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Transplantes- resumo do Abbas

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Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
1 
 
Transplantes 
Introdução 
O transplante é um processo de remoção de 
células, tecidos ou órgãos, chamados de enxertos, de 
uma pessoa para outra ou, em casos raros, de um 
animal para uma pessoa ou até mesmo de uma pessoa 
para ela mesma. 
Quem recebe o enxerto é denominado 
receptor ou hospedeiro. Já quem doa o enxerto 
chama-se doador. 
Localização do enxerto: 
 Ortotópico- caso seja posto em sua localização 
anatômica normal. Ex: lóbulo hepático do 
doador no local onde ficaria esse lóbulo no 
receptor. 
 Heterotópico- caso seja posto em localização 
anatômica distinta. Ex: enxerto da veia safena 
foi posto no miocárdio na cirurgia de 
reconstrução. 
Transfusão é a transferência de células 
sanguíneas ou do plasma de uma pessoa para outra. 
Relação entre os transplantes mais comuns: 
 
 Portanto, dá para ver que o rim é o órgão mais 
transplantado no mundo, seguido pelo fígado, coração, 
pulmão, pâncreas e intestino. 
 Tipos de transplante: 
 Auto-enxerto- é o autotransplante, como não 
envolve outro indivíduo, não ocorre rejeição. 
Ex: enxerto de pele em queimadura. 
 Isoenxerto ou sinenxerto- é o transplante de 
indivíduos geneticamente idênticos da mesma 
espécie, então também não ocorre rejeição. 
Ex: transplante entre gêmeos idênticos. 
 Aloenxerto- é o transplante clínico mais 
recorrente, pois são indivíduos geneticamente 
distintos, mas da mesma espécie, então pode 
ocorrer rejeição, por isso precisa da 
imunossupressão. Ex: transplante renal e 
hepático. 
 Xenoenxerto- é o transplante de indivíduos de 
espécies distintas, então sempre ocorre 
rejeição e precisa da imunossupressão. Ex: 
transplante do pâncreas suíno no humano. 
Quanto as terminologias, temos: 
 Iso- é a mesma genética da mesma espécie 
 Alo- é geneticamente diferente na mesma 
espécie 
 Xeno- espécies distintas, então, 
automaticamente, têm genéticas diferentes 
Princípios gerais da imunologia do 
transplante 
A rejeição é um processo de falência do 
enxerto por alguma reação inflamatória e imunológica 
adaptativa, com as características de memória e 
especificidade presentes, além imunológica inata 
através da célula NK. 
 Quando há a remoção do órgão, acaba-se 
interrompendo o aporte sanguíneo, então 
normalmente gera-se isquemia nesse órgão por conta 
da expressão do DAMP (padrão molecular associado 
ao dano) que estimula a célula NK do hospedeiro se 
não tiver MHC singênico no enxerto. 
 A molécula reconhecida como estranha no 
aloenxerto (o mais frequente) é denominada 
Aloantígeno, sendo que, o linfócito que reage com ele, 
chama-se Linfócito Alorreativo. Já a molécula estranha 
no xenoenxerto é denominada Xenoantígeno que, por 
sua vez, é reagida com o Linfócito Xenorreativo. 
Resposta imunológica adaptativa ao 
aloenxerto 
 Primeiro, é necessário sabermos que grande 
parte dos antígenos que estimulam a resposta 
imunológica (RI) adaptativa contra o aloenxerto, na 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
2 
 
