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Instrumentação e controle série AUTOMAÇÃO iNDUsTriAL série AUTOMAÇÃO iNDUsTriAL Intrumentação e controle CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDuCAÇÃO E TECNOLOgIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SENAI-DN – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAgEM INDuSTRIAL Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Série AUTOMAÇÃO iNDUSTriAL Intrumentação e controle SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte . Quadra 1 . Bloco C . Edifício Roberto Simonsen . 70040-903 . Brasília – DF . Tel.: (0xx61)3317-9190 http://www.senai.br © 2012. SENAI – Departamento Nacional © 2012. SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Esta publicação foi elaborada pela equipe da Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul Unidade Estratégica de Desenvolvimento Educacional – UEDE/Núcleo de Educação a Distância – NEAD FICHA CATALOGRÁFICA Lista de ilustrações Figura 1 - Pressão aplicada perpendicularmente a uma área ..........................................................................20 Figura 2 - Princípio de Pascal .......................................................................................................................................20 Figura 3 - Cilindro hidráulico ........................................................................................................................................21 Figura 4 - Sistema em equilíbrio .................................................................................................................................22 Figura 5 - Pressão atmosférica, relativa e absoluta ..............................................................................................23 Figura 6 - Experiência de Torricelli .............................................................................................................................23 Figura 7 - Pressão estática e pressão dinâmica .....................................................................................................24 Figura 8 - Medição da Viscosidade em SSU ............................................................................................................25 Figura 9 - Equação de Bernoulli ..................................................................................................................................26 Figura 10 - Sistema de nível .........................................................................................................................................27 Figura 11 - Medição indireta de nível – Exemplo 4 ..............................................................................................28 Figura 12 - Vazão ..............................................................................................................................................................28 Figura 13 - Velocidade de saída de um líquido através de um orifício pequeno ......................................29 Figura 14 - Gráfico da vazão x velocidade do fluido x diâmetro da manguira ..........................................30 Figura 15 - Unidade hidráulica ....................................................................................................................................31 Figura 16 - Condutor .......................................................................................................................................................34 Figura 17 - Curva cinética ..............................................................................................................................................37 Figura 18 - Velocidade média da reação ..................................................................................................................38 Figura 19 - Avanço da reação .......................................................................................................................................39 Figura 20 - Variáveis de processo ...............................................................................................................................47 Figura 21 - Sensores mecânicos ..................................................................................................................................48 Figura 22 - Sensor resistivo ...........................................................................................................................................48 Figura 23 - Sensores capacitivos .................................................................................................................................49 Figura 24 - Sensores indutivos ....................................................................................................................................49 Figura 25 - Aplicações de sensores indutivos ........................................................................................................49 Figura 26 - Manômetro em “U” ....................................................................................................................................51 Figura 27 - Manômetro de coluna reta vertical .....................................................................................................51 Figura 28 - Manômetro de coluna reta inclinada .................................................................................................51 Figura 29 - a) medidor tipo U; b) medidor de coluna inclinada; c) medidor de coluna vertical .........52 Figura 30 - Esquemas dos tubos de Bourdon mais usuais na indústria ......................................................52 Figura 31 - Detalhes do tubo tipo C .........................................................................................................................53 Figura 32 - Medidor de pressão de diafragma ......................................................................................................53 Figura 33 - a) Esquema do medidor de pressão de fole; b) medidor do tipo fole ...................................54 Figura 34 - Ponte de Wheatstone ...............................................................................................................................54 Figura 35 - Sensor de pressão de silício ..................................................................................................................55 Figura 36 - Transdutor de pressão capacitivo ........................................................................................................55 Figura 37 - a) Termômetro a dilatação de líquido com proteção metálica; b) Termômetros a dilatação de líquidos .......................................................................................................................................................56 Figura 38 - a) Detalhes do termômetro em recipiente metálico; b) Termômetro comercial ...............57 Figura 39 - Detalhes construtivos do termômetro a dilatação de sólidos .................................................58 Figura 40 - Construção do termorresistor ...............................................................................................................58 Figura 41 - a) Circuito básico; b) Dispositivo de medição;c) Corte do termômetro e poço de proteção; d) Sensores comerciais .....................................................................................................................................................59 Figura 42 - Termômetro Pt100 a três fios .................................................................................................................59 Figura 43 - a) Efeito Seebeck (T é a temperatura no extremo de teste e Tr é a temperatura de referência); b) Montagem básica de sistema de medição com termopar. ................................................................................60 Figura 44 - Lei dos metais intermediários ..............................................................................................................62 Figura 45 - Código de cores de termopares .........................................................................................................63 Figura 46 - Termopares e ranges de temperatura de um controlador de temperatura comercial ....64 Figura 47 - Montagem dos termopares; a) convencional; b) com extremidade torcionada; c) com isolação mineral .................................................................................................................................................................65 Figura 48 - Termopar completo com poço de proteção ....................................................................................67 Figura 49 - Fios de compensação e extensão ........................................................................................................67 Figura 50 - Pirômetros de radiação; a) fixos; b) portáteis ..................................................................................68 Figura 51 - Visor de nível ...............................................................................................................................................69 Figura 52 - a) Medidor de nível por flutuador e régua externa; b) Chaves de nível por flutuadores .69 Figura 53 - Chave de nível por eletrodos .................................................................................................................70 Figura 54 - Chave de nível por lâminas vibratórias .............................................................................................70 Figura 55 - Chave de nível por pá rotativa .............................................................................................................71 Figura 56 - Transmissores de pressão ......................................................................................................................72 Figura 57 - Transmissor