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Projetos e Inovação Na Educação 6

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AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETOS E INOVAÇÃO NA 
EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Oriana Gaio 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
 Desde a primeira aula falamos sobre inovação e educação, principalmente 
no tocante do entendimento dessa relação com o intuito de melhorar a qualidade 
do setor educacional. Vimos que o monitoramento de como as práticas 
pedagógicas se desenvolvem oportuniza a criação de uma base de conhecimento 
para a educação como um todo. Dessa forma, é importante que todos os 
envolvidos no processo educacional procurem saber como os professores mudam 
suas práticas de desenvolvimento profissional e até que ponto a mudança e a 
inovação estão ligadas a melhores resultados educacionais. 
Além disso, na segunda aula falamos sobre o relatório da Comissão 
Internacional sobre Educação para o século XXI para a Unesco, em que Delors 
(1996) indica que a educação deve envolver quatro aprendizagens essenciais, 
tidas como a base do conhecimento de cada indivíduo: aprender a conhecer, 
aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Diante disso, é de suma 
importância que o professor saiba quais são seus principais desafios e 
principalmente qual é o seu papel no desenvolvimento dessas aprendizagens. 
Em nossa última aula levantaremos alguns questionamentos acerca da 
ressignificação do papel do professor, bem como as principais competências dos 
professores no século XXI. 
TEMA 1 – PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DAS METODOLOGIAS 
Durante quatro aulas apresentamos as principais metodologias e suas 
abordagens, as quais podem ser adotadas na prática educacional. Contudo, não 
tivemos a oportunidade de compará-las e nem de refletir sobre a forma com que 
cada uma se adequa a realidades ou necessidades diferentes. 
Diane disso, apresentamos na Figura 1, de forma muito clara e resumida, 
os princípios essenciais de cada uma das metodologias apresentadas nesta 
disciplina: ativas, ágeis, imersivas e analíticas. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Figura 1 – Princípios essenciais das metodologias ativas, ágeis, imersivas e 
analíticas 
Fonte: Cavalcanti e Filatro, 2018, p. 251. 
Com base no exposto, é possível notar que as metodologias ativas estão 
ligadas ao protagonismo do aluno sobre a aprendizagem, a colaboração na 
construção de conhecimento e a ação-reflexão entre teoria e prática. Além disso, 
podemos acrescentar que as metodologias ativas se referem aos papéis dos 
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, bem como às atividades que 
cada um realiza. 
 
 
4 
As ágeis, por sua vez, envolvem a economia da atenção para o máximo 
aproveitamento do tempo, sobretudo com a fragmentação da aprendizagem e 
mobilidade tecnológica e conexão contínua. Dessa forma, podemos dizer que 
essas metodologias se preocupam com a duração de cada atividade, 
principalmente pela divisão dos conteúdos para melhor compreensão do que está 
sendo estudado. 
Já as metodologias imersivas consideram o engajamento e a diversão a 
partir da sensação de vivenciar o momento da aprendizagem, como também a 
experiência da aprendizagem que ocorre pela imersão e pelas tecnologias 
imersivas que simulam a realidade. Desse modo, essa metodologia apresenta um 
novo significado às tecnologias educacionais. 
Por fim, as metodologias analíticas, as quais procuram trabalhar com a 
analítica da aprendizagem pela análise de dados educacionais, adaptação e 
personalização do ensino para se ajustar a cada indivíduo no seu processo de 
aprendizagem e inteligência humano-computacional que mistura o ser humano e 
a máquina para o pensamento crítico. Dessa forma, a partir dos dados 
educacionais gerados, as metodologias analíticas focam no processo de 
avaliação, que contribuiu principalmente para a toma de decisão. 
Apesar de cada metodologia possuir características próprias e princípios 
essenciais, é possível notar que todas versam a respeito de um objetivo em 
comum: o protagonismo do aluno. Diante disso, como temos falado desde o início 
da disciplina, o papel do professor passa por uma ressignificação de como atuar 
em sala de aula para atender às novas formas de aprender e ensinar que são 
voltadas, cada vez mais, ao aluno. De acordo com Cavalcanti; Filatro (2018, p. 
253), “essas várias expressões da ‘centralidade no aluno’ desafiam educadores e 
especialistas a pensar em formas totalmente novas de planejar, mediar e avaliar 
a aprendizagem”. 
TEMA 2 – PROJETOS E INICIATIVAS INOVADORAS 
Existem muitas escolas e universidades que já adotam projetos 
pedagógicos inovadores, aderindo a outras estruturas além do tradicional e do 
convencional e implementando currículos redesenhados e pensados no 
protagonismo do estudante. 
Neste momento da aula, abordaremos algumas iniciativas interessantes no 
Brasil e no mundo. Portanto, se você chegou até esse momento acreditando que 
 
