Figura 10-4 D 10-1. Chamemos de ijK a força nodal ix que se desenvolve no elemento-base quando este é solicitado pelo deslocamento 1jd , sendo os restantes deslocamentos nulos ( 0kd , jk ), assim como a solicitação de vão. Figura 10-5a Figura 10-5b ji e d_2=1 6EI/L^2 6EI/L^2 12EI/L^3 12EI/L^3 i je d_1=1 EA/L EA/L i je L 5 Figura 10-5c Figura 10-5d Figura 10-5e Figura 10-5f i j e g_6 = 1 4EI/L 2EI/L 6EI/L^26EI/L^2 ji e d_5=1 6EI/L^2 6EI/L^2 12EI/L^3 12EI/L^3 d_4=1 i j e EA/LEA/L i je g_3 = 1 2EI/L 4EI/L 6EI/L^2 6EI/L^2 6 Para 1j na definição D 10-1, é imediato que 01 ii Kx para i = 2, 3, 5, 6, uma vez que há apenas deformação axial na barra. O esforço axial N é constante na barra, 41 xxN . Sendo 𝑁 constante, o deslocamento axial 𝑑 será: EA NL d 1 . Portanto, L EA Kxx L EA Kx 4114 111 . Quando o elemento-base é solicitado pelo deslocamento nodal 1d (Figura 10-5a), temos, então, que 1 0 0 0 0 d L EA L EA e x . (10-3) Para 4j , também 04 ii Kx para i = 2, 3, 5, 6. Pode-se verificar facilmente que L EA Kxx L EA Kx 4414 141 . Quando o elemento é solicitado pelo deslocamento 4d (Figura 10-5d) temos, então, 7 4 0 0 0 0 d L EA L EA e x . (10-4) Para 2j , 3, 5 ou 6, pode-se usar o conhecimento da linha elástica de uma barra para obter os valores de ijK . Se designarmos por )(xv o deslocamento vertical do eixo neutro (sentido positivo para cima), a curvatura do eixo neutro é, para pequenas deformações, 2 2 d d x v . Sabe-se da Resistência de Materiais que a curvatura no intervalo xd é dada por EIM / . Portanto, EI M x v 2 2 d d . A rotação relativa entre secções afastadas de xd será dada pela integração da equação da curvatura e o deslocamento vertical v é dado pela segunda integração da equação da curvatura. Os esforços nas extremidades são 2x , 3x , 5x e 6x . O diagrama de momentos varia linearmente de 3x até 6x . A equação será, atendendo à convenção de sentidos positivos para o momento flector, 2 2 63 3 d d x v EIx L xx xM A integração da equação diferencial e a imposição de condições de fronteira permite obter 3x e 6x : 8 13 2 63 2d d cxx x L xx x v EI e 21 2 3 3 63 26 cxc x x x L xx vEI ou 21 2 3 3 63 26 1 cxc x x x L xx EI v . (10-5) Para a segunda coluna de eK ( 2j ), temos que 12 d e 0id para 2i . Não havendo deformação axial, 0421241 KKxx . (10-6) As equações de v e xv/dd têm 4 incógnitas, 3x , 6x , 1c e 2c , que se determinam com 4 condições de fronteira: 0/ 0)( 0/ 1)0( 0 0 x x dxdv Lv dxdv v . Resolvendo o sistema de equações acima obtém-se EIc c L EI Kx L EI Kx 2 1 2626 2323 0 6 6 . (10-7) 9 222 Kx e 525 Kx são calculados pelas equações de equilíbrio de forças verticais e momentos: 35222 12 L EI KK . (10-8) Dos resultados (10-6), (10-7) e (10-8), podemos concluir que quando o elemento-base é solicitado pelo deslocamento nodal 2d (Figura 10-5b) o vector dos esforços nodais é dado por 2 2 3 2 3 6 12 0 6 12 0 d L EI L EI L EI L EI e x . (10-9) Substituindo (10-7) em (10-5) obtemos a equação da deformada do elemento, ilustrada na Figura 10-5b, 3 3 2 2 23 1 1 L x L x EI v . (10-10) Para 3j , 13 d e 0id para 3i . Não havendo deformação axial, 04313 KK . Os esforços nas extremidades são 23K , 33K , 53K e 63K . As equações do momento flector M , dxdv / e v são as mesmas obtidas anteriormente. As 4 condições de fronteira são agora diferentes: 10 0/ 0)( 1/ 0)0( 0 0 x x dxdv Lv dxdv v . Facilmente se calcula que 6262323 2 1 6 0 =c 0 =c Kx L EI Kx . (10-11) 2 232 /6 LEIKx e 2 535 /6 LEIKx são calculados por somatório de forças verticais e momentos. Desta forma, quando o elemento-base é solicitado pelo deslocamento nodal 3d(Figura 10-5c) obtém-se 3 2 2 2 6 0 4 6 0 d L EI L EI L EI L EI e x . (10-12) Introduzindo (10-11) em (10-5) obtém-se a equação da deformada do elemento quando este é solicitado por 13 d : 2 3221 L x L x x EI v . (10-13) 11 Continuando com o processo da linha elástica, pode-se verificar facilmente que o vector dos esforços nodais é dado por 5 2 3 2 3 6 12 0 6 12 0 d L EI L EI L EI L EI e x (10-14) quando o elemento-base é solicitado pelo deslocamento nodal 5d (Figura 10-5e), e por 6 2 2 4 6 0 2 6 0 d L EI L EI L EI L EI e x (10-15) quando o elemento é solicitado por 6d (Figura 10-5f). Usando o mesmo processo, pode-se determinar que equação da deformada do elemento quando solicitado por 15 d é 2 2 3 3 321 L x L x EI v (10-16) e por 12 L x L x EI v 2 2 31 (10-17) quando solicitado por 16 d . Designemos por ex os valores de ex quando todos os deslocamentos dos nós são nulos e há cargas de vão: 6 5 4 3 2 1 x x x x x x e x . (10-18) O vector (10-18) designa-se por vector de forças de fixação. Dos resultados (10-3), (10-4),(10-9), (10-12), (10-14) e (10-15) podemos concluir que quando se solicita o elemento-base com os deslocamentos 1d , 2d , 3d , 4d , 5d e 6d e a solicitação de vão os esforços nodais são dados por 6 5 4 3 2 1 6 2 2 2 2 3 2 3 1 4 6 0 2 6 0 ... 6 12 0 6 12 0 0 0 0 0 x x x x x x d L EI L EI L EI L EI d L EI L EI L EI L EI d L EA L EA e x ou 13 6 5 4 3 2 1 6 5 4 3 2 1 22 2323 22 2323 6 5 4 3 2 1 46 0 26 0 612 0 612 0 0000 26 0 46 0 612 0 612 0 0000 x x x x x x d d d d d d L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EA L EA L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EA L EA x x x x x x (10-19) ou na forma compacta: eeee xdKx (10-20) se definirmos L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EA L EA L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EA L EA e 46 0 26 0 612 0 612 0 0000 26 0 46 0 612 0 612 0 0000 22 2323 22 2323 K . (10-21) A matriz eK é designada por matriz de rigidez do elemento. Os elementos da diagonal da matriz de rigidez são sempre positivos. A matriz de rigidez é simétrica e não invertível. Podem calcular-se os valores de ex para cada tipo de carga de vão: axial ou transversa, uniforme, concentrada, etc. Para tal, pode usar-se o processo da linha elástica. 14 Exemplo 10-1. Determine ex para uma carga transversa uniforme ao longo do vão. É fácil de ver que 041 xx . A equação dos momentos flectores é 2 2 322 2 x pxxx dx vd EIM . Por integração sucessiva, obtém-se' 1 3 3 2 2 62 c xp xx xx dx dv EI e 21 42 3 3 2 2426 cxc xpxxxx vEI . Para 0x e para Lx tem-se 0v e 0d/d xv , donde se obtém 252 Lp xx , 12 2 63 Lp xx . (10-22) Para as cargas mais habituais, os valores de ex já foram calculados e são dados em tabelas (veja a Tabela 10-1). 