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Telecomunicações - Rádio CPTM 1 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 2 CPTM Via Permanente Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 3 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão © CPTM\SENAI-SP, 2018 1ª Edição Elaboração Robinson Tomageski Morales Revisão Ana Célia Calvo Mardegan Equipe CFP “Eng.º James C. Stewart” -1.41 CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos Centro de Formação Profissional – “Engº James C. Stewart” - 1.41 Unidade de Gestão Corporativa SP Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 1000 – V. Anastácio São Paulo - SP CEP 05092.040 Telefone (0XX11) 3619-7301 Home page http://www.cptm.com.br SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Av. Paulista, 1313 - Cerqueira César São Paulo - SP CEP 01311-923 Telefone SENAI on-line (0XX11) 3146-7000 0800-55-1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br mailto:Senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br/ Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 4 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 5 Sumário 1 UM POUCO DE HISTÓRIA ..................................................................................................................... 7 1.1 Energia elétrica ....................................................................................................................................... 7 2 CONVERSÃO DE ENERGIA ................................................................................................................. 11 2.1 Gerador Elétrico Elementar ................................................................................................................. 12 2.1.1 Princípio de funcionamento .................................................................................................................... 12 2.1.2 Descrição do funcionamento .................................................................................................................. 13 2.1.3 Classificação dos geradores quanto ao tipo de corrente produzida ...................................................... 14 3 ENSAIOS ELETROMECÂNICOS .......................................................................................................... 17 4 ALTERNADORES.................................................................................................................................. 19 4.1 Classificação quanto à potência ......................................................................................................... 19 4.1.1 Alternador de Pequena Potência ........................................................................................................... 19 4.1.2 Alternador de Grande Potência .............................................................................................................. 20 4.1.3 Alternadores Trifásicos ........................................................................................................................... 20 4.2 A famosa raíz de três ........................................................................................................................... 22 4.2.1 Tensão de Fase e Tensão de Linha:...................................................................................................... 22 5 TRANSFORMADOR TRIFÁSICO ......................................................................................................... 27 5.1 Definição ............................................................................................................................................... 27 5.2 Partes Principais .................................................................................................................................. 27 5.3 Funcionamento básico ........................................................................................................................ 27 5.4 Principais perdas de um Trafo ............................................................................................................ 28 5.4.1 Histerese ................................................................................................................................................ 29 5.4.2 Correntes parasitas ou de Foucault ....................................................................................................... 30 6 SISTEMA DE POTÊNCIA ...................................................................................................................... 31 6.1 Geração de Energia Elétrica ................................................................................................................ 31 6.2 Subestações ......................................................................................................................................... 31 6.3 Linha de Transmissão (LT) .................................................................................................................. 32 6.3.1 Linha de Subtransmissão (LST) ............................................................................................................. 33 6.4 Aterramento .......................................................................................................................................... 40 6.4.1 Procedimentos para a execução do aterramento temporário ................................................................ 43 6.4.2 Procedimentos para o aterramento da linha: ......................................................................................... 44 6.5 Perdas no sistema de transmissão .................................................................................................... 46 6.5.1 INDICADORES DE PERDAS ................................................................................................................. 48 7 SISTEMA ELÉTRICO-FERROVIÁRIO .................................................................................................. 51 7.1 Subestação ........................................................................................................................................... 51 7.1.1 Classificação das subestações .............................................................................................................. 52 7.1.2 Cabine de Seccionamento e Paralelismo .............................................................................................. 64 7.1.3 Manobras em subestações .................................................................................................................... 65 7.1.4 Características dos equipamentos das subestações ............................................................................. 68 7.2 Seccionador .......................................................................................................................................... 83 7.3 Disjuntor ................................................................................................................................................ 85 7.3.1 Tipos de disjuntores quanto aos meios de extinção do arco voltaico .................................................... 86 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 6 CPTM 7.4 Retificador ............................................................................................................................................. 93 7.5 Filtro deHarmônicas ............................................................................................................................ 96 7.6 Para-raios .............................................................................................................................................. 99 7.7 Contador de descargas atmosféricas .............................................................................................. 101 7.8 Relê ...................................................................................................................................................... 102 7.9 Sistemas auxiliares ............................................................................................................................ 106 7.9.1 SACA .................................................................................................................................................... 106 7.9.2 SACC .................................................................................................................................................... 106 8 MANUTENÇÃO DE SUBESTAÇÕES E CABINES PRIMÁRIAS ....................................................... 109 8.1 Equipamentos e instrumentos necessários para a manutenção .................................................. 111 8.2 Manutenção das linhas de distribuição de energia ........................................................................ 112 9 CIRCUITO DE REDE AÉREA DE TRAÇÃO (REDE AÉREA) ............................................................ 113 9.1 Descrição e aplicação ........................................................................................................................ 114 9.1.1 Sustentação Mecânica ......................................................................................................................... 114 9.1.2 Isolador ................................................................................................................................................. 114 9.1.3 Catenária .............................................................................................................................................. 116 9.2 Sistema de distribuição ..................................................................................................................... 119 9.2.1 Seccionamento ..................................................................................................................................... 119 9.3 Manutenção da rede aérea ................................................................................................................ 120 9.3.1 Poligonação ou zigue-zague ................................................................................................................ 120 9.3.3 Fio de Contato ...................................................................................................................................... 122 9.3.4 Cabo mensageiro ................................................................................................................................. 123 9.4 Peças e acessórios de Rede Aérea .................................................................................................. 127 9.4.1 Garras Paralelas e Garras Simples ...................................................................................................... 128 9.4.2 Suspensórios ........................................................................................................................................ 128 9.4.3 Estabilizadores de Linha ...................................................................................................................... 128 9.4.4 Isoladores ............................................................................................................................................. 128 9.4.5 Ferragens de suporte ........................................................................................................................... 129 9.4.6 Postes de Concreto .............................................................................................................................. 129 9.4.7 Chaves de faca ..................................................................................................................................... 129 9.4.8 Cabos alimentadores ........................................................................................................................... 130 10 TRABALHO EM ALTA TENSÃO ........................................................................................................ 131 10.1 Programas de interrupções ............................................................................................................... 131 10.2 Operação programada ....................................................................................................................... 131 10.3 Operação de emergência ................................................................................................................... 132 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 133 ANEXO A ....................................................................................................................................................... 135 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 7 1 Um pouco de história 1.1 Energia elétrica É um tipo especial de energia, por meio da qual podemos produzir os mais variados tipos de trabalho: mecânico, calórico, sonoro, luminoso, radiação e outros. Ela é a mais versátil e nobre de todas as formas de energia; sendo então muito importante seu enfoque integrado no contexto do Desenvolvimento Sustentável, na busca da utilização harmônica e adequada dos recursos naturais, visualizando a maior eficiência da cadeia entre si, desde a geração (produção) até a utilização (usos finais), passando pela Transmissão, Subtransmissão, Distribuição e a sua interação equilibrada (sustentável) com o meio ambiente. Muito da tecnologia, hoje em uso, deve-se a grandes pioneiros eempreendedores da eletricidade. Seus nomes e feitos são aquiregistrados como tributo de reconhecimento pela grande constribuição. James Watt - 1736 – 1819 (Escocês) • Mecânico, concebeu o princípio da máquina a vapor, que possibilitou a • revolução industrial. • A unidade de potência útil foi dada em sua homenagem (watt). Alessandro Volta - 1745 - 1827 (Italiano) • Em 1800 anunciou a invenção da bateria. • A unidade de força eletromotriz foi criada em sua homenagem (volt). André Marie Ampère - 1775 - 1836 (Francês) • Iniciou pesquisa em 1820 sobre campos elétricos e magnéticos a partir do anunciado de Oersted (Oe – intensidade de campo magnético). • Descobriu que as correntes agiam sobre outras correntes. • Elaborou completa teoria experimental e matemática lançando as bases do eletromagnetismo. • A unidade de corrente elétrica foi escolhida em sua homenagem (ampère). Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 8 CPTM Georg Simon Ohm - 1789-1854 (Alemão) • Em 1827 enunciou a lei de Ohm. • Seu trabalho só foi reconhecido pelo mundo científico em 1927. • As unidades de resistência, reatância e impedância elétrica foram escolhidas em sua homenagem (ohm). Michael Faraday - 1791-1867 (Inglês) • Físico e químico, em 1831 descobriu a indução eletromagnética. • Constatou que o movimento de um imã através de uma bobina de fio de cobre causava fluxo de corrente no condutor. • Estabeleceu o princípio do motor elétrico. • Considerado um dos maiores experimentalistas de todos os tempos. • A unidade de capacitância é em sua homenagem (F). Joseph Henry - 1797-1878 (Americano) • Descobriu a indutância de uma bobina.• Em sua homenagem seu nome foi dado à unidade de indutância (henry). Gustav Robert Kirchhoff - 1824–1887 (Alemão) • Em 1847 anunciou as leis de Kirchhoff para correntes e tensões. Thomas Alva Edison 1847-1931 (Americano) • Em 1879 inventou a lâmpada elétrica. • Patenteou 1100 invenções: cinema, gerador elétrico, máquina de escrever, etc. • Criou a Edison General Electric Company. • Foi sócio da ‘General Electric Company’. • Instalou em 1882 a primeira usina de geração de energia elétrica do mundo com fins comerciais, na área de Wall Street, Distrito Financeiro da cidade de New York. A Central gerava em corrente contínua, com seis unidades geradoras com potência total de 700 kW, para alimentar 7200 lâmpadas em 110 V. O primeiro projeto de êxito de central elétrica havia sido instalado no mesmo ano em Londres, com capacidade degeração para 1000 lâmpadas. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 9 William Stanley - 1858-1968 (Americano) • Em 1885/6 desenvolveu comercialmente o transformador. Nikola Tesla - 1856-1943 (Croata-Americano) • Em 1888 inventou os motores de indução e síncrono. • Inventor do sistema polifásico. • Responsável pela definição de 60 Hz como freqüência padrão nos EUA. • A unidade para densidade de fluxo magnético é em sua homenagem (T). George Westinghouse - 1846-1914 (Americano) • Inventor do disjuntor a ar. • Comprou a patente do recém inventado transformador dos ingleses Lucien Gaulard e John D. Gibbs. • Comprou a patente do motor elétrico de Tesla. • Em 1886 organizou a Westinghouse Electric Company. • Venceu a batalha das correntes contra Edison. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 10 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 11 2 Conversão de energia A energia elétrica ou eletricidade é urna fonte intermediária entre a fonte primária e a sua aplicação final. Para que tal processo ocorra é necessário realizar uma série de transformações e conversões de energia. Esquema básico da energia e suas fases Para que uma fonte de energia primária seja transformada em outra forma de energia é necessário que ocorra uma conversão, essa conversão da forma de energia é realizada por meio de dispositivos ou mecanismos desenvolvidos engenhosamente pelo homem. Há alguns anos o homem vem aprimorando e desenvolvendo essas técnicas de conversão de energia. A conversão eletromagnética de energia, como a entendemos hoje, relaciona as forças elétricas e magnéticas do átomo com a força mecânica aplicada à matéria em movimento. Como resultado dessa relação, a energia mecânica pode ser convertida em energia elétrica, e vice-versa, por meio de máquinas elétricas, ou seja, a energia mecânica é transformada em energia elétrica por meio de um gerador e a energia elétrica poderá ser convertida em mecânica por meio de um motor elétrico. Todos os sistemas de conversão de energia, denominados de Sistema de Geração de Eletricidade ou Centrais Geradoras de Energia Elétrica (hidrelêtrica, termelétrica, eólica etc), utilizam o gerador como equipamento de conversão. Fonte Primária de Energia Sistema de Conversão Energia Elétrica Gerador Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 12 CPTM 2.1 Gerador Elétrico Elementar Para entender como a energia mecânica é transformada em energia elétrica por meio de uma máquina conversora de energia é necessário estudar e entender o funcionamento de uma máquina elétrica clássica denominada de Gerador Elementar. 2.1.1 Princípio de funcionamento O princípio da indução eletromagnética utiliza o movimento entre o ímã e um condutor ou entre o condutor e um ímã. Todas as vezes que um condutor elétrico está sujeito a uma variação de campo magnético, produz-se nesse condutor, uma corrente elétrica. É sempre o condutor que produz eletricidade ao cortar as linhas de campo do ímã, entretanto, para a produção contínua da eletricidade, é necessário manter um movimento contínuo e uniforme do condutor, em relação ao ímã. Variação do condutor em um campo Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 13 Um meio mais prático é o de imprimir ao condutor um movimento circular dentro do campo magnético do ímã. Variação Circular dentro de um campo magnético 2.1.2 Descrição do funcionamento Tendo-se uma bobina girando num campo magnético, as variações de fluxo do polo Norte e do polo Sul sucedem-se na rotação. Isso faz com que seja gerada na bobina uma força eletromotriz (F.E.M.) alternada senoidal. Esquema simples de um gerador O sentido da corrente no condutor varia ao variar a polaridade magnética indutora. Pode- se construir dessa forma um alternador elementar. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 14 CPTM 2.1.3 Classificação dos geradores quanto ao tipo de corrente produzida GERADOR CA = ALTERNADOR GERADOR CC = DÍNAMO 2.1.3.1 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS Ambos possuem as mesmas características de funcionamento, a diferença para que seja possível o alternador gerar em corrente alternada e o dínamo gerar em corrente contínua, está na disposição mecânica do conjunto comutador (coletores / escovas). No alternador, existe um anel coletor em contato permanente para cada escova. Já no dínamo, existe apenas um anel coletor bipartido, onde o contato com as escovas é feito em alternâncias, conforme o movimento do eixo do gerador. Indutor - É a classificação elétrica das bobinas que produzem o campo magnético necessário à criação do fenômeno da indução magnética. Induzido - É a classificação elétrica das bobinas que sofrem a ação do campo magnético do indutor e que produzem a energia elétrica. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 15 2.1.3.2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Rotor - É a parte móvel (enrolamentos ou bobinas) do alternador. Estator - É a parte estática (enrolamentos ou bobinas) do alternador. Excitatriz - É a fonte de alimentação, em CC, aplicada no indutor, para a produção do campo magnético. Essa corrente pode proceder de um conjunto de baterias, de um retificador etc. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 16 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 17 3 Ensaios Eletromecânicos 1. Resistência Ôhmica dos Enrolamentos A resistência ôhmica dos enrolamentos se refere ao valor da resistência do condutor elétrico (fio de cobre esmaltado). Nesse teste é possível verificar se o fio tem continuidade e comparar a resistência ôhmica dos enrolamentos, permitindo identificar possíveis desequilíbrios realizados pelo gerador na produção de energia elétrica. Antes de executar esse procedimento, verificar se todas as pontas dos fios estão abertas, ou seja, desconectadas. Para isso, utilizamos o ohmímetro. 