verdade, são proteínas codificadas por genes 
polimórficos distintos de pessoa a pessoa. 
 Essas proteínas são os MHC’s que, por sua vez, 
determinam se o enxerto é compatível ou não com o 
sistema imune do hospedeiro. Para isso, temos as 
regras básicas pro transplante: 
 O órgão transplantado entre 2 indivíduos 
geneticamente idênticas (gêmeos) não é 
rejeitado. 
 O órgão transplantado entre 2 indivíduos 
geneticamente NÃO idênticas quase sempre é 
rejeitado. 
 O órgão singênico de um doador com MHCa 
(MHC da linhagem A) se for transplantado pro 
receptor MHCa não será rejeitado, afinal o 
órgão é denominado singênico porque ambos 
são da mesma linhagem de MHC. 
 O órgão transplantado de um doador com 
MHCb para um receptor MHCa é rejeitado 
completamente. Nesse caso, o órgão é 
alogênico, pois os 2 indivíduos são da mesma 
espécie, mas são geneticamente distintos. 
 O órgão cosanguíneo parental transplantado 
de um doador com MHC b para um receptor 
híbrido (MHCa e MHCb) não é rejeitado. 
 O órgão transplantado de um híbrido (MHCa e 
MHCb) para um receptor MHCa é rejeitado, 
pois o doador tem MHCa e o MHCb, já o 
receptor só tem MHCa, então vai dar ruim se 
entrar em contato com o MHCb do doador. 
Um fato relevante de relembrarmos é que o 
MHC se liga ao peptídeo e o apresenta para o linfócito 
T que, por sua vez, é importante para a rejeição forte e 
rápida. 
Outra observação é que o MHC humano é o 
antígeno leucocitário humano, também conhecido 
como HLA, então se uma hora eu falar MHC e outra 
hora HLA, é a mesma coisa porque só estou falando do 
humano e não do MHC de outro animal. 
OBS do Teva: a resposta imune frente ao transplante é 
a produção de anticorpos e TH1, TH2 e TH17 na 
tentativa de eliminar o enxerto, então para evitarmos 
isso, fazemos a imunossupressão. 
Fatores de rejeição 
 MHC distintos apresentam uma rejeição 
rápida, pois são apresentados diretamente ao 
linfócito T 
 Antígeno de histocompatibilidade secundário 
apresenta uma rejeição lenta, só que não sabe-
se muito bem o que é esse antígeno, só é 
conhecido que ele existe 
Reconhecimento do aloantígeno pelo linfócito T 
A molécula alogênica do MHC do enxerto pode 
ser apresentada ao linfócito T de 2 formas, são elas: 
 Direta- a apresentação não é processada, 
pois a célula dendrítica/APC do doador 
está com o MHC dele, aí o linfócito TCD4 
efetor reconhece o MHC do doador 
presente na APC e libera citocinas que 
estimulam o linfócito TCD8 efetor a se 
diferenciar em CTL/citotóxico, a fim de 
matar o enxerto 
A forma direta do alorreconhecimento ocorre 
quando o sistema imune do receptor reconhece o 
MHC intacto do doador. 
 Indireta- a apresentação tem que ser 
processada, pois a célula dendrítica/APC 
do receptor reconhece, processa o MHC do 
enxerto/doador e põe pra dentro dela. Só 
que essa APC tem seu próprio MHC que se 
junta ao TCD4 para ativá-lo. A partir dessa 
ativação do TCD4, podem ocorrer 2 
eventos: 
o 1°-TCD4 efetor envia o MHC do doador 
pro macrófago do receptor presente 
no enxerto. Aqui nesse caso, o 
macrófago e o TCD4 vão produzir 
citocinas inflamatórias e vão lesar o 
enxerto através dessa inflamação 
o 2°-TCD4 sensibiliza linfócito B a virar 
plasmócito e produzir anticorpo MHC-
específico do doador a fim de lesar o 
enxerto através desse anticorpo 
OBS: a indireta é quando a APC do receptor vai pro 
enxerto, pega o aloantígeno presente nele, o leva até o 
linfonodo regional e é exibido pro TCD4 ou TCD8. É 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
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mais demorada (5 a 7 dias), pois o MHC do doador é 
processado pelo MHC do receptor. 
Questão do Teva: Por que o reconhecimento 
direto é mais rápido que o indireto? Porque as células 
que reconhecem o MHC do doador direto/não 
processado têm em mais quantidade do que aquelas 
que reconhecem o MHC processado do doador, então 
a direta é mais rápida porque não precisa processar 
nada. 
 Essa parte do reconhecimento do aloantígeno 
pelo linfócito T é bem complexa, então essa imagem 
abaixo demonstra tudo que falei, caso eu não tenha 
conseguido expressar muito bem essa complexidade. 
Ativação e função efetora do linfócito T 
alorreativo 
Ativação 
A resposta do linfócito T frente ao enxerto é 
iniciada no linfonodo que o drena. Então, no enxerto 
tem a APC do doador, aí essa APC vai até o linfonodo 
da região e apresenta em sua superfície MHC I ou MHC 
II alogênicos não processados. Com isso, os linfócitos 
TCD4 ou TCD8 serão ativados das 2 formas que falei 
acima, direta ou indireta. 
Reação mista de linfócitos/MLR 
É uma cultura onde têm linfócitos do receptor 
e do doador. Antigamente era usada como um teste de 
previsão de rejeiçãodo enxerto pelo linfócito T. 
Coestimulação da resposta do linfócito T frente ao 
aloantígeno 
Para ativar o linfócito T alorreativo, é 
necessário que esse linfócito reconheça o aloantígeno 
antes, além de ser coestimulado pela célula B7 na APC. 
Essa coestimuação é importante para ativar o 
linfócito T alorreativo naive e para gerar memória 
desse linfócito. 
A rejeição do aloenxerto é inibida por agentes 
bloqueadores de B7, ou seja, a coestimulação que o B7 
faz no linfócito T ajuda na rejeição, então ele é 
bloqueado na terapia para que o enxerto não seja 
rejeitado. 
Função efetora do linfócito T alorreativo 
Os linfócitos TCD4 e TCD8 alorreativos causam a 
rejeição do enxerto de formas distintas, são elas: 
 TCD4- o TCD4 auxiliar se diferencia em TCD4 
efetor que produz citocinas com função de 
danificar o enxerto através da inflamação. 
 TCD8- o TCD8 alorreativo se diferencia em CTL 
que, por sua vez, se reconhecer o aloantígeno 
pela forma direta, pode até matar o enxerto. 
No entanto, se reconhecer o aloantígeno pela 
forma indireta, ele até danifica, mas não mata. 
Ativação do linfócito B alorreativo e sua 
produção de aloanticorpos 
O linfócito B naive reconhece e processa o 
MHC alogênico. Com isso, ele apresenta os peptídeos 
que ele acabou de processar para o linfócito TCD4 que, 
por sua vez, já foi ativado previamente por esses 
peptídeos só que eles foram apresentados pela célula 
dendrítica e não pelo linfócito B. Então, a ativação do 
linfócito B alorreativo é um exemplo de apresentação 
indireta de aloantígenos. 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
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No entanto, é bom lembrar que o anticorpo 
específico do doador contra o aloantígeno não-HLA 
também corrobora com a rejeição. 
Tipos de rejeição 
Hiperaguda 
Ocorre quando há oclusão trombótica da 
vasculatura do enxerto em questão de minutos após o 
vaso sanguíneo do hospedeiro ser anastomosado ao 
vaso do enxerto. 
É mediada por anticorpos preexistentes da 
circulação do hospedeiro que se ligam aos antígenos 
endoteliais do doador, sendo que, essa ligação entre o 
anticorpo do receptor com o antígeno endotelial do 
doador ativam o complemento. 
O complemento junto do anticorpo acabam 
induzindo a cascata de trombose intravascular. 
Antigamente, a IgM anti-ABO era a principal 
causa de rejeição hiperaguda, mas atualmente só há 
prosseguimento com o transplante se o sistema ABO 
for idêntico, então geralmente nos dias atuais a 
rejeição hiperaguda é oriunda de alguma exposição 
prévia a esse antígeno por: transfusão, transplante 
prévio e gestações, sendo que, essas 3 causas 
produzem IgG contra o enxerto. 
 