 
5 
apenas países desenvolvidos conseguem sustentar projetos e iniciativas 
inovadoras, vai verificar que estava errado! 
2.1 Projeto Âncora – Brasil 
A escola Projeto Âncora fica no estado de São Paulo, na cidade de Cotia, 
e possui um método de ensino que não envolve sala de aula e provas, além de 
não possuir hierarquias entre gestor, professor e aluno. 
A escola é integral e gratuita e tem como filosofia as comunidades de 
aprendizagem em seu objetivo é que os alunos possam estudar e aprender 
conjuntamente por meio de projetos e pesquisas. 
Entendemos a escola como um espaço de encontro e de humanização 
no qual educando e educador são convidados a vivenciar os 
conhecimentos, as diversas formas de compreender e estar no mundo 
que nos cerca. A escola é um local que propicia oportunidades para 
desenvolvimento de habilidades sociais, críticas e da autonomia. 
Atendemos 160 crianças oferecendo ensino infantil a partir de 5 anos, 
Educação fundamental I e II e Ensino Médio (Projeto Âncora, 2019). 
Mesmo possuindo diversos níveis, no Projeto Âncora não existem séries e, 
sim, ciclos de aprendizagem que estão de acordo com os critérios curriculares 
nacionais. 
Saiba mais 
Para saber conhecer detalhes sobre o Projeto Âncora, acesse: 
<https://www.youtube.com/watch?v=kE6MlnwML8Y&list=PLNM2T4DNzmq5hxM
qb1TpvSm0Qu6QgqbE>. Acesso em: 22 out. 2019. 
2.2 Colégio Fontán Capital – Colômbia 
Outra iniciativa educacional muito interessante é a do Colégio Fontán 
Capital, que está localizado a 34 quilômetros da capital Bogotá, no município de 
Chia. A escola possui planos de trabalho personalizados e envolve equipes de 
trabalho integradas em torno de cada um dos alunos para orientá-los por meio da 
construção de planos de estudo pessoais e do desenvolvimento de habilidades de 
autonomia e excelência que promovam uma alta qualidade de vida. 
O projeto pedagógico possui dois papéis fundamentais: os analistas e os 
tutores. Os analistas são educadores que acompanham e orientam o trabalho 
acadêmico de cada área do conhecimento (Matemática, Ciências, Humanidades, 
Comunicação e Inglês) pela construção de planos de trabalho personalizados e 
 
 
6 
apoio aos alunos em seus processos de pensamento e formas de aprendizado. Os 
tutores são psicólogos ou psicopedagogos responsáveis por apoiar os alunos em 
seu desenvolvimento pessoal, acompanhando os processos acadêmicos, sociais e 
emocionais. 
 A escola destaca a importância do relacionamento do aluno com o 
conhecimento, com os colegas e com os educadores. As aulas não são ministradas 
nas salas de aula e são organizadas em oficinas. As oficinas são ambientes de 
trabalho nos quais os alunos interagem em igualdade de condições com os de 
diferentes graus e idades; eles trabalham em equipe, colaboram, desenvolvem 
liderança e solidariedade, são reconhecidos por seus pontos fortes e aprendem a 
agir em comunidade. 
Atualmente, a escola está organizada em seis oficinas: Explorador, 
Pesquisador, Base, Inovador, Autonomia Avançada e Autonomia Superior. Cada 
oficinatem características próprias para favorecer os processos de aprendizagem 
dos alunos de acordo com o nível de autonomia de cada um. A escola funciona 12 
meses por ano e os estudantes decidem quando preferem tirar suas férias. 
Saiba mais 
Para saber mais detalhes sobre o Colégio Fontán Capital, acesse o link: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Z9Vg0T99Olw>. Acesso em: 17 mar. 2021. 
2.3 Ørestad Gymnasium – Dinamarca 
A escola pública Ørestad Gymnasium está situada em Copenhague, na 
Dinamarca. Uma das suas principais características é a estrutura que envolve uma 
arquitetura sem paredes e com espaços abertos de aprendizagem. 
O objetivo da Ørestad Gymnasium é preparar os alunos para a participação 
em uma sociedade baseada no conhecimento e na experiência da vida real. Para 
isso, o ensino é organizado com aulas plenárias, ambientes de aprendizagem 
baseados em grupo, aquisição individual de conhecimento (por exemplo, ensino 
virtual), casos da vida real ensinados em cooperação com parcerias externas. Outro 
aspecto interessante é em relação à tecnologia, que está presente nos 
equipamentos eletrônicos e no fato de que quase não são utilizados livros físicos. 
 
