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CEULS/ULBRA CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL FABRRÍCIO FERNANDO DIAS SOARES TENSÕES DE TRAÇÃO EM BARRAS CILÍNDRICAS E CICLO DE MORH SANTARÉM-PA 2021 FABRÍCIO FERNANDO DIAS SOARES TENSÕES DE TRAÇÃO EM BARRAS CILÍNDRICAS E CICLO DE MORH Trabalho de pesquisa apresentado para composição de nota AP1 (Avaliação Parcial 1) do curso de Engenharia Civil da Ceuls/Ulbra da disciplina de Resistência dos Materiais. Professor: Nadir Pires Martins. SANTARÉM-PA 2021 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 4 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5 2 TENSÕES DE TRAÇÃO EM BARRAS CILINDRICAS ....................................... 5 2.1 DEFORMAÇÃO EM BARRAS CILÍNDRICAS SUJEITAS A ESFORÇOS DE TRAÇÃO .............................................................................................................. 7 2.2 EXEMPLOS PRÁTICOS DE BARRAS CILINDRICAS SUBMETIDAS A TENSÃO DE TRAÇÃO ............................................................................................. 9 3 CÍRCULO DE MOHR .............................................................................................. 11 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 12 REFERENCIAS ........................................................................................................... 13 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Barra submetida a uma força FBC ................................................................... 5 Figura 2: Deformação uniforme de uma barra submetida a uma carga axial .................. 6 Figura 3: Barra secionada ................................................................................................ 6 Figura 4: Objeto submetido a tração ................................................................................ 7 Figura 5: Barra submetida a tração ................................................................................... 7 Figura 6: Máquina utilizada no ensaio de tração .............................................................. 8 Figura 7: Diagrama tensão-deformação para um material dúctil (aço) (Fora de escala) . 8 Figura 8: Plataforma de Óleo............................................................................................ 9 Figura 9: Ponte em treliça ............................................................................................... 10 Figura 10: Tirante de Aço ............................................................................................... 10 Figura 11: Tirantes para suporte de cobertura ............................................................... 10 Figura 12: Círculo de Mohr ............................................................................................ 11 Figura 13: Planos de tensão no círculo de Mohr ............................................................ 12 1 INTRODUÇÃO A resistência de um material é determinada através de sua capacidade de resistir a uma carga aplicada e é dada em função de seu processo de fabricação. Um aspecto importante analise e projeto de estruturas é a deformação por cargas aplicadas a estrutura, projetando assim componentes que não falhem sob condições específicas de carregamento. Para determinar a distribuição real das tensões dentro de um componente, é necessário analisar as deformações que ocorrem neste. O presente trabalho visa mostrar o comportamento de uma barra cilíndrica submetidas a carregamento axial de tração. Será analisando inicialmente o comportamento de uma barra prismática cilíndrica diante de uma força resultante de outras forças distribuídas ao longo da área transversal. Após esta análise inicial, será apresentado como ocorre a obtenção dos dados de deformação em determinado em uma barra prismática devido a tensão de tração de forma experimental, e como é feita a analise do diagrama de tensão-deformação gerado a partir deste experimento. O estudo das deformações decorrente de tensões de tração em barras cilíndricas faz-se necessária em diversas situações na vida de um engenheiro dado que os elementos estruturais devem suportar a carga necessária sem apresentar mudanças bruscas em sua configuração. Logo depois, introduzir-se-á o conceito de circulo de Mohr e suas aplicações no estado plano de tensão, como a sua fundamental importância e como método alternativo como solução de problemas que envolve o estado plano de tensão, e a identificação das tensões principais e orientação do elemento para tensões principais de um elemento. 