Então, a rejeição hiperaguda do aloenxerto 
ocorre pela presença de IgG do receptor contra o MHC 
do receptor ou IgG do receptor contra aloantígenos 
do endotélio vascular. 
RPA/PRA- Painel de Anticorpo Reativo 
 Aqui mede-se o anticorpo anti-HLA circulante 
do paciente à espera do transplante 
Como evitar a rejeição hiperaguda? 
 Anti-CD20 para eliminar linfócito B antes do 
transplante, plasmaferase ou depleção de IgG 
com proteína A 
 Normalmente na rejeição hiperaguda não 
adianta aumentar a dose do imunossupressor. 
Aguda 
A rejeição aguda é um processo lesivo por 
linfócitos T alorreativos e anticorpos que danam o 
parênquima e a vascularização do enxerto. 
O tempo de início dessa rejeição depende do 
período necessário para a geração de novos linfócitos T 
efetores alorreativos e anticorpos em resposta ao 
enxerto. 
Atualmente, pode ocorrer depois de dias, 
meses ou anos após o transplante, caso a 
imunossupressão for reduzida. 
Um fato interessante é que ocorre em 50% dos 
transplantes hepáticos e cerca de 60 a 75% dos renais. 
A rejeição aguda é baseada em 2 padrões que 
coexistem, ou seja, trabalham em conjunto, são eles: 
 Celular- mediada por linfócitos. O linfócito 
TCD8 (citotóxico/CTL) mata as células do 
parênquima e as endoteliais do enxerto. O 
linfócito TCD4, por sua vez, lança citocinas que 
ajudam na inflamação. Portanto, há um 
infiltrado celular de TCD4 e TCD8 específicos 
para esse aloantígeno do enxerto que, juntos, 
promovem inflamação e morte do enxerto. 
 
