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Resumo - Antibacterianos - Betalactâmicos, vancomicina, tetraciclinas, macrolídeos, clindamicina e sulfonamidas - profa Danielle

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Farmacologia dos 
antibacterianos 
Os antimicrobianos podem ser utilizados no tratamento e na 
prevenção de doenças infecciosas, tendo como classes 
antibacterianos, antifúngicos, antivirais e antiparasitários. De 
modo geral, o fármaco se liga em receptores essenciais para 
processos bioquímicos e fisiológicos de sobrevivência dos 
micróbios. Eles devem manifestar toxicidade seletiva para os 
patógenos, sem influenciar nas células do hospedeiro. 
Esses fármacos podem ser classificados conforme o seu alvo 
farmacêutico, como por ação na estrutura da parede celular, 
no metabolismo do folato, na síntese de proteínas, em 
enzimas para produção de estruturas do DNA ou do RNA, 
entre outros. 
 
O antibacteriano será administrado e submetido aos 
processos farmacocinéticos de absorção, distribuição, 
metabolismo e excreção. Para que seja eficaz ele precisa 
atingir o local da infecção em uma concentração superior à 
concentração inibitória mínima do patógeno. Assim, o 
resultado da ação do fármaco pode ser bacteriostático que 
inibe o crescimento ou bactericida que promove a morte dos 
microrganismos. 
De modo geral, esse fármaco pode ser utilizado como 
profilático, preventivo, empírico, definitivo ou supressor, 
tendo como objetivos principais a redução da 
morbimortalidade e a promoção de uma melhora clínica. 
 
Um tratamento profilático trata pacientes sem a infecção ou 
a doença, com intuito de impedir a contaminação ou o 
desenvolvimento de complicações em indivíduos já 
infectados. O tratamento preventivo é aquele dirigido a 
pacientes de alto risco que já tenham indícios laboratoriais, 
devendo ser administrado antes do desenvolvimento de 
sinais e sintomas, devendo ter duração curta e pré-definida. 
A terapia antibacteriana empírica é iniciada antes do 
conhecimento do patógeno específico ou de sua 
sensibilidade ao fármaco, sendo baseada na experiência do 
prescritor. Ela deve ser iniciada em casos de infecção for 
grave, dificuldade de obtenção de diagnóstico clínico 
confiável ou ineficiência de testes de eficácia microbiológica. 
Antes do início da terapia empírica deve-se ponderar se há 
consequências em não tratar o paciente, como riscos de 
morbidade ou mortalidade, além de potenciais agravos para 
a saúde pública. Se a decisão for de empregar a terapia, o 
antimicrobiano deve ser escolhido com base na listagem de 
possíveis patógenos causadores da infecção e em sinais 
clínicos mesmo sem indícios microbiológicos. 
Além disso, para escolha do antimicrobiano devem ser 
considerados fatores do microrganismo, do paciente e do 
fármaco, a fim de escolher aquele medicamento com mais 
sensibilidade e menos efeitos colaterais. 
Fatores para escolha do antibacteriano 
Fatores do paciente Comorbidades 
Prejuízo de função hepática ou 
renal 
Sinais e sintomas 
Gravidez 
Lactação 
Fatores do fármaco Custo 
Toxicidade 
Resistência 
Penetração tecidual 
Fatores do patógeno Características do micróbio 
MIC 
MBC 
Depois do conhecimento do patógeno a terapia empírica 
pode ser mantida, interrompida ou substituída por um 
fármaco mais eficaz, com base em testes de sensibilidade da 
bactéria por determinação da concentração inibitória mínima 
(MIC) ou pela concentração bactericida mínima (MBC). 
Assim, o tratamento definitivo é direcionado para um 
patógeno pré-determinado, devendo ter baixa toxicidade, 
evitar resistência e acelerar a atividade microbicida para ter 
um tratamento com a menor duração possível. 
A MIC é a concentração mínima do fármaco para que ele 
tenha efeito bacteriostático e impeça a proliferação de 
determinada cepa bacteriana. Ela pode ser determinada por 
teste de diluição em meio líquido de cultura ou teste de 
diluição em placas de ágar, mas o resultado geralmente é 
obtido com utilização do teste de difusão em ágar (Kirby-
Bauer). Durante esse teste a bactéria é inoculada em uma 
placa de ágar e são introduzidos ‘discos’ de antibióticos que 
se difundem e formam um halo de inibição, determinando a 
sensibilidade ou a resistência da bactéria ao fármaco. 
A MIC é a mínima concentração de antibacteriano que im-
pede a transformação de uma suspensão límpida com 105 
UFC/mL em turva, sendo importante para mensurar a po-
tência do antibacteriano. As drogas bactericidas terão 
MIC=MBC ou MBC até quatro vezes maior que a MIC, 
enquanto que as bacteriostáticas possuem MBC várias vezes 
maiores do que a MIC. Isso ocorre pelo fato de que, para que 
um fármaco bacteriostático ser bactericida ele precisa estar 
em uma concentração muito alta. 
 
O tratamento supressor é aquele mantido com doses mais 
baixas após o controle da doença inicial, tendo um objetivo 
de profilaxia secundária para evitar reinfecção e 
complicações. 
