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Comércio Internacional - Aulas

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Comércio Internacional	04/03/13 07:25
Prof. Fontoura
Trab: grupos de 3 a 5 pessoas - decisão do Comitê de Solução de Controvérsias da OMC (vale 2,0 a mais)
Até o dia 10/04, às 23:59 - jafcosta@usp.br
Prova (9:15- 10:15) - sem consulta, dissertativa, com 3 questões. Pode escolher responder 2. Respostas de aprox. 15 linhas.
06/03
Marco: 2ª GM.
1944 Bretton-Woods: reestruturação econômica pós-guerra.
Séc XIX - predomínio britânico - formas jurídicas passavam pelo direito inglês, mesmo que de maneira indireta. O sist econômico int. era mediado pela Inglaterra, que já tinha uma rede bastante extensa de acordos de comércio bilaterais. 
Com a I GM, esse panorama se altera. Começa uma desorganização do sistema mundial, pq a Inglaterra perde sua preponderância e não entra um novo Estado hegemônico nesse lugar. Entre os 20 anos que separam as GM, há uma certa desordem econômica, que se marca por guerra comercial, cambial, crises internacionais, períodos de dificuldade econômica (1929), etc. Ao final da 2ª GM, se vê essa desorganização como algo que gera instabilidade política interna, que dá causa ao totalitarismo e ao comunismo.
A paz mundial deveria se estabelecer sobre uma estabilidade política interna. Tal estabilidade era fortemente relacionada à estabilidade econômica. Portanto, se pensava na criação de um sistema internacional, no sentido mais forte que o predomínio inglês, com uma elaboração e estruturação fortes, mediante o consenso de vários Estados. Esse é o espírito que alimenta as conferências de Bretton-Woods, que geram duas importantes org. int.: o FMI e o Banco Internacional de Re construção e Desenvolvimento (BIRD), que junto a outras instituições, hoje forma o Banco Mundial.
O FMI busca dar estabilidade monetária e cambial, para tanto se cria um sistema de lastreamento de moedas em ouro, para evitar grandes flutuações de moeda. Há também a criação de um sistema de circulação de capitais liberalizado
Banco Internacional: financiar a reconstrução e o desenvolvimento dos países destruídos pela guerra.
Já em bretton-woods se discute, depois melhor analisado pela Gen. Ass. - ideia de formar uma org int do comércio (OIC).
De uma maneira +/- independente, os EUA convocam 18 países, entre os quais o Brasil, para irem a Genebra em 1947, com o objetivo de negociar reduções tarifárias. Tais reduções gerariam um acordo que, em face da criação de uma OIC, entrariam como um anexo.
O Comércio internacional está aqui compreendido não como uma finalidade em si própria, mas com o objetivo final de garantir na maior medida possível a paz mundial, para garantir a estabilidade política. Não é um comércio livre a qualquer custo, mas funcional, instrumental, para gerar paz e estabilidade. > capitalismo incrustado (embedded capitalism - baseado em instituições jurídicas e sociais, devendo garantir estabilidade política e econômica). Livre comércio como instrumento para a prosperidade, estabilidade e paz.
1947 - relações entre EUA e URSS ainda não estavam impraticáveis. Respondendo a algumas políticas de Truman, particularmente da Alemanha, Stálin ordena o bloqueio de Berlim. Ocorre o episódio da ponte aérea de Berlim (para manter a cidade viva e isolada do predomínio soviético).
Sist. Int. Com. começa a funcionar como um instrumento para garantir que o predomínio americano gerasse uma razoável cooperação na área comercial. Porém, a OIC fracassa. A carta de Havana é um acordo que teria que ser levado ao Congresso dos EUA. Mas as disputas que surgem no Congresso e na Casa Branca (Truman>>Eisenhower), geram a desistência da participação dos EUA no Acordo.
Acordos - negociação tarifária e acordo geral sobre tarifas e comércio (GATT). Esse acordo era, originalmente, um apêndice da OIC. Enquanto a org. não entrava em funcionamento, começou um acordo entre as partes contratantes do GATT durante as rodadas de negociação tarifaria (1949 - França, 1951- ingl. - EUA tiram o acordo do congresso nesse ano, 1955/56 - Genebra, 1960-62 - rodada dillon - Genebra - - sec. tesouro americano, 1962-67 - rodada kennedy)
Rodadas
Dillon (26 países) - rodada técnica, com foco na mudança de metodologia. De uma negociação rubrica a rubrica para a metodologia de redução linear. Já aparece a questão da Comunidade Econômica Europeia (Tratado de Roma)
Kennedy (66 países)- contexto: crise dos misseis cubanos. Em 1955, Conf. dos países não alinhados nem ao mundo livre nem à cortina de ferro. Aparece a Conf. das nações unidas para o comercio e desenvolvimento. Discussão: deveriam os países em desenvolvimento ir para o GATT ou criar uma nova estrutura, em torno da UNCTAD? Havia um grande interesse em trazer os países em desenv. para a rodada (briga URSS X EUA). Entra a discussão de medidas antidumping.
Rodada Tóquio (Japão entrou em 1955). De 1973 a 1979. Tendência de normatização de procedimentos, em virtude do número de participantes. Códigos de Tóquio - temas importantes, como acesso a mercados, valoração aduaneira, antidumping, subsídios, salvaguardas, barreiras não tarifárias, etc. Obs: formas clássicas de evitar importações - barreiras tarifárias e barreiras quantitativas. 