de nível capacitivo ............................................................................................................72 Figura 58 - Transmissor de nivel por ultrassom .....................................................................................................74 Figura 59 - a) Medidor de lâminas rotativas; b) Medidor com engrenagens ovais; c) Medidor com engrenagens .......................................................................................................................................................................76 Figura 60 - Medidor tipo turbina ................................................................................................................................77 Figura 61 - a) Placas orifício; b) Placa orifício instalada na tubulação ...........................................................78 Figura 62 - Tipos de orifícios ........................................................................................................................................79 Figura 63 - Quedas de pressão na restrição; posicionamento de tomadas de pressão .........................80 Figura 64 - a) tubo de Venturi curto; b) tubo de Venturi universal .................................................................81 Figura 65 - Bocal de vazão ............................................................................................................................................81 Figura 66 - Rotâmetro .....................................................................................................................................................82 Figura 67 - Esquema de instalação de laboratório ...............................................................................................83 Figura 68 - Medidor de vazão tipo Venturi com o manômetro diferencial ampliado .............................84 Figura 69 - Sensor de pH ...............................................................................................................................................84 Figura 70 - Potenciômetro ............................................................................................................................................85 Figura 71 - Amplificador com resposta logarítmica ............................................................................................86 Figura 72 - Circuito RC ....................................................................................................................................................90 Figura 73 - Histerese........................................................................................................................................................91 Figura 75 - a) sinal 4-20mA; b) sinal 1-5V .................................................................................................................93 Figura 76 - a) Conexão a 2 fios; b) Conexão a 3 fios; c) Conexão a 4 fios......................................................93 Figura 74 - Unidade de conservação de ar .............................................................................................................93 Figura 77 - Exemplo de identificação conforme ISA-S5.1 ..................................................................................94 Figura 78 - Outro exemplo de identificação conforme ISA-S5.1 .....................................................................94 Figura 79 - Conversão analógico/digital ..................................................................................................................95 Figura 80 - Processo do exemplo 15 .........................................................................................................................96 Figura 81 - Exemplo de identificação de instrumento conforme ISA-S5.1..................................................98 Figura 82 - Exemplo de aplicação de simbologia .............................................................................................. 105 Figura 83 - Válvulas ....................................................................................................................................................... 107 Figura 84 - Válvula de controle ................................................................................................................................. 108 Figura 85 - Válvulas atuadas manualmente: a) volante; b) volante e caixa de redução; c) alavanca ...... 109 Figura 86 - Válvulas com comando remoto: a) atuador pneumático; b) atuador hidráulico; c) atuador solenóide; d) atuador motorizado ...................................................................................................... 110 Figura 87 - Válvulas rotacionais: a) válvula esfera; b) válvula borboleta; c) válvula borboleta com alavanca ................................................................................................................................................................. 111 Figura 88 - Valvula de atuação linear: a) válvula globo; b) componentes da válvula globo ............. 112 Figura 89 - Válvula “Y” ou oblíqua ........................................................................................................................... 112 Figura 90 - Válvula gaveta ..........................................................................................................................................113 Figura 91 - Plugs mais utilizados ............................................................................................................................. 113 Figura 92 - Características de vazão inerentes ................................................................................................... 114 Figura 93 - Tubulação de desvio ............................................................................................................................. 117 Figura 94 - Barreira de segurança intrínseca ....................................................................................................... 125 Figura 95 - Nomenclatura de classificação de instrumentos para áreas classificadas ......................... 126 Figura 96 - Sistema de Controle de Processo ...................................................................................................... 129 Figura 97 - Controle em malha aberta .................................................................................................................. 130 Figura 98 - Sistema de controle em malha fechada ......................................................................................... 131 Figura 99 - Visualização do atraso de transporte ............................................................................................... 134 Figura 100 - Equivalente elétrico da descarga de reservatório: a) descarga de reservatório; b) equivalente elétrico; c) analogias ........................................................................................................................ 136 Figura 101 - Resposta do sistema: a) Resposta em malha aberta; b) Resposta em malha fechada 138 Figura 102 - Sinais de teste - a) Degrau; b) Rampa............................................................................................ 139 Figura 103 - Resposta ao degrau de um sistema de nível: a) Processo; b) Equivalente elétrico; c) Ensaio do sistema ...................................................................................................................................................... 140 Figura 104 - Processo ................................................................................................................................................... 140 Figura 105 - Sistema de nível .................................................................................................................................... 142 Figura 106 - a) Função constante; b) Integral de uma função constante ................................................. 142 Figura 107 - Resposta ao degrau típica ................................................................................................................. 145 Figura 108 - Sistema de controle de malha fechada - função de transferência ..................................... 146 Figura 109 - Sistema massa-mola ............................................................................................................................ 146 Figura 110 - Oscilação do sistema massa-mola ................................................................................................ 147 Figura 111 - Sistema massa-mola: posição em função do tempo ............................................................... 147 Figura 112 - Sistema massa-mola-amortecedor ................................................................................................ 148 Figura 113 - Sistema massa-mola sobreamortecido ........................................................................................ 148 Figura 114 - Sistema de controle em malha fechada ....................................................................................... 151 Figura 115 - Ação de controle ON-OFF ................................................................................................................. 152 Figura 116 - Forno elétrico ......................................................................................................................................... 152 Figura 117 - a) Controle de temperatura do forno em malha fechada com ação ON-OFF; b) Diagrama de blocos ............................................................................................................................................................................ 153 Figura 118 - Controle ON-OFF de temperatura do forno elétrico ............................................................... 154 Figura 119 - Ação ON-OFF com histerese............................................................................................................. 154 Figura 120 - a) Controle de temperatura do forno em malha fechada com ação ON-OFF com histerese; b) Diagrama de blocos ............................................................................................................................ 155 Figura 121 - Controle ON-OFF com histerese de temperatura do forno elétrico .................................. 155 Figura 122 - Controlador proporcional ................................................................................................................. 156 Figura 123 - Resposta ao degrau de um sistema de controle proporcional de processo de primeira ordem ................................................................................................................................................................................. 156 Figura 124 - Exemplo de sistema de nível ........................................................................................................... 158 Figura 125 - Aproximação da integral de uma função .................................................................................... 159 Figura 126 - Sistema de controle proporcional-integral, ou PI ..................................................................... 160 Figura 127 - Exemplo numérico do efeito da ação integral ........................................................................... 160 Figura 128 - Resposta ao degrau do sistema do Exemplo 26 ....................................................................... 161 Figura 129 - Efeito da ação somente proporcional no Exemplo 26 ............................................................ 162 Figura 130 - Efeito da ação PI no sistema do Exemplo 26 .............................................................................. 163 Figura 131 - Sistema em malha fechada com ação PID .................................................................................. 164 Figura 132 - Aproximação da derivada de uma função .................................................................................. 164 Figura 133 - Resposta do sistema do Exemplo 26 com ação PID ................................................................ 165 Figura 134 - Resposta ao degrau de um sistema de primeira ordem em malha aberta ..................... 170 Figura 135 - Resposta do sistema de primeira ordem em malha fechada com controle proporcional .... 171 Figura 136 - Efeito do aumento de ganho proporcional no sistema de primeira ordem ................... 172 Figura 137 - Sistema com ganho proporcional Kp = 1,2 ................................................................................. 173 Figura 138 - Sistema de primeira ordem realimentado, com ação PI ........................................................ 174 Figura 139 - Efeito do aumento do ganho integral .......................................................................................... 175 Figura 140 - Limites de aumento do ganho integral ........................................................................................ 176 Figura 141 - Sistema com controle PI e limitação do ganho integral ........................................................ 176 Figura 142 - Controle P de sistema integrador ................................................................................................... 177 Figura 143 - Resposta ao degrau do processo integrador com controle PI .............................................178 Figura 144 - Resposta do sistema de primeira ordem em malha fechada com ação PID ................... 179 Figura 145 - Resposta do sistema de primeira ordem em malha fechada com ação PID com aumento de Kd .............................................................................................................................................................. 180 Figura 146 - Diagrama de blocos de um controlador ...................................................................................... 184 Figura 147 - Transmissor de temperatura: a) Tipo bloco de ligação; b) Para montagem em trilho Din .............................................................................................................................. 185 Figura 148 - Modulação por largura de pulsos (PWM) .................................................................................... 187 Figura 149 - Resposta ao degrau de um sistema de malha aberta ............................................................ 193 Figura 150 - Ensaio de processo em malha fechada com ação bang-bang............................................. 194 Figura 151 - Malha de controle ................................................................................................................................ 198 Figura 152 - Cilindro com retorno por mola ........................................................................................................ 200 Figura 153 - Controle de malha aberta ................................................................................................................. 200 Figura 154 - Atuador pneumático diafragma-mola; a) ação direta; b) ação reversa ............................ 201 Figura 155 - Atuador pneumático diafragma-mola; a) ação direta; b) ação reversa ............................ 201 Figura 156 - Atuador pneumático a pistão; a) Deslocamento linear; b) deslocamento rotativo .... 201 Figura 157 - Atuador pneumático a pistão .......................................................................................................... 201 Figura 158 - Funcionamento de válvula com posicionador .......................................................................... 202 Figura 159 - Posicionador eletro-pneumático .................................................................................................... 203 Figura 160 - Posicionador eletro-hidráulico ........................................................................................................ 204 Figura 161 - Posicionador pneumático inteligente .......................................................................................... 205 Figura 162 - Posicionador hidráulico inteligente .............................................................................................. 205 Quadro 1 - Termopares mais comuns ........................................................................................................................62 Quadro 2 - Identificação de instrumentos conforme a ISA-S5.1 ......................................................................99 Quadro 3 - Símbolos de linhas de instrumentação ............................................................................................ 100 Quadro 4 - Simbologia gráfica ................................................................................................................................... 101 Quadro 5 - Símbolos de instrumentos .................................................................................................................... 101 Quadro 6 - Simbologia de válvulas .......................................................................................................................... 102 Quadro 7 - Símbolos de atuadores .......................................................................................................................... 103 Quadro 8 - Símbolos de atuadores na falta de energia .................................................................................... 103 Quadro 9 - Símbolos de elementos primários de vazão .................................................................................. 104 Quadro 10 - Símbolos de dispositivos autoatuados .......................................................................................... 105 Quadro 11 - Tipos de proteção segundo a norma IEC ................................................................................... 121 Quadro 12 - Classificação por grupos ................................................................................................................... 122 Quadro 13 - Classificação de grau de estanqueidade IP .................................................................................. 124 Quadro 14 - Equivalência entre sistemas físicos ................................................................................................. 136 Tabela 1: Técnico em Automação Industrial ............................................................................................................17 Tabela 2: Tabela para conversão de viscosidade cinemática .............................................................................25 Tabela 3: Tensões termoelétricas e erros permitidos conforme DIN 43710 .................................................63 Tabela 4: Materiais utilizados na fabricação de proteções .................................................................................65 Tabela 5: Classificação de temperaturas máximas na superfície de equipamentos .............................. 122 Tabela 6: Parâmetros de Ziegler e Nichols para o método da curva de reação ....................................... 193 Tabela 7: Parâmetros de Ziegler e Nichols para o método do ganho crítico ............................................ 