 Humoral- mediada por anticorpos. O 
aloanticorpo se liga ao aloantígeno na célula 
endotelial vascular e, consequentemente, 
acarreta na lesão endotelial e trombose 
intravascular que, convenhamos, juntos 
destroem o enxerto. Quando o aloanticorpo se 
liga na superfície da célula endotelial, ele 
consegue ativar o complemento local que, por 
sua vez, faz a lise dessa célula através do trio 
parada dura Perforina + Granzima + 
Granulisina, além de recrutar e ativar 
neutrófilos, formando trombos. Essa ligação 
entre aloanticorpo e aloantígeno acarretam na 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
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maior expressão de moléculas pró-
inflamatórias e pró-coagulantes . O 
aloanticorpo, através da sua porção Fc, 
consegue se ligar ao neutrófilo e célula NK que 
também vão destruir o endotélio. 
 
Exemplo de rejeição aguda de um material da USP: 
 
Crônica 
É a maior causa de rejeição atualmente! 
O transplante renal consegue sobreviver cerca 
de 10 anos em 60% dos transplantados mesmo com a 
imunossupressão presente. 
Ela ocorre depois de meses, anos ou até 
décadas, sendo que ela pode ser fruto da rejeição 
aguda ou não, então não necessariamente toda 
rejeição crônica é a progressão da aguda. 
OBS: galera, o Teva não deu esses 3 exemplos abaixo 
de rejeição, mas estava no livro, então vou pôr aqui só 
pra complementar o conhecimento. 
Rejeição crônica renal e cardíaca geram: 
 Oclusão vascular e fibrose intersticial 
Rejeição crônica pulmonar gera: 
 Espessamento da via aérea inferior, então 
acaba gerando a Bronquiolite Obliterante 
Rejeição crônica hepática: 
 Fibrose dos ductos biliares 
A partir daqui ele deu... 
A lesão dominante da rejeição crônica é a 
oclusão arterial, pois as células da musculatura lisa da 
túnica íntima arterial se proliferam demais, então 
geralmente temos isquemia no enxerto por rejeição 
crônica. Tá, mas por que essa oclusão acontece? 
Porque há ativação do linfócito TCD4 (alorreativo 
específico pra esse antígeno) e, com isso, esse TCD4 
libera uma pancada de citocinas distintas que 
aumentam a espessura desse vaso pelo aumento da 
proliferação das células musculares lisas vasculares. 
 
Prevenção e tratamento da rejeição do 
aloenxerto 
Tipos de doador 
Vivo: 
 Se o doador for um familiar do receptor, há 
menor chance de rejeição, pois tem maior 
compartilhamento de alelos dos genes 
polimórficos, como o MHC, por exemplo. 
 Se o doador não tem relação familiar nenhuma 
com o receptor, tem maior chance de rejeição. 
Cadáver: 
 O cadáver é a fonte de qualquer órgão 
transplantado e é o único doador que pode 
doar o coração, por motivos óbvios né gente. 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
6 
 