Barreira quantitativa - hoje são relativamente raras, mas são a criação de um limite máximo de bens que podem ser importados de determinado produto. Controle por licenças de importação, vendidas pelo país. Ou pode adotar outras medidas também. Ex. Só pode importar 1000 geladeiras
O acordo do GATT proíbe barreiras quantitativas. Hoje, só são utilizadas excepcionalmente (sistema do MERCOSUL para automóveis e linha branca, no comércio entre Brasil e Argentina).
Nos anos 70, as tarifas negociadas pelo GATT faziam um impacto pequeno. A utilização de outras medidas para proteção comercial começa a se evidenciar. Isso é objeto dos Códigos de Tóquio, que aparecem pelo fato de ter aumentado o numero de membros (precisa de maior formalização) e pelo fato de serem evidenciadas novas medidas aduaneiras que restringem o Comércio Internacional. Novas formas de resolução de conflitos e Cláusula de Habilitação - tratamento especial para os países em desenvolvimento.
1986 – 1994: Punta del Este – Uruguai - Rodada do Desenvolvimento. Temas: liberalização do comercio agrícola, têxteis, subsídios agrícolas, etc. Termina em 1994 com a criação da OMC. Pq? Em 1989, cai o muro de Berlim. Seguem as revoluções capitalistas (Tchecoslováquia, Hungria, românia, Albânia). Em 1992: fim da URSS. Marco do término da Guerra Fria. Países em desenvolvimento perdem poder de negociação pelo fim da ameaça da URSS. Surge um dilema para a esquerda - triunfalismo neoliberal afirmava que, com o fim do comunismo, o capitalismo e o liberalismo eram os vencedores, o que é simbolizado pelo livro "O fim da história". Domina um consenso ideológico neoliberal, associado à perda das alavancas políticas próprias da Guerra Fria. A ameaça que se via naquele momento era a de que muito do esforço de relacionamento com a Am. Latina e África se redirecionasse para a reconstrução dos países que migravam do comunismo para o capitalismo. Cria-se uma aliança atlântica para ditar as novas regras - OMC. OMC favorece países desenvolvidos, em claro detrimento da agenda do 3. Mundo. 
Surge o Acordo para a constituição da OMC (Marrakech-1994). São incorporados os anexos de 1 a 4.
Anexo 1 - 3 partes:
A- Comércio Internacional de mercadorias. GATT (1994) e consolidação dos acordos do Código de Tóquio e outros códigos. Subsidio, antidumping, salvaguarda, valoração aduaneira, facilitação do comércio, agricultura, etc.
B- GATS. Acordo Geral sobre o comércio de serviços. É a agenda dos países desenvolvidos, que possuíam interesse em exportar serviços.
C- TRIPS. Acordo em matéria de PI. Estabelece padrões de copyrights e de propriedade industrial. Aspecto bem protetivos. Agenda de países desenvolvidos.
Anexo 2
Entendimento sobre mecanismos de soluções de controvérsias. (DSU)
Anexo 3
Revisão de políticas comerciais
Anexo 4
Acordos plurilaterais (laticínios -vigência acabou em 97, carne bovina - acabou em 97, aeronaves civis- composto por 31 membros. Brasil é só observador; e compras governamentais - compras feitas pelo Estado, acordo para regulamentar essas compras em relação aos outros países membros - concorrenciais, licitações, etc. Brasil não é membro nem observador - nenhum dos BRICS fazem parte desse acordo)
IMPORTANTE: multilateral - todos os membros. Plurilateral - alguns dos membros.
GATT - vigência de 1947 a 1994. Aí começa a vigência da OMC (1 jan 1995). Formalmente há uma descontinuidade, OMC é uma nova organiz., inclusive com um novo GATT. EUA e UE saem do GATT e formam a OMC, passando o recado de que seria possível que outros países continuassem com o GATT, mas não teriam acordos de comércio com os EUA, Canadá, UE, Japão, etc. Essa manobra mostra que há uma descontinuidade formal, apesar da continuidade histórica e material, entre GATT e OMC. 
Estrutura Orgânica
A OMC não possui órgãos que não sejam plenários. Portanto, não há conselhos formados por representantes de membros e não há órgãos de caráter parlamentar. Pq? 
EUA possuem uma autorização parlamentar prévia com o nome de Fast Track - passa a autorização p/ o Parlamento antes de começar a negociar. Assim, na negociação, se considera os termos do Parlamento. Na rodada Uruguai, o fast track não previa a criação de novos órgãos, então os negociadores estavam amarrados nesse sentido. Assim, mesmo se criando uma Org. Int, se criou uma org. em que todos os órgão são plenários. Principais órgãos - Conferência Ministerial (delegou uma série de competências ao Conselho Geral, até pq a Conf. Minist. é periódica - até hj, foram 8. Singapura em 1996, Genebra 1998, Seattle 1999, Doha 2001, Cancun 2003, Hong Kong 2005, Genebra 2009, Genebra 2011, Bali 2013); Conselho Geral (que é diferente dos usuais, estão presentes e votam todos os 159 membros da OMC). O Cons. Geral (com. de meio ambiente, de solução de controvérsias são ligados ao cg) possui dois funcionamentos especiais - como órgão de solução de controvérsias (OSC) e como conselho de revisão de políticas comerciais (CRPC). Formalmente, , são órgãos diferentes).