10.2 Simplificação da equação matricial de equilíbrio Como se verá mais adiante, na resolução de problemas usando o método dos deslocamentos, surgem várias situações em que alguns deslocamentos nodais de determinados elementos são nulos. Este facto permite simplificar a escrita da expressão (10-19). Se, por exemplo, 1d , 2d e 3d de um determinado elemento forem nulos, a primeira, segunda e terceira coluna da matriz de rigidez deixam de existir e a expressão torna-se 15 6 5 4 3 2 1 6 5 4 2 23 2 23 6 5 4 3 2 1 46 0 612 0 00 26 0 612 0 00 x x x x x x d d d L EI L EI L EI L EI L EA L EI L EI L EI L EI L EA x x x x x x . Suponhamos, agora, que das 6 equações presentes na equação matricial anterior só interessa determinar os esforços 1x , 2x e 3x . Da equação matricial anterior extraímos as primeiras 3 equações obtendo-se 3 2 1 6 5 4 2 23 3 2 1 26 0 612 0 00 x x x d d d L EI L EI L EI L EI L EA x x x . Consideremos agora o problema da escrita da equação matricial que permite determinar as forças nodais 5x e 6x , actuantes num elemento, que equilibram a acção dos deslocamentos nodais correspondentes e a acção da solicitação de vão. Os deslocamentos correspondentes aos esforços 5x e 6x são os deslocamentos 5d e 6d . Os deslocamentos 5d e 6d correspondem às colunas 5 e 6 da matriz (10-21). As forças 5x e 6x correspondem às linhas 5 e 6. Portanto na matriz (10-21) lemos os elementos das colunas 5 e 6 que estão nas linhas 5 e 6. A equação pedida é, então 6 5 6 5 2 23 6 5 46 612 x x d d L EI L EI L EI L EI x x . Mais adiante será visto que a escrita deste tipo de equações, que relacionam os esforços com os deslocamentos nodais correspondentes, é um ingrediente na automatização do método dos 16 deslocamentos. A escrita será feita indirectamente determinando-se a matriz de rigidez que relaciona os tais esforços e deslocamentos nodais assim como os correspondentes esforços de fixação. No caso da equação acima, tal seria feito começando-se por definir os vectores ed e ex : 6 5 d d ed e 6 5 x x ex . A matriz de rigidez correspondente a estes vectores ed e ex , L EI L EI L EI L EI e 46 612 2 23 K , e o vector 6 5 x x ex seriam depois determinados. 10.3 Outros tipos de elementos Para além da barra com os dois nós de extremidade rígidos, interessa conhecer, as matrizes de rigidez e as forças de fixação de outros dois tipos de barras: barra com uma extremidade rígida e a outra articulada e barra biarticulada. Tanto as matrizes de rigidez como as forças de fixação podem ser calculadas pelo mesmo processo que se utilizou para a barra com os dois nós rígidos. 17 10.4 Barra com uma extremidade rígida e outra articulada Assumindo que o nó j é a extremidade articulada, 6d pode ser escrito em função dos outros deslocamentos, porque se sabe ser nulo 6x (a força correspondente). Da equação (10-19) vem 0 4626 66523226 xd L EI d L EI d L EI d L EI x , ou seja,' 62326523226 42 3 2 1 2 3626 4 x EI L d L dd L xd L EI d L EI d L EI EI L d . Os deslocamentos independentes são, portanto, 1d , 2d , 3d , 4d , 5d , e a matriz de rigidez correspondente tem dimensão 55 . Figura 10-6 Figura 10-7 x_2 i j x_3 x_1 q L_e x_5 x_4 d_2 i jd_3 d_1 p L_e d_5 d_4 L i j e 18 Figura 10-8 O vector dos deslocamentos nodais e dos esforços tomam as seguintes formas: 5 4 3 2 1 d d d d d ed e 5 4 3 2 1 x x x x x ex . Pode-se calcular os valores de 6d que façam com que 6x seja nulo quando sucessivamente 1id para 2i , 3, 5 e os restantes jd são nulos ( ij ). Por exemplo, para 12 d , temos 0/4/6 6 2 6 dLEILEIx , donde se obtém Ld /5.16 . Obtém-se 5.06 d para 13 d e Ld /5.16 para 15 d . Com esses valores de 6d , é fácil obter a nova matriz de rigidez (5x5). Cada coluna correspondente a 1id será obtida somando os seus valores aos da (anterior) coluna 6 multiplicados pelos correspondentes valores obtidos para 6d . Por exemplo, a segunda coluna será 3 2 3 3 2 3 3 2 3 3 0 3 3 0 5.1 6 0 2 6 0 12 0 6 12 0 L EI L EI L EI L L EI L EI L EI L EI L EI L EI ex . 19 Exercício 10-1. Usando o processo descrito nos parágrafos anteriores verifique que a matriz de rigidez (5 x 5) da barra com um nó rígido (nó i ) e um nó articulado (nó j ) é dada por 323 22 323 3 0 33 0 000 3 0 33 0 3 0 33 0 000 L EI L EI L EI L EA L EA L EI L EI L EI L EI L EI L EI L EA L EA eK . (10-23) Exercício 10-2. Usando o processo da linha elástica, determine os esforços ex de um elemento encastrado-articulado para uma carga uniformemente distribuída e para uma carga concentrada a meio do vão. Verifique os resultados obtidos com os dados na Tabela 10-2. Exercício 10-3. Usando o processo da linha elástica determine as equações das deformadas do elemento encastrado-articulado correspondentes a acção 1id ( i = 1, 2, 3, 4, 5). Verifique que estas deformadas têm as formas ilustradas nas Figura 10-9. Figura 10-9a i j e d_1=1 EA/L EA/L 20 Figura 10-9b Figura 10-9c Figura 10-9d Figura 10-9e i j e d_2=1 3EI/L^2 3EI/L^3 3EI/L^3 i je d_4=1 EA/LEA/L i j e g_3 = 1 3EI/L 3EI/L^23EI/L^2 i j e d_2=1 3EI/L^2 3EI/L^3 3EI/L^3 21 10.5 Barra biarticulada Na barra biarticulada, Figura 10-10 e Figura 10-11, apenas interessam os dois deslocamentos nodais axiais 4 1 d d ed e as correspondentes forças nodais 4 1 x x ex . Figura 10-10 Figura 10-11 Figura 10-12a Figura 10-12b A matriz de rigidez da barra biarticulada (veja a Figura 10-12) é, então, i e j d_4=1 EA/L EA/L j e i d_1=1 EA/L EA/L i j e L_e e ji d_1 (x_1) d_4 (x_4) 22 L EA L EA L EA L EA eK . (10-24) A equação matricial da barra será, portanto, 4 1 4 1 4 1 x x d d L EA L EA L EA L EA x x . (10-25) 10.6 Graus de hipercinematicidade Os elementos estruturais mais simples cujos comportamentos já são conhecidos são os elementos biencastrados (Figura 10-4), os encastrados-articulados (Figura 10-6) e os elementos biarticulados (Figura 10-11). Estes elementos são isocinemáticos (cinematicamente determinados). Qualquer combinação destes elementos gera sistemas estruturais que também são isocinemáticos, como é o caso do sistema ilustrado na Figura 10-13. Neste sistema os elementos AC e CD são biencastrados e o elemento DB é encastrado- articulado. O comportamento dos sistemas isocinemáticos é, pois, caracterizado pelo facto de não haver interacção entre os elementos. O comportamento do elemento CD, por exemplo, depende exclusivamente das cargas nele aplicadas; isto é, cargas aplicadas nos elementos AC ou BD não interferem no comportamento da barra CD. Se, como se ilustra na Figura 10-14, introduzirmos uma articulação em D, a independência dos comportamentos dos elementos CD e DB deixa de existir. Uma carga aplicada no elemento CD, por exemplo, afecta no comportamento do elemento DB. Esta dependência é melhor caracterizada pela deformada da Figura 10-15. A resposta da estrutura já não pode ser determinada dos resultados obtidos no estudo dos comportamentos dos elementos biencastrados e encastrados-articulados. Diz-se, por isso, que a estrutura se tornou hipercinemática (ou cinematicamente indeterminada). Os comportamentos dos elementos CD e DB só serão conhecidos quando se conhecer a rotação g, a única incógnita básica do 23 problema. Visto que a rotação g é a única incógnita do problema, diz-se que a estrutura é uma vez hipercinemática. As estruturas hipercinemáticas são, deste modo, caracterizadas pela interacção que se verifica nos elementos que a compõem. Figura 10-13 Figura 10-14 A B C D P_1 q P_2 g g P_1 A B C D q P_2 24 Figura 10-15 No caso geral, define-se como grau de hipercinematicidade (ou grau de indeterminação cinemática) de uma estrutura, , o número de deslocamentos nodais e de descontinuidades que é necessário e suficiente conhecer para determinar univocamente os deslocamentos em todos os nós e as descontinuidades em todas as libertações da estrutura. Por outras palavras, é o menor número de deslocamentos nodais e de descontinuidades que é necessário impedir na estrutura para a reduzir a um sistema de elementos-base isocinemáticos. O grau de hipercinematicidade das estruturas pode, então, ser determinado, colocando bloqueamentos na estrutura, um a um, até a reduzir num sistema constituído pelos elementos isocinemáticos disponíveis. Note-se que se considerar disponível só o elemento biencastrado, o sistema estrutural da Figura 10-13 tornar-se uma vez hipercinemático (ou