O desenvolvimento de mecanismos de resistência dos 
patógenos aos antimicrobianos pode acontecer como 
consequência de inúmeros fatores. As bactérias gram 
negativas possuem uma membrana externa que impede a 
entrada de moléculas polares grandes – as pequenas entram 
por aquaporinas. Assim, algumas mutações ou a inexistência 
desses canais pode impedir a penetrância do antibacteriano 
e promover uma resistência secundária ao acesso reduzido 
do fármaco ao patógeno. 
Além disso, os microrganismos podem expressar 
quantidades aumentadas de bombas de efluxo, essas que 
expulsam os antibióticos as quais seriam sensíveis 
normalmente. As bactérias também podem inativar os 
fármacos para gerar resistência, como por produzirem 
enzimas modificadoras dos aminoglicosídeos ou 
da betalactamases. 
A resistência também pode ser proporcionada pela formação 
de biofilmes, onde as bactérias se tornam menos ativas e 
menos vulneráveis aos antibióticos. Além disso, esse 
complexo de várias colônias protege os patógenos da 
fagocitose. 
Alguns microrganismos, além de criarem resistência ao 
antibiótico, podem também depender dele para sua 
proliferação, como enterococos resistentes à vancomicina. 
De modo geral, as mutações não são causadas pelo próprio 
antimicrobiano, mas são eventos aleatórios que conferem a 
possibilidade de sobrevivência mesmo com a presença do 
fármaco. 
Quando uma dose do fármaco é administrada, ele será 
absorvido e atingirá a circulação em uma circulação 
plasmática, idealmente, não tóxica. O antibacteriano será 
transportado em direção ao local de ação tecidual, onde ele 
deve atingir uma concentração eficaz para produzir um efeito 
microbiológico – bactericida ou bacteriostático. De modo 
geral, para que o fármaco seja sensível, a MIC deve ser 
inferior à concentração do antimicrobiano. 
Em uma curva concentração X tempo de um antibacteriano 
tem-se uma elevação crescente após a administração, atin-
gindo um pico máximo de concentração do fármaco no 
sangue, sendo que depois essa curva decresce conforme 
metabolização e excreção pelo organismo. 
A área sob a curva é a quantidade total do fármaco no 
organismo em função do tempo, desde a administração até 
sua excreção, podendo medir sua biodisponibilidade. A partir 
do momento que a 
concentração sérica do 
fármaco é superior à MIC 
tem-se o início do efeito 
microbiológico, até que o 
fármaco seja removido do 
sangue ou tenha 
quantidades muito baixas. 
Em um fármaco administrado uma única vez (24/24h), sua 
concentração ultrapassa a MIC e atinge uma concentração 
máxima, essa que demora um tempo para diminuir conforme 
metabolização. Se esse fármaco for administrado em três 
tomadas diárias (8/8h), a área sob a curva será a mesma, 
mas a concentração máxima será menor. Todavia, o tempo 
total em que o fármaco permanece acima da MIC é maior do 
que se for administrado uma vez por dia. 
Desse modo, a eficácia dos antibacterianos vai depender do 
mecanismo de ação de cada um, de modo que a posologia 
será diferente. Assim, tem-se fármacos: 
Concentração-dependente: 
importa a concentração máxima 
no local da infecção, o que 
justifica o efeito pós antibiótico, 
tendo efeito terapêutico em 
concentrações inferiores à MIC. 
Como exemplos tem-se 
aminoglicosídeos,quinolonas, azitromicina, cetolídeos e 
vancomicina. 
Tempo-dependente: nesse 
caso a eficácia desses fármacos 
é dependente da quantidade 
tempo que sua concentração 
sérica permanece acima da MIC 
– deve exceder cerca de 40 a 
50% do intervalo de dosagem – 
importando a frequência da administração. Como exemplo 
tem-se os beta-lactâmicos, os macrolídeos e a clindamicina. 
Beta-lactâmicos 
Os beta-lactâmicos são subdivididos em quatro subclasses, 
as cefalosporinas, os monobactâmicos, os carbapenêmicos e 
as penicilinas. Elas possuem algumas funções em comum, 
estrutura semelhante e o mesmo mecanismo de ação, 
principalmente pela presença do anel beta-lactâmico. 
O mecanismo de ação dessa classe de fármacos é pautado 
em um efeito bactericida por inibição da biossíntese da 
parede celular, já que eles podem interromper a formação da 
ligação cruzada do peptideoglicano e, consequentemente, 
sua formação. 
A
N
T
IB
A
C
T
E
R
IA
N
O
Bactericida
MIC=MBC ou 
MBC até 4x > MIC 
Bacteriostático MBC >>> MIC
De modo geral, o peptideoglicano é uma molécula produzida 
a partir da polimerização dos constituintes de açúcar, 
processo que culmina na formação de uma ligação que 
confere resistência para a parede celular bacteriana. O ácido 
N-acetilmurâmico tem cinco tipos de aminoácidos ligados a 
ele, sendo que os dois mais distais são moléculas de D-
alanina. A ligação cruzada ocorre quando a ligação entre as 
duas alaninas é quebrada, de modo que a alanina mais distal 
será liberada e a mais proximal se ligará com a glicina de 
outro polímero, formando o peptideoglicano. 