 Aqui temos um assunto polêmico que é o 
paciente com morte cerebral, de acordo com o 
Abbas, esse tipo de paciente é considerado um 
doador cadáver, mas tem artigo que diz que 
não pode e tem que ser considerado como um 
doador vivo, mas vamos focar no Abbas que é 
o soberano da imunologia. 
 O cara que acabou de morrer por algum 
traumatismo também pode doar, é raro isso 
acontecer, mas pode ocorrer sim. 
 A chance do enxerto do cadáver sobreviver é 
bem menor quando comparada a chance do 
vivo. 
Redução da imunogenicidade do aloenxerto 
Tem como função, minimizar a diferença 
alogênica entre doador e receptor através: 
 Tipagem sanguínea ABO 
 Determinação do HLA expresso pelo doador e 
pelo receptor, então faz basicamente a 
tipagem tecidual 
 Detecção de anticorpos pré-formados no 
receptor contra o HLA do doador 
 Detecção de anticorpospré-formados do 
receptor que se ligam ao antígeno do doador, 
isso chama-se prova cruzada 
Como evitar a rejeição hiperaguda 
O antígeno do grupo sanguíneo ABO do 
enxerto é selecionado para fazer o teste, sendo que, 
esse teste é feito mais no caso de transplantes renais e 
cardíacos. 
Se o paciente tiver IgM específico para o 
antígeno do grupo sanguíneo ABO alogênico do 
doador, vai gerar uma reação hiperaguda e o 
transplante não é feito, pois o médico sabe que vai dar 
ruim. 
Aqui, mistura-se hemácias do paciente com 
anticorpos anti-A e anti-B, se o paciente aglutinar a 
mistura de sua hemácia com o anti-A, significa que ele 
reagiu contra ele. A mesma coisa vale pro anti-B, mas 
daqui a pouco eu explico melhor a tipagem ABO na 
transfusão sanguínea. 
Tipagem de HLA 
Quanto maior a quantidade de alelos MHC 
compatíveis entre doador e receptor, melhor a 
sobrevida do enxerto. 
Nós até podemos pedir a tipagem de HLA-C, 
HLA-DQ e HLA-DP, mas eles tem baixo polimorfismo, 
então o que pedimos mesmo é a tipagem de HLA-A, 
HLA-B e HLA-DR. Esses 3 HLA’s geram 2 alelos cada, 
portanto, no total são 6 alelos, sendo que, quanto 
maior o número (variando de 1 a 6), maior a 
compatibilidade do receptor e do doador. 
A ausência da incompatibilidade antigênica 
significa melhor sobrevida dos enxerto, então se eles 2 
tiverem os 6 alelos compatíveis pode preparar a festa, 
porque vai dar bom. 
A sobrevida de enxertos com 2 a 6 
incompatibilidades de HLA é MUITO pior do que 
aquela com nenhuma incompatibilidade ou apenas 1 
incompatibilidade antigênica. 
Resumo da ópera: o transplante vai ser bem 
sucedido se tiver 0 ou 1 incompatibilidade antigênica 
entre os 6 alelos dos HLA’s do receptor e doador. Se 
tiver 2 ou mais incompatibilidades, é quase certo que 
vai dar ruim. 
 
Imunossupressão 
Qual é a função da imunossupressão? 
 Ela serve para tratar a rejeição do enxerto 
através da redução de linfócitos TCD4 e CLT’s 
que medeiam, principalmente, a rejeição 
aguda. 
 No entanto, a imunossupressão deixa o sujeito 
mais propenso a desenvolver infecções e 
tumores relacionados ao agente viral. Então, 
não é difícil encontrar um imunossuprimido 
com defesas viral e outros patógenos 
intracelulares reduzidas. 
Ela existe com a finalidade de inibir ou matar o 
linfócito T. Temos várias classes, são elas: 
Inibidores da via de sinalização do linfócito T 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
7 
 