 
 
 
 
7 
2.4 Riverside School – Índia 
 A escola Riverside localizada no estado Gujarat, na Índia, possui desde o 
ensino infantil até o ensino médio. Também construída sem paredes e com 
espaços abertos, seu principal é que os alunos aprendam a todo tempo e em todo 
lugar. Dessa forma, o currículo é centrado no estudante e o processo de 
aprendizagem ocorre em três estágios: 
• O estágio 1 atende aos alunos mais jovens e a aprendizagem é 
predominantemente sensorial e multidimensional. Para os alunos desse 
estágio, o mundo, as pessoas, os arredores e os eventos são um enorme 
mosaico complexo; 
• No estágio 2 os alunos são capazes de se mover entre experiências, fazer 
conexões e tirar conclusões; eles possuem competências e autogestão 
suficientes e começam a interagir com o mundo com maior complexidade; 
• No estágio 3 o aluno já é um aprendiz maduro, com competências e 
habilidades de comunicação avançadas, é metacognitivo (consciente do 
processo de aprendizagem) e, portanto, habilitado a resolver problemas do 
mundo real alinhados às suas competências usadas para efetuar 
mudanças para si e para o meio ambiente. 
As famílias dos alunos são convidadas a frequentar o ambiente escolar 
para fazer parte não só das aulas, mas também de todo o processo de ensino e 
aprendizagem. Além disso, em cada projeto desenvolvido pelos estudantes, a 
comunidade é envolvida por meio de palestras e apresentações e também 
participa com as avaliações do projeto e com a verificação para saber se eles 
atendem efetivamente seu objetivo. 
Saiba mais 
Para saber mais sobre a Riverside School, acesse: 
<www.youtube.com/watch?v=4otPjgKQktE>. Acesso em: 17 mar. 2021. 
Com os exemplos citados, é possível perceber que o desenvolvimento do 
aluno em relação à sua autonomia na própria aprendizagem é a principal busca 
das escolas. Para isso, elas procuram criar espaços colaborativos e, 
principalmente, abrem mão das estruturas rígidas de sala de aula e da hierarquia 
entre professores e alunos. 
 