Essa ligação ocorre 
por ação de uma 
transpeptidase, de 
modo que ela 
reconhece e se liga 
às moléculas de D-
alanina, promovendo 
a quebra e liberação 
da molécula mais 
distal. 
O anel beta-lactâmico é um análogo da D-alanina, de modo 
que a enzima se liga a esse anel e fica impedida de promover 
a ligação cruzada do peptideoglicano, fato que culmina na 
morte da bactéria. Para esse efeito seja otimizado faz-se 
necessário que os patógenos estejam em fase de 
crescimento, período em que a parede celular é sintetizada. 
Para ser eficaz, o antibacteriano precisa ter acesso à 
transpeptidase no espaço periplasmático da bactéria, de 
modo que ele precisa entrar na célula. Assim, a entrada do 
fármaco em gram negativas é dificultada pela presença de 
membrana externa, enquanto que as gram positivas 
apresentam apenas uma ampla camada de peptideoglicano. 
Os fármacos hidrofílicos – como amoxicilina e ampicilina – 
podem atravessar a membrana externa com mais facilidade 
pela utilização das aquaporinas. 
As bactérias podem desenvolver formas de resistência contra 
os beta-lactâmicos por alteração das transpeptidases, de 
modo que essas novas enzimas possuem menos afinidade 
pelo fármaco. Além disso, elas podem promover a síntese de 
enzimas betalactamases, essas que degradam o anel beta-
lactâmico. Como exemplo tem-se as carbapenemases, 
cafalosporinases e betalactamases de espectro estendido. 
1) Penicilinas 
As penicilinas foram os primeiros antibióticos modernos 
descobertos, sendo beta-lactâmicos que apresentam um anel 
tiazolidina conectado a um anel beta-lactâmico. 
Mecanismo de ação: é o mesmo dos betalactâmicos, em 
que o fármaco se liga à transpeptidase e impede a formação 
do peptideoglicano que compõe a parede celular bacteriana. 
Farmacocinética: depois da absorção eles se distribuem por 
todo o corpo, alcançando concentrações terapêuticas 
rapidamente nos tecidos e nas secreções. Serão 
rapidamente eliminadas, por filtração glomerular e secreção 
tubular renal. 
Mecanismos de resistência: produção de transpeptidases 
mutadas e com baixa afinidade para o antibiótico, síntese de 
penicilinases que inativam o anel beta-lactâmico, barreiras 
físicas que impedem a entrada ou promovem a saída do 
fármaco das células bacterianas, entre outros. 
Efeitos adversos: podem ocorrer reações de 
hipersensibilidade, geralmente causada pela liberação de 
ácido peniciloico, com risco de anafilaxia, choque anafilático 
e doença do soro. Além disso, podem causar alterações na 
flora do trato gastrointestinal, como náuseas, vômitos, 
diarreia e até um quadro de enterocolite pseudomembranosa 
por uma superinfecção por Clostridium difficile. 
Elas podem ser divididas em três grupos: 
1.1) Penicilinas clássicas 
São fármacos hidrofóbicos e possuem atividade principal 
contra bactérias gram positivas aeróbias com exceção dos 
Staphylococcus, apesar de também terem ação contra alguns 
cocos gram negativos – como a Neisseria – e anaeróbicos 
não produtores de betalactamase. Como exemplos tem-se 
penicilina G benzatina, penicilina G cristalina, penicilina G 
procaína e penicilina V. 
A penicilina G benzatina é administrada via intramuscular e 
possui uma meia vida longa de 14 a 21 dias, de modo que um 
nível sérico baixo por um longo período de tempo, não 
devendo ser usada em patologias agudas que precisem de 
uma ação rápida e uma grande concentração 
medicamentosa. 
Para isso, pode-se utilizar a penicilina G cristalina, que tem 
meia vida de cerca de 4 horas e boa distribuição aos tecidos. 
Além disso, consegue atravessas a barreira 
hematoencefálica e manter uma elevada concentração no 
líquor – podendo tratar neurossífilis. A penicilina G procaína 
é feita por injeções de 12/12h com função de anestésico local 
(vasoconstrição). 
A penicilina V possui meia vida de 60 minutos é mais 
resistente ao ácido, de modo que pode ser administrada por 
via oral, enquanto que a penicilina G deve ser feita via 
parenteral. Possuem poucos efeitos colaterais e podem ser 
indicados para gestantes. 
1.2) Penicilinas antiestafilocócicas ou resistentes às 
penicilinases 
Possuem menor ação sobre os microrganismos sensíveis à 
penicilina G, são resistentes as enzimas betalactamases e 
possuem ação predominante em gram positivos por serem 
hidrofóbicas. Como exemplos de fármacos tem-se meticilina, 
nafcilina, cloxacilina e oxacilina. 
Os fármacos oxacilina e a cloxacilina são mais estáveis em 
meio ácido, podendo ser administrados por via oral ou 
parenteral, tendo meia vida de 30 a 60 minutos. Enquanto 
isso, a nafcilina deve ser feita via parenteral, já que possui 
absorção oral irregular. Podem causar efeitos adversos no 
trato gastrointestinal. Por serem hidrofóbicas podem tratar 
infecções de pele e tecidos moles. 