uma vez cinematicamente indeterminado), enquanto que o da Figura 10-14 transforma-se em duas vezes hipercinemático. Exemplo 10-2. Determine o grau de hipercinematicidade da estrutura da Figura 10-16, assumindo que o único elemento isocinemático disponível é o elemento biencastrado. A B C D g g 25 Figura 10-16 Como se ilustra na Figura 10-17, para reduzir o sistema estrutural dado num sistema de elementos biencastrados é necessário impedir os três movimentos do nó B e as translações horizontais e rotações dos nós B e C. O número total de bloqueamentos colocados é 7. O grau de hipercinematicidade é, portanto, 7. Estes graus são hB , vB , B , hC , C , hD , vB , B , hC , D , ilustrados na Figura 10-18. . Figura 10-17 A B D C A B D C 5.0m 4.0 3.0 3.0 26 Figura 10-18 Exemplo 10-3. Determine o grau de hipercinematicidade da estrutura do exemplo anterior assumindo que agora estão disponíveis o elemento biencastrado e o elemento encastrado- articulado. Para transformar o sistema dado num sistema de elementos biencastrados e encastrados- articulados é necessário impedir os três movimentos de B e as traslações dos nós C e D (veja a Figura 10-19). O elemento AB torna-se biencastrado enquanto que os elementos BC e BD tornam-se encastrados-articulados. Assim sendo, a estrutura é 5 vezes hipercinemática (ou 5 vezes cinematicamente indeterminada). Conforme ilustrado na Figura 10-20, os graus de indeterminação são: hB , vB e B , hC e hD . Figura 10-19 A B D C A B D C dhD dhB dvB rB dhD rD rC 27 Figura 10-20 Se se aceitar que as deformações axiais de algumas barras são desprezáveis, reduz-se o grau de hipercinematicidade, mas aumenta a complexidade de resolução, como mais adiante se poderá ver. No cálculo em computador, consideram-se todas as barras como compressíveis porque a redução do tempo de cálculo é desprezável,em comparação com o aumento da complexidade da resolução. Para a determinação do grau de hipercinematicidade em estruturas com barras incompressíveis pode recorrer-se ao seguinte procedimento: 1. Coloque bloqueamentos na estrutura até estar claro que a estrutura está reduzida num sistema constituído pelos elementos isocinemáticos considerados; (Nos passos seguintes contamos somente os movimentos que são necessários bloquear para que estes não ocorram.) 2. Para cada um dos movimentos lineares bloqueados trace uma deformada cinematicamente admissível. Se, para um dado movimento bloqueado, tal deformada existir conte esse movimento como grau de hipercinematicidade; pois esse bloqueamento é necessário para que o movimento não ocorra. Se a deformada não existir não conte esse movimento como grau de hipercinematicidade, porque o bloqueamento associado é desnecessário para que o movimento não ocorra; (uma deformada cinematicamente admissível é aquela que satisfaz todas as condições de continuidade dos deslocamentos e das rotações de cada barra e obedece as condições de ligação de cada barra aos nós de extremidade e de fundação.) A B D C dhD dhB dvB rB dhD 28 3. Os graus de hipercinematicidade são as rotações bloqueadas no passo 1 e os movimentos lineares que foram verificados no passo 2 como necessários bloquear para que tais não ocorram. A redução da hipercinematicidade apenas afecta os deslocamentos nodais lineares (não afecta as rotações). Os esforços axiais nas barras incompressíveis não são função das deformações axiais (que se assumem serem nulas) e são obtidos por equilíbrio dos nós. Uma mesma estrutura pode ter barras compressíveis e incompressíveis. Exemplo 10-4. Determine os graus de hipercinematicidade da estrutura da Figura 10-21 admitindo que o único elemento isocinemático disponível é o elemento biencastrado. Figura 10-21 Passo 1. Colocamos bloqueamentos que impedem as rotações dos nós A, B, C, D e E (veja a Figura 10-22). Sendo A um ponto fixo e AD uma barra incompressível, o movimento de D, caso este ocorra, será ao longo to tracejado oblíquo (Figura 10-23). Por outro lado, a incompressibilidade da barra DB e a imobilidade do ponto B obrigam que o movimento de D seja somente ao longo do tracejado horizontal. O único ponto comum aos dois tracejados é o próprio ponto D. Desta forma, concluímos que D é um ponto fixo. Como se ilustra na Figura 10-24, o ponto C também é um ponto fixo. O ponto C é fixo porque se não fosse o seu movimento teria quer ser, simultaneamente, ao longo do tracejado vertical, devido à imobilidade do ponto B e à incompressibilidade da barra BC, e ao longo do tracejado horizontal, devido à presença do apoio simples. B C D E A 29 Se o ponto E se mover, o movimento deverá ser ao longo do tracejado vertical devido ao facto de o ponto D estar fixo e DE ser uma barra incompressível. O movimento de E também deve ser ao longo do tracejado oblíquo, porque C é um ponto fixo e CE é uma barra incompressível. Visto que os dois tracejados encontram-se no próprio ponto E concluímos que E é um ponto fixo (Figura 10-25). Figura 10-22 Figura 10-23 Figura 10-24 B C D E A B C D E A B C D E A 30 Figura 10-25 Passo 2. Não há movimentos lineares. Passo 3. O grau de hipercinematicidade é 5. Os graus são: A , B , C , D e E . Exemplo 10-5. Utilizando o procedimento anteriormente sugerido, determine os graus de hipercinematicidade da estrutura ilustrada na Figura 10-26. Veja as três barras como incompressíveis. Figura 10-26 Passo 1. Começamos por bloquear as rotações dos nós B e C colocando neles chapas rígidas, Figura 10-27. Os tracejados ilustram as possibilidades dos movimentos dos nós B e D, Figura 10-28. 1.5m 2.0 1.5 A B C D 2.0 B C D E A 31 Figura 10-27 Figura 10-28 Colocamos, por exemplo, um bloqueamento que impede o movimento horizontal do nó B. Vemos que B é um ponto fixo, Figura 10-29; pois, se o ponto B se movesse o seu movimento do ponto B teria que ser, simultaneamente, ao longo to tracejado vertical, devido à presença do apoio simples, e ao longo do tracejado oblíquo, devido o facto de A ser um ponto fixo e a barra BC incompressível. Figura 10-29 A seguir pode-se impedir o movimento horizontal do nó D. Sendo B e D pontos fixos e as barras BC e CD incompressíveis, o ponto C torna-se fixo, pois, se não fosse teria que se mover simultaneamente ao longo dos dois tracejados, Figura 10-30. Vemos que a estrutura é A B C D A B C D A B C D 32 um sistema de dois elementos biencastrados (AB e BC) e um elemento encastrado-articulado (CD). Figura 10-30 Passo 2. Libertando o movimento horizontal de B obtemos a deformada ilustrada na Figura 10-31. A deformada mostra que o movimento horizontal de B ocorre quando este é desbloqueado. Por essa razão, contamos este movimento como grau de iindeterminação. Figura 10-31 Libertando o movimento horizontal de D obtemos a deformada ilustrada na Figura 10-32. Nesta deformada vemos que o movimento horizontal de D ocorre quando este é desbloqueado. Assim vemos que o movimento horizontal de D é realmente um grau de indeterminação. A B C D B C 1 1.25 0.75 1 0.75 1.25 C" C' B" B' 11 A B C D 33 Figura 10-32 Passo 3. No passo 1 foram bloqueadas duas rotações. No passo 2 foram bloqueados dois movimentos lineares (que podem ocorrer). Logo a estrutura tem 4 graus de indeterminação cinemática, representados por 𝛿 , 𝜃 , 𝜃 e 𝛿 , Figura 10-33. Figura 10-33 10.7 Traçado de deformadas Quando os deslocamentos nodais são impedidos