Conselhos subsetoriais:
- Matéria de comércio de mercadorias (comitê de dumping, de subsídios, de barreiras sanitárias, etc)
- Comércio de serviços
- PI
- Órgão de Solução de controvérsias - órgãos auxiliares:
Ad hoc - Grupos Especiais (panels)
Órgão de Apelação (7 componentes) - única exceção à regra de órgãos plenários.
Processos de tomada de decisão
Sistemas
- Unanimidade - voto positivo de todos os participantes
- Maioria (simples - 50% + 1 dos presentes, absoluta - 50% + 1 do Colégio; ou qualificada - 2/3, 5/4, etc)
- Consenso
GATT não tinha previsão de órgãos, havia uma espécie de conf. ministerial, a reunião de PARTES CONTRATANTES. Havia, em algumas matérias, determinadas previsões. Mas as decisões sempre funcionaram com base no consenso. Decisão por consenso - aprovação por não resistência à proposta. Na OMC, as decisões são tomadas por maioria, mas geralmente se resolve por consenso. Se não há consenso nos comitês, sobe para o órgão superior. Em regra, matérias sensíveis vão para o Conselho Geral (que normalmente aprova por consenso, embora possa decidir por maioria ou unanimidade, dependendo da matéria - até hj só se decidiu por consenso).
Atuação do Diretor Geral - GATT não possuía Secretaria, seu Secretário funcionava como Diretor geral. Na sistemática do GATT, os Diretores Gerais se perpetuavam. Diretores: White (1948-68), Long (1968-81), Dunken (81-94). Tinham grande importância para a dinâmica de tomada de decisões, geravam os documentos que seriam debatidos e faziam as Reuniões da Sala Verde - chamavam os representantes dos Estados que interessavam à discussão e faziam acordos a portas fechadas para depois serem aprovados pela Ass. Ger.
Esse sistema não se verifica na OMC. O diretor geral tem relativamente pouca importância. Concentração do poder é no Conselho Geral. Gera uma dinâmica em que a tomada de decisões é mais complicada, apesar de mais democrática.
Decisões em Solução de controvérsias
GATT não possuía órgão de solução de controvérsias. Levava para as PARTES CONTRATANTES. A partir de Genebra, passaram a indicar grupos especiais, com especialistas designados pelas PARTES CONTRATANTES para analisarem a controvérsia e fazerem um relatório. Esse relatório deveria ser aprovado por consenso pelas PC. Na prática, não chegava às PC, até pq como se conseguiria o consenso com a matéria controversa? Se discutem novas formas de solução (consenso - 2 > sem as partes controversas). Na OMC, aparece o Consenso Invertido. O que é invertido é o objeto do consenso. É necessário o Consenso para rejeitar o Relatório (do Grupo Especial ou do Órgão de Apelação - instância intermediária para garantir uniformidade e um sistema de controle. Aprox. 80% dos casos são apelados) > Órgão de Solução de Controvérsias.
OMC
2001 - China
2012 - Rússia
Sobre a Rodada de Doha - professor espera pequenas mudanças, desviando o sistema internacional para regimes bilaterais e regionais.
13/03
Para a OMC, o livre comércio não aparece como um fim em si mesmo, mas como um instrumento para se conseguir o máximo possível de prosperidade, com estabilidade. Há também que se considerar outros interesses e políticas estatais. 
Princípios da OMC
- Não-discriminação ( x tratamento especial a países em desenvolvimento)
> É a não-discriminação de um membro em relação às mercadorias dos demais membros. Isso, em princípio, não está em conflito com a ideia de que alguns países possuam um regime menos rigoroso para a aplicação de normas do sistema. Não discriminar diz mais respeito a mercadorias e serviços do que a países.
> Estabelecimento de acordos preferenciais afetam esse princípio? Por esses acordos, há de fato discriminação. Procura-se então por exceções: essa discriminação é aceitável para países em menor desenvolvimento relativo. Além disso, há proteção de zonas de livre comércio e zonas aduaneiras (art. 24)
- Negociação: todas as regras são resultado da efetiva e democrática discussão entre os Estados. 
- Transparência: reuniões públicas, normas editadas. Ideia diferente do que ocorria no GATT, com as reuniões da sala verde.
- Progressividade: o sistema deve se tornar cada vez mais abrangente e efetivo. Ideia da consolidação das tarifas (uma vez consolidada a tarifa, o país passa a ter um teto para a fixação tarifária. Questão dos automóveis no Brasil - teto de 35%, consolidado na OMC). Chegando a um determinado grau de redução, não se pode aumentar de maneira regressiva a tarifação (cláusula de cremalheira - ratchet). 
Padrões de não-discriminação:
- Tratamento de Nação mais favorecida
> Clausulas de nação mais favorecida existem desde os sécs XIII/XIV, nos tratados de navegação, comércio e amizade. Se tornaram difundidas ao longo do séc XIX. É um compromisso de não oferecer maiores vantagens a países terceiros. Os tratados de navegação, comércio e amizade eram tipicamente bilaterais, pelo menos na forma clássica com a que eram negociados. Como isso vai funcionar quando um país é "melhor amigo" de vários países? As cláusulas eram condicionais, não imediatas. Os tratados bilaterais são produzidos mediante a concessão mútua de vantagens. A extensão imediata de vantagens levaria à ruptura do equilíbrio do tratado bilateral, então não faria sentido. Portanto, a utilização de cláusulas de nação mais favorecidas passava necessariamente por uma renegociação constante de termos, vinculada à concessão de benefícios de maneira condicional, para não romper o equilíbrio do tratado bilateral.