2. Teste de resistência de isolação Com esse ensaio, conseguimos avaliar a isolação entre os enrolamentos e entre os enrolamentos e a carcaça, identificando possíveis fugas de correntes. O aparelho utilizado é o megômetro. 3. Verificação das escovas e anéis coletores Esse procedimento consiste, primeiramente, em verificar visualmente as condições físicas desses componentes, identificando assim, se as escovas e os anéis coletores estão desgastados. 4. Verificação dos componentes mecânicos Aqui é feita uma inspeção visual da carcaça do gerador se não há trincas ou se não há nada que impeça a movimentação do rotor. Nesse momento é verificado as condições dos rolamentos. 5. Medição da tensão de saída Sendo um gerador trifásico, a medição das três fases deve ser feita e verificado se estão balanceadas. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 18CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 19 4 Alternadores São geradores que produzem corrente alternada. Essas máquinas são empregadas na maioria das centrais de geração de energia elétrica. 4.1 Classificação quanto à potência • Pequena Potência – tensão máxima produzida até 600V. • Grande Potência – tensão produzida acima de 600V. 4.1.1 Alternador de Pequena Potência Quando classificado “alternador de pequena potência”, a excitatriz é ligada ao estator e a produção de energia elétrica é feita pelo rotor. Nesse caso, o estator é o indutor e o rotor é o induzido. Nesse tipo de alternador, os polos magnéticos estão colocados na parte fixa da máquina (estator), e para que esses polos sejam criados, os mesmos são alimentados por uma fonte de corrente contínua, a qual é chamada de excitatriz. Alternador de pequena potência A força eletromotriz é retirada pelo processo de comutação de contatos deslizantes (coletor/escovas). A produção de energia elétrica, nesse tipo de alternador, está limitada a 600V, visto que os comutadores(coletores escovas) seriam danificados pelos faiscamentos produzidos. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 20 CPTM 4.1.2 Alternador de Grande Potência Quando classificado “alternador de grande potência”, a excitatriz é ligada ao rotor e a produção de energia elétrica é feita pelo estator. Nesse caso, o rotor é o indutor e o estator é o induzido. Nesse tipo de alternador, os polos magnéticos estão colocados na parte móvel da máquina (rotor), e para que esses polos sejam criados, os mesmos são alimentados por uma fonte de corrente contínua, a qual é chamada de excitatriz. Alternador de grande potência Observação: a tensão de uma excitatriz é de aproximadamente 5% do valor da tensão gerada. 4.1.3 Alternadores Trifásicos O alternador trifásico, como seu nome sugere, possui três enrolamentos monofásicos dispostos de forma que as tensões induzidas fiquem defasadas de 120°. Um diagrama esquemático de um estator trifásico, mostrando todas as bobinas, fica muito complicado, tornando-se difícil ver o que realmente acontece. O diagrama esquemático simplificado mostrado na Fig. (a) mostra todas as bobinas de uma fase concentradas numa só. Nas Figuras (b) e (c), temos a representação de um alternador trifásico com os enrolamentos do estator ligados em estrela e em triângulo, respectivamente. Não se representa o rotor para maior simplicidade. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 21 (A) (B) (C) (a) Enrolamento 3φ da armadura (b) Ligação em estrela ou Υ. (c) Ligação em triângulo ou Δ. As formas de ondas das tensões geradas em cada fase e defasadas de 120° elétricos no tempo, estão representadas na figura abaixo. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 22 CPTM 4.2 A famosa raiz de três Uma das grandes dúvidas dos estudantes de Elétrica é o conceito de Tensão de Fase e de Tensão de Linha e como deve ser aplicada nos cálculos de sistemas trifásicos. Este artigo tem por finalidade esclarecer um pouco este tema que causa tanta dúvida e é de fundamental importância para todos os profissionais e estudantes que trabalham com a parte de energia e sistemas de potência. 4.2.1 Tensão de Fase e Tensão de Linha: Em resumo temos o seguinte conceito, • Tensão de Fase: Tensão medida entre uma ponta de uma bobina e o neutro (conexão comum entre uma das pontas de cada bobina) do gerador ou do trafo. • Tensão de Linha: Tensão medida entre as pontas de duas bobinas do gerador ou do trafo, com exceção do terminal de neutro (N). Aplicando este conceito para as ligações Estrela(Y) e Triângulo(∆), teremos as seguintes configurações. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 23 Como vimos no artigo anterior, num gerador, as fases estão defasadas em 120o, conforme o desenho abaixo do plano cartesiano com os vetores de tensão de cada fase. Adotando-se os valores para as tensões: VR (tensão de fase R)= 0V VS (tensão de fase S)= 127V VT (tensão de fase T)= 127V VST (tensão de linha ST) β (ângulo entre VS e VT) Teremos assim, pela lei dos cossenos: Ou seja: Substituindo-se os valores na expressão acima, a tensão de linha VST será: VST2 = 127² + 1272 – (2 * 127 * 127 * cos120) VST2 = 127² + 1272 – (2 * 127 * 127 * (-1/2) VST2 = 1272 + 1272 – (-1 * 127 * 127) VST2 = 1272 + 1272 + (127 * 127) VST2 = 1272 + 1272 + 1272 VST = √3 * 1272 VST = √3 * √1272 Como VST é a tensão de linha e127V é a tensão de fase, concluímos que: “A tensão de linha, num sistema trifásico, será sempre a tensão de fase multiplicada pela raíz de três”. “O quadrado da tensão VST, é igual a soma dos quadrados das tensões VS e VT, menos duas vezes o produto das tensões Vs e VT, multiplicado pelo cosseno do ângulo formado por VS e VT”. VST² = VS²+VT²-(2*VS*VT*COSβ) VST = 127*√3 Vlinha = Vfase*√3 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 24 CPTM Ou a tensão de fase: São conceitos fisicamente diferentes, definidos como: Fator de potência: é indicado usualmente pela expressão e representa o ângulo de defasagem da tensão em relação à corrente, além de representar a relação entre a potência real P (ativa, efetivamente transformada em trabalho) e a potência aparente S. A potência aparente é a soma vetorial da potência ativa e da potência reativa Q, potência esta que não realiza trabalho e é transferida e armazenada nos elementos passivos (capacitores e indutores) do circuito. 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑃 𝑆 = 1000. 𝑃(𝑘𝑊) √3. 𝑈. 𝐼 Rendimento: também conhecido pelo símbolo η, representa a relação entre a potência real ou útil Pu (efetivamente transferida para a ponta do eixo) e a potência total absorvida da rede Pa, ambas são potências ativas. Matematicamente é: η% = 𝑃𝑢(𝑊) 𝑃𝑎(𝑊) = 1000. 𝑃(𝑘𝑊) √3. 𝑈. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑 η% = 736. 𝑃(𝑐𝑣) √3. 𝑈. 𝐼. 𝑐𝑜𝑠𝜑 . 100% 𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒 = 𝑉𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 √3 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 25 Exercícios 1) Nas figuras abaixo, temos duas linhas de distribuição de energia elétrica alimentadas por transformadores, sendo um com ligação estrela e o outro com ligação triângulo. Em cada uma das linhas foram colocados alguns voltímetros, observe também que só um dos voltímetros, em cada linha de distribuição, está registrando o valor da tensão. Sendo assim, calcule os demais valores que serão registrados pelos demais voltímetros. V1= _________V V2= _________V V3= _________V V4= _________V V5= _________V V6= _________V V1= _________V V2= _________V V3= _________V V4= _________V V5= _________V V6= _________V Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 26 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 27 5 Transformador trifásico 5.1 Definição De forma geral, transformador ou Trafo, é uma máquina elétrica estática, capaz de modificar os níveis de tensão e corrente, por meio do efeito da indução magnética. 5.2 Partes Principais Basicamente são três partes: • enrolamento primário • enrolamento secundário • núcleo de ferro magnético Circuito básico de um transformador 5.3 Funcionamento básico Os enrolamentos primário e secundário, são enrolados em formas próprias e dispostos em um núcleo de ferromagnético. O enrolamento primário ao ser alimentado com energia elétrica em corrente alternada, produz um campo magnético, que é conduzido pelo núcleo de ferromagnético até oenrolamento secundário. A variação da corrente alternada produz um campo magnético, também variável. Esse campo variável ao ser conduzido pelo núcleo, até o enrolamento secundário, por meio do efeito da indução magnética, desloca os elétrons do fio que compõe esse enrolamento(secundário), gerando a tensão elétrica. Essa tensão gerada será proporcional em função da relação de espiras entre os enrolamentos primário e secundário. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 28 CPTM Transformador Trifásico Transformador Trifásico fora do tanque O transformador pode ser: Elevador de tensão: quando o nível de tensão do secundário for maior que o nível de tensão do primário. Neste caso, o número de espiras do enrolamento secundário é maior que o enrolamento do primário. Abaixador de tensão: quando o nível de tensão do secundário for menor que o nível de tensão do primário. Neste caso, o número de espiras do enrolamento secundário é menor que o enrolamento do primário. OBS: Quando os dois enrolamentos possuírem o mesmo número de espiras, o transformador terá no secundário a mesma tensão do primário. Este tipo de Trafo é denominado isolador de tensão. 5.4 Principais perdas de um Trafo As maiores perdas de um Trafo estão no núcleo e nos enrolamentos No núcleo são duas: • Histerese • Corrente parasitas ou correntes de Foucault Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 29 5.4.1 Histerese Quando o ferro do núcleo não está magnetizado, seus domínios magnéticos (ímãs moleculares) estão dispostos de maneira desordenada e aleatória. Porém, ao aplicar uma força magnetizante, os domínios se alinham com o campo aplicado. Se invertemos o sentido do campo, os domínios também inverterão sua orientação. Num transformador, o campo magnético muda de sentido muitas vezes por segundo, de acordo com o sinal alternado aplicado. E o mesmo ocorre com os domínios do material do núcleo. Ao inverter sua orientação, os domínios precisam superar o atrito e a inércia. Ao fazer isso, dissipam uma certa quantidade de potência na forma de calor, que é chamada de perda por histerese. Em determinados materiais, a perda por histerese é muito grande. O ferro doce é um exemplo. Já no aço, esse tipo de perda é menor. Por isso, alguns transformadores de grande potência utilizam um tipo de liga especial de ferro-silício, que apresenta uma perda por histerese reduzida. Esse tipo de problema também aumenta junto com a frequência do sinal. Um transformador que apresenta baixa perda nas frequências menores, pode ter uma grande perda por histerese ao ser usado com sinais de frequências mais altas. A histerese produz-se devido ao gasto de energia para inverter os dipolos durante uma mudança de campo magnético. Cada molécula de uma substância é um pequeno ímã. Num material desmagnetizado esses ímãs estão desorganizados anulando os efeitos magnéticos. A- BARRA DESMAGNETIZADA Num material magnetizado esses ímãs estão organizados de modo que seus campos magnéticos estão alinhados e numa mesma direção B – BARRA MAGNETIZADA https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro_doce https://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador https://pt.wikipedia.org/wiki/Liga https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ferro-sil%C3%ADcio&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Freq%C3%BC%C3%AAncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia https://pt.wikipedia.org/wiki/Dipolo Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 30 CPTM 5.4.2 Correntes parasitas ou de Foucault As correntes de Foucault são correntes fechadas, induzidas na massa de um metal em um campo magnético e, quando uma lâmina condutora entra em um campo, há uma variação de fluxo que provoca uma força eletromotriz. Essa força eletromotriz é induzida na lâmina que, por sua vez, permite o movimento dos elétrons livres do metal em circuitos fechados de correntes. A corrente de Foucault pode produzir resultados como a dissipação de energia por efeito Joule, causando um grande aumento de temperatura. O aumento da temperatura permite, por exemplo, que tais correntes sejam utilizadas como aquecedores em um forno de indução. No entanto, em alguns casos (como nos circuitos eletrônicos), a dissipação por efeito Joule é um resultado bastante indesejável, porque pode danificar os seus componentes. Para diminuir ou evitar a dissipação por efeito Joule, utiliza-se frequentemente os materiais laminados ou construídos por pequenas placas isoladas entre si. Também conhecido como efeito capilaridade ou skin effect, o efeito peculiar em condutores é uma manifestação particular de corrente de Foucault. Neste caso particular, a corrente elétrica tende a fluir na periferia de um condutor retilíneo e longo. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 31 6 Sistema de Potência 6.1 Geração de Energia Elétrica Na geração de energia elétrica é produzida uma tensão alternada, a qual é expressa por uma onda senoidal, com frequência fixa e amplitude que varia, conforme a modalidade do atendimento, em alta, média e baixa tensão e conforme a necessidade de consumo. Isso significa que a energia elétrica passará por processos de adequações de tensão e de corrente. 6.2 Subestações É uma instalação elétrica de alta potência. Contém equipamentos para a transmissão e distribuição de energia elétrica, além de equipamentos de proteção e controle. Funciona como ponto de controle e transferência em um sistema de transmissão de energia elétrica, direcionando e controlando o fluxo energético, transformando os níveis de tensão e funcionando como pontos de entrega para consumidores industriais. Durante o percurso entre as usinas e as cidades, a eletricidade passa por diversas subestações, em que aparelhos chamados transformadores aumentam ou diminuem a sua tensão. Ao elevar a tensão elétrica no início da transmissão, os transformadores evitam a perda excessiva de energia ao longo do percurso. Ao rebaixarem a tensão elétrica perto dos centros urbanos, permitem a distribuição da energia por toda a cidade. Apesar de mais baixa, a tensão utilizada nas redes de distribuição ainda não está adequada para o consumo residencial imediato. Por isso, se faz necessária a instalação de transformadores menores, instalados nos postes das ruas, para reduzir ainda mais a tensão que vai para as residências, estabelecimentos comerciais e outros locais de consumo. É importante lembrar que o fornecimento de energia elétrica no Brasil é feito por meio de um grande e complexo sistema de subestações e linhas de transmissão, interligadas às várias usinas de diversas empresas. Assim, uma cidade não recebe energia gerada por uma única usina, mas por diversas usinas - hidrelétricas, termelétricas ou nucleares - que constituem o chamado Sistema Interligado Nacional (SIN). https://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%AAncia_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Transmiss%C3%A3o_de_energia_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Distribui%C3%A7%C3%A3o_de_energia_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Transmiss%C3%A3o_de_energia_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Transmiss%C3%A3o_de_energia_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluxo_de_energia https://pt.wikipedia.org/wiki/Tens%C3%A3o_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_el%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletricidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Subesta%C3%A7%C3%B5es https://pt.wikipedia.org/wiki/Transformadores https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Linhas_de_transmiss%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrel%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_termel%C3%A9trica https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Nuclearhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Interligado_Nacional Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 32 CPTM As subestações podem ter características que as classificam como: • Elevadoras: elevam o nível de tensão. • Abaixadoras: rebaixam o nível de tensão. • Retificadoras: transformam a corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC). • Conversoras: convertem a corrente contínua (CC) em corrente alternada (CA). Os equipamentos que uma subestação possui serão abordados logo mais adiante. Subestação de energia 6.3 Linha de Transmissão (LT) A linha de transmissão liga as grandes usinas de geração às áreas de grande consumo. Em geral, apenas poucos consumidores com um alto consumo de energia elétrica são conectados a essas redes em que predomina a estrutura de linhas aéreas. A segurança é um aspecto fundamental para as redes de transmissão. Qualquer falta nesse nível pode levar a descontinuidade de suprimento para um grande número de consumidores. A energia elétrica é permanentemente monitorada e gerenciada por um centro de controle. O nível de tensão depende do país, mas, normalmente, o nível de tensão estabelecido está entre 220 kV e 765 kV. Basicamente, uma linha de transmissão é constituída por torres, postes, isoladores e cabos condutores de eletricidade. A transmissão da energia elétrica pode ser feita em CA ou CC e em vários níveis de tensão. Todo o arranjo (tipo de torre, nível de tensão, comprimento da linha, bitola dos cabos condutores, configuração dos cabos) depende de estudos econômicos que indicarão a melhor opção. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 33 Linhas de transmissão 6.3.1 Linha de Subtransmissão (LST) A linha de subtransmissão recebe energia da rede de transmissão com objetivo de transportar energia elétrica a pequenas cidades ou importantes consumidores industriais. O nível de tensão está entre 35 kV e 160kV. É o caso da CPTM que recebe energia em 88kV ou 138kV. Em geral, o arranjo das redes de subtransmissão é em anel para aumentar a segurança do sistema. A estrutura dessas redes é, em geral, em linhas aéreas; por vezes cabos subterrâneos próximos a centros urbanos fazem parte da rede. A permissão para novas linhas aéreas está cada vez mais demorada devido ao grande número de estudos de impacto ambiental e oposição social. Como resultado, é cada vez mais difícil e caro para as redes de subtransmissão alcançarem áreas de alta densidade populacional. Os sistemas de proteção são do mesmo tipo daqueles usados para as redes de transmissão e o controle é regional. Da mesma forma que a LT, a linha de subtransmissão (LST) é constituída por torres, postes, isoladores e cabos condutores de eletricidade. Embora a distância a ser percorrida seja bem menor que a da LT, tem, também, por finalidade, levar essa tensão a um centro de distribuição primário, mais próximo de consumidores. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwi_sZ-5yarNAhWMPpAKHTylDqQQjRwIBw&url=http://www.areac.pt/portal/index.php/links-uteis&bvm=bv.124272578,d.Y2I&psig=AFQjCNGKr8eu5BILPHIgsLIi5jSP2VG1wA&ust=1466093443151235 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 34 CPTM Linha de subtransmissão Linha de Distribuição Primária (LDP) – Normalmente, a tensão padrão nesse ponto é 13,8kV. A tensão ainda percorrerá longos trechos urbanos. Contudo, as indústrias trabalham com vários níveis de tensão, 220V, 380V e 440V. Sendo assim, a concessionária fornecerá os 13,8kV e a própria indústria fará as adequações de tensões necessárias. Além disso, é necessário ter alguns equipamentos que proporcionem: a segurança do sistema elétrico, a redistribuição das tensões e a medição do consumo. Esse local físico que contém esses equipamentos é chamado de Cabine Primária. Entrada de energia Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 35 Cabine Primária de Média Tensão (MT) Linha de Distribuição Secundária (LDS) - inferior a 1kV, representa o nível final na estrutura de um sistema de potência. Um grande número de consumidores do setor residencial é atendido pelas redes em BT (baixa tensão). Tem por finalidade transportar a energia elétrica trazida pela LDP para alimentar diretamente os consumidores finais residencial e industrial. Classificação dos níveis de tensão Menor ou igual a 1kV – Baixa Tensão (BT) Acima de 1kV até 35kV - Média Tensão (MT) Acima de 35kV até 230kV – Alta Tensão (AT) Acima de 230kV até 765kV – Extra Alta Tensão (EAT) Acima de 765kV – Ultra Alta Tensão (UAT) Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 36 CPTM Padrão de instalação de distribuição primária/secundária Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 37 A CPTM possui instalações atendidas por linhas de distribuição primária e distribuição secundária, ao longo do trecho da via férrea para a alimentação, principalmente, do sistema de sinalização, conforme figura anterior. Para isso são necessários alguns procedimentos para a abertura e o fechamento dos seccionadores com proteção à fusível (Chave Matheus). Qualquer manobra a ser executada em sistemas de potência deverá seguir os procedimentos de operações e segurança adotados pela empresa para evitar acidentes de trabalho. Regras gerais para manobras e trabalhos em sistemas de energia: • nunca ir sozinho ao local, para executar algum trabalho ou operação de manobra; • nunca executar algum trabalho ou operação de manobra sem ter consciência do que irá fazer; • tendo dúvidas, procure o chefe responsável pelos serviços para saná-las. É melhor não executar os serviços, do que fazê-lo com dúvidas: seja responsável. • seja observador com relação à segurança. Olhe sempre pela segurança e pela segurança do seu companheiro, assim como o seu companheiro deve olhar pela segurança dele e pela sua. Nenhum seccionador deve ser aberto com carga, salvo alguns seccionadores fabricados para essa finalidade. Para a operação de abertura e fechamento dos seccionadores com fusíveis, somente poderá ser executada se a demanda for conhecida e se não ultrapassar o limite de 75kVA (5A em 13,8kV e 2A em 34,5kV). Procedimento geral para manobras de abertura e de fechamento de seccionadores com fusíveis (Matheus). Manobra de abertura do seccionador com fusível, conforme a sequência abaixo: 1- ter a ordem de serviço (OS); 2- ter autorização de acesso ao trecho; 3- ter autorização para a manobra de abertura do seccionador; 4- estar devidamente paramentado com os EPIs; 5- abrir e retirar os porta-fusíveis dos seccionadores. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 38 CPTM Manobra de fechamento do seccionador com fusível, conforme a sequência abaixo: 1- ter autorização para a manobra de fechamento do seccionador; 2- estar devidamente paramentado com os EPIs.; 3- recolocar os porta-fusíveis e fechar os seccionadores. Seccionador com Fusível (Matheus) Elo Fusível Parte “sensora” integrante de um fusível, por onde circula a corrente elétrica, quando instalado em um circuito elétrico. Tem a finalidade de se romper, quando o limite de corrente exceder o valor ao qual foi dimensionado, abrindo dessa forma o circuito elétrico e impedindo que os equipamentos danifiquem. Elo Fusível Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 39 Tipos de Elos Fusíveis Os elos fusíveis são designados como tipos H, K e T, conforme indicado a seguir: a) tipo H – elos fusíveis de alto surto, de ação lenta para correntes transitórias elevadas (a corrente transitória de magnetização de transformador, por exemplo). Não admitem trabalhar com correntes acima dos valores nominais. Geralmente, são usados para protegerem transformadores de pequenaspotências (até 75 kVA); b) tipo K – elos fusíveis rápidos com relação de rapidez variando entre 6 (para elo fusível de corrente nominal 6 A) e 8,1 (para elo fusível de corrente nominal 200 A); c) tipo T – elos fusíveis lentos com relação de rapidez variando entre 10 (para elo fusível de corrente nominal 6 A) e 13 (para elo fusível de corrente nominal 200 A). Os termos “rápido” e “lento” são utilizados apenas para indicar a rapidez relativa entre os elos fusíveis K e T. Os elos fusíveis de distribuição dos tipos H, K e T devem ser previstos para serem instalados em bases e porta-fusíveis conforme as respectivas padronizações e nas condições normais de serviço de acordo com a NBR 7282. INSTALAÇÃO CONSUMIDORA TENSÃO NOMINAL POTÊNCIA TOTAL DE TRANSFORMADORES (KVA) 13,8 kV 23,0 kV CHAVES (A) ELOS (H, K, EF) CHAVES (A) ELOS (H, K, EF) ATÉ 15 50 1 H 50 --------------- ATÉ 30 50 2 H 50 2 H ATÉ 45 50 3 H 50 2 H ATÉ 50 50 3 H 50 2 H ATÉ 75 50 5H 50 3H ATÉ 100 100 6 K 100 5 H ATÉ 112,5 100 6 K 100 5 H ATÉ 150 100 8 K 100 6 K ATÉ 225 100 10 K 100 6 K ATÉ 250 100 12 K 100 8 K ATÉ 300 100 15 K 100 10 K ATÉ 400 100 20 K 100 12 K ATÉ 500 100 25 k 100 15 k ATÉ 600 100 30 k 100 20 k ATÉ 750 200 30 EF 200 20 EF ATÉ 1000 200 40 EF 200 25 EF ATÉ 1500 200 65 EF 200 40 EF ATÉ 2000 200 80 EF 200 50 EF ATÉ 2500 200 100 EF 200 65 EF Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 40 CPTM 6.4 Aterramento Visando a um maior grau de segurança para os trabalhadores, é necessário que sejam colocados em prática vários procedimentos e meios de segurança no ambiente de trabalho. Um dos principais é o aterramento temporário do circuito ou do sistema. O aterramento é a ligação do equipamento e/ou das linhas condutoras de energia com a terra, por meio de cabos condutores. Dessa forma, se a linha for energizada acidentalmente, durante um processo de manutenção, será permitida a fuga de corrente para a terra, preservando a integridade humana. O aterramento deve ser feito antes e depois do ponto de intervenção do circuito, ou seja, os trabalhadores deverão estar entre os pontos de aterramentos e, se houver derivações do circuito, essas também deverão ser aterradas. A energização indevida pode ser causada por: • erros de manobra; • contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do circuito; • tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede; • queda de condutores elétricos de outros circuitos em cima da linha desenergizada; • vandalismo; • descargas atmosféricas. Para cada classe ou tipo de tensão, existe um tipo de aterramento temporário. O kit básico de aterramento temporário contém: • vara ou bastão de manobra em material isolante, com cabeçotes de manobra; • grampos condutores – para conexão do conjunto de aterramento com os condutores e a terra; • cabos de aterramento de cobre, extra flexível e isolado; • trado ou haste de aterramento – para ligação do conjunto de aterramento com o solo. Deve ser dimensionado para propiciar baixa resistência de terra e boa área de contato com o solo. Hastes de 1,2m a 1,5m; • bolsa para transporte. Nas subestações, por ocasião da manutenção dos componentes, os componentes do aterramento temporário são conectados à malha de aterramento fixa já existente. Todo o aparato de aterramento temporário deve ser removido ao final dos serviços e antes da liberação para energização do circuito. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 41 Kit básico de aterramento temporário Aterramento de linha trifásica Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 42 CPTM Distâncias dos aterramentos temporários em relação à área de execução da manutenção. Aterramento da linha sem derivação Aterramento da linha com derivações Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 43 6.4.1 Procedimentos para a execução do aterramento temporário Como já foi descrito anteriormente, antes de executar o aterramento na linha, tendo já sido executada a manobra de desligamento da energia elétrica, é necessário, também, o uso do aparelho de detecção de tensão, a fim de prevenir acidente por causa da energização indevida. Aparelho detector de tensão Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 44 CPTM Esses aparelhos detectam com total segurança a presença de tensão por aproximação em instalações elétricas de corrente alternada com condutores sem blindagens, tais como linhas de distribuição, subestações, cubículos etc. Sua utilização é indispensável nos serviços de manutenção em instalações elétricas, para permitir ao eletricista, certificar-se de que o local de trabalho está desenergizado, antes de instalar o conjunto de aterramento temporário, garantindo, assim, a execução dos serviços com total segurança. 6.4.2 Procedimentos para o aterramento da linha: 1- providenciar o desligamento do circuito; 2- estar devidamente paramentado com os EPIs; 3- verificar se não há tensão nas linhas(fases), utilizando o aparelho detector de tensão acoplado ao bastão isolante; 4- conectar o grampo terra no ponto de aterramento; 5- conectar os grampos fase nas respectivas fases da linha, utilizando o bastão isolante e observando se, com a aproximação, há a formação de arco voltaico. Em caso afirmativo, paralisar a operação e checar a linha. Procedimentos para a retirada do aterramento da linha: 1- estar devidamente paramentado com os EPIs; 2- retirar os grampos fase das respectivas fases, utilizando o bastão isolante; 3- desconectar o grampo terra do ponto de aterramento; 4- providenciar o restabelecimento da energia. Antes de iniciar essa operação, verificar se todo material utilizado na manutenção foi recolhido (instrumentos de medida, ferramentas, panos, cordas etc.). Verificar se todos os envolvidos foram evacuados da área de manutenção e alertados sobre o início da manobra de retirada dos aterramentos para iniciar o restabelecimento da energia. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 45 Visão geral do sistema de Potência Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 46 CPTM Tensões Nominais Padronizadas no Brasil Os níveis de tensões praticados no Brasil são: 765 kV, 525 kV, 500 kV, 440 kV, 345 kV, 300 kV, 230 kV, 160 kV, 138 kV, 132 kV, 115 kV, 88 kV, 69 kV, 34,5 kV, 23 kV, 13,8 kV, 440 V, 380 V, 230V, 220 V, 127V, 110 V. 6.5 Perdas no sistema de transmissão As principais perdas no sistema de transmissão de energia elétrica são: • perdas na isolação – os detritos em suspensão na atmosfera e as intempéries contribuem para que os isoladores que suportam o condutor elétrico fiquem impregnados por uma camada que se torna condutiva, fazendo com que surja uma corrente de fuga pelo isolador, passando para a estrutura de sustentação em direção a terra; Isoladores impregnados de sujeira Isoladores limpos Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 47 • perdas ôhmicas – são as perdas decorrentes da resistência do condutor elétrico. Essa resistência é diretamente proporcional ao comprimento do condutor. • efeito corona – são as perdas decorrentes da ionização do ar em torno do fio condutor. O campo magnético, gerado pela circulação de corrente no fio condutor, faz com que alguns elétrons do ar que estão em volta desse fio se desloquem, gerando uma corrente de fuga. Como o ar não é um bom condutor elétrico, esse deslocamento de elétrons é “forçado”, o resultado é a emissão de luz e um zumbido característico “z z z z z”. O efeito corona normalmente aparece nas superfícies dos condutores das linhas de transmissão de energia elétrica em consequência dos níveis de tensão de operaçãoe das condições climáticas onde estão construídas. Esse efeito ocorre devido às partículas de ar, de poeira e à alta umidade (vapor d’água) encontrada em torno dos condutores que, quando submetidos a um campo elétrico muito elevado e intenso, tornam-se ionizados e, como consequência, emitem luz. É bom ressaltarmos que os efeitos corona provocam perdas de eletricidade que podem variar de alguns quilowatts até algumas centenas de quilowatts por quilômetros, principalmente quando as linhas de transmissão ficam sob condições adversas de chuva ou garoa. Além dessas perdas, o sistema de transmissão possui ao longo do trecho subestações, onde existem equipamentos que produzem perdas que também são consideradas para efeito de cálculo. Vale salientar que as perdas em um sistema de energia são calculadas conforme parâmetros e metodologias adotadas pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) conforme abaixo: 1- estabelecer a metodologia e os procedimentos para obtenção dos dados necessários para apuração das perdas dos sistemas de distribuição de energia elétrica; 2- definir indicadores para avaliação das perdas nos segmentos de distribuição de energia elétrica; 3- estabelecer a metodologia e os procedimentos para apuração das perdas dos sistemas de distribuição de energia elétrica. Efeito corona Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 48 CPTM Premissas para o cálculo das perdas: 1- é adotado o valor de referência de 0,92 para o fator de potência utilizado nos cálculos das perdas nos segmentos: 2- as cargas são consideradas distribuídas de forma equilibrada nas fases das redes do Sistema de Distribuição em Média Tensão (SDMT). 3- são consideradas perdas adicionais de 15% sobre o montante de perdas técnicas calculadas para as redes dos Sistemas de Distribuição em Baixa Tensão; 4- as perdas nos transformadores são baseadas nos valores normatizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT; 5- para determinação da resistência ôhmica, a temperatura de operação dos condutores elétricos é considerada constante e igual a 55 ° C; 6- são consideradas perdas adicionais de 5% sobre o montante de perdas técnicas totais, excluindo- se as perdas apuradas por medição, devido às perdas técnicas produzidas por efeito corona em conexões, sistemas supervisórios, relês fotoelétricos, capacitores, transformadores de corrente e de potencial, e por fugas de correntes em isoladores e para-raios; 7- A distribuidora deve apresentar avaliação das perdas por segmento, detalhando a metodologia utilizada no estudo. 6.5.1 INDICADORES DE PERDAS A ANEEL apurará os valores de perdas técnicas em megawatt-hora (MWh) estratificando os valores para cada segmento, conforme os indicadores a seguir definidos: Energia Fornecida - EF: energia ativa efetivamente entregue e medida, ou estimada, nos casos previstos pela legislação, às unidades consumidoras, outras distribuidoras e consumidores livres, mais o consumo próprio, em megawatt-hora (MWh); Energia Injetada - EI: energia ativa efetivamente recebida e medida de um agente, em megawatt- hora (MWh); Energia Passante - EP (i): total de energia ativa que transita no segmento (i), em megawatt-hora (MWh); Perdas Técnicas do Segmento - PTS (i): perdas técnicas para cada segmento, em megawatt-hora (MWh); Perdas Técnicas - PT: corresponde à soma das perdas técnicas de todos os segmentos, em megawatt-hora (MWh); Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 49 Perdas na Distribuição - PD: corresponde à diferença entre a Energia Injetada – EI e a Energia Fornecida – EF, em megawatt-hora (MWh); Perdas Não Técnicas - PNT: corresponde à diferença entre as Perdas na Distribuição – PD e as Perdas Técnicas – PT, em megawatt-hora (MWh); Além dos montantes em energia elétrica, deverão ser apuradas as relações percentuais, conforme os seguintes indicadores: Índice de Perdas Técnicas nos Segmentos – IPTS (i): percentual de perdas técnicas em relação à energia que transita em cada segmento. Percentagem de Perdas Técnicas – PPT: percentual de perdas técnicas em relação à energia injetada. Percentagem de Perdas na Distribuição – PPD: perdas totais representadas percentualmente em relação à energia injetada. Percentagem de Perdas Não Técnicas – PPNT: percentual de perdas não técnicas em relação à energia injetada. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 50 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 51 7 Sistema Elétrico-Ferroviário Podemos descrever o sistema elétrico ferroviário, basicamente, como um conjunto de instalações e equipamentos eletrônicos e eletromecânicos que têm como função o fornecimento de energia elétrica em corrente contínua CC para alimentação dos trens e também o fornecimento de energia elétrica em corrente alternada para o sistema de sinalização. Existem duas configurações do sistema elétrico ferroviário: Trecho das linhas 7 Rubi / 10 Turquesa; linhas 11 Coral / 12 Safira; e linha 8 composta por: • Subestações Abaixadoras e Retificadoras • Cabines de Seccionamento e Paralelismo • Rede Aérea de Tração Trecho da linha 9 Esmeralda, composto por: • Subestações Abaixadoras e Retificadoras • Rede Aérea de Tração Apresentamos, abaixo, cada parte do sistema elétrico para que se forme uma ideia do que é o sistema de eletrificação ferroviário. 7.1 Subestação A subestação é um local físico que contém a instalação elétrica de alta potência e os equipamentos necessários para a adequação dos níveis de tensão e também os equipamentos de proteção e controle para a alimentação da Rede-Aérea de tração e, consequentemente, a alimentação dos trens e unidades elétricas. Esses equipamentos são: transformadores, disjuntores, seccionadores, medidores etc. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 52 CPTM 7.1.1 Classificação das subestações • SE elevadora: aumenta o nível de tensão com o objetivo de melhorar o rendimento na transmissão, diminuindo as perdas na linha de transmissão. • SE rebaixadora: reduz o nível de tensão, adequando os valores para a fase de distribuição e cargas individuais. • SE retificadora: converte a tensão CA em CC por meio de diodos retificadores. • SE conversora: converte a tensão CC em CA, por meio de componentes semicondutores: tiristores. 7.1.1.1 SUBESTAÇÃO REBAIXADORA RETIFICADORA (SE) No sistema elétrico ferroviário da CPTM, as subestações são do tipo rebaixadora e retificadora. Recebem a energia elétrica de uma concessionária em níveis padrões de 88kV ou 138kV e, por meio de transformadores, é feito o primeiro rebaixamento de tensão para 34,5 kV. Essa tensão seguirá três caminhos: • um alimentará outras subestações que não têm possibilidade de serem alimentadas pela concessionária (denominadas subestações secundárias ou subalimentadas). • o outro alimentará o sistema de sinalização, mas ainda é necessário que se faça o rebaixamento de tensão para: a) 4,4 kV – se forem subestações das linhas 11 e 12 b) 6,6 kV - se forem subestações das linhas 8 e 9 c) 13,2 kV – se forem subestações das linhas 7 e 10 • O último caminho alimentará o sistema de rede aérea de tração. Para isso, deverá ser feito outro rebaixamento de tensão para 3000V e ainda ser retificado para corrente contínua, feito por grupos retificadores. Dentro de uma subestação, rebaixadora/retificadora são encontrados os seguintes equipamentos: • transformadores de potência; • seccionadores; • disjuntores; • retificadores; • TC – transformador de corrente; • TP – transformador de potencial; • relês; • painéis de controle e de comando; • No break e conjunto de baterias; • fusíveis; • para-raios; • aparelhos de medição e de proteção.7.1.1.2 CABINE DE SECCIONAMENTO E PARALELISMO Local físico com disjuntores extrarrápidos, interligados na rede aérea de tração. Essas cabines estão instaladas entre as subestações ao longo do trecho, com três finalidades: 1- proteger o sistema de alimentação contra sobrecargas na rede aérea de tração. 2- criar seccionamentos na rede aérea de tração, com objetivo de diminuir o trecho a ser desligado, quando for necessária a intervenção da manutenção. 3- equalizar as cargas nas redes aéreas de tração, devido ao paralelismo formado pelos disjuntores. Os trens da CPTM são elétricos e para alimentá-los, ao longo de seus 278km de linhas férreas, existem subestações distribuídas estrategicamente, para que os trens possam circular eficientemente, sem que haja queda de tensão ou sobrecargas no sistema elétrico. Essa extensão de linha está dividida em trechos conforme segue abaixo: Linha 7 – Rubi / Linha 10 – Turquesa (Jundiaí à Estação Luz – Luz a Rio Grande da Serra) Essas linhas possuem oito Subestações e sete Cabines Seccionadoras. Das oito Subestações, quatro são primárias, ou seja, recebem energia diretamente da concessionária (Elektro ou Eletropaulo) e as quatro restantes são subalimentadas em 34,5kV, fornecidos pelas subestações primárias por meio das linhas de subtransmissão existentes ao longo da via. Não esquecendo de que nesse trecho existem as cabines de seccionamento e paralelismo entre as subestações. A potência total retificada que alimenta os trens nesse trecho é de 71 MVA, distribuídos conforme tabela abaixo: Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade CS Rio Grande da Serra SE Mauá 8 MW 02 linhas de 34,5 kVca provenientes da SE São Caetano 04 linhas de 13,2 kVca Alimentação constante da SE Mauá e alternativa para SE Pari caso falte Eletropaulo 06 linhas de 34,5 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Santo André São Caetano 12 MW 02 linhas de 88 kV ca da Eletropaulo 04 linhas de 34,5 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 54 CPTM Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade CS Ipiranga SE Pari 12MW 02 linhas de 88 kVca da Eletropaulo 04 linhas de 34,5 kVca Alimentação constante para SE Eng. São Paulo e alternativa para as Subestações de Tietê e São Caetano 08 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Nothman Tietê 12MVA 02 linhas de 88 kVca da Eletropaulo 04 linhas de 34,5 kVca Alimentação constante para SE de Caieiras e alternativa para as SEs Morato e Pari 04 linhas de 13,2 kVca Sinalização 08 linhas de 3 kVcc Tração Elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Vila Clarice Jaraguá 8MVA 04 linhas de 34,5 kVca provenientes 02 de Tietê e 02 de Caieiras 04 linhas de 13,2 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVca Tração Elétrica dos trens 220Vca Serviços auxiliares internos Caieiras 6MVA 02 linhas de 88 kVca da Eletropaulo 04 linhas de 13,2 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVca Tração Elétrica dos trens 220Vca Serviços auxiliares internos Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 55 Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade CS Baltazar Fidelis Francisco Morato 9MVA 02 linhas de 138 kVca Elektro 04 linhas de 34,5 kVca Alimentação constante para SE de Campo Limpo e alternativa para as SEs Tietê e Caieiras 04 linhas de 13,2 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração Elétrica dos trens CS Botujuru Campo Limpo 4MVA 02 linhas de 34,5 kVca provenientes da SE de Fco.Morato 04 linhas de 13,2 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração Elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Subestação primária de Caieiras Cabine seccionadora Vila Clarice Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 56 CPTM Linha 11 – Coral / Linha 12 – Safira (Luz à Estação Estudantes - Brás à Estação Calmon Viana) Essas linhas possuem oito Subestações Primárias e nove Cabines Seccionadoras, sendo cinco da Linha 11 e quatro da Linha 12.Todas recebem energia diretamente da concessionária Eletropaulo. A potência total retificada que alimenta os trens nesse trecho é de 68 MVA, distribuídos conforme tabela abaixo: Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade CS Rio Grande da Serra Eng. São Paulo 12 MVA 02 linhas de 34,5 kVca provenientes da SE PARI 04 linhas de 4,4 kVca (futuro 13,2 kVca) Sinalização 08 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Eng. Sebastião Gualberto 9 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 04 linhas de 4,4 kVca Sinalização 08 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Goulart Ermelino Matarazzo 9 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 04 linhas de 4,4 kVca (futuro 13,2 kVca) Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Manoel Feio Eng. Manoel Feio 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Bandeirantes 04 linhas de 4,4 kVca (futuro 13,2 kVca) Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Calmon Viana 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Bandeirantes 06 linhas de 4,4 kVca Sinalização 06 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Vila Matilde Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 57 Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade CS Patriarca Patriarca 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 04 linhas de 4,4 kVca (futuro 13,2 kVca) Sinalização 06 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Arthur Alvin Itaquera 9 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 04 linhas de 4,4 kVca (futuro 13,2 kVca) Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Guaianazes Futura SE Guaianazes CS Jundiapéba Brás Cubas 6 MVA 02 linhas de 88 kVca Bandeirante 04 linhas de 4,4 kVca (futuro 13,2 kVca) Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Estudantes Subestação Eng.