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M E C Â N I C A UNIDADE 3 ESTÁTICA ObjETIvOS DE AprENDIzAgEm A partir do estudo desta unidade, o(a) acadêmico(a) estará apto a: • entender as equações que regem os corpos em repouso, aplicando as condições de equilíbrio necessárias; • compreender a aplicação dos vínculos na restrição de graus de liberdade; • encontrar as reações internas e externas aos corpos submetidos a cargas externas; • estudar sistemas estruturais como treliças e calcular as reações; • analisar corpos como vigas e cabos aplicando condições de equilíbrio; • compreender como os corpos submetidos a forças deformam. pLANO DE ESTUDOS A terceira unidade está dividida em cinco tópicos. No final de cada um deles, você encontrará atividades que lhe ajudarão a fixar os conceitos. TÓpICO 1 – EQUILÍbrIO DOS COrpOS TÓpICO 2 – vÍNCULOS TÓpICO 3 – TrELIÇAS TÓpICO 4 – vIgAS E CAbOS TÓpICO 5 – TENSÃO E DEFOrmAÇÃO M E C Â N I C A M E C Â N I C A As pontes, os prédios, as torres são alguns exemplos de corpos que são construídos para permanecerem em repouso mesmo que solicitados por muitas forças. Observe na figura a seguir, a criatividade nas curvas arrojadas do museu Oscar Niemayer, em Curitiba. Mas por que corpos como esses não se movem quando submetidas ao peso da própria estrutura? Das eventuais cargas? Da corrosão provocada devido à presença da atmosfera ou devido ao desgaste pelo uso constante? Para responder essas perguntas, precisamos encontrar as reações internas e externas a esses fatores. Esse estudo visa analisar os sistemas de corpos rígidos, em equilíbrio, e é exatamente isso que veremos agora. EQUILÍbrIO DOS COrpOS 1 INTrODUÇÃO TÓpICO 1 UNIDADE 3 FONTE: Disponível em: <http://www2.petrobras.com.br/cultura/portugues/ espacovirtual/galeria/index.asp>. Acesso em: 15 ago. 2008. Respeitando as condições de equilíbrio impostas sobre esses corpos, encontramos as suas equações e, conhecendo as reações externas, determinamos as suas reações internas. FIGURA 81 – MUSEU OSCAR NIEMAYER UNIDADE 3TÓPICO 1122 M E C Â N I C A 2 grAUS DE LIbErDADE Um corpo pode se mover em diversas direções e sentidos. Os graus de liberdade determinam a flexibilidade que um corpo possui ao executar um movimento no espaço. Considerando um sistema de eixos x, y e z, como o da figura a seguir, os corpos podem se movimentar para frente ou para trás, em relação ao eixo x, para esquerda ou para a direita, em relação ao eixo y, e para cima ou para baixo, em relação ao eixo z. Estes movimentos são conhecidos como translação. Adicionalmente, os corpos também podem girar ao redor desses três eixos, sendo esse movimento chamado de rotação. Assim, há seis graus de liberdade para o corpo, três graus de liberdade associados à rotação e três graus de liberdade associados à translação, através das quais os corpos podem se mover. FONTE: Autora 3 CONDIÇÕES DE EQUILÍbrIO Podemos aplicar as condições de equilíbrio para determinar as reações, quando conhecemos as restrições sobre os seus graus de liberdade, impondo-as nas equações que regem o movimento desses corpos. As forças externas que atuam num corpo rígido podem ser reduzidas a um sistema de forças equivalentes a uma força resultante, e a um binário num ponto qualquer. Quando a resultante e o binário são nulos, as forças externas constituem um sistema equivalente a zero e o corpo rígido se encontra em equilíbrio. FIGURA 82 – UM CORPO E SEUS GRAUS DE LIBERDADE UNIDADE 3 TÓPICO 1 123 M E C Â N I C A São condições necessárias e suficientes para o equilíbrio de um corpo rígido que o somatório das forças e dos momentos sejam nulos, , ou seja, não há movimento de translação nem movimento de rotação. Isso significa que o corpo não possui nenhum grau de liberdade. Num sistema cartesiano, essas duas equações se desdobram em seis equações, segundo as componentes nos três eixos coordenados. Condições de equilíbrio: Forças: Momentos: 4 EQUILÍbrIO ESTÁTICO DO pONTO mATErIAL O ponto material se encontra em equilíbrio estático quando sua velocidade permanece nula, no decorrer do tempo e em relação ao sistema de referência considerado. Consequentemente, a aceleração também é nula e, pelo princípio de inércia, a resultante das forças que atuam sobre esse sistema é nula, . Não tem sentido falar em rotação do ponto material. Assim, as equações de equilíbrio se resumem nas equações que restringem os três graus de liberdade de translação do ponto. Exemplo 1 – O sistema esquematizado na figura a seguir encontra-se em equilíbrio. O corpo A tem massa de 60 kg. Determine as forças de tração que atuam nos fios BC e BD. FONTE: Autora Solução: A condição de equilíbrio pode ser imposta pelo método das projeções num sistema cartesiano ortogonal Oxy. Observe a figura a seguir. Assim, as equações de equilíbrio se tornam: FIGURA 83 – ESQUEMA – EXEMPLO 1 UNIDADE 3TÓPICO 1124 M E C Â N I C A Substituindo P = mg, sendo m a massa de 20 kg e g a aceleração da gravidade 9,8 m/ s2, encontramos: FONTE: Autora 5 EQUILÍbrIO ESTÁTICO DO COrpO rÍgIDO Para estudarmos o equilíbrio estático do corpo rígido, precisamos considerar também a possível rotação do corpo. Então, devemos acrescentar a condição que restringe os outros três graus de liberdade, , momentos nulos. Vamos recordar rapidamente o conceito de momento de uma força. Vimos, no final da Unidade 1, que o momento de uma força aplicada a um ponto P, em relação a um ponto O, denominado polo, é o produto vetorial do vetor pelo vetor , que é a distância do ponto de aplicação até o polo, . Podemos simplificar esse resultado administrando o produto da intensidade da força pela distância perpendicular b do ponto O à linha de ação da força. Observe a figura a seguir. FIGURA 84 – DECOMPOSIÇÃO DA FORÇA DE TRAÇÃO NO CABO BD. E DEMAIS FORÇAS QUE ATUAM SOBRE O CORPO UNIDADE 3 TÓPICO 1 125 M E C Â N I C A FONTE: Autora A distância b é conhecida como o braço da força. Adotamos o sinal positivo para o momento quando a força tende a produzir uma rotação em torno do polo no sentido anti-horário e negativo no sentido horário. Quando o braço b, ou seja, a distância do polo até a linha de ação, é nulo, o momento da força também é nulo. Veja os exemplos da figura a seguir. FONTE: Autora Exemplo 2 – Uma barra situada num plano horizontal preso ao teto pode girar em torno da articulação na qual se encontra pendurada. Determine o momento da força de intensidade 10 N, em relação a este ponto nos casos a), b), c) e d) da figura. Solução: a) A força é exercida sobre o polo, consequentemente, não pode produzir um torque. Portanto, o momento é igual a zero. b) A força é aplicada a uma distância de 0,2 m do pólo e paralela à linha de ação, ou seja, o braço b novamente é nulo. Consequentemente, o momento também é nulo. FIGURA 85 – FORÇA PELA DISTÂNCIA PERPENDICULAR b DO PONTO O À LINHA DE AÇÃO DA FORÇA FIGURA 86 – FORÇA SENDO APLICADA EM DIFERENTES PONTOS DA BARRA ARTICULADA UNIDADE 3TÓPICO 1126 M E C Â N I C A c) A linha de ação da força é perpendicular ao polo e está a uma distância de 0,1 m. A tendência do torque é no sentido horário e, lembrando a nossa convenção de sinais mencionada anteriormente, observando a figura a seguir, temos que . FONTE: Autora d) O braço é de 0,2 m da força aplicada perpendicularmente a essa direção e o torque também tende no sentido horário. Assim, . Vejam que, nos dois primeiros casos, a barra se encontra em equilíbrio estático, enquanto que, nos dois casos seguintes, a barra gira em torno do polo no sentido horário. Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio estático, é preciso restringir os seis graus de liberdade . Estudaremos esse caso no próximo exemplo. Exemplo 3 – A viga AB é mantida na posição horizontal por uma barra vertical CD. Uma força de 3000kgf é aplicada na viga conforme a figura a seguir. Determine a força de tração na barra CD. FONTE: Autora Solução: Aplicando as condições de equilíbriodo corpo rígido: Forças: Momentos: Observando o diagrama de corpo livre da figura a seguir, encontramos as forças no FIGURA 87 – SENTIDOS POSITIVO E NEGATIVO DO MOMENTO FIGURA 88 – VIGA Ab UNIDADE 3 TÓPICO 1 127 M E C Â N I C A plano xy e o momento na direção z: FONTE: Autora Da última equação temos: . Da segunda equação: . Da primeira equação: . Podemos determinar Fx e Fy , determinando, em seguida XA , YA e T através das três equações independentes que encontramos. Como estamos apenas interessados na força de tração, calcularemos, nesse exemplo, apenas Fy : Substituindo na primeira equação de equilíbrio, vem que: As reações internas devido ao apoio no ponto A, XA e YA estão associadas aos vínculos. Vamos defini-los no próximo tópico. FIGURA 89 – VIGA EM EQUILÍBRIO E A REPRESENTAÇÃO DAS FORÇAS QUE ATUAM NELA UNIDADE 3TÓPICO 1128 M E C Â N I C A Neste tópico, você viu que: Iniciamos o estudo da Estática definindo os graus de liberdade. Apresentamos as condições de equilíbrio para um sistema estático. Mostramos as equações de equilíbrio associadas a um ponto material. Mostramos as equações de equilíbrio associadas ao corpo rígido. rESUmO DO TÓpICO 1 UNIDADE 3 TÓPICO 1 129 M E C Â N I C A Ao final deste tópico, para exercitar seus conhecimentos adquiridos, responda as questões a seguir: 1 Explique com suas palavras o que são graus de liberdade. A partícula ou ponto material possui o mesmo número de graus de liberdade de um corpo rígido? Por quê? 2 Quais são as condições de equilíbrio? Explique o que elas significam. 3 O sistema da figura a seguir está em equilíbrio. Determine a força de tração na corda, sabendo que o corpo possui uma massa de 30kg e que o ângulo do plano inclinado formado com a direção horizontal é de 300. 4 Decomponha a força de 200 lb que atua sobre o tubo (Figura a seguir) em componentes nas direções (a) x e y (b) x´e y. FONTE: Autora AUT OAT IVID ADE � FONTE: Disponível em: <http://www.professores.uff.br/salete/mec/CAPII.PDF>. Acesso em: 26 jan. 2011. FIGURA 90 – ESQUEMA PARA EXERCÍCIO FIGURA 91 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3TÓPICO 1130 M E C Â N I C A 5 A mola ABC da figura tem rigidez de 500 N/m e comprimento sem deformação de 6 m. Determine a força horizontal F aplicada à corda que está presa no pequeno anel B, de modo que o deslocamento do anel em relação à parede seja d = 1,5 m. 6 Um bloco de 150 kg (figura a seguir) pende de uma pequena polia que pode rolar sobre o cabo ACB. A polia e sua carga são mantidas na posição ilustrada na figura por um segundo cabo DE, paralelo ao trecho CB do cabo. Determine: a) a tração no cabo ABC e b) a tração no cabo DE. Despreze o raio da polia e a massa dos cabos e da roldana. FONTE: Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/~humberto/fsc5051/ lista1.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2011. FONTE: Disponível em: <http://www.fsc.ufsc.br/~humberto/fsc5051/ lista1.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2011. FIGURA 92 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO FIGURA 93 – MANGA MÓVEL PRESO À MOLA M E C Â N I C A vÍNCULOS 1 INTrODUÇÃO TÓpICO 2 UNIDADE 3 Em sistemas estruturais, desejamos manter certas partes do corpo em equilíbrio e, para tanto, empregamos uma força de reação. Num anel, por exemplo, podemos restringir o movimento dele a um grau de liberdade translacional apenas e momentos nesta direção. A estas forças de reação produzidas pelos apoios nas duas direções em que restringimos o movimento do anel chamamos de vínculos. As forças são classificadas conforme a sua origem. Por exemplo, a força numa locomotiva ou muscular é uma força de contato. A força da gravidade ou a magnética tem ação a distância. Em análises estruturais, as forças são divididas em forças externas e forças internas. As forças externas atuam nas partes externas na estrutura e é a razão pela sua existência. Elas, por sua vez, podem ser ativas ou reativas. As forças ativas são independentes e podem atuar em qualquer ponto da estrutura. São as cargas que submeteremos à estrutura. Como exemplo, o peso de um carro que passa por uma ponte, ou o peso próprio da estrutura. As forças reativas, em que se concentra a discussão presente, surgem em determinados pontos (vínculos), sendo consequência das ações. Por isso, precisam ser calculadas para equivalerem às ações para garantirem o equilíbrio do sistema. As forças internas mantém unidos os pontos materiais que formam o corpo sólido da estrutura (solicitações internas). Se o corpo é estruturalmente composto de diversas partes, as forças que mantêm estas partes unidas também são chamadas de forças internas (forças desenvolvidas em rótulas). (SOFISICA, 2010) UNIDADE 3TÓPICO 2132 M E C Â N I C A FONTE: Autora 2.2 APOIO FIXO E ARTICULAÇÃO A articulação e o apoio fixo restringem a translação em todas as direções, mas não impedem a rotação. Na figura a seguir, temos as forças reativas representadas pelas setas Fx e Fy. 2 TIpOS DE vÍNCULOS Os vínculos podem ligar elementos de uma estrutura entre si ou ligar a estrutura ao meio externo e, portanto, se classificam em vínculos internos (unem partes componentes de uma estrutura) e externos (unem os elementos de uma estrutura ao meio externo). Os vínculos externos se classificam segundo o número de graus de liberdade que restringem. (SOFISICA, 2010) Vimos que vínculos são forças de reação que restringem os graus de liberdade de um corpo. Começamos nosso estudo analisando alguns vínculos em sistemas de forças 2D (bidimensionais). Em seguida, apresentamos, na leitura complementar, apoios e conexões em sistemas de forças 3D (tridimensionais). 2.1 APOIO SIMPLES OU ROLETES Esse tipo de apoio impede a translação na direção perpendicular ao apoio. A força de reação é ortogonal à direção de translação. O apoio simples não impede a rotação. Podemos observar a força de reação, Fy , no esquema da figura a seguir. FIGURA 94 – APOIO SIMPLES NO PLANO UNIDADE 3 TÓPICO 2 133 M E C Â N I C A FONTE: Autora 2.3 ENGASTE 3 CArrEgAmENTO pLANO No engaste, a restrição é sobre todas as translações e rotações, ou seja, o corpo não pode fazer nenhum movimento. Agora, além de duas forças desconhecidas, Fx e Fy, temos também um momento desconhecido Mz. Observe essas grandezas representadas na figura a seguir. FONTE: Autora Vamos analisar alguns desses casos nos próximos exemplos. Os vínculos no carregamento plano são, portanto, de três espécies, que podem ser simbolizadas do seguinte modo. (SOFISICA, 2010) 1. Restringe uma translação FIGURA 95 – APOIO FIXO FIGURA 96 – ENGASTE UNIDADE 3TÓPICO 2134 M E C Â N I C A 2. Restringe duas translações. 3. Restringe duas translações e uma rotação. Cada movimento restrito corresponde a uma reação vincular, que deve ser determinada. Exemplo 4 – Determine as reações nos suportes A e D, da figura a seguir, causadas pela força . Desprezar o peso próprio da estrutura do pórtico. FONTE: Autora Solução: Depois de fazer um diagrama de corpo livre do pórtico, conforme a figura a seguir, escrevemos as equações de equilíbrio: FIGURA 97 – PÓRTICO COM UM APOIO FIXO NO PONTO A E UM APOIO SIMPLES NO PONTO D UNIDADE 3 TÓPICO 2 135 M E C Â N I C A FONTE: Autora D Observando o fato de que existe um apoio fixo no ponto A e, portanto, duas reações de apoio e um apoio simples, o ponto D, e, portanto, apenas uma reação de apoio. Da primeira equação independente, temos: Da última tiramos que: Da segunda equação independente, encontramos: Exemplo 5 – Um guindaste fixo tem uma massa de 1000 kg e é usado para suspender um pacote de 2600 kg. O guindaste é mantido na posição indicada na figura por um pino (do tipo apoio fixo) no ponto A e um suporte basculante (do tipo apoio simples) no ponto B. O centro de gravidade do guindaste está localizado em G. Determine os componentes das reações em A e B. FIGURA 98 – DIAGRAMA DE CORPO LIVRE DO PÓRTICO UNIDADE 3TÓPICO 2136 M E C Â N I C A Solução:Depois de fazer o diagrama de corpo livre da figura a seguir, multiplicamos a constante g = 9,8m / s2 pela massa m e obtemos os pesos P. A força no pino é de direção desconhecida; ela é representada pelas suas componentes XA e YA. A força de reação no suporte do basculante é normal a superfície de apoio XB. FONTE: BEER, Ferdinand Pierre. Mecânica vetorial para engenheiros: Estática. São Paulo: Makron Books, 1994. FONTE: Autora Vamos escrever as condições de equilíbrio, tomando o ponto A como sendo o polo. Encontramos: Da última equação, temos que: FIGURA 99 – GUINDASTE DO EXEMPLO 5 FIGURA 100 – ESQUEMA COM AS REAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS NO GUINDASTE UNIDADE 3 TÓPICO 2 137 M E C Â N I C A Da primeira, encontramos: Da segunda equação: Observe, na figura a seguir, o sentido da componente horizontal da força no ponto A, XA: FONTE : Autora Exemplo 6 – Um homem levanta uma viga de 10 kg e 10 m de comprimento puxando uma corda. Encontrar a força de tração T na corda e a reação em A. Suponha que a aceleração da gravidade é igual à 9,81 m/s2. FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/glaucia/cap2(2005-2). pdf>. Acesso em: 26 jan. 2011. FIGURA 101 – DETALHE DA FORÇA DE REAÇÃO NO PONTO A FIGURA 102 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3TÓPICO 2138 M E C Â N I C A Solução: Exemplo 7 – A barra de aço uniforme com 7 m de comprimento tem uma massa de 200 kg e está apoiada sobre o chão por uma rótula em A. A extremidade esférica em B se apoia na parede vertical lisa, como mostrado. Calcule as forças exercidas pelas paredes e pelo chão nas extremidades da barra. (MERIAN; KRAIGE, 2008, p. 98) FONTE: A autora Solução: Construímos o diagrama de corpo livre das forças que atuam sobre a barra, figura a seguir. As forças de contato atuando na barra em B são normais às superfícies da parede, além do peso P =200(9,81) =1962 N. a força exercida pelo chão pela esfera na junta em A é representada pelas componentes x, y e z. A posição vertical de B é dada por FIGURA 103 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3 TÓPICO 2 139 M E C Â N I C A FONTE: A autora Utilizando A como centro de momento para eliminar a referência das forças atuando em A. Os vetores posição são, Onde o centro de massa, localização do vetor P, está à meia distância de A e B. As forças em A podem ser determinadas como segue: FIGURA 104 – DIAGRAMA DE CORPO LIVRE UNIDADE 3TÓPICO 2140 M E C Â N I C A rEAÇÕES Em ApOIOS E CONExÕES pArA UmA ESTrUTUrA TrIDImENSIONAL Ferdinand Pierre Beer As reações em uma estrutura tridimensional variam da força única de direção conhecida, exercida por uma superfície sem atrito, ao sistema força-binário, exercido por um engaste. Consequentemente, em problemas que envolvam o equilíbrio de uma estrutura tridimensional, pode haver uma a seis incógnitas associadas às reações em cada apoio ou conexão. Uma maneira simples de se determinar o tipo de reação correspondente a um dado apoio ou conexão é o número de incógnitas envolvidas é achar quais dos seis movimentos fundamentais (translação nas direções x, y e z, rotação em torno dos eixos x, y e z) são permitidos e quais movimentos são impedidos. Apoios de esferas, superfícies sem atrito e cabos, por exemplo, impedem translação em uma direção apenas e, portanto, exercem uma força única cuja linha de ação é conhecida; cada um desses apoios envolve uma incógnita, a saber, a intensidade da reação. Roletes sobre superfícies rugosas e rodas sobre trilhos impedem a translação em duas direções; as reações correspondentes consistem em dois componentes de força desconhecidos. Superfícies rugosas em contato direto e apoiados do tipo rótula impedem a translação em três direções; esses apoios envolvem três componentes de força desconhecidos. Alguns apoios e conexões podem impedir tanto a rotação quanto a translação; as reações correspondentes incluem tanto binários quanto forças. Por exemplo, a reação em um engaste, que impede qualquer movimento (tanto rotação quanto translação), consiste em três forças desconhecidas e três binários desconhecidos. Uma junta universal, que é projetada para possibilitar rotação em torno de dois eixos, exercerá uma reação constituída de três componentes de força desconhecidos e um binário desconhecido. Outros apoios e conexões são projetados principalmente para impedir a translação; seu projeto, no entanto, é tal que eles também impedem algumas rotações. As reações correspondentes consistem essencialmente em componentes de força, mas podem também incluir binários. Um grupo de apoios desse tipo inclui articulações e mancais projetados para sustentar somente cargas radiais (por exemplo, mancais de deslizamentos, mancais de rolamento). As reações correspondentes consistem em dois componentes de força, mas LEITUrA COmpLEmENTAr UNIDADE 3 TÓPICO 2 141 M E C Â N I C A também podem incluir dois binários. Outro grupo inclui apoios do tipo pino e suporte, articulações e mancais, projetados para sustentar tanto um empuxo axial quanto uma carga radial (Por exemplo, mancais de esferas). As reações correspondentes consistem em três componentes de força, mas também podem incluir dois binários. Entretanto, esses apoios não exercerão quaisquer binários apreciáveis em condições normais de uso. Portanto, somente componentes de força devem ser incluídos em suas análises, exceto se verificar que são necessários binários para se manter o equilíbrio do corpo rígido, ou exceto se o apoio tiver sido projetado especificamente para exercer um binário. Se as reações envolvem mais seis incógnitas, há mais incógnitas do que equações, e algumas das reações são estaticamente indeterminadas. Se as reações envolvem menos de seis incógnitas, há mais equações do que incógnitas, e algumas das equações de equilíbrio não podem ser satisfeitas em condições gerais de carregamento; o corpo rígido só está parcialmente vinculado. Entretanto, nas condições de carregamento particulares que correspondem a um dado problema, as equações extras frequentemente se reduzem a identidades triviais, como 0 = 0, e podem ser desconsideradas; embora só esteja parcialmente vinculado, o corpo rígido permanece em equilíbrio. Mesmo com seis ou mais incógnitas, é possível que algumas equações de equilíbrio não sejam satisfeitas. Isso pode ocorrer quando as reações associadas aos apoios ou são paralelas ou interceptam a mesma linha, o corpo rígido está então impropriamente vinculado. UNIDADE 3TÓPICO 2142 M E C Â N I C A Classificação das estruturas As estruturas podem ser classificadas quanto ao número de vínculos que possui. Podemos comparar o número de vínculos com o número de equações independentes que conseguimos através das condições de equilíbrio e classificar as estruturas em três tipos. Hipostática - Na estrutura hipostática o número de equações é maior que o número de incógnitas, portanto não possui vínculos suficientes para garantir a sua total imobilidade. Hiperestática - Na hiperestática o número de equações é menor que o número de incógnitas e há superabundância de vínculos para garantir a sua total imobilidade. Isostática - Na estrutura isostática o número de equações é igual ao número de incógnitas possuindo assim uma quantidade de vínculos estritamente necessária para garantir a sua imobilidade total. FONTE: Extraído e adaptado de: BEER, Ferdinand Pierre. Estática. In: Mecânica vetorial para engenheiros. São Paulo: Makron Books, 1994. p. 191-193. UNIDADE 3 TÓPICO 2 143 M E C Â N I C A Neste tópico, você viu os seguintes assuntos relacionados à Física: Definimos vínculos e os classificamos em função da sua utilização e restrição aos graus de liberdade. Mostramos a utilização dos vínculos em sistemas tridimensionais. Através de alguns exemplos práticos, abordamos o cálculo das reações vinculares. Classificamos as estruturas em função das reações e equações de equilíbrio. rESUmO DO TÓpICO 2 UNIDADE 3TÓPICO 2144M E C Â N I C A Chegando ao final de mais um tópico, vamos exercitar nossos conhecimentos resolvendo as questões a seguir: 1 A viga AB da figura se encontra apoiada nos extremos por dois vínculos, no ponto A um apoio fixo e no ponto B um apoio simples. Pedem-se as reações vinculares nos pontos A e B, sabendo-se que a carga P vale 30N. FONTE: Autora 2 Uma estrutura em arco é fixa ao suporte articulado no ponto A, e sobre roletes em B num plano de 300 com a horizontal. O vão AB mede 20m. O peso da estrutura é Q = 10000kgf. A força resultante dos ventos é P = 2000kgf e situa-se a 4 m, acima de A, paralelamente à reta AB. Determinar as reações nos suportes A e B. FONTE: Autora AUT OAT IVID ADE � FIGURA 105 – VIGA Ab FIGURA 106 – PÓRTICO UNIDADE 3 TÓPICO 2 145 M E C Â N I C A 3 A barra homogênea AB de peso P = 120 N está articulada em A e é mantida em equilíbrio pelo fio ideal BC. Determine a intensidade da força de tração no fio e as componentes vertical e horizontal da força da articulação na barra. Sabe-se que o comprimento da barra é 1 m e o ângulo é de 300. 4) Observe na figura a seguir, três cargas aplicadas a uma viga. A viga é apoiada em um rolete em A e em uma articulação em B. Desprezando o peso próprio da viga, determine as reações em A e B quando Q = 75 kN. 5 Determine as reações em A e B quando: (a) α = 00 (b) α = 900 (c) α = 300. FONTE: Autora FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/ glaucia/cap2(2005-2).pdf>. Acesso em: 26 jan. 2011. FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/feng/civil professores/glaucia/cap2(2005-2).pdf>. Acesso em: 26 jan. 2011. FIGURA 107 – BARRA AB FIGURA 108 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO FIGURA 109 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3TÓPICO 2146 M E C Â N I C A M E C Â N I C A TrELIÇAS 1 INTrODUÇÃO TÓpICO 3 UNIDADE 3 Uma das principais estruturas utilizadas pela engenharia é a treliça, mostrada na figura a seguir, constituída principalmente por elementos retos e unidos por um nó. FONTES: Disponível em: <http://www.serradaprata.com.br/contrucao-civil/trelica- lancadeira-de-vigas-m3bbd.html?MEid=72>. Acesso em: 15 ago. 2008. Os elementos da treliça são feitos para suportar pouca carga lateral. As cargas, no entanto, são aplicadas aos nós. Veja na figura a seguir, detalhes mostrando os pinos nos nós da estrutura. FIGURA 110 – TRELIÇAS EM CONSTRUÇÕES DE PONTES E VIADUTOS UNIDADE 3TÓPICO 3148 M E C Â N I C A FONTE: Disponível em: <http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/Estruturas/ garabit.htm> Acesso em: 15 ago. 2008. A grande vantagem da treliça é atingir grandes vãos livres sem colunas ou vigas. Em seguida, veja outros exemplos de estruturas com treliças. FONTE: Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~fam/novaes/public_html/ iniciacao/teoria/estrutur/4.htm>. Acesso em: 15 ago. 2008. FONTE: Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~fam/novaes/public_html/iniciacao/ teoria/estrutur/4.htm>. Acesso em: 15 ago. 2008. FIGURA 111 – DETALHE MOSTRANDO OS NÓS NOS PONTOS EM QUE A TRELIÇA POSSUI PINOS QUE LIGAM OS ELEMENTOS DA ESTRUTURA FIGURA 112 – ESTRUTURAS DE TRELIÇA - ESTRUTURA DE AÇO DE UM GALPÃO INDUSTRIAL FIGURA 113 – ESTRUTURAS DE TRELIÇA - TORRE DE ALTA TENSÃO E UMA TRELIÇA PLANA DE MADEIRA UNIDADE 3 TÓPICO 3 149 M E C Â N I C A Quando os elementos de treliça se situam essencialmente no mesmo plano, a treliça é chamada de treliça plana. Para pontes e estruturas similares, treliças planas são utilizadas em pares com uma treliça colocada em cada lado da estrutura. (MERIAN; KRAIGE, 2008). 