195 1 Introdução ......................................................................................................................................................................17 2 Variáveis de Processo ..................................................................................................................................................19 2.1 Pressão ............................................................................................................................................................19 2.1.1 Princípio de Pascal e Equação manométrica ..................................................................20 2.1.2 Pressão atmosférica, pressão relativa e pressão absoluta ..........................................22 2.1.3 Pressão estática e pressão dinâmica ..................................................................................24 2.1.4 Viscosidade ..................................................................................................................................24 2.1.5 Equação de Bernoulli ...............................................................................................................26 2.2 Nível .................................................................................................................................................................27 2.3 Vazão ...............................................................................................................................................................28 2.3.1 Regimes de escoamento e número de Reynolds ..........................................................29 2.4 Temperatura ..................................................................................................................................................31 2.4.1 Unidades de Temperatura .....................................................................................................32 2.5 Potencial Hidrogeniônico - pH ...............................................................................................................33 2.6 Resistividade e condutividade ...............................................................................................................343 Cinética Química e Termoquímica: Processos Endotérmicos e Isotérmicos ...........................................37 3.1 Cinética Química .........................................................................................................................................37 3.1.1 Velocidade média de uma reação química ......................................................................38 3.1.2 Velocidade instantânea de uma reação química ...........................................................39 3.1.3 Fatores que influenciam a velocidade da reação ..........................................................40 3.2 Termoquímica ..............................................................................................................................................40 3.2.1 Entalpia .........................................................................................................................................40 3.2.2 Conceitos de Termodinâmica ...............................................................................................42 3.2.3 Primeira Lei da Termodinâmica ............................................................................................43 3.2.4 Segunda Lei da Termodinâmica ..........................................................................................44 4 Sensores ...........................................................................................................................................................................47 4.1 Sensores mecânicos e eletrônicos ........................................................................................................47 4.1.1 Sensor mecânico .......................................................................................................................47 4.1.2 Sensor eletrônico ......................................................................................................................48 4.2 Sensores de pressão ...................................................................................................................................50 4.2.1 Medidor por coluna de líquido ............................................................................................50 4.2.2 Medição por deformação de um elemento elástico ....................................................52 4.3 Sensores de temperatura .........................................................................................................................55 4.3.1 Termômetro a dilatação de líquidos ..................................................................................56 4.3.2 Termômetro a pressão de gás ..............................................................................................57 4.3.3 Termômetro a dilatação de sólidos: termômetro bimetálico ...................................57 Sumário 4.3.4 Termômetro de Resistência (Termorresistor - RTD) ......................................................58 4.3.5 Termistor ......................................................................................................................................59 4.3.6 Termopar ......................................................................................................................................60 4.4 Sensores de nível ........................................................................................................................................68 4.4.1 Medição direta ...........................................................................................................................69 4.4.2 Medição indireta .......................................................................................................................71 4.5 Sensores de vazão ......................................................................................................................................75 4.5.1 Medição direta ...........................................................................................................................75 4.5.2 Medição Indireta por Pressão Diferencial ........................................................................77 4.6 Sensor de Potencial Hidrogeniônico - pH ..........................................................................................84 4.7 Sensores de condutividade .....................................................................................................................85 4.8 Condicionamento de sinais .....................................................................................................................85 4.8.1 Objetivos do condicionamento de sinal...........................................................................86 5 Transdutores e Conversores .....................................................................................................................................89 5.1 Escolha de transdutores ...........................................................................................................................90 5.2 Transmissor....................................................................................................................................................92 5.2.1 Transmissor pneumático ........................................................................................................92 5.3 Conversão analógico/digital e digital/analógico ............................................................................95 5.4 Indicador ........................................................................................................................................................97 5.5 Registrador ....................................................................................................................................................97 5.6 Simbologia ISA .............................................................................................................................................98 6 Válvulas de Controle ................................................................................................................................................. 107 6.1 Componentes de uma válvula ............................................................................................................ 107 6.1.1 Corpo .......................................................................................................................................... 108 6.1.2 Castelo ....................................................................................................................................... 109 6.1.3 Atuador ...................................................................................................................................... 109 6.2 Tipos de válvulas ...................................................................................................................................... 111 6.2.1 Válvulas rotacionais ............................................................................................................... 111 6.2.2 Válvulas de atuação linear .................................................................................................. 112 6.3 Características das válvulas de controle .......................................................................................... 113 6.3.1 Característica de vazão das válvulas de controle ...................................................... 114 6.3.2 Dimensionamento da válvula de controle ................................................................... 115 7 Sistema Instrumentado de Segurança (SIS) ..................................................................................................... 119 7.1 Processos potencialmente explosivos.............................................................................................. 119 7.2 Técnicas de prevenção ........................................................................................................................... 119 7.3 Áreas classificadas- Conceitos ............................................................................................................ 