º São Paulo Cabine seccionadora Estudantes Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 58 CPTM Linha 8 – Diamante / Linha 9 - Esmeralda (Júlio Prestes à Amador Bueno – Osasco à Grajaú) Essas linhas possuem nove Subestações Primárias e quatro Cabines Seccionadoras. Das nove Subestações, seis são da Linha 8, e três da Linha 9, e recebem energia diretamente da concessionária Eletropaulo em 88kV. As cabines seccionadoras são todas da Linha 8. A potência total retificada que alimenta os trens nesse subsistema é de 59 MVA, distribuídos conforme tabela seguinte: Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade Li n h a 8 → CS Júlio Prestes Barra Funda 4 MW 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Lapa Imperatriz Leopoldina 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVccTração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Presidente Altino Osasco 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos CS Quitaúna Santa Terezinha 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Jandira 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Santa Rita 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 59 Subestação Tensão de entrada Tensões de saída Finalidade Lin h a 9 → Cidade Dutra 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Morumbi 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Jaguaré 8 MVA 02 linhas de 88 kVca Eletropaulo 02 linhas de 6,6 kVca Sinalização 04 linhas de 3 kVcc Tração elétrica dos trens 220 Vca Serviços auxiliares internos Subestação Vila Lobos Cabine seccionadora de Quitaúna Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 60 CPTM 7.1.1.3 VISÃO GERAL DO SISTEMA ELÉTRICO FERROVIÁRIO (Subestação, Cabine de Seccionamento e Paralelismo e Rede Aérea de Tação) Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 61 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 62 CPTM Subestação e Cabines Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 63 Exercícios Quais as tensões padrões de entrada nas subestações da CPTM? _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ Quais as tensões padrões de energia que as subestações fornecem para os sistemas de: a) Sinalização Linhas 08 e 09 ___________________________________________________ b) Sinalização Linhas 07 e 10 ___________________________________________________ c) Sinalização Linhas 11 e 12 ___________________________________________________ d) Rede Aérea _______________________________________________________________ As três finalidades das cabines seccionadoras instaladas nas linhas da CPTM, são _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ O que significa uma subestação alimentada e uma subalimentada? _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 64 CPTM 7.1.2 Cabine de Seccionamento e Paralelismo Observando o diagrama do Sistema Elétrico Ferroviário a seguir, entre as Subestações estão instaladas as Cabines de Seccionamento e Paralelismo das linhas da Rede Aérea de Tração, que têm como finalidade: • proteger o sistema contra sobrecargas ocasionadas por anomalias dos motores de tração dos trens; • equalizar as cargas nas redes aéreas; • criar pontos de seccionamento entre as subestações, facilitando, assim, a manutenção da rede aérea, diminuindo os trechos desligados o que reduz as interferências na circulação dos trens. Diagrama do Sistema Elétrico Ferroviário Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 65 Essas cabines possuem equipamentos específicos, ou seja, disjuntores e seccionadores. O diagrama acima apresenta as subestações (A e B), a cabine de seccionamento e paralelismo (C), as Redes Aéreas de Tração e a maneira como estão interligadas, formando o sistema elétrico ferroviário. Podemos verificar que existem secções, ou seja, pontos isolados na Rede Aérea, chamados GAPs. Esses GAPs (A1, B1 e C1) da Rede Aérea RA1, estão instalados com o objetivo de permitir que a Rede Aérea seja dividida em trechos. Cada trecho será alimentado por dois ramais de alimentação de energia (3kVcc) fornecidos por duas subestações ligadas em paralelo. Essa ligação, no diagrama, está representada pela ligação em paralelo dos ramais de energia a2 de 3kVcc da SE (A) e o ramal b1 da SE (B), entre os GAPs A1 e B1 da Rede Aérea 1. Em função da capacidade de carga, ou seja, do potencial de fornecimento de energia elétrica, foi dimensionada a distância entre as subestações. Essa distância é de aproximadamente 15 km. Sendo assim, surge um problema. Quando um trem está entre os GAPs A1 e B1 e estando mais próximo da SE A, e, obviamente, mais distante da SE B, e se o trem apresentar algum problema que cause uma sobrecarga na alimentação de energia (queda de rede aérea, fuga de corrente, sobrecarga nos motores de tração dos trens etc.), o sistema de proteção da SE A atuará, desligando o ramal de energia a2, mas o sistema de proteção do ramal b1 da SE B, que deveria “perceber” essa situação e desligar esse ramal, pode não atuar, em função da distância, mantendo o trem alimentado, o que poderá agravar o ocorrido. Para solucionar esse problema, foi pensado em instalar, entre as SE A e B, um sistema de proteção idêntico ao das SE já instalado nos ramais que alimentam a Rede Aérea, sistema esse formado por disjuntores específicos para CC e seccionadores. Esse sistema de proteção é chamado de Cabine de Seccionamento e Paralelismo ©. Com isso, essa cabine, além de proteger o sistema de alimentação da rede aérea dos trens, permite a equalização das cargas nas redes aéreas. Ao mesmo tempo, facilita para a manutenção o desligamento de trechos menores e, obviamente, interfere menos na circulação dos trens. 7.1.3 Manobras em subestações As operações de manobras nas subestações são necessárias, a fim de desligar circuitos de alta tensão para a manutenção do sistema elétrico ferroviário. Para se desligar um circuito elétrico, são necessárias algumas operações de abertura e/ou fechamento de disjuntores e de seccionadores numa dada sequência para que sejam evitados danos aos equipamentos e acidentes aos operadores. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 66 CPTM Sequência de manobra de desligamento: • estar devidamente paramentado com os EPIs; • desligar todos os disjuntores, partindo da saída de energia, em direção à entrada; • desligar todos os seccionadores, partindo da saída de energia, em direção à entrada; • aterrar;• sinalizar. Sequência de manobra de religamento: • estar devidamente paramentado com os EPIs; • retirar a sinalização; • retirar os aterramentos; • religar todos os seccionadores, partindo da entrada de energia, em direção à saída; • religar todos os disjuntores, partindo da entrada de energia, em direção à saída. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 67 Exercícios Analisar as situações-problema, para realizar as manobras necessárias na subestação representada no circuito da página 62. O supervisor do setor de RA trabalhará com a sua equipe de manutenção no trecho A da Rede- Aérea 1. Sendo assim, você, como operador de subestação, deverá executar as manobras necessárias para atender essa solicitação, tanto para o desligamento quanto para o religamento do circuito, após a realização dos serviços. OBS.: Ficará por sua conta, a indicação do aterramento. O pessoal de manutenção da subestação deverá executar a manutenção preventiva no Trafo 3 e sua respectiva unidade retificadora. Você está sendo solicitado para executar as manobras necessárias e o aterramento do circuito. Após o término dos serviços, executar as manobras para a energização do circuito. A concessionária de energia necessita substituir os isoladores da linha 1, em suas torres de sustentação. Sendo assim, execute as manobras necessárias para a troca da linha 1 pela linha 2, devendo permanecer na linha 2. Em cumprimento à programação de manutenção da subestação, será executada a manutenção preventiva no Trafo T-1. Você foi requisitado para executar as manobras necessárias e o aterramento, sendo que o Trafo T-2 deverá alimentar as duas subestações durante os trabalhos de manutenção. Após o encerramento da manutenção, religar o Trafo T-2. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 68 CPTM 7.1.4 Características dos equipamentos das subestações 7.1.4.1 TRANSFORMADOR DE FORÇA OU DE POTÊNCIA De acordo com a ABNT o transformador é definido da seguinte maneira: "Dispositivo sem partes necessariamente em movimento, o qual, por meio de indução eletromagnética, transfere energia elétrica de um ou mais circuitos (primário) para outros circuitos (secundário, terciário), mantida a mesma frequência, mas geralmente com tensões e intensidades de correntes diferentes". Pode ser trifásico ou monofásico, dependendo das necessidades específicas de cada instalação. No sistema elétrico há diferentes tipos de transformadores, que possuem características específicas quanto à classe de tensão e à potência. Vistos externamente, os transformadores são formados por buchas de alta e baixa tensão, radiadores ou trocadores de calor, tanque principal, tanque de expansão, painéis de controle e outros dispositivos. Normalmente, nas subestações, são encontrados os seguintes tipos de transformadores: • Transformador de força é todo transformador cuja potência é superior a 500 kVA e é destinado, mais especialmente, a ser ligado a redes de transmissão de energia elétrica; • Transformador de distribuição é todo transformador cuja potência é menor ou igual a 500 kVA, e é destinado, mais especialmente, a ser ligado a redes de distribuição compatíveis com a tensão utilizada nas residências e nas indústrias; Os transformadores acima podem ser classificados, de acordo com a tensão, em dois grupos: • Transformador rebaixador é todo transformador cuja tensão de saída (secundária) é menor que a tensão de entrada (primária). • Transformador elevador é todo transformador cuja tensão de saída (secundária) é maior que a tensão de entrada (primária). Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 69 Aspectos construtivos e a forma física de um transformador. Transformador de Força Transformador Núcleo Seco Transformador de Distribuição Exemplos: Transformador 300 kVA, 22000/220 - 127 V Trafos de distribuição, rebaixador Transformador 6000 kVA, 13,2/69 kV Trafos de força, elevador Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 70 CPTM Principais partes de um transformador Os transformadores instalados nas subestações têm um papel importante na alimentação dos trens e no fornecimento de energia para o sistema de sinalização. São transformadores de grande potencial e de alto custo. Sendo assim, possuem características especiais e sistemas de proteção que os diferem dos transformadores de menor capacidade. Parte Ativa É composta pelos enrolamentos primários e secundários e do núcleo ferromagnético. Este normalmente é confeccionado por chapas de ferro silício, laminadas a frio, de reduzidas perdas. O sistema de fixação entre enrolamento e núcleo e destes ao tanque é sólido e seguro. Desse modo, são garantidos os espaçamentos e posições do projeto. As chapas magnéticas são prensadas por perfis de madeira (transformadores até 300 kVA) ou de ferro, dando a necessária rigidez ao conjunto e reduzindo ao mínimo os ruídos. Enrolamentos ou bobinas Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 71 Todos os materiais empregados: papéis, papelões, isolantes, condutores, vernizes etc. são testados rigorosamente quanto a suas características individuais quando em contato com o meio líquido. Os condutores são isolados com papel. Tanque O tanque do transformador acondiciona a parte ativa e o óleo isolante, bem como todos os elementos que estão fixados ao transformador como radiadores de arrefecimento, tanque de expansão, buchas etc. Tanque Meio Líquido O meio líquido, formado pelo óleo isolante mineral, possui duas finalidades: • isolar a parte ativa em relação ao tanque e às conexões internas; • auxiliar na refrigeração do transformador. Óleo isolante Conservador ou Tanque de expansão O conservador é um tanque, reservatório de óleo, que possibilita a compensação da pressão interna e evita o contato direto do ar que entra e sai do transformador durante o processo de “respiração”, devido à expansão e à retração do óleo, provocada pela alteração da temperatura. Tanque de expansão ou conservador Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 72 CPTM Secador de Ar com Silicagel Todo transformador embebido em óleo, equipado com conservador, possui uma válvula de respiro em sua parte superior. Por meio dessa válvula, é realizada a compensação da variação interna das pressões devido à expansão e à retração do óleo mineral. O ar penetrante vem diretamente do meio externo, acompanhado de certa quantidade de umidade, a qual influirá, desfavoravelmente, sobre o comportamento dielétrico do óleo. Por isso, é necessária a redução da umidade a um nível mínimo, o qual é obtido por meio do secador de ar com Silicagel. O Silicagel é composto por cristais com alta capacidade de absorção de umidade. Na passagem do ar, na “respiração” do transformador, os cristais absorvem a umidade e o ar que entra em contato com o óleo isolante no tanque de expansão não provocará a redução da rigidez dielétrica do óleo. Devido à intensidade da umidade ou ao longo tempo de uso, os cristais se saturam passando, então, do azul escuro ao azul claro desbotado. Nessa situação, o Silicagel deverá ser substituído. Secador de ar ou filtro de silicagel Aspecto da silicagel Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 73 Válvula de alívio ou Tubo de descarga Tem como finalidade proteger o transformador contra pressões excessivas que possam ocorrer no seu interior, devido à formação de um arco elétrico ou de queima de isolante. O tipo mais simples e mais utilizado consiste de um tubo curvado, montado na tampa superior do transformador que, ao sofrer a pressão interna, rompe uma membrana provocandoa despressurização do tanque. Atualmente, nos transformadores de alta tensão, esses tubos estão sendo substituídos por válvulas de segurança (válvula de alivio). Válvula de alívio Tubo de descarga Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 74 CPTM Relê Buchholz Relê Buchholz, também chamado de relê de gás ou relê de pressão súbita, é um dispositivo de segurança montado em transformadores que possuem arrefecimento a óleo e equipados com um reservatório superior, chamado de "conservador". Esse relê está montado entre o tanque e o conservador e tem duas formas de atuação: • quando há a formação de gases provenientes do aquecimento do óleo, devido a uma sobrecarga que foi provocada por uma falha dielétrica, esses gases permanecem em suspensão. Durante o processo de “respiração” do transformador, o óleo circula do tanque para o conservador e vice-versa, passando sempre pelo relê, onde há uma câmara na qual as bolhas de gás são acumuladas e, por meio de um interruptor tipo boia, existente no relê, dispara um alarme no painel de controle da subestação. • quando ocorre um arco elétrico de grande intensidade, devido a uma falha dielétrica na parte interna do transformador, o óleo é superaquecido e há uma formação de gás súbita. Dessa forma, o óleo flui rapidamente para o conservador, passando pelo relê Buchholz. Esse deslocamento, equivalente a 1m/s de coluna de óleo, fará com que desloque dentro do relê um mecanismo tipo boia, que acionará um interruptor e que, por sua vez, atuará no circuito de desligamento do disjuntor que alimenta o transformador. Tal relê, entretanto, é instalado apenas em transformadores de força, devido ao seu elevado preço. É equipado com válvulas de retirada de amostra de gases, permitindo a análise e identificando se os gases produzidos são inflamáveis. Sendo constatada a inflamabilidade, o transformador deverá ser desligado imediatamente e providenciada a sua manutenção. Relê Buchholz Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 75 Relê Buchholz em corte Termômetro com Contatos Térmicos Os equipamentos elétricos podem apresentar defeitos provocados pela elevação anormal da temperatura. Como elemento de registro de temperaturas, o termômetro tem sido usado com a função de proteger o transformador contra danos à parte ativa, efetuando o seu desligamento antes que o defeito se agrave. Os termômetros são, em tais casos, associados a sistemas que atuam sobre contatos elétricos móveis, por meio dos quais é feito o comando de alarme ou de desligamento, semelhante ao caso do circuito externo do relê Buchholz. Para pequenos valores de sobre-elevação térmica, é dado um comando de alarme(s) (visual e/ou sonoro). Para valores mais elevados provenientes da ampliação do defeito, o comando é o de desligamento. Termômetro do transformador Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 76 CPTM Aparelho de Imagem Térmica O aparelho de imagem térmica é instalado nos transformadores para reproduzir a temperatura do ponto mais quente do transformador, que são os enrolamentos, uma vez que a medida direta da temperatura é impossível. Para se obter essa temperatura, o aparelho é colocado nos enrolamentos. Esse aparelho é formado por um transformador de corrente e alimentado por uma corrente proporcional à carga do transformador. Dessa forma, a temperatura obtida será a soma da temperatura dos enrolamentos e a do óleo (registrada pelo termômetro), produzindo um valor mais preciso em tempo real. Funcionamento A resistência de aquecimento (B) e o bulbo sensor (A2) fazem parte do sistema de imagem térmica. Essa resistência é alimentada por uma corrente (I2) ajustada (D) e, proporcionalmente, determinada pela corrente principal do transformador em plena carga (I1). O objetivo é ter um incremento de temperatura (∆t) para o bulbo sensor da imagem térmica (A2) porque a temperatura do enrolamento é sempre superior à temperatura do óleo do transformador e deve ser medida. Aparelho de Imagem Térmica Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 77 Radiadores As perdas dos enrolamentos e do núcleo aquecem o óleo do transformador, produzindo um movimento ascendente. Nos radiadores, o óleo é refrigerado, tomando o movimento descendente. Estabelece-se, então, no óleo, uma circulação por convecção. A superfície útil dos radiadores é dimensionada, possibilitando o resfriamento do óleo. Quando o dimensionamento dos radiadores não for suficiente, devido às condições climáticas, é necessário que se proceda a ventilação forçada, com o uso de ventiladores manuais. Radiadores http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiY2PO-5sPOAhUKHJAKHV8ZARMQjRwIBw&url=http://www.colmatra.com/pt/produtos/paineis-corrugados-radiadores-e-tanques-de-transformadores/item/radiadores-de-transformadores&psig=AFQjCNE3AWtbCGGiOwElppVnEKaWbw8wYg&ust=1471363545911852 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 78 CPTM 7.1.4.2 TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Nas subestações, certas operações como medição de corrente, medição de tensão, medição de consumo de energia elétrica e alimentação dos circuitos de proteção, não são feitas diretamente nos barramentos da alta tensão. Para reduzir os valores da intensidade de corrente e de tensão a valores convenientes, são utilizados os seguintes transformadores de medidas: • Transformador de potencial (TP) São transformadores que rebaixam o nível da alta tensão a níveis proporcionais, possibilitando a medição da tensão elétrica pelos voltímetros e a aplicação dessa tensão rebaixada nos circuitos de proteção de sobretensão e de subtensão. O nível de tensão rebaixado padrão é de 55V ou 110/115V. TP – Transformador de Potencial Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 79 Figura 1 Placa de identificação de um TP Nível de Isolação (NI) – Define o nível máximo de tensão de sobrecarga em um segundo, sem afetar a isolação do transformador. Frequência (HZ) - Define a frequência padrão utilizada. Classe de Isolamento - Define a tensão máxima suportada pelo TP. Grupo – (1) - Projetado para ser instalado entre fases. Grupo – (2) - Projetado para ser instalado entre fase e terra. Potência térmica - Define a maior potência aparente que o TP pode fornecer em regime permanente de tensão e frequência nominais, sem que a temperatura afete o seu desempenho. Primário – Define a tensão primária que será ligada ao TP. Exatidão – Define a porcentagem para mais ou para menos aplicada à tensão de 200V, ou seja, 1,2% de 200 = 2,4V para mais e para menos. H1 e H2 – Conexões do transformador à linha de alta tensão. X e Y – Conexões do transformador ao aparelho de medição (voltímetro). Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 80 CPTM Ligação do TP na linha de alta Tensão Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 81 Transformador de corrente (TC) São transformadores que rebaixam o nível da alta corrente a níveis proporcionais, possibilitando a medição da corrente elétrica pelos amperímetros e a aplicação dessa corrente rebaixada nos circuitos de proteção de sobrecorrente. A corrente rebaixada padrão é de 5A. Todo transformador de corrente está ligado em série na linha de alta tensão. Ligação do TC na linha de alta Tensão Os transformadores de corrente são compostos por um núcleo de ferro laminado, uma bobina primária de poucas espiras de fio muito grosso e uma bobina secundária com muitas espiras de fio mais fino. A relação entreo número de espiras do primário e do secundário é proporcional à relação entre a corrente do secundário e do primário. O número de espiras e a secção transversal do condutor são escolhidos de maneira a permitir grandes intensidades de corrente no primário e pequenas no secundário. É importante que o transformador de corrente ofereça isolamento adequado entre o primário e o secundário para que altas tensões não atinjam os aparelhos de medição e de proteção. Exemplo: Transformador de 50/5A, 300/5A etc. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 82 CPTM Poderá ter relação dupla, geralmente uma em dobro da outra, assim representadas: 50- 100/5A ou 25 x 50/5A. Isso significa que o transformador de corrente possui uma relação de: 50/5=10 e outra de 100/5 =20. A ligação de uma ou de outra relação é feita no primário do TC podendo ser em série ou em paralelo. Os transformadores de corrente podem ter ainda dois enrolamentos secundários: um destinado à medição e o outro à proteção. Placa de identificação de um TC TC – Transformador de corrente CUIDADO Não se deve substituir o voltímetro, no caso do TP, e nem o amperímetro, no caso do TC, quando o circuito estiver energizado. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 83 7.2 Seccionador Equipamento de manobra destinado a interromper a continuidade de um condutor, quando nenhuma corrente o percorre. É utilizado para isolar um circuito ou um aparelho da fonte de energia que o alimenta. ATENÇÃO! O seccionador não deve ser aberto com carga, exceto o fabricado para essa finalidade. O seccionador é caracterizado por: 1) tensão nominal do circuito (tensão entre fases); 2) corrente máxima (intensidade de corrente de carga); 3) número de polos (unipolar, bipolar ou tripolar); 4) mecanismo do comando (manual, elétrico ou ar comprimido); 5) tipo de abertura (horizontal ou vertical); 6) local de instalação (interna ou externa). Seccionador rotativo - É constituído por uma faca, com dois contatos fixos nas extremidades, que gira a 90° sobre um suporte isolante (isolador). Pode ser acionado individualmente ou em conjunto de três polos por um dispositivo mecânico, comandado manualmente ou a distância (eletricamente). Seccionador com dispositivos de aterramento - É um seccionador comum provido de um dispositivo mecânico que aterra a linha na mesma operação em que as facas são abertas. Seccionador tripolar a comando único - As três facas são munidas de um braço de acionamento (isolante), e são ligadas a um mesmo eixo cuja rotação provoca o fechamento ou a abertura simultânea das facas. Seccionador Tripolar a Comando Único Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 84 CPTM Seccionador interruptor tripolar de média tensão É um equipamento destinado a abrir e fechar um circuito em carga. É projetado para ser instalado em ambiente abrigado, em cubículos de média tensão. O dispositivo de interrupção do arco voltaico consiste em: câmaras, engates de contato, lâminas de arco com pontas em Tungstênio, molas etc. A extinção do arco, quando da abertura ou fechamento, dá-se por dois efeitos simultâneos: • efeito labirinto abafador; • atmosfera neutralizante. O arco voltaico que ocorre durante a abertura dos contatos do disjuntor percorre um labirinto e, por um efeito termoquímico, produz um gás neutralizante que é soprado sobre o arco voltaico, extinguindo-o. Esse efeito termoquímico é provocado pelo calor gerado pelo percurso do arco entre as paredes da câmara de extinção, visto que elas são confeccionadas de material termoplástico especial responsável pelo efeito. O sistema de abertura e fechamento dos contatos elétricos principais é provido de molas e trabalha com energia armazenada, o que torna o ato de operação do interruptor rápido e sem dependência do grau de força empregada pelo operador como no caso de comandos manuais. O interruptor tripolar pode ser constituído com ou sem base para fusível, com mecanismo de abertura automática por meio da queima de fusíveis. Interruptor de média tensão para uso interno, tripolar, manobra com carga, sem base para fusíveis. Utiliza isoladores de resina epóxi, disponíveis somente para acionamento a estribo. Poder de corte 90 A. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 85 7.3 Disjuntor É um equipamento de manobra construído para operar em condições normais e anormais e capaz de suportar os esforços dinâmicos e térmicos do arco voltaico. O disjuntor de alta tensão é o principal elemento de segurança e o mais eficiente e complexo aparelho de manobra em uso nas redes elétricas. Possui uma capacidade de fechamento e de ruptura que deve atender a todos os requisitos preestabelecidos de manobra sob todas as condições normais e anormais de operação. No estado ligado ou fechado, o disjuntor deve suportar a corrente nominal da linha sem que o aquecimento ultrapasse os limites permissíveis. No estado aberto ou desligado, a distância de isolamento entre contatos deve suportar a tensão de operação, bem como as sobretensões, devido a surtos de manobras ou de descargas atmosféricas. Além das manobras com correntes de cargas, ele deve interromper com segurança altas correntes de curto circuito indutivas, e não deve interromper prematuramente pequenas correntes indutivas a fim de não provocar a interrupção da energia elétrica. Além disso, existem as correntes capacitivas, manobra sob oposição de fase, como exemplos de situações difíceis em que o disjuntor deve atuar. Os disjuntores devem interromper a corrente sob todas essas condições, com um tempo de duração do arco voltaico de 5 a 20 ms. Convém lembrar que os disjuntores, frequentemente instalados ao tempo, permanecem meses e meses no estado estacionário ligado, conduzindo a corrente nominal sob condições climáticas das mais variadas, proporcionando, às vezes, variações de temperatura em dezenas de graus, agentes atmosféricos agressivos a vários de seus componentes e outras condições adversas. Após todo este tempo de inatividade operacional mecânica, deve estar pronto para interromper uma corrente de curto-circuito, sem o menor desvio das especificações, pois qualquer falha de manobra resultaria em incalculáveis danos materiais e, eventualmente, pessoais. Os disjuntores podem operar em CC ou CA. Os construídos para operarem em CC possuem um tempo de abertura dos contatos ultrarrápidos não permitindo que a corrente de curto- circuito atinja valores muito altos. Os construídos para operarem em CA são providos de meios (óleo, ar comprimido, vácuo, gás SF6 etc.) para a extinção dos arcos voltaicos. Características que devem ser observadas em um disjuntor: 1) tensão nominal entre fases, 2) corrente de curto circuito; 3) corrente nominal; 4) tipo de dielétrico (óleo, gás SF6, vácuo etc.); 5) tipo de mecanismo de comando (elétrico, ar comprimido etc.); 6) tipo de instalação (interna ou externa); 7) dimensões, peso etc. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 86 CPTM 7.3.1 Tipos de disjuntores quanto aos meios de extinção do arco voltaico 7.3.1.1 DISJUNTOR A ÓLEO É o disjuntor em que os contatos principais operam imersos em óleo isolante. Esse óleo serve tanto para extinção de arco como para isolar as partes energizadas dos contatos com o tanque ou com a carcaça do disjuntor. A rigidez dielétrica do óleo é a responsável pela extinção do arco voltaico. Porém, a cada abertura dos contatos ocorre a decomposição do óleo, provocada pela temperatura do arco voltaico, que resulta nos seguintes elementos: hidrogênio (66%); acetileno (17%); metano (9%); outros gases (8%). A proporção de cada elemento depende de cada tipo de óleo usado. Conforme características da extinção do arco em óleo, os disjuntores são agrupadosem: • pequeno volume de óleo; • grande volume de óleo. 7.3.1.2 DISJUNTOR DE PEQUENO VOLUME DE ÓLEO - PVO Esse tipo de disjuntor representa uma evolução por projetar uma câmara de extinção com fluxo forçado de óleo sobre o arco voltaico. Aumenta a eficiência do processo de interrupção da corrente e diminui, consideravelmente, o volume de óleo no disjuntor. O desenho esquemático abaixo mostra um corte da câmara de extinção do arco. Vista em corte de um polo do disjuntor PVO tipo 3AC Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 87 Disjuntor pequeno volume de óleo 7.3.1.3 DISJUNTOR DE GRANDE VOLUME DE ÓLEO - GVO É o tipo mais antigo de disjuntor a óleo. No passado, consistia apenas de um recipiente metálico com os contatos simplesmente imersos no óleo sem nenhuma câmara de extinção. Hoje, os disjuntores GVO possuem câmaras de extinção onde se força o fluxo de óleo sobre o arco. Nas potências mais baixas, as três fases, normalmente, estão imersas em um único recipiente e, nas mais elevadas, cada fase tem o seu recipiente. Observe, a seguir, um disjuntor em corte, mostrando o seu mecanismo interno. Note a existência do transformador de corrente montado na própria bucha, o que é uma construção bastante comum para esse tipo de disjuntor. O disjuntor GVO é usado em média e alta tensão até 230 kV. Tecnicamente está ultrapassado em relação a outros tipos. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 88 CPTM Disjuntor grande volume de óleo (três fases no mesmo recipiente) Disjuntor grande volume de óleo (uma fase por recipiente) Características comuns aos disjuntores de pequeno e grande volume de óleo: 1) construção robusta; 2) eficiência na extinção do arco em alta corrente; 3) degeneração do óleo a cada abertura dos contatos; 4) uso de grande quantidade de óleo; 5) peso e ocupação de grande espaço; 6) necessidade de infraestrutura reforçada. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 89 Disjuntor a gás SF6 Esse tipo de disjuntor é utilizado em circuitos de alta-tensão, extra-alta e ultra-alta tensão. Características: • peso reduzido, cerca de 60% menor que o disjuntor a óleo equivalente; • diminuição dos esforços na fundação , o que, combinado com a mínima energia transferida, torna sua construção mais econômica; • operação silenciosa; • manutenção simplificada; ( a câmara de extinção pode ser removida convenientemente ao nível do solo para inspeção e manutenção) • gás SF6 com desprezível decomposição, assegurando longa vida para a isolação e o meio interruptor, sendo inerte e com excelentes propriedades interruptoras; • apenas 2 - 3 atmosferas (15 - 30 psi) de pressão, o poder dielétrico do SF6 excede o ar ou o óleo; • excelentes propriedades desse gás permitem o uso de um tanque com uma mínima distância entre as partes eletrizadas e o ponto de aterramento; • capacidade de extinguir o arco mesmo em baixa velocidade de abertura dos contatos. Disjuntor a gás SF6 Câmara de interrupção a Gás SF6 em corte Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 90 CPTM Disjuntor a vácuo É utilizado em circuitos de média tensão. Suas vantagens vão além de ser um sistema tecnicamente superior, pois no vácuo não há a formação de arco voltaico, o que possibilita um menor espaço de abertura entre os contatos. O deslocamento (curso) desse contato é bem modesto, da ordem de 8mm a 12 mm, para tensões de até 17,5 kV; de 13mm a 18mm, para tensão de 24 kV e de 16mm a 18mm para tensão de 36kV. Características: • dielétrico permanente: no vácuo não há decomposição de gases e as câmaras fechadas hermeticamente eliminam os efeitos do meio ambiente; • resistência de contato constante: no vácuo não ocorre oxidação dos contatos, garantindo uma resistência de contatos muito baixa durante todo seu funcionamento; • elevada corrente total interrompida: devido ao reduzido desgaste de contatos, é possível interromper, por exemplo, até trinta mil vezes a corrente nominal ou, em média, cem vezes a corrente de interrupção de curto circuito. Disjuntor a vácuo Corte de uma Câmara de disjuntor a vácuo 1. Haste de isolamento 2. Terminal inferior 3. Shunt 4. Interruptor a vácuo 5. Terminal superior 6. Contator Tulipa 1. Pino de Conexão do contato fixo 2. Disco de conexão 3. Isolador de cerâmica 4. Contato fixo 5. Câmara 6. Contato Móvel 7. Isolador de Cerâmica 8. Fole 9. Haste móvel condutora 10. Conexão mecânica para acionamento 11. Pino de Conexão do contato móvel Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 91 Atualmente estão sendo disponibilizados no mercado disjuntores para alta tensão de até no máximo 145kV. Apesar das vantagens, o desenvolvimento de disjuntores a vácuo para alta tensão permanece na dependência de avanços tecnológicos que permitam compatibilizar, em termos econômicos, o aumento das tensões e correntes nominais das câmaras a vácuo e a redução de seus volume e peso. Disjuntor Extrarrápido É um tipo de disjuntor específico para aplicação em corrente contínua (CC), de alta velocidade de abertura de seus contatos, em comparação com os disjuntores de corrente alternada (CA). Os efeitos do arco voltaico produzidos em CC são muito mais severos em comparação com o arco voltaico produzido em CA. Quanto mais rápido for a abertura dos contatos do disjuntor, menores serão os prejuízos produzidos aos seus contatos. Características: • uso exclusivo em CC; • atuação de abertura super-rápida: • meio extintor é o ar interno da câmara de extinção ou abafador de arco com sopro magnético; • construção robusta; • baixa manutenção mecânica. Diagrama esquemático das partes principais do disjuntor extrarrápido Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 92 CPTM A regulagem da corrente de atuação ou de abertura do disjuntor é feita com a atuação no tensionamento das molas do contato principal (ajuste grosso) e nos parafusos de regulagem do núcleo da bobina de retenção (ajuste fino). • Maior tensionamento das molas, menor corrente de abertura do disjuntor. • Menor tensionamento das molas, maior corrente de abertura do disjuntor. • Apertando os parafusos do núcleo, maior corrente de abertura do disjuntor. • Soltando os parafusos do núcleo, menor corrente de abertura do disjuntor. Esses disjuntores estão instalados nas saídas dos conjuntos retificadores que alimentam o barramento de 3kVcc da subestação e nas saídas de energia das subestações que alimentam a rede aérea de tração para alimentação dos TUEs. São os dispositivos de proteção de energia da rede aérea de tração. Qualquer surto ocorrido ao longo da via, provocado por defeitos nos motores de tração dos trens, curto circuitos por queda da rede aérea, vandalismo na rede aérea, promoverá a abertura dos disjuntores dos circuitos afetados e, consequentemente, o corte da energia elétrica. Por isso, é importante a manutenção periódica desses equipamentos e a sua regulagem de acordo com o nível de corrente próprio para aquele trecho ou circuito a ser protegido. Disjuntor extrarrápido Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 93 7.4 Retificador O sistema de alimentação dos trens da CPTM é feito em corrente contínua de 3kV. Para se conseguir esse tipo de alimentação, as subestações adequam o nível de tensão e o retifica. Existem várias formas de adequar e retificar a tensão. A ideia é de se fazer isso de tal forma que possamos ter o melhor aproveitamento com relação ao custo/benefício e eficiência (produzir menores efeitos indesejáveis para o sistema). Retificador de número de pulsos de ordem mais alta pode ser formado a partir do uso de pontes retificadoras de seis pulsos, como bloco construtivo. Para se conseguir um retificador de doze pulsos,são utilizados dois blocos retificadores de seis pulsos com uma defasagem de 30º elétricos entre eles. Isso fará com que um bloco preencha os vales entre os picos do outro bloco. O uso do número de pulsos mais altos está relacionado à redução das correntes harmônicas que o retificador injeta na rede de energia CA, pois quanto maior a frequência, menor será a amplitude do sinal harmônico gerado. Por exemplo, um retificador de doze pulsos tem distorção harmônica total de corrente (THD = Total Harmonic Distortion) de aproximadamente 13%, enquanto um retificador de seis pulsos tem THD de corrente de 35%. Outro benefício é uma menor ondulação na tensão de saída CC, fazendo com que a retificação seja menos oscilante, ou seja, menor ripple. Isso contribui para que a etapa de filtragem (banco capacitivo) seja bem menor, ou, em alguns casos, sem necessidade, reduzindo o custo do equipamento. Retificador hexafásico pode ser obtido pela associação em série ou paralelo de dois retificadores trifásicos. São alimentados por duas alimentações trifásicas CA defasadas entre si. Há três situações em que são feitas tais associações de retificadores: • uma associação série, normalmente empregada em situações em que se deseja uma tensão de saída elevada, que não poderia ser obtida com um retificador único; • uma associação em paralelo, feita quando a carga exige uma corrente que não poderia ser fornecida por um único retificador; • em ambos os casos, em que se deseja reduzir o conteúdo harmônico da corrente drenada da rede, conforme o gráfico a seguir. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 94 CPTM Retificador hexafásico é utilizado no controle de potência de grande porte, normalmente acima de 250kVA. Um caso típico de aplicação da associação em série de retificadores é na transmissão de energia em corrente contínua, em alta tensão (HVDC), como é o caso da linha que conecta Itaipu ao sistema sudeste (de 6000MW). Já a associação paralela é bastante comum no acionamento de grandes máquinas usadas em tração elétrica (trens, metrô). No circuito série, a tensão CC total, apresenta uma ondulação em 720Hz (daí o nome 12 pulsos) e uma variação pico a pico de apenas 3% do valor CC. Retificador em série de 12 pulsos e ondulação de 720Hz Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 95 O circuito abaixo reflete uma configuração de retificadores utilizada em algumas subestações da CPTM. Conjunto de retificadores ligados em série/paralelo Em ambos os casos, a tensão média no barramento CC será calculada pela expressão: 𝑉𝑒𝑓 = 𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜 √2 = 𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝑉𝑒𝑓 𝑥 √2 𝑒 𝑉𝑚𝑒𝑑 = 3𝑥𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜 𝜋 𝑉𝑚𝑒𝑑 = 3𝑥√2 𝑥 𝑉𝑒𝑓 𝜋 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 96 CPTM Conjunto retificador a diodo 7.5 Filtro de Harmônicas Como o próprio nome diz, são equipamentos que filtram as harmônicas geradas pelos equipamentos de retificação da subestação e pelos motores dos trens. Harmônicas são frequências múltiplas da frequência fundamental (a frequência original). Por exemplo, se a frequência fundamental for 60 Hz (frequência da rede no Brasil), a 2ª harmônica é 120 Hz, a 3ª é 180 Hz e assim por diante. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 97 Se a frequência fundamental for 50 Hz (frequência da rede em Portugal), a 2ª harmônica é 100 Hz, a 3ª é 150 Hz e assim por diante. A figura seguinte mostra gráficos da frequência fundamental, assim como das 3ª e 5ª harmônicas. Se uma tensão alternada senoidal de frequência igual a 60 Hz for aplicada a uma carga linear, não haverá produção de harmônicas; mas, se for aplicada a uma carga não linear, surgirão harmônicas. Sendo assim, um sinal senoidal pode ser formado pela soma de harmônicas da frequência fundamental. Em condições normais (sem harmônicas) a frequência das correntes que atravessam um sistema elétrico é a fundamental. Se houver harmônicas, também estas, além da fundamental, atravessam a rede. Sabe-se que, com exceção dos resistores, todos os componentes elétricos e eletrônicos são influenciados pela frequência. Por exemplo, a reatância de uma bobina depende da frequência e não só da bobina (X L = 2 f L). A introdução de frequências não esperadas dará origem a distorções. Utilizam-se, hoje em dia, muitos circuitos eletrônicos geradores de harmônicas, ao contrário do que acontecia antes de certos desenvolvimentos da eletrônica. Os circuitos digitais utilizam essencialmente sinais retangulares. Por isso, é necessário evitar que estas harmônicas sejam introduzidas na rede, o que afetaria o funcionamento de outros circuitos. Por exemplo, a corrente de alimentação fornecida por uma fonte chaveada (ou comutada) a um computador é constituída por componentes harmônicos ímpares de valor elevado (em relação à frequência fundamental) e quase nenhuma harmônica par. A amplitude da 3ª harmônica é cerca de 90 % da fundamental e a da 5ª harmônica é cerca de 70 % da fundamental. Nota-se que a amplitude das harmônicas diminui com a frequência. Para avaliar a importância dos componentes harmônicos de um sinal, usa-se o parâmetro THD (“Total Harmonic Distortion” ou “Distorção Harmônica Total”). É a percentagem entre o valor eficaz do componente harmônico total e o valor eficaz do componente fundamental. No caso de um sinal sem harmônicas, o valor de THD é zero, mas em um computador, pode ser mais de 100 %. Todos os equipamentos em seu funcionamento são produtores de harmônicas. É o caso das lâmpadas fluorescentes e todos os circuitos que modificam as tensões senoidais, como conversores usando tiristores. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 98 CPTM As harmônicas podem produzir aquecimento dos condutores. Nos motores provocam ainda vibrações excessivas. Nos transformadores, produzem alterações nos valores das tensões e ruídos derivados de vibrações, além de aquecimentos por efeito Joule e por correntes de Foucault. Em equipamentos de áudio podem produzir distorções sonoras e em equipamentos de vídeo, distorções de imagem. Os aparelhos de proteção (fusíveis e disjuntores) podem atuar erroneamente. Os aparelhos de medida podem fornecer medidas incorretas. Nas redes trifásicas encontram-se principalmente as harmônicas ímpares e, com maior valor, a terceira harmônica. Na figura seguinte, podemos ver a influência da 3ª harmônica adicionada à fundamental. Na figura seguinte podemos ver a influência da 5ª harmônica adicionada à fundamental. Na figura seguinte mostram-se gráficos onde se vê a influência das 3ª e 5ª harmônicas adicionadas à fundamental. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 99 Filtro de Harmônicas 7.6 Para-raios É destinado a proteger os equipamentos de um circuito contra surto de tensão transitória provocado por descargas elétricas atmosféricas, e/ou eventos e anomalias. Até algum tempo, os para-raios aplicados nas subestações, eram do tipo de carbeto de silício (SiC). Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico de novos materiais, estão sendo produzidos para-raios de óxido de zinco (ZnO). Possuem fabricação em corpo de porcelana ou em corpo de material polimérico. Para-raios de entrada de alta tensão Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 100 CPTM Detalhes construtivos do para-raios de porcelana Esses para-raios são fabricados de tal modo que os elementos de óxido de zinco (ZnO) fiquem centralizados internamente no invólucro de porcelana, com a finalidade de minimizar os efeitos de distribuição não uniforme de campo elétrico e de ionização interna. São incorporados mecanismos de alívio de sobrepressão para evitar a fragmentação ou a explosão violenta dos para- raios, em caso de uma eventual falhaseguida da passagem da corrente de surto. Geralmente, os para-raios com invólucros de porcelana, classe estação, apresentam distâncias de escoamento de 20 mm / kV. Detalhes construtivos do para-raios com invólucro polimérico São para-raios com características construtivas internas, parecidas com os de porcelana. O material polimérico, por ser mais leve e flexível, facilita o manuseio e em caso de correntes elétricas provenientes de surtos, não estilhaçam. São fabricados dois tipos de para-raios poliméricos: com e sem espaçamentos internos de ar. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 101 Diferenças entre os modelos Para-raios sem espaço interno: • não requerem dispositivos de alívio de pressão; • são mais confiáveis em relação à penetração de umidade; • são mais leves. Para-raios com espaço interno: • possuem maior suportabilidade a esforços mecânicos. 7.7 Contador de descargas atmosféricas O sistema de proteção contra surtos deve trabalhar 24 horas por dia pois, a qualquer momento, pode ocorrer um raio ou uma sobretensão. Esse dispositivo registra as descargas atmosféricas ou sobretensões que ocorrerem, permitindo se tomar ações especiais para a segurança das pessoas e das instalações. Registra as ocorrências entre 1KA (8/20µS) e 100KA (10/350µS) auxiliando as manutenções preventivas. É possível verificar em qualquer momento se um raio atingiu o seu sistema de proteção pelo visor. O contador possui proteção IP65 podendo ser instalado tanto em ambientes internos como externos. Sua instalação é feita na saída de Terra do para-raios. Aparelho contador de descargas atmosféricas Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 102 CPTM 7.8 Relê Tem por finalidade controlar as cargas em um circuito elétrico e dar proteção ao sistema elétrico. É um dispositivo sensível e de precisão, devendo-se manuseá-lo com cuidado, pois é fundamental para o perfeito funcionamento dos equipamentos que ele protege. Não somente limita ao mínimo as paradas da SE mas, em caso de anomalias, também indica o local do ocorrido, desligando a corrente elétrica e dando alarme do defeito. Painel de relês na subestação Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 103 Código Padrão dos relês usados na SE Tabela ANSI – American National Standards Institute Nr Denominação 1 Elemento Principal 2 Relê de partida ou fechamento temporizado 3 Relê de verificação ou interbloqueio 4 Contator principal 5 Dispositivo de interrupção 6 Disjuntor de partida 7 Relê de taxa de variação 8 Dispositivo de desligamento da energia de controle 9 Dispositivo de reversão 10 Chave comutadora de sequência das unidades 11 Dispositivo multifunção 12 Dispositivo de sobrevelocidade 13 Dispositivo de rotação síncrona 14 Dispositivo de subvelocidade 15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade e/ou frequência 16 Dispositivo de comunicação de dados 17 Chave de derivação ou descarga 18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração 19 Contator de transição partida-marcha 20 Válvula operada eletricamente 21 Relê de distância 22 Disjuntor equalizador 23 Dispositivo de controle de temperatura 24 Relê de sobreexcitação ou Volts por Hertz 25 Relê de verificação de Sincronismo ou Sincronização 26 Dispositivo térmico do equipamento 27 Relê de subtensão 28 Detector de chama 29 Contator de isolamento 30 Relê anunciador 31 Dispositivo de excitação 32 Relê direcional de potência 33 Chave de posicionamento 34 Dispositivo master de sequência 35 Dispositivo para operação das escovas ou curto-circuitar anéis coletores 36 Dispositivo de polaridade ou polarização 37 Relê de subcorrente ou subpotência 38 Dispositivo de proteção de mancal 39 Monitor de condições mecânicas 40 Relê de perda de excitação ou relê de perda de campo 41 Disjuntor ou chave de campo 42 Disjuntor / chave de operação normal 43 Dispositivo de transferência ou seleção manual 44 Relê de sequência de partida 45 Monitor de condições atmosféricas 46 Relê de reversão ou desbalanceamento de corrente 47 Relê de reversão ou desbalanceamento de tensão 48 Relê de sequência incompleta / partida longa 49 Relê térmico 50 Relê de sobrecorrente instantâneo 51 Relê de sobrecorrente temporizado 52 Disjuntor de corrente alternada 53 Relê para excitatriz ou gerador CC 54 Dispositivo de acoplamento 55 Relê de fator de potência 56 Relê de aplicação de campo 57 Dispositivo de aterramento ou curto-circuito Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 104 CPTM Nr Denominação 58 Relê de falha de retificação 59 Relê de sobretensão 60 Relê de balanço de corrente ou tensão 61 Sensor de densidade 62 Relê temporizador 63 Relê de pressão de gás (Buchholz) 64 Relê detetor de terra 65 Regulador 66 Relê de supervisão do número de partidas 67 Relê direcional de sobrecorrente 68 Relê de bloqueio por oscilação de potência 69 Dispositivo de controle permissivo 70 Reostato 71 Dispositivo de detecção de nível 72 Disjuntor de corrente contínua 73 Contator de resistência de carga 74 Relê de alarme 75 Mecanismo de mudança de posição 76 Relê de sobrecorrente CC 77 Dispositivo de telemedição 78 Relê de medição de ângulo de fase / proteção contra falta de sincronismo 79 Relê de religamento 80 Chave de fluxo 81 Relê de frequência (sub ou sobre) 82 Relê de religamento de carga de CC 83 Relê de seleção / transferência automática 84 Mecanismo de operação 85 Relê receptor de sinal de telecomunicação (teleproteção) 86 Relê auxiliar de bloqueio 87 Relê de proteção diferencial 88 Motor auxiliar ou motor gerador 89 Chave seccionadora 90 Dispositivo de regulação (regulador de tensão) 91 Relê direcional de tensão 92 Relê direcional de tensão e potência 93 Contator de variação de campo 94 Relê de desligamento 95 Usado para aplicações específicas 96 Relê auxiliar de bloqueio de barra 97 a 99 Usado para aplicações específicas 150 Indicador de falta à terra 50 - Relê de sobrecorrente instantâneo Opera instantaneamente em corrente acima de um valor predeterminado. 51- Relê de sobrecorrente temporizado C em circuito de corrente alternada Opera com uma característica de tempo definida ou com uma característica de tempo inverso quando a corrente ultrapassa o valor prefixado, em circuito de corrente alternada. 52 - Disjuntor de corrente alternada Fecha ou abre circuitos de potência de corrente alternada, em quaisquer condições de operação. 59 - Relês de sobretensão Opera para uma tensão acima de um valor prefixado. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 105 64 - Relês de desligamento Opera o desligamento de um disjuntor, contator ou equipamento elétrico. 67 - Relê de sobrecorrente direcional Opera para um dado valor de sobrecorrente, fluindo em um sentido prefixado. 68 - Relê de bloqueio É um dispositivo que, sob condições determinadas, fornece o sinal piloto para bloqueio da abertura de equipamentos de uma linha de transmissão, no caso de faltas externas na linha ou em outros equipamentos ou, ainda, trabalha em conjunto com outros dispositivos para bloquear a abertura ou o religamento de algum equipamento, no caso de ausência de sincronismo ou oscilação de potência. 71 - Relê de nível de líquido indicador de nível de óleo com contato. 74 - Utilizado para operar um sinal de alarme, sonoro e/ou visual. 83 - Relê de controle seletivo. "Teste linha" Opera para selecionar automaticamente certas fontes ou condições em um equipamento, ou ainda para realizar automaticamente uma operação de transferência. 86 - Relê de bloqueio de religamento Opera eletricamente, com rearme manual ou elétrico, de modo a desligar e bloquear um equipamento, no caso de ocorrências anormais. 87 - Relê diferencial Opera em função da diferença proveniente do desequilíbrio existente entre duas ou mais correntes ou outras grandezas elétricasquaisquer, medidas nos pontos extremos das áreas protegidas. 89 - Seccionador de carga Utilizado para interromper ou isolar circuitos de potência em carga. É comandado eletricamente ou possui acessórios elétricos. 97 - Relê de sinalização de avaria de diodo Relê de fuga para terra Esse relê é energizado quando uma corrente elétrica circula pelo cabo de aterramento do Trafo em uma situação de anormalidade. Conforme desenho, o cabo de aterramento do equipamento passa por dentro de uma bobina. Quando, em uma situação anormal, houver circulação de corrente pelo corpo metálico do Trafo e esta em direção ao terra, o efeito da indução magnética fará com que surja na bobina uma corrente elétrica que alimentará o relê de fuga de corrente que, por meio dos seus contatos, acionará o circuito de desligamento do disjuntor do Trafo. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 106 CPTM 7.9 Sistemas auxiliares Para que funcionem, as Subestações necessitam de energia em corrente alternada de baixa tensão (110V/220V) e em corrente contínua (110V) para alimentação dos diversos equipamentos e sistemas. Essa energia é fornecida por: • SACA (Serviços Auxiliares de Corrente Alternada); • SACC (Serviços Auxiliares de Corrente Contínua). 7.9.1 SACA O SACA destina-se à alimentação em corrente alternada (110V/220V) das seguintes instalações das subestações: • serviços relativos à alimentação da aparelhagem auxiliar do equipamento de alta tensão; • alimentação dos ventiladores dos transformadores e dos retificadores; • circuitos de aquecimento das caixas de reagrupamento dos transformadores de medição e dos armários de comando dos seccionadores e disjuntores; • equipamentos de telecomunicações; • circuitos de iluminação e tomadas de uso geral e específico (TUG e TUE); • equipamento de aquecimento, ventilação e ar condicionado; • equipamentos de carga das baterias; • alimentação dos quadros elétricos das oficinas. 7.9.2 SACC O SACC destina-se à alimentação em corrente contínua (110Vcc) das seguintes instalações das subestações: • sistema de iluminação de emergência; • alimentação das bobinas dos disjuntores extrarrápidos; • comando elétrico de acionamento dos disjuntores e seccionadores. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 107 O SACC é constituído por: • conjunto bateria; • retificador carregador; • quadro dos Serviços Auxiliares de Corrente Contínua (QSACC). O conjunto retificador/baterias funcionará em situações normais, na presença de corrente alternada (rede). O retificador alimentará os consumidores e fará a carga de manutenção da bateria; a bateria servirá de socorro nas situações em que haja corte de energia em corrente alternada. Na falta de corrente alternada, a bateria fornecerá, no seu período de autonomia, a corrente necessária para manter em serviço os equipamentos indispensáveis, tais como: iluminação e alimentação das bobinas, dos disjuntores extrarrápidos e os comandos elétricos dos circuitos de controle dos disjuntores. O conjunto de baterias é do tipo estacionária, e poderá ser do tipo chumbo ácida (tensão nominal 2,0V) ou tipo alcalina (níquel-cádmio, tensão nominal 1,2V). Conjunto de baterias estacionárias SACA / SACC Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 108 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 109 8 Manutenção de Subestações e Cabines Primárias Para o bom funcionamento dos equipamentos das subestações e das cabines primárias e para que não haja interrupção do fornecimento de energia elétrica para o sistema elétrico-ferroviário, é necessário que, regularmente, sejam feitas as manutenções preventivas e preditivas segundo o plano de manutenção adotado. Este plano deve estar em conformidade com a Resolução Normativa Nº 669 de 14 de julho de 2015 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL – (ANEXO A Pg.135) que regulamenta os requisitos mínimos de manutenção e o monitoramento da manutenção de instalações de transmissão de energia elétrica de rede básica. Essas manutenções serão fiscalizadas pelo responsável técnico e as mesmas deverão ser relatadas em forma de Ordem de Serviço (OS). Essa OS deverá estar de acordo com o modelo adotado pela companhia, para que haja a devida documentação e controle. Equipamento de Proteção Individual (EPI) Todo pessoal envolvido na manutenção dos equipamentos deverá estar em conformidade com os pré-requisitos e com as normas de segurança próprias para o tipo de equipamento e o local de instalação desses equipamentos. Sendo assim, deverão utilizar equipamentos de proteção individual (EPI’s) para prevenir danos físicos que possam ser causados pelos riscos existentes da atividade. Os EPI’s básicos são os seguintes: • botas de proteção (eletricista); • protetor facial; • óculos de proteção; • luvas isolantes de borracha/couro; • capacete. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 110 CPTM Além da utilização de EPIs, devem ser tomadas algumas medidas de controle para se minimizar ainda mais o nível de risco: • utilizar vestimentas adequadas às atividades; • não usar adornos pessoais; • garantir iluminação adequada e uma posição de trabalho segura; • manter os membros superiores livres para a realização das tarefas; • não improvisar EPI’S; • consultar o chefe imediato ou o responsável pela manutenção, caso sejam observadas circunstâncias que impossibilitem a execução da tarefa; • ter consciência das atividades da manutenção a serem desenvolvidas; • verificar, identificar e reconhecer se o circuito elétrico está devidamente desenergizado e aterrado, antes de iniciar os trabalhos. • ter consciência de que está agindo estritamente conforme os procedimentos de segurança normatizados, se for de sua responsabilidade o desligamento e o aterramento do circuito, para a manutenção do equipamento. • não executar qualquer operação, caso surjam dúvidas e entrar em contato, imediatamente, com a chefia responsável; • não fazer nada além do que está determinado na OS; • não executar nenhuma operação ou manutenção estando sozinho; • ser atencioso e observador, estando envolvido nas operações de desligamento e religamento do circuito e durante a manutenção; • cuidar da sua segurança e da segurança de seus companheiros. Lembrete A eletricidade é invisível, um erro poderá ser fatal para você e/ou para as outras pessoas. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 111 8.1 Equipamentos e instrumentos necessários para a manutenção Multímetro Aparelho Termovisor Alicate Amperímetro Ferramentas Diversas Conjunto de aterramento temporário Megger Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 112 CPTM Terrômetro Aparelho de teste de rigidez dielétrica do óleo isolante 8.2 Manutenção das linhas de distribuição de energia Além da manutenção dos equipamentos da subestação e da cabine primária, é importante, também, a manutenção das linhas de entrada de energia dessas cabines . Procedimentos básicos que compõem a manutenção preventiva das linhas de entrada. • inspecionar o estado geral de conservação da estrutura de entrada (poste, cruzeta, suportes metálicos); • verificar as condições dos para-raios, observando se a conexão do aterramento está conforme os padrões integridade; • verificar a integridade da cordoalha do elo fusível, e conferir o valor de acordo com a tabela 01 a seguir (Norma da Cosern “Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária de Distribuição - 13,8 kV”); • verificar a integridade das chaves seccionadoras (Matheus), corpo de porcelana, contatos e conexões; • verificar a integridadedos cabos condutores elétricos, se não há tentos partidos; • conferir o reaperto das conexões. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 113 9 Circuito de Rede Aérea de tração (Rede Aérea) São circuitos aéreos que transportam energia elétrica mantida pelas SE (subestação) e CSS (Cabine seccionadora). Alimentam as máquinas e as unidades elétricas (TUE'S), em qualquer ponto do trecho eletrificado em que se encontrem. Partes principais que compõem o circuito: • sustentação mecânica; • isolador; • catenária. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 114 CPTM 9.1 Descrição e aplicação 9.1.1 Sustentação Mecânica A sustentação mecânica é obtida por meio de: • postes de concreto e estruturas metálicas: de acordo com a necessidade de utilização, apresentam-se das seguintes formas: pórtico, cantilever (pull-off ou push off), escora, ancoragem etc. • conjunto estabilizador: peças metálicas de ferro galvanizado que servem para manter a catenária na sua posição correta. 9.1.2 Isolador Dispositivo de sustentação cujo material dificulta a passagem de corrente elétrica. São vários os isoladores empregados na rede aérea e nos circuitos aéreos em geral. Os de uso mais comum são: a) isolador de discos; b) isolador de pedestal; c) isolador de secção; d) espaçador isolado. a) Isolador de discos Pode ser fabricado em porcelana, vidro ou polimérico. Apresenta uma campânula de metal e é utilizado na suspensão dos cabos mensageiros, nos encabeçamentos e nos cabos puxadores horizontais. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 115 b) Isolador de pedestal É usado em chaves de seccionamento, passarelas e viadutos. c) Isolador de secção É confeccionado em Celeron ou em fibra de vidro com poliéster. Utilizado nos gaps da rede aérea, normalmente nos travessões, nas entradas dos pátios e abrigos eletrificados. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 116 CPTM d) Espaçador isolado É fabricado em porcelana, vidro ou polimérico, com haste de ferro galvanizado. Sua aplicação se faz necessária em gaps para individualização de dois trechos de um mesmo circuito. Observação – No gap, o espaçador isolado é instalado no cabo mensageiro e o isolador de secção, exclusivamente no fio de contato. 9.1.3 Catenária Circuito formado por condutores de alimentação da energia elétrica. São classificados em diretos e indiretos. a) Condutores diretos São o cabo mensageiro, o cabo alimentador e o fio de contato que compõem a parte do circuito responsável pela distribuição de energia às unidades elétricas. Cabo Mensageiro É um condutor elétrico de cobre responsável por receber toda a energia retificada (3kVcc) pela subestação e a distribuir ao longo da linha ferroviária. Além de transportar a energia elétrica, é responsável, também, pela sustentação mecânica do fio de contato. Possui uma secção transversal de 253mm2. Cabo alimentador É um condutor elétrico de cobre responsável por transferir a energia elétrica do cabo mensageiro para o fio de contato ou trolley. A distância entre os pontos de instalação deve ser de 60m, a fim de possibilitar a transferência da energia elétrica de forma eficiente. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 117 Fio de Contato (fio trolley) Condutor elétrico de cobre com ranhuras laterais que possibilitam sua fixação ao mensageiro por meio de garras conectadas aos suspensórios permitindo que sua área livre de contato ocorra sem danificar o pantógrafo. Nos circuitos principais de rede aérea de tração, o fio de contato possui secção nominal de 107 mm2 nas linhas “8 Diamante/ 9 Esmeralda” e “11 Coral/ 12 Safira”, e de 180mm2 nas linhas “7 Rubi / 10 Turquesa”. O fio de contato fica a uma altura entre 4,8m e 5,5m do trilho, estando as medidas menores nas entradas de túneis e cruzamentos com viadutos. A manutenção dessas medidas é necessária, tendo em vista a circulação de determinadas composições, cuja altura máxima em referência ao trilho, excede as medidas normais das composições em circulação diária. Observação: 1m de fio de contato de secção 180mm² = 1,6kg 1m de cabo mensageiro de secção 240mm² = 3,5kg b) Condutores indiretos São as selas, garras paralelas, suspensórios, conjunto estabilizador e cabos puxadores. Além de transportar energia, é responsável também pela sustentação mecânica do fio de contato, mantendo-o na sua posição correta de serviço. O condutor indireto utilizado nos circuitos principais de circulação dos trens metropolitanos é de cobre com secção transversal 253mm2. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 118 CPTM Sela É um conector responsável pela conexão do suspensório ao fio de contato. Garras paralelas São os conectores responsáveis pela conexão dos cabos. Suspensório Além de servir para sustentação do fio de contato, serve também para o seu nivelamento. Possui tamanhos variáveis, em função da sua posição na catenária e do tamanho dos vãos entre os postes. Sua fixação ao fio de contato é feita por meio de uma garra (castanha) e ele é alçado no cabo mensageiro, protegido por uma luva (sela). O suspensório é confeccionado nas oficinas de manutenção da rede aérea, utilizando fio de cobre nu com secção nominal de 25mm2. Para melhorar o funcionamento do circuito, o cabo mensageiro e o fio de contato devem estar ligados eletricamente por cabos alimentadores a cada sessenta (60) metros. Essa ligação é feita por meio de jumpers. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 119 Conjunto estabilizador e cabos puxadores Permitem a centralização da catenária em relação aos trilhos da via permanente. 9.2 Sistema de distribuição A alimentação do circuito de rede aérea de tração é distribuída em tensão corrente contínua em 3kVcc, ao longo do trecho. É feita por meio de ligação em paralelo pelas subestações ao longo do trecho. 9.2.1 Seccionamento É o desligamento do circuito para se fazer a manutenção na rede aérea. Esse seccionamento pode ser feito por meio dos disjuntores e seccionadores instalados nas subestações e nas cabines de seccionamento e paralelismo. Há, também, seccionadores instalados ao longo da rede aérea que facilitam a manutenção, reduzindo o trecho a ser desligado o que favorece a diminuição das interferências na circulação dos trens. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 120 CPTM Chave seccionadora Chave faca vertical 9.3 Manutenção da rede aérea 9.3.1 Poligonação ou zigue-zague É o puxamento da rede aérea nos pontos de sustentação (estruturas) produzindo retrações à esquerda e à direita com relação ao eixo da linha de rodagem, formando um leve zigue-zague que é denominado de poligonação. Evita-se, assim, que o contato da canoa do pantógrafo com o trolley seja num único ponto, gerando um desgaste mais uniforme. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 121 A poligonação deve ser mantida entre os limites prescritos de +25cm e -25cm padrão e +20 e -20cm, nos trechos em linha reta e em curvas de raio superior a 300m. Em curvas de médio e pequeno raios (300m a 200m) a poligonação poderá atingir os 30cm. Nas curvas, a poligonação deverá ser rigorosamente observada. Caso contrário, ocorrerá a saída do fio de contato da canoa do pantógrafo e o consequente rompimento da rede aérea e a destruição do pantógrafo. As causas de maior incidência na modificação natural da poligonação são: • deslocamento das estruturas em terrenos de baixa resistência (afundamento); • rebaixamento e desnivelamentolento e gradual do lastro (particularmente nas curvas),ocasionado pela passagem dos trens; • serviços de manutenção da via permanente: calçamento e alinhamento dos trilhos, substituição dos trilhos e correção da geometria da via.. 9.3.2 Gabarito Vertical É a altura entre o fio de contato e a superfície do boleto do trilho. Seu limite é de 4,80m a 5,50m. Os pontos com menor altura localizam-se em cruzamentos com viadutos, entradas de túneis e obstáculos semelhantes. Esses limites devem ser mantidos e as medidas sempre controladas. No caso de redução de altura do fio de contato (túneis e viadutos) será, no máximo, de 70 cm de descida ou de subida feita num trecho de 350 metros. Nessa proporção, para um lance ou vão de 50 metros a redução (ou aumento) da altura será de 10cm e, para um vão de 60 metros, de 12cm. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 122 CPTM 9.3.3 Fio de Contato O fio de contato deverá ter a superfície de contato (parte inferior) sem asperezas, riscos, sulcos ou deformações. Essas imperfeições podem ser causadas por acionamento do pantógrafo com carga; por curtos-circuitos internos no motor de tração ou, ainda, por imperfeições na via que poderão ocasionar o afastamento do pantógrafo do fio de contato produzindo o arco voltaico. É muito importante que seja feita uma manutenção constante das lâminas coletoras dos pantógrafos, que não devem apresentar bordas cortantes, ou covas transversais e devem sempre conservar o produto lubrificante indispensável à diminuição do atrito entre as lâminas e o fio de contato. Os pantógrafos das unidades motrizes exercem contra o fio de contato uma força variável entre 8 e 11 kg, o que justifica o cuidado a ser tomado com sua manutenção. O desgaste do fio de contato se apresenta diferente de ponto a ponto do mesmo lance de rede aérea devido, principalmente, às razões abaixo mencionadas: • irregularidades na instalação do fio de contato; • irregularidade dos pantógrafos (ranhuras, asperezas etc.); • centelhamento provocado pelo afastamento do pantógrafo. Examinando um lance de rede aérea, pode-se observar que o maior desgaste do fio de contato se verifica em correspondência dos jumpers CM-FC e nas proximidades das suspensões, pois nesses pontos a flexibilidade é menor. Importante observar também que, com temperaturas do cobre acima de 40ºC e abaixo das suspensões, o fio forma uma curva com o vértice dirigido para o alto, o que resulta num desgaste maior nos pontos imediatamente posteriores à suspensão. Com temperaturas do cobre abaixo de 20°C acontece o contrário; o maior atrito e o maior desgaste se manifestam nos pontos imediatamente anteriores à suspensão. Apresentamos a seguir um quadro demonstrativo do desgaste do fio de contato em relação à diminuição de sua espessura vertical. ESPESSURA (mm) DIMINUIÇÃO DA SECÇÃO (mm2) SECÇÃO RESULTANTE (mm2) 12,0 0,0 107 11,0 5,0 102 10.0 12.0 95 9,5 15,0 92 9,0 19,0 88 8,5 26,0 81 8,0 32,0 75 Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 123 Para a verificação do desgaste do fio de contato usa-se um calibrador fixo com duas ou mais bocas, cujas aberturas correspondem às medidas de espessura do fio de contato. Tomando como exemplo demonstrativo um calibrador de duas bocas, estas deverão ter as medidas de 8,5mm e 8,0mm. Tenta-se introduzir lateralmente ao fio de contato a boca de 8,5mm de abertura. Se o fio não entrar, ainda está em boas condições. Se o fio entrar na boca de 8,5mm e não entrar na boca de 8,0mm deve ficar em observação, pois se encontra perto do limite máximo admissível de desgaste. Se o fio entrar na boca de 8,0mm deverá ser prontamente substituído. É aconselhável intensificar os cuidados de controle nos trechos de fio de contato não paralelos ao plano dos trilhos. Nos trechos em curva (desgaste lateral não simétrico), nos trechos de linha com rampa acentuada (maior transmissão de corrente) nas proximidades dos jumpers e pontos de alimentação. 9.3.4 Cabo mensageiro O cabo mensageiro deve ser examinado por toda a sua extensão com a finalidade de se descobrir eventuais rupturas de um ou mais de seus fios componentes (tentos) e os pontos recozidos por excessos de carga. Esses pontos são caracterizados pela coloração diferente do material. RECOZIMENTO O recozimento é causado pelo mau contato das conexões de alimentação de energia. Esse mau contato provoca o aquecimento do condutor elétrico pela passagem da corrente elétrica. Um cabo recozido se apresenta com coloração bem mais avermelhada do que a de um cabo em perfeitas condições e perde suas propriedades mecânicas, sofrendo sensíveis alongamentos em consequência do próprio peso da rede e de suas oscilações, podendo chegar à ruptura. Devido à probabilidade da ruptura da rede aérea, principalmente no inverno, quando o tensionamento é aumentado, é necessário que se proceda a substituição do cabo recozido. VERIFICAÇÃO DO TENSIONAMENTO Ao executar o exame visual rotineiro da linha, constatando-se um aumento anormal da flecha no centro de um lance, pode ser usado um método fácil e razoavelmente eficiente para verificar o tensionamento do cabo mensageiro sem a necessidade de desligamento da linha para a colocação do dinamômetro. O método se resume, praticamente, em medir a altura do mensageiro na suspensão “a”, na suspensão “b” e no ponto mais baixo “c” (próximo ao centro do lance, tudo em referência ao plano dos trilhos). Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 124 CPTM A flecha é dada pela expressão c ba F 2 )( . Admitimos que as medições efetuadas sejam as seguintes: a=7,07m b=7,15m c=5,70m A flecha é, então, calculada: 70,5 2 15,707,7 F mF 41,170,511,7 Uma vez determinada a flecha, será usada a fórmula: f LQ T 8 2 , onde: T = tensionamento do cabo carregado a uma determinada temperatura Q = peso da linha por quilo no lance f = flecha O peso do metro de rede é obtido somando-se o peso de todos os cabos, fios, garra e acessórios; dividindo-se esse peso total pelo comprimento do lance será obtido o peso do quilo por metro, que no exemplo dado, será de 3,5Kg/m. KgT 117.1 28,11 600.12 28,11 600.35,3 41,18 605,3 2 Se esse valor de 1.117Kg for inferior ao tensionamento indicado na tabela, considerada a temperatura medida na hora em que foi feita a verificação da flecha, deverá ser programado um desligamento no trecho a fim de executar o devido retensionamento. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 125 Tabela para Tensionamento do Trolley e Mensageiro Principal G R A U S °C T E N S Ã O E M Q U IL O S G R A U S °C T E N S Ã O E M Q U IL O S G R A U S °C T E N S Ã O E M Q U IL O S G R A U S °C T E N S Ã O E M Q U IL O S G R A U S °C T E N S Ã O E M Q U IL O S G R A U S °C T E N S Ã O E M Q U IL O S 0 1 1 3 7 2 6 8 9 6 0 1 6 6 0 2 6 1 3 9 4 0 1 8 3 0 2 6 1 0 1 5 1 1 1 2 0 2 7 8 9 1 1 1 6 4 8 2 7 1 3 8 5 1 1 7 9 7 2 7 9 8 5 2 1 1 1 0 2 8 8 8 5 2 1 6 3 6 2 8 1 3 7 6 2 1 7 6 5 2 8 9 5 5 3 1 1 0 0 2 9 8 7 9 3 1 6 2 4 2 9 1 3 6 7 3 1 7 3 5 2 9 9 2 2 4 1 0 9 0 3 0 8 7 3 4 1 6 1 2 3 0 1 3 5 8 4 1 7 0 5 3 0 8 9 0 5 1 0 7 5 3 1 8 6 4 5 1 6 0 0 3 1 1 3 4 9 5 1 6 7 2 3 1 8 6 0 6 1 0 6 5 3 2 8 5 8 6 1 5 8 8 3 2 1 3 4 9 6 1 6 4 0 3 2 8 3 0 7 1 0 5 6 3 3 8 5 2 7 1 5 7 6 3 3 1 3 3 1 7 1 6 0 7 3 3 7 9 7 8 1 0 4 8 3 4 8 4 6 8 1 5 6 4 3 4 1 3 2 2 8 1 5 7 5 3 4 7 6 5 9 1 0 3 9 3 5 8 4 0 9 1 5 5 2 3 5 1 3 1 3 9 1 5 4 5 3 5 7 3 2 1 0 1 0 3 1 3 6 8 3 5 1 0 1 5 4 0 3 6 1 3 0 4 1 0 1 5 1 5 3 6 7 0 0 1 1 1 0 2 0 3 7 8 3 0 11 1 5 3 1 3 7 1 2 9 5 1 1 1 4 8 2 3 7 6 7 0 1 2 1 0 1 0 3 8 8 2 6 1 2 1 5 2 2 3 8 1 2 8 5 1 2 1 4 5 0 3 8 6 4 0 1 3 1 0 0 0 3 9 6 2 2 1 3 1 5 1 1 3 9 1 2 7 7 1 3 1 4 2 0 3 9 6 1 0 1 4 9 9 0 4 0 8 1 8 1 4 1 5 0 2 4 0 1 2 5 8 1 4 1 3 9 0 4 0 5 8 0 1 5 9 8 0 4 1 8 1 2 1 5 1 4 9 3 1 5 1 3 5 7 4 1 5 4 7 1 6 9 7 3 4 2 8 0 6 1 6 1 4 8 4 1 6 1 3 2 5 4 2 5 1 5 1 7 9 6 5 4 3 8 0 0 1 7 1 4 7 5 1 7 1 2 9 2 4 3 4 8 2 1 8 9 2 3 4 4 7 9 5 1 8 1 4 6 6 1 8 1 2 6 0 4 4 4 5 0 1 9 9 5 3 4 5 7 9 0 1 9 1 4 5 7 1 9 1 2 3 0 4 5 4 1 7 2 0 9 4 7 4 6 7 8 6 2 0 1 4 4 8 2 0 1 2 0 0 4 6 3 8 5 2 1 9 3 8 4 7 7 8 2 2 1 1 4 3 9 2 1 1 1 7 0 4 7 3 5 5 2 2 9 2 9 4 8 7 7 8 2 2 1 4 3 0 2 2 1 1 4 0 4 8 3 2 5 2 3 9 2 0 4 9 7 7 4 2 3 1 4 2 1 2 3 1 1 0 7 4 9 2 9 2 2 4 9 1 1 5 0 7 7 0 2 4 1 4 1 2 2 4 1 0 7 5 5 0 2 6 0 2 5 9 3 2 2 5 1 4 0 3 2 5 1 0 4 5 T E N S IO N A M E N T o D O C A B O M E N S A G E IR O P R IN C IP A L (S E M C A R G A ) E M F U N Ç Ã O D A T E M P E R A T U R A V Ã O E O U IV A L E N T E = 6 0 M . T E N S IO N A M E N T O D O C A B O M E N S A G E IR O P R IN C IP A L (C O M C A R G A ) E M F U N Ç Ã O D A T E M P E R A T U R A V Ã O E Q U IV A L E N T E = 6 0 M T E N S IO N A M E N T O D O F IO T R O L L E Y E M F U N Ç Ã O D A T E M P E R A T U R A O B S : C A B O M E N S A G E IR O D E 5 0 0 ( M C M ) = 2 4 0 m m ² F IO T R O L L E Y D E 1 8 0 m m ² Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 126 CPTM DEFEITOS E REPAROS DOS CABOS MENSAGEIROS Para a boa manutenção do cabo mensageiro é também necessário verificar as seguintes condições: a) Traços de aquecimento e sinais de queima ou recozimento nas garras paralelas dos jumpers e dos alimentadores. Neste caso, as garras paralelas deverão ser retiradas, limpas e colocadas ou substituídas por novas se estiverem muito usadas ou danificadas. O cabo deverá ser bem escovado no local do aperto, a fim de retirar todas as impurezas e resíduos iniciais de oxidação. A deterioração do cabo nesses lugares é geralmente ocasionada por deficiência de contato entre o cabo e a garra. Particular cuidado deverá ser tomado ao apertar os parafusos das garras, sempre procurando dar o aperto progressivo em todos os parafusos ao mesmo tempo, evitando assim que as duas partes componentes da garra fiquem em planos diferentes do eixo do cabo. O aperto deverá ser firme, mas não excessivo ao ponto de provocar achatamento nos tentos componentes do cabo. As garras deverão ser exatamente da bitola adequada aos cabos. Qualquer diferença para menos ou para mais, nas respectivas cavas, prejudicará a perfeita aderência das partes, introduzindo resistências de contato que ocasionarão superaquecimento quando da passagem de corrente. Além disso, as garras de bitola inferior, com o seu aperto, provocam esmagamento de tentos nos cabos. As de bitola maior, não melhoram as suas condições de contato com o aumento de diâmetro dos cabos pelo uso indevido de bandagem. b) Traços de ruptura de um ou mais tentos de cabo mensageiro junto ao grampo de tensão. Esta ocorrência é devida geralmente ao mau uso dos “Camelongs” por ocasião do lançamento de rede ou durante as operações posteriores de manutenção. Neste caso, se a falha for muito grande (2 ou 3 tentos do cabo quebrados) deverá ser cortada uma seção do cabo suficiente para permitir o trabalho normal, e feita uma emenda para completar o comprimento exigido. Finalmente, deverá ser feita uma verificação do tensionamento para constatar se o serviço executado modificou os valores de tensionamento indicados na tabela. c) Desgaste do cabo mensageiro por fricção nos pontos em que os suspensórios tenham escapado da luva de proteção (selote) Neste caso, deve-se proceder de acordo com o descrito no item anterior. É aconselhável, caso seja feita uma emenda, protegê-la com um pedaço do mesmo cabo e duas garras paralelas. Esse esforço tem a finalidade de diminuir a resistência elétrica da emenda. Se a lesão do cabo for muito séria (item b), deverá ser feita uma bandagem (proteção por enrolamento de fio) no ponto avariado e a resistência mecânica do cabo deverá ser melhorada por meio de um reforço no cabo presilhado, abrangendo as duas extremidades da bandagem. Em qualquer dos casos não deverá ser omitida a prévia limpeza do cabo pelas razões já descritas anteriormente. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 127 d) Aperto das luvas de proteção (selotes) de cabo mensageiro. Se alguma estiver invertida é sinal da ocorrência de um afrouxamento. Antes de proceder ao reaperto com a ferramenta apropriada (nunca com o alicate comum), verificar se a luva sofreu recozimento. Neste caso, o metal terá perdido a sua elasticidade e o reaperto será inútil, devendo a luva ser substituída por outra em boas condições. e) Sentido de enrolamento do cabo em uma emenda Ambos os cabos utilizados na operação devem apresentar o mesmo sentido de enrolamento, pois o cabo deve ser sempre manejado a favor do sentido de enrolamento dos seus tentos. Caso contrário, um tenderá a desfazer o enrolamento do outro, provocando má distribuição dos esforços de tração, podendo até ocasionar posteriores rupturas. f) Atrito entre os cabos nos cruzamentos de linhas, entradas de desvios e travessões Se existir presilha de cruzamento, deve-se verificar sua conexão para evitar movimentos entre os cabos e, consequentemente, atritos indesejáveis. g) Existência de Jumpers para transmissão de corrente e equalização da tensão nas linhas em paralelo Caso não existam deve-se providenciar imediatamente a sua colocação, para evitar passagens de corrente pela presilha de cruzamento ou por contatos intermitentes entre os cabos. h) Corte de cabos Após definir o lugar do corte, dois ou três centímetros à esquerda e à direita deste ponto, deve ser efetuada uma pequena bandagem de arame de amarração com um mínimo de duas voltas. Essas bandagens agem como abraçadeiras de aperto circular e evitam que, durante e após a execução do corte, os tentos do cabo venham a se desenrolar. Esse procedimento deve também ser adotado para o armazenamento de restos de bobinas de cabo ou pequenos segmentos a serem utilizados na fabricação de jumpers. 9.4 Peças e acessórios de Rede Aérea Todos os componentes da rede aérea devem ser examinados durante as operações de manutenção, reapertados ou substituídos em qualquer caso de suspeita de imperfeição. No caso de peças galvanizadas, deverá ser observada a presença de vestígios de ferrugem, particularmente nas partes rosqueadas, onde a película de zinco é normalmente menos espessa. Peças oxidadas devem ser substituídas. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 128 CPTM 9.4.1 Garras Paralelas e Garras Simples As garras paralelas do Tipo CM/CM e CM/FC, pelo menos uma vez por ano, deverão ser abertas para verificação da ocorrência de lesões causadas por superaquecimento. Se forem julgadas em boas condições, deverão ser retiradas, escovadas, limpas e recolocadas em seus lugares. Caso seja necessário substituí-las, utilizar garras já revisadas ou novas. 9.4.2 Suspensórios O suspensório que tenha sofrido os efeitos do recozimento apresenta pouca elasticidade. Assim sendo, se sob os efeitos de um pequeno golpe lateral sofrer uma deformação permanente, deverá ser substituído. O recozimento do suspensório é provocado pela falta de cabos alimentadores. Quando o número desses cabos não é suficiente, a corrente requerida pelas unidades motoras é obrigada a passar do mensageiro para o fio de contato, circulandopelos suspensórios, com uma intensidade superior à admitida, aquecendo-os até o recozimento. O cobre recozido perde as suas propriedades elásticas e de resistência mecânica e assim, o suspensório poderá se romper por tração, ocasionando a queda da rede aérea. 9.4.3 Estabilizadores de Linha • Verificar se a linha passa no ponto certo da mesa do pantógrafo. • Verificar : a) os apertos da garra do estabilizador e das presilhas; b) a integridade dos isoladores. Em caso de necessidade de modificar o gabarito da linha, antes de afrouxar qualquer parte integrante do estabilizador, deve-se aliviar completamente a tensão, utilizando uma catraca adequada. A inobservância dessa tensão provocará o chicoteamento da linha, podendo avariar alguns suspensórios e, eventualmente, atingir e ferir gravemente algum dos operadores. É necessário frisar que, em todos os casos de operações de lançamento de linhas ou de manutenção, os operadores deverão ocupar o espaço da plataforma do vagão de manutenção, sempre a favor do ponto de tensionamento. 9.4.4 Isoladores Os isoladores deverão sofrer um exame visual e de percussão, para que se possa constatar sua integridade total. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 129 9.4.5 Ferragens de suporte Como normalmente as ferragens usadas em linhas com postes de concreto (cantileveres abraçadeiras) são galvanizadas, deverão ser tomadas algumas precauções com relação à oxidação e ao aperto dos parafusos. 9.4.6 Postes de Concreto Danos identificáveis nos postes e devidos reparos • Rachaduras em toda extensão do poste Lesão provocada geralmente pela forte oxidação da ferragem de armação do poste. Quase sempre se manifesta após o aparecimento de fissuras por onde a água da chuva e a umidade do ar são absorvidas por capilaridade atingindo e oxidando a armadura de aço. Para a recuperação dos postes de concreto deve-se seguir o procedimento abaixo: • picotar o poste até remover todas as partes do concreto não aderentes ao ferro ou que se apresentam deterioradas; • escovar cuidadosamente a ferragem, nunca aplicando tintas, pois estas impedirão a aderência do concreto; • aplicar nas partes atingidas o composto COLMA-FIX e em seguida chapiscar as mesmas; • aplicar o reboco e o acabamento final; • pintar o poste com tinta à base de cimento. Caso seja verificada a impossibilidade de manutenção do poste, é necessária sua substituição. 9.4.7 Chaves de faca Defeitos e sua correção: é necessário verificar • o funcionamento macio e contínuo do mecanismo de manobra, corrigindo pequenas deficiências por meio de regulagem e lubrificação; • o estado das soldas dos terminais (tipo cachimbo) dos cabos. Se constatada a existência de solda fria, é necessário refazê-la; • as imperfeições nas lâminas e nos contatos das chaves, provocadas por arcos, deverão ser lixadas e, não sendo possível sua recuperação, deverá ser feita a substituição; • a integridade dos isoladores de pedestal da faca e a existência de oxidação de suas partes metálicas. Se houver fissuras nos isoladores, substituí-los; e, havendo oxidação nas partes metálicas, dar o tratamento adequado; Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 130 CPTM 9.4.8 Cabos alimentadores A manutenção dos cabos alimentadores nus deve ser praticada nos mesmos moldes da manutenção dos cabos mensageiros, ou seja: • Procurar vestígios de sobrecarga (recozimento); • Procurar vestígios ou início de ruptura dos tentos; • Verificar os limites permissíveis de aproximação das partes metálicas. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 131 10 Trabalho em Alta Tensão 10.1 Programas de interrupções Quando um desligamento for realizado num sistema de AT, é essencial que seja feita uma programação prévia e uma lista dos procedimentos a serem executados, para assegurar que o desligamento será feito corretamente, exceto nos casos de desligamento de rotina (motores, por exemplo) ou em emergências. Tal programação deve receber aprovação do engenheiro responsável que autorizará o desligamento. Somente um desligamento de emergência pode ser feito sem o prévio consentimento do engenheiro responsável, porém suas causas devem ser informadas assim que possível. Os responsáveis por todos os subsistemas ou redes cujo fornecimento de energia seja afetado pelo desligamento a ser efetuado devem ser comunicados com antecedência. 10.2 Operação programada (Permissão de Serviços em Subestações) - P.S.S. Para qualquer operação desse tipo deverá ser emitida uma Permissão de Serviço em Subestações. Sua principal função é assegurar que todas as medidas de segurança foram tomadas, bem como todos os setores envolvidos foram notificados em tempo útil de modo a não provocar paradas prejudiciais à produção. É importante que nessa permissão sejam fixados os seguintes itens: 1) motivo da manobra; 2) horário de início; 3) se há interrupção; 4) se a interrupção é parcial ou total; 5) os setores afetados; 6) os equipamentos que serão manobrados; 7) tempo total de duração da interrupção; 8) solicitante da manobra; 9) responsável pela(s) manobra(s); 10) responsável pela execução, em caso de entrega de circuito para manutenção; 11) data e horário que o circuito será devolvido para religamento; 12) responsável que liberará o circuito; 13) número do diagrama a ser consultado para executar as manobras; 14) relatório dos serviços executados e encerramento da permissão pelo responsável que liberou a subestação ou circuito. Essa permissão deverá ser visada pelo engenheiro responsável antes do início de qualquer manobra e após o encerramento dos serviços. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 132 CPTM 10.3 Operação de emergência Após a realização de uma operação de emergência, deverá ser emitida uma permissão idêntica à anterior, porém com a indicação de operação de emergência não devendo faltar as informações dos serviços executados e motivos dessa operação. É muito importante, quando houver possibilidade, indicar quais os relês e disjuntores que operaram automaticamente. Em caso de curto-circuito indicar o local da ocorrência e quais as medidas adotadas para sua eliminação. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 133 Referências ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)- Empreendimentos em Operação - <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapacidadeBrasil.asp> CAERN (Cia. De aguas e esgotos do Rio Grande do Norte) - Apostila Procedimento de Manutenção Preventiva elétrica –– Rio Grande do Norte, 2014. CPFL Energia – Aterramento Temporário de Redes Aéreas de Distribuição Primária e Secundária – Orientação Técnica/Distribuição, Campinas, 2001. CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - Apostila de Treinamento Técnico Básico de Componentes Elétricos Ferroviários. São Paulo, 2007. CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - Manuais Técnicos Diagrama e Esquemas de Operação e Manutenção do Sistema Elétrico Ferroviário – São Paulo. CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - Portal do CIM - Subestações e cabines seccionadoras. São Paulo, 2009 CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - Apostila de Treinamento Técnico Básico de Componentes Elétricos Ferroviários. São Paulo, 2007. CPTM / SENAI-SP – MORALES, Robinson Tomageski – JESUS, Geovane - Manutenção de Sistemas Eletro-ferroviários, Sistemas de Energia – São Paulo, 2009. LEÃO, Ruth P.S. - Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica - Universidade Federal do Ceará - Centro de Tecnologia - Departamento de Engenharia Elétrica – Ceará, 2009. NBR 10295 – Transformadores de Potência Secos NBR 13886 – Fio de contato 107m² - desgaste.NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão – 1kV a 36,2kV. NBR 5032 – Isoladores. NBR 5356 – Transformador de Potência: Especificação NBR 5380 – Transformador de Potência: Método de Ensaio NBR 5416 – Aplicação de Cargas em Transformadores de Potência: Procedimento NBR 5419 – SPDA – Sistema de proteção contra descargas atmosféricas. NBR 5440 – Transformadores para Redes Aéreas de Distribuição: Padronização NBR 9523 – Subestações de Distribuição. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 134 CPTM Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 135 ANEXO A Plano Mínimo de Manutenção ANEEL O Plano Mínimo de Manutenção define as atividades mínimas de manutenção preditiva e preventiva e suas periodicidades para transformadores de potência e autotransformadores, reatores, capacitores, disjuntores, chaves seccionadoras, transformadores para instrumentos, para-raios e linhas de transmissão. As atividades estabelecidas no Plano Mínimo de Manutenção da ANEEL não constituem o conjunto completo de atividades necessárias à manutenção dos equipamentos e linhas de transmissão, mas o mínimo aceitável do ponto de vista regulatório. Assim, cabe à transmissora estabelecer seu plano de manutenção, com base nas normas técnicas, nos manuais dos fabricantes e nas boas práticas de engenharia, a fim de garantir a prestação do serviço adequado e a conservação das instalações sob sua concessão. A partir dos resultados das manutenções preditivas e preventivas a transmissora deve efetuar as correções das anomalias verificadas. As manutenções preventivas só poderão ser realizadas em intervalos superiores aos estabelecidos neste plano quando forem adotadas técnicas de manutenção baseadas na condição ou na confiabilidade. Neste caso, deverá ser apresentado laudo técnico que aponte a condição do equipamento que justifica a postergação da manutenção preventiva baseada no tempo. Manutenção Preditiva As atividades mínimas de manutenção preditiva em subestações consistem em: • inspeções visuais; • inspeções termográficas nos equipamentos e em suas conexões; • ensaios do óleo isolante dos equipamentos. As inspeções visuais devem ser realizadas regularmente visando verificar o estado geral de conservação da subestação, incluindo a limpeza dos equipamentos, a qualidade da iluminação do pátio e a adequação dos itens de segurança (por exemplo, extintores e sinalização). Durante as inspeções visuais devem ser verificados, entre outras coisas, a existência de vazamentos de óleo nos equipamentos e de ferrugem e corrosão em equipamentos e estruturas metálicas, a existência de vibração e ruídos anormais, o nível de óleo dos principais equipamentos e o estado de conservação dos armários e canaletas e as condições dos aterramentos. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 136 CPTM As inspeções termográficas em subestações devem ser realizadas, no mínimo, a cada seis meses, devendo ser avaliados não apenas as conexões, mas todos os equipamentos da subestação. Para os ensaios do óleo isolante, como envolvem equipamentos específicos, os critérios e periodicidades serão definidos no item referente aos equipamentos. Transformadores de Potência e Autotransformadores As atividades mínimas de manutenção em transformadores e autotransformadores consistem em: • análise dos gases dissolvidos no óleo isolante; • ensaio físico-químico do óleo isolante; • manutenção preventiva periódica. • a análise dos gases dissolvidos e o ensaio físico-químico do óleo isolante devem ser realizados conforme as normas técnicas específicas e com a periodicidade definida na Tabela 1. • a manutenção preventiva periódica de transformadores deve ser repetida em período igual ou inferior a seis anos, com a realização, no mínimo, das seguintes atividades: ✓ inspeção do estado geral de conservação: limpeza, pintura e corrosão nas partes metálicas; ✓ verificação da existência de vazamentos de óleo isolante; ✓ verificação do estado de conservação das vedações; ✓ verificação do nível do óleo isolante do tanque principal; ✓ verificação do aterramento do tanque principal; ✓ verificação do funcionamento do relê de gás, do relê de fluxo e da válvula de alívio de pressão do tanque principal; ✓ verificação do estado de saturação do material secante utilizado na preservação do óleo isolante; ✓ verificação do estado de conservação das bolsas e membranas do conservador; ✓ verificação dos indicadores de nível do óleo isolante e dos indicadores de temperatura; ✓ verificação do funcionamento do sistema de circulação de óleo; ✓ verificação do sistema de resfriamento; ✓ medição de vibração e ruído de ventiladores e bombas do sistema de resfriamento; ✓ verificação do sistema de comutação manual e automática (se existente); ✓ verificação do nível do óleo do compartimento do comutador; ✓ inspeção da caixa de acionamento motorizado do comutador; ✓ inspeção da fiação e das caixas de interligação; ✓ ensaios de fator de potência e de capacitância das buchas com derivação capacitiva. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 137 Em função das manutenções preditivas e preventivas realizadas e do número de comutação (em transformadores com comutador em carga) deve ser avaliada a necessidade de realização das seguintes atividades na manutenção preventiva periódica: • inspeção interna do comutador; • verificação do estado das conexões elétricas do comutador e do sistema de isolação; • verificação do desgaste dos contatos elétricos e troca dos componentes desgastados; • ensaio de relação de transformação nos pontos de comutação; • verificação do estado do óleo isolante dos comutadores (quando aplicável); • verificação do mecanismo de acionamento do comutador; • ensaios de fator de potência, de resistência de isolamento e de resistência ôhmica dos enrolamentos. A Tabela 1 resume as atividades mínimas e periodicidades para a manutenção de transformadores de potência e autotransformadores. Tabela 1 Atividade Periodicidade máxima (meses) Análise de gases dissolvidos no óleo isolante 6 Ensaio físico-químico do óleo isolante 12 Manutenção preventiva periódica 72 Reatores As atividades mínimas de manutenção em reatores consistem em: • análise dos gases dissolvidos no óleo isolante; • ensaio físico-químico do óleo isolante; • manutenção preventiva periódica. A análise dos gases dissolvidos e o ensaio físico-químico do óleo isolante devem ser realizados conforme as normas técnicas específicas e com a periodicidade definida na Tabela 2. A manutenção preventiva periódica de reatores deve ser repetida em período igual ou inferior a seis anos, com a realização, no mínimo, das seguintes atividades: • inspeção do estado geral de conservação: limpeza, pintura e corrosão nas partes metálicas; • verificação da existência de vazamentos de óleo isolante; • verificação do estado de conservação das vedações; • verificação do nível do óleo isolante do tanque principal; • verificação do aterramento do tanque principal; • verificação do funcionamento do relê gás, do relê de fluxo e da válvula de alívio de pressão do tanque principal; • verificação do estado de saturação do material secante utilizado na preservação do óleo isolante; • verificação do estado de conservação das bolsas e membranas do conservador; Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 138 CPTM • verificação dos indicadores de nível do óleo isolante e dos indicadores de temperatura; • verificação do funcionamento do sistema de circulação de óleo; • verificação do sistema de resfriamento; • medição de vibração e ruído de ventiladores e bombasdo sistema de resfriamento; • inspeção da fiação e das caixas de interligação; • ensaios de fator de potência e de capacitância das buchas com derivação capacitiva. Em função das manutenções preditivas e preventivas realizadas deve ser avaliada a necessidade de realização dos ensaios de fator de potência, de resistência de isolamento e de resistência ôhmica dos enrolamentos. A Tabela 2 resume as atividades mínimas e periodicidades para a manutenção de reatores. Tabela 2 Atividade Periodicidade máxima (meses) Análise de gases dissolvidos no óleo isolante 6 Ensaio físico-químico do óleo isolante 12 Manutenção preventiva periódica 72 Capacitores Os capacitores devem ser inspecionados, no mínimo, a cada dois anos, quando devem ser realizadas as seguintes atividades: • inspeção do estado geral de conservação: limpeza, pintura e incrustações; • inspeção geral das conexões e verificação da existência de vazamentos e deformações; • ensaios de medição da capacitância; • no caso de compensadores paralelos estáticos ou compensadores série variáveis, verificação dos filtros indutivos e/ou módulos de tiristores; • medição da corrente de desbalanço e substituição, quando necessário, dos elementos capacitivos internos danificados; • reaperto de conexões e substituição de componentes, quando necessário. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 139 Disjuntor Para a definição da periodicidade da manutenção preventiva, os disjuntores foram divididos de acordo com a concepção do sistema utilizado para extinção do arco elétrico, ou seja, disjuntores a ar comprimido, disjuntores a grande volume de óleo – GVO –, disjuntores a pequeno volume de óleo – PVO e disjuntores a SF6. Em todos os casos, as atividades mínimas de manutenção preventiva consistem em: • verificação geral na pintura, estado das porcelanas e corrosão; • remoção de indícios de ferrugem e lubrificação; • verificações do sistema de acionamento e acessórios; • aferição de densímetros, pressostatos e manostatos; • verificações do circuito de comando e sinalizações e dos níveis de alarmes; • verificação das caixas de interligações; • verificação de aperto de parafusos; • verificação de vazamento em circuitos hidráulicos e amortecedores; • verificação de vazamentos de gás ou óleo; • execução de ensaios de resistência de contatos do circuito principal; • execução de ensaios de operação mecânica; • execução de ensaios dielétricos no circuito principal; • execução de ensaios nos circuitos auxiliar e de controle; • execução de ensaios nas buchas; • execução de ensaios de condutividade; • medição dos tempos de operação: fechamento, abertura, abertura fechamento, atuação das bobinas e sistema antibombeamento; • teste do comando local e a distância e acionamento do relê de discordância de polos. No caso de disjuntores a óleo: • Ensaio de rigidez dielétrica do óleo. No caso de disjuntores a GVO: • Ensaios de fator de potência e resistência de isolamento do disjuntor. No caso de disjuntores a ar comprimido: • Ensaios nos reservatórios de ar comprimido. No caso de disjuntores a SF6: • ensaios de fator de potência e capacitância dos capacitores; • verificação do tanque de ar e do óleo do compressor; • verificação de umidade e reposição de gás SF6. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 140 CPTM A partir dos resultados das manutenções preditivas, preventivas e do número de operações dos disjuntores, deve ser avaliada a necessidade de abertura da câmara de extinção e da substituição de contatos, vedações, rolamentos, buchas, molas, gatilhos, amortecedores e componentes elétricos do painel. A Tabela 3 apresenta as periodicidades para a manutenção preventiva de disjuntores: Tabela 3 Disjuntor Periodicidade Máxima da Manutenção Preventiva (meses) Ar comprimido 72 GVO 36 PVO 36 SF6 – acionamento a mola 72 SF6 – acionamento pneumático 72 SF6 – acionamento hidráulico 72 Chaves Seccionadoras, Transformadores para Instrumento e Para-Raios As manutenções preventivas periódicas de chaves seccionadoras, transformadores para instrumento e para-raios devem ser realizadas na periodicidade definida para o equipamento principal da Função Transmissão – FT à qual estes equipamentos estão associados, buscando o aproveitamento dos desligamentos e uma maior disponibilidade da FT. Para as chaves seccionadoras, as atividades mínimas de manutenção a serem realizadas nas manutenções preventivas periódicas são: • inspeção geral do estado de conservação; • verificação da limpeza da parte ativa; • limpeza dos contatos e aplicação de lubrificante na superfície do contato; • verificação da necessidade de substituição de contatos danificados ou corroídos; • verificação dos cabos de baixa tensão e de aterramento; • inspeção do armário de comando e seus componentes; • verificação do mecanismo de operação; • inspeção e limpeza de isoladores, das colunas de suporte e dos flanges dos isoladores; • lubrificação dos principais rolamentos e articulações das hastes de acoplamento; • verificação do aperto dos parafusos; • verificação do funcionamento dos controles locais e da operação manual; • verificação dos ajustes dos batentes e das chaves de fim de curso; • verificação de ajustes, alinhamento e simultaneidade de operação das fases; • medição de resistência de contato; • execução de manobras de fechamento e abertura; • verificação da operação da resistência de aquecimento, proteção do motor e intertravamento eletromecânico. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão CPTM 141 No caso de transformadores para instrumento, as atividades mínimas de manutenção preventiva consistem em verificações do estado geral de conservação, limpeza de isoladores, reposição de óleo e/ou gás SF6 e verificação do estado do material secante utilizado, além dos ensaios de medição de resistência de isolação e fator de potência. Na manutenção preventiva de para-raios devem ser realizadas verificações gerais do estado de conservação das ferragens e da porcelana, dos invólucros, dos miliamperímetros e dispositivo contador de descargas. A medição da corrente de fuga pela componente resistiva deve ser realizada em locais onde os para-raios estejam expostos a altas atividades atmosféricas ou muita poluição; ou, ainda, antes de uma temporada de descargas e após períodos com condições climáticas adversas. Linhas de Transmissão As atividades mínimas de manutenção para as linhas de transmissão são: • inspeção Terrestre; • inspeção Aérea. A inspeção terrestre e a inspeção aérea devem ser realizadas, no mínimo, a cada doze meses e em períodos não coincidentes, preferencialmente intercaladas a cada seis meses (antes do início do período chuvoso e antes do início do período de queimadas). Nas inspeções terrestres deverão ser verificados: o estado geral da linha de transmissão, a estabilidade das bases das estruturas quanto a erosões e desbarrancamentos, a situação dos estais, a situação dos aterramentos (contrapesos), a situação dos acessos até as estruturas, a proximidade da vegetação aos cabos, a possibilidade de queimadas e a possibilidade de invasão da faixa de servidão. Nas inspeções aéreas deverão ser verificados: o estado geral da linha de transmissão, a integridade das cadeias de isoladores, a verificação de pontos quentes, a integridade dos cabos para-raios, a estabilidade das estruturas, a aproximação da vegetação aos cabos e a possibilidade de queimadas. A partir dos resultados das inspeções terrestres e aéreas regulares deve ser avaliada a necessidade de inspeções terrestres detalhadas com escalada de estruturas, inspeçõestermográficas, inspeções noturnas para observação de centelhamento em isolamentos ou de inspeções específicas para identificação de defeitos (oxidação de grelhas, estado de parafusos de sustentação de cadeias, danificação de condutores internos a grampos de suspensão ou espaçadores, danificação de isoladores de pedestal, etc.). Devem ser realizadas inspeções adicionais nas áreas com risco potencial de vandalismo (trechos urbanos com alta concentração demográfica), áreas de implantação industrial (com alta concentração de poluentes) e áreas junto ao litoral. Manutenção de Sistemas de Alta Tensão 142 CPTM Nos relatórios de inspeção de linhas de transmissão deve constar registro fotográfico dos pontos relevantes que permita a verificação da limpeza da faixa de servidão e do tipo e altura da vegetação circunvizinha. Devem ser registradas a data e a hora das fotografias e as coordenadas geográficas dos pontos em que elas foram tiradas. As concessionárias deverão manter cadastro atualizado das linhas de transmissão, contendo as restrições ambientais, o tipo de arborização existente sob as linhas e as periodicidades de podas e roçadas recomendadas. Resumo das Periodicidades de Manutenção Equipamento Atividade Periodicidades máximas (meses) Equipamentos de Subestações Inspeções Termográficas 6 Transformadores/Autotransformadores Análise de gases dissolvidos no óleo isolante 6 Ensaio físico-químico do óleo isolante 12 Manutenção preventiva periódica 72 Reatores Análise de gases dissolvidos no óleo isolante 6 Ensaio físico-químico do óleo isolante 12 Manutenção preventiva periódica 72 Capacitores Inspeção Periódica 24 Disjuntores – GVO/PVO Manutenção Preventiva Periódica 36 Disjuntores – Ar Comprimido/SF6 Manutenção Preventiva Periódica 72 Linha de Transmissão Inspeção Terrestre 12 Inspeção Aérea 12 Chave Seccionadora Manutenção Preventiva Periódica * Transformadores para Instrumento Manutenção Preventiva Periódica * Para-raios Manutenção Preventiva Periódica * * Periodicidade da manutenção preventiva periódica do equipamento principal da Função Transmissão.