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DPC DANIEL NEVES execução

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
INTENSIVO II
 - Processo de Execução
     - Formas executivas;
     - Princípios da execução;
     - Sujeitos na execução;
     - Competência;
     - Execução provisória;
     - Responsabilidade patrimonial;
     - Titulo executivo;
     - Liquidação de sentença;
     - Cumprimento de sentença;
     - Processo de execução (pagar quantia certa);
     - Defesas do executado.
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO:
Formas executivas
Introdução:
	Sempre que houver uma crise jurídica de satisfação do direito, a tutela jurisdicional prevista pelo ordenamento jurídico é a tutela executiva. Sempre que você precisar satisfazer um direito vai recorrer à execução.
	É óbvio que execução é compreendida quase que de forma automática. Mas cuidado, nem sempre tutela executiva é chamada de execução. O Art.273, § 3º, por exemplo, prevê a execução da tutela antecipada. Não se vale do termo execução, mas efetivação.
	Um outro exemplo é o 475-i do CPC. Chama a execução de cumprimento de sentença. Se se está voltando à atividade jurisdicional, a fim de satisfazer uma crise de execução, estou me referindo automaticamente à tutela executiva. Você tem diferentes formas de execução previstas em nosso ordenamento jurídico.
	Processo de execução é diferente de fase procedimental executiva. Se você tiver um título executivo extrajudicial, vai precisar de um processo de execução autônomo. A controvérsia há quando se tem um título judicial. Em que termos? 
	Primeiramente, se temos um sistema processual baseado na autonomia das ações, e, para esse sistema, você sempre vai precisar de um processo autônomo de execução, de conhecimento e cautelar. Há diferentes procedimentos e diferentes objetivos para cada um dos processos. Durante muito tempo, imaginou-se que esse sistema da autonomia fosse o melhor. 
	Contra esse sistema surge o sistema do sincretismo processual.
	 Em um segundo sistema, o do sincretismo processual: ao invés de você ter vários processos autônomos, vai reunir tudo em um mesmo e único processo. Temos que trabalhar, aqui, com a expressão processo sincrético, que é espécie de processo dentro do sincretismo processual. No processo sincrético, há duas fases procedimentais sucessivas separadas pela sentença. Primeiramente, a fase de conhecimento e em segundo lugar a fase executiva (cumprimento de sentença).
	O primeiro sistema, baseado na autonomia das ações, exige processo autônomo e o segundo, o do sincretismo processual, não.
	Vamos fazer uma breve retrospectiva a fim de compreender a atual fase da tutela executiva no Brasil.
	Período anterior a 1990: Entrava-se com uma ação de conhecimento e depois com uma ação autônoma de execução. Mas, mesmo nessa época, já havia processo sincrético. Esta ideia remonta ao CPC de 1939. O processo sincrético não é nenhuma novidade! Exemplo: ação de despejo, ação possessória. Eram, contudo, casos bastante excepcionais. 
	Em 1990, nós tivemos uma modificação legislativa que começou a mudar esta realidade, que foi o CDC, em seu art.84: regulamenta as demandas cujo objeto seja fazer e não fazer (foi criado para a tutela coletiva).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
	Toda a ação de tutela coletiva de fazer e não fazer, a partir do CDC, passou a ser sincrética. Pela primeira vez o processo sincrético saiu das sombras.
	Em 1994, consoante a lei 8.952/1994, nós tivemos mais duas mudanças legislativas que também alteram o panorama: art.461 do CPC. Toda ação de obrigação de fazer e não fazer passou a ser sincrética. A execução da tutela antecipada também passa a ser sincrética, leia-se, como fase procedimental (não existe processo de execução de tutela antecipada).
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.  (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)
§ 1o  A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.  (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
§ 2o  A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).  (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
§ 3o  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.  (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
§ 4o  O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.   (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
	Em 1995, mais duas novidades, com a Lei 9099/1995 (lei dos juizados especiais). Simplesmente, o aludido diploma transformou em fase executiva a execução de todo e qualquer título executivo judicial. Esta fase executiva, passou a ser dada independentemente da natureza da obrigação. Obrigação de pagar, fazer, entregar, são todas procedidas mediante fase processual.
	Em 2002, tivemos nova criação do art.461-A do CPC, que transformou em sincrética toda ação que tenha como objeto obrigação de entregar coisa.
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
§ 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
§ 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.(Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
	
	Em 2005, com a lei 11.232, o legislador transformou em ação sincrética também aquelas demandas que tinham como objeto a obrigação de pagar quantia certa.
Art. 466.  A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.
Parágrafo único.  A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:I - embora a condenação seja genérica;
II - pendente arresto de bens do devedor;
III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
	
	Hoje, na execução de título judicial, a regra é o processo sincrético, leia-se, a execução como mera fase procedimental. Entretanto, nós continuamos a ter processo autônomo de execução de título executivo extrajudicial, a título de exceção, bem como em outros casos previstos em lei.
	Vamos agora a alguma observações pertinentes:
	OBS.1: Execução contra a fazenda pública: Nas obrigações de fazer e não fazer ou entregar, a execução contra a fazenda não tem qualquer privilégio em relação ao indivíduo mortal. Neste caso, seguirá o cumprimento de sentença, sendo mera fase procedimental. Só nas obrigações de pagar quantia é que eu tenho as especialidades do processo autônomo de execução. CUIDADO COM A PEGADINHA!
	OBS.2: Execução contra o devedor insolvente: O STJ, no informativo 435, em seu RE 1138109-MG confirma a exigência dessa ação autônoma de execução.
	OBS.3: Execução de alimentos: Opinião muito forte na doutrina de que a lei 11.232/2005, que fixava obrigação de pagar quantia, só seria aplicável à execução comum. As inovações seriam aplicáveis exclusivamente na execução comum, ficando a de alimentos de fora (entendimento de Humberto Theodoro Júnior). 
	Na execução de alimentos há necessidade de processo autônomo de execução. Você precisaria, aqui, de processo autônomo de execução. Na doutrina se encontram algumas opiniões defendendo o cumprimento de sentença (sincrético) também nos alimentos. Qual é a justificativa aqui? A lei de cumprimento foi feita para ajudar o exequente, pois este, o de alimentos, necessita mais de ajuda do que qualquer outro credor. O sujeito que mais precisa de auxílio é o de alimentos! Em sendo assim, deve ser aplicada para ele a lei 11.232/2005 também para a execução de alimentos.
 
	Há, finalmente, uma terceira corrente, defendida por Costa Machado e Maria Berenice Dias: depende! A execução de alimentos pode seguir a vontade do exequente. Aqui, o que determina é a vontade do credor. Pode seguir o art.732 ou art.733, ambos do CPC. A execução do 732 segue um procedimento comum: se é assim, foi afetado pela lei 11.232, no que é cabível o cumprimento de sentença. Agora, no art.733, você tem realmente um procedimento especial, que vai culminar na prisão civil do devedor por inadimplemento voluntário de alimentos (procedimento especial). Por se tratar de procedimento especial, não se aplica a lei 11.232/2005. Portanto, continua sendo necessário processo autônomo de execução.
CAPÍTULO V
DA EXECUÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA
Art. 732.  A execução de sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme o disposto no Capítulo IV deste Título.
Parágrafo único.  Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exeqüente levante mensalmente a importância da prestação.
Art. 733.  Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1o  Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 2o  O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 26.12.1977)
§ 3o  Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.
Art. 734.  Quando o devedor for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o juiz mandará descontar em folha de pagamento a importância da prestação alimentícia.
Parágrafo único.  A comunicação será feita à autoridade, à empresa ou ao empregador por ofício, de que constarão os nomes do credor, do devedor, a importância da prestação e o tempo de sua duração.
Art. 735.  Se o devedor não pagar os alimentos provisionais a que foi condenado, pode o credor promover a execução da sentença, observando-se o procedimento estabelecido no Capítulo IV deste Título.
	Acerca da matéria, ver o RESP 660731/SP: o credor dos alimentos provisionais poderia escolher entre a prisão civil (PROCESSO AUTÔNOMO) do devedor ou aplicar a multa dos 10 por cento do 475-J (CUMPRIMENTO DE SENTENÇA).