a estrutura obtida é isocinemática, por definição. Nestas circunstâncias é fácil determinar as deformadas resultantes da acção dos deslocamentos nodais. Cada uma das deformadas deve ser cinematicamente admissível. Para ilustrar o processo toma-se como exemplo a determinação da deformada da Figura 10-31. Liberta-se o movimento horizontal de B e marca-se a nova posição vertical do ponto B, o tracejado que contém o ponto B" (Figura 10-34b). Para facilitar a análise desligam-se as barras AB e BC no nó B. Como o ponto A está fixo e a barra AB é incompressível o A B C D d_hD d_hB r_B r_C A B C D 1 D' D" C" 0.6 1 0.8 0.75 0.45 0.6 C C' 34 movimento da extremidade B da barra AB é ao longo do tracejado BB' (Figura 10-34c). Para recuperar a condição de compatibilidade no nó B voltamos a ligar as duas barras. Para tal o movimento da extremidade B da barra BC é decomposto em dois movimentos: o primeiro axial e o segundo transverso à barra BC. O movimento axial força a desconexão das barras BC e CD no nó C (Figura 10-34d). Agora tem que se voltar a ligar as barras BC e CD no nó C para recuperar a condição de compatibilidade no nó C. Como o ponto D é fixo e CD é uma barra incompressível, o movimento de C será ao longo do tracejado CC'. Por outro lado, como o nó B está fixo na posição B"B' e a barra BC é incompressível o movimento do ponto C deve ser ao longo do tracejado C"C'. Estes dois tracejados encontram-se no ponto C', a nova posição do ponto C (veja a Figura 10-34e). Figura 10-34a Figura 10-34b A B C D B" 1 A B C D 35 Figura 10-34c Figura 10-34d Figura 10-34e Outra deformada que interessa analisar é a da Figura 10-32. Começa-se por libertar a ligação que impede o movimento horizontal de D. A seguir marca-se a nova posição do ponto D, o ponto D', (veja a Figura 10-35b). A passagem do nó D para a posição D' pode ser vista como A B C D B C 1 1.25 0.75 1 0.75 1.25 C" C' B" B' 1 1 11 A B C D B" B' C" 1 A B C D B' B" 36 composição de dois movimentos: um movimento axial (o primeiro) e outro transverso (o segundo). No movimento axiala barra CD muda para a posição C"D" (veja a Figura 10-35c). Este movimento força a desconexão da barra CD no nó C. Para recuperar a condição de compatibilidade no nó C temos de ligar novamente as barras BC. Visto que B é um nó fixo e BC é uma barra rígida o movimento de C será ao longo do tracejado CC'. Em contrapartida, como o nó D está fixo na posição D"D' e a barra CD é incompressível o movimento de C" será ao longo do tracejado C"C'. O ponto comum a estes dois tracejados determina a nova posição do ponto C, o ponto C' (veja a Figura 10-35d). Figura 10-35a Figura 10-35b Figura 10-35c A B C D 1 D' D" C" A B C D 1 D' A B C D 37 Figura 10-35d 10.8 Resolução de sistemas hipercinemáticos Para ilustrar o procedimento da resolução de sistemas hipercinemáticos, considere a viga da Figura 10-36a. Figura 10-36a Figura 10-37b p = P/L P E, I, A A q_0 B C E, I, A B A C p = P/L P LL E, I, A A g L/2 B C E, I, A A B C D 1 D' D" C" 0.6 1 0.8 0.75 0.45 0.6 C C' 38 Figura 10-36c Figura 10-36d Figura 10-36e O sistema tem 2 graus de indeterminação cinemática: a rotação e o deslocamento horizontal em B. Para cargas verticais o grau de hipercinematicidade é apenas a rotação em B. A rotação em B será designada por g . A estrutura-base associada ao sistema estrutural dado está ilustrada na Figura 10-36b. A resolução faz-se sobrepondo 2 sistemas isocinemáticos (cinematicamente determinados): um com as cargas dadas e a rotação em B nula (Figura 10-36c) e outro sem cargas e a rotação em B igual a g (Figura 10-36d). A componente da solução associada às cargas dadas é designada por solução particular, enquanto que a associada à rotação g é designada por solução complementar. Para garantir que g seja nulo na solução particular tem que se aplicar em B um momento igual a 0q (Figura 10-36c). O momento 0q é, portanto, uma força de fixação. Na solução complementar, a rotação g é assegurada aplicando no nó B um momento igual a cq (Figura 10-36d). Ao sobrepor estes dois sistemas obtém-se o sistema estrutural dado, onde o momento em B é igual a 00 cqqq , (10-26) p= P/L P E, I, A A B C E, I, A V_A V_B V_C M_A M_Cq E, I, A E, I, A A B q_c C g g 39 pois, na estrutura dada não há momento aplicado ao nó B. Visto que o sistema da Figura 10-36d é isocinemático, os comportamentos dos seus elementos são independentes um do outro, o que os permite analisar em separado (Figura 10-38a). As forças indicadas na figura não só mantêm o elemento em equilíbrio como também obedecem as condições de ligação dos apoios. Estas forças são as que se desenvolvem nas extremidades dos elementos para que o nó B não rode. Ao reconstruir a estrutura, é necessário, pois, somar as forças nodais no nó partilhado B (Figura 10-38b). Ao comparar o diagrama de corpo livre da Figura 10-38b com o sistema da Figura 10-36c verifica-se que o momento 0q é igual a 24/ 1280 PL PLPL q (10-27) O momento 0q é, portanto, a soma dos momentos de fixação nas extremidades das barras que convergem no nó. Figura 10-38a q = P/L P A B B C P/2 P/2 PL/12 PL/12 P/2 p/2 PL/8 PL/8 40 Figura 10-38b Como o sistema complementar também é isocinemático, os comportamentos dos seus elementos podem ser analisados em separado. Da matriz de rigidez (10-21) obtém-se os diagramas de corpo livre da Figura 10-39a. As forças indicadas na figura são as que se desenvolvem nas extremidades do elemento para introduzir as deformadas causadas pela rotação do nó B. Ao voltar a ligar os elementos obtém-se o diagrama da Figura 10-39b, que mostra que o momento nodal cq no sistema da Figura 10-36d é igual a g L EI g L EI g L EI qc 844 . (10-28) Figura 10-39a Figura 10-39b (2EI/L)g E, I, A E, I, A A B (8EI/L)g (6EI/L^2)g C (2EI/L)g (6EI/L^2)g g g E, I, A E, I, A A B (2EI/L)g (4EI/L)g (6EI/L^2)g (6EI/L^2)g C (4EI/L)g (2EI/L)g (6EI/L^2)g (6EI/L^2)g B g g q = P/L P A B C P/2 PL/12 P P/2 PL/24 PL/8 41 Introduzindo (10-27) e (10-28) em (10-26) obtém-se 024/ 8 PLg L EI q , donde EI PL g 192 2 , ficando assim levantada a indeterminação cinemática da estrutura. Conhecido o deslocamento g é possível determinar qualquer variável do problema: os esforços internos, reacções de apoio, deformações e deslocamentos. É fácil calcular os momentos de extremidade por sobreposição da solução particular (Figura 10-38a) com a solução complementar (Figura 10-39a): 196 7 196 2 12 2 12 2 PL EI PL L EIPL g L EIPL M AB , 48 5 196 4 12 4 12 2 PL EI PL L EIPL g L EIPL M BA , 48 5 196 4 8 4 8 = 2 BC PL EI PL L EIPL g L EIPL M , 96 13 196 4 8 4 8 = 2 CB PL EI PL L EIPL g L EIPL M . As reacções de apoio AV , BV e CV , com os sentidos positivos ilustrados na Figura 10-36e, são obtidos sobrepondo a solução particular (Figura 10-38b) e a solução complementar (Figura 10-39b): 32 15 196 6 2 6 2 2 22 P EI PL L EIP g L EIP VA , PVB , 42 32 17 196 6 2 6 2 2 22 P EI PL L EIP g L EIP VC . 10.9 A equação do método dos deslocamentos Os graus de indeterminação cinemática são organizados, segundo um sistema de eixos globais, no vector dos deslocamentos nodais da estrutura, g , segundo uma numeração sequencial previamente escolhida: g g g ... 