Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Grupo de espondiloartrites (EsA) que inclui espondilite anquilosante (EA), EsA axial não-radiográfica (EAAnR), espondiloartrite indiferenciada, artrite reativa, e artrite e espondilite que pode acompanhar psoríase e doença inflamatória intestinal (DII). - EsA pode ser diferenciada em axial (inclui EA e EAAnR, baseado na presença ou ausência de acometimento da articulação sacroilíaca) e periférica. - Visão Geral - O maior desafio é que nas enteses, onde ligamentos se fixam à cartilagem, dois processos diferentes, que parecem paradoxais, podem ocorrer. O primeiro é a inflamação acompanhada algumas vezes de destruição óssea (ação osteoclástica) ○ O segundo é a formação de novo osso levando à sindesmófitos (ação osteoblástica) ○ No grau mais avançado a formação nova de osso converte a coluna em uma espinha rígida de bambu. Um dos achados graves clássicos da espondilite anquilosante - PATOGÊNESE DA ESPONDILOARTRITE Página 1 de Medicina Mediadores Pró-inflamatórios - Ciclo-oxigenases Requisitos para geração de prostaglandinas (pró-inflamatórias) Inibição com AINEs é efetivo em controlar atividade em pacientes com EsA - TNF-alfa e IL-17 TNF (fator de necrose tumoral) é uma citocina pleiotrópica liberada por macrófagos, neutrófilos e linfócitos. Forte indutor de mediadores inflamatórios. Os alvos terapêuticos são o sistema imune inato, sistema de prostaglandinas, macrófagos e fator nuclear Kappa de cadeia leve indutor de células B ativadas (NF-kB) Existem 6 membros da família IL-17 (A→F). O mais conhecido é o IL-17A. Ligação deste com seus receptores leva à cascata de ativação os fatores de transcrição NFkB, AP-1 e C/EBP. Induzem ativação de genes que geram citocinas, quimiocina e metaloproteinases. Também atua como feedback positivo para aumentar sua própria produção O bloqueio requer bloqueadores específicos de IL-17 Elementos majoritários na patogênese da espondiloartrite Rede complexa de interações que envolve: Esqueleto axial e enteses1. Juntas e enteses periféricas2. Influência genética3. Sistema imune inato e adaptativo4. Intestino5. Acredita-se que os eventos tenham início no intestino, ao menos em pacientes comprometidos. A mucosa, microbiota intestinal e IL-17A Presença de lesões mucosas Quando a integridade da barreira é comprometida, os micróbios podem iniciar uma resposta imne sistêmica. 2/3 dos pacientes com EsA possuem indícios de inflamação intestinal aguda ou subaguda • Doença intestinal inflamatória crônica se correlaciona com atividade da doença EsA • Doença de Chron e EA compartilham genes• 4-10% dos pacientes com colite ulcerativa e doença de Chron apresentam EA• Uma proporção significativa de pacientes com doença de Chron possuem sacroileíta na radiografia, mas sem presença de sintomas • Microbiota específica da SpA e dano das barreiras mucosas Dados com ratos indicam que, ratos criados em ambiente estéril tem menos ocorrência de EsA do que ratos criados em ambientes contaminados O que é mais consistente em humanos é um aumento de espécies mucolíticas na microbiota de pacientes com EsA (há desregulação de proteínas juncionais e lipopolissacarídeos bacterianos) IL-17 e invasão microbiana da mucosa Página 2 de Medicina IL-17 e invasão microbiana da mucosa A primeira linha de proteção intestinal é a IL-17. Age sinergicamente com IL-22, que guarda a integridade do epitélio contra micróbios por induzir geração de peptídeos anti-microbianos. Explicam o porquê de haver maior casos de DII em pacientes tratados com anti- IL-17 contra psoríase e EA. Papéis potenciais de vários tipos de células IL-17 positivas Outras células que podem produzir IL-17 são: - Células linfoides inatas tipo 3 (ILC3) - Células T associadas à mucosa (MAIT) - Células T gamma-delta - Células T variantes natural killers (iNKT) Podem reconhecer produtos microbianos sem alterar drasticamente seus receptores Assim, produzem grande qte de citocinas ILC3 ativa no intestino → expressa integrina alfa-4/beta-7 (recpetor homing) → liga a molécula de adesão vascular da mucosa adressina 1 (MADCAM1) (↑expressão em pacientes com EA nos vasos endoteliais) → migram à enteses, medula óssea e juntas periféricas Enteses e o papel do estresse mecânico Enteses: onde tendão e ligamentos estão ligados ao osso Altamente susceptíveis à micro-lesões Pode ativar ILC, células T gama, natural killers, e células T convencionais Junto com neutrófilos, liberam quimioatrativos pró-inflamatórios Mesmo em indivíduos sem EA Pacientes com EA podem ter esse sistema refinado Fatores Genéticos Herança da espondilite ocorre de forma poligênica com interações múltiplas inter-loci Associação com antígeno HLA-B27 descoberta em 1973 sendo fortemente associado a doença Contribuição da herança do B27 para a doença é em torno de 20-30% Contribuição majoritária de complexos de histocompatibilidade (MHC) de 40-50% Papel do HLA-B27 Por estar presente em 80-95% dos pacientes, assume-se que possua um papel importante para a doença Subtipos mais frequentes HLA-B2705 e HLA-B2704 Os subtipos 06 e 09 não possuem ligação com EsA Possui uma associação com a composição microbiana intestinal normal Que difere de indivíduos sem expressão do gene Hipótese do peptídeo artritogênico: certos peptídeos microbianos são semelhantes aos HLA-B27 do ponto de vista dos linfócitos T → gera autorreatividade + auto-imunidade Foi constatado um aumento de tais peptídeos em fezes de pacientes com EA HLA-B27 como cadeiras pesadas livres podem estimular receptores de IL-23 de células T à produzir IL-17 Hipótese do mau-dobramento: dobramento lento da proteína induz resposta imune intracelular → ativa autofagia + cascatas IL-17/IL-23 Principalmente células de Paneth no epítelio intestinal Genes não HLA-B27 ERAP1 e 2: Responsáveis pela destruição de peptídeos no RE para atingir a correta sequência do HLA-B27 Família do gene receptor do fator de necrose tumoral: Página 3 de Medicina Família do gene receptor do fator de necrose tumoral: Grupos adicionais de genes como LTBR e TNFRSF1A Eixo IL-17/IL-23 Ativação e diferenciação de linfócitos T Genes compartilhados com Doença Inflamatória intestinal no total, 65 compartilhados entre doença de Chron, colite ulcerativa e doença celíaca EROSÃO ÓSSEA COEXISTENTE E NOVA FORMAÇÃO ÓSSEA Os achados de EA constratam com a AR, no qual apenas erosão óssea é observada RM pode identificar tanto inflamação como processos de reparação Sindemófitos (novo osso) é melhor visualizado em radiografia plana FNT e Il-17 ativam precursores de osteoclastos diretamente Não ocorre formação óssea no corpo das vértebras → microarquitetura destruída pela inflamação Sindesmofitoses são produzidas na junção periósteo-cartilagem Células mesenquimais atraídas por IL-22, 17 e FNT Achado de que HLA-B27 gera ativação de via que forma fosfatase alcalina não-específica de tecido Se correlaciona com nível da mudança das vértebras Página 4 de Medicina
Compartilhar