	OBS.4: Vamos trabalhar agora em cima do 475-N, parágrafo único do CPC: seleciona 3 espécies de título judicial: sentença penal condenatória, sentença arbitral e a homologação de sentença estrangeira. Na execução destes títulos, será exigível a citação do executado. Se você precisa de uma nova citação, é porque está começando um processo novo. Trata-se da integração do réu ou demandado ao processo. Na execução destes 3 títulos judiciais você terá um processo autônomo de execução com petição inicial e citação do executado. A partir da citação do executado, este processo autônomo, todavia, passa a adotar o procedimento do cumprimento de sentença. Isto é importante, porque aqui o executado não vai ser citado para pagar em 3 dias, mas em 15. Não há embargos, mas impugnação. Por que tem esta mistura e hibridez? segundo Humberto Theodoro Júnior e Alexandre Freitas Câmara, os procedimentos da execução por título judicial têm que ser o mais homogêneos o possível, para que se evite a criação de títulos executivos judiciais de segunda classe.
	Passemos agora a uma segunda temática dentro da nossa aula.
	2. Execução por sub-rogação e execução indireta:
	2.1 Execução por sub-rogação:
	Quando temos algo a executar temos em vista dois lados antagônicos: 
a) a vontade do executado em não cumprir a obrigação. 
b) a vontade do credor em ver a obrigação satisfeita. 
	Só que a vontade do direito, por sua vez, é de que a obrigação seja cumprida. 
	É daí que surge a crise de satisfação. Diante desse cenário, se você tiver uma execução por sub-rogação, o que vai ocorrer? Vai-se trabalhar com a ideia de substituição de vontade. Praticaremos atos materiais de execução com um único objetivo: substituir a vontade do executado pela vontade do direito. Realiza-se a penhora e a expropriação do bem. Se você não quer pagar, eu vou penhorar o seu bem, levá-lo à hasta pública e conseguir o numerário necessário para a quitação da dívida. Tenho aqui uma satisfação obtida sem a colaboração do devedor.
	2.2 Execução indireta:
	Se você partir para uma execução indireta, a coisa muda de figura. Aqui, trabalha-se com a pressão psicológica. Vai-se pressionar psicologicamente o executado, para que a sua vontade se adeque à vontade do direito. Esta é a ideia fundamental. Resultado: se funcionar, teremos a satisfação, da mesma forma. Mas, aqui, será, uma satisfação voluntária. Estaremos diante de uma satisfação que dependerá da colaboração do devedor. O cumprimento é voluntário, mas não é espontâneo. Ex: fixação de multa por dia de atraso.
	Como é que funciona a execução indireta no caso concreto? A execução indireta pode se dar de duas formas distintas:
	a) Oferecimento de melhora na situação do executado (trata-se de pressão mais sutil).Temos no art.652-A, parágrafo único do CPC: citação para pagar em 3 dias. Se pagar, terá uma redução de 50 por cento nos honorários.
        Art. 652-A.  Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado (art. 20, § 4o). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
        Parágrafo único.  No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, a verba honorária será reduzida pela metade. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
	Outra: art.1.102-C, parágrafo primeiro do CPC (ação monitória): nela, você é citado para cumprir a obrigação em 5 dias: se você paga ou entrega a coisa, tem isenção em todas as custas e honorários na íntegra. 
	OBS: existe uma expressão bastante infeliz, mas que está pegando: sanção premial ou premiadora. A ideia aqui é boa. O sujeito ganha um prêmio, sendo incabível o vocábulo sanção. Mas isso cai na prova: lembrar da execução indireta que redunda em melhora na situação da parte.
CAPÍTULO XV
DA AÇÃO MONITÓRIA
(Incluído pela Lei nº 9.079, de 1995)
        Art. 1.102.A - A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel.(Incluído pela Lei nº 9.079, de 1995)
        Art. 1.102.B - Estando a petição inicial devidamente instruída, o Juiz deferirá de plano a expedição do mandado de pagamento ou de entrega da coisa no prazo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 9.079, de 1995)
        Art. 1.102-C. No prazo previsto no art. 1.102-B, poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado inicial. Se os embargos não forem opostos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, convertendo-se o mandado inicial em mandado executivo e prosseguindo-se na forma do Livro I, Título VIII, Capítulo X, desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
        § 1o  Cumprindo o réu o mandado, ficará isento de custas e honorários advocatícios. (Incluído pela Lei nº 9.079, de 14.7.1995)
        § 2o  Os embargos independem de prévia segurança do juízo e serão processados nos próprios autos, pelo procedimento ordinário.  (Incluído pela Lei nº 9.079, de 14.7.1995)
        § 3o Rejeitados os embargos, constituir-se-á, de pleno direito, o título executivo judicial, intimando-se o devedor e prosseguindo-se na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
	b) Ameaça de piora. Você pressiona o devedor, ameaçando piorar a situação atual. Temos aqui, como exemplo clássico, a prisão civil e as astreintes.
	OBS: Astreintes: trata-se da multa prevista no art. 461, § 4º do CPC. O art.461, parágrafo quarto, prevê que as astreintes redundam em multa diária. Esta multa, contudo, pode ter qualquer periodicidade. A multa pode ser fixa, nem por isso deixando de ter a natureza de astreintes. Periodicidade só tem sentido em obrigação continuada e repetição do ato ilícito. Se uma empresa está emitindo óleo poluente, por exemplo, a cada repetição fixa-se uma multa. A multa fixa, de valor fixo, é estabelecida para as obrigações instantâneas.
	Outra característica: o credor desta multa é sempre a parte contrária. Não vai para o Estado!
	Juiz de ofício: pode aplicar a multa, revogá-la ou modificar suas características, tanto no que se refere à periodicidade, como ao valor. Lembrete: tudo que o juiz pode fazer de ofício poderá também fazer de forma provocada.
	Fazenda pública: pode ser condenada nesta multa? Sem qualquer problema. Sempre a pessoa jurídica de direito público vai ser parte. ATENÇÃO!!! pessoa jurídica de direito público é presentada por agente público, não podendo ele sofrer a incidência da multa aqui citada. Quando um agente público, nesta situação, sofre multa, é por ato atentatório à dignidade da jurisdição. 
	As questões mais interessantes dizem respeito ao valor: O que se vai levar em conta? as circunstâncias do caso concreto. É um momento sensível do processo. O Juiz não pode fixar a multa em um valor tão baixo que não gere pressão nem pode fixar em um valor exorbitante, que desestimule o cumprimento. Dois pontos são essenciais a respeito do valor. ESTE VALOR NÃO TEM RELAÇÃO COM O VALOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL (RESP.770753/RS). Existe o enunciado 25 do FONAJE, que, nesse espírito, resolve dizer que, lá nos Juizados, a multa pode superar os 40 salários mínimos. Outro ponto: o valor da multa consolidado é o valor final da multa, é quando ela deixa de ser aplicada. Ex: ficou um mês acumulando, até que ele cumpriu. Pergunta: é possível diminuir o valor consolidado? Conforme o informativo 463/STJ, no AgRg no RESP 692 932/RS: É CABÍVEL A DIMINUIÇÃO DO VALOR CONSOLIDADO, VISANDO EVITAR O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA.
PRESTAÇÃO DE CONTAS. MULTA COMINATÓRIA.
Descabe a imposição de multa cominatória na sentença – astreintes – que, em primeira fase, julga procedente o pedido de prestação de contas, porquanto já existente na lei consequência jurídico-processual da sua não apresentação, qual seja, a condenação do réu para prestá-las, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que forem oferecidas pelo autor da demanda. REsp 1.092.592-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/4/2012. 
	Como regra, em uma execução de pagar quantia certa, teremos a técnica da sub-rogação, em razão do binômio penhora/expropriação. Temos exceções a esta regra. 
	Dentro da execução de pagar quantia temos algumas regras de execução indireta. 
	Art.652-A, parágrafo único do CPC: desconto de 50 por cento dos honorários. Este desconto é privativo do processo autônomo de execução. A segunda exceção: prisão civil, limitada à execução de alimentos. 
	O STJ, em seu informativo 435, no RESP 1117639 de MG, resolveu que a prisão civil cabe tanto no título executivo judicial como extrajudicial. No que diz respeito ao título executivo extrajudicial: e o acordo de alimentos celebrado perante a Defensoria Pública, pode ser executada sob pena de prisão? STJ: sim. 
	Outra situação: art.475-J do CPC: fixa uma multa de 10 por cento que só tem aplicabilidade no cumprimento de sentença.
Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
	Qual é a natureza jurídica desta multa? Teresa Wambier: esta multa tem a natureza de astreinte. Encontramos uma outra corrente: Marinoni: esta multa não é uma astreinte, mas uma sanção processual. O STJ, em seu informativo 460, no RESP 1059478-RS, veio a confirmar que esta multa realmente tem a natureza de uma sanção processual.
	Para encerrar esta obrigação de pagar quantia, as astreintes clássicas não são aplicáveis à obrigação de pagar quantia. Só podem ser aplicadas, portanto, às obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa.
	Informativo 549 do STF: RE 495740/DF: FOI APLICADA ASTREINTE PARA OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA.
 
	OBS: Trata-se de uma decisão isolada, não houve mudança de entendimento! Nesta situação específica, o fundamento foi a dignidade da pessoa humana. Não houve mudança de paradigma.
Obrigação de entregar coisa: 
	Vista a obrigação de pagar quantia, vamos à obrigação de entregar coisa. Nesta obrigação, podemos trabalhar com obrigação por sub-rogação. De que maneira? Se você tiver uma coisa móvel, determina-se, por exemplo, uma busca e apreensão. Se tiver um bem imóvel, determina-se uma imissão na posse. 
	Mas você também pode usar a execução indireta. Dois detalhes importantes: não há ordem de preferência entres estas medidas. Quem estabelece a ordem é o juiz do caso concreto. Você pode também se valer dessas formas cumulativamente, ou seja, concomitantemente!
Obrigaçãode fazer e não fazer:
	Finalmente, a terceira e última obrigação, que é a obrigação de fazer e não fazer. Aqui, vai ser imprescindível definir se a obrigação é fungível ou infungível. 
a. Fungível: trata-se uma obrigação que pode ser cumprida por terceiros. Aqui, trabalha-se com sub-rogação e obrigação indireta. Vamos satisfazer a obrigação por meio da contratação de terceiro (sub-rogação). 
	Estas duas considerações se aplicam à obrigação de fazer fungível. (Indiretas: astreintes)
	Na obrigação de fazer infungível, temos uma obrigação personalíssima, ou seja, que só pode ser cumprida pelo devedor. Exemplo: contratação de pintor para pintar uma tela. A única maneira de executar é por execução indireta. Não há como substituir a vontade do devedor, pois esta é essencial para a satisfação da obrigação. Com isso, nós encerramos as formas executivas.
	
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. FALTA DE INTIMAÇÃO PESSOAL. LEGISLAÇÃO ANTERIOR.
Antes da vigência da Lei n. 11.232/2005, a falta de intimação da parte para cumprimento da obrigação de fazer fixada na sentença transitada em julgado não permitia a cobrança de multa – astreinte – pelo descumprimento da obrigação. A retirada dos autos em carga pelo advogado do réu pode levá-lo à ciência de sua obrigação, mas não obriga a parte ao cumprimento da obrigação de fazer, pois a sua intimação pessoal era imprescindível, entendimento em conformidade com a Súm. n. 410/STJ. REsp 1.121.457-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/4/2012. 
	
MULTA DO ART. 461, § 4º, DO CPC. OBRIGAÇÃO DE FAZER. DESCASO DO DEVEDOR. VALOR TOTAL ATINGIDO.
A discussão diz respeito ao valor atingido pela astreinte e busca definir se a multa cominatória fixada para o caso de descumprimento da obrigação de fazer seria exagerada a ponto de autorizar sua redução nesta Corte. In casu sub examen, o condomínio recorrido ajuizou reintegração na posse em que o recorrente proprietário de unidade autônoma construiu irregularmente um deque em área comum do edifício – a qual fora cedida sob a condição de que não fosse realizada qualquer obra. O pedido foi julgado procedente, e o recorrente foi condenado à devolução da área, livre de qualquer construção, no prazo de noventa dias, sob pena da incidência de multa diária no valor de R$ 1 mil. O tribunal a quo manteve a sentença proferida e o valor atingido pela multa por descumprimento de decisão judicial (R$ 383 mil). O recorrente sustenta que deve ser reconhecido o cumprimento parcial da obrigação, sendo possível a revisão do valor da astreinte quando atingido valor excessivo, de forma que deve ser reduzido aos limites da obrigação principal, qual seja, R$ 5 mil. A Min. Relatora observou que a multa cominatória, prevista no art. 461 do CPC, representa um dos instrumentos de que o direito processual civil pode valer-se na busca por uma maior efetividade do cumprimento das decisões judiciais. A multa diária por descumprimento de decisão judicial foi inicialmente fixada em patamar adequado à sua finalidade coercitiva e não poderia ser considerada exorbitante ou capaz de resultar no enriquecimento sem causa da parte adversa. Ademais, o prazo estabelecido para o desfazimento das obras se mostrava bastante razoável. Entretanto, o recorrente, mesmo instado a desfazer as obras sob pena de multa diária fixada na sentença, furtou-se de fazê-lo e, em momento algum, suscitou a existência de impedimentos excepcionais ao cumprimento da obrigação. Assim, sendo a falta de atenção do recorrente o único obstáculo ao cumprimento da determinação judicial justifica-se a manutenção do valor atingido pelas astreintes. REsp 1.229.335-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/4/2012.
	PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO:
	1. NULLA EXECUTIO SINE TITULO:
	O título executivo é indispensável na execução. Não se admite execução sem título executivo. Liebman fazia uma analogia com um trem e um bilhete. No trem da execução só se entra com o bilhete. 
	Sempre que você procede a uma execução, automaticamente, cria uma desvantagem para o executado (colocando-o em uma situação de desvantagem).
	 A desvantagem pode ser de ordem material, através de atos de constrição de bens e restrição de direitos (multa, penhora, busca e apreensão). 
	A desvantagem também é processual. A execução se presta também a uma finalidade: satisfação do direito: tudo é estruturado para a satisfação dos direitos. No processo de conhecimento, o réu é citado para se defender. O executado é citado para pagar. Na execução não há paridade. Não se chama o réu para discutir, mas para satisfazer o direito. O sistema tem que justificar todas estas desvantagens. Busca-se o porquê dessas desvantagens: a grande probabilidade de o direito existir.
	Correlato a este princípio, temos o princípio do:
	2. NULLO TITULO SINE LEGE:
	Trata-se de uma opção do legislador: somente a lei pode criar espécie de título executivo.
	Resultado: as partes não podem, no caso concreto, criar título. A doutrina também não, muito menos a jurisprudência. Trata-se que matéria afeta à lei. Há um rol exaustivo de títulos executivos previstos em lei.
	OBS: Vamos imaginar uma decisão interlocutória que tenha por objeto uma tutela antecipada. Vamos partir de uma decisão empírica. Esta decisão é executável? Sim, lógico. Ela é um título executivo? Só poderia ser um título executivo judicial. Todavia, no art. 475-N, que prevê os títulos judiciais, não há previsão de decisão interlocutória como título judicial.
	Para Araken de Assis e Zavascki, na verdade, a decisão interlocutória, nesse caso, é um título executivo criado pela lei. Isso é retirado do 475-n, I do CPC (interpretação). Este inciso I fala em sentença. Onde se lê sentença, in casu, deve-se ler decisão, o que incluiria decisão interlocutória.
	Surge uma outra corrente: Marinoni, e Medina: vão dizer o seguinte: decisão interlocutória que antecipa tutela não é título executivo. Vai-se então criar uma teoria de que existe execução sem título executivo.
	A questão é, existe execução sem título? 
	Qual é a função do título executivo? Gerar a grande probabilidade de o direito existir. Falamos em probabilidade. A certeza não se está em cogitação. Essa grande probalidade é analisada em abstrato pelo legislador, ao prevê determinado título. Ex: cheque. Uma decisão interlocutória, em que se antecipa a probalidade de o direito existir, é feita pelo Juiz em concreto. Aonde é mais provável o direito existir, onde a probalidade é feita em abstrato pelo legislador ou onde ela é feita em concreto pelo juiz? Nas duas situações é a mesma. A decisão não é título executivo, mas cumpre sua função perfeitamente.
	3. PATRIMONIALIDADE:
	Breve histórico:
	Trata-se de um resultado da humanização da execução. Quanto mais as questões humanitárias foram sendo colocadas na execução, mais se aflorou este princípio. Na lei das 12 tábuas, o corpo do devedor respondia pela obrigação. O credor podia matar o devedor. Se você tivesse um concurso de credores, poderia até esquartejar o devedor, distribuindo pedaços de seu corpo para a satisfação da dívida. Em seguida, passou-se à escravidão perpétua, que logo passou à temporária. Depois de um desenvolvimento humanitário passamos à regra da responsabilidade patrimonial. O corpo do devedor não respondia mais pela dívida, recaindo esta sobre o seu patrimônio.
	Antes, a responsabilidade era integral, independentemente do valor da dívida. O sujeito devia 100 e tinha o patrimônio de 1000. Eu tenho um ponto comum: execução ligada à ideia da vingança privada. A ideia nova foi: fazer uma responsabilidade patrimonial nos limites da dívida.
	Próximo passo: criar uma proteção ao patrimônio mínimo do devedor, ligado também ao princípio da dignidade da pessoa humana. Ideia básica: manter o devedor com um patrimônio suficiente a uma sobrevivência digna. Criamos aqui a chamada impenhorabilidade de bens. Quando falamos em patrimonialidade, devemos entender: o patromônio responde, mas nemtodo, limitando-se até o limite do mínimo indispensável à sobrevivência mínima do devedor.
	Bens relativamente impenhoráveis: só serão impenhoráveis se existirem outros bens a serem penhorados. Se eles forem os únicos bens do devedor, serão penhorados. Falar em bens relativamente impenhoráveis impõe uma questão de preferência (são os últimos na ordem).
	Bens absolutamente impenhoráveis: mesmo que sejam os únicos do devedor, não serão penhorados. 
	O bem absolutamente impenhorável pode, excepcionalmente, ser penhorado? Vamos lembrar de 2 bens que, apesar de absolutamente impenhoráveis, podem, excepcionalmente, ser penhorados!!!! LEMBRE-SE do Salário (art.649, IV do CPC), que pode ser penhorado para as obrigações decorrentes de alimentos.
	LEMBRE-SE TAMBÉM DO BEM DE FAMÍLIA!!! pode excepcionalmente ser penhorado!!! Art.3º da lei 8009/1990: várias hipóteses da penhorabilidade do bem de família: débito fiscal do imóvel, execução de alimentos etc. Não esqueça, porém que a regra é a absoluta impenhorabilidade.
	MAIS UMA VEZ, LEMBRE-SE TAMBÉM DO SALÁRIO!!! Ver o informativo 435 1435738-MG, da terceira turma do STJ. Restituição do imposto de renda: valor que retiraram do salário e agora está-se devolvendo. Estes valores, para o STJ, podem ser penhorados. É um modo de contrariar a regra legal de forma suave. Vai depender da necessidade do executado de se valer desses valores de forma concreta. A questão não é o desconforto que vai ser gerado. Tem que se avaliar a necessidade. Se eu retirar este numerário, vou afetar a sua dignidade? Nao: pode penhorar. Sim: não penhora. Trata-se de uma exceção à regra legal.
	Renúncia à impenhorabilidade é admitida? Você tem entendimento do STJ dizendo que não, não cabe a renúncia. Aqui é simples. Como a impenhorabilidade diz respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, qual sua natureza? indisponível. Por ser um direito indisponível, você conclui pela vedação à renúncia. Contudo, no informativo 455 do mesmo STJ, a terceira turma no RE 1141731 de SP, disse que sim, cabe a renúncia. O fundamento principal é que ninguém pode se beneficiar da própria torpeza. 
	Vamos ao quarto princípio.
	PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE:
	Basicamente, tem um princípio muito claro: afastar da execução a ideia de vingança privada. Com que ideal? O sacrifício do devedor deve se dar nos estritos limites da satisfação do devedor. O sacrifício deve ocorrer, mas nos limites da satisfação, nada além disso.
	Dois pontos essenciais: primeiro: a) proibição da prática de atos executivos inúteis: há uma vedação da lei no art.659, p segundo, que diz respeito à penhora. Se você tiver bens cujo valor represente somente o valor das custas, a lei manda não penhorar esses bens. Raciocínio: As custas vão representar um valor muito pequeno frente ao débito. Não se vai nem começar a satisfazer a obrigação principal. Informativo 400 do STJ: RESP: 1057369/RS: obrigação exequenda para a qual a tutela específica é materialmente impossível de ser obtida. O juiz determinou ao réu que transferisse a propriedade de um imóvel que não estava em seu nome. O Juiz, não obstante, fixou astreintes (não cabe aplicação de astreintes para obrigação materialmente impossível de ser cumprida). Art.620 do CPC: sempre que você tiver diferentes formas para satisfazer o direito, deve escolher aquela que seja menos onerosa ao executado. Conforme demonstram Dinamarco e Leonardo Greco, este princípio da menor onerosidade deve ser sempre interpretado em consonância com o princípio da efetividade na execução. Esse binômio vai caminhar sempre lado a lado. 
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	AULA 02
	
	Vamos dar continuidade aos princípios da execução.
	5) Princípio do desfecho único:
	Também é chamado de princípio do resultado único.
	Se você tiver em um processo ou em uma fase procedimental de conhecimento. Nesse caso, vamos trabalhar com dois fins do processo ou da fase de conhecimento. Trabalharemos com o fim normal e com o fim anômalo, que não é um fim não pretendido mas que pode acontecer.
	Qual é o fim normal em uma fase de conhecimento? Uma sentença com resolução do mérito. A resolução do mérito pode beneficiar tanto o autor quanto o réu, afinal de contas, pode ser pela procedência ou pela improcedência. O fim normal do processo é capaz de entregar a tutela jurisdicional tanto para o autor como para o réu.
	O fim anômalo do processo ocasiona a extinção do processo sem a resolução do mérito (terminativa).
	Pensando em processo ou fase de execução, a coisa muda. Aqui também temos a distinção entre o fim normal e o fim anômalo. Este é o mesmo: uma sentença terminativa (art.267). Agora, o fim normal da execução, é satisfazer o direito exequendo.
	É para isso que o processo ou fase executiva é criada. Quando você pensa no fim normal da execução, o único sujeito que pode obter a tutela jurisdicional é o exequente. Resultado: Só há um fim normal ou desfecho para a execução: a satisfação do direito do exequente. 
Se o executado pretender obter a tutela jurisdicional, só haverá uma forma de assim o fazer: entrar com uma nova ação, doravante denominada embargos à execução (natureza de ação de conhecimento).
Tutela na execução é só para o exequente!. Para o executado, ele que entre em uma nova ação de conhecimento: os embargos.
	OBS: Este princípio já foi soberano. Mas, atualmente, devemos nos ater a maiores detalhes. É excepcional, mas possível que você tenha uma defesa incidental de mérito na própria execução. Hoje em dia é possível ter uma defesa incidental de mérito na própria execução.
	5.1) Exceção de pré-executividade: pode perfeitamente veicular matéria de mérito, sendo uma defesa do executado na própria execução. Exemplo: alegação da prescrição.
	5.2) Impugnação no cumprimento de sentença. Apesar do debate doutrinário, é possível dizer que se trata de uma defesa incidental.
	Sempre que o executado veicular como defesa o mérito executivo, será admissível a prolação de uma sentença de mérito em favor do executado. Se foi possível alegação de matéria de mérito por parte do executado, logo, vai ser possível prolatar sentença a seu favor. Receberá o executado, tutela jurisdicional. E mais: esta sentença de mérito em favor do executado vai ser considerada um fim normal da execução. Está-se diante de uma decisão de mérito em favor do executado.
	Se você proibir a defesa de mérito na própria execução, o princípio do desfecho único é soberano. Mas, a partir do momento em que nosso sistema passa a admitir defesa de mérito na execução, o princípio do resultado ou desfecho único passa a ser inaplicável. Tem que haver uma releitura do princípio. Este passa a ser apenas uma regra geral, a ser excepcionada pela impugnação e pela exceção de pré-executividade.
	6) Princípio da disponibilidade da execução:
	O exequente pode desistir da execução a qualquer momento, independentemente da anuência do executado. O exequente tem o poder de desistir independentemente do que queira o executado.
	Obs.1: Diz respeito à desistência a qualquer momento. Se você analisar acuradamente não é a qualquer momento, já que a desistência deve respeitar direitos adquiridos das partes ou terceiros.
	Ex: Penhora: hasta pública: arrematação. Aí vem o credor e desiste? Aí já não dá mais.
	Obs.2: Cuidado!!! quando o exequente for o MP. O MP tem a sua atuação na execução regido pelo princípio da indisponibilidade. Quando o MP estiver à frente de uma execução não poderá mais desistir. 
	Por que a desistência independe da anuência do executado?
	Sempre que você tiver uma desistência na execução vai ter uma sentença homologatória de natureza terminativa. Ora, se você pensar no princípio do resultado único, vai notar o seguinte: é esta sentença terminativa o melhor resultado possível para o executado? Por que eu não vou precisar da anuência do executado? Porque a desistênciaentrega ao executado o melhor resultado que ele poderia obter.