120 7.4 Segurança intrínseca .............................................................................................................................. 124 7.4.1 Instrumentos com segurança intrínseca ....................................................................... 125 8 Controle de Processos ............................................................................................................................................. 129 8.1 Malha de controle .................................................................................................................................... 130 8.1.1 Malha aberta e malha fechada .......................................................................................... 131 8.1.2 Problema de controle ........................................................................................................... 133 8.2 Características do processo .................................................................................................................. 133 8.2.1 Tempo morto ........................................................................................................................... 134 8.2.2 Resistência ................................................................................................................................ 134 8.2.3 Capacitância............................................................................................................................. 134 8.2.4 Inércia ......................................................................................................................................... 135 8.3 Analogias de sistemas físicos ............................................................................................................... 135 8.4 Teste do sistema: resposta ao degrau ............................................................................................... 138 8.5 Processos típicos e suas respostas ao degrau................................................................................ 140 8.5.1 Sistema integrador ............................................................................................................... 141 8.5.2 Sistema de primeira ordem ............................................................................................... 143 8.5.3 Sistema de segunda ordem .............................................................................................. 143 8.6 Desempenho do sistema ..................................................................................................................... 144 8.6.1 Regime transitório e regime permanente .................................................................... 144 8.6.2 Sobrepasso ou overshoot ................................................................................................... 144 8.6.3 Tempo morto ou atraso de transporte ........................................................................... 144 8.6.4 Tempo de subida .................................................................................................................... 145 8.6.5 Tempo de acomodação ....................................................................................................... 145 8.7 Função de transferência ....................................................................................................................... 145 8.8 Análise de estabilidade .......................................................................................................................... 146 9 Tipos de Controladores ........................................................................................................................................... 151 9.1 Ação de controle ON-OFF ..................................................................................................................... 152 9.2 Ação de controle proporcional (P) ..................................................................................................... 156 9.3 Ação de controle proporcional-integral (PI) ................................................................................... 159 9.3.1 Integral de uma função........................................................................................................ 159 9.3.2 Ação proporcional-integral ............................................................................................... 160 9.4 Ação de controle proporcional-integral-derivativa (PID) .......................................................... 163 9.4.1 Derivada de uma função .................................................................................................... 164 9.4.2 Ação de controle PID ............................................................................................................ 165 10 Parâmetros PID ........................................................................................................................................................ 169 10.1 Controlador P .......................................................................................................................................... 170 10.2 Controlador PI ......................................................................................................................................... 173 10.3 Controlador PID ..................................................................................................................................... 178 10.4 Banda proporcional – Limites de operação ................................................................................. 180 11 Dispositivos Controladores Comerciais .......................................................................................................... 183 11.1 Componentes de um controlador comercial .............................................................................. 184 11.2 Entradas .................................................................................................................................................... 185 11.3 Saídas ......................................................................................................................................................... 186 11.4 Algoritmo PID - Sintonia ..................................................................................................................... 187 11.5 Set point ................................................................................................................................................... 188 11.6 Taxa de amostragem ............................................................................................................................ 188 11.7 Outras funções ....................................................................................................................................... 188 11.8 Interfaces .................................................................................................................................................. 189 12 Sintonia de Controladores ................................................................................................................................... 191 12.1 Ajuste manual por tentativa e erro ................................................................................................. 191 12.2 Determinação de parâmetros PID utilizando a resposta ao degrau – Método da curva de reação ............................................................................................................................................................ 193 12.3 Método do ponto crítico ..................................................................................................................... 194 13 Hidráulica e Pneumática Proporcional ............................................................................................................197 13.1 Introdução aos sistemas de controle ............................................................................................. 197 13.1.1 Sistema de posicionamento ............................................................................................ 199 13.2 Atuadores e posicionadores .............................................................................................................. 200 13.3 Atuador pneumático do tipo mola-diafragma e atuador com pistão ............................... 200 13.4 Posicionadores ....................................................................................................................................... 201 13.4.1 Posicionador pneumático ................................................................................................ 202 13.4.2 Posicionador eletropneumático..................................................................................... 203 13.4.3 Posicionador eletro-hidráulico ....................................................................................... 203 13.4.4 Posicionadores inteligentes ............................................................................................. 204 Referências ........................................................................................................................................................................ 207 Minicurrículo dos Autores ........................................................................................................................................... 212 Índice .................................................................................................................................................................................. 