2 CÁLCULO DAS rEAÇÕES Para Merian e Kraige (2008), quando conexões soldadas ou rebitadas são usadas para unir elementos estruturais, podemos normalmente considerar que a conexão é do tipo união por pino se as linhas centrais forem concorrentes na junta como na a seguir. Na análise de treliças simples, também consideramos que todas as forças externas são aplicadas nos nós das juntas. Consideremos uma barra articulada qualquer como a da figura a seguir. Podemos escrever as equações de equilíbrio para esse corpo como segue, FONTE: A autora FONTE: Autora Da últ ima equação temos que: , da segunda equação: e da primeira: . Assim sendo, as únicas forças de reação na barra articulada são em sentido paralelo ao FIGURA 114 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO FIGURA 115 – BARRA QUALQUER ARTICULADA UNIDADE 3TÓPICO 3150 M E C Â N I C A FONTE: Autora 2.1 MÉTODO DOS NÓS Podemos encontrar as reações internas nos pontos de ligação de vários elementos utilizando o método dos nós. Este método consiste em analisar separadamente cada ponto de encontro de duas ou mais barras ou articulação de interligação das barras e considerar o somatório das forças externas e internas que atuam nesse ponto nulo. Demonstraremos esse método através do exemplo prático a seguir. Exemplo 6 – A estrutura mostrada na figura a seguir é composta por barras biarticuladas, de pesos desprezíveis. A e B são duas articulações externas. Determine todos os esforços atuantes nas barras. FONTE: Autora Solução: Para determinar os esforços em cada barra, vamos olhar para os nós separadamente. Veja o esquema das forças de cada nó na figura a seguir. seu comprimento XA e XB. Estas estão em sentidos opostos, como podemos ver os possíveis resultados na figura a seguir. A barra pode estar sendo tracionada ou comprimida. FIGURA 116 – REAÇÕES NA BARRA FIGURA 117 – TRELIÇA DO EXEMPLO 6 UNIDADE 3 TÓPICO 3 151 M E C Â N I C A FONTE: Autora Agora, vamos escrever as condições de equilíbrio em cada nó. Vamos começar com o nó do ponto A, figura a seguir. As únicas forças que atuam no ponto a são XA, YA e NAC. FONTE: Autora Observando a disposição das forças na figura anterior, escrevemos: FIGURA 118 – FORÇAS ATUANDO EM CADA NÓ FIGURA 119 – FORÇAS NO PONTO A UNIDADE 3TÓPICO 3152 M E C Â N I C A FONTE: Autora FONTE: Autora FONTE: Autora Analogamente, escrevemos para cada nó as condições de equilíbrio como segue: FIGURA 120 – FORÇAS NO PONTO b FIGURA 121 – FORÇAS NO PONTO C FIGURA 122 – FORÇAS NO PONTO D UNIDADE 3 TÓPICO 3 153 M E C Â N I C A FONTE: Autora A p a r t i r d a s e q u a ç õ e s ( 5 ) p o d e m o s d e t e r m i n a r N C E e N D E , , lembrando que , encont ramos . E a partir desse resultado, podemos encontrar NDE, . Lembrando que , encontramos, NDE = – Q. Utilizando as equações (4), podemos determinar NDB e NCD, no nó do ponto D: Com as equações (3), determinamos: FIGURA 123 – FORÇAS NO PONTO E UNIDADE 3TÓPICO 3154 M E C Â N I C A Substituindo esse resultado na outra: Com as equações (2), determinamos: Finalmente, das equações (1) recebemos: Assim, encontramos todas as incógnitas procuradas, Algumas vezes não podemos, inicialmente, atribuir para uma ou ambas as forças desconhecidas atuando em um dado nó. Nesse caso, podemos fazer uma atribuição arbitrária. Uma força calculada negativa indica que a direção assumida inicialmente está errada. (MERIAN; KRAIGE, 2008) 2.1.1 Redundância interna e externa Conforme Merian e Kraige (2008), se uma treliça tem mais apoios externos do que os necessários para garantir uma configuração de equilíbrio estável, a treliça como um todo é estaticamente indeterminada e os apoios extras constituem redundância externa. Se tiver mais elementos internos que os necessários para evitar o colapso quando a treliça é removida de seus apoios, então os elementos extras constituem redundância interna, e a treliça é novamente estaticamente indeterminada. Para uma treliça que é estaticamente determinada, existe uma relação específica entre o número de seus elementos e o número de seus nós necessária para estabilidade interna sem UNIDADE 3 TÓPICO 3 155 M E C Â N I C A redundância. Como podemos especificaro equilíbrio de cada nó por duas equações escalares de força, existem ao todo 2j equações desse tipo para uma treliça com j nós. Para a treliça completa composta de m elementos de duas forças e tendo no máximo 3 reações de apoio desconhecidas, existem ao todo m + 3 incógnitas (m forças de tração ou compressão e três reações). Assim, para qualquer treliça plana, a equação m + 3 = 2j será satisfeita se a treliça é internamente estaticamente determinada. Observe a figura a seguir, a treliça tem 6 nós, isso dá 2j = 12, 12 equações. Com 3 reações R1, R2 e L, assim m + 3 = 12 dá m = 9, 9 forças de tração ou compressão, AF, AB, EF, BF,BC, CD, DE, BE, CE. FONTE: MERIAN; KRAIGE, 2008 p. 118. FIGURA 124 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3TÓPICO 3156 M E C Â N I C A 2.1.2 Condições especiais Para Merian e Kraige (2008), é comum encontrar diversas condições especiais na análise de treliças. Quando dois elementos colineares estão sob compressão como indicado na figura 125 A, é necessário adicionar um terceiro elemento para manter o alinhamento dos dois elementos e prevenir a flambagem. A partir de um somatório de forças, vê-se que a força F3 no terceiro elemento deve ser zero na direção y e que F1 = F2 na direção x. Essa conclusão é válida independente do ângulo θ e também se os elementos colineares estão sob tração. Se uma força externa com uma componente y fosse aplicada no nó, então F3 não valeria zero. Quando dois elementos não colineares são unidos como mostrado na figura 125 B, então, na ausência de uma carga externa aplicada a esse nó, as forças em ambos os elementos deve ser zero, como podemos ver através dos dois somatórios de força. Quando dois pares de elementos colineares são unidos como mostrado na figura 125 C, as forças em cada par devem ser iguais e opostas. Essa conclusão deriva dos somatórios de forças indicados na figura 125. FONTE: MERIAN; KRAIGE, 2008 p. 119. 3 mÉTODO DAS bArrAS Podemos utilizar outro método se estivermos interessados apenas na reação em uma barra em particular, sem a necessidade de determinar os valores de todas as reações. Este método consiste no método das barras e também vamos apresentá-lo na forma de um problema concreto, como o do próximo exemplo. Exemplo 7 – Queremos determinar o esforço atuante na barra HJ da figura a seguir. FIGURA 125 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO A B C UNIDADE 3 TÓPICO 3 157 M E C Â N I C A FONTE: Autora Solução: Primeiramente, vamos impor as condições de equilíbrio sobre toda a estrutura, considerando apenas as reações externas, no apoio fixo do ponto A e no apoio simples no ponto B. As reações internas podem ser desprezadas porque se anulam aos pares. Assim, somando todas as cargas P, obtemos: A última equação nos dá o valor de YB : Podemos substituir na segunda para determinar YA : A primeira equação nos dá, diretamente, o valor de XA = 0 . Com as reações externas determinadas, podemos encontrar a reação interna solicitada na barra HJ. Para tanto, precisamos isolar a parte da estrutura em que temos a reação procurada. Vamos analisar a parte da treliça constituída pelos pontos I, J,K,L e B. FIGURA 126 – ESTRUTURA DO EXEMPLO 7 UNIDADE 3TÓPICO 3158 M E C Â N I C A FONTE: Autora As forças de reação interna que não se cancelam aos pares são as forças NGI , NHI e NHJ . Impondo a condição de momentos nulos, nessa porção da treliça, e considerando o ponto I como um polo, encontramos: . Substituindo o valor de YB, encontrado anteriormente, temos: Assim, determinamos o esforço que a barra HJ pode suportar em termos da carga P e das dimensões a e b. FIGURA 127 – ALGUNS ELEMENTOS DA TRELIÇA CONSTITUÍDA PELOS PONTOS I, j, K, L e b UNIDADE 3 TÓPICO 3 159 M E C Â N I C A Neste tópico, você teve oportunidade de estudar aspectos importantes, cujos itens são apresentados a seguir: Definimos treliça e apontamos sua utilidade em Engenharia, mostrando algumas estruturas que a empregam. Mostramos como calcular as reações internas nos elementos retos da treliça. Apresentamos o método dos nós para a determinação das reações externas e internas. Apresentamos o método das barras como alternativa para a determinação de reações num elemento em particular. rESUmO DO TÓpICO 3 UNIDADE 3TÓPICO 3160 M E C Â N I C A Para reforçar seu aprendizado, resolva as questões a seguir: 1 Usando a estrutura mostrada na figura 117, do exemplo 6, que é composta por barras biarticuladas de pesos desprezíveis, sendo A e B são duas articulações externas. Determine todos os esforços atuantes nas barras, sabendo que Q = 30 N. 2 Sabendo que P = 30 N, a = 1m e b = 3m, determinar o esforço atuante na barra HJ da figura 126, do exemplo 7. 3 Para a estrutura ilustrada, determine as reações no rolete “A” e no engaste “H”. 4 Determine a força em cada elemento da treliça e indique se os elementos estão mesmo sob tração ou compressão. Considere que P1 = 500lb e P2 = 100lb. FONTE: Autora FONTE: Disponível em: <http://www.professores.uff.br/salete/mec/ CAPVI1.PDF>. Acesso em: 26 jan. 2011. AUT OAT IVID ADE � FIGURA 128 – ELEMENTOS DA TRELIÇA PARA ATIVIDADE FIGURA 129 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3 TÓPICO 3 161 M E C Â N I C A 5 Determine a força em cada elemento da treliça e indique se os elementos estão mesmo sob tração ou compressão. Considere que P1 = P2 = 4kN. 6 Determine as forças nos elementos BC, HC e HG para a treliça da ponte e indique se eles estão sob tração. FONTE: Disponível em: <http://www.professores.uff.br/salete/mec/CAPVI1. PDF>. Acesso em: 26 jan. 2011. FONTE: Disponível em: <http://www.professores.uff.br/salete/mec/CAPVI1.PDF>. Acesso em: 26 jan. 2011. FIGURA 130 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO FIGURA 131 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3TÓPICO 3162 M E C Â N I C A M E C Â N I C A vIgAS E CAbOS 1 INTrODUÇÃO TÓpICO 4 UNIDADE 3 Denominamos viga um elemento estrutural que pode sustentar cargas aplicadas em vários pontos de sua extensão. Geralmente, as cargas aplicadas são perpendiculares ao eixo da viga, causando somente cisalhamento e flexão. A figura a seguir mostra a colocação de vigas num viaduto. FONTE: Disponível em: <http://www.manaus.am.gov.br/secretarias/semosbh/galeria-1/ Colocacoes-de-Vigas---Viaduto-da-Recife---nov-2007.jpg/view>. Acesso em: 15 ago. 2008. O projeto de qualquer elemento estrutural ou mecânico requer uma investigação das cargas que atuam em seu interior para garantir que o material utilizado resista ao carregamento. Os efeitos internos podem ser determinados pelo uso do método das barras. (HIBBELER, 2005). FIGURA 132 – COLOCAÇÃO DE VIGAS EM VIADUTO UNIDADE 3TÓPICO 4164 M E C Â N I C A FIGURA 133 – VIGA SUBMETIDA ÀS CARGAS CONCENTRADAS P2 , P3 E P5 , E AS CARGAS DISTRIBUÍDAS P1 E P4 Determinamos, a partir da viga inteira, as reações YA e YB. Cortando a viga em dois pedaços, a partir do ponto C, calculamos as reações internas. Tomando o pedaço AC determinamos o esforço cortante Ec1 em C, usando a condição Fy = 0 e o momento fletor a condição . Exemplo 1 – Uma barra é fixada em uma de suas extremidades e é carregada como mostra a figura a seguir. Determine as forças normais internas nos pontos B e C. 2 ESFOrÇO COrTANTE E mOmENTO FLETOr Em UmA vIgA As cargas concentradas sobre as vigas são expressas em N (Newton) e as cargas distribuídas sobre as vigas são expressas em N/m (Newton/metro). Na figura a seguir, a viga AB possui três cargas concentradas: P2 , P3 e P5 , e duas cargas distribuídas P1 e P4 . Queremos determinar o esforço cortante e o momento fletor num ponto qualquer, como, por exemplo, o ponto C. FONTE: Autora UNIDADE 3 TÓPICO 4 165 M E C Â N I C A FONTE: A autora Solução: Apenas uma força normal AY atua no apoio fixo, uma vez que as cargas são aplicadas simetricamente ao longo do eixo da barra (AX = 0, MA = 0). FONTE: A autora As forças internas em B e C são obtidas utilizando os diagramas de corpolivre da barra secionada, conforme figura anterior. Nenhuma força de cisalhamento ou momento atuará nessas seções, por não serem necessários para a condição de equilíbrio. Foram escolhidos os segmentos AB e DC porque eles contêm menor quantidade de forças. Segmento AB FIGURA 134 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO FIGURA 135 – IMAGEM PARA O EXERCÍCIO UNIDADE 3TÓPICO 4166 M E C Â N I C A Segmento DC 3 CAbOS Os cabos são muito utilizados, na Engenharia, em pontes, linhas de transmissão, teleféricos etc. Existem duas categorias para os cabos, dependendo das cargas que sustentam. Observe os cabos na figura a seguir. FONTE: Disponível em: <http://www.vias3d.net/ web/?ver=Articulos&id=15>. Acesso em: 15 ago. 2008. 3.1 CABOS COM CARGAS CONCENTRADAS Vamos considerar um cabo de peso desprezível submetido a três pesos, como é ilustrado na figura a seguir. As reações internas podem ser reduzidas a uma força de tração na direção ao longo do cabo. As reações nos apoios A e B, juntamente com as três cargas, estão representadas na mesma figura. FIGURA 136 – CABOS UNIDADE 3 TÓPICO 4 167 M E C Â N I C A FONTE: Autora Temos três equações de equilíbrio e quatro incógnitas. Portanto, o sistema permanece indeterminado, a menos que obtivermos uma equação adicional. Para tanto, vamos considerar o equilíbrio numa parte do cabo. Conhecendo as coordenadas de um ponto sobre o cabo entre os dois primeiros pesos, figura a seguir, traçamos o diagrama de corpo livre e escrevemos as condições de equilíbrio sobre esse segmento do cabo. FONTE: Autora Depois de determinar XA e YA, podemos encontrar a distância y de A até cada ponto do cabo. 3.2 CABOS COM CARGAS DISTRIBUÍDAS Quando um cabo sustenta uma carga distribuída, ele toma a forma de uma curva como o da figura a seguir, e a força interna em cada ponto é uma força de tração direcionada ao longo da tangente dessa curva. FIGURA 137 – CABO SUSTENTANDO 3 CARGAS FIGURA 138 – DIAGRAMA DE CORPO LIVRE DO SEGMENTO AO UNIDADE 3TÓPICO 4168 M E C Â N I C A FONTE: Autora Traçando um diagrama de corpo livre da parte do cabo, desde o ponto mais baixo O até um outro ponto qualquer Q, temos as forças T0 no ponto mais baixo, T no ponto qualquer e P para o peso distribuído na parte do cabo considerado. Do triângulo retângulo formado por essas forças: O resultado acima mostra que a componente horizontal da força de tração é a mesma em qualquer ponto e a componente vertical é igual à carga medida a partir do ponto mais baixo. FIGURA 139 – CARGA DISTRIBUÍDA NUM CABO UNIDADE 3 TÓPICO 4 169 M E C Â N I C A Neste tópico, você teve oportunidade de estudar os seguintes conteúdos de mecânica: Vimos a utilização de cabos e vigas na Engenharia. Mostramos o conceito de esforço cortante e momento fletor numa viga. Estudamos cabos submetidos a cargas concentradas e cargas distribuídas. rESUmO DO TÓpICO 4 UNIDADE 3TÓPICO 4170 M E C Â N I C A Caro(a) acadêmico(a)! Para fixar o tópico estudado, resolva estas questões a seguir: 1 Encontre o esforço cortante e o momento fletor no ponto C da (Figura a seguir) que segue. FONTE: Autora. 2 O cabo AB (Figura a seguir) sustenta três cargas verticais nos pontos indicados. Se o ponto D está 1,5 m abaixo do apoio esquerdo, determine: (a) A elevação dos pontos C e E. (b) A inclinação máxima e a tração máxima no cabo. FONTE: Autora AUT OAT IVID ADE � FIGURA 140 – VIGA Ab COM DUAS CARGAS CONCENTRADAS FIGURA 141 – CABO COM TRÊS CARGAS CONCENTRADAS M E C Â N I C A TENSÃO E DEFOrmAÇÃO 1 INTrODUÇÃO TÓpICO 5 UNIDADE 3 Se o corpo é submetido a uma carga externa, ocorre uma distribuição de força que mantém cada segmento do corpo em equilíbrio. Tensão é a intensidade dessa força interna que age em cada ponto do corpo. Podemos ilustrar as tensões em cinco tipos principais: tração, compressão, flexão, cisalhamento e torção. Observe na figura a seguir como as forças atuam na barra em cada um desses casos. FONTE: Autora A maior parte dos elementos estruturais ou mecânicos são finos e compridos, com cargas frequentemente aplicadas nas suas extremidades, podendo se tratar de uma tração ou uma compressão. Vamos considerar que A é a área da seção transversal de uma barra, como o da figura a seguir, e N a intensidade da força interna, sendo ambas constantes ao longo do eixo longitudinal da barra. Então, a tensão normal também é constante ao longo da barra e é dada pela expressão: . 2 TENSÃO NOrmAL FIGURA 142 – TIPOS DE SOLICITAÇÕES UNIDADE 3TÓPICO 5172 M E C Â N I C A Para diferenciar entre uma compressão ou uma tração, convencionamos que N é positivo se provoca uma tração e negativo se provoca uma compressão. A unidade da tensão no sistema internacional é o Newtons por metro quadrado (N/m2). Essa unidade é denominada Pascal (Pa), podendo ser acrescida dos prefixos k (kilo = 103), M (mega = 106) e G (giga = 109). FONTE: Autora Exemplo 1 – A luminária de 70 kg é suportada por duas hastes AB e BC como mostra a figura a seguir. Se AB tem diâmetro de 9 mm e BC tem diâmetro de 7 mm, determine a tensão normal média em cada haste. FONTE: Autora Solução: Fazendo um diagrama de corpo livre como o da figura a seguir, explicitamos as forças nas direções dos dois eixos coordenados x e y. FONTE: Autora FIGURA 143 – TRAÇÃO E COMPRESSÃO FIGURA 144 – LUMINÁRIA FIGURA 145 – DIAGRAMA DE CORPO LIVRE UNIDADE 3 TÓPICO 5 173 M E C Â N I C A E aplicando as equações de equilíbrio para cada uma dessas direções, encontramos: Sabendo que a massa da luminária é de 70 kg, e que a aceleração da gravidade é g = 9,8m / s2, podemos calcular o seu peso: Substituindo P na equação de equilíbrio para y e resolvendo ambas: A tensão normal média em cada haste passa a ser então , sendo a área circular da seção transversal igual a , em que r é o raio que pode ser determinado dividindo-se o diâmetro por 2. Temos, UNIDADE 3TÓPICO 5174 M E C Â N I C A 3 TENSÃO DE CISALHAmENTO A tensão de cisalhamento é paralela ao plano da seção transversal e se caracteriza por uma tendência de corte. Ao cortar um tecido, fatiar um pedaço de queijo ou aparar um pedaço de papel com uma guilhotina, você está praticando um cisalhamento. Durante o corte, as partes se movimentam paralelamente, por escorregamento, uma sobre a outra, separando-se. Todo material possui certa resistência a esse cisalhamento. É possível determinar a tensão de cisalhamento dos corpos sujeitos aos esforços cortantes de duas maneiras diferentes, fazendo um ensaio de cisalhamento ou utilizando o valor de resistência à tração do material. FONTE: Disponível em: <http://www.lrm.ufjf.br/pdf/07cisalhamento. pdf> . Acesso em: 18 Ago. 2008. O ensaio de cisalhamento para pinos, rebites e parafusos é feito da seguinte maneira: utiliza-se um dispositivo como o representado pela figura anterior. Nele, o corpo de prova é inserido entre as duas partes móveis e, então, é submetido a uma força de tração ou compressão perpendicular ao seu eixo axial. Observe a região do corpo que é afetada pelo cisalhamento. A força aplicada é aumentada lentamente até que ocorra a ruptura do corpo de prova. Podem-se também ensaiar as soldas substituindo o corpo de prova por junções soldadas. No caso de ensaios de cisalhamento de chapas, o dispositivo utilizado é semelhante ao apresentado na figura a seguir, em que se determina apenas o valor da força que provoca a ruptura da seção transversal do corpo de prova. FIGURA 146 – DISPOSITIVO UTILIZADO PARA ENSAIO DE CISALHAMENTO UNIDADE 3 TÓPICO 5 175 M E C Â N I C A FONTE: Disponível em: <http://www.lrm.ufjf.br/pdf/07cisalhamento.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2008. Para o cálculo da tensão de cisalhamento , precisamos determinar a relação entre a força cortante F pela área A do corpo: . Exemplo 2 – O desenho da figura a seguir mostra um rebite de 20 mm de diâmetro que será usado para unir duaschapas de aço, devendo suportar um esforço cortante de 29400 N. Qual será a tensão de cisalhamento sobre a área da seção transversal do rebite? FONTE: Disponível em: <http://www.lrm.ufjf.br/pdf/07cisalhamento.