	Duas observações:
	OBS.1: Vamos imaginar que você tenha um pedido de desistência, mas, nesta situação, já existem embargos à execução em trâmite. Ou seja, o executado já se defendeu por meio dos embargos. Conclusão: a existência dos embargos não impede a extinção da execução por desistência. É indiferente que haja embargos no caso concreto.
	O problema é definir, após a extinção da execução, na desistência, o destino a ser dado aos embargos.
	O que acontecerá com eles?
	A esta pergunta, aplica-se a regra do art.569, parágrafo único do CPC.
	Art. 569.  O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.
        Parágrafo único.  Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
        a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios; (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
        b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante. (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994) 
	1º: Vamos imaginar que nestes embargos só existam matérias processuais.
	Trata-se de matérias de defesa formais.
	Nesse caso, a extinção da execução gera a extinção dos embargos. Isto porque os embargos restam prejudicados por perda do objeto. Perderão o objeto!
	O melhor resultado que o embargante pode ter é a extinção terminativa da execução. Perdem o objeto porque a sua eventual procedência gera um resultado já obtido com a desistência da execução, qual seja, a extinção do processo.
	Quem paga as verbas de sucumbência? É o exequente/embargado, pois foi ele quem deu causa à extinção.
	2º Imaginem o seguinte: que estes embargos veiculam no seu objeto matéria de mérito.
	Ex: Sujeito executando uma duplicata e eu ingresso com os embargos dizendo que aquela duplicata nunca existiu. Aqui, eu vou ter que ouvir o embargante. Este sim resolverá. Se ele quiser, pode desistir dos embargos. Aí ele é quem vai ter que decidir. Se o embargante quiser, pode continuar com a ação. Não vai dar para continuar chamando de embargos. Por que, neste caso, pode continuar com a ação? A eventual procedência desta ação vai entregar mais do que ele obteria com a extinção por desistência. O que ele vai conseguir a mais? Uma sentença de mérito com coisa julgada a seu favor. No primeiro caso, matéria processual, você, pela desistência, vai poder executar novamente o título.
	Imagine agora uma defesa incidental na própria execução. Eu vou querer o exequente pedindo a desistência, somado a uma defesa incidental em trâmite. Quando isso pode acontecer? Exceção de pré-executividade e impugnação ao cumprimento de sentença. O que poderemos fazer? Se, nestas defesas, tivermos exclusivamente matérias processuais, haverá extinção da execução pelo pedido de desistência, e, com esta extinção, a extinção também da defesa. Se a execução termina, seus incidentes terão a mesma sorte. O problema é se você tiver, nesta defesa incidental, matéria de mérito executivo.
	Não vai dar para você aplicar por analogia o art.569, parágrafo único. Quando você tem os embargos, tem duas ações. Extinguir uma e continuar a outra é tranquilo. Se a defesa é incidental, de duas uma: ou o incidente é extinto com a execução, ou a execução permanece com o seu incidente. Dessa maneira, se você tiver defesa de mérito incidental e o exequente pedir a extinção, não será aplicável, neste caso, o princípio da disponibilidade. Resultado: a execução só será extinta com a anuência do executado.
	Percebam que, neste caso, a regra da desistência é a mesma do processo de conhecimento. Daí você vai aplicar a mesma regra aqui.
	7) Princípio da lealdade e boa-fé processual.
	Inicialmente, com relação aos sujeitos da execução, exequente e executado, você vai se valer, naturalmente, das regras gerais de lealdade e boa-fé processual.
	Vamos tratar do chamado ato atentatório à dignidade da justiça:
	Por que ele chama a atenção? Porque este ato é privativo do executado: só pode ser praticado pelo executado (só existe na execução).
	Este ato atentatório vem tipificado no art.600 do CPC. Tem 4 incisos, cada um deles prevendo um ato atentatório:
Art. 600.  Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que: (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
I - frauda a execução; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - resiste injustificadamente às ordens judiciais;  (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução.(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
        Parágrafo único.  O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e honorários advocatícios. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
	I. O ato que frauda a execução: Temos uma discussão doutrinária no seguinte sentido: O termo fraude à execução é utilizado no seu sentido técnico. Ou seja, o ato que frauda a execução é um daqueles previstos pelo art.593 do CPC. (Araken de Assis)
	Temos um sentido técnico.
	Para uma outra corrente doutrinária (Dinamarco), o termo fraude à execução foi utilizado em um sentido leigo, como qualquer ato que cria um obstáculo injustificável à execução. No inciso II do CPC você tem previsto qualquer ato de oposição maliciosa à execução. Vale dizer, o emprego de expediente ardis e maliciosos. Amplia-se o ato atentatório pelo II.
	III. A resistência injustificada às ordens do juiz. Esta resistência, prevista pelo art.600, III, como ato atentatório à dignidade da justiça, mas também prevista como ato atentatório à dignidade da jurisdição (Art.14, V do CPC). E agora? O que aplicar? Nesse caso, você vai ter a aplicação de duas multas como sanção processual.
	O art.601 vai prever uma multa de até 20% do valor da execução.
	O art. 14, parágrafo único, vai prever uma multa de até 20% do valor da causa.
	Não seria bis in idem?
	A multa do ato atentatório à dignidade da justiça vai ter como credor a parte contrária. No caso, portanto, o exequente.
	Ao passo que o credor do ato atentatório à dignidade da jurisdição o credor é o Estado.
	IV. Dever de colaboração por parte do executado. E que dever é este? O executado tem o dever de indicar: quais os bens que ele tem e que podem responder pela execução. A localização dos bens e o valor dos mesmos.
	Durante muito tempo, esta indicação foi entendida como mera faculdade. Esconder o patrimônio era tido como ampla defesa. Percebam: a ampla defesa se dá pelos embargos, impugnação, e não escondendo o patrimônio. Hoje, a indicação é um dever!
	Quando é que devem ser indicados os bens? Haverá uma intimação do executado, dando-se para ele o prazo de 5 dias para apresentar em juízo as informações. Como vai se dar esta intimação? Pode se dar na pessoa do advogado. Vai ser na pessoa do advogado, quando houver advogado constituído nos autos.
	Não há preclusão para prestação destas informações. Não há preclusão temporal. Significa também: pode acontecer a qualquer momento do procedimento. Não há, outrossim, preclusão consumativa. Pode ocorrer maisde uma vez durante o procedimento.
	Os bens impenhoráveis estão sujeitos à execução? Não estão sujeitos à penhora! Você deve informar, inclusive os bens impenhoráveis, pois a análise cabe, em último caso, ao magistrado?
	Obs: Os bens impenhoráveis serão objeto também da informação prestada pelo executado. Isto porque quem vai decidir se eles são impenhoráveis é o juiz e não o executado. Se você deixar de indicar um bem, mesmo impenhorável, corre o risco de incidir na multa.
	Vistos os atos atentatórios à dignidade da justiça, vamos analisar as sanções processuais.
	Art.601 do CPC: ato atentatório à dignidade da justiça.
	Multa de até 20% do valor da execução.
	Pode ser de 1% a 20%. Vai ser levada em consideração a gravidade da conduta de deslealdade e má fé.
	O credor aqui é o exequente. Atenção!!! Esta multa pode ser relevada pelo Juiz. Ou seja, o Juiz vai lá, aplica a multa, mas pode relevá-la. Isto significa a possibilidade de o juiz desconsiderar a aplicação. Para tanto, dois requisitos:
 
a) promessa do executado de que não repetirá o ato; 
b) Fiador idôneo, que ficará responsável por todo o valor exequendo.
	8) Princípio da atipicidade dos meios executivos:
	Vamos encontrar na lei um rol de meios executivos.
	Ora esses meios são meios executivos por sub-rogação, que substituem a vontade do executado, ora são por execução indireta, que é a pressão psicológica. Este rol, entretanto, compõe um rol meramente exemplificativo, ou seja, o juiz pode aplicar meios executivos não previstos em lei. A ideia é que se sejam dados poderes ao Juiz para o que mesmo satisfaça as decisões judiciais. O Juiz não pode, contudo, contrariar a própria lei nem os princípios processuais. O Juízes começaram, há um tempo atrás, a colocar interventores na empresa, a fim de fazer cessar a concorrência desleal. Trata-se de uma medida inteligente e prática que acabou virando lei.
	Art.461, §5º do CPC:
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.  (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)
        § 1o  A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.  (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
        § 2o  A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287).  (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
        § 3o  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada.  (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
        § 4o  O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito.   (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)
        § 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.  (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 2002)
        § 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
        Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
        § 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
        § 2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
        § 3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.(Incluído pela Lei nº 10.444, de 2002)
        Art. 462.  Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
	Temos várias espécies de meios executivos enumerados. Mas, o que consagra o princípio é a expressão tais como.