A ciclosporina é um peptídeo fúngico que se 
liga a proteína celular ciclofilina e formam um 
complexo que inibem a calcineurina que é importante 
para ativar o NFAT (fator de transcrição nuclear de 
linfócitos) e a transcrição de IL-2, entre outras 
citocinas. 
O tracolimo se liga a proteína ligante de FK506 
e juntos formam um complexo que inibem a 
calcineurina, igual a ciclosporina e ciclofilina. 
Resumo dos inibidores da via de sinalização do 
linfócito T: 
 Ciclosporina + ciclofilina = complexo que inibe 
calcineurina 
 Tracolimo + FK506 = complexo que inibe 
calcineurina 
o A calcineurina é importante pra ativar 
a transcrição de linfócitos e de IL-2. 
Inibição da proliferação de linfócito T por fatores de 
crescimento 
Rapamicina/Sirolismo inibe a proliferação do 
linfócito T que é mediada por fatores de crescimento, 
sendo que, a Rapamicina se liga ao FKBP e inibe uma 
enzima chamada mTOR (promove a sobrevivência e a 
proliferação celular). 
Antimetabólitos 
Matam o linfócito T em proliferação, mas é 
usado em associação com outro fármaco para tratar a 
rejeição ao enxerto. 
O principal antimetabólito é o Micofenolato de 
Mofetila (MMF). 
Bloqueio da função de anticorpos anti-linfócitos 
São usados na rejeição aguda. 
As globulinas antitimócitos matam os linfócitos 
T circulantes porque ativam o complemento e fazem a 
fagocitose pela opsonização. 
OBS: o bloqueio da coestimulação também reduz a 
rejeição aguda. 
AINES 
O principal anti-inflamatório é o 
Corticoesteróide que é usado frequentemente para 
reduzir a inflamação do aloenxerto. 
Quais imunossupressores são mais usados? 
 AINES 
 Anticorpos mono e policlonais 
 Inibidores da calcineurina 
 Antiproliferativos 
Como induzir a tolerância doador-específica? 
Através de 3 formas: 
 Bloqueio do coestimulador- suprime a 
resposta imune contra o aloenxerto de forma 
momentânea, então não é usado a longo prazo 
 Quimerismo hematopoiético- é uma forma 
boa, mas não é a ideal, pois é necessário fazer 
transfusão de células sanguíneas do doador 
para o receptor e, com isso, inibe-se a rejeição. 
No entanto, como nem tudo são flores, não há 
boa disponibilidade de doadores adequados de 
células-tronco hematopoiéticas disponíveis por 
aí. 
 Transferência ou indução de Tregs- sabe-se 
que o Treg regula a quantidade de linfócitos T, 
então na teoria seria muito bom ter bastante 
Treg pra diminuir a quantia de linfócitos T, mas 
esse processo ainda está em curso. 
Transplante hepático 
O transplante hepático é o diferentão de todos 
os transplantes, pois o fígado frequentemente 
sobrevive e funciona normalmente sem ou com pouca 
terapia imunossupressora. 
Os médicos gostam de usar o termo 
“Tolerância Operatória” ao se referirem ao 
transplante hepático sem imunoterapia. 
Transplante Xenogênico 
O grande problema é que os anticorpos 
naturais no receptor humano causam rejeições 
hiperagudas ao enxerto xenogênico (não-humano). 
O xenoenxerto normalmente é rejeitado 
porque são espécies diferentes, nesse contexto, temos 
o porco como o escolhido. Mas por que ele é 
escolhido? Pois nas visões fisiológicas e anatômicas 
internas ele é parecido com o humano, mas na visão 
imunológica não. 
Como fazermos um xenoenxerto ser aceitável? 
Ainda está em curso, mas basicamente o profissional 
tira uma célula muscular fetal do porco, introduzo o 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
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DNA humano (Ips/Célula-tronco humana) que é 
responsável pela produção do órgão que ele quer, aí 
cresce o cultivo dessa célula híbrida. Depois de várias 
reações, ele extrai o óvulo não fecundado anucleado, 
faz mais um monte de coisa que não vem ao caso e 
origina o órgão, o problema é que não dá muito certo a 
longo prazo, então os pesquisadores estão fazendo 
porcos transgênicos especialmente para as proteínas 
reguladoras do complemento humanas, só que isso 
ainda é muito discutido no conselho de ética médica. 
Transfusão de sangue 
O sistema de aloantígenos mais importante na 
transfusão sanguínea é o Sistema ABO, sendo que, o 
paciente que não expressa um antígeno para certo 
grupo sanguíneo acaba produzindo IgM contra ele, por 
isso é importante fazer a tipagem sanguínea antes da 
transfusão. 
Caso não faça a tipagem sanguínea antes e a 
transfusão não for compatível, ocorre uma reação 
hemolítica imediata mediada por complemento e, 
com isso, há lise de hemácias no fígado e no baço pelos 
macrófagos. 
Os antígenos do grupo ABO são carboidratos 
ligados a lipoproteínas da superfície celular e tem um 
alelo herdado do pai e outro da mãe. 
 
