Buscar

Tolerância Imunológica : Doenças Auto-Imunes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 14 Imuno - Tolerância Imunológica : 
Doenças Auto-Imunes 
 
 
● Distrofia Ectodérmica-Candidíase-Poliendocrinopatia Autoimune 
(APECED) 
○ Também conhecida como Poliendocrinopatia auto-imune tipo 1 
○ Mutação na proteína AIRE 
○ Ocorrência de Candidíase grave 
○ Herança Recessiva Autossômica 
○ Produção de anticorpos contra Glândulas endócrinas, Fígado, Pele, 
Plaquetas, IL-17A, IL-17F e IL-22 
■ Anticorpos agem contra as citocinas produzidas pelo Linfócito TCD4 
Th17 
■ Th17 é importante no controle das infecções fúngicas. Se há uma 
alteração no funcionamento pleno desse clone, os fungos que antes 
eram tolerados pelo corpo, agora passam a ser patogênicos 
○ Ocorrência de anormalidades ectodérmicas 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ Doença rara que tem como característica um distúrbio autossômico 
recessivo, o qual é causado por mutações no gene regulador 
autoimune (AIRE). Esse está envolvido com o mecanismo de 
tolerância autoimune e contribui para a seleção negativa de linfócitos T 
auto-reativos no Timo, Nódulos linfáticos e Baço. 
■ O diagnóstico é baseado na presença, de pelo menos, duas das três 
seguintes patologias : Candidíase mucocutânea, Hipoparatiroidismo e 
Insuficiência supra-renal. Além disso, a grande presença de anticorpos 
nos órgãos pode contribuir para essa confirmação. Outras 
manifestações autoimunes também podem ocorrer, como a má 
absorção intestinal e hepatite autoimune. 
■ O tratamento é essencialmente sintomático. As patologias endócrinas 
são tratadas com substituição hormonal. Um longo curso de tratamento 
antifúngico sistêmico é utilizado para tratar a candidíase, apesar de 
alguns doentes permanecerem resistentes. O Tratamento 
imunossupressor é recomendado para os casos com hepatite 
autoimune ou com má absorção grave. 
 
 
● Síndrome de Desregulação Imune, Poliendocrinopatia e Enteropatia 
ligada ao cromossomo X (IPEX) 
○ Mutação no Fator de Transcrição FoxP3 
○ Não há produção de Células T reguladoras 
○ Mecanismo de Tolerância fica totalmente desordenado 
○ Produção de anticorpos contra Ácido glutâmico descarboxilase e Plaquetas 
○ Sintomas ⇉ Diarréia Severa, Dermatite, Diabetes tipo 1, Trombocitopenia, 
Neutropenia, Anemia, Hepatite, Nefrite, Hiper e hipotireoidismo, Alergias 
Alimentares, Sepse, Meningite, Pneumonia, Atrofia das vilosidades, Redução 
de capacidade absortiva 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ É uma síndrome hereditária rara que afeta lactentes do sexo 
masculino, uma vez que decorre de mutações no gene ​(FOXP3)​. 
■ O ​FOXP3​, codifica um fator de transcrição que regula o 
desenvolvimento das células T CD4+ CD25+, células T reguladoras 
(Treg) no Timo, as quais estão envolvidas na homeostase imune e na 
proteção contra autoimunidade. 
■ A doença cursa com uma enteropatia perdedora de proteínas, diarréia 
refratária, dermatite eczematosa crônica, poliendocrinopatias, níveis 
elevados de imunoglobulina E total (IgE total) e, geralmente, com a 
presença de auto-anticorpos. 
■ Pode ainda cursar com citopenia, nefropatias, hepatopatias, níveis 
elevados de imunoglobulina A (IgA), alergias alimentares e infecções 
graves recorrentes. 
■ Usualmente, ocorre em lactentes jovens e crianças, podendo ser fatal 
naqueles sem tratamento apropriado. 
■ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
● ​citopenias, 
● doenças renais, 
● doenças hepática, 
● alergias alimentares com níveis extremamente elevados de IgE 
e uma intensa eosinofilia periférica. 
● A enteropatia cursa com uma diarreia aquosa ou 
mucoide-sanguinolenta. 
■ Os casos mais graves são caracterizados pelo início precoce de uma 
tríade de manifestações clínicas: diarreia secundária à enteropatia 
autoimune, Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e eczema. 
■ Histologicamente, a diarréia é caracterizada por atrofia das vilosidades 
em duodeno e inflamação com destruição glandular afetando todas as 
partes do sistema digestório, o que pode levar a má absorção e 
consequentemente, um déficit no crescimento. 
■ A DM 1 ocorre secundariamente à destruição das ilhotas pancreáticas 
por infiltração de células T, podendo manifestar-se antes ou após o 
aparecimento da enterite. 
■ DIAGNÓSTICO: 
● Correlação das manifestações clínicas supracitadas, 
● rastreio familiar cuidadoso pode revelar a presença de 
indivíduos do sexo masculino na linhagem materna com 
fenótipo clínico semelhante, morte precoce ou abortos 
espontâneos múltiplos. 
● Mapeamento Genético evidenciará variante patogênica no gene 
FOXP3. 
■ Principais Causas Mortis: 
● Complicações do DM1, 
● Complicações da diarréia intratável, 
● Sepse por proliferação bacteriana sistêmica e tissular. 
■ Tratamento: 
● Transplante de células tronco hematopoiéticas (TCTH) 
alogênicas. (única terapia curativa para a síndrome IPEX ) 
■ Para os pacientes que não se submetem ao transplante, o tratamento 
é limitado a: 
● terapias de suporte, 
● suporte nutricional, 
● terapia de reposição para doenças endócrinas, 
● combinação de múltiplas drogas imunossupressoras. 
 
 
 
● Síndrome Linfo-Proliferativa Autoimune (ALPS) 
○ Mutação nos genes de Fas/FasL, FADD e caspases 
○ Excesso de produção de Linfócitos B e T 
○ Aumento de Células CD3+ CD4- CD8- (não são Timócitos) 
■ Erros no processo de Seleção Positiva e Seleção Negativa 
■ A proliferação ocorre numa velocidade mais rápida com que o sistema 
consegue controlar / checar 
○ Sintomas ⇉ Esplenomegalia, Linfadenopatia, Anemia hemolítica, Neutropenia, 
Trombocitopenia, Hepatite, Linfoma, Hipergamaglobulinemia 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ A Síndrome Linfoproliferativa Autoimune é uma doença com causa de 
origem genética. Nela, o indivíduo apresenta alterações gênicas que 
implicam defeitos na produção de FAS, CD95 (Fas-L) ou TNFRSF6 na 
maioria dos casos (embora também haja casos relacionados a 
alterações em CASP8, CASP10, NRAS, KRAS, PRKCD e um pequeno 
grupo sem diagnóstico genético). Essas moléculas estão presentes 
nas membranas de diferentes células do organismo e estão 
diretamente associadas ao processo de apoptose celular. Sua 
manifestação clínica é caracterizada por: esplenomegalia, 
linfadenopatia, anemia hemolítica, neutropenia, trombocitopenia, 
doenças autoimunes, entre outros sintomas. Evidentemente, a 
identificação da mutação genética patogênica é uma forma de definir o 
diagnóstico para ALPS. 
■ No sistema imune especificamente, esse processo é fundamental 
durante o processo de maturação dos Linfócitos T e B, além de estar 
associado ao mecanismo de defesa propriamente dito (processo de 
killing ​realizado pelos Linfócitos T CD8). O comprometimento do 
complexo Fas/Fas-L portanto, desregula a homeostasia de 
maturação/morte celular, gerando assim consequências diversas para 
o organismo como um todo. 
■ Dentre essas consequências temos : 
● Maior expressão de Células chamadas DNT (CD3+ CD4- CD8-); 
● Linfocitose, ou seja, produção descontrolada de linfócitos graças 
ao rompimento da homeostasia; 
● Geração de autoanticorpos patogênicos; 
● Surgimento de linfomas devido à grande concentração de 
células circulantes nos órgãos linfóides secundários 
(Linfonodos). 
■ Além disso, cabe ressaltar a importância do complexo Fas/Fas-L para 
a manutenção do imunoprivilégio de tecidos específicos no organismo. 
Em alguns sítios, as células epiteliais de revestimento expressam 
Fas-L em sua membrana plasmática. Assim, ao entrar em contato com 
células imunes ativas, induzem sua apoptose, impedido que atuem de 
fato sobre aquele sítio. Dessa forma, sítios como os olhos, testículos, 
ovários, placenta, dentre outros, tornam-se mais suscetíveis a ataques 
autorreativos.OBS : Pessoas que não possuem Timo, somente possuem Células CD3- CD4- CD8- (Timócitos). 
 