213 A unidade curricular “Instrumentação e Controle”, visa propiciar ao aluno o desenvolvimento das capacidades técnicas, sociais, organizativas e metodológicas requeridas para a instrumentação e controle em sistemas de controle e automação. Em vista disso, seu enfoque está no desenvolvimento de conhecimentos relacionados a variáveis de processo, cinética química e termoquímica, sensores, transdutores e conversores, válvulas de controle, malhas de controle, controle de processos, tipos de controladores, parâmetros P-I-D, Dispositivos controladores comerciais, sintonia de controladores, hidráulica e pneumática proporcional, entre outros (DCN-DN). A seguir são descritos, na matriz curricular os módulos e as unidades curriculares previstos e a respectiva carga horária do Curso Técnico de Automação Industrial. Tabela 1: Técnico em Automação Industrial Módulos denoMInAção unIdAdes CurrICulAres CArgA HorárIA CArgA HorárIA Módulo Módulo Básico Fundamentos técnicos e científicos • Fundamentos da Comunicação • Fundamentos da Eletrotécnica • Fundamentos da Mecânica 100h 140h 100h 340h Módulo Introdutório Fundamentos técnicos e científicos • Acionamento de Dispositivos Atuadores • Processamento de Sinais 160 h 180 h 340h Específico I Manutenção e Implemen- tação de equipamentos e dispositivos • Gestão da Manutenção • Implementação de Equipamentos Dispositivos 34h 136h 102h 68h 340 h • Instrumentação e Controle • Manutenção de Equipamentos e Dispositivos Específico II Desenvolvimento de sistemas de controle e Automação • Desenvolvimento de Sistemas de Controle • Sistemas Lógicos Programáveis • Técnicas de Controle 100h 160h 80h 340h Fonte: SENAI A carga horária da fase escolar totaliza 1.360 horas, em atendimento ao Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Introdução 1 2 Variáveis de Processo Os processos de transformação na indústria podem ser classificados em dois grandes grupos: • Indústrias de manufatura: este tipo de indústria envolve principalmente variáveis discretas, por exemplo, montadoras de veículos fabricantes de móveis e de eletrodomésticos, entre outras. • Indústrias de processo: o processo produtivo envolve principalmente variáveis contínuas no tempo, como por exemplo, indústrias de óleo e gás, químicas, de celulose, alimentos e bebidas, metalúrgica e de geração de energia, entre outras. O processo de transformação nestas indústrias parte de matérias primas que são transformadas ou refinadas para a obtenção de um produto final. Na indústria de processo existem diversas variáveis, chamadas de variáveis de processo, cujo monitoramento e controle permitem, por exemplo, minimizar a variabilidade na qualidade do produto final, manter o processo dentro de limites seguros e otimizar o processo, resultando, assim em redução de custos de produção e outros. As variáveis mais usuais a serem monitoradas e/ou controladas são: pressão, vazão, temperatura, nível e, em alguns casos específicos, densidade. Toda indústria de manufatura primária ou secundária, indiferentemente de seu ramo, utiliza estas variáveis em seus diversos processos, seja na obtenção do ar comprimido (compressores) em máquinas industriais (metalúrgicas) ou, ainda, em caldeiras (refinarias) ou fornos industriais (siderúrgicas). VOCÊ SABIA? Vamos começar a estudar a primeira variável, que é a pressão. 2.1 PreSSão A medição de pressão resulta de um particular interesse na instrumentação industrial, já que, a partir dela, podemos medir de forma indireta outras duas variáveis de processo, nível e vazão, como será visto mais adiante. AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL20 Por definição, pressão é a relação entre uma força F aplicada perpendicularmente a uma área A. Assim, temos: (Figura 1) ÁREA PRESSÃO F O R Ç A Figura 1 - Pressão aplicada perpendicularmente a uma área Fonte: Baseado na Festo, 2012 2.1.1 PrincíPio de Pascal e equação manométrica O princípio ou lei de Pascal estabelece que uma pressão aplicada em qualquer ponto de um líquido em equilíbrio (em situação estática) se transmite integralmente em todas as direções. Consideremos o sistema hidráulico onde uma força F1 é aplicada sobre o êmbolo de área A1; a pressão P resultante se transmite em todas as direções, resultando na aplicação de uma força F2 sobre o êmbolo de área A2, conforme ilustrado na Figura 2. 2. Se aplicamos uma força de 10 kgf numa rolha de 1 cm2 de área...1. Suponhamos uma garrafa cheia de um líquido, o qual é praticamente incompressível. 3... o resultado será uma força de 10 Kgf em cada cm2 das paredes da garrafa. 4. Se o fundo da garrafa tiver uma área de 20 cm2 e cada cm estiver sujeito a uma força de 10 Kgf. teremos como resultante uma força de 200 kgf aplicada ao fundo da garrafa. 100 10 cm1 10 cm 1 cm 10 1. Se o pistão se move 10 centímetros, desloca 10 centimetros cúbicos de líquido (1cm2 x 10cm = 10cm2). 2. 10 cemtimetros cúbicos de líquido movimentarão somente 1 centimetro neste pistão. 1 cm 3. A energia transferida será igual a 10 quilos x 10 centímetros ou 100 kgf. cm. 4. Neste ponto também teremos uma energia de 100kgf. cm (1 cm x 100kgf). Figura 2 - Princípio de Pascal Fonte: SENAI-RS, 2007 A pressão resultante da aplicação da força F1 no êmbolo de área A1 é: F1 A1 P = Pelo princípio de Pascal, esta pressão é transmitida para todos os pontos do fluido e, em particular, para todos os pontos da superfície do êmbolo de área A2. Logo, P = F2 A2 2 VariáVeis de processo 21 Finalmente, resulta: =F1 A1 F2 A2 A força F2 resultante é: F2 = A2 A1( ( F1 Para compreendermos melhor este tópico, vamos analisar os exemplos abaixo. exemplo 1: Cilindro hidráulico Um cilindro hidráulico é um dispositivo composto basicamente por uma camisa, um êmbolo e uma haste unida rigidamente a este último. Consideremos um cilindro de diâmetro d = 2” (d = 5,08cm) e uma pressão de trabalho de 50bar. Assim: (Figura 3) A = π x d 2 4 = 20,26 cm2 P = 50 bar MANCAL MANCAL ESPAÇADOR ESPAÇADOR BUCHA GUIA VÁLVULA HASTE EMBOLO VEDAÇÕES BUCHA Figura 3 - Cilindro hidráulico Fonte: Baseada em Parker, 1999 Sendo o conjunto êmbolo-haste rígido, a força F aplicada no êmbolo é transmitida paraa ponta da haste. F = P . A = 50 x 20,26 [ [kgfcm2 x cm2 =1.013 kgf FIQUE ALERTA Evite acidentes: Se for executar trabalhos num sistema óleo-hidráulico ou qualquer outro que trabalhe com pressão, verifique se o circuito não ficou pressurizado e utilize sempre luvas e óculos de proteção, além de outros EPIs específicos que possam ser indicados para a tarefa. exemplo 2: equação manométrica Consideremos o sistema em equilíbrio da Figura 4, onde as áreas dos êmbolos são iguais. Desejamos conhecer qual é a relação entre a diferença das pressões (P1 e P2) e das alturas (h1 e h2). A densidade do líquido é δ (densidade = massa/volume). AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL22 P1 A P2 A S h1 h2 Figura 4 - Sistema em equilíbrio Fonte: Autor A pressão no fundo do recipiente da Figura 4 do lado 1 é a somatória da pressão aplicada P1 e da resultante do peso da coluna de líquido. Do lado 2, a pressão no fundo será a somatória da pressão P2 e da resultante do peso da coluna 2. Pelo princípio de Pascal, as duas pressões são iguais. Logo: P1 + x x xg gx h1 h2=P2 + onde g é a aceleração da gravidade (9,8 m/s2). Assim, P1 - P2 = x g x h2 - x g x h1 = x g x (h2 - h1) P1 - P2 = x g x h2 - h1)( Sendo a área e o peso específico constantes, existe uma relação de proporcionalidade entre a diferença das pressões e a diferença de alturas, e a constante de proporcionalidade é o peso específico. ∆ ∆P = X Xg h 2.1.2 Pressão atmosférica, Pressão relativa e Pressão absoluta Veja os conceitos e as diferenças entre as pressões. A pressão atmosférica é a pressão exercida pela atmosfera sobre a superfície da terra. A pressão relativa é a pressão medida com relação à pressão atmosférica. Já a pressão absoluta é o somatório da pressão relativa medida e a pressão atmosférica. Para melhor compreensão, estes conceitos são apresentados graficamente na Figura 5. 2 VariáVeis de processo 23 Pressão Pressão relativa Pressão absoluta Pressão atmosférica Vácuo absoluto (pressão nula) Figura 5 - Pressão atmosférica, relativa e absoluta Fonte: Autor A pressão relativa ou manométrica pode ser positiva ou negativa. No caso de ser negativa, é também chamada de vácuo. Para compreendermos melhor este tópico, vamos continuar analisando os exemplos abaixo. exemplo 3: experiência de Torricelli Um tubo de 1 m de altura com mercúrio (Hg) é colocado num recipiente que também contém mercúrio, como indicado na Figura 6. O peso da coluna de mercúrio no tubo fará com que o nível desça até um ponto de equilíbrio. Neste estado de equilíbrio, a pressão sobre o ponto x resultante da pressão atmosférica na superfície A1 e a resultante do peso da coluna de mercúrio (na área A2) são iguais. Px = = = Hg Hg x g x ∆ h x g x ∆ h Pa Px Pa A pressão atmosférica assim medida é de 101.325 Pa ou 1,01 bar. Hg A2 Pressão Atmosférica Pa vácuo ∆h = 760mm A1 x Hg Figura 6 - Experiência de Torricelli Fonte: Autor AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL24 2.1.3 Pressão estática e Pressão dinâmica Os conceitos sobre pressão vistos até agora consideram uma situação estática, ou seja, consideram um sistema em equilíbrio. Um fluido em movimento gera também uma pressão, chamada de pressão dinâmica. X1 X2 h1 V h2 Figura 7 - Pressão estática e pressão dinâmica Fonte: Autor A pressão no ponto x1 da Figura 7 corresponde à pressão estática, e a pressão no ponto x2 corresponde à pressão total, que é a somatória de ambas. A pressão dinâmica é Pd = 1 2 x x = P2 - P1 2v Onde: g é a aceleração da gravidade, δ é densidade ou massa específica do fluido e v é a velocidade do fluido. Assim, a velocidade do fluido pode ser determinada a partir da fórmula anterior: = 2 X P2 - P1v 2.1.4 viscosidade Segundo Saybolt Universal SENAI-RS (2007): (Figura 8) Uma das medidas de viscosidade dos fluidos é o SSU - abreviatu- ra de Segundo Saybolt Universal. O professor Saybolt aqueceu um líquido com volume predeterminado a uma dada tempera- tura e fez o líquido passar por uma abertura de tamanho tam- bém especificado. Ele cronometrou o fluxo (em segundos), até que o líquido enchesse um recipiente com capacidade de 60 mililitros. O resultado foi a medição da viscosidade em SSU. 2 VariáVeis de processo 25 1. Uma quantidade de óleo é aquecida a uma determinada temperatura... 