Para o GATT, a cláusula NMF era multilateral e automática. Ou seja, era imediata e incondicional. A ideia do sinalagma e do equilíbrio das concessões é mitigada. Em um tratado multilateral, estrutura-se a partir de consensos gerais e de preferências garantidas a todos. O caráter automático também diz respeito às condições destinadas a terceiros, não apenas às Partes Contratantes. Havia extensão de efeitos.
Há 3 aspectos para saber se há violação do princípio da NMF.
Teste triplo: 
I)Vantagem para um país, que deve ser dada de maneira discriminatória. Discriminação pode ser de direito (quando se identifica um país/grupo de países que possuirá as vantagens - mais raro) ou de fato (regra que é discriminatória a favor de um país, mas isso não é dito de maneira explícita). Caso do GATT das exportações espanholas de café: tarifas diferentes para diferentes tipos de café. Na realidade, tinha uma tarifa diferente para um café que só era plantado na Colômbia. Havia uma discriminação de fato. 
II) Vantagem em relação a produtos similares (like products)
Como se identifica a similaridade? 3 aspectos considerados:
>>> Classificação aduaneira
>>> Características comuns (ex. sapatos de couro e sapatos com sola de borracha)
>>> Relação de substitubilidade. São bens substitutos?
Relações cruzadas entre a oferta de um bem e a procura de outro bem. Em alguma medida, os bens são substituíveis. Existe um impacto real do mercado de um sobre o mercado de outro. Caso do MX em relação aos refrigerantes. Com a vantagem dada para o açúcar, houve influência na procura de xarope de milho, alterando as condições do mercado de refrigerantes.
III) Caráter imediato e incondicional
- Tratamento Nacional
Na Cláusula de NMF, há uma diferença de tratamento dos produtos de vários países. De produto estrangeiro em relação a outro produto estrangeiro.
Outro padrão é o de tratamento nacional, que se refere ao bem importado em relação ao bem produzido no país. Ou seja, se fala de bens que já ingressaram no território aduaneiro. Isso também se aplica aos impostos internos, mesmo que sejam cobrados na operação de desembaraço de mercadoria. Impostos: de importação, IPI, COFINS, ICMS, etc.
O tratamento nacional é normalmente relacionado aos impostos de fronteira, enquanto a CNMF é principalmente pré-fronteira. Após passar por todas as tarifas de desembaraço, o bem não pode mais ser discriminado em relação ao bem nacional (art. 3º GATT).
Teste triplo:
>> Medida discriminatória (de direito ou de fato)
>> Produtos similares
>> Favorecimento da produção nacional (para os impostos, basta comprovar que a medida é discriminatória para produtos similares)
No Brasil, há uma súmula que veda cobrar tributo diferenciado para o bacalhau, mostrando que era comum a busca de cobrar impostos diferentes (ICMS).
Exceções 
Ex: Art. XXI do GATT - matéria de segurança > matéria estratégico-militar, que não estão sob a cobertura da OMC.
Exceções Gerais:
- Contidas no art. XX do GATT
alínea b - medidas necessárias à proteção da vida e saúde de pessoas e animais e à proteção dos vegetais. 
Duplo teste:
I) Se observa a disposição da alínea
- 1) OBJETO: Qual é o objeto da medida analisada? É o mesmo da alínea b? 
Em 1947, essa redação da alínea b já aparecia. Mas não se falava de meio ambiente, mas em pragas da agropecuária, já que esse pensamento aparece só nos anos 60, com uma expressão jurídica consistente em 72, com a Decl. de Estocolmo. Então, não é uma exceção ambiental. Questão dos pneus remoldados - a gestão de resíduos sólidos está na cobertura da alínea b? Não. No Br, se argumentou que o descarte dos pneus levava ao ajuntamento de água, o que favorecia a expansão de dengue e malária, representando risco à vida humana. Argumento foi aceito pelo grupo especial e pelo órgão de apelação. Quando se fala em objeto, não se busca apenas um sentido literal. É preciso fazer uma análise fatual para verificar se o desenho, arquitetura e implementação do projeto são consistentes com os objetivos apresentados.
- 2) NECESSIDADE: A medida é necessária? Existem meios alternativos razoáveis e menos restritivos ao comércio de obter a mesma meta? Caso da UE em matéria do amianto. As medidas francesas de banimento do amianto eram excessivas? Não se poderia obter a proteção da vida com uma medida menos restritiva? Conclusão: o grau de proteção fica a critério do país. Se o Estado desejar proteção absoluta ou nenhuma proteção, isso não cabe ao sistema multilateral decidir. Entretanto, havendo medidas alternativas, deve-se analisar se são medidas razoáveis e menos restritivas ao comércio. Se há ausência de necessidade, a alínea não incide e a discriminação não é excepcionada.
II) Se observa a disposição do caput
Caput defende que a discriminação não deve ser arbitrária ou injustificada e também não pode representar uma restrição disfarçada ao comércio. 
20/03
Exceções
Zona de livre troca e Uniões Aduaneiras (art. XXIV do GATT) - seriam uma forma de acelerar a liberalização comercial multilateral? Discurso cabe na ideia de integração regional. A inclusão disso no GATT seguiu, na verdade, uma lógica diferente. Em 1947, se pensava na necessidade de harmonizar um sistema multilateral com sistemáticas que vinham de contextos coloniais da França e Inglaterra, por ex. Esse sistema colonial gerava preferências coloniais que precisavam ser aceitas pelo GATT.
ZLT - também chamada de Zona de Livre Comércio, correspondente a Free Trades.