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2008. Solução: A área da seção transversal é dada pela expressão , em que r é o raio que pode ser determinado dividindo-se o diâmetro por 2. Utilizando a definição de tensão de cisalhamento encontramos que: FIGURA 147 – DISPOSITIVO UTILIZADO PARA ENSAIO DE CISALHAMENTO FIGURA 148 – REBITE UNINDO DUAS CHAPAS DE AÇO UNIDADE 3TÓPICO 5176 M E C Â N I C A 4 TENSÃO ADmISSÍvEL Quando o engenheiro executa um projeto com elementos estruturais ou mecânicos, precisa restringir a tensão do material a um nível seguro. A tensão admissível é uma característica do material utilizado e indica até quanto o material suporta a tensão antes de se romper. É necessário escolher uma tensão admissível para a carga aplicada menor do que a carga que o elemento pode suportar para garantir a segurança, pois podem ocorrer cargas acidentais, impactos ou vibrações desconhecidas, além dos possíveis desgastes provocados pela corrosão. O fator de segurança FS dá a relação entre a carga de ruptura Frup e a carga admissível Fadm. FONTE: HIBBELER (2006, p. 35). Quando se projetam guindastes, como o da figura anterior, feitos para movimentar cargas pesadas, é preciso considerar fatores de segurança adequados. O fator de segurança é sempre maior do que 1. É possível utilizar-se valores próximos de 1, quando é importante reduzir-se o peso ao máximo. Porém, em usinas nucleares, em que há incerteza nas cargas e no comportamento do material, o fator de segurança alcança valores próximos a 3. Exemplo 3 – Uma carga axial no eixo mostrado na figura a seguir é resistida pelo colar em C, que está preso ao eixo e localizado à direita do mancal em B. Determine o maior valor de P para as duas forças axiais em E e F, de modo que a tensão no colar não exceda uma tensão de apoio admissível em C de e que a tensão normal média no eixo não FIGURA 149 – GUINDASTE UNIDADE 3 TÓPICO 5 177 M E C Â N I C A exceda um esforço de tração admissível de . FONTE: HIBBELER (2006, p. 42). Solução: Vamos encontrar primeiro a tensão normal máxima que ocorre na região EC, pois, observando a figura a seguir, podemos perceber que a carga axial no interior da região FE é de 2P, e a maior carga ocorre no interior da região EC. Assim: FONTE: HIBBELER (2006, p. 42). Agora, vamos calcular a tensão de apoio no colar. Observe a figura a seguir. O colar deve resistir a uma carga de 3P, que atua na área de apoio de Então: FONTE: HIBBELER (2006 p. 43). Portanto, a maior carga que pode ser aplicada no eixo é de P = 51,8kN. FIGURA 150 – EIXO FIGURA 151 – DISTRIBUIÇÃO DA CARGA AXIAL FIGURA 152 – DISTRIBUIÇÃO DA CARGA NO APOIO UNIDADE 3TÓPICO 5178 M E C Â N I C A 5 DEFOrmAÇÃO Quando um corpo é submetido a uma força, tende a mudar de tamanho e forma. Isso origina o que chamamos de deformação. Esta deformação pode se apresentar visível aos nossos olhos ou ser imperceptível. Podemos medir as deformações através de experiências e aplicar os valores às cargas e tensões que vão atuar no interior do corpo. 5.1 DEFORMAÇÃO NORMAL É a deformação que produz um alongamento ou contração de um segmento de reta por unidade de comprimento. Considere os pontos A e B sobre a reta pontilhada que representa o eixo na figura 153 (a). O segmento ∆S, é o comprimento da reta AB. Quando o corpo sofre a deformação, esses pontos são deslocados para as posições A´e B´, figura 153 (b) em que a reta se transforma numa curva de comprimento ∆S´. A deformação normal média ε é dada pela expressão: . FONTE: Autora Quando a deformação normal é conhecida, podemos obter o comprimento final aproximado na direção do eixo depois da deformação. Assim, SS ∆+≈∆ )1(´ ε . Observe que, se for positivo à reta, alonga-se e se for negativo, contrai-se. A deformação é uma grandeza adimensional, pois se trata de uma relação entre comprimentos. Exemplo 4 – Uma haste delgada como a da figura a seguir está submetida a um aumento FIGURA 153 – DEFORMAÇÃO UNIDADE 3 TÓPICO 5 179 M E C Â N I C A de temperatura, o que cria uma deformação normal na haste de . O z é dado em metros. Determinar : (a) o deslocamento da extremidade B da haste devido ao aumento de temperatura e (b) a deformação normal média da haste. FONTE: Autora Solução: (a) Como a deformação normal é dada para cada ponto ao longo da haste, um segmento diferencial dy, localizado na posição y, tem comprimento deformado determinado por O deslocamento é, portanto . (b) A deformação média é . FIGURA 154 – HASTE UNIDADE 3TÓPICO 5180 M E C Â N I C A Neste tópico, você teve oportunidade de estudar os seguintes conteúdos: Observamos que os corpos podem se deformar quando submetidos à tensão. Vimos que a tensão é uma força interna que se distribui no corpo para mantê-lo em equilíbrio quando submetido a uma carga. Calculamos a tensão normal e definimos tensão de cisalhamento. Mostramos como calcular a tensão admissível. Estudamos a deformação e vimos que ela tem por efeito causar uma mudança no tamanho do corpo. rESUmO DO TÓpICO 5 UNIDADE 3 TÓPICO 5 181 M E C Â N I C A Chegando ao final de mais um tópico, caro(a) acadêmico(a), para melhor fixação do conteúdo, resolva as questões a seguir: 1 A luminária da figura a seguir tem 50 kg e é suportada pelas hastes AB e CB, com diâmetros de 8 mm e 10 mm, respectivamente. Calcule o valor da tensão normal média em cada haste e determine qual das duas hastes está sujeita à maior tensão. FONTE: Autora 2 O tirante está apoiado em sua extremidade por um disco circular fixo como mostrado na figura a seguir. Se a haste passa por um furo de 40mm de diâmetro, determinar o diâmetro mínimo requerido da haste e a espessura mínima do disco, necessários para suportar uma carga de 20kN. A tensão normal admissível da haste é , e a tensão de cisalhamento admissível do disco é . FONTE: Disponível em: <http://meusite.mackenzie.com.br/ alex_bandeira/ResmatI/Aula03.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2008. AUT OAT IVID ADE � FIGURA 155 – LUMINÁRIA FIGURA 156 – TIRANTE UNIDADE 3TÓPICO 5182 M E C Â N I C A AVAL IAÇÃ O Prezado(a) acadêmico(a), agora que chegamos ao final da Unidade 3, você deverá fazer a Avaliação. 183 M E C Â N I C A rEFErÊNCIAS BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON JR, E. Russell; CLAUSEN, William E. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. São Paulo: McGraw Hill. 2006. BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON JR, E. Russell; CLAUSEN, William E. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Dinâmica. 7º ed. São Paulo: McGraw Hill. 2006. BEER, Ferdinand Pierre. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. São Paulo: Makron Books, 1994. HIBBELER, R. C. Estática: Mecânica para engenheiros. 10º ed. São Paulo: Person Education do Brasil, 2005. MERIAM, J. L.; KRAIGE, L. G. Engineering Mechanics. volume I: Statics e volume II: Dynamics, New York: John Willey & Sons, 1998. MERIAN, J. L.; KRAIGE, L. g. mecânica: Estática. 5º ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. PUCRS. Disponível em: <http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/regina/mecanica_dos_ solidos_apostila_2007_2.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2011. SCRIBD. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/31637938/Mecanica-vetorial-para- engenheiros-Estatica-Beer>. Acesso em: 26 jan. 2011. SC.EHU. Disponível em: <www.sc.ehu.es/sbweb/fisica>. Acesso em: 26 jan. 2011. SOFISICA. Disponível em: <http://www.sofisica.com.br/conteudos/exercicios/mhs.php>. Acesso em: 26 jan. 2011. UFS. 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