 
8 
TEMA 3 – PAPEL E DESAFIO DO PROFESSOR 
Temos por definição que ensino é ação, arte de ensinar, de transmitir 
conhecimentos; é orientação no sentido de modificar o comportamento da pessoa 
humana. Diante dessa definição, podemos notar que a palavra ensino está ligada 
à figura do professor, sendo esse o detentor do conhecimento e o aluno o 
destinatário desse conhecimento. No entanto, desde a primeira aula temos visto 
que o ensino envolve características muito mais complexas e que ele deve estar 
associado intrinsicamente aos processos de aprendizagem. Vimos também que 
existem muitas possibilidades de metodologias que podem ser adotadas no 
contexto educacional e observamos como escolas e universidades têm trabalhado 
projetos e iniciativas inovadores centrados no aluno. 
Com isso, entendemos que o professor deve assumir inúmeros papéis para 
se adequar às novas demandas e necessidades dos alunos e, a seguir, 
elencamos alguns papéis adotados por professores frente a esse novo cenário 
educacional: 
• Professor como mediador: alguns autores falam que professores são 
mediadores e outros aderem à expressão facilitadores, mas o que ambos 
têm em comum é a questão de que o professor deve assumir um papel de 
articulador do conhecimento e não mais de transmissor. Dessa forma, deve 
contribuir para que o aluno aprenda em decorrência das próprias dúvidas e 
questionamentos e sempre precisa fornecer ajuda diante das principais 
perguntas para o desenvolvimento do aluno; 
• Professor como gestor: parece estranho pensarmos que um professor pode 
assumir um papel de gestor educacional, mas se definirmos gestor como 
alguém que toma decisões, o professor é, sim, um gestor. Se você lembrar 
da aula de metodologias analíticas, em que muitos dados são usados para 
a tomada de decisão, o professor é a pessoa que muitas vezes os utiliza 
para decidir sobre o processo de ensino, por exemplo. Ademais, talvez 
você, professor de uma pequena cidade, assuma tarefas que vão além do 
trabalho didático e envolva atividades pertinentes à gestão e ao 
funcionamento de uma escola; 
• Professor como conselheiro: o professor também pode exercer um papel 
que auxilie nas construções sociais da infância e adolescência. Devemos 
pensar que com o rápido avanço da tecnologia e acesso às ferramentas 
 
 
9 
por ela disponibilizadas, o professor pode manter um diálogo aberto e 
aconselhar os alunos, uma vez que esses estão vulneráveis a diversas 
questões. Logo, existe uma grande necessidade de sensibilizar os alunos 
sobre como usar a tecnologia. 
Diante dessa conjuntura, os professores precisam assumir mais 
responsabilidades com as mudanças do cenário educacional e, principalmente em 
virtude do avanço tecnológico, devem estar preparados para enfrentar os desafios 
da sua prática pedagógica. Para Cavalcanti; Filatro (2018, p. 250) 
a educação é complexa por envolver não apenas aspectos cognitivos, 
mas também psicológicos, metodológicos, sociais, relacionais, 
ambientais e emocionais, entre tantos outros. Para enfrentar essa 
complexidade, que é crescente, só mesmo uma forma nova de fazer 
educação – uma forma personalizada, relevante e engajadora e que seja 
acessível a todos aqueles que querem/precisam aprender. 
Segundo Darling-Hammond (2006), os professores devem estar 
preparados para atuar em um mundo em constante mudança, que envolve o 
conhecimento dos alunos e o desenvolvimento em contexto social, o 
conhecimento do assunto e objetivos curriculares e o conhecimento de ensino, 
conforme apresentado na Figura 2. 
Figura 2 – Papel e desafio do professor 
 
Fonte: adaptado de Darling-Hammond, 2006, p. 304. 
 
 
10 
Com base na Figura 2, os professores devem considerar os principais 
conceitos e habilidades para sua prática pedagógica. O primeiro deles envolve o 
conhecimento dos alunos e como eles aprendem e se desenvolvem em contextos 
sociais, incluindo o conhecimento do desenvolvimento da linguagem. Além disso, é 
preciso ter compreensão do conteúdo e das metas curriculares, incluindo o assunto 
e as habilidades a serem ensinadas em virtude das demandas disciplinares, das 
necessidades dos alunos e dos propósitos sociais da educação. 
Da mesma forma, é de suma importância a compreensão e as habilidades 
para o ensino, incluindo conhecimento pedagógico de conteúdo e conhecimento 
para ensinar diversos alunos, pois os professores são informados pelo 
entendimento da avaliação e de como construir e gerenciar uma sala de aula 
produtiva. 
TEMA 4 – COMPETÊNCIAS DOS PROFESSORES NO SÉCULO XXI 
Você já parou para pensar que estamos no século XXI? Isso nos leva a 
refletir que as competências aqui discutidas fazem parte de um conjunto de 
práticasnão para um futuro próximo, mas, sim, para o momento atual, revelando, 
portanto, a grande importância de abordamos este assunto. 
Segundo Perrenoud (2002), o conceito de competências começou a ser 
debatido mais amplamente na área educacional a partir da década de 1990, 
inicialmente incorporado ao ensino das séries iniciais. No entanto, logo se 
expandiu para o mercado de trabalho por meio de teorias que tratam sobre o 
gerenciamento de pessoas atrelado à ideia de qualidade total e produtividade. 
Convido vocês a relembrarem comigo sobre o que seriam as chamadas 
competências do século XXI. Podemos afirmar que elas são organizadas a partir 
de um conjunto progressivo de atitudes, habilidades e conhecimentos que 
preparam não somente o professor para a vida acadêmica, profissional e pessoal, 
mas também o aluno. Em âmbito educacional, de acordo com a Base Nacional 
Curricular Comum (BNCC), tais competências são compreendidas como 
“mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades 
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver 
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do 
mundo do trabalho” (Brasil, 2017, p. 8). 
 