Dois ou mais territórios aduaneiros, entre os quais as tarifas de importação (M) e exportação (X) são "zero". É livre a circulação de bens e de mercadorias. Caso se aplicasse a cláusula da NMF, esses benefícios seriam estendidos a todos os membros do GATT. Como isso não acontece, é uma exceção à incidência da cláusula de nação mais favorecida. Mas isso não é exceção ao tratamento nacional. Ainda não se pode discriminar o produto extrazona uma vez que ele tenha ingressado o espaço aduaneiro interno.
Uniões Aduaneiras - Zonas de livre troca com tarifas externas à Zona unificadas (comuns). Também é exceção à aplicação da cl. NMF.
ZLT e UA
Países A e B celebram acordo de livre comércio, tendo entre eles 0 de tarifa. Entretanto, não constituem um único espaço aduaneiro. Sendo simplesmente uma ZLC, inclusive as tarifas externas em relação a terceiros podem ser diferentes. O país A pode ter tarifas elevadas no setor de calçados, enquanto a tarifa externa do país B pode ser baixa no setor de calçados. O país C, que não participa dessa zona, pode exportar calçados pra B (menor imposto) e depois passar pra A, sem tarifas? A isso se dá o nome de TRIANGULAÇÃO. Utilizar a passagem por um território aduaneiro com imposto menor para passar a outro território aduaneiro.
Como evitar isso?
- REGIME DE ORIGEM: regras que definem quando o produto é originário de A, de B, da região ou de qualquer outro país. Normalmente são baseados na mudança de rubrica aduaneira na classificação do bem. A situação é complexa nos casos em que o mesmo bem ter origem em diferentes países. Ainda com o regime de origem, às vezes é possível triangular. Nos anos 90, no MERCOSUL, BR e Arg tinham impostos diferentes para importação de leite. O leite europeu era muito subsidiado. BR começou a importar uma grande quantidade de leite da Arg. O que acontecia é que a Arg importava o leite em pó da Europa, passava por um processo de recomposição do leite e exportava para o Brasil como se fosse leite argentino. Havia mudança de classificação na tabela aduaneira e se considerava que o leite era argentino. Para evitar esse tipo de triangulação, a alternativa é a criação de União Aduaneira, se equalizando as tarifas externas. Mas isso só se converte em mesmo mercado se houver toda a estrutura econômica comum, inclusive a tributação indireta interna. No Br, tanto não é assim que os custos de um vinho argentino são muito maiores aqui do que na Arg. Pq? Impostos de importação, etc. Assim, mesmo com U.A., isso não quer dizer que haja um único mercado.
Exceção de Balança de Pagamentos
Quando um país enfrenta grave desequilíbrio de sua BDP, principalmente ao se identificar uma forte evasão de divisas (perda de estoque de moeda estrangeira), é possível o país estabelecer tarifas mais elevadas que as consolidadas no GATT, ou até mesmo impor medidas quantitativas, com o objetivo de evitar a perda do equilíbrio macroeconômico e uma perda muito acentuada do estoque de moeda estrangeira. São medidas de proteção da economia para evitar a falência do Estado. Esse tipo de exceção não excepciona aNMF nem o padrão de tratamento nacional. Ainda assim, devem ser medidas de alcance geral e devem respeitar o tratamento nacional. É exceção às tarifas consolidadas e à proteção de medidas não tarifárias. 
Para isso, é necessária uma consulta do Comitê de balança de pagamentos ao FMI, já que o FMI tem a função de garantir a estabilidade do sist. cambial, se preocupando com a estabilidade das balanças de pagamento. FMI estabelece os dados e possíveis medidas reparativas. Embora a consulta ao FMI seja obrigatória, não há caráter vinculante. O parecer então não é vinculante, nem se for negativo. Mas ficaria difícil politicamente o país sustentar tais medidas sem o parecer favorável do FMI.
É raro o pedido de BDP. Em 2009, ocorreu no caso do Equador e as medidas foram impostas por um pequeno período. Na história da OMC, é algo incomum. 
Medida de Emergência Econômica (art. XIX)
É possível impor, nesse caso, medida de salvaguarda.
Aqui, a emergência econ. e a salvaguarda é setorial. Identifica-se que, num determinado setor da economia, dado um forte incremento da importação, há o risco à existência, à continuidade de um determinado setor da economia nacional. Ou se impede o comércio nesse setor ou o setor nacional acabará minguando.
Também não é exceção à NMF ou tratamento nacional. São medidas gerais. É em relação à proibição a medidas quantitativas ou aumento de tarifas, com o objetivo de proteção do setor nacional.
As salvaguardas possuem prazos limites, mas podem ser revistas e continuar. O objetivo principal é equilibrar até que o setor se ajuste. São, portanto, temporárias. São pouco constantes. Na história da OMC, houve 118 imposições de medidas de salvaguarda, sendo 2 pelo Brasil (no mesmo setor - renovada por mais 4 anos) - setor de coco. O "vilão" desse setor é a Tailândia, mas em vez de se criarem medidas de proteção contra o país, foram colocadas medidas de salvaguarda. Hoje o Brasil não possui nenhuma medida em vigor. Ano passado se discutiu p/ o setor vitivinícola (de vinhos). Essa reclamação veio do setor de vinho "de menor qualidade". Foi feito um acordo com os importadores de vinho/supermercados e não foi posta salvaguarda.
Exceções em matéria de desenvolvimento
Em cada aspecto existente na OMC, há tratamento preferencial para países em desenvolvimento. Em várias partes do acordo existem aspectos que favorecem países em desenvolvimento.
É importante observar que existe uma mudança profunda na percepção do desenvolvimento. Nos anos 50/60, essas exceções eram temporárias, para permitir, mediante proteção da indústria nacional nascente, a decolagem da economia, até se tornarem desenvolvidas, centrais (desenvolvimento = industrialização). Mais tarde, isso muda p/ a questão dos países sensíveis/ frágeis (de menor desenvolvimento relativo). É o estabelecimento de um sistema mais contínuo, possivelmente permanente. É desenvolvimento no sentido social, não mais industrial. As questões de desenvolvimento estão em toda a OMC, mas é interessante lembrar que, em geral, quem diz se o país está ou não em desenvolvimento é o próprio país. 
P.S. Sistema geral de preferencias - exceção à cl. NMF para países de países de menor desenvolvimento relativo. EUA e UE possuem uma lista de países "preferenciais" em desenvolvimento.
Exceção x Defesa comercial
DC é uma parte que funciona na OMC para evitar que países atuem contra o livre comércio.
Exceção é sempre posta pelo país para a sua proteção. Se o país está com problemas, usa exceção.
Defesa comercial se faz contra um "ataque". É uma forma de medidas, de contramedidas, contra um país. Existe um Estado que atua contra as regras do comércio internacional. Portanto, o outro país (que faz a defesa) propõe medidas corretivas. Também é diferente de salvaguarda, que é simplesmente proteção do setor, não proteção contra país determinado.
Defesa Comercial
O país afetado impõe medidas. Como? Conforme a sua avaliação e procedimentos, que são realizados pelo país de acordo com os padrões da OMC.
No Brasil: Min. Desenv. e Comércio Ext. possui, em sua estrutura, a Secretaria de Comércio Ext (SECEX). Dentro, há o Departamento de defesa comercial (DECOM). Se vai ao DECOM, faz uma reclamação e daí o DECOM realiza uma avaliação, conforme os procedimentos da OMC, incluindo a possibilidade de manifestação do outro país e dos demais interessados, em manter ou bloquear a importação. Há um prazo para essas investigações, com o estabelecimento de "contraditório". Se houver o entendimento de que medidas de defesa comercial devem ser colocadas de maneira rápida, é possível a imposição de medidas provisionais, as quais podem ser feitas inclusive antes da manifestação de todos, se a situação for grave. Essas medidas podem se tornar definitivas ou a solução pode ser encontrada mediante acordos de preços. São, então, medidas tomadas pelo próprio país, sendo que as investigações se dão dentro do Estado em questão. E o sist. de solução de controvérsias da OMC? É possível buscar a OMC para reverter as medidas de defesa comercial. OMC só é utilizada para questionar se o mecanismo nacional aplicado é proporcional/razoável ou excessivo.
O DECOM também avalia salvaguarda, mas isso não transforma salvaguarda em medida de defesa comercial.
Hoje, no Brasil, existem 88 Medidas de defesa Comercial efetivadas no DECOM. Há 2 anos, eram 68. Assim, efetivamente, o Br está colocando maiores medidas de defesa comercial, o que é contrário ao que acontece no meio internacional.
- Dumping (to dump: "jogar fora")
Em situações de superprodução, é normal vender produtos a "qualquer preço". Isso pode ser uma situação de dumping. Ou seja, nem sempre é puma prática predatória de concorrência (venda inferior ao valor de custo para destruir a concorrência). Na categorização de dumping pela OMC, há 3 elementos do tipo:
I) Preço baixo - preço inferior ao praticado no mercado interno. O preço de venda ao consumidor? Não, o preço de saída, antes da incidência de tributos. Se o preço de exportação for menor que o interno, há a caracterização desse elemento do dumping. Entretanto, nem sempre existe mercado interno de um bem que se exporta. Ex. urano e não tem usina nuclear; carne de cavalo - no Br, é proibida a venda para o consumo humano. Em outros países, é possível - França, Itália, etc. E aí, como comparar com o preço interno? É preciso haver outros critérios de avaliação, pros casos de não existir mercado interno do bem ou em hipóteses em que o preço do bem é público, fixado pelo Estado. Esses outros critérios levam em consideração o preço do bem em outros países (sobretudo que possuam condições similares de produção) e a análise da estrutura de custos.
II) Prejuízo setorial no país importador
III) Nexo entre o baixo preço e o prejuízo
Atenção: não se precisa comprovar a intenção de ferir outro mercado.
São medidas para a correção do mercado. Devem ser estritamente proporcionais. A medida é limitada à correção, não pode proteger mercado. Além disso, não há caráter indenizatório (se faz um ano que está sofrendo dumping e coloca a medida hoje, não pode gerar compensação. É simplesmente correção de desvio do comércio. Só valem ex nunc).
No Brasil, quase todas as medidas de defesa comercial são antidumping. 87 das 88 medidas são desse tipo. E geralmente não são aplicadas sobre o produto para o consumo final (embora haja o caso dos ferros de passar chineses). A maior parte de medidas está no mercado de insumos: produtos químicos, fibras, tecidos, pneus, corantes, tintas, etc. É inegável que isso leve a um preço maior dos bens finais. Se o mundo está pagando um preço mais baixo pelos insumos, compromete-se a própria competitividade dos bens internos. 
Países que mais aplicam essas medida são Índia, EUA, UE. E a China é o país que mais sofre com elas (643 medidas), seguida por (fora de ordem) Coréia, Taiwan, EUA e Rússia (além de outros).
Ler parecer do professor sobre o IPI, que fere a cl. NMF e o tratamento nacional. (e-mail)
03/04
-Subsídios (não é exceção - faz parte dos instrumentos autorizados p/ uso dosEstados como defesa comercial em determinados casos) - medidas compensatórias.
Acordo - Anexo I da OMC - comercio de bens industriais/agrícola. 
Subsídios não são ilicitos/indesejados no POV da OMC. É algo que faz sentido dentro das atividades estatais para fazer funcionar as políticas econômicas. 
Ao contrário de outros tipos de medida, os subsídios são parte da vida econômica de qualquer país. Dificilmente seria possível identificar, em termos de interesses, um grupo pró-subsídios e outro contra subsídios. 
Entretanto, alguns subsídios são "proibidos" e outros são "acionáveis" (podem ser proibidos, desde que gerem determinados efeitos)
> É um incentivo/auxilio financeiro (pode ser convertido/descrito em termos pecuniários - melhoria de infraestrutura, por ex, NÃO é auxílio financeiro. Deve efetivamente ser relacionado a um setor e poder ser restrito em termos pecuniários, ainda que não necessariamente em dinheiro. Pode ser em espécie - tarifa especial de energia elétrica, por ex. No caso das aeronaves europeias da Airbus, o fato de poder ser utilizada uma pista de pouso estatal, sem o pagamento das tarifas normais, foi considerado algo subsidiado) dado pelo Estado (pode ter natureza regulatória > tributação, mas é principalmente dado diretamente> linha de crédito, juros baixos, etc). Pode ser governamental ( adm. direta); por adm. indireta ou por empresa pública.
>> Especificidade (setorial) - subsídios devem ser específicos. Auxílio dado em geral não é caracterizado como subsídio, tem que ser relativo a um setor. Ex. Bens exportados do Brasil recebem auxílio financeiro, mas não é subsídio, pq é geral, vale para todo e qualquer bem que sair do mercado brasileiro. Falta o caráter de especificidade. Sendo específico, é proibido automaticamente? Não. Não pode estar nas categorias consideradas, desde logo, proibidas:
Subsídios vinculados à exportação - requisitos de cota mínima de exportação (ex: juros mais favoráveis para a indústria metalúrgica, particularmente para fabricas que exportem 50% da sua produção> vinculação da oferta do beneficio com o atendimento de determinado requisito de cota mínima para exportação. Esse subsidio não é para o bom desenvolvimento do setor, mas para colocar o preço como mais competitivo no mercado exterior) ou cota mínima de conteúdo nacional (ofereço redução tributaria do IPI, desde que as roupas tenham 60% do custo de insumos adquiridos de produtos brasileiros > ao favorecer a utilização do conteúdo nacional, há a imposição de uma barreira à importação de insumos - efeito equivalente a um de tarifação de bens estrangeiros. Mas isso, em princípio, não fere o princípio de tratamento nacional).
Subsídios acionáveis - provocam um impacto negativo, causam um prejuízo, a um setor da economia nacional. Ex - EUA oferecendo vantagens ao setor de geladeiras. Por conta disso, o setor produtor de geladeiras do Br está produzindo menos. Existindo um nexo entre o beneficio conferido nos EUA e uma redução do funcionamento do setor em outro país, isso pode ser caracterizado como acionável. Não é, per se, proibido. É necessária a comprovação do nexo.
Subsídios autorizados/não proibidos - seriam sempre possíveis. Essa qualificação deixou de existir há cerca de 10 anos. Os subsídios de "sinal verde" deixaram de ser tipificados. Existem subsídios, entretanto, que por não apresentar elemento do tipo não são proibidos/acionáveis.
Pq acontece tão raramente? Pq é bem mais difícil caracterizar e identificar o subsídio que o antidumping. P/ o ultimo, precisa do preço do mercado externo inferior ao externo + nexo de causalidade do prejuízo. Mas não precisa comprovar que beneficio é especifico, do Estado, financeiro, etc. Por isso, das 88 medidas de defesa comercial no Brasil, só uma é de subsídio (Antidumping - modalidade mais comum (DECOM, SCE, mDIC) ). Mas situações de antidumping e de subsídios podem, algumas vezes, ser sobrepostas.
FMI e BIRD
São as instituições de Bretton Woods. Em 1944, 44 países se reuniram para discutir os destinos da economia mundial. Nessa época, havia uma grande preocupação com relação à crise econômica e as guerras, como mediadas por instabilidades políticas (crise > instabilidade > guerra).
Preocupação específica - depreciação excessiva da moeda: "guerra cambial" (deprecia a relação de cambio para vender produtos com preço menor e obter mais reservas). Isso ocorria pela ruptura do sistema britânico e com o fim da libra esterlina baseada em ouro.
Objetivo: criar um sist. econ. internacional, capaz de manter estabilidade cambial, como pressuposto do comércio e da prosperidade. Até então o que se conhecia era um sistema internacional que se estruturava com base no sist. nac. (particularmente o britânico).
Conf. Bretton Woods. Debate - Keynes / White. (ver vídeos do youtube Keynes x Hayek - curiosidade
Keynes - postura de que o sist. econ. int. deveria criar a possibilidade de intervenção macroeconômica (políticas anticívicas para reverter processos depressivos - politica monetária voltada a reverter crises de depressão).
White - focar as atividades, principalmente do FMI, na estabilidade cambial (c/ incentivo à prosperidade), inclusive com a adoção do padrão ouro e relação fixa de câmbio entre as principais moedas. Foi a teoria vencedora. 
FMI:
Etapa inicial - paridade fixa cambial (1944-1976): relação fixa de câmbio entre as principais moedas do mundo. Sustentada pelo lastreamento em ouro.
Sistemática que limita a flutuação cambial - problema para lidar com balanças de pagamento. Pode acontecer drenagem de divisas muito significativas. Como lidar com o problema? Com a disponibilidade de crédito para corrigir balança de pagamentos. Faz empréstimos mediados pelo FMI a juros baixíssimos/sem juros para corrigir. Não é preciso lançar mão de mecanismo cambial.
Em 1969, a França retira a moeda da cesta de paridade fixa. Em 1971, os EUA fazem o mesmo (Nixon). Desestruturação. Reforma em 1976
Reforma: 
- Sistema de supervisão macroeconômica, com sugestão em matéria cambial, mas sem fixação de cambio > gera um sistema de informação muito eficiente que normaliza padrões de descrição de dados macroeconômicos (como se calcula o PIB? a inflação?), além de gerar transparência - aumento da previsibilidade. Se desejaria um sistema em que as crises fossem mais facilmente previstas/controláveis. Hoje, 
- Assistência técnica (para países em menor desenvolvimento, equipes de técnicos que ajudam as economias a buscar um melhor desenvolvimento macroeconômico);
- Créditos para correção de desequilíbrio de balança de pagamentos.
Funcionamento e legitimidade do FMI
-Estrutura orgânica
FMI é OI entre Estados, com 188 membros (curiosidade - Kosovo é membro do FMI, mesmo não sendo membro da ONU). Sede é em Washington. É formado por um Conselho de Governadores (board of governors, formado pelos 188 membros) - se reúnem anualmente; um Conselho de Diretores (24 diretores); um Presidente (até hoje, sempre um europeu - atual presidente: Christine Lagarde (2011-2016), substituindo Dominique Strauss-Kahn).
O voto, nos dois Conselhos, é proporcional às quotas de capital ( 5,5% dos votos - distribuídos para todos os membros. Os outros 94,5% - distribuídos conforme as quotas de cada país no fundo). Quota - conforme o tamanho da economia do país, cada estado tem o direito de subscrever a uma quantidade específica de quotas, que determinará quantos votos o país possui. Ex: EUA - 17% dos votos. Brasil - 1,7% dos votos. China - 3,6% dos votos. Últimos países, juntos, aprox. 160 países - 32%. No Conselho de Gov, vota com a quota, não individualmente. No conselho de diretores, 6/24 diretores são indicados pelos principais quotistas - EUA, Alemanha, França, Inglaterra, Japão, China(?)...Os demais diretores representam entre 2 e 22 países. O diretor vota conforme a sua representação (o escolhido pela Alemanha pesa mais que o da França). Essa sistemática de votos levou a muitas críticas, em relação ao controle dos países desenvolvidos. Com o aumento da participação de países intermediários, essas críticasforam enfraquecidas.
Outra crítica ao FMI é a questão da avaliação e das cartas de intenção relacionada aos empréstimos. Há a necessidade de condicionar os empréstimos à possibilidade de solvência. O problema é que o FMI acaba influenciando a política macroeconômica. Ex - se não gerar superávit primário, se gastar mais do que arrecada, etc, não há empréstimo. Normalmente, há estipulação de instrumentos ortodoxos, restritivos, de contenção de gasto público e de controle orçamentário, gerando críticas - FMI como controlador de políticas macroeconômicas contra países pobres. Hoje, como principais "clientes" do FMI são europeus, essas críticas diminuíram. 
Banco Mundial
BIRD (e outras agencias)
Também criado em Bretton Woods, com 188 membros, com a mesma organização do FMI (diferença: presidente costuma ser americano. Hoje é o Jin Yong Kim - 2012).
Financiamento de projetos de reconstrução e desenvolvimento. Até 1970, a atuação do BM era muito tímida. A partir de 1970, começa a fazer empréstimos para países em desenvolvimento, para promover desen. econ. Projetos principalmente de infraestrutura. A partir de 1980, com a crise do endividamento excessivo, começa um período em que se reduz o fluxo de empréstimos e começam a aumentar as exigências em torno dos empréstimos. Condicionamento mais delicado e maior preocupação com o escalonamento de projetos (não dar o fundo p/ etapa seguinte sem ter cumprido a etapa anterior). A partir da década de 90, há maior vinculação do financiamento de projetos a metas do milênio (da ONU p/ o desenvolvimento), levando em conta as "condicionalidades" que vão vincular os projetos financiáveis a metas sociais e ambientais Deve-se reduzir a pobreza, a discriminação de gênero, deve-se favorecer a saúde, (reduzindo epidemias, mortalidade infantil, HIV, aumentando a expectativa de vida), educação, meio ambiente. Acontece uma mudança na noção de desenvolvimento (não é mais apenas o desenvolvimento econômico, nem um processo de industrialização -1970, mas envolve a dimensão social - medida pelo IDH, por ex- e ambiental - sustentabilidade). Financiamentos podem ser por pessoas privadas/investidores estrangeiros também. São linhas públicas, mas não necessariamente governamentais.
Além do BIRD, existem outras instituições. MIGA - seguros contra riscos políticos para o desenvolvimento. ICSIC -Solução de controvérsias por arbitragem para Estados.

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