 
 
● Artrite Reumatóide (RA) 
○ Produção de auto-anticorpos IgM anti-F​c​ ⇉ Fator Reumatóide 
○ Inflamação do Sinóvio 
○ Invasão e dano a cartilagem de articulações 
○ Presença de clones de Linfócitos B e T auto-reativos 
○ Associação com MHC HLA DRB10404 e HLA DRB10401 (em caucasianos) 
○ Respostas auto-reativas contra colágeno tipo II, glicoproteína 39 e proteínas 
citrulinadas 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que afeta 
principalmente as articulações músculo-esqueléticas (Reumatismo), 
mas que pode vir a afetar outros sistemas do organismo, como a pele 
e os pulmões. 
■ Uma articulação musculoesquelética saudável possui tipicamente dois 
ossos cobertos por cartilagem articular (tecido conjuntivo que funciona 
como uma proteção amortecedora durante o atrito entre os ossos, 
suavizando o deslize) que em suas extremidades. A articulação pode 
ter ainda uma cápsula fibrosa revestindo-a; uma membrana sinovial, 
que possui células produtoras de fluido sinovial (líquido transparente e 
viscoso que preenche a cavidade articular, lubrificando a articulação) e 
removedoras de debris; vasos sanguíneos e linfáticos associados à 
membrana sinovial e, portanto, à articulação como um todo. 
■ A AR é uma desordem sistêmica inflamatória autoimune que é 
geralmente desencadeada por uma interação entre um fator genético e 
o ambiente. Por exemplo, uma pessoa com um certo tipo de gene para 
uma proteína imune HLA-DR1 ou HLA-DR4 podem desenvolver artrite 
reumatoide, depois de ser exposto a um fator no ambiente, como a 
fumaça de um cigarro ou um antígeno específico (e.g. bactéria 
intestinal). A exposição a esses fatores ambientais pode causar 
modificações em antígenos próprios, como anticorpos IgG ou proteínas 
como Colágeno Tipo 2 e Vimetina (da família dos filamentos 
Intermediários). Enquanto isso, devido a suscetibilidade dos genes 
HLA-DR1 e HLA-DR4, as células imunes acabam não reconhecendo 
as proteínas modificadas como antígenos próprios. Nisso, células 
apresentadoras de antígeno (APC’s, como as células dendríticas – 
DC’s–e macrófagos) carregam esses antígenos próprios que não estão 
mais sendo reconhecidos para os linfonodos, a fim de que os linfócitos 
T CD4+ sejam ativados. Esses linfócitos T estimulam os linfócitos B 
próximos a se proliferarem e se diferenciarem em plasmócitos, que 
irão produzir auto-anticorpos contra esses antígenos próprios. 
■ Na AR, as Células T Helper e esses auto-anticorpos entram na 
circulação e alcançam a articulação. Uma vez lá, as Células T 
secretarão citocinas inflamatórias, como IFN-γ e IL-17, para recrutarem 
mais células inflamatórias, como macrófagos, para a cavidade 
articular. Os macrófagos também irão produzir citocinas inflamatórias 
como o TNF- α, IL-1 e IL-6, que juntas com as citocinas das células T, 
irão promover a proliferação das células sinoviais. O aumento do 
número de células sinoviais e imunes cria um pannus, que é uma 
membrana sinovial densa e inchada com tecido de cicatrização (ou de 
granulação) feito de fibroblastos, miofibroblastos e células 
inflamatórias. Com o tempo, o pannus pode danificar a cartilagem ou 
outros tecidos e pode também erodir o osso. Células sinoviais ativadas 
podem também secretar proteases que irão degradar as proteínas na 
cartilagem articular. Sem a cartilagem protetora, os ossos ficam 
expostos e podem atritar diretamente um com o outro. Além disso, 
citocinas inflamatórias aumentam o nível de uma proteína na superfície 
das células T chamada de RANKL ( = Receptor Ativador do fator 
Nuclear Ligante de Kappa-B). RANKL permite células T se associar a 