 
 
11 
Se fizermos um comparativo entre a atuação docente no século passado e 
no atual, perceberemos que com os avanços tecnológicos muita coisa mudou, 
nossos alunos mudaram, a forma como nos comunicamos e interagimos em 
sociedade mudou. No entanto, fica evidente um descompasso no que diz respeito 
ao ambiente educacional, que ainda se mantêm atrasado e refletindo uma lógica 
que era eficaz no século passado. Neste cenário atual, o professor não pode 
continuar fazendo mais do mesmo, é preciso inovar, motivar, estimular e formar 
alunos com capacidade de pensamento crítico, conscientes de sua atuação na 
sociedade e capazes de articular seus argumentos. 
Uma das grandes dificuldades neste processo se refere ao modo de 
desenvolver essas competências, sobretudo nos casos em que o docente 
permanece reproduzindo práticas pedagógicas que não atendem mais às 
necessidades do mundo moderno. Neste sentido, é necessário um olhar atencioso 
para a nossa atuação profissional a fim de avaliarmos o que precisa ser 
desenvolvido e o que deve ser reforçado por meio da formação continuada. 
Freire (1997) explica que ensinar exige pesquisa, método, criticidade e 
diálogo com os estudantes, e para isso é preciso reorganizar os saberes e planejar 
as aulas, integrando-as a metodologias e tecnologias capazes de potencializar a 
aprendizagem e contribuir com o cumprimento dos objetivos. 
De acordo com Dácio Guimarães (2014) podemos dizer que práticas 
pedagógicas intencionalmente pensadas a partir de metodologias ativas são 
aquelas que apresentam as seguintes características: 
• Demandam e estimulam a participação do aluno envolvendo-o em todas as 
suas dimensões humanas: sensório-motor, afetivo-emocional, mental-
cognitiva; 
• Respeitam e estimulam a liberdade de escolha do aluno diante dos estudos 
e das atividades a serem desenvolvidas, possibilitando a consideração de 
múltiplos interesses e objetivos; 
• Valorizam e se apoiam na contextualização do conhecimento imprimindo 
um sentido de realidade e utilidade nos estudos e nas atividades 
desenvolvidas; 
• Estimulam as atividades em grupos possibilitando as contribuições 
formativas do trabalho em equipe; 
 
 
12 
• Promovem a utilização de múltiplos recursos culturais, científicos e 
tecnológicos que podem ser providenciados pelos próprios alunos no 
mundo em que vivemos; 
• Promovem a competência de socialização do conhecimento e dos 
resultados obtidos nas atividades desenvolvidas. 
Assim, concluímos nosso tema entendendo que as competências 
necessárias para a atuação profissional do professor nos dias atuais são aquelas 
que permitem o desenvolvimento da aprendizagem colaborativa – seja com o 
apoio tecnológico ou com os alunos –, que entendem a importância de saber ouvir, 
de desenvolver projetos que contemplem a interdisciplinaridade e, sobretudo, de 
se manter como pesquisador ativo. 
Agora chegou sua vez de refletir: Quais são suas principais competências? 
Quais são as competências necessárias em seu dia a dia e que precisam ser 
desenvolvidas em você? Que pressupostos e metodologias se encaixam na sua 
sala de aula, ou, no seu ambiente profissional? Quais são suas metas 
profissionais e o que você precisa fazer para atingi-las? Pense nisso! 
TEMA 5 – E O FUTURO? 
Estamos chegando ao fim da nossa disciplina! Espero que você tenha 
conseguido assimilar as principais metodologias que podem ser adotadas para 
promoção do ensino e da aprendizagem na sua escola, universidade ou qualquer 
contexto em que você atue como professor. 
No entanto, devemos ter em mente que as tecnologias e sua evolução são 
dinâmicas e que novas formas de aprender e ensinar surgirão nos próximos anos, 
fazendo com que, possivelmente, algumas abordagens feitas aqui fiquem 
ultrapassadas. Cabe a você, professor, se manter inteirado diante das tendências 
e práticas pedagógicas que podem ser adotadas na sala de aula. 
Talvez você esteja se perguntando como ficar atualizado e saber quais 
serão as projeções para a educação nos próximos anos. A Educause é uma 
associação sem fins lucrativos que ajuda o ensino a aumentar o impacto da 
tecnologia da informação. Ela conta com líderes e profissionais de TI que têm por 
objetivo entender os desafios e as oportunidades que estão em constante 
evolução no ensino. Anualmente, a associação publica o relatório NMC Horizon 
Report trazendo as principais tendências e os desafios para o cenário 
 
 
13 
educacional. E é falando sobre os principais pontos relatados no relatório de 2019 
que terminaremos nossa aula. 
Em 2019, a NMC Horizon Report indicou um resumo das principais 
tendências com a adoção de tecnologia no ensino em curto, médio e longo prazo, 
conforme pode ser verificado na seguir. 
Figura 3 – Principais tendências para adoção de tecnologia no ensino 
Fonte: adaptado de Alexander, 2019, p. 5. 
Com base nos dados expostos na Figura 3, é possível notar que em curto 
prazo, considerando a adoção da tecnologia no ensino pelos próximos um a dois 
anos, o relatório indica o redesenhamento dos espaços de aprendizagem e 
projetos de aprendizagem combinados, questões trabalhadas e discutidas em 
toda a nossa disciplina. 
A médio prazo, no que diz respeito à adoção da tecnologia pelos próximos 
três a cinco anos, estão as culturas avançadas de inovação, que vão além das 
inovações relacionadas às operações institucionais, como também à criação de 
parcerias empresariais com a escola ou a universidade, por exemplo com 
laboratórios de risco e incubadoras. O objetivo é oferecer aos alunos a 
oportunidade de aprender habilidades além do convencional da sala de aula, se 
concentrar na preparação da força laboral e, considerando o contexto 
universitário, permitir que os graduados tenham uma vantagem quando entrarem 
no mercado de trabalho. 
Sobre a tendência no foco crescente na medição da aprendizagem, está 
relacionada a possibilidade que as instituições têm de reunir e medir o progresso 
da aprendizagem dos alunos, como também outros indicadores. Dessa forma, a 
quantidade de dados gerados no contexto educacional oportuniza às instituições 
novas formas de avaliar, medir e documentar o aprendizado de seus alunos. No 
entanto, mesmo possuindo uma grande quantidade de dados, a maneira como 
 
 
14 
vão aproveitar e utilizar esses dados é o grande desafio, uma vez que 
compreender como usar a análise de aprendizado para informar o progresso dos 
alunos pode ser difícil para os professores, já que distinguir entre diferentes tipos 
de dados é uma habilidade relativamente nova, conforme falamos na aula de 
metodologias analíticas. 
Por fim, a adoção da tecnologia no ensino por cinco ou mais anos refere-se 
aolongo prazo que, segundo o relatório, indica o repensar o funcionamento das 
instituições a partir de novas estratégias para atender às necessidades acadêmicas 
e sociais de todos os estudantes. A mudança no aprendizado centrado no aluno 
exige que professores e orientadores acadêmicos atuem como mediadores e 
facilitadores do processo. Dessa forma, há necessidade de abordagens que 
incluam formas de estudos interdisciplinares afim de proporcionar aos alunos 
experiências que conectam disciplinas, principalmente voltadas às habilidades que 
serão exigidas futuramente no mercado de trabalho. 
A outra tendência a longo prazo diz respeito aos graus modularizados e 
desagregados, que nada mais são do que oferecer aos alunos opções de educação 
e treinamento que transcendem os caminhos tradicionais em graus. Ou seja, são 
oportunidades que os alunos têm para mesclar a educação formal com cursos on-
line modularizados, a um custo acessível, permitindo que adquiram outras 
habilidades e tenham maior controle sobre os caminhos da própria aprendizagem. 
É possível perceber que os principais pontos trazidos pelo relatório da NMC 
Horizon Report indicam grandes desafios no contexto educacional, isso porque 
cada um de nós atua em cenários e realidades educacionais completamente 
diferentes. Alinhado às questões anteriormente apresentadas, Meador (2019) 
indica mais seis fatores que tornam o ensino tão desafiador. Eles estão listados a 
seguir: 
1) Ambiente com interrupções: as interrupções ocorrem de formas externas e 
internas. Internamente, questões como problemas de disciplina e 
assembleias, entre outras situações, interrompem o fluxo escolar. O fato é 
que algumas interrupções tomarão um tempo valioso para a instrução e 
poderão impactar negativamente o aprendizado dos alunos. Dessa forma, 
os professores devem ser hábeis em lidar rapidamente com as interrupções 
e não permitir que os alunos se distraiam; 
 