	Tais como = exemplificadamente.
	Vamos ao terceiro item da teoria geral da execução:
	Sujeitos processuais na execução:
	1) Relação jurídica processual formada na execução.
	A compreensão mínima desta relação jurídica processual não foge da regra geral.
	É tríplice, onde terei autor, juiz e réu.
	Não se costuma chamar o demandante da ação de autor: Ou ele é chamado de exequente, como também é chamado de credor.
	Temos exequente ou credor. O demandado é chamado de executado, como também é chamado pelo CPC de devedor. Na verdade, quando o sujeito entra em uma execucão ninguém garante que ele seja credor.
	Esta composição mínima pode se tornar mais complexa. De que maneira? Eu tenho o litisconsórcio. No litisconsórcio, eu vou seguir as regras gerais do litisconsórcio. Vai ser tratado do mesmo jeito.
	O assunto complica nas intervenções de terceiro.
	Aqui teremos algumas peculiaridades.
	Primeiro, estudaremos as chamadas intervenções de terceiros típicas:
	Art.50 a art.80 do CPC.
	Temos 5 espécies de intervenção típica. Destas 5, 4 não são cabíveis na execução. Não é cabível na execução a oposição, a nomeação à autoria, a denunciacão da lide, como também o chamamento ao processo.
	E quanto à assistência? Com relação à assistência há uma dúvida doutrinária. 
	Teremos uma corrente doutrinária que diz não caber a assistência no âmbito executivo. Nunca haverá interesse jurídico que legitime esta intervenção, diz a corrente.
	Encontramos uma outra corrente doutrinária que defende o cabimento. Em uma prova objetiva devemos defender o entendimento de que cabe. Há um exemplo de assistência na execução consagrada na lei. Isto está no art.834 do CPC. O que se supõe: que estamos em uma relação credor - devedor e o fiador como terceiro. O que o fiador está pensando? Se o credor é desidioso. Quanto mais demora, maior a chance de acabar o patrimônio. Vai então entrar na execução em trâmite, para assistir o credor no andamento. Isto é uma típica assistência. O interesse jurídico do fiador é se livrar da garantia. Há um interesse jurídico na solução da demanda aqui. 
	 
	O Juiz pode, de ofício, já pedir uma intervenção atípica.
	Intervenções de terceiro atípicas:
	Vamos a alguns exemplos:
	Imagine a adjudicação do bem penhorado. Eu sei que quando se pensa na adjudicação, pensa-se logo no exequente. Mas esta adjudicação pode ser feita tranquilamente por terceiros. Quando este terceiro intervém para adjudicar o bem, temos uma adjudicação atípica, por terceiro interveniente.
	Não obstante o terceiro poder arrematar, temos aqui também a intervenção atípica do terceiro interveniente.
	Temos, por fim, a intervenção realizada por outros credores, que não o exequente.
	EXEMPLO:
	A exequente ------ B executado.
	
	C D
	C e D como terceiros credores, queingressam na execução em trâmite. Sempre que isto acontecer, teremos a formação de um incidente processual. Temos até um nome para este incidente processual: concurso de credores.
	O concurso de credores tem um objetivo: determinar entre os credores quem tem o direito de preferência. O que é o direito de preferência? É o direito de receber antes o produto da expropriação do bem penhorado. Temos um bem que é arrematado na hasta pública. Gerou R$100.000,00. Quem vai receber primeiro? Fica claro perceber que este credor que entra no processo alheio é um terceiro interveniente atípico. Trata-se de intervenção atípica.
	Sempre que você for falar em direito de preferência entre credores, temos que primeiro a preferência é determinada no plano do direito material. Se você, por exemplo, tem um crédito comum e um trabalhista. Este leva, por exemplo. Se os direitos de crédito tiverem o mesmo status no plano do direito material, aí sim, você vai para o processo. Usar a regra de direito processual. O julgado contido no informativo 477 do STJ REsp 829980/SP: manda aplicar o princípio do prior tempori portior in jure. Vale a primeira penhora! Determina que o que vale, para determinar a preferência é a primeira penhora.
	OBS.1: O arresto executivo é considerado uma espécie de pré-penhor. Trata-se de penhora antecipada, e por essa razão também é levado em conta para fins de direito de preferência. Diferente do arresto cautelar! O arresto executivo é uma medida executiva, e aqui vale.
	OBS.2: O registro da penhora é irrelevante para fins do direito de preferência. É importante para inibir a fraude, apenas.
	Legitimidade ativa:
	Vamos agora continuar os sujeitos processuais e conversar sobre a legitimidade ativa na execução. Quem são os legitimados ativos na execução?
	O primeiro artigo é o art.566 do CPC. Tem dois incisos.
Art. 566.  Podem promover a execução forçada:
        I - o credor a quem a lei confere título executivo;
        II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.
	I. O credor a quem a lei confere título executivo.
	Essa legitimidade em regra é muito simples de ser percebida. Via de regra, vai figurar no título executivo como credor. Vai ficar fácil. Você descobre que ele é credor só de olhar o título executivo.
	Excepcionalmente, você vai ter um sujeito que não figura no título executivo, mas a lei confere a ele a qualidade de credor. Exemplo: art.23 do Estatuto da OAB (Lei 8.906/1994). O título tratado aqui é a sentença. Nesta sentença, quem vai figurar como devedor é a parte sucumbente. Como credor: a parte vitoriosa. Você tem a determinação tanto do devedor como do credor do título. Nesta sentença haverá um capítulo de honorários advocatícios. O credor é o advogado da parte vitoriosa.
	O advogado da parte vitoriosa consta no título? Não, pois do título constarão apenas as partes. O advogado não consta do título como credor, mas a lei atribui a ele esta qualidade. Ter direito a executar a sentença nada mais é do que legitimidade ativa para a execução. 
	É uma espécie de legitimação ordinária. Isto porque estes sujeitos estarão em juízo em nome próprio e na defesa de interesse próprio. Você vai ter lá um credor litigando em nome próprio na defesa de interesse próprio. Esta legitimação, além de ordinária, é também chamada de originária. Trata-se de uma legitimidade criada no momento de formação do título executivo. Nasce com o título.
	II. Legitimidade ativa do Ministério Público.
	Primeiro momento: Legitimação ativa na execução do MP na tutela coletiva.
	Título executivo extrajudicial: O MP tem legitimidade para executar título executivo extrajudicial no âmbito da tutela coletiva. Em regra, o MP vai executar título executivo extrajudicial formado pelo próprio MP. E aqui entra o nosso TAC, que não é privativo no MP. Quando o MP realiza o TAC, cria o título executivo que vai executar. Em razão do entendimento do STJ, também se entende que, excepcionalmente, o MP execute titulo executivo extrajudicial formado por terceiros. A legitimação do MP é ampla, tanto para os títulos que ele forma como para os que ele não forma. Ver o julgado da 1ª seção RESP 1119377/SP. O Tribunal de Contas do Estado formou um título executivo extrajudicial. Só que o Estado não executou o título. O que o MP fez? Ele mesmo executou o título. O STJ afirmou: como se trata de lesão ao erário, o MP, apesar de não ter formado o título, para defender o interesse público, poderá executá-lo normalmente. O MP não tem apenas legitimidade para executar. 
	No âmbito do título executivo extrajudicial, o MP tem o dever institucional de executar. Se o seu título tiver como objeto direito difuso ou coletivo, você vai usar o art.15 da Lei de Ação Civil pública: Lei.7.347/1985. O que significa? Se, no prazo de 60 dias do trânsito em julgado, não tiver sido dado início à execução, o MP tem o dever de executar esta sentença. O MP participa da ação coletiva como autor ou como fiscal da lei. Mesmo que tenha se posicionado contra seu parecer, após o trânsito, tem o dever institucional de executar.
	Se este título executivo tiver como base direito individual homogênio, aqui é diferente. Você vai aplicar o art.100 do CDC. Vai esperar 1 ano do trânsito em julgado. Vai esperar o número de indivíduos habilitados, ou seja, vai ter averiguar o número de indivíduos que liquidou e executou esta sentença. Baseado em que? À luz da gravidade do dano gerado pelo réu condenado. A ideia é a seguinte: se, passado este ano do trânsito em julgado e o número de indivíduos habilitados for incompatível com a dimensão do dano, aí o MP tem o dever institucional de entrar com a execução por Fluid recovery. Embora parta de um direito individual homogêneo, vai se dar a execução em favor da coletividade. Tanto é que o dinheiro arrecadado vai para o fundo dos direitos difusos. O réu dessa ação coletiva praticou um ato que violou o direito de 5 pessoas. Mas. após 1 ano, existem 150 pessoas executando. Aqui também o MP vai executar o título.
	Vamos agora ao art.68 do CPP.
	Vamos para a segunda legitimidade do MP.
	A sentença penal condenatória transitada em julgado é um título executivo judicial na esfera cível. O art.68 fala que, se a vítima for pobre, o MP tem legitimidade ativa para executar este título executivo na esfera cível. O problema é que a partir de 1988, o pobre passou a ser tutelado pela Defensoria Pública. E aí a grande discussão à época foi saber se havia o art.68 do CPP sido recepcionado pela CF/1988. O STF, no julgamento do RE 135328/SP, resolveu aplicar ao art.68 do CPP a tese da inconstitucionalidade progressiva. Ou seja, o MP tem legitimidade apenas nos lugares em que a defensoria pública não atue.
	Para encerrar: seja na tutela coletiva, seja na legitimidade da sentença penal condenatória, o MP sempre atuará com legitimação extraordinária, estará sempre em juízo em nome próprio, na defesa do interesse de outrem.
	Vamos para o art.567 do CPC, e aqui vamos buscar as 3 demais legitimações ativas.
	Art. 567.  Podem também promover a execução, ou nela prosseguir:
        I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o direito resultante do título executivo;
        II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos;
        III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
	I. Espólio, herdeiros e sucessores. Esta legitimidade surge em razão de um ato causa mortis. Qual é a ideia? O legitimado originário morre, e no seu lugar, passam a figurar os sucessores e o espólio. Teremos uma legitimação ordinária superveniente, também chamada de legitimação secundária. É criada após a formação do título. Surge depois de o título já ter sido formado. Este ato causa mortis pode acontecer antes da execução, ou ainda, durante a execução. Como se prova a legitimidade do espólio, herdeiros e sucessores? Através de provadocumental hábil a mostrar a sua legitimidade.
	Se o legitimado, como já dito, morre durante a execução? Aqui você vai precisar realizar uma sucessão processual. Como se faz isso? Existe uma ação específica para isso, que é uma ação de habilitação incidente. Cuida-se de ação incidental de habilitação. Está prevista no art.1.055 a 1.062.
	Essa legitimação do art.567, I só dura até a partilha. Até mesmo porque, depois da partilha, o espólio deixa de existir. Vão ficar, após a partilha, apenas os quinhões hereditários. 
	Vamos para o II do art.567. Quem é o legitimado? É o cessionário. Estamos trabalhando com a cessão de crédito. Temos a figura do novo credor. Percebam que, com esta cessão de crédito, eu tenho um ato intervivos que vai criar uma legitimação ordinária superveniente. Aquele sujeito que cedeu o crédito era o legitimado ordinário. Tenho que instruir o processo obrigatoriamente com o instrumento de cessão de crédito. Então você vai ter que provar a cessão de crédito.
	III. Aparece como legitimado ativo o sub-rogado: é o sujeito que se sub-roga nos direitos do credor. No processo civil, esta sub-rogação pode ser a a) legal, prevista no art.346 do CC, como a b) convencional, prevista no art.347 do CC. Aqui, para esta legitimidade, vamos aplicar o mesmo entendimento da cessão de crédito. Você também vai ter uma legitimação ordinária superveniente. Surge após a formação do título. Vamos para o último tópico dos sujeitos processuais.
	Legitimidade passiva na execução:
	O legislador aqui resolveu concentrar tudo em um artigo só. Toda a legitimidade acaba concentrada no 568 do CPC.
	I. Legitimação do sujeito que figura no título executivo como devedor. Atuará no processo com uma legitimação ordinária originária. A legitimação desse sujeito vai surgir com a criação do título.
	II. O espólio, os herdeiros e os sucessores. Aqui, novamente, entra a ideia da causa mortis. O devedor ordinário morreu. Será do mesmo jeito que no pólo ativo, comentado anteriormente. Apenas uma observação que não tem nada a ver com legitimidade passiva, mas passível de confusão:
	Art.1.792 do CC, que cria o chamado benefício de inventário. É um instituto do direito material. Trata-se da regra tradicional de que as dívidas do de cujus serão satisfeitas nos limites da herança, ou seja, de que o patrimônio responde pela dívida do de cujus? O patrimônio deixado pelo de cujus.
	A legitimação é uma coisa, a responsabilidade patrimonial é outra. Os herdeiros são legitimados, mas não respondem com seu patrimônio particular.
	III. Novo devedor. Assunção de dívida, também chamada de cessão de débito. Nada mais é do que um ato inter vivos, que gera para este novo devedor uma legitimação ordinária superveniente. Recebeu este débito por meio da cessão. Aqui cabe fazer outra observação, que é o art.299 do CC. A cessão de débito ou cessão de dívida dependem da anuência do credor. Ao mudar o devedor, você muda o patrimônio, e, aqui, é lógico que o maior interessado é o credor, que vai ter que concordar. Isto tem a ver com legitimidade. Se você não tiver esta anuência, o legitimado é o credor originário.
	IV. Fiador judicial: Cuida-se de legitimidade passiva de um terceiro, que presta uma garantia em favor de uma das partes. Como estamos falando de um processo, o título executivo que será formado é a sentença, que vai ter como devedor a parte vencida.
	O fiador judicial nunca vai estar no título executivo, porque ele não é parte. Esta parte vencida tem a sua legitimidade pelo art.568, I. E se eu quiser executar o fiador judicial? A lei aqui já vislumbra uma legitimidade, prevista no art.568, IV do CPC.
	Obs: E o fiador convencional? Como funciona? Será que vai se aplicar também a ele o presente dispositivo? Tem legitimidade passiva na execução. É obrigatoriamente a do art.568, I do CPC, ou seja, para o fiador convencional ser legitimado passivo, ele obrigatoriamente tem que constar no título executivo. Se estivermos falando em título executivo extrajudicial a matéria é mais tranquila, pois o próprio contrato assinado pelo fiador já é um título executivo. Agora, se você quiser um fiador convencional no título judicial, vai ter que colocá-lo como réu já na ação de conhecimento. Caso contrário ele não será legitimado passivo na execução. Esta legitimidade do fiador é uma legitimaçnao extraordinária, pois vai estar em nome próprio na defesa de interesse alheio.
	V. Responsável tributário (art.134 e art.135 do CTN): indicarão as hipóteses de responsabilidade tributária. Em regra, a execução contra o responsável tributário tem como título executivo a CDA. Esta CDA é precedida de um processo administrativo. 
Como há este processo administrativo, você encontra uma corrente doutrinária que diz o seguinte: este responsável, obrigatoriamente, tem que participar deste processo administrativo em razão do contraditório. Se ele participar do processo tributário, vai constar da CDA como devedor. Este entendimento, entretanto, não é o entendimento consagrado no STJ. Vamos ao informativo 416 do STJ: o responsável tributário não precisa constar da CDA. (RESP 904131-RS).
	Trata-se de uma legitimação extraordinária, porque o sujeito vai estar em nome próprio na defesa dos interesses do devedor.
______________________________
CONTINUAÇÃO DA AULA PASSADA
	Título executivo judicial:
	Art.475-P do CPC:
	Antigamente, quem falava era o art.575 do CPC. Ocorre que o art.475-P do CPC não revogou EXPRESSAMENTE o art.575 do CPC.
	Contudo, ocorreu a revogação tácita.
	Eu tenho três incisos:
Art. 575.  A execução, fundada em título judicial, processar-se-á perante:
        I - os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária;
        II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
        III - (Revogado pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
        IV - o juízo cível competente, quando o título executivo for sentença penal condenatória ou sentença arbitral. (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
	I. Prevê a competência executiva dos tribunais (todos).
	Sempre que você falar em tribunal, em competência de tribunal, tem que saber que esta se divide em duas espécies: 
a) competência recursal ou; 
b) competência originária.
	A competência executiva dos tribunais só existe nessas ações de competência originária, de forma que, sempre que o tribunal participar em grau recursal, a competência para executar nunca é dele.
	Vamos agora para as exceções:
	
	Há uma exceção à regra: que exceção é esta? A homologação de sentença estrangeira, pois esta é de competência originária do STJ, mas não é esta corte que executa, mas sim a Justiça Federal de primeiro grau. Vamos ao art.109, X da CF/1988.
