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Unidade 5 As Ciências Humanas e os Temas Transversais no Ensino Fundamental 83 5. As Ciências Humanas e os Temas Transversais Os Temas Transversais apontam para mudanças na cultura, nos aspectos de ver e sentir o mundo. Não se trata, portanto, de mais conteúdos nem de procurar organizar os conteúdos numa perspectiva transdisciplinar, mas sim da for- mação de valores e padrões de conduta, como uma espécie de óculos que qualifi ca o olhar dos professores para certos elementos da formação dos alunos (CORDIOLLI, 1999, p. 6 apud BARBOSA s/d). Para entender essa abordagem, vejamos primeiramente o conceito de transdisciplinaridade. 5.1 Transdisciplinaridade O termo é novo, mas a atitude transdisciplinar acompa- nha o homem desde a sua origem. Por ser o homem, produto da natureza biofísica e cósmica, essa mesma natureza que sempre se comportou de forma transdisciplinar, o homem traz na sua estrutura esse modo de inserir-se e evoluir no ambiente pecu- liarmente constituído por essa conjuntura cósmica e planetária (SANTOS, s/d). A transdisciplinaridade é um princípio teórico do qual decorrem várias consequências práticas, tanto nas metodologias de ensino, quanto na proposta curricular e pedagógica. O princípio da transversalidade e de transdisciplinaridade busca superar o conceito de disciplina. Busca-se uma intercomu- nicação entre as disciplinas, tratando efetivamente de um tema/ 84 objetivo comum (transversal). Assim, não tem sentido trabalhar os temas transversais através de uma nova disciplina, mas de pro- jetos que integrem as diversas disciplinas (BARCELLOS, s/d). A transversalidade aparece hoje como um princípio inovador nos sistemas de ensino de vários países. Contudo, a ideia não é tão nova. Ela remonta aos ideais pedagógicos do início do século, quando se falava em ensino global e do qual trataram famosos educadores, entre eles, os franceses Ovídio Decroly (1871-1932) e Celestin Freinet (1896-1966), os norte- -americanos John Dewey (1852-1952) e William Kilpatrick (1871-1965) e os soviéticos Pier Blonsky (1884-1941) e Nadja Krupskaia (1869-1939) (FORMAÇÃO CONTINUADA, s/d). Barcellos (s/d) afi rma que Piaget sustentava que a inter- disciplinaridade seria uma forma de chegar-se à transdisciplina- ridade, etapa que não fi caria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas. Conforme Rodrigues (s/d), no 1.º Congresso Mundial da Transdisciplinaridade realizado em Portugal, em novembro de 1994, foi elaborada uma Carta1, no estilo de um manifesto, com a fi nalidade de produzir uma marca e tornar mais compreensivos os aspectos fundamentais da abordagem transdisciplinar. Transdisciplinaridade é a prática do que une e não sepa- ra o múltiplo e o diverso no processo de construção do conhe- cimento. A transdisciplinaridade pressupõe também a utilização de diversas linguagens, nem sempre tão valorizadas pelos siste- mas educacionais - para a facilitação da aprendizagem do aluno (PETRAGLIA, s/d). 1 Carta de Transdisciplinaridade disponível em h t tp : //www.u f r r j . b r/ l e p t r an s/a rqu ivo s/Arqu ivo_14_Ca r t a_ Transdisciplinaridade_I_CONGRESMUNDIAL.pdf 85 5.2. Os Temas Transversais no Ensino Fundamental Os PCNs (1997) indicam como objetivos do Ensino Fundamental que os alunos sejam capazes de: • Compreender a cidadania como exercício de direitos e deve- res políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de participação, solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças e discriminações, respeitando o outro e exigindo para si o mes- mo respeito. • Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, respeitando a opinião e o conheci- mento produzido pelo outro, utilizando o diálogo como forma de mediar confl itos e de tomar decisões coletivas. • Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identifi cando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente. • Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, posicionando-se contra qualquer discriminação base- ada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais. • Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimen- sões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao país. • Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o senti- mento de confi ança em suas capacidades afetiva, física, cogni- tiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania. • Utilizar as diferentes linguagens: verbal, matemática, gráfi ca, 86 plástica e corporal - como meio para expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções da cultura. • Utilizar a Língua Portuguesa para compreender e produzir, em contextos públicos e privados, mensagens orais e escritas, atendendo a diferentes intenções e contextos de comunicação. • Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a cria- tividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verifi cando sua adequação. • Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tec- nológicos para adquirir e construir conhecimentos. • Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva. No que se referem aos temas transversais, os Parâme- tros Curriculares Nacionais (1997) incorporam e incluem no currículo de forma a compor um conjunto articulado e aberto a novos temas, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua dinâmica, dando-lhes a mesma impor- tância das áreas convencionais. O currículo ganha em fl exibili- dade e abertura, uma vez que os temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais e outros temas podem ser incluídos. O conjunto de temas proposto nos PCNs (1997), (Éti- ca, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde e Orientação Sexual) recebeu o título geral de Temas Transversais, indicando a metodologia proposta para sua inclusão no currículo e seu tratamento didático. Para que um assunto seja eleito como tema transversal, os PCNs propuseram alguns critérios. São eles: 87 • Urgência social: esse critério indica a preocupação de eleger como Temas Transversais questões graves, que se apresentam como obstáculos para a concretização da plenitude da cidada- nia, afrontando a dignidade das pessoas e deteriorando sua qua- lidade de vida. • Abrangência nacional: por ser um parâmetro nacional, a elei- ção dos temas buscou contemplar questões que, em maior ou menor medida e mesmo de formas diversas, fossem pertinentes a todo o País. • Possibilidade de ensino e aprendizagem no Ensino Funda- mental: esse critério norteou a escolha de temas ao alcance da aprendizagem nessa etapa da escolaridade. A experiência peda- gógica brasileira, ainda que de modo não uniforme, indica essa possibilidade, em especial no que se refere à Educação para a Saúde, Educação Ambiental e Orientação Sexual. • Favorecer a compreensão da realidade e a participação social: a fi nalidade última dos Temas Transversais expressa-se neste critério: que os alunos possam desenvolver a capacidade de po- sicionar-se diante das questões que interferem na vida coletiva, superar a indiferença, intervir de forma responsável. A transversalidade é um meio de abordar o conhecimen- to como algo dinâmico, não acabado, sujeito a transformação e relacionadoàs questões da vida, da sociedade, suas necessida- des e seus interesses. Entretanto, a transversalidade não é mais conteúdos que o professor deverá tratar em sala de aula e nem tão pouco deverá ser utilizada para deixar as disciplinas e seus respectivos conteúdos mais interessantes (DELL’AGNEZZE, 2005, p.15). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), a educação para a cidadania requer, portanto, que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a 88 refl exão dos alunos. Nesta perspectiva, uma questão formulada por Araújo (2003, p.47) apud, Dell’agnezze (2005. 16) é muito pertinente. “Como trabalhar a transversalidade e os temas transversais na sala de aula?” Uma resposta possível para a questão anterior é a implan- tação de trabalhos com projetos nas unidades escolares, entendi- das como uma estratégia para a construção dos conhecimentos. A compreensão do signifi cado geral da palavra “projeto”2 é fundamental para desenvolver-se um bom trabalho, assim o autor Machado (2000, p.02) apud Dell’agnezze (2005. 16) aponta como características necessárias de um projeto: • A referência ao futuro; • A abertura para o novo; • A ação a ser realizada pelo sujeito que projeta. De acordo com os PCNs (1997), a organização dos conteúdos em torno de projetos, como forma de desenvolver atividades de ensino e aprendizagem, favorece a compreensão da multiplicidade de aspectos que compõem a realidade, uma vez que permite a articulação de contribuições de diversos cam- pos de conhecimento. Esse tipo de organização permite que se dê relevância às questões dos Temas Transversais, pois os projetos podem desenvolver-se em torno deles e ser direciona- dos para metas objetivas ou para a produção de algo específi co (como um jornal, por exemplo). Ainda, segundo os PCNS (1997), professor e alunos compartilham os objetivos do trabalho e os conteúdos são or- ganizados em torno de uma ou mais questões. Uma vez defi nido o aspecto específi co de um tema, os alunos têm a possibilidade 2 Como fazer um projeto: http://jianeevs.blogspot.com/2010/10/temas- -transversais-e-estrategia-de.html 89 de aplicar os conhecimentos que já possuem sobre o assunto; buscar novas informações e utilizar os conhecimentos e os re- cursos oferecidos pelas diversas áreas para dar um sentido am- plo à questão. Entretanto, para acontecer o ensino transversal, através de projetos, este requer repensarmos a estrutura escolar: seus espaços, tempos, conteúdos e relações interpessoais e, espe- cialmente, uma mudança nos papéis de professor e de aluno (DELL’AGNEZZE, 2005, p.16). Ao fi nal do projeto, seu resultado pode ser exposto na forma de alguma atividade de atuação no meio, isto é, de uso no âmbito coletivo daquilo que foi produzido (seja no interior da classe, no âmbito da escola ou fora dela). Assim, os alunos sa- bem claramente o que e por que estão fazendo, aprendem tam- bém a formular questões e a transformar os conhecimentos em instrumento de ação. Para conduzir esse processo é necessário que o pro- fessor tenha clareza dos objetivos que quer alcançar e formule claramente as etapas do trabalho (PCNs, 1997, p. 42). Conforme os PCNs (1997), todos os Temas Transver- sais trazem um conjunto de conteúdos que, de acordo com a proposta de transversalidade, fazem parte do ensino de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografi a, Ciências Naturais, Arte e Educação Física. Portanto, sua avaliação não é outra além daquela que é feita nessas áreas. 5.2.1 Ensino e Aprendizagem de Questões Sociais A inclusão dos Temas Transversais exige a tomada de posição diante de problemas fundamentais e urgentes da vida so- 90 cial (PCNs, 1997, p.33). Para os PCNs: “... nas relações interpessoais, não só entre professor e aluno, mas também entre os próprios alunos, o grande desafi o é conseguir co- locar-se no lugar do outro, compreender seu ponto de vista e suas motivações ao interpretar suas ações. Isso desenvolve a atitude de solidariedade e a capacidade de conviver com as diferenças (PCNs, 1997, p. 34). Ainda, segundo os PCNs (1997), no tratamento de questões sociais, aprender a formular questões a respeito da rea- lidade e das relações que a compõem apresenta-se como funda- mental. Essa é também uma meta de longo prazo e seu ensino demanda um trabalho sobre conceitos, ainda que essa aborda- gem não seja acadêmica. A compreensão das questões sociais, o pensar sobre elas, analisá-las, fazer proposições e avaliar alternativas exigem a capacidade de representar informações e relacioná-las. Assim, as temáticas sociais, além de atitudes e procedimentos, propõem também conteúdos de natureza conceitual. Propor que a escola trate questões sociais na perspec- tiva da cidadania coloca imediatamente a questão da formação dos educadores e de sua condição de cidadãos. Para desenvol- ver sua prática os professores precisam também desenvolver-se como profi ssionais e como sujeitos críticos na realidade em que estão, isto é, precisam poder situar-se como educadores e como cidadãos, e, como tais, participantes do processo de construção da cidadania, de reconhecimento de seus direitos e deveres, de valorização profi ssional (PCNs, 1997, p.38). 91 Leitura Complementar SANTOS, Renato P. dos. Transdisciplinaridade. Disponível em: http://www.fi sica-interessante.com/fi les/artigo-transdis- ciplinaridade.pdf. Acesso em 14 jan. 2012. Atividades Propostas 1. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, indique quais são os objetivos elencados para o aluno do Ensino Fundamental. Fundamente a sua resposta. 2. Conforme o texto: “... uma questão formulada por Araújo (2003, p.47) apud, Dell’agnezze (2005. 16) é muito pertinente. “Como trabalhar a transversalidade e os temas transversais na sala de aula”? Imagine-se perante essa situa- ção e proponha uma solução para o problema em questão. 3. A partir das informações fornecidas no texto, responda quais são os critérios para que um assunto seja eleito como tema transversal. Unidade 6 O Uso do Livro Didático – Limites e Possibilidades 95 6. Livro Didático: Um Breve Histórico O livro didático vem despertando o interesse de vários pesquisadores nas últimas décadas. Após, ter sido desconsidera- do por educadores e entendido como produção menor enquan- to produto cultural, o livro didático começou a ser analisado através de várias perspectivas, salientando-se os aspectos educa- tivos e seu papel na confi guração da escola contemporânea. Segundo Lajolo (1996), nesses últimos anos o livro di- dático assumiu certa importância dentro da prática de ensino, principalmente, em países como o Brasil, onde a precaríssi- ma situação educacional faz com que ele acabe determinando conteúdos e condicionando estratégias de ensino, e de forma decisiva, o que se ensina e como se ensina o que se ensina. Ainda sobre o livro: [...] trata-se de um tipo de material de signifi cativa contribuição para a história do pensamento e das práticas educativas ao lado de outras fontes escritas, orais e iconográfi cas1 e, é portador de conteúdos reveladores e de representações e de valores predomi- nantes num certo período de uma sociedade que, simultaneamente à historiografi a da educação e da teoria da história, permitem rediscutir intenções e projetos de construção e de formação social. (CORRÊA, 2000, p. 12) 1 Iconografia provém do grego “eikon” que significa imagem e “graphia” que significa escrita, “escrita da imagem”. A iconografia é uma forma de lingua- gem que agrega imagens na representação de determinado tema. 96 De acordo com Franco (1992), a preocupação com os livros didáticos em nível ofi cial, no Brasil, inicia-se com a Legislação do Livro Didático, criada em 1938 pelo Decre- to-Lei 1006. Nesse período, já o livro era considerado uma ferramenta da educação política e ideológica, sendo caracte- rizado o Estado como censor no uso desse materialdidático. Os professores faziam as escolhas dos livros a partir de uma lista pré-determinada na base dessa regulamentação legal, Art. 208, Inciso VII da Constituição Federal do Brasil, em que fi ca defi nido que o Livro Didático e o Dicionário da Língua Portu- guesa são um direito constitucional do educando brasileiro. Silva (1998) constata que o livro didático passa a ser usado com mais frequência no Brasil na segunda metade da década de 60, época em que são editados em grande quantida- de para atender a demanda de um novo contexto escolar. Em 1985, criou-se o Programa Nacional do Livro Di- dático (PNLD), que vem ao longo dos anos aperfeiçoando-se para atingir seu principal objetivo, a educação de qualidade. Porém, somente no início dos anos 90 o Ministério da Educa- ção (MEC) deu os primeiros passos para participar mais direta e sistematicamente das discussões sobre a qualidade do livro escolar. Foi uma iniciativa do Governo Federal que consistiu em uma ação mais ampla do MEC para avaliar o livro didático, apresentando um projeto pedagógico difundido por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais e dos Guias do Livro Di- dático (SANTOS, 2008). Conforme Santos (2008), até então, não havia a pre- ocupação acerca do controle de qualidade dos livros, o que passou a vigorar a partir de 1993, quando o MEC criou uma comissão de especialistas encarregada de duas tarefas principais: avaliar a qualidade dos livros mais solicitados ao Ministério e estabelecer critérios gerais para a avaliação das 97 novas aquisições2. Bittencourt (2004) afi rma ser o livro didático, um ob- jeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no processo de escolarização. O livro didático provoca debates no interior da escola, entre educado- res, alunos e suas famílias, assim como em encontros acadêmi- cos, em artigos de jornais, envolvendo autores, editores, autori- dades políticas, intelectuais de diversas procedências. Entretanto é preciso reconhecer que: [...] em sociedades como a brasileira, livros didáticos e não didá- ticos são centrais na produção, circulação e apropriação de conhe- cimentos, sobretudo dos conhecimentos por cuja difusão, a escola é responsável (LAJOLO, 1996, p.04). Segundo Bittencourt (2004), as relações contraditórias estabelecidas entre livro didático e a sociedade têm instigado investigações variadas, por meio das quais é possível identifi car a importância desse instrumento de comunicação, de produção e transmissão de conhecimento, integrante da tradição escolar há, pelo menos, dois séculos. As pesquisas e refl exões sobre o livro didático permi- tem apreendê-lo em sua complexidade. Apesar de ser um objeto bastante familiar e de fácil identifi cação, é praticamente impos- sível defi ni-lo. Pode-se constatar que o livro didático assume ou pode assumir funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que é produzido e utilizado nas diferen- tes situações escolares. 2 Iconografia provém do grego “eikon” que significa imagem e “graphia” que significa escrita, “escrita da imagem”. A iconografia é uma forma de lingua- gem que agrega imagens na representação de determinado tema. 98 Bittencourt (2004) ressalta que por ser um objeto de múltiplas facetas, o livro didático é pesquisado enquanto produto cultural, como mercadoria ligada ao mundo editorial e dentro da lógica de mercado capitalista; como suporte de conhecimentos e de métodos de ensino das diversas disciplinas e matérias escola- res e, ainda, como veículo de valores, ideológicos ou culturais. A história do livro didático, ao constituir-se em campo signifi cativo da área, introduziu a preocupação de inventariar e preservar, o máximo possível, a produção escolar. 6.1. A Importância do Livro Didático: Limites E Possibilidades Conforme Bittencourt (2004), as discussões em tor- no do livro didático estão vinculadas ainda à sua importância econômica para um vasto setor ligado à produção de livros e também ao papel do Estado como agente de controle e como consumidor dessa produção. No caso brasileiro, os investimen- tos realizados pelas políticas públicas nos últimos anos trans- formaram o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD) no maior programa de livro didático do mundo. Tal atenção faz-se necessária uma vez que, através do uso contínuo e onipresente do livro didático, este material po- derá ser visto como única fonte de ajuda ao professor ou, ainda, apresentar-se como substituto do docente, podendo compro- meter a aprendizagem do aluno. Observando-se a trajetória histórica, onde fi ca eviden- ciada a importância que o livro didático assumiu com o passar dos anos. Muitos autores dedicaram-se ao estudo deste, a fi m de analisar a sua efi ciência e/ou inefi ciência. 99 Neves (2002) constata que o livro didático pode apre- sentar problemas como: confusão de critérios, inadequação de nível, invenção de regras, sobrecarga de teorização, preocupação excessiva de defi nições, impropriedade de defi nições, artifi cia- lidade de exemplos, falsidade de noções, gratuidade de ilustra- ções, mau aproveitamento do texto, dentre outros. Ainda para Neves (2002), mesmo o livro contendo di- versos problemas, não pode ser responsabilizado como o único culpado. O professor espera que com o livro didático, saiba o que não sabe; transferindo responsabilidades que são suas, por- que o livro didático não serve como professor e os alunos não aprendem por si só. Lajolo (1996) nos diz que o caso é que não há livro que seja à prova de professor, pois o pior livro pode fi car bom na sala de um bom professor, e o melhor livro desanda na sala de um mau professor. Pois, o melhor livro repita-se mais uma vez, é apenas um livro, instrumento auxiliar da aprendizagem. Silva (1998), ao tecer comentários sobre o livro didático, considera que o mercado de venda de livros didáticos se favore- ce das condições precárias, tanto das escolas como do professor, já que as escolas não possuem uma infraestrutura adequada e o professor, por sua vez, encontra-se em péssimas condições de trabalho, não tendo base fi nanceira para uma formação continu- ada e investimentos culturais em sua profi ssão. O livro didático pode mostrar-se como um instrumen- to efi ciente, mas que revoga ao professor o seu papel de media- dor insubstituível dentro do processo de ensino-aprendizagem. A sua inefi ciência fi ca por conta do mau aproveitamento que o professor faz deste material. Coracini (1999) nos diz que: [...] o livro didático já se encontra internalizado no professor. 100 O professor continua no controle do conteúdo e da forma, reafirmando que tornar o livro eficiente ou ineficiente vai depender da maneira como o professor utilizá-lo no processo de ensino-aprendizagem. Esta prática libertadora é alcançada quando o professor está em constante busca de instrumentos e recursos que venham a enriquecer a sua prática pedagógica, de forma a contribuir para a formação de cidadãos críticos, conscientes e refl exivos. 6.2. O Livro Didático e Suas Funções A Fundação Biblioteca Nacional3 diz que o livro tem, basicamente, três funções: o livro objeto, o livro funcional e o livro literário. O livro é objeto quando o consideramos um investi- mento, um elemento de decoração ou um símbolo de status; é funcional quando é utilizado para a prática a que se destina; e é literário quando proporciona o diálogo entre o autor e o leitor. De acordo com Robert Escarpit (apud MLITÃO et al., 2006, p. 70), [...] a função do livro permanecerá como sempre foi, isto é, a possibi- lidade de ter à mão uma máquina que contém informação, mas que, ao mesmo tempo, tem o mérito de poder ser interrogada livremente por quem quiser. De duas maneiras: uma pode ser puramente infor- mativa e a outra a melhor e mais verdadeira, será a literária. 3 Fundação BibliotecaNacional – pesquisa em http://www.bn.br/portal/ 101 Assumindo esse pressuposto, o livro didático enquadra-se em qualquer dessas funções: como objeto, quando fi ca guardado na estante servindo como enfeite; como funcional, quando é utili- zado pelo professor e pelo aluno, possibilitando um aproveitamen- to informativo; e, como literário, quando possibilita uma utilização projetiva, nas quais as mensagens invadem o leitor que responde a esses estímulos escrevendo na sua cabeça, no seu coração, o livro que quiser escrever, refazendo-o. Sendo assim, cabe a nós, profes- sores, saber utilizar o que temos e torná-lo uma ferramenta inte- gradora e multidisciplinar, abrindo espaço para inclusão de saberes extraescolares, possibilitando a referência a sistemas de signifi cado construídos na realidade dos alunos (MILTÃO et al., 2006, p. 59a; MILTÃO et al., 2006b). O livro didático é um suporte de conhecimentos e de métodos para o ensino, e serve como orientação para as ativi- dades de produção e reprodução de conhecimento. Mas, não podemos nos transformar em reféns do livro, imaginando en- contrar ali todo o saber verdadeiro e a narrativa ideal. Sim, pois o livro é também instrumento de transmissão de valores ideo- lógicos e culturais, que pretendem garantir o discurso suposta- mente verdadeiro dos autores (PAVÃO, s/d, p. 11). O texto didático contribui para o processo de ensino -aprendizagem como mais um interlocutor que passa a dialogar com o professor e com o aluno. Nesse diálogo, tal texto é por- tador de uma perspectiva sobre o saber a ser estudado e sobre o modo de conseguir-se aprendê-lo mais efi cazmente. As funções mais importantes do livro didático na rela- ção com o aluno, tomando como base Gerard e Roegiers (apud CARVALHO et al., s/d), são: • favorecer a aquisição de conhecimentos socialmente relevantes; • propiciar o desenvolvimento de competências cognitivas, que 102 contribuam para aumentar a autonomia; • consolidar, ampliar, aprofundar e integrar os conhecimentos adquiridos; • auxiliar na auto avaliação da aprendizagem; • