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Resumo - Fisiologia do Ciclo cardíaco

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Ciclo cardíaco
Consiste no período de relaxamento, chamado diástole, durante o qual o coração se enche de sangue, seguido pelo período de contração, chamado sístole. O tempo de sístole (30-40%) costuma ser menor que o de diástole (60-70%), mas essa proporção pode ser alterada, como ao aumentar a frequência cardíaca (coração fica mais tempo em contração por estímulo simpático e não permanece relaxado tempo suficiente para permitir o enchimento completo das câmaras cardíacas antes da próxima contração). Cada ciclo se inicia de modo que há: 
1) Geração espontânea de um potencial de ação no nodo sinoatrial.
2) O potencial de ação se difunde para os átrios.
3) O PA se difunde para os ventrículos por meio do feixe atrioventricular ou feixe de His.
4) Ventrículos se contraem e ejetam sangue para circulação sistêmica e pulmonar. 
Depois, têm-se alguns eventos que ocorrem após esse ciclo, como alteração de volume sanguíneo, de pressão nos vasos, entre outros. 
1º fase ou de sístole atrial: o primeiro volume que chega ao ventrículo (100-120 ml) precede a contração atrial, no momento que não existe uma pressão significativa gerada nas câmaras ventriculares (0-7 mmHg). O preenchimento por completo da câmara ventricular, promovido pela contração atrial (20% adicionais ao retorno venoso), promove o aumento da pressão ventricular (5-7 mmHg). Essa fase está relacionada com o aumento da pressão no átrio, ocorrendo o fechamento da valva atrioventricular no momento em que a pressão no átrio e no ventrículo se iguala, impedindo o retorno do sangue na próxima fase. 
2º fase ou de contração ventricular isovolumétrica: curto período imediatamente após o início da contração ventricular em que se eleva a pressão ventricular, mas não se altera o volume ventricular (contração ventricular isovolumétrica), já que as valvas semilunares ainda estão fechadas e impedem a ejeção do sangue da câmara ventricular. Isso ocorre, pois nessa fase o ventrículo se contrai, a tensão aumenta no músculo cardíaco, mas ocorre pouco ou nenhum encurtamento das fibras musculares. Esse perfil de contração se mantém até aproximadamente uma pressão de 80 mmHg (pressão mínima na árvore arterial na diástole). Aumenta-se também o aumento da pressão no átrio, já que ocorre o abaulamento das valvas em decorrência do aumento da pressão ventricular. 
3º fase ou fase de ejeção: a partir do aumento desses níveis pressóricos, ocorre a abertura das valvas semilunares, de modo que ocorre a ejeção do sangue pelas câmaras ventriculares para a artéria aorta e o tronco pulmonar. Isso culmina na diminuição do volume ventricular. Essa fase é dividida em três períodos, sendo que o primeiro é de ejeção rápida (70% do volume total ejetado) e os dois últimos de ejeção lenta (30% do volume total ejetado). Nesse momento a pressão no interior da aorta aumenta para cerca de 120 mmHg. 
Volume sistólico ou fração de ejeção (COLOCAR EM PORCENTAGEM) é o volume de sangue ejetado em cada sístole cardíaca, sendo geralmente de cerca de 70 ml. Cerca de 50 ml, que é o volume sistólico final, permanece na câmara ventricular. Esses volumes podem ser alterados pelo sistema simpático, por ter uma contração mais efetiva o volume sistólico final diminui e o volume sistólico aumenta. Se não se tem uma fração de ejeção adequada (pelo menos 55% do sangue ejetado), denota-se uma sobrecarga na bomba cardíaca ou uma insuficiência cardíaca. 
Pós-carga é a pressão que precisa ser gerada para que ocorra a ejeção do sangue (vencer a pressão contrária à ejeção). Alguns fatores aumentam a pós-carga, como o aumento da pressão arterial ou da pressão diastólica. A pós-carga do ventrículo é a pressão na aorta à saída do ventrículo, isso que corresponde à pressão sistólica. 
Por isso a pressão diastólica elevada ou muito próxima da sistólica traz mais danos que uma pressão sistólica alta. Tem-se relação com frequência cardíaca (sobrecarga), já que se a pressão diastólica for maior, precisa-se ter uma sobrecarga cardíaca extensa para conseguir vencer a pós-carga e ejetar o sangue. A sobrecarga pode acontecer por aumento da resistência periférica, de modo que o sangue no momento da diástole escoa com mais dificuldade, aumentando a pressão diastólica. Além disso, se aumenta frequência cardíaca o tempo de diástole será menor, sendo que, associado ao aumento da resistência periférica, a pressão diastólica irá aumentar para ‘compensar’ o menor tempo de diástole. 
 