2 1 g . Seja eL uma matriz que permite transformar os deslocamentos nodais g nos deslocamentos locais do elemento e ; isto é, gLd ee . (10-29) A matriz eL é designada por matriz de transformação. Na determinação de eL é necessário analisar como é que a estrutura se deforma para cada deslocamento linear independente. eL pode ser determinado da seguinte forma: D 10-2. O elemento ijeL , de um elemento e é, portanto, o deslocamento ied , quando se impõe à estrutura-base 1jg e 0kg para jk . Seja g um conjunto arbitrário de deslocamentos virtuais induzidos em todos os graus de hipercinematicidade da estrutura. Os deslocamentos nodais virtuais ed podem ser escritos em termos dos deslocamentos virtuais g como se segue: 43 gLd ee . (10-30) O trabalho externo virtual das forças nodais nos deslocamentos virtuais g será, então, qg TW . O trabalho interno virtual será eTeU xd . De acordo com o teorema dos trabalhos virtuais, UW : eTeT xdqg . (10-31) Substituindo (10-20) e (10-30) em (10-31) obtém-se eeeTeT xdKgLqg ou, se se considerar (10-29), eeeTeTT xgLKLgqg ou ainda eTeeeTeTT xLgLKLgqg . Desta equação obtém-se a equação do método dos deslocamentos: 0qgK'q (10-32) em que eeTe LKLK' (10-33) 44 é a matriz de rigidez da estrutura e eTexLq0 (10-34) é o vector das forças de fixação. A coluna j da matriz de rigidez K' contém as forças nodais que ao solicitar a estrutura dada na ausência de cargas de vão induzem nela o deslocamento nodal 1jg , mantendo nulos os outros ( 0ig , ji ). As forças nodais 0q são as forças que quando aplicadas aos nós da estrutura, solicitada somente pelas cargas de vão, impedem a ocorrência dos seus movimentos independentes. Na definição (10-32), q é o vector das cargas nodais. É conveniente determinar os elementos do vector q aplicando a seguinte definição: D 10-3. A linha i do vector das forças nodais q contém o trabalho realizado pelas forças nodais nos deslocamentos nodais que se verificam nadeformada que se obtém quando se impõe 1ig e 0jg ( ij ). Quando a estrutura é composta somente por barras deformáveis, a linha i do vector q contém a força generalizada correspondente ao deslocamento nodal ig na estrutura dada. Montagem da equação do Método dos Deslocamentos 1. Discretize a estrutura e oriente e numere sequencialmente as barras que a compõem. 2. Determine o grau de hipercinematicidade da estrutura. 3. Seleccione e numere os deslocamentos nodais g de acordo com um sistema de eixos globais. 4. Identifique para cada barra e os esforços locais ex e deslocamentos locais ed . 5. Resuma numa tabela as características geométricas e elásticas que determinam o comportamento estrutural de cada barra. 45 6. Obtenha para cada barra e a matriz de rigidez eK e as forças de fixação ex devido às cargas de vão. A matriz de rigidez eK e o vector das forças de fixação ex são determinadas de acordo com os deslocamentos escolhidos no passo 4. 7. Obtenha a matriz eL de transformação de eixos para cada barra aplicando a definição D 10-2. 8. Obtenha o vector das forças de fixação 0q através da equação (10-34): eTexLq0 . 9. Obtenha a matriz de rigidez da estrutura K' através da equação (10-33): eeTe LKLK' . 10. Defina o vector q das forças nodais aplicadas através da definição D 10-3. 11. Resolva a equação vectorial (10-32) para calcular os deslocamentos nodais g : 0qgK'q . 12. Obtenha os deslocamentos locais através de (10-29): gLd ee . 13. Calcule os esforços na estrutura através de (10-20): eeee xdKx . Exemplo 10-6. Resolva a estrutura hipercinemática da Figura 10-40 utilizando método dos deslocamentos. 46 Figura 10-40 Passo 1. Ilustra-se na Figura 10-41 a discretização da estrutura e numeração e orientação das as barras. Figura 10-41 Passo 2. Para reduzir a estrutura num sistema constituídos pelos elementos isocinemáticos anteriormente analisados é necessário bloquear os três movimentos do nó C e os três movimentos do nó D, dando origem a estrutura-base ilustrada na Figura 10-42. O grau de hipercinematicidade é, portanto, 6. A B C D 1 2 3 A B C D 4.0 15 kN 10 kN / m 20 kN 50 kN 3.0 6.0 m 0.3 * 0.3m^2 0.3 * 0.3m^2 0.3 * 0.5m^2 47 Figura 10-42 Passo 3. Os deslocamentos nodais independentes são os movimentos bloqueados no passo anterior, isto é, 1g , 2g , 3g , 4g , 5g e 6g , ilustrados na Figura 10-43. Figura 10-43 O vector dos deslocamentos nodais já pode ser definido: 6 5 4 3 2 1 g g g g g g g . É conveniente traçar as deformadas resultantes da imposição 1ig , 0jg , para ji neste passo (Figura 10-44). A B C D 1 2 3 g_6g_3 g_4 g_5 g_2 g_1 A B C D 1 2 3 48 Figura 10-44a Figura 10-44b A B C D2 3 g_2=1 K'_62 K'_32 K'_42 K'_52 K'_22 K'_12 1 A B C D 2 3 g_1=1 K'_61 K'_41 K'_51 K'_21 K'_11 K'_31 1 49 Figura 10-44c Figura 10-44d A B D2 3 g_4=1 K'_64 K'_34 K'_44 K'_54 K'_24 K'_14 3 A B C D2 3 g_3 = 1 K'_63 K'_33 K'_43 K'_53K'_23 K'_13 1 50 Figura 10-44e Figura 10-44f Passo 4. Os deslocamentos nodais de cada barra estão ilustrados na Figura 10-45. Os esforços correspondentes a estes deslocamentos estão ilustrados na Figura 10-46. Os deslocamentos a considerar em cada barra são os seguintes: 6 5 4 3 2 1 1 d d d d d d ACdd , A B C D 2 3 g_6 = 1 K'_66K'_36 K'_46 K'_56 K'_26 K'_16 1 K'_55 A B C D2 3 g_2=1 K'_35 K'_35 K'_45 K'_25 K'_15 1 51 6 5 4 3 2 1 2 d d d d d d CDdd , 6 5 4 3 2 1 3 d d d d d d DBdd . Os esforços seleccionados em cada barra são os correspondentes aos deslocamentos seleccionados, isto é: 6 5 4 3 2 1 1 x x x x x x ACxx , 6 5 4 3 2 1 2 x x x x x x CDxx , 6 5 4 3 2 1 3 x x x x x x DBxx . 52 Figura 10-45 Figura 10-46 x_4 C D2 x_6x_3 x_4 x_5x_2 x_1 A C 1 x_6 x_3 x_4 x_5 x_2 x_1 D B 3 d_6 x_3 x_5 x_2 x_1 C D2 d_6d_3 d_4 d_5d_2 d_1 A C 1 d_6 d_3 d_4 d_5 d_2 d_1 D B 3 d_6 d_3 d_4 d_5 d_2 d_1 53 Passo 5. Se assumirmos que o momento de inércia das barras verticais são iguais a I , obtemos as seguintes relações entre as características geométricas das barras e I : 630.43/512/3.03.0/12/5.03.0 3333 , 3.1339/120012/3.03.0/3.03.0 3 , 2.2229/12003/512/3.03.0/5.03.0 3 . i iL ( m) iE ( 2mkN ) iI ( 4m ) iA ( 2m ) 1 4 E I I3.133 2 6 E I630.4 I2.222 3 4 E I I3.133 Passo 6. Na estrutura-base as três barras são biencastradas. Por isso, as suas matrizes de rigidez são dadas por (10-21). Substituindo por 4L m, EIEA 3.133 em (10-21) vem 000.13750.0.05000.03750.0.0 3750.01875.0.03750.01875.0.0 .0.033.33.0.033.33 5000.03750.0.0000.13750.0.0 3750.01875.0.03750.01875.0.0 .0.033.33.0.033.33 31 EIKK . Substituindo agora 6L m, EI por EI630.4 e EA por EI2.222 em (10-21) vem 086.37716.0.0543.17716.0.0 7716.02572.0.07716.02572.0.0 .0.004.37.0.004.37 543.17716.0.0086.37716.0.0 7716.02572.0.07716.02572.0.0 .0.004.37.0.004.37 2 EIK . A seguir impede-se a ocorrência dos deslocamentos nodais independentes, colocando-se bloqueamentos na estrutura, Figura 10-47. As forças iq ,0 são as forças que os bloqueamentos aplicam à estrutura para que os movimentos nodais independentes não ocorram. 