 
 
15 
2) Expectativas no fluxo: falamos desde o início da disciplina sobre como as 
tecnologias têm impacto no ensino e que as práticas pedagógicas são 
influenciadas pelo avanço tecnológico, originando novas formas de ensinar. 
Com isso, os professores acabam trabalhando com uma instabilidade, uma 
vez que uma grande novidade apresentada hoje pode estar obsoleta até o 
final de semana. Essa falta de estabilidade poderá desencadear 
nervosismo e incerteza, e a educação exige estabilidade para maximizar 
sua eficácia. Dessa forma, os professores devem encontrar uma maneira 
de trazer alguma estabilidade à sala de aula para dar aos alunos a 
oportunidade de serem bem-sucedidos; 
3) Individualidade dos alunos: os alunos têm personalidades, interesses e 
habilidades diferentes, e os professores precisam encontrar uma forma de 
diferenciar e atender todos os alunos de acordo com suas próprias 
necessidades individuais – uma tarefa difícil e demorada. Dessa forma, é 
preciso que os professores utilizem dados e observações e encontrem os 
recursos e metodologias apropriados para atingir todos os alunos; 
4) Falta de recursos: sabemos que o Brasil é um país de muitas diferenças 
sociais e econômicas e as escolas são afetadas com a falta de recursos; 
em muitas delas as salas de aula são superlotadas e a tecnologia e os livros 
didáticos, desatualizados. Os alunos acabam perdendo oportunidades de 
aprendizagem e os professores precisam fazer mais com menos; 
5) Tempo limitado: os professores devem maximizar o tempo que têm com 
seus alunos e esse é um dos aspectos mais difíceis do ensino: o professor 
tem um curto período de tempo de preparar os alunos para que atinjam os 
próximos níveis escolares. Possivelmente, muitos professores sentem que 
não têm tempo suficiente para realizar com seus alunos tudo o que 
precisavam ou queriam; 
6) Níveis variados de envolvimento dos pais: o envolvimento dos pais é um 
dos maiores indicadores de sucesso acadêmico para os alunos. A maioria 
dos pais deseja o melhor para seus filhos, mas eles podem não saber como 
se envolver quando o assunto é educação. Esse é outro obstáculo que os 
professores devem superar, eles devem ter um papel ativo ao propiciar aos 
pais a oportunidade de se envolver na educação de seus filhos. 
 
 
 
16 
Nós, professores, sabemos que a nossa profissão é muito gratificante, já que 
ela causa impacto em gerações de alunos. Por outro lado, temos consciência de 
que ela também apresenta momentos difíceis e desafiadores, conforme vimos 
anteriormente. Além disso, ser professor exige paciência, dedicação, paixão e 
capacidade de fazer mais com menos. É uma jornada complicada e muitas vezes 
cheia de altos e baixos, mas os professores comprometidos com a profissão 
exercem-na simplesmente porque querem fazer diferença! 
Gostaria, então, de terminar com a seguinte frase: “Ensinar não é transferir 
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua 
construção [...]. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao 
aprender” (Freire, 1996, p. 25). 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
ALEXANDER, B. et al. Educause Horizon Report: 2019 Higher Education 
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