RANK, uma proteína na superfície de osteoclastos, que estimulará a 
ação degradadora de osteoclastos nos ossos. Nesse mesmo tempo, 
anticorpos também irão entrar na cavidade da articulação, como: o 
Fator Reumatóide (RF), que é um anticorpo de IgM que tem como alvo 
a região constante Fc dos anticorpos alterados de IgG; e o Anticorpo 
Peptídico citrulinado anticíclico (Anti-CCP) que marca proteínas 
citrulinadas. Quando associados com as moléculas alvos, esses 
anticorpos formam Imunocomplexos que se acumulam no líquido 
sinovial e ativam o sistema complemento, promovendo ainda mais o 
quadro inflamatório com a cascada proteolítica. 
■ A Inflamação crônica causa angiogênese (formação de vasos 
sanguíneos a partir de vasos preexistentes) patológica, que irá auxiliar 
na chegada de mais células inflamatórias no local. Com a progressão 
da doença, muitas articulações ficam inflamadas e podem culminar em 
destruição. Entretanto, essas citocinas não ficam apenas no espaço da 
articulação. Elas escapam pela corrente sanguínea e alcançam muitos 
sistemas do corpo humano, causando problemas extra articulares. Por 
exemplo, a IL-1 e IL-6 podem ir ao cérebro e atuam como substâncias 
pirogênicas, induzindo um quadro de febre; nos músculos esqueléticos 
elas promovem a degradação de proteínas; na pele e em muitos 
órgãos viscerais elas culminam na formação de nódulos reumatoides, 
que são estruturas circulares de macrófagos e linfócitos com uma área 
central caracterizada por necrose; vasos sanguíneos também são 
afetados, ao passo que o endotélio fica inflamado, resultando em 
vasculite, o que os tornam propensos a desenvolverem placas de 
ateroma (de tecido fibroso e lipídico), e portanto, aumentam o risco de 
aterosclerose. Em resposta ao quadro inflamatório, o fígado também 
começa a produzir hepcidina, uma proteína que diminui os níveis 
séricos de ferro ao inibir sua absorção no intestino e prendê-los em 
macrófagos ou hepatócitos, podendo culminar em um quadro de 
anemia. Enquanto isso, dentro do interstício do pulmão, fibroblastos 
são ativados e se proliferam, produzindo tecido conjuntivo fibroso ou 
de cicatrização que dificulta a hematose alveolar; a cavidade pleural, 
que reveste o pulmão, também pode ficar inflamada, preenchendo o 
pulmão com fluido ( = efusão pleural) que dificulta a expansão do 
pulmão no processo respiratório. 
■ Pessoas com AR podem vir a desenvolver deformações específicas, 
usualmente nas articulações metacarpofalângicas da mão, como o 
“desvio ulnar dos dedos”. Mas também são comuns nas articulações 
interfalângicas, como as “Boutonnière”, ou “deformação em botoeira”. 
Outra deformidade é a em “pescoço de cisne”, que é o oposto. 
■ Uma condição particular séria e associada com Artrite Reumatóide é a 
Síndrome de Felty, que é um transtorno caracterizado pela 
combinação de artrite reumatoide, esplenomegalia e neutropenia, que 
pode culminar em infecções com risco de morte. 
■ O Diagnóstico de AR geralmente envolve exame de sangue para 
confirmar a presença de RF e Anti-CCP. Testes de Raio-X também 
revelam pouca densidade óssea perto da articulação afetada, 
encurtamento do espaço articular, erosão óssea e inchaço de tecidos 
não resistentes (como pele e músculos). 
■ O Tratamento a longo prazo consiste no uso de medicamentos que 
podem ajudar a suprimir a inflamação. Além disso, há uma variedade 
de medicamentos que modificam a resposta biológica, dado que 
suprimem a ação de Linfócitos ou bloqueiam citocinas. O tratamento 
dos picos inflamatórios pode ser feito por remédios anti-inflamatórios. 
 
 
 
● Esclerose Múltipla (MS) 
○ Inflamação do Sistema Nervoso Central 
○ Presença de clones de Linfócitos T auto-reativos ⇉ Resposta Th17 com IFN-γ 
○ A resposta auto-reativa age contra : proteína básica da Mielina (MBP), 
proteína do Oligodendrócito da Mielina (MOG) e proteína próteo-lipídea 
da Mielina (PLP) 
○ Tratamento com anti-IFN-γ piora o quadro da doença 
○ Modelo experimental EAE (Encéfalo-Mielite Auto-imune Experimental) 
○ Portadores de MS possuem número normal de Células T reguladoras, mas 
sua função reguladora está comprometida 
○ A Tolerância oral foi sucesso em camundongos (células T auto-reativas 
anti-MBP produzindo TGF-β ao invés de IL-17 A e IFN-γ) 
○Tolerância oral fracassou em humanos 
○ Associação com HLA-DR2 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ A esclerose múltipla é uma doença autoimune do sistema nervoso 
central na qual as células T CD4+ das subpopulações Th1 e Th17 
reagem contra os antígenos próprios de mielina, resultando em : 
inflamação do SNC com ativação de macrófagos ao redor dos nervos 
do cérebro e da medula espinhal; destruição da mielina; 
anormalidades na condução nervosa; déficits neurológicos. É a doença 
neurológica mais comum de adultos jovens. No exame patológico, há 
inflamação na substância branca do SNC com desmielinização 
secundária. A EM é caracterizada clinicamente por fraqueza, paralisia 
e sintomas oculares com exacerbações e remissões. Os exames de 
imagem do SNC sugerem que, em pacientes com doença ativa, não há 
formação frequente de nova lesão. 
■ Por analogia com uma doença experimental (Encefalomielite 
Autoimune Experimental), acredita-se que a esclerose múltipla também 
seja causada por células Th1 e Th17 específicas da mielina, 
detectadas em pacientes e isoladas a partir do sangue e do SNC. Foi 
sugerido que uma infecção, mais provavelmente viral, possa ativar as 
células T reativas à mielina própria pelo fenômeno de mimetismo 
molecular. 
■ A autotolerância pode falhar por causa da herança de genes de 
suscetibilidade, como observado pela maior taxa de concordância para 
o desenvolvimento de esclerose múltipla de quatro a cinco vezes maior 
entre gêmeos idênticos que entre gêmeos não idênticos. Essas 
observações implicam fatores genéticos no desenvolvimento da 
doença, mas também indicam que a genética só pode contribuir com 
parte do risco. Os polimorfismo genéticos associados à EM incluem o 
locus HLA, com os alelos HLA-DRB1*1501 sendo a ligação mais forte. 
Estudos de associação de genoma completo e outras análises 
genômicas revelaram mais de 100 variantes genéticas que contribuem 
para o risco de doença; a maioria dessas variações localiza-se em 
genes envolvidos na função imune. Uma associação interessante 
ocorre com um polimorfismo na região não codificante do gene para a 
cadeia alfa do receptor de IL-2, CD25. Esse polimorfismo pode alterar 
a geração e a manutenção de células T editoras e/ou reguladoras. 
Outros estudos sugerem que a manutenção periférica de células T 
reguladoras é defeituosa em pacientes com EM, mas não se sabe 
quanto isso contribui para uma falha da autotolerância. Uma vez que 
as células específicas de mielina T são ativadas, elas migram para o 
SNC, onde encontram as proteínas da mielina e liberam citocinas, que 
recrutam e ativam macrófagos e mais células T, levando à destruição 
da mielina. Estudos sugerem que a doença é propagada por meio de 
um processo conhecido como ​espalhamento de epítopos​. A ruptura 
do tecido resulta na liberação de novos antígenos proteicos e 
expressão de novos epítopos, previamente sequestrados, que ativam 
mais células T auto-reativas. 
■ Situa-se entre as mais importantes doenças neurológicas, em virtude 
de sua freqüência, cronicidade e tendência em acometer adultos 
jovens. Esta doença apresenta-se com distribuição unimodal entre os 
20-40 anos de idade, com maior incidência no sexo feminino e na etnia 
branca. O Brasil é considerado um país de baixa prevalência da EM, 
existindo contudo regiões que apresentam média incidência, como 
demonstram estudos em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e 
Botucatu. Especula-se que essa diferença entre as diversas regiões do 
Brasil decorra em parte de nossa diversidade genética e de nosso 
índice de miscigenação. Estes fatores, aliados a grande extensão 
territorial do Brasil seriam os responsáveis pela concentração de 
determinadas características genéticas e fenotípicas em algumas 
regiões de nosso país. 
■ Quanto aos sintomas, alguns costumam ser mais característicos, 
embora a patologia envolva peculiaridades em cada paciente. Os 
principais são desequilíbrio; alterações na bexiga e intestino, tremor, 
espasmos, alterações cognitivas, alterações de sensibilidade, dor, 
problemas visuais, fraqueza muscular, intolerância ao calor e fadiga. 
 