54 Figura 10-47 Figura 10-48 15 kN 10 kN / m C D2 37.5 37.5 41.25 41.25 A C 50 kN 25 kN 25 kN 25 kN 25 kN B 31 A B C D 15 kN 10 kN / m 50 kN 2 3 q_0,6q_0,3 q_0,4 q_0,5q_0,2 q_0,1 1 55 Figura 10-49 Como na estrutura-base as três barras são biencastradas os esforços de fixação de cada barra são determinados a partir da Tabela 10-1.Os esforços de fixação são ilustrados na Figura 10-48 e Figura 10-49. Na formação dos vectores dos esforços de fixação somente os esforços seleccionados no passo 4 é que são considerados: 15 kN 10 kN / m C D2 37.5 37.5 41.25 41.25 10 kN / m C D2 30 30 30 30 C D 2 7.5 7.5 11.25 11.25 15 kN = + 56 25 25 0 25 25 0 1 ACxx , 25.41 5.37 0 25.41 5.37 0 2 CDxx , 0 0 0 0 0 0 3 DBxx . Passo 7. Conforme descrito no procedimento usa-se a definição D 10-2. A primeira coluna da matriz ACLL 1 obtém-se lendo os deslocamentos nodais da barra 1 seleccionados no passo 4 na deformada obtida fazendo 11 g , 0jg ( 1j ); isto é, na deformada da Figura 10-44a. Obtém-se os seguintes valores: 0 1 0 0 0 0 6 5 4 3 2 1 1 d d d d d d ACdd . A segunda coluna da matriz ACLL 1 obtém-se lendo os deslocamentos nodais da barra 1 seleccionados no passo 4 na deformada obtida fazendo 12 g , 0jg ( 2j ); isto é na deformada da Figura 10-44b. A primeira coluna de 1L será, então, 57 0 0 1 0 0 0 6 5 4 3 2 1 1 d d d d d d ACdd . Repetimos o processo para as 13g (Figura 10-44c), 14 g (Figura 10-44d),15 g Figura 10-44e) e 16 g (Figura 10-44f), obtendo-se 000100 000001 000010 000000 000000 000000 1 ACLL . Para a barra 2, lemos os deslocamentos nodais da barra 2 seleccionados no passo 4 nas deformadas da Figura 10-44: 100000 010000 001000 000100 000010 000001 2 CDLL . Para a barra 3, lemos os deslocamentos nodais da barra 3 seleccionados no passo 4 nas deformadas das Figura 10-44: 000000 000000 000000 100000 001000 010000 3 ACLL . Passo 8. 0q é obtido da seguinte expressão: 58 3322110 xLxLxLxLq TTT e T e ou seja, 25.41 5.37 0 25.16 5.37 25 0q . O vector 0q contém as reacções dos apoios em C e D do sistema estrutural da Figura 10-47. Por outras palavras, são as forças que ao aplicar nos nós C e D da estrutura original bloqueiam os movimentos dos nós C e D. Passo 9. K' obtém-se fazendo eeTe LKLK' , igual a 086.47716.03750.0543.17716.00 7716.059.3307716.02572.00 3750.0022.370004.37 543.17716.00086.47716.03750.0 7716.02572.007716.059.330 0004.373750.0022.37 EIK' . As interpretações dos valores presentes nesta matriz estão ilustradas na Figura 10-44. Por exemplo, a terceira coluna contém as forças que são necessárias aplicar aos nós C e D para produzir a deformada indicada na Figura 10-44c. Passo 10. Aplicando a definição D 10-3 obtém-se 59 0 0 20 0 0 0 q . No presente exemplo, a força de 20 kN cria trabalho somente nos deslocamentos nodais que ocorrem na deformada da Figura 10-44d. Passo 11. Resolve-se a equação qqgK 0' , isto é: 0 0 20 0 0 0 25.41 5.37 0 25.16 5.37 25 086.47716.03750.0543.17716.00 7716.059.3307716.02572.00 3750.0022.370004.37 543.17716.00086.47716.03750.0 7716.02572.007716.059.330 0004.373750.0022.37 6 5 4 3 2 1 g g g g g g EI , cuja solução é 560.4 433.1 4.133 08.18 8169.0 6.133 1 6 5 4 3 2 1 EI g g g g g g g . Passo 12. Calculam-se os deslocamentos de cada barra a partir da seguinte relação (10-29): 08.18 6.133 8169.0 0 0 0 1 6 5 4 3 2 1 1 EI d d d d d d ACAC gLdd , 60 560.4 433.1 4.133 08.18 8169.0 6.133 1 6 5 4 3 2 1 2 EI d d d d d d CDCD gLdd , e 0 0 0 560.4 4.133 433.1 1 6 5 4 3 2 1 3 EI d d d d d d DBDB gLdd . Passo 13. Finalmente, os esforços actuantes nas extremidades de cada barra são obtidos com a expressão (10-20): kN m027.7 727.6 23.27 m06.66 27.43 23.27 6 5 4 3 2 1 1 x x x x x x ACxx , kN m59.54 77.47 727.6 m027.7 23.27 727.6 6 5 4 3 2 1 2 x x x x x x CDxx , 61 kN m31.52 73.26 77.47 m59.54 73.26 77.47 6 5 4 3 2 1 3 x x x x x x DBxx . Exemplo 10-7. Na estrutura hipercinemática do Exemplo 10-7 determine o vector 0q sem aplicar a equação (10-34) e a primeira coluna da matriz de rigidez K' sem utilizar a equação (10-33). O vector 0q é determinado com o auxílio da Figura 10-47. Como esta estrutura é isocinemática os barras são isoladas da estrutura e analisadas em separado, Figura 10-48. As barras são novamente ligadas, obtendo-se o diagrama da Figura 10-50. Figura 10-50 Comparando este diagrama com o sistema da Figura 10-47 determina-se que 0q é igual a 25 kN 15 kN 10 kN / m C D2 37.5 16.25 41.25 A 50 kN 25 kN 25 kN B 31 37.5 62 25.41 5.37 0 25.16 5.37 25 0q , que é o resultado encontrado anteriormente. A primeira coluna de K' determina-se com o auxílio da Figura 10-44a. Como esta estrutura é isocinemática as barras que a compõem podem ser analisadas em separado, Figura 10-51. As barras são depois novamente conectadas, obtendo-se o diagrama da Figura 10-52. Figura 10-51 C D2 A C 25 kN B 31 12EI/4^3 12EI/4^3 6EI/4^2 6EI/4^2 g1=1 6/2.222 6/2 EI EA 6/2.222 6/2 EI EA 63 Figura 10-52 Comparando este diagrama com o sistema da Figura 10-44a obtém-se 0 0 22.37 375.0 0 22.37 ' 61 ' 51 ' 41 ' 31 ' 21 ' 11 EI K K K K K K , que é o mesmo resultado que o encontrado na determinação de K' através de (10-33). Exemplo 10-8. Resolva a estrutura hipercinemática do Exemplo 10-6, assumindo que as três barras são, agora, incompressíveis. Passo 1. Na Figura 10-53 ilustra-se a discretização e numeração e orientação adoptados. A B C D 1 2 3 25 kN A B 12EI/4^3 6EI/4^2 6EI/4^2 222.2EI/6 222.2EI/6 + 12EI/4^3 DC 64 Figura 10-53 Passo 2. Como os elementos AC e DB são incompressíveis, os deslocamentos 2g e 5g ilustrados na Figura 10-43 são, agora, nulos. Sendo o elemento CD também incompressível, os deslocamentos 1g e 4g do exemplo anterior tornam-se iguais. Podemos, então, dizer que o grau de hipercinematicidade é 3. A estrutura-base ilustra-se na Figura 10-54. Figura 10-54 Passo 3. Os deslocamentos nodais independentes podem ser representados por 1g , 3g e 6g , Figura 10-55. Figura 10-55 e o vector dos deslocamentos nodais pode ser definido por A B C D 1 2 3 g_6=r_D g_3=r_C g_1=d_hCg_1=d_hC A B C D 1 2 3 65 D C hC g g g 6 3 1 g . As deformadas correspondentes à imposição 1g i quando os restantes deslocamentos são nulos estão ilustrados na Figura 10-56. Figura 10-56a Figura 10-56b A B C D 1 2 3 K'_22 K'_12 K'_32 1 A B C D 1 2 3 K'_21 K'_11 K'_31 1 1 66 Figura 10-56c Passo 4. As Figura 10-45 e Figura 10-46 não mudam. Por conveniência são repetidas aqui. Figura 10-57 C D2 d_6d_3 d_4 d_5d_2 d_1 A C 1 d_6 d_3 d_4 d_5 d_2 d_1 D B 3 d_6 d_3 d_4 d_5 d_2 d_1 A B C D 1 2 3 K'_23 K'_13 K'_33 1 67 Figura 10-58 Os deslocamentos nulos não precisam estar incluídos nos vectores dos deslocamentos das barras: 6 5 1 d d ACdd , 4 1 ,,2 d d ACDA dd , 6 3 ,,2 d d TCDT dd , 3 2 3 d d DBdd . Na barra 2 os deslocamentos axiais foram estrategicamente separados dos outros deslocamentos. Os esforços a considerar devem ser os correspondentes aos deslocamentos escolhidos. Assim: x_4 C D2 x_6x_3 x_4 x_5x_2 x_1 A C 1 x_6 x_3 x_4 x_5 x_2 x_1 D B 3 d_6 x_3 x_5 x_2 x_1 68 6 5 1 x x ACxx , 4 1 ,,2 x x ACDA xx , 6 3 ,,2 x x TCDT xx , 3 2 3 x x DBxx . Passo5. As características geométricas foram determinadas no exemplo anterior i iL ( m) iE ( 2mkN ) iI ( 4m ) 1 4 E I 2 6 E I630.4 3 4 E I Passo 6. Para a barra 1 foram escolhidos os deslocamentos 5d e 6d . Estes deslocamentos são correspondentes aos esforços 5x e 6x . Por isso, na expressão (10-21) lemos, somente, os elementos das linhas 5 e 6 que estão nas colunas 5 e 6: 13750.0 3750.01875.0 4/44/6 4/64/12 2 23 1 EI EIEI EIEI ACKK . No que diz respeito a barra 2, dos seis deslocamentos, foram escolhidos os deslocamentos 3d e 6d . Estes deslocamentos são correspondentes aos esforços 3x e 6x . Consequentemente, a matriz 2K contém os elementos nas linhas 3 e 6 que também estão nas colunas 3 e 6 de (10-21): 086.3543.1 543.1086.3 6/46/2 6/26/4 630.42 EIEIEI EIEI CDKK A matriz 3K contém os elementos nas linhas 2 e 3 que estão nas colunas 2 e 3: 13750.0 3750.01875.0 4/44/6 4/64/12 2 23 3 EI EIEI EIEI DBKK . 