Por terem espectro de ação curto e muitos efeitos adversos, 
basicamente são utilizadas para infecções estafilocócicas. 
Para tratamento de infecções causadas por Staphylococcus 
resistentes à meticilina ou oxacilina – que produzem 
mutações nas transpeptidases – pode-se usar vancomicina. 
1.3) Penicilinas de espectro ampliado 
Possuem eficácia contra microrganismos gram positivos e 
gram negativos, mas serão sensíveis às betalactamases. 
As aminopenicilinas, como a ampicilina e a amoxicilina, 
possuem maior difusão pelas aquaporinas, tendo espectro 
semelhante às penicilinas clássicas. Podem ser utilizadas 
para tratamento de infecções respiratórias e do trato urinário, 
febre tifoide e prevenção de endocardite. 
A amoxicilina é feita por administração via oral, não possui 
interação com alimentos e não costuma causar diarreia. Em 
contraposição, a ampicilina também pode ser feita via 
parenteral, interage com alimentos e pode causar diarreia. 
As carboxipenicilinas, como carbenicilina e ticarcilina 
possuem meia vida curta de cerca de 1h e são administradas 
por infusão. Apresentam cargas negativas na sua estrutura, 
essas que conferem mais resistência a algumas 
betalactamases. 
A piperacilina tem é uma ureidopenicilina feita por via 
parenteral e possui meia vida de 8h, geralmente associada 
com Tazobactam. Possui estrutura com carga negativa e 
positiva, tendo boa penetração em gram negativas e sendo 
mais potente. Podem ser usadas em pneumonias, infecções 
pós-queimaduras e do trato urinário. 
Existem alguns fármacos que consegue inibir as 
betalactamases, demodo que se pode associar as penicilinas 
sensíveis a essas enzimas a esses inibidores, como a 
utilização de amoxicilina com clavulanato ou ampicilina com 
sulbactam. 
 
2) Cefalosporinas 
É uma classe de beta-lactâmicos bactericidas com meia-vida 
mais curta e com menos efeitos adversos. Possuem amplo 
espectro de ação, cobrindo bactérias gram positivas, gram 
negativas, anaeróbias e aeróbias. 
Mecanismo de ação: é o mesmo dos betalactâmicos, em 
que o fármaco se liga à transpeptidase e impede a formação 
do peptideoglicano que compõe a parede celular bacteriana. 
Farmacocinética: são excretados principalmente pelos rins; 
por isso, suas doses devem ser ajustadas para os pacientes 
com insuficiência renal. Várias cefalosporinas penetram no 
LCS em concentração suficiente para serem úteis no 
tratamento da meningite. As cefalosporinas também 
atravessam a placenta e são encontradas em altas 
concentrações nos líquidos sinovial e pericárdico. 
Mecanismos de resistência: produção de transpeptidases 
mutadas e com baixa afinidade para o antibiótico, síntese de 
cefalosporinases que inativam o anel beta-lactâmico, perda 
das aquaporinas, de modo que impedem a entrada do 
fármaco das células bacterianas. 
Efeitos adversos: reações de hipersensibilidade, reação do 
tipo dissulfiram like e redução da síntese de fatores da 
coagulação dependentes da vitamina K. 
Podem ser classificadas em gerações: 
2.1) Cefalosporinas de 1º geração 
Como exemplos tem-se cefalexina, cefadroxila, cefazolina e 
cefalotina. A cefazolina deve ser administrada por via 
parenteral, enquanto que a cefalexina é feita por via oral. São 
mais ativos contra bactérias gram positivas, como 
Streptococcus e Staphylococcus comunitários. 
Não são eficazes para tratamento de infecções do SNC, já 
que não atravessam a barreira hematoencefálica. Poderão 
ser utilizadas em infecções de pele e tecidos moles e em 
casos de faringite estreptocócica. Irão atingir grandes 
concentrações no líquido amniótico. 
2.2) Cefalosporinas de 2º geração 
Como exemplos tem-se cefuroxima, cefaclor e cefoxetina. 
Possuem uma melhor atividade contra anaeróbios e alguns 
gram negativos, como enterobactérias e H. influenza, mas 
são menos efetivas contra Streptococcus e Staphylococcus. 
Podem tratar infecções intrabdominais e do pé diabético, 
além de serem profiláticos em cirurgias e terem boa 
penetração no SNC. Serão fortes indutoras de 
betalactamases, devendo evitar monoterapia. 
2.3) Cefalosporinas de 3º geração 
Como exemplos tem-se ceftriaxona, cefotaxima e 
ceftazidima. São mais eficazes contra gram negativos e 
algumas betalactamases, tendo boa ação em quadros de 
meningite por ter alta penetração no SNC e agir contra 
patógenos como S. pneumoniae, H. influenzae e N. 
meningitidis. Serão importantes no tratamento de infecções 
graves causadas por Proteus, Klebsiella, Enterobacter, 
Providencia, Serratia e Haemophilus. A ceftriaxona pode ser 
utilizada para gonorreia, meningite meningocócica e doença 
de Lyme. 
2.4) Cefalosporina de 4º geração 
Como exemplo a cefepima, com boa penetração no SNC. 
Possui espectro ampliado para gram negativo e positivo, 
além de ser resistente às betalactamases. Pode ser utilizada 
como tratamento empírico de infecções hospitalares, tendo 
espectro que atinge Streptococcus (sejam sensíveis ou 
resistentes), Staphylococcus aureus, Haemophilus, 
Pseudomonas, Neisseria e enterobactérias (incluindo o grupo 
PESC –Providencia, Proteus, Enterobacter, Serratia e 
Citrobacter). Pode ter convulsões como efeito colateral. 
3) Monobactâmicos 
O único disponível é o Aztreonam, tendo ação contra 
bactérias gram negativas como enterobactérias, P. 
aeruginosa, H. influenza e gonococos, mas não será eficaz 
em bactérias gram positivas e anaeróbios. Pode ser 
administrado de 8/8h via intramuscular ou intravenosa. Sua 
atividade antimicrobiana é mais semelhante à de um 
aminoglicosídeo. Será eficaz em pacientes com alergia a 
penicilina e com infecção gram negativos resistentes. 
4) Carbapenêmicos 
São fármacos beta-lactâmicos que contêm um anel β-
lactâmico acoplado e uma estrutura anular de cinco 
elementos, que difere das penicilinas por ser insaturado e 
conter um átomo de carbono em lugar do átomo de enxofre. 
Essa classe de antibióticos possui espectro de atividade mais 
amplo que a maioria dos outros antibióticos de sua classe, 
mas são ineficazes contra o Staphylococcus aureus 
resistente a meticilina, Legionella e gram negativos com 
carbapenemases. 
O Imipenem não pode ser absorvido por via oral, possui 
meia-vida de aproximadamente 1 hora e é degradado por 
uma enzima no rim, sendo que ele deve ser associado com a 
cilastatina, que impede essa inibição. Pode ser utilizado para 
tratamento empírico de infecções hospitalares graves como 
do trato urinário, ginecológicas, vias respiratórias inferiores, 
pele e tecidos moles. É muito resistente à hidrólise pela 
maioria das betalactamases. Podem causar reações 
adversas como náuseas, vômitos, convulsões e insuficiência 
renal. 
O Ertapenem possui meia-vida sérica mais longa que 
permite uma administração em dose única. Possui espectro 
contra bactérias gram-positivas, Enterobacteriaceae e 
anaeróbios, sendo interessante para tratar infecções intra-
abdominais e pélvicas adquiridas na comunidade. Todavia, 
podem ter atividade inferior contra P. aeruginosa e espécies 
de Acinetobacter. 
O Meropenem é um derivado da tienamicina. Ele não precisa 
ser administrado junto com cilastatina, visto que o fármaco 
não é sensível à dipeptidase renal. Sua equivalência 
terapêutica e toxicidade assemelha-se à do Imipenem, exceto 
pelo fato de que pode ter menos tendência a provocar 
convulsões. 
Mecanismo de ação: é o mesmo dos betalactâmicos, em 
que o fármaco se liga à transpeptidase e impede a formação 
do peptideoglicano que compõe a parede celular bacteriana. 
Mecanismos de resistência: produção de transpeptidases 
mutadas e com baixa afinidade para o antibiótico, síntese de 
betalactamases que inativam o anel beta-lactâmico, barreiras 
físicas que impedem a entrada ou promovem a saída do 
fármaco das células bacterianas, entre outros. 
Vancomicina 
A vancomicina é classificada como um glicopeptídeo, 
embora tenha como mecanismo de ação atuar sobre a 
síntese da parede celular bacteriana. Todavia, diferente dos 
betalactâmicos ela não atua na ligação cruzada, mas na 
etapa de polimerização do peptideoglicano. É um fármaco de 
grande estrutura molecular, de modo que é incapaz de 
penetrar na membrana externa de bactérias gram negativas. 
Mecanismo de ação: na síntese do peptideoglicano faz-se 
necessário sua polimerização com a união dos açucares com 
auxílio das enzimas transglicosilases, essas que serão alvo 
da vancomicina. Esse antibiótico então reconhece e se liga 
as alaninas terminais, de modo que impede a ação das 
transglicosilases, impedindo a adição dos açúcares na 
extremidade de crescimento do peptideoglicano e a síntese 
da parede celular. 
 
Uso clínico: atua contra uma gama de bactérias gram 
positivas, de modo que pode ser utilizada em quadros de 
osteomielite, sepse e pneumonia causada por 
Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA), 
endocardite, entre outras patologias. 
Mecanismos de resistência: existe a transferência de 
fenótipos de resistência entre enterococos e outras bactérias 
gram positivas, como por presença de um D-lactato terminal 
substituindo a D-alanina, fato que não altera a síntese do 
peptideoglicano, mas reduz a afinidade da vancomicina pela 
molécula, de modo que as transglicosilases não são inibidas. 
A resistência dos Staphylococcus aureus à vancomicina – 
adquirida por Enterococos é uma preocupação clínica, já que 
é um dos principais fármacos para tratamento desse 
microrganismo. 
Farmacocinética: possui baixa absorção via oral, então atua 
mais localmente no trato gastrointestinal, podendo ser usada 
em infecções gastrointestinais por essa administração. A via 
parenteralpode ser utilizada por infusão intravenosa, não tem 
uma boa distribuição pelo LCR, não garantindo uma boa 
concentração do fármaco para tratamento de meningite. Será 
eliminada por via renal em filtração glomerular, tendo que ser 
feito ajuste de dose em quadros de insuficiência renal. 
Efeitos adversos: a maioria está relacionada com a 
velocidade de infusão da vancomicina, como hipotensão, 
síndrome do homem vermelho, exantema, urticária, 
ototoxicidade, eritema, calafrios, flebite, entre outras. 
Tetraciclinas 
As tetraciclinas são antibacterianos antigos com quatro 
anéis fundidos (A, B, C e D), em que suas substituições 
originam as diferentes classes entre esses fármacos, que 
aumentam a potência antimicrobiana conforme aumento da 
geração. 
Mecanismo de ação: elas são inibidoras da síntese proteica 
por ligação na subunidade 30S do ribossomo bacteriano no 
lugar aceptor A ribossomal, impedindo a ligação do RNAt. 
Elas atravessam a membrana plasmática da bactéria por 
transporte ativo e se acumulam, mas também podem 
penetrar nas gram negativas por difusão passiva pelas 
porinas na membrana celular externa. Esse acúmulo 
promove seletividade para ataque apenas das bactérias. 
Uso clínico: são antibióticos bacteriostáticos com atividade 
contra uma ampla gama de bactérias aeróbias e anaeróbias 
gram negativas e positivas. 
A doxiciclina pode ser utilizada para por riquétsias, infecções 
cutâneas e de tecidos moles, clamídia e DIP, infecções por 
MRSA, pneumonia adquirida na comunidade – H. influenza, 
S pneumoniae, C. pneumoniae, M. pneumoniae – além de 
tratamento para acne em doses baixas. 
As tetraciclinas em geral podem ser usadas para infecções 
por clamídia, leptospirose, doença de Lyme, esquemas de 
tratamento para H. pylori, pneumonias adquiridas na 
comunidade, infecções por MRSA, entre outros. 
As tetraciclinas de 2º geração possuem maior potência 
antimicrobiana e menor toxicidade. As tetraciclinas de 3º 
geração podem ser denominadas de glicilciclinas que 
possuem maior potência antimicrobiana e atividade contra 
bactérias resistentes a outros antibióticos. 
A tigegiclina – administrada apenas por via parenteral – é a 
única disponível e possui maior afinidade pelo ribossomo e 
maior atividade inibitória contra gram positivas e negativas, 
exigindo menor concentração inibitória mínima. Será ativa 
contra bactérias resistentes as tetraciclinas de primeira e 
segunda geração, assim como para infecções de pele e 
tecidos moles. 
Mecanismos de resistência: podem ocorrer por 1) bombas 
de efluxo que excretam o antibacteriano para fora da bactéria, 
2) proteínas de proteção ribossomal para impedir a ligação 
do fármaco, 3) genes que codificam enzimas que degradam 
as tetraciclinas – monooxigenases – perdendo a eficácia 
antibacteriana do fármaco. Além disso, podem ocorrer 
mutações na subunidade ribossomal 30S, reduzindo a 
afinidade das tetraciclinas. 
Farmacocinética: possui interação e quelação com cátions 
divalentes e trivalentes se ingeridos concomitantemente, 
tendo uma absorção reduzida por formar complexos não-
absorvíveis. Por essa interação ela consegue se depositar 
em ossos e dentes em crescimento, sendo contraindicada em 
crianças e gestantes. Possuem distribuição por todo o 
organismo, inclusive LCR e placenta. Esses fármacos 
possuem meia-vida de cerca de 6 a 12 horas, devendo ser 
administrados cerca de 2 a 4 vezes ao dia. 
Efeitos adversos: hepatotoxicidade, descoloração e 
displasia do esmalte dentário, fotossensibilidade, distúrbios 
gastrointestinais, colite pseudomembranosa, entre outras. 
Macrolídeos 
Os macrolídeos são fármacos com um anel de lactona de 
muitos membros fixados a açúcares que atuam como 
agentes bacteriostáticos. Como exemplo tem-se a 
eritromicina e seus derivados semissintéticos, principalmente 
a claritromicina e a azitromicina – além de espiramicina, 
roxitromicina e diritromicina. 
Mecanismo de ação: eles se ligam reversivelmente na 
subunidade ribossômica 50S e inibem o deslocamento da 
cadeia polipeptídica em crescimento do local A para o local 
P, inibindo a síntese de proteínas bacterianas. 
Uso clínico: são eficazes no tratamento de infecções do trato 
respiratório causadas por patógenos causadores de 
pneumonias adquiridas na comunidade. A eritromicina pode 
ser mais eficaz contra cocos gram positivos anaeróbios e 
bacilos, incluindo Clostridium perfringens, Corynebacterium 
diphteriae, Bordetella pertussis, Borrelia spp., Mycobacterium 
pneumoniae e Listeria monocytogenes, podendo ser utilizada 
para tratamento de patologias como difteria e coqueluche. 
A claritromicina é ligeiramente mais potente contra cepas 
sensíveis de estreptococos e estafilococos, tendo modesta 
atividade contra Haemophilus influenzae e Neisseria 
gonorrhoeae. Além disso, pode ter ação contra o 
Mycobacterium leprae, Chlamydia trachomatis (infecção 
genital) e Legionella (infecção respiratória). A claritromicina 
pode ser usada em esquemas para erradicar a H. pylori, 
associada a omeprazol e amoxicilina. 
Mecanismos de resistência: pode resultar de 1) efluxo do 
fármaco por bombas, 2) proteção ribossômica por produção 
de metilases que modificam o alvo ribossômico e reduzem a 
afinidade pelo fármaco, 3) hidrólise do fármaco por esterases, 
4) mutações cromossômicas que alteram uma proteína 
ribossômica 50S. 
Farmacocinética: a eritromicina possui meia vida de cerca 
de 1,6 horas e é inativada pelo suco gástrico, de modo que 
os comprimidos para administração oral devem possuir 
revestimento entérico, sendo que os alimentos também 
retardam sua absorção. Seus ésteres apresentam melhor 
estabilidade em ácido, além de terem absorção menos 
alterada por alimentos. 
Além disso, pode ser utilizada por via tópica e parenteral com 
efeito bacteriostático, mas pode se tornar bactericida em altas 
quantidades. Irá se difundir rapidamente para os tecidos, 
tendo alcance reduzido no SNC, mas pode ser encontrado no 
leite e atravessar a placenta. Será concentrado no fígado e 
excretado pela bile. 
A azitromicina possui uma rápida absorção via oral, tendo 
ampla distribuição aos tecidos com lenta eliminação (meia-
vida de 3 dias) e penetração intracelular – apesar de pouca 
penetração sobre a barreira hematoencefálica. Também 
pode ser administrada via intravenosa e sua posologia é feita 
em dose única diária. Sofre metabolismo hepático e excreção 
biliar e uma pequena parcela pela urina. 
A claritromicina possui rápida absorção via oral, com meia 
vida de 4 a 6 horas. Se distribui amplamente para os tecidos 
e secreções em concentrações elevadas. Esse fármaco é 
metabolizado no fígado em vários metabólitos. 
Efeitos adversos: febre, eosinofilia e erupções cutâneas, 
raramente ocorrendo uma hepatite colestática aguda com 
icterícia e função hepática reduzida. Também podem ocorrer 
distúrbios gastrointestinais como anorexia, náuseas, vômitos 
e diarreia, já que a eritromicina atua como um procinético em 
receptores da motilina. Todos exceto a azitromicina, 
apresentam interações com fármacos por inibirem as CYPs 
hepáticas. Podem promover arritmias cardíacas com 
prolongamento do QT e taquicardia ventricular. 
Clindamicina 
A clindamicina é uma lincosamida que atua principalmente 
no tratamento de infecções anaeróbias. 
Mecanismo de ação: esse fármaco se ligará exclusivamente 
nas subunidades 50S do ribossomo bacteriano, de modo que 
inibe a formação das ligações peptídicas e a síntese proteica. 
Por atuar em locais semelhantes aos macrolídeos, a ligação 
de um desses antibióticos poderá inibir a interação dos 
outros. 
Uso clínico: age contra cepas sensíveis de pneumococos, 
S. pyogenes, S. viridans, S. aureus sensíveis a meticilina, B. 
fragilis, entre outros. Geralmente todos os bacilos gram 
negativos aeróbios são resistentes. Pode ser utilizada em 
infecções graves causadas por cocos gram-positivos, 
bactérias anaeróbias (exceção do SNC pela baixa 
penetração), osteomielite estafilocócica crônica (boa 
distribuiçãoóssea), entre outras. 
Entretanto, a elevada incidência de diarreia e a ocorrência de 
colite pseudomembranosa limitam o uso desse fármaco para 
infecções em que ela representa uma evidente vantagem 
terapêutica. 
Mecanismos de resistência: pode ser feita por 1) mutação 
no local de ligação ou modificação por ação de metilases ou 
2) inativação enzimática. 
Farmacocinética: possui absorção quase completa após 
administração oral, com distribuição para muitos tecidos – 
mas não no LCR, mesmo quando meninges estão 
inflamadas. Tem meia-vida de cerca de 3 horas, mas ela irá 
acumular nos leucócitos polimorfonucleares, macrófagos 
alveolares e abcessos. 
Reações adversas: colite pseudomembranosa com 
presença de febre, diarreia aquosa e contagem de leucócitos 
periféricos elevados, síndrome que pode ser fatal. Além 
disso, pode causar erupções cutâneas, Síndrome de 
Stevens-Johnson (eritema), elevação de enzimas hepáticas, 
reações anafiláticas, granulocitopenia, trombocitopenia, 
esofagite (importante ingestão de água para evitar retenção 
na mucosa esofágica). 
Sulfonamidas 
As sulfonamidas são 
fármacos derivados 
da sulfanilamida com 
duas porções amino 
essenciais para a atividade antibacteriana, em que as 
substituições nesse grupamento aumentam a potência do 
fármaco e alteram algumas propriedades farmacológicas. 
Além disso, são análogos estruturais do ácido para-
aminobenzoico (PABA), de modo que possuem mecanismo 
de ação por inibição da síntese do folato. 
Mecanismo de ação: para a primeira etapa na síntese do 
ácido fólico tem-se a participação do PABA que será 
associado com a pteridina para formação do ácido di-
hidropteroico com auxílio da di-hidropteroato sintetase. Essa 
enzima será inibida 
competitivamente pelas 
sulfonamidas, impedindo a 
síntese de ácido fólico. Assim, 
aquelas bactérias que não 
precisam fabricar seu folato não 
são susceptíveis a esse fármaco. 
Entretanto, essa toxicidade não 
atinge as células do indivíduo, já 
que elas também necessitam do 
ácido fólico pré-formado. 
A trimetropima não é uma sulfonamida, mas possui 
sinergismo com esses fármacos na inibição da primeira e da 
última etapa na via de síntese do folato, aumentando a 
eficácia se comparada com a administração do agente 
isolado. 
Uso clínico: possui uma ampla faixa de atividade contra 
gram negativas e positivas, geralmente tendo ação 
bacteriostática. Podem ser utilizadas contra Streptococcus 
pyogenes, Streptococcus pneumoniae, Nocardia (algumas 
espécies), Haemophilus influenzae, Toxoplasma, Chlamydia 
trachomatis, entre outras. Em casos de infecção por 
Neisseria meningitidis e Shigella a maioria das cepas é 
resistentes. 
O sulfisoxazol possui elevada solubilidade e ótima atividade 
antibacteriana e meia-vida de cerca de 5 a 6 horas. Os rins 
excretam 95% de uma dose em 24, de modo que as 
concentrações urinárias são maiores que as séricas, 
podendo ser bactericida. O sulfametoxazol é utilizado por via 
oral para tratar infecções urinárias e sistêmicas. 
Todavia, nota-se que a resistência dos microrganismos é 
crescente, sendo que esses fármacos não são os preferidos 
para tratar infecções do trato urinário. Além disso, devem ser 
utilizados com cautela em pacientes com disfunção renal, em 
que os pacientes em geral devem ingerir quantidades 
adequadas de água para prevenir cristalúria. 
A sulfassalazina é feita via oral e pouco absorvida pelo trato 
gastrointestinal, sendo utilizada no tratamento da colite 
ulcerativa e enterite regional. A sulfacetamida pode ser 
utilizada em infecções oftalmológicas como soluções do sal 
sódico. A sulfadiazina de prata é utilizada em infecções das 
feridas decorrentes de queimaduras, em que a prata também 
é tóxica para os microrganismos. 
A sulfadoxina tem meia vida longa e será utilizada em 
associação com a pirimetamina para profilaxia e tratamento 
de malária causada pelo P. falciparum resistente a 
mefloquina. Além disso, as sulfonamidas em geral podem ser 
eficazes para profilaxia das infecções estreptocócicas e das 
recidivas da febre reumática nos indivíduos suscetíveis. 
Mecanismos de resistência: aconteceram por mutação e 
seleção aleatórias ou transferência por meio de plasmídeo. 
Como exemplo tem-se 1) bombas de efluxo ou alteração da 
permeabilidade na bactéria, 2) alteração da enzima di-
hidropteroato sintase reduzindo a afinidade do fármaco por 
ela, 3) produção aumentada do PABA que compete com o 
fármaco pela ligação na enzima, 4) criação de uma rota 
alternativa para síntese de folato não convencional, 
invalidando a eficácia do fármaco. 
Farmacocinética: possuem absorção rápida via oral, 
principalmente no intestino delgado e no estômago, e boa 
distribuição por todos os tecidos do corpo, incluindo LCR e 
placenta. Se ligam às proteínas plasmáticas em grau variável 
determinado pela hidrofobicidade e pelo pKa do fármaco. 
Serão metabolizadas no fígado e eliminadas do organismo na 
forma inalterada e como produtos metabólicos – que não 
possuem atividade antibacteriana, mas podem ser tóxicos. 
Poderão ser classificadas de acordo com a duração da sua 
ação – quanto mais rápida absorção e excreção, menor a 
meia vida e menor sua ação. 
Classe Sulfonamida Meia-vida 
Absorvidas e 
excretadas 
rapidamente 
Sulfisoxazol 5 a 6h 
Sulfametoxazol 11h 
Sulfadiazina 10h 
Pouco absorvidas 
e ativas no lúmen 
intestinal 
Sulfassalazina - 
Aplicadas 
topicamente 
Sulfacetamida - 
Sulfadiazina de 
prata 
- 
Ação prolongada Sulfadoxina 100 a 230h 
Reações adversas: síndrome de Stevens-Johnson, reações 
de hipersensibilidade na pele, mal estar, prurido, febre, 
anemia hemolítica, anemia aplástica com redução das 
funções da medula óssea (granulocitopenia e 
trombocitopenia), cristalúria, entre outras. Esse fármaco 
desloca a bilirrubina ligada na albumina plasmática, podendo 
promover icterícia e encefalopatia em recém nascidos.

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