2 TENSÕES DE TRAÇÃO EM BARRAS CILINDRICAS Considerando-se determinada barra submetida a uma força FBC, indicar se esta barra suportará esta carga dependerá não somente do valor de F, mas também da área da seção transversal e do material de confecção da barra. Sendo a força FBC a resultante de outras forças distribuídas ao longo da área transversal da barra, sua intensidade será obtida em força por unidade de área (), representado no Sistema Internacional por . A resistência da barra se dará então com base no valor de , ou seja, a força FBC e a área transversal, assim como a intensidade das forças distribuídas internamente na barra ligado diretamente ao material da barra. Figura 1Figura SEQ Figura \* ARABIC 1: Barra submetida a uma força FBC Fonte: BEER, 2011 A força por unidade de área, ou a intensidade das forças distribuídas sobre uma determinada seção, é chamada de tensão naquela seção e é representada pela letra grega sigma σ. (BEER, 2011). Quando as forças são direcionadas para fora da barra, estas são de tração, sendo então as tensões de tração são originadas na barra. Caso ocorra o inverso e as forças são direcionadas para dentro da barra diz-se então que são de compressão e temos as tensões de compressão. A seção transversal é perpendicular ao eixo longitudinal da barra, e, em decorrência da barra ser prismática, ao longo de seu comprimento, toda a sua seção transversal é a mesma. Uma vez que o material da barra é homogêneo - possui as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo seu volume - e isotrópico - possui as mesmas propriedades em todas as direções - quando a carga P é aplicada na barra através do centroide da área transversal, a barra se deformará uniformemente por toda a região central do seu comprimento como pode se observar na figura 2. Figura 2Figura SEQ Figura \* ARABIC 2: Deformação uniforme de uma barra submetida a uma carga axial Fonte: HIBBELER, 2018 Ao secionar a barra, como na figura 3, e desprezar seu peso, a resultante da força interna que atua na seção transversal será igual em intensidade, na direção oposta e colinear à força externa, garantindo o equilíbrio na parte inferior da barra. Figura 3Figura SEQ Figura \* ARABIC 3: Barra secionada Fonte: HIBBELER, 2018 2.1 DEFORMAÇÃO EM BARRAS CILÍNDRICAS SUJEITAS A ESFORÇOS DE TRAÇÃO Uma vez que uma força é aplicada em um corpo, ela tende a mudar o tamanho e a forma deste. Deformação é o nome dado a esta mudança que pode ser muito ou pouco perceptível. A deformação não se dar de forma uniforme ao longo do volume de um corpo, ou seja, a geometria de cada segmento de reta dentro do corpo muda de forma variada, como pode-se observar na figura 4onde um objeto sujeito a tensão de tração mostra que a linha vertical é alongada, a horizontal é comprimida, e a inclinada muda seu comprimento e gira. Figura 4Figura SEQ Figura \* ARABIC 4: Objeto submetido a tração Fonte: HIBBELER, 2018 A deformação é obtida de forma experimental, como, por exemplo, aplicando uma carga axial P na barra da figura 5, o comprimento inicial da barra aumentará até L, define- se então deformação normal, representado pela letra grega épsilon (ϵ), a diferença entre L e dividido por seu comprimento original , ou seja, a razão entre o alongamento gerado devido a carga aplicada pelo comprimento inicial. Como pode se observar, a deformação é adimensional, no entanto, é comum expressa-la em forma de razão de unidade de comprimento como , e em porcentagem. Figura 5Figura SEQ Figura \* ARABIC 5: Barra submetida a tração Fonte: HIBBELER, O diagrama de tensão-deformação é um dos mais importantes instrumentos da engenharia quando se fala em resistência dos materiais, e o teste de tração e compressão é usado principalmente para se obter a relação entre a tensão normal média e a deformação normal média para diversos materiais. O corpo de prova é padrão e tem uma seção transversal circular constante e antes do ensaio marca-se dois pontos ao longo de seu comprimento e mede-se a área da seção transversal inicial da barra então é estirada pela máquina de ensaio, como na Figura 6, a uma taxa lenta e constante até a ruptura, enquanto faz a leitura da