69 As forças iq ,0 que impedem a ocorrência dos deslocamento nodais estão ilustradas na Figura 10-59. Figura 10-59 15 kN 10 kN / m C D2 37.5 37.5 41.25 41.25 A C 50 kN 25 kN 25 kN 25 kN 25 kN B 31 A B C D 2 3 1 15 kN 10 kN / m 50 kN q_0,3q_0,2 q_0,1 70 Figura 10-60 Dos seis deslocamentos nodais da barra 1 no passo 4 foram escolhidos os deslocamentos 5d e 6d . Estes deslocamentos são correspondentes aos esforços 5x e 6x . Como consequência o vector 1x é constituído, apenas, pelos esforços 5x e 6x : 25 25 6 5 1 x x ACxx . Para as barras 2 e 3 procede-se do mesmo modo que para a barra 1: 0 0 4 1 ,,2 x x ACDA xx , 25.41 25.41 6 3 ,,2 x x TCDT xx , 0 0 3 2 3 x x DBxx . Passo 7. Na determinação de eL , a partir da definição D 10-2, são considerados somente os deslocamentos nodais escolhidos no passo 4. Na barra 1 estes deslocamentos nodais são 5d e 6d : 010 001 1 ACLL . Na determinação de A,2L , T,2L e 3L procede-se da mesma forma que a determinação de 1L : 001 001 ,,2 ACDA LL , 100 010 ,,2 TCDT LL , 100 001 3 DBLL . Passo 8. 71 DB T DBTCD T TCDACD T ACDAC T ACe T e xLxLxLxLxLq ,,,,0 , igual a 25.41 25.16 25 0q .' Passo 9. DBDB T DBTCDTCD T TCDACAC T ACee T e LKLLKLLKLLKLK' ,,, , igual a 086.4543.1375.0 543.1086.4375.0 375.0375.0375.0 EIK' . Passo 10. Aplica-se a definição D 10-3: 0 0 20 q . Passo 11. 0 0 20 25.41 25.16 25 086.4543.1375.0 543.1086.4375.0 375.0375.0375.0 D C HC EI , 644.4 96.17 32.133 1 EI D C HC g . Passo 12. 96.17 3.1331 6 5 1 EId d ACdd , 72 644.4 96.171 4 1 ,,2 EId d ACDA dd , 644.4 96.171 6 3 ,,2 EId d TCDT dd , 644.4 2.1331 3 2 3 EId d DBdd . Passo 13. Como as barras são incompressíveis os esforços normais 1x e 4x não são calculados a partir da expressão (10-19). kN m030.7 739.6 m01.66 26.43 25 25 25 25 13750.0 3750.01875.0 5.03750.0 3750.01875.0 6 5 6 5 3 2 1 d d x x x x ACxx , kN m64.54 78.47 m030.7 22.27 25.41 5.37 25.41 5.37 086.3543.1 7716.07716.0 543.1086.3 7716.07716.0 6 3 6 5 3 2 2 d d x x x x CDxx , kN m32.52 74.26 m64.54 74.26 0 0 0 0 5.03750.0 3750.01875.0 13750.0 3750.01875.0 3 2 6 5 3 2 3 d d x x x x DBxx . 73 Figura 10-61 Os esforços normais podem ser calculados a partir do equilíbrio dos nós C e D (Figura 10-61). Da imposição de somatório nulo das projecções das forças que actuam no nó C em relação à direcção do esforço CDN obtém-se kN739.6,5 ACCD xN . Da imposição de somatório nulo das projecções das forças que actuam no nó C em relação à direcção do esforço CAN obtém-se: kN22.27,2 CDCA xN . Do equilíbrio de forças horizontais que actuam no nó D obtém-se kN74.674.262020 ,2 DBDC xN . Do equilíbrio de forças verticais que actuam no nó D obtém-se A B C D 15 kN 10 kN / m 50 kN 2 3 20kN 1 N_CA x_2,CD N_CD x_5,CA N_DC N_DB x_2,DB x_5,CD N_CD N_DC 74 kN78.47,5 CDDB xN . Exemplo 10-9. Resolva a estrutura hipercinemática da figura abaixo. Considere que as três barras são incompressíveis e que todas elas têm rigidez à flexão iguais. Figura 10-62 Passo 1. Figura 10-63 Passo 2. Para reduzir a estrutura num sistema de elementos biencastrados é necessário bloquear, no mínimo, 3 movimentos. Estes movimentos podem ser o deslocamento horizontal de B, a rotação de B e a rotação de C. O grau de hipercinematicidade é, consequentemente, 3. A B C D 2 1 3 2.4 kN/m 10 kN 20 kN 15 kN 8 kNm 4.0 m 4.0 2.0 2.0 A B C D 75 Figura 10-64 Figura 10-65 O vector dos deslocamentos nodais da estrutura pode ser definido como C B hB g . Na Figura 10-66 ilustram-se as deformadas causadas por 1ìg . r_Cr_B A B C D d_hB 2 1 3 A B C D 2 1 3 76 Figura 10-66a Figura 10-66b Figura 10-66c Passo 4. A B C D 1 K'_13 K'_23 K'_33 2 1 3 A D C 1 B K'_11 K'_21 K'_31 2 1 3 A B C D 1 1 1 K'_11 K'_21 K'_31 2 1 3 77 6 5 1 d d ABdd , 4 1 ,,2 d d ABCA dd , 6 5 3 ,,2 d d d TBCT dd , 6 5 3 d d CDdd , 6 5 1 x x ABxx , 4 1 ,,2 x x ABCA xx , 6 5 3 ,,2 x x x TBCT xx , 6 5 3 x x CDxx . Note-se que o deslocamento 2d não foi incluído na definição de T,2d . A inclusão do deslocamento 2d é desnecessária porque 2d é nulo, como se pode facilmente verificar nas três deformadas da Figura 10-66. Passo 5. i iL ( m) iE ( 2mkN ) iI ( 4m ) 1 4 E I 2 4 E I 3 24 E I Passo 6. Como as barras são biencastradas na estrutura-base as suas matrizes de rigidez são determinadas a partir de (10-21). 78 1375.0 375.01875.0 4 4 4 6 4 6 4 12 2 23 EI EIEI EIEI ABK , 1375.05.0 375.01875.0375.0 5.0375.01 4 4 4 6 4 2 4 6 4 12 4 6 4 2 4 6 4 4 2 232 2 , EI EIEIEI EIEIEI EIEIEI TBCK , 7071.01875.0 1875.006629.0 24 4 32 6 32 6 24 12 3 EI EIEI EIEI CDK . Na solução particular, Figura 10-67 e Figura 10-68, os deslocamentos nodais independentes são nulos. Na estrutura-base as barras são biencastradas. Por esta razão, os esforços de fixação das barras são determinadas a partir da Tabela 10-1. Figura10-67 2.4 kN/m 8 kNm A B C D q_0,1 q_0,2 q_0,3 2 1 3 79 Figura 10-68 0 0 ABx , 0 0 , ABCx , 2.3 8.4 2.3 ,TBCx , 2 121.2 CDx . Passo 7. 010 001 ABL , 001 001 ,ABCL , 2.4 kN/m A B C D 2 1 3 4.8 4.8 3.2 3.2 8 kNm 2 2 2.121 2.121 B C 80 100 001 010 ,TBCL , 100 002 CDL . Passo 8. 2.5 2.3 8.1 ,,,,0 CDCDTBC T TBCABC T ABCAB T AB xLxLxLxLq . Passo 9. 707.15.01098.0 5.020 1098.005076.0 ,,, EICDCD T CDTBCTBC T TBCABAB T AB LKLLKLLKLK' . Passo 10. 0 0 5 0 0 201510 q . Passo 11. 0 0 5 2.5 2.3 8.1 707.15.01098.0 5.020 1098.005076.0 D C HC EI , donde 294.4 674.2 234.7 1 EI D C HC g . Passo 12. 81 674.2 234.71 6 5 1 EId d ABAB gLdd , 234.7 234.71 4 1 ,,,2 EId d ABCABCA gLdd , 295.4 234.7 674.2 1 6 5 3 ,,,2 EI d d d TBCTBCT gLdd , 295.4 23.101 6 5 3 EId d CDCD gLdd . Passo 13. kN m03899.0 3537.0 m376.1 3537.0 0 0 0 0 674.2 234.71 4 4 4 6 4 6 4 12 4 2 4 6 4 6 4 12 2 23 2 23 6 5 3 2 1 EI EIEI EIEI EIEI EIEI x x x x ABxx , kN m955.2 548.5 m03899.0 051.4 2.3 8.4 2.3 8.4 295.4 234.7 674.2 1 4 4 4 6 4 2 4 6 4 12 4 6 4 2 4 6 4 4 4 6 4 12 4 6 2 232 2 232 6 5 3 2 2 EI EIEIEI EIEIEI EIEIEI EIEIEI x x x x BCxx , kN m955.2 6379.0 m4365.1 6379.0 2 121.2 2 121.2 295.4 23.101 24 4 24 6 24 6 24 12 24 2 24 6 24 6 24 12 2 23 2 23 6 5 3 2 3 EI EIEI EIEI EIEI EIEI x x x x CDxx . 82 Os esforços axiais podem ser calculados por equilíbrio dos nós B e C. Do equilíbrio de forças horizontais do nó B obtém-se kN65.14153537.015,5 ABBC xN . Do equilíbrio de forças verticais que actuam no nó B obtém-se kN051.4051.4,2 BCBA xN . Da imposição de somatório nulo da projecção das forças que actuam no nó C na direcção do esforço transverso BCx ,5 obtém-se kN49.35045sin45cos20 ,5,5 BCCDBCBC NxNx . Da imposição de somatório nulo da projecção das forças que actuam no nó C na direcção do esforço normal CBN obtém-se kN65.14045sin45cos10 ,5 CBCDBCCB NxNN . Figura 10-69 10.10 Variações de temperatura A variação de temperatura, como qualquer outro tipo de solicitação, é considerada na solução particular. Os esforços de fixação em um elemento compressível solicitado a uma variação uniforme de temperatura são dados por B C N_BC N_CB x_2,BC x_5,BC x_5,AB x_5,CD N_BC 10 kN 20 kN 45° N_BA 15kN 83 TEALT L EA xx 41 , (10-35) onde EA é a rigidez axial do elemento, L é o comprimento do elemento e T é uma variação uniforme de temperatura (positiva se for aquecimento, ou negativa se for arrefecimento). No caso de uma barra incompressível tiver estiver solicitado por uma variação uniforme de temperatura, na solução particular considera-se esse elemento com aumento de comprimento igual TLL . (10-36) A solicitação por uma variação diferencial de temperatura gera momentos de fixação dados por h TTEI xx is 63 , (10-37) nas duas extremidades de um elemento biencastrado e por h TTEI x is 2 3 3 , (10-38) na extremidade encastrada de um elemento encastrado-articulado. Exemplo 10-10. Dada a estrutura da figura, determine os esforços internos pelo dos deslocamentos para uma variação uniforme de temperatura Ct 15 em BC. Considere: secção 4.02.0 ; 27 mN/103 kE . C/10 5 . 