	Além desta exceção, vamos ao art.102, I, m da CF/1988. A previsão se dá quanto ao STF, mas a norma é válida para todos os tribunais. A ideia é: os tribunais podem delegar a sua função executiva para o juízo de primeiro grau. Os tribunais são competentes, mas podem delegar esta competência para o juízo de primeiro grau. Isto ocorre já que os tribunais não estão estruturados para a execução. São atos incompatíveis com os tribunais. O primeiro grau sim, é onde a execução é costumeira.
	Existe um probleminha: Esta delegação da função executiva é uma delegação parcial. Isto porque só atinge os atos materiais de execução. Em outros termos, os atos necessários ao andamento da execução.
	Cuidado! Se for necessário proferir qualquer decisão acerca do mérito executivo, a competência é do tribunal, só ele decidirá.
	Isto tem lógica. Formou-se um título no STJ. Quem vai se manifestar acerca da extensão deste título é o tribunal que o formou.
	Como se dá esta delegação? Através da carta de ordem. O tribunal expede uma carta de ordem determinando atividade executiva ao primeiro grau de execução.
	II. O II trata da competência do juízo que processou a causa em primeiro grau.De cara, já teremos uma complicação:
	O art.575, II, prevê que a competência é do juízo que decidiu a causa, e não do que processou. Há uma enorme diferença entre o dispositivo revogado de forma tácita e o que hoje está em vigência.
	Em regra, esta foi uma mudança meramente formal, que não vai gerar grandes consequências. É sempre um mesmo juízo que processa a causa e que a decide, isto em razão do princípio da perpetuatio jurisdictionis, que é aquele que não admite que as mudanças supervenientes de fato e de direito alterem a competência. Exige este princípio que o processo continue onde está. O problema é quando se aplica a este princípio algumas de suas exceções. Ao aplicarmos as exceções é possível que tenhamos mais de um juízo processando a causa e decidindo.
	Vamos a um exemplo: Extinção do órgão julgador. Imagine que a demanda teve todo o seu julgamento perante um órgão julgador. Extingue-se a vara. Vai ser então mudança da competência. Se houver esta diferença, qual será o juízo competente para executar a sentença proferida no processo? Pela literalidade é o que processou. Mas vamos ter que aplicar uma regra bem antiga: o competente vai ser o juízo que forma o título. Até porque neste juízo extinto seria cômico querer aplicar o dispositivo literalmente.
	Causas de primeiro grau: O art.475-P, parágrafo único, cria para estas causas o que se chama de foros concorrentes.
	Trata-se da previsão legal de mais de um foro competente à escolha do demandante (exequente). O exequente pode querer cumprir a regra do II, escolhendo o juízo atual, aquele que formou o título. Você pode também escolher o foro do local dos bens (sabe-se que o réu condenado mantém patrimônio em outro estado da federação). Você ainda pode escolher o local do domicílio do executado. A escolha é sempre do exequente. O três foros anteriores são competentes, só que quem escolherá será o exequente.
	Obs.1: A partir do momento em que o legislador cria foros concorrentes está prestigiando, sem dúvida, a vontade do exequente. Isto porque a regra de competência neste caso será de competência relativa (toda regra que prestigia a vontade das partes é de competência relativa. A absoluta impõe).
	Desse modo, mesmo que o exequente se distancie de todos os foros competentes, caso a parte contrária não ingresse com a necessária exceção de incompetência relativa da execução, o foro eleito será o competente (competência relativa).
	Obs.2: Esta regra pode excepcionar o princípio da perpetuatio jurisdictionis. Uma alteração fática durante a demanda pode gerar a mudança da competência desta demanda.
	Obs.3: Quem escolhe a competência é o exequente. Mas, a esta escolha do exequente, nós vamos aplicar o fenômeno da preclusão. A escolha não fica em aberto. Deve sim ser feita no ato de início da execução. Esta regra não criou execuções intinerantes! Escolha, é com esta escolha que você vai até o fim.
	Obs.4: Querendo o exequente sair de onde está, como deve fazer? Como é o procedimento quando a escolha recaia sobre outro foro que não o atual. Neste caso, temos uma divergência doutrinária nos seguinte sentido: O exequente deve dar início ao cumprimento de sentença já no juízo competente. Neste entendimento, o juízo competente requisita a remessa dos autos do juízo de origem (Araken de Assis). A outra ideia, defendida por Scarpinella Bueno, Freitas Câmara defende que o pedido de remessa dos autos deva ser feita no juízo de origem pela parte. Ora, se o título formou-se aqui na 5ª vara cível de São Paulo, é aqui que eu vou requerer a remessa. Esta é o melhor entendimento segundo o Professor e reconhecido como correto pelo STJ. Aqui, em uma decisão da segunda seção, Conflito 101.139 do DF, o STJ resolverá a maneira adequada de executar o o juízo.
	Vamos para o último inciso:
	III. Sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença arbitral e a homologação de sentença estrangeira.
	Sentença penal e sentença arbitral:
	Vamos fazer um juízo de abstração: imaginemos que não existe o título executivo. Se você imaginar que o título executivo não existe, o que seria preciso para executar? Se o título executivo não existe, você vai precisar de processo de conhecimento. Na hora em que você descobrir a competência para este título executivo, este processo de conhecimento, vai saber o juízo competente.
	Na sentença penal, devemos aplicar o art.100, § único do CPC, é aqui que você vai achar a competência da sentença penal condenatória. 
	Nas ações de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do exequente ou o local do fato, em que foi praticado o local do ato ilícito.
	Obs: Uma sentença penal formada na justiça federal será executada na esfera cível na justiça estadual. Na verdade, as regras de competência são absolutamente distintas. Tem-se que aplicar o raciocínio vislumbrando a esfera cível: conduta - dano - nexo causal. Quanto à sentença arbitral, dependerei do caso concreto. 
	A competência para executar sentença arbitral é relativa. É perfeitamente admissível na convenção de arbitragem, cláusula de eleição de foro.
	Qual é a competência para executar a homologação de sentença estrangeira? Inicialmente, já sabemos que é a justiça federal de primeiro grau. Vamos aplicar o art.484 do CPC. Seguirá as regras estabelecidas para a execução da sentença nacional de mesma natureza. A homologação da sentença estrangeira vai seguir o art.475-P, II. Vamos lembrar das regras:
	1) Juízo atual; é o STJ, só que isto não vai acontecer. Partir para as outras regras.
	2) Local dos bens;
	3) Domicílio.
	
	Irei, dessa forma, escolher, entre o 2 e o 3.
	Vamos abrir um segundo tópico para falar acerca da competência do título executivo extrajudicial. É bem mais simples.
	Competência para a execução do título executivo extrajudicial: é o local indicado por cláusula de eleição de foro.
	1) Se existir uma cláusula de eleição de foro no título, será este o foro competente.
	E se não tiver cláusula de eleição no título?
	2) Devemos eleger o local do cumprimento da obrigação exequenda. Contudo, não é todo título que indica este local. Aqui sim, eu irei para a terceira regra? 
	3) Irei para o local do domicílio do executado.
	Obs.1: Toda competência da execução de título extrajudicial é competência relativa!
	Obs.2: Existe muito protesto de título executivo, principalmente títulos de crédito. O protesto de um título, ele afeta a competência para a sua execução? O STJ já tece oportunidade de se manifestar sobre o tema: RESP.782.384/SP: O protesto é um ato de natureza administrativa, não tendo capacidade para afetar a competência (não gera reflexo na competência).
	Obs.3: Execução hipotecária: você vai encontrar uma corrente doutrinária (Araken de Assis) que defende ser a execução hipotecária uma ação de natureza real, e por ser assim, deve ser aplicado o art.95 do CPC. O que significa? Previsão de uma regra de competência absoluta, qual seja, o local do imóvel.
	Há uma outra corrente doutrinária, com Dinamarco, que diz: a execução hipotecária é uma ação de direito pessoal, tendo-se aqui competência relativa, como qualquer outro título extrajudicial. O que é uma execução hipotecária? É uma ação de pagar quantia certa com a grande peculiaridade de que não se discute o imóvel, mas o crédito, este sim, garantido pelo imóvel. Não se discute o direito ao imóvel!
	O STJ, quando foi chamado a falar sobre o tema adotou esta última corrente: Ag Rg no Ag 465114/DF: a competência é relativa.
	Próximo tema:
	Execução provisória:
	Conceito: Tradicionalmente, o conceito tradicional de execução provisória, sempre tinha como objeto o título executivo judicial por excelência. Quando você tem um título executivo judicial, terá 3 situações distintas: 1) não há recurso contra esta decisão: termos o trânsito em julgado, e com ele teremos uma execução definitiva. Naturalmente,

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