Pré-carga é a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio (final da diástole, cerca de 7 mmHg). Aumenta-se a pré-carga ao aumentar o retorno venoso, já que mais sangue chegará até as câmaras cardíacas, aumentando a pressão no final da diástole. 
Algumas patologias promovem uma alteração nessas duas pressões (pré e pós-carga), como no início de uma hipertensão, de modo que se aumenta a pré-carga e, consequentemente, por um aumento na resistência aumenta-se a pós-carga.
4º fase ou período de relaxamento ventricular isovolumétrico: ocorre uma diminuição repentina da pressão ventricular sem uma alteração do volume, pois as valvas atrioventriculares ainda estão fechadas. 
5º fase ou de afluxo rápido: o retorno venoso continua acontecendo, de modo que a pressão nos átrios se eleva e permite a abertura das valvas atrioventriculares. Assim, o volume ventricular se altera rapidamente, preenchendo quase completamente o ventrículo (70% do volume de sangue ventricular). Os outros 30% são compostos pela bomba de escova atrial (sístole atrial). É a porção do sangue que chega ao átrio ao final da sístole ventricular.
6º fase ou escoamento: nem o volume nem a pressão se alteram de forma significativa nessa fase. Depois disso ocorre outra sístole atrial, terminando o preenchimento da câmara ventricular. 
As valvas A-V (tricúspide e mitral) evitam o refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole, e as valvas semilunares (aórtica e da artéria pulmonar) impedem o refluxo da aorta e das artérias pulmonares para os ventrículos durante a diástole. Elas se fecham quando a pressão retrógrada força o sangue de volta, e se abrem quando a pressão para diante leva o sangue à frente.
Os músculos papilares, ligados às válvulas pelas cordas tendíneas, puxam as extremidades das valvas em direção aos ventrículos para evitar que as valvas sejam muito abauladas para trás, em direção aos átrios, durante a contração ventricular.
Ponto de Krotiko ou de reflexão: mostra o fechamento da valva aórtica, causando um leve aumento de pressão no interior da aorta. 
Traçado do eletrocardiograma no ciclo cardíaco
Onda P: é causada pela despolarização/contração atrial.
Complexo QRS: o início desse complexo precede a contração isovolumétrica. Representa a despolarização ventricular elétrica, que inicia sua contração e faz a pressão ventricular aumentar. 
Onda T: relaxamento/repolarização ventricular. Surge pouco antes do final da contração ventricular. 
Traçado do fonocardiograma no ciclo cardíaco
1º bulha cardíaca: fechamento da valva atrioventricular. Relação com a fase sistólica. Sopros nessa fase podem estar relacionados ao mau funcionamento das valvas atrioventriculares no momento da sístole. 
2º bulha cardíaca: fechamento da valva aórtica (semilunares). Relacionadas com a fase diastólica
3º bulha cardíaca: de difícil ausculta. É o sangue que chega e bate nas paredes dos ventrículos no momento de abertura das valvas atrioventriculares.
	
	Pressão aorta
	Pressão atrial
	Pressão ventricular
	Volume ventricular
	Sístole atrial
	Não altera
	+
	+
	+
	Contração ventricular isovolumétrica
	Não altera
	+
	+
	Não altera
	Ejeção
	+
	--
	+
	--
	Relaxamento isovolumétrico
	Não altera
	+
	--
	Não altera
	Afluxo rápido
	--
	+
	Não altera
	+
	Escoamento
	--
	Não altera
	Não altera
	Não altera
Diagrama do trabalho cardíaco
Período A-B/período de enchimento: pressão é mantida e volume é cada vez maior. Nessa fase o sangue flui diretamente para o interior do ventrículo. 
Fase B: contração atrial esquerda, que como bombade escova irá encher de 20-30% restantes que não foram preenchidos pelo retorno venoso. 
Face B-C/contração isovolumétrica: a pressão na câmara ventricular aumenta até um determinado ponto, sem alterar o volume, pois não houve a abertura da valva semilunar aórtica. 
Fase C-D/período de ejeção: quando atinge a pressão (80mmHg), tem a abertura da valva aórtica, caracterizando o período de esvaziamento em que o sangue é ejetado. 
Período D-A/fase de relaxamento isovolumétrico: queda da pressão ventricular sem alteração de volume. 
A área representada no gráfico esquematiza todo o trabalho ventricular durante o ciclo cardíaco. 
Durante a sístole, o fluxo sanguíneo coronariano decresce muito. Desse modo, se aumenta a freqüência cardíaca for aumentada, aumenta-se a freqüência sistólica, diminuindo o aporte coronário ao músculo cardíaco com atividade aumentada. Desse modo, a sobrecarga pode levar a complicações, como o infarto do miocárdio. Assim, salienta-se a importância do controle da freqüência cardíaca e da manutenção de um bom tempo diastólico. 
Mecanismo de Frank-Starling: o coração é capaz de bombear todo o volume de sangue que nele chegue, dentro de limites fisiológicos. Desse modo, o aumento do retorno venoso promove o aumento do débito cardíaco. O aumento desse retorno venoso promove um estiramento das miofibrilas, que também pode despolarizar o nodo sinoatrial. O limite para que esse mecanismo trabalhe de forma satisfatória é o limite de interação entre as miofibrilas. Se elas perderem a interação, perdem a potência de contração, diminuindo volume sistólico.

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