2. ...por um banho de óleo envolvente. 3. Fazendo – se o escoamento através de um orifício de tamanho determinado... 4. ... o tempo decorrido em segundos mostra a viscosidade em SSU. termômetro Elemento de aquecimento Figura 8 - Medição da Viscosidade em SSU Fonte: SENAI-RS, 2007 Tabela 2: Tabela para conversão de viscosidade cinemática TAbelA pArA Conversão de vIsCosIdAde CIneMáTICA vIsCosIdAde CenTIsTokes (mm2/s) vIsCosIdAde sAyboT vIsCosIdAde CenTIsTokes (mm2/s) vIsCosIdAde sAyboT 40ºC 100ºC 40ºC 100ºC 2 32,6 32,9 37 172,7 173,9 3 36,0 36,3 38 177,3 178,5 4 39,1 39,4 39 181,8 183,0 5 42,4 42,7 40 186,3 187,6 6 45,6 45,9 41 190,8 192,1 7 48,8 49,1 42 195,3 196,7 8 52,1 52,5 43 199,8 201,2 9 55,5 55,9 44 204,4 205,9 10 58,9 59,3 45 209,1 210,5 11 62,4 62,9 46 213,7 215,2 12 66,0 66,5 47 218,3 219,8 13 69,8 70,3 48 222,9 224,5 14 73,6 74,1 49 227,5 229,1 15 77,4 77,9 50 232,1 233,8 16 81,3 81,9 51 236,7 236,7 17 85,3 85,9 52 241,4 243,0 18 89,4 90,1 53 246,0 247,7 19 93,6 94,2 54 250,6 252,3 20 97,8 98,5 55 255,2 257,0 21 102,0 102,8 56 259,8 261,6 22 106,4 107,1 57 264,4 266,3 23 110,7 111,4 58 269,1 270,9 24 115,0 115,8 59 273,7 274,6 25 119,3 120,1 60 278,3 280,2 26 123,7 124,5 61 282,9 284,9 27 128,1 129,0 62 287,5 289,5 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL26 TAbelA pArA Conversão de vIsCosIdAde CIneMáTICA vIsCosIdAde CenTIsTokes (mm2/s) vIsCosIdAde sAyboT vIsCosIdAde CenTIsTokes (mm2/s) vIsCosIdAde sAyboT 40ºC 100ºC 40ºC 100ºC 28 132,5 133,4 63 292,1 294,5 29 136,9 137,9 64 296,7 298,8 30 141,3 142,3 65 301,4 303,5 31 145,7 146,8 66 306,0 308,1 32 150,2 151,2 67 310,6 312,8 33 154,7 155,8 68 315,2 317,4 34 159,2 160,3 69 319,8 322,1 35 163,7 164,9 70 324,4 326,7 36 168,2 169,4 Acima de 70 Centistokens a 40°C = Centistokens x 4,635 = Saybolt Fonte: SENAI-RS, 2007 A viscosidade de um fluido é sua resistência ao escoamento num conduto. A viscosidade dinâmica refere-se ao atrito interno num fluído que apresenta resistência ao movimento das suas partículas ou a sólidos presentes neste fluido. A relação entre a viscosidade dinâmica e a massa específica de um fluido (medidos à mesma temperatura) é a viscosidade cinemática. As unidades são: • Viscosidade dinâmica μ: ], s cm2 Viscosidade dinâmica μ: [Pa.s], Poise = P = [ dyna. • Viscosidade cinemática ν: [m2/s], stoke=[m2/s], centistoke 2.1.5 equação de bernoulli Consideremos um fluido ideal, ou seja, com viscosidade zero (não existem atritos) e incompressível. Assim, um deslocamento de massa Δm na extremidade 1 corresponde a um deslocamento Δm na extremidade 2. A equação de Bernoulli relaciona as energias cinéticas e potenciais neste fluido ideal. F1 = P1 A1 V1 ∆m d1 ∆ ∆ d2 V2 F2 = P2 A2 h2 h1 Figura 9 - Equação de Bernoulli Fonte: Autor 2 VariáVeis de processo 27 A equação de Bernoulli mostra que P1 + g h1 + = P2 + g h2 + 1 2 1 2 2 2v 1 2v Ou seja, P + g h + 2 = constante1 2 v Observe que o primeiro termo da equação acima corresponde à pressão aplicada, o segundo está relacionado à energia potencial e o terceiro está relacionado à energia cinética. Assim, de acordo com esta equação, o somatório das energias num sistema como o da Figura 9 é constante. Nesse caso, temos duas situações particulares, a saber: • Se o sistema é horizontal: = constante1 2 1 2 = P2 + 2P1 + 2 1 2v v • Se o sistema é estático: P1 + g h1 = P2 + g h2 = constante 2.2 NíVeL O nível é uma variável importante em processos. Sua medição permite ter o conhecimento de quantidade de produto (em estoque, em processo, limites de segurança num processo etc.). (Figura 10) A h Figura 10 - Sistema de nível Fonte: Autor Por exemplo: Conhecida a áreaA e a densidade do produto, a medição do nível permite determinar a massa de produto contida no reservatório. exemplo 4: Medição indireta de nível da Figura 11. Qual é o nível de água no reservatório representado na Figura 11? AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL28 H20 = 1.000 kg/m3 P = 0,5 bar h Figura 11 - Medição indireta de nível – Exemplo 4 Fonte: Autor Solução: Pela equação manométrica, temos que: P = ρ x ∆ h Tomando como referência de nível o fundo do reservatório, ∆h=h, e expressando ρ em h = P ρH20 = = 500cm = 5m 0,5 bar 0,001 kg cm3 , resultará: h = P ρH20 = = 500cm = 5m 0,5 bar 0,001 kg cm3 2.3 Vazão Outra variável fundamental em processos é a vazão Q. Essa é definida de forma geral como o volume de matéria por unidade de tempo que circula por um conduto. Conhecida a seção transversal, a medição da vazão permite, por exemplo, determinar a quantidade de fluido que passou por um ponto determinado. A vazão é expressa em volume por unidade de tempo, por exemplo, m3/h (metros cúbicos/hora), lpm (litros/minuto). (Figura 12) Q1 Q2 V2V1 A2 A1 Figura 12 - Vazão Fonte: SENAI-RS, 2007 lei da vazão Um determinado fluido que passa por um tubo de diversos diâmetros, o volume que circula por unidade de tempo é o mesmo, independente das seções do tubo. Isto significa que a velocidade do fluido é variável. 2 VariáVeis de processo 29 A vazão Q que flui pelo tubo resulta do volume v em litros do líquido, dividida pela unidade de tempo (t) em minutos. Sendo assim: Q = V / t (litros/min) A vazão Q também corresponde ao produto entre a área de seção transversal do tubo A e a velocidade do fluído v. Sendo assim: Q = A . v (litros/min) exemplo 5: velocidade de saída de um líquido a través de um orifício pequeno (Figura 13) A2 V2 h1 h1 A1 Figura 13 - Velocidade de saída de um líquido através de um orifício pequeno Fonte: Autor As pressões P1 e P2 são iguais à pressão atmosférica. Considerando A1>>A2 , a velocidade v1<< v2 ; seja, também, h1>>h2. Com estas aproximações (P1 = P2, v1 = 0 e h2 = 0), a equação de Bernoulli resulta: g h1 = 1 2 2 2v Logo, a velocidade de saída do líquido pelo orifício é 2 = 2 g hv A vazão de um fluido também é calculada pelo produto entre a área da seção transversal do conduto por onde ele circula e a sua velocidade: Q = A.v 2.3.1 regimes de escoamento e número de reynolds Considere um fluido circulando num tubo redondo. São definidos dois tipos de escoamento, o laminar e o turbulento. No regime laminar, a uma determinada vazão o fluido escoa em camadas tubulares concêntricas nas quais as velocidades são mantidas e não há migração de partículas de uma camada para outra. No regime turbulento, o movimento das partículas é caótico, sem trajetória definida. AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL30 A velocidade de um fluido num conduto não é uniforme; devido à viscosidade, resulta maior na área central e diminui até chegar ao seu valor mínimo nas paredes do duto. Em 1883, o engenheiro inglês Osborne Reynolds introduziu um coeficiente para descrever o perfil de velocidades de fluído numa tubulação. Este número, conhecido como número de Reynolds, é dado pela seguinte equação: Re = D / µ v Onde: • D: diâmetro da tubulação (em m) • v: velocidade do fluido (em m/s) • δ: densidade do fluido (em kg/m3) • μ: viscosidade do fluido (em Pa x s) Observou-se na prática que para fluidos circulando numa tubulação, o regime é laminar para números de Reynolds abaixo de 2.000 e turbulento para números acima de 2.400; o fluxo para números entre 2.000 e 2.400 corresponde à transição entre o regime laminar e o turbulento. (Figura 14) A determinação do diâmetro interno da mangueira é em função da vazão do circuito. Desta forma, o gráfico abaixo serve para auxiliar na escolha correta do diâmetro interno da mangueira, e não teremos um sistema de trabalho turbulento, pois ele pode causar afrouxamentos nas conexões gerando os inconvenientes vazamentos. VOCÊ SABIA? O grá�co abaixo foi construído baseado na seguinte fórmula: D = Q x 0.4081 Vazão em galões por minuto (gpm) V Q = Vazão em Galões por Minuto (GPM) D = Velocidade do Fluído em Pés por Segundo V = Diâmetro da Mangueira em Polegadas Diametro interno da Mangueira em pol 1 m/s = 3,28 pes/s Mangueira Bitoia Cano Todas as Outras - Diâmetro Real Velocidade do Fluído em pés por segundo Velocidade máxima recomendada para linha de sucesso Velocidade máxima recomendada para linha de retorno Velocidade máxima recomendada para linha de acessão 2 200 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1.0 .9 .8 .7 .6 .5 .4 2·3/8” 1·13/16” 1·3/8” 1·1/8” 7/8” 5/8” 1/2” 13/32” 5/16” 1/4” 3/16” 2” 1·12/2” 1·1/4” 1 3/4” 5/8” 1/2” 3/8” 5/16” 1/4” 3/16” 40 32 24 20 16 12 10 8 6 5 4 32 24 20 16 12 10 8 6 5 4 3 3 5 6 7 30 8 15 4 10 20 Figura 14 - Gráfico da vazão x velocidade do fluido x diâmetro da manguira Fonte: Autor 2 VariáVeis de processo 31 CaSoS e reLaToS A função de uma unidade hidráulica ou de potência nas indústrias é, além de armazenar o fluido hidráulico que é a fonte de energia de trabalho, também verificar as variáveis de nível e temperatura através do visor na parede do reservatório, assim como a pressão de trabalho dos sistemas através dos manômetros, a vazão da bomba e a viscosidade do óleo hidráulico. Caso uma destas variáveis esteja fora do aceitável, ela comprometerá o trabalho a ser desempenhado pela máquina ou dispositivo, como abrir, fechar, prensar, triturar, prender, movimentar e girar, entre outros. (Figura 15) Figura 15 - Unidade hidráulica Fonte: Baseada em Festo, 2012 2.4 TemPeraTura A matéria é constituída por átomos que se agrupam em moléculas, e elas estão em movimento. Quanto mais rápido este movimento for, maior será o calor que a matéria irradia. Assim, a temperatura de um corpo pode ser definida como o nível de movimento ou grau de agitação das moléculas que o compõem. Já o calor é definido como a energia que flui entre pontos com diferente temperatura, na direção do ponto de maior temperatura para o de menor temperatura. Vamos compreender melhor com o exemplo a seguir. exemplo 6: Analogia entre sistemas físicos (1) As dinâmicas de sistemas físicos apresentam analogias do ponto de vista matemático. Num sistema hidráulico, em um conduto com diferenças de pressão o fluido circula desde o ponto de maior pressão para o de menor pressão. Considere uma barra de ferro a temperatura ambiente: se submetermos um dos seus extremos a uma fonte de calor, o calor fluirá na direção do outro extremo. Assim, surge a seguinte analogia: AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL32 pressão <-> Temperatura vazão <-> Fluxo de Calor A transferência de energia térmica se produz por meio de três fenômenos: • Condução: o fluxo de calor acontece dentro de um meio sólido, líquido ou gasoso ou em meios diferentes em contato. • Radiação: o fluxo se produz entre sistemas separados no espaço (exemplo: calor irradiado pelo sol). • Convecção: a transmissão de calor se dá através do movimento de um fluido (líquido ou gasoso). Por exemplo: num sistema de calefação com um aquecedor por resistência, o calefator aquece o ar, que se torna menos denso; este ar menos denso sobe, deslocando ar mais frio. A isso também chamamos de convecção natural. No sistema de refrigeração do motor de um carro, o motor transfere calor para a água que circula impulsada por uma bomba; neste caso, dizemos que a convecção é forçada. 