 
 
● Miastenia Gravis (MG) 
○ Produção de anticorpos auto-reativos contra o receptor de Acetilcolina 
■ Anticorpos se ligam aos receptores de Acetilcolina, impedindo a 
propagação do impulso nervoso 
○ Fraqueza muscular severa 
○ Down-regulação​ de AIRE 
○ Diminuição das Células T reguladoras 
○ Tim​oma (neoplasia epitelial tímica rara) 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ A Miastenia Grave (MG) é uma doença caracterizada por uma 
alteração na transmissão nervo-músculo provocando o 
enfraquecimento e fadiga dos músculos estriados esqueléticos de uso 
repetitivo. Há diferentes formas clínicas de MG como a miastenia do 
recém-nascido, a miastenia congênita, a miastenia de origem 
medicamentosa e a forma mais comum que é a miastenia autoimune, 
na qual há a ação de anticorpos contra os receptores de acetilcolina 
(ACh) na junção neuromuscular. 
■ Apesar de não ter sido comprovada a maneira como se inicia a 
produção de anticorpos, estes interferem na interação da ACh com 
seus receptores. Na MG, os anticorpos ligam-se aos receptores 
nicotínicos (AChR) induzindo sua internalização e degradação. Assim, 
quando a ACh é liberada na junção neuromuscular, a chance da 
molécula de ACh encontrar um receptor antes de ser hidrolisada pela 
acetilcolinesterase torna-se menor visto que a densidade de AChR 
está reduzida. Além disso, algumas mudanças morfológicas, tais como 
a alteração na geometria da placa motora, a redução das dobras 
juncionais e o alargamento da fenda sináptica, levam à difusão da ACh 
para longe da fenda e diminuem ainda mais a probabilidade da ACh 
interagir com receptores funcionais ainda presentes. Todas essas 
mudanças interferem na transmissão nervo-músculo, já que a ACh 
torna-se menos eficaz na estimulação da placa motora e, como 
resultado, o músculo esquelético não se contrai adequadamente. 
■ Existe a hipótese de que o Timo teria alguma relação com a MG, visto 
que 70% dos pacientes têm hiperplasia de Timo e aproximadamente 
10% têm timoma – com potencial para comportamento maligno. O 
Timo miastênico contém um número aumentado de células B e 
linfócitos tímicos que liberam anticorpos contra AchR. Em decorrência 
a estímulos desconhecidos, as células mióides do Timo se danificam 
provocando uma falha no mecanismo supressor de linfócitos T helper 
propiciando um aumento descontrolado de anticorpos contra os 
AChRs, produzidos pelos linfócitos B. Outras possibilidades 
compreendem na ocorrência de uma infecção viral que poderia alterar 
as propriedades da superfície da placa motora, tornando-a 
imunogênica ou na presença de antígenos virais ou bacterianos que 
compartilhem epítopos com o AChR, de modo que, quando uma 
pessoa é infectada, os anticorpos gerados contra o organismo 
estranho também podem reconhecer o AChR. 
■ Os principais sintomas da MG são a fadiga extrema, fraqueza 
muscular, dificuldade para mastigar e engolir, falta de ar, voz 
anasalada, pálpebras caídas (ptose palpebral) e visão dupla (diplopia). 
Em geral, os sintomas variam de intensidade no decorrer de um 
mesmo dia e pioram com esforço físico, agitação, infecções e altas 
temperaturas. 
■ O tratamento é feito inicialmente com inibidores da acetilcolinesterase 
em doses padronizadas, sendo reservado o uso de imunossupressores 
em casos selecionados. Inexiste tempo predefinido de tratamento, 
visto que se trata de uma doença crônica e com sintomas muitas vezes 
flutuantes. Assim, deve-se tentar sempre o controle da doença com a 
menor dose necessária com vistas à suspensão de medicamentos, se 
possível, conforme o alívio dos sinais e sintomas referidos. 
 