84 Figura 10-70 Passo 1. Figura 10-71 Passo 2. Para reduzir a estrutura num sistema de elementos biencastrado e encastrados- ariculados é necessário colocar bloqueamentos que impedem os três movimentos de B, Figura 10-72. Os graus de hipercinematicidade são, por conseguinte, os três movimentos de B, Figura 10-73. Figura 10-72 A B C 1 2 A B C 1 2 B C 3.0 A 4.0m 4.0 0.2 0.4 CT 15 Secção da barra BC 85 Figura 10-73 Passo 3. O vector dos deslocamentos nodais da estrutura contém os três movimentos de B: B vB hB g . As deformadas correspondentes a cada um dos movimentos em g estão ilustradas na Figura 10-74. Na deformada da Figura 10-74a, a passagem da extremidade B da barra AB pode ser vista como composição de dois movimentos em que no primeiro, axial, a barra AB aumenta o seu comprimento, passando o ponto B para a posição B". No segundo movimento, transverso à barra, o ponto B'' passa para a posição B'. Na deformada da Figura 10-74b o movimento de B também pode ser visto como composição de dois movimentos. No primeiro movimento a extremidade B da barra AB passa para a posição B", aumentando o comprimento da barra. No segundo movimento o ponto B" passa para a posição final B'. Figura 10-74a A B C 1 2 1 0.8 0.6 K'_11 K'_21 K'_31 A B C 1 2 d_hB d_vB r_B 86 Figura 10-74b Figura 10-74c Passo 4. 6 5 4 1 d d d ABdd , 6 5 4 1 x x x ABxx , 3 2 1 2 d d d BCdd , A 1 C 1 2 1 K'_13 K'_33 K'_23 A B C2 1 0.8 0.6 1 K'_12 K'_22 K'_32 87 3 2 1 2 x x x BCxx . Passo 5. Com os dados do problema temos: 32000=EI e I75 = 102.4 = 6 EEA i iL ( m) iE ( 2mkN ) iI ( 4m ) iA ( 2m ) 1 4 E I I75 2 6 E I I75 Passo 6. Na estrutura-base a barra AB é biencastrada enquanto que a BC é encastrada- articulada. A barra AB, sendo biencastrada, é calculada com a expressão (10-21) e a Tabela 10-1. Como a barra BC é encastrada-articulada o seu cálculo é feito usando a expressão (10-23) e a Tabela 10-2. 8.024.00 24.0096.00 0015 5 4 5 6 0 5 6 5 12 0 00 5 75 2 231 EIEIABKK , 75.01875.00 1875.064/30 0075.18 4 3 4 3 0 4 3 4 3 0 00 4 75 2 232 EIEIBCKK . 0 0 0 6 5 4 1 x x x ABxx , A B C 1 2 q_0,1 q_0,2 q_0,3 C 2 360360 88 3601510104.2 56 tEA , 0 0 360 3 2 1 2 x x x BCxx . Passo 7. 100 08.06.0 06.08.0 1 ABLL , 100 010 001 2 BCLL . Passo 8. 0 0 360 0 e T exLq . Passo 9. 55.10045.0144.0 0045.0508.5154.7144.0154.738.28 EIee T e LKLK' . Passo 10. 0 0 0 q . Passo 11. 0 0 0 0 0 360 55.10045.0144.0 0045.0508.5154.7 144.0154.738.28 3 2 1 g g g EI , ou 89 824.1 51.24 87.18 1 EI g . Passo 12. 824.1 93.30 3906.0 1 6 5 4 1 EI d d d ABdd , 824.1 51.24 87.18 1 3 2 1 2 EI d d d BCdd . Passo 13. kN m963.5 531.2 860.5 m693.6 531.2 860.5 0 0 0 0 0 0 824.1 93.30 3906.0 1 5 4 5 6 0 5 6 5 12 0 00 5 75 5 2 5 6 0 5 6 5 12 0 00 5 75 2 23 2 23 6 5 4 3 2 1 1 EI EI x x x x x x ABxx , kN 0 491.1 206.6 m963.5 491.1 206.6 0 0 360 0 0 360 824.1 51.24 87.18 1 000 4 3 4 3 0 00 4 75 4 3 4 3 0 4 3 4 3 0 00 4 75 23 2 23 6 5 4 3 2 1 2 EI EI x x x x x x BCxx . 90 Exercício 10-4. Resolva a estrutura do Exemplo 10-10 usando o método dos deslocamentos para uma variação diferencial de temperatura CTTT is 15' em BC. Considere: secção 4.02.0 ; 27 mN/103 kE . C/10 5 . [Solução: 65.11 342.1 3976.0 1 EI B vB hB g , kN m008.9 671.2 314.7 m346.4 671.2 314.7 6 5 4 3 2 1 1 x x x x x x ABxx , kN 0 252.2 454.7 m008.9 252.2 454.7 6 5 4 3 2 1 2 x x x x x x BCxx .] Exemplo 10-11. Resolva a estrutura do Exemplo 10-10 usando o método dos deslocamentos para uma variação uniforme de temperatura CT 15 em BC, assumindo que as barras AB e BC são agora incompressíveis. Considere: secção 4.02.0 ; 27 mN/103 kE ; C/10 5 . Passo 1 91 Figura 10-75 Passo 2 Figura 10-76 Figura 10-77 Passo 3 Bg . A B C 1 2 r_B A B C 1 2 B C 3.0 A 4.0m 4.0 0.2 0.4 DT=15 Secção da barra BC 92 Figura 10-78 Passo 4. 61 dAB dd , 61 xAB xx , 32 dBC dd , 32 xBC xx . Passo 5. Com os dados do problema temos: 32000=EI e I75 = 102.4 = 6 EEA . i iL ( m) iE ( 2mkN ) iI ( 4m ) iA ( 2m ) 1 4 E I I75 2 6 E I I75 Passo 6. EIEIAB 8.05 4 1 KK , EIEIBC 75.04 3 2 KK . A 1 C 1 2 1 K' 93 Figura 10-79 Figura 10-80 A B C 1 2B" B' DL 4DL/3 5DL/3 A B C 1 2 B'' DL_BC 94 Figura 10-81 45 10615410 L , 410103/5 L , 41083/4 L . Na barra AB os seis esforços são dados por 68.7 072.3 0 68.7 072.3 0 1010 5 6 5 12 0 5 6 5 12 0 5 6 5 12 0 5 6 5 12 0 4 2 3 2 3 5 2 3 2 3 6 5 4 3 2 1 * 1 EI EI EI EI d EI EI EI EI x x x x x x x , 68.71 ABxx . Os seis esforços na barra BC são dados por 12EI/4^3*d_5 A B C 1 2B" B' DL d_2=4DL/3 d_5=5DL/3 3EI/4^2*d_2 3EI/4^2*d_2 3EI/4^2*d_2 12EI/4^3*d_5 6EI/4^2*d_5 6EI/4^2*d_5 95 0 2.1 0 8.4 2.1 0 108 4 3 4 3 0 4 3 4 3 0 4 3 4 3 0 4 3 4 3 0 4 2 3 2 3 2 2 3 2 3 6 5 4 3 2 1 * 2 EI EI EI EI d EI EI EI EI x x x x x x x , 8.42 BCxx . Passo 7. 11 ABLL , 12 BCLL . Passo 8. 88.20 eTexLq . Passo 9. EIeeTe 55.1 LKLK' . Passo 10. 0q . Passo 11 088.255.1 BEI , donde EIB 858.1g . Passo 12 EIAB 858.1 1 dd , 96 EIBC 858.1 2 dd . Passo 13. kN m193.6 626.2 m937.6 626.2 68.7 072.3 68.7 072.3 858.1 5 4 5 6 5 2 5 6 2 2 6 5 3 2 1 EI EI x x x x ABxx , N 0 548.1 m194.6 548.1 0 2.1 8.4 2.1 858.1 0 4 3 4 3 4 3 2 2 6 5 3 2 2 kEI EI x x x x BC xx . Figura 10-82 Os esforços normais são calculados impondo que o sistema de forças que actuam no nó B satisfaçam as equações de equilíbrio (Figura 10-82). Da imposição de somatório nulo de forças verticais obtém-se kN082.6sin/cos0cossin ,2,5,2,5 BCBABABCBABA xxNxxN . N_BA A B C 1 2 N_BA N_BC N_BC x_2,BA x_2,BA x_2,BC x_2,BC 97 Da imposição de somatório nulo de forças que actuam na direcção horizontal obtém-se kN441.6sincos0sincos ,5,5 BABABCBABABC xNNxNN . 10.11 Assentamento de apoio Assentamentos de apoio são considerados na solução particular. Se o apoio que assenta estiver aplicado em um nó que é somente extremidade de barras compressíveis o assentamento do apoio influencia somente no comportamento dessas barras. Se o apoio que assenta estiver aplicado em um nó que é extremidade de barras incompressíveis o assentamento pode influenciar no comportamento de outras barras da estrutura. Exemplo 10-12. Na estrutura do exemplo Exemplo 10-11, considere que a única solicitação seja um assentamento do apoio C de 0.50 cm. Figura 10-83 Na solução particular os esforços transversos e momentos flectores são dados por 0 0 0 0 6 5 3 2 ** 1 x x x x ABxx , 0 5.7 30 5.7 005.0 0 4 3 4 3 4 3 3 2 3 6 5 3 2 ** 2 EI EI EI x x x x BCxx . A B C 1 2 0.5cm 98 061 xx , 3032 xx , 300 eTexLq . A equação vectorial do método dos deslocamentos é então dada por 03055.1 BEI , donde EIB 35.19g . Os deslocamentos nodais são dados por EIAB 35.19 1 dd , EIBC 35.19 2 dd . kN m48.15 645.4 m742.7 645.4 0 0 0 0 35.19 5 4 5 6 5 2 5 6 2 2 6 5 3 2 1 EI EI x x x x ABxx , N 0 871.3 m48.15 871.3 0 5.7 30 5.7 35.19 0 4 3 4 3 4 3 2 2 6 5 3 2 2 kEI EI x x x x BC
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