 Alelo O- é desprovido de atividade enzimática, 
expressa apenas o antígeno H, é homozigoto e 
não consegue adicionar nenhum açúcar no 
terminal do antígeno H 
 Alelo A- tem uma enzima que transfere o 
açúcar n-acetilgalactosamina terminal para o 
antígeno H. Quem é do tipo A tem 3 origens 
possíveis: 
o AA- homozigoto, pai doou A e a mãe 
doou A 
o AO- heterozigoto, pai doou A ou O e a 
mãe doou o outro 
o AB- heterozigoto, o pai doou A ou B e a 
mãe doou o outro 
 Alelo B- tem uma enzima que transfere a 
galactose terminal para o antígeno H. Quem é 
do tipo B tem 3 origens possíveis: 
o BB- homozigoto, pai doou B e a mãe 
doou B 
o BO- heterozigoto, pai doou B ou O e a 
mãe doou o outro 
o AB- heterozigoto, pai doouA ou B e a 
mãe doou o outro 
Tipos sanguíneos 
 O- produz anticorpos IgM anti-A e anti-B, 
então não têm antígenos/alelos A ou B 
 A- produz anticorpos IgM anti-B e tem o 
antígeno A 
 B- produz anticorpos IgM anti-A e tem o 
antígeno B 
 AB- não produz anticorpo nenhum e têm os 
antígenos A e B 
 
Então na transfusão sanguínea, conseguimos 
perceber que a escolha do doador é baseada na 
expressão de antígenos e na resposta de anticorpos do 
receptor contra ele. 
Rh 
O antígeno Rhesus, vulgo Rh, é uma proteína 
de superfície celular codificada pelo gene RhD, então: 
 Quem é Rh negativo não é tolerante ao RhD 
 Quem é Rh positivo é tolerante ao RhD 
Isso é importante para sabermos a reação 
hemolítica dos fetos em desenvolvimento. 
Laura Crespo- 2026.2- transcrição baseada majoritariamente do Abbas e algumas anotações da aula. 
9 
 
Eritroblastose fetal/doença hemolítica do 
recém-nascido 
 O pai é Rh +, mas a mãe é Rh -, se o primeiro 
filho nascer Rh +, na hora do parto, há uma 
mistura entre o Rh- da mãe com o Rh+ da 
criança e, com isso, a mãe desenvolve 
anticorpos IgG anti-Rh. 
 Se a mãe tiver outro filho Rh+ é um grande 
problema, pois a memória imunológica faz 
com que os anticorpos IgG anti-Rh maternos 
passem para a criança, podendo gerar a 
eritroblastose fetal. 
 Essa patologia é prevenida através da 
administração de anticorpos anti-RhD na mãe 
dentro de 72h após o nascimento da primeira 
criança Rh+ que a sensibilizou a produzir IgG 
anti-Rh para que, caso ela tenha outra 
gestação onde a criança é Rh+, esses 
anticorpos não invadam o sistema circulatório 
do feto e causem os problemas da 
eritroblastose fetal. 
Transplante de Células-tronco 
hematopoiéticas/CTH 
Importância do transplante de CTH: 
 Paciente com hemoglobina anormal 
 Tratamento de alguns tipos de leucemia- essa 
é a principal função desse transplante, então 
ele é indicado no tratamento de leucemia e 
pré-leucêmico, são exemplos: 
o Leucemia linfoide crônica 
o Leucemia mieloide crônica 
 Paciente com quimio ou radioterapia ablativa 
Para o paciente realizar esse transplante, ele 
precisa estar EXTREMAMENTE imunossuprimido, 
sendo que, isso é um problema, pois geralmente 
acarreta em alguma imunodeficiência ou a GVHD 
posteriores ao transplante. 
As CTH’s alogênicas são rejeitadas mesmo por 
um hospedeiro minimamente imunocompetente, 
então elas podem ser rejeitadas por células do sistema 
imune adaptativo ou por células NK, por exemplo. 
Esse transplante, muitas vezes, acarreta na 
GVHD (Doença do Enxerto versus Hospedeiro) ou 
Imunodeficiência. 
 GVHD- é gerada pela reação do linfócito T do 
enxerto com o aloantígeno do hospedeiro, 
então normalmente ocorre quando o receptor 
está imunocomprometido e é incapaz de 
rejeitar as células alogênicas do enxerto 
(principalmente contra antígenos de 
histocompatibilidade secundários e não de 
MHC, afinal se fosse de MHC não teria feito 
transplante pra início de conversa). 
 Imunodeficiência- a radio e quimioterapias 
usadas na preparação do receptor/hospedeiro, 
podem fazer a depleção de células de memória 
e plasmócito, então o paciente pode não voltar 
a produzir linfócitos tão cedo ou até mesmo 
pode nunca mais produzí-los. Então esse 
paciente fica muito mais suscetível à infecção 
viral (principalmente Citomegalovírus), 
bacteriana e fúngica.

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