 
 
● Pênfigo Vulgar (PV) 
○ Produção de anticorpos auto-reativos IgG1 e IgG4 contra a Desmogleína 
(família das Caderinas) 
○ A Desmogleína é uma proteína de adesão dos epitélios 
○ Ataque autoimune à integridade da pele 
○ Doença Mucocutânea 
○ Ocorrência de infecções 
○ As variantes da doençasão diferentes de acordo com a etnia 
○ Indivíduos que possuem somente o IgG1 para o epítopo da Desmogleína não 
apresentam a doença. É necessária a mudança de isotipo para IgG4, para 
que a doença aconteça 
○ Associação com HLA-DR4 e HLA-DQ3 e com HLA-DR 14 e HLA-DQ15 
○ Resumo Estudo Dirigido : 
■ O Pemphigus Vulgaris (também chamado de Pênfigo Vulgar), consiste 
na forma mais grave da doença Pênfigo, uma vez que caracteriza a 
presença de bolhas nas regiões de mucosa digestiva, nasal e genital, 
principalmente. 
■ Essa patologia decorre de disfunções auto-imunes, isto é, o organismo 
próprio acaba produzindo naturalmente anticorpos IgG1 e IgG4 
anti-Desmogleína, a qual é uma glicoproteína presente nos 
desmossomos das Células Epiteliais. Devido à ação desses 
anticorpos, as pontes intercelulares acabam sendo rompidas, assim 
ocorrendo a Acantólise (processo de desprendimento da camada 
espinhosa da epiderme) e posteriormente, formando fendas entre os 
epitélios. Nota-se, também, que esses anticorpos auto-reativos estão 
relacionados ao acúmulo de fatores pró-apoptóticos, como o 
Co-estímulo Fas-FasL, entre outros. 
■ Conclui-se, portanto, que essa formação de fendas epiteliais ocasiona 
o vazamento de fluido intracelular, assim formando as bolhas. Essas 
bolhas, muitas vezes, acabam se rompendo e formando ulcerações 
nas mucosas, típico de portadores da doença.

Outros materiais