carga para manter o estiramento uniforme. A carga aplicada é axial sem flexão do corpo de prova. Figura 6Figura SEQ Figura \* ARABIC 6: Máquina utilizada no ensaio de tração Fonte: HIBBERLER, 2018 Sendo então obtidos os valores de tensão e deformação pode-se elaborar o diagrama tensão-deformação, Figura 7. Onde a tensão é obtida dividindo-se a carga aplicada pela área transversal, e a deformação o alongamento pelo comprimento inicial. Dois diagramas para determinado material poderão ser semelhantes, no entanto, nunca serão iguais, pois o resultado desta relação dependerá de variáveis como a composição do material, imperfeições microscópicas, a forma como o corpo de prova é fabricado, a taxa de carga e a temperatura durante o ensaio. Figura 7Figura SEQ Figura \* ARABIC 7: Diagrama tensão-deformação para um material dúctil (aço) (Fora de escala) Fonte: HIBBELER, 2018 Na curva da Figura 7, podemos observar quatro regiões em que o material se comporta de forma única de acordo com a quantidade de deformação induzida nele. A região elástica é a linha reta que vai até o limite de proporcionalidade, que fica muito próximo ao limite de elasticidade, ponto em que se o material é retirado antes de atingi-lo este retornará a forma original. Na região do escoamento ocorre a deformação plástica, onde o material deforma de forma permanente. Na terceira região há o endurecimento por deformação que é uma curva que cresce continuamente até o limite de resistência, resultante de qualquer carga que cause um aumento na tensão que é suportada pela barra em questão. E, por fim, tem-se a estricção, onde, após alcançar certo valor máximo de carga, o diâmetro de uma parte do corpo de prova começa a diminuir devido a instabilidade local, até romper-se na tensão de ruptura. O comportamento dos materiais como resposta ao diagrama de tensão- deformação permite classificá-los como frágeis, que são os materiais que exibem pouco ou nenhum escoamento antes da falha, e dúcteis, que são os materiais capazes de suportar grande deformação antes de sofrer ruptura. 2.2 EXEMPLOS PRÁTICOS DE BARRAS CILINDRICAS SUBMETIDAS A TENSÃO DE TRAÇÃO A compreensão dos esforços mecânicos é de fundamental importância uma vez que são essenciais no dimensionamento de uma peça ou estrutura. Tanto a análise quanto o projeto de uma dada estrutura envolvem a determinação das tensões e deformações. Para determinar a distribuição real das deformações em determinado elemento estrutural faz-se necessário analisar as deformações que ocorrem nesse elemento É preciso considerar ainda a necessidade de manutenção dos elementos estruturais, assim como, por estar sujeito a intempéries e corrosão, no caso das barras de aço, a possível diminuição de sua resistência com o passar do tempo. Diversas estruturas no dia a dia estão sujeitas a estas tensões, como pode-se observar na Figura 8 que a coluna de perfuração presente nesta plataforma de óleo estará sujeita a grandes deformações axiais quando for colocada no furo. E na ponte em treliça, na Figura 9, consiste em barras simples que podem estar sob tração ou compressão Figura 8Figura SEQ Figura \* ARABIC 8: Plataforma de Óleo HIBBELER, 2018 Figura 9Figura SEQ Figura \* ARABIC 9: Ponte em treliça Fonte: BEER, 2011 Tirante de aço usado para suspender parte de uma escada. Como resultado, fica sujeito a tensão de tração. Tirantes para suporte de cobertura. Figura 10Figura SEQ Figura \* ARABIC 10: Tirante de Aço Fonte: HIBELLER, 2018 Figura 11Figura SEQ Figura \* ARABIC 11: Tirantes para suporte de cobertura 3 CÍRCULO DE MOHR Christian Otto Mohr foi um engenheiro civil alemão, que desenvolveu interesse pelas teorias da mecânica e pela força dos materiais, e em 1882, ele criou o método gráfico para determinar os componentes de tensão que atuam em um sistema de coordenadas rotacionadas, isto é, atuando em um plano orientado diferentemente passando por esse ponto. Considerando-se um elemento quadrado de determinado material submetido a um estado plano de tensão, como na figura 12 (a), e sendo σx, σy e τxy as componentes da tensão que atuam nas faces do elemento. Marca-se então no gráfico que relaciona tensão normal (σ) e tensão de cisalhamento (τ) da figura 12 (b), um ponto X de coordenadas σx e - τxy e um ponto Y de coordenadas σy e + τxy, traça-se então uma reta que passe pelos pontos X e Y e define-se o ponto C o local onde a reta intercede o eixo σ, por fim, traça-se uma circunferência adotando o ponto C como o centro e a distância de X até Y o diâmetro. Figura 12Figura SEQ Figura \* ARABIC 12: Círculo de Mohr Fonte: BEER, 2011 A abscissa de C e o raio do círculo podem ser definidos, respectivamente, pelas seguintes equações: Definimos então este círculo como o Círculo de Mohr para o estado plano de tensão, assim, as abscissas dos pontos A e B em que o círculo intercepta o eixo representam, respectivamente, a no ponto considerado, suas respectivas equações podem ser expressas em: Observando ainda o gráfico da Figura 12 (b), nota-se que como a tg (XCA) = , o ângulo XCA é igual em intensidade a um dos ângulos satisfazendo a equação: Os pontos D e E no círculo de Mohr da Figura 13 (b) correspondem aos planos de tensão de cisalhamento máxima, enquanto A e B correspondem aos planos principais. Como os diâmetros AB e DE do círculo de Mohr estão a 90º um do outro, conclui-se que as faces dos elementos correspondentes estão a 45º uma da outra, como mostrado na Figura 13 (a). Figura 13Figura SEQ Figura \* ARABIC 13: Planos de tensão no círculo de Mohr Fonte: BEER, 2011 O círculo de Mohr foi muito utilizado no passado, para se obter de forma gráfica, em escala, respostas para os problemas de distribuição de tensões. Atualmente, não se utiliza mais o círculo de Mohr para este fim, o que não diminui sua importância uma vez que este possibilita a visualização completa do estado de tensão em determinado ponto. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Um engenheiro responsável por determinado projeto de um elemento estrutural deve restringir a tensão atuante no material a um nível seguro. Além de que é essencial a manutenção periódica desses elementos de uso contínuo, uma vez que com o passar do tempo a estrutura está sujeita a deterioração por fenômenos temporais, o que pode diminuirconsideravelmente sua resistência inicial, portanto a verificação de quais cargas adicionais seus elementos ou partes podem suportar, ou seja, para cálculo é importante uma tensão segura. Além dessas condições, pode ocorrer de a carga para qual o elemento foi projetado ser diferente das cargas realmente aplicadas. Podem vir a ocorrer erros nas dimensões das estruturas, por método de fabricação ou montagem de seus componentes. Portanto, as propriedades mecânicas de alguns materiais como madeira, concreto, entre outros podem ser altamente variáveis. Para que o elemento estrutural seja capaz de se comportar da forma desejada ao longo do tempo frente as cargas aplicadas, é fundamental a compreensão de como este material se deforma quando sujeito a tensões, tanto como seu comportamento nas regiões elásticas, de escoamento, no endurecimento por deformação e estricção até a ruptura, além de como cada material se deforma aplicando assim o que melhor se desempenhará a determinada situação. Através do círculo de Mohr pode-se determinar como as componentes de tensão se transformam, em função da rotação dos eixos coordenados. De forma geral, é uma ferramenta importante que auxilia o engenheiro na solução de diversos problemas que envolvem o estado plano de tensão. REFERENCIAS BEER, F. P. et al. Mecânica dos Materiais. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. BENTO, D. A. Fundamentos de Resistência dos Materiais. Florianópolis: 2003. Disponível em: <https://ecivilufes.files.wordpress.com/2011/03/fundamentos-de- resistc3aancia-dos materiais-apostila.pdf>. Acesso em: 16 de fev. de 2019. ESTUDO de peças prismáticas submetidas a esforços axiais. Prezi. Dssponível em:<https:// prezi.com/-usowyhyjvwq/barras-prismaticas-submetidas-a-axial-de- tracao/>. Acesso em: 17 de fev. de 2019 HIBBELER, R. C. Resistencia dos Materiais. 10. ed. São Paulo: Peason Education do Brasil, 2018. Disponível em: <https://bv4.digitalpages.com.br/?from=&page=- 11§ion=0#/ legacy/168498>. Acesso em: 16 de fev. de 2019. Mohr Circle. Revolvy. Disponível em: <https://www.revolvy.com/page/Mohr%27s- circle>. Acesso em: 17 de fev. de 2019. BRITTO, H. Curso Básico de Resistência dos Materiais: Estado duplo de tensão, círculo de Mohr. Universidade de São Paulo: Escola Politécnica, 2011. Disponível em: <http:// www.lem.ep.usp.br/pef2301/estado_duplo.pdf>. Aceso em: 17 de fev. de 2019.
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