2.4.1 unidades de temPeratura As unidades ou escalas de temperatura mais usuais são: • Escala Farenheit (símbolo °F, grau Farenheit): considera a temperatura de congelamento de uma mistura de gelo e amônia como sendo de 32°F, e a temperatura de ebulição da água como 212°F. • Escala Celsius (símbolo °C, grau Celsius): define que entre a temperatura do gelo e o ponto de ebulição da água existem 100 unidades, o °C, correspondendo o 0°C à temperatura do gelo. • Escala Kelvin (símbolo K, Kelvin): em 1832, o físicoWilliam Thomson (barão Kelvin Oflargs) descobriu, através de experiências com gases, que sua descompressão provoca esfriamento. O limite teórico desse esfriamento corresponde ao chamado zero absoluto de temperatura, 0K. A divisão da escala é a mesma que a da escala Celsius, correspondendo 0°C a 273,16K. • Escala Rankine (símbolo R, Rankine): assim como a escala Kelvin, é uma escala absoluta; ou seja, o zero da escala Rankine é o zero da escala Kelvin. A diferença está em que adota a divisão do grau Farenheit. As escalas Farenheit e Celsius são escalas relativas. Ou seja: para suas definições foram fixados, por convenção, determinados valores como referência (temperatura do gelo e temperatura do ponto de ebulição da água). Já as escalas Kelvin e Rankine são absolutas; o zero delas está no que seria a menor temperatura atingível. VOCÊ SABIA? 2 VariáVeis de processo 33 2.5 PoTeNCIaL HIdrogeNIôNICo - pH O potencial hidrogeniônico ou pH é utilizado para indicar o grau de acidez ou basicidade de uma solução aquosa a 25°C, que é a temperatura resultante da concentração do íon hidrogênio H+ nessa solução. Muitos solventes se ionizam “espontaneamente”. Assim, moléculas de água, em pequenas proporções, se dissociam da seguinte forma: H2O <-> H + + OH- Uma molécula de água pode doar um íon H+ a outra: H2O + H2O <-> H3O + + OH- A concentração é expressa em mol por litro (mol/l), onde mol representa uma quantidade, neste caso, a quantidade de moléculas de interesse em 1 litro de solução é (1 mol = 6,02 × 1023). De acordo com a concentração de íons H+, uma solução é: • ácida, se [H+] > 10-7; • neutra, se [H+] = 10-7; • básica, se [H+] < 10-7. Para facilitar a expressão desta concentração foi definido o pH como o logaritmo negativo da concentração H+: pH = - log H + H + = log 1 Assim, em termos de pH, a solução é: • ácida, se pH>7; • neutra, se pH=7; • básica, se pH<7. A água pura a uma temperatura de 25°C tem pH = 7. O monitoramento do pH é de grande importância em processos industriais, pois muitas reações químicas dependem dele. Como exemplo, o valor do pH pode ser determinante da qualidade final de um produto, ou serve como indicador de nível de contaminação de água, ou, também, de fertilidade ou esterilidade de solos. E ainda, em sistemas onde ferro ou aço são expostos a água, o valor de pH tem influência na corrosão. VOCÊ SABIA? AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL34 2.6 reSISTIVIdade e CoNduTIVIdade Considererando um fio de material condutor, quando aplicada a ele uma diferença de potencial (tensão) V, se produz uma circulação de corrente I. Esta é a lei de Ohm: V = R × I A relação entre corrente e tensão é linear, e R é a resistência do fio. Expressando a tensão em volts e a corrente em ampères, a unidade de medição de resistência é o Ohm, Ω = V/A. A resistividade, cujo símbolo é ρ (RÔ), é uma característica dos materiais e expressa a relação entre um campo elétrico aplicado a um material e a densidade de corrente resultante que circula nele (Figura 16). Assim, temos: ρ = E J Onde E: campo elétrico aplicado (V/m) J: densidade de corrente (A/m2) J E+ - Figura 16 - Condutor Fonte: Autor Logo, a unidade de resistividade é Vm/A=Ωm. Se o condutor da Figura 13 tiver uma seção uniforme S e um comprimento l, resultam: E = V l J = IS ρ = V x S = R xl x I S l Assim, a resistência do condutor é função da resistividade e das suas características geométricas, seção e comprimento: R = ρ x l S A condutividade de um material σ é a inversa da resistividade, e sua unidade no sistema internacional é o Siemens S = Ω-1. Logo, é definida como sua capacidade de conduzir corrente elétrica. De forma análoga, é definida a condutância C como a inversa da resistência: 2 VariáVeis de processo 35 C = 1 R XC = S l Salientamos que resistividade e sua inversa, a condutividade, são características físicas do material e não dependem de sua geometria. Vamos analisar o exemplo a seguir: exemplo 7: Analogia entre sistemas físicos (2) Como foi apresentado, num condutor ao qual é aplicada uma diferença de potencial se produz uma circulação de corrente no sentido do maior para o menor potencial. Assim, as analogias expostas no exemplo 6 podem ser ampliadas: pressão <-> Temperatura <-> Tensão vazão <-> Fluxo de Calor <-> Corrente A condutividade elétrica do leite é utilizada para a detecção de mastite (doença bovina). VOCÊ SABIA? Para o estudo de variáveis de processo sugerimos pesquisas nas fontes citadas no final do livro. Apostilas e artigos também podem ser encontrados na web (termos de busca sugeridos: “variáveis de processo industrial”, “instrumentação”, “instrumentação processos” e outros). SAIBA MAIS reCaPITuLaNdo Neste capítulo foram apresentadas as principais variáveis físicas envolvidas nos processos industriais. A abordagem objetivou munir o aluno do conhecimento básico de variáveis de processo do ponto de vista físico. Foram apresentados desde exemplos introdutórios até a aplicação real dos conhecimentos adquiridos. 3 Cinética Química e Termoquímica: Processos endotérmicos e Isotérmicos Como foi visto no capítulo anterior, nas indústrias de processos a obtenção de um produto final é o resultado da transformação de matérias-primas. Assim, as matérias-primas se modificam, normalmente por reação com outras matérias primas a que chamamos de reagentes. Numa reação química, os reagentes perdem suas características químicas. Evidentemente, a velocidade com que as reações se produzem resulta de particular importância em termos de, por exemplo, produtividade. A cinética química estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que a influenciam, e a termoquímica estuda as energias – liberação ou absorção de calor - envolvidas numa reação química e as mudanças de estado físico. 3.1 CINéTICa QuímICa Numa reação química, a concentração dos reagentes diminui enquanto a concentração do produto aumenta. Assim, a velocidade de uma reação química pode ser definida como a taxa de diminuição da concentração de um dos reagentes ou como a taxa de variação do produto, ambas em função do tempo. Na Figura 17 estão representadas estas taxas de variação, na chamada curva cinética. Como podemos observar, a taxa é alta no início da reação e vai diminuindo com o transcorrer do tempo. Produto Reagente Tempo Concentração Figura 17 - Curva cinética Fonte: Autor AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL38 3.1.1 velocidade média de uma reação química Definiremos a velocidade média de uma reação como a razão entre a variação de concentração de um dos reagentes ou de um dos produtos e o intervalo de tempo no qual ela ocorreu: Vm = variação de concentração do reagente ou produto intervalo de tempo Considere uma reação química entre dois reagentes A e B que resulta um produto C: A + B -> C Assim, ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆= [ ] t A = [ ] t B = [ ] t C Vm = Na equação anterior, [A] e [B] representam, respectivamente, as concentrações dos reagentes A e B, e [C] a concentração de produto. (Figura 18) Tempo Concentração ∆[ ]A ∆t Figura 18 - Velocidade média da reação Fonte: Autor O sinal negativo nos termos da equação acima deve-se ao fato de a concentração dos reagentes diminuir com o transcorrer do tempo, e a do produto, aumentar. Para compreender como se calcula a velocidade de uma reação química, veja os exemplos abaixo. exemplo 8: O ozônio (O3) decompõe-se em oxigênio (O2), conforme a equação: 2O3 -> 3O2 Consideremos que 10 mols de ozônio se decompõem e, passado 1 minuto, restam 4 mols de ozônio. Qual é a velocidade média da decomposição do ozónio? mol / min = 6 mol / min∆ ∆ = [ ] t O3 1 6Vm = 3 CinétiCa QuímiCa e termoQuímiCa – ProCessos endotérmiCos e isotérmiCos 39 Tendo em vista a equação de decomposição do ozônio, acima, calcule qual será a velocidade de formação de oxigênio. A equação da reação de 2 mols de ozônio se decompõe em 3 mols de oxigênio; logo, 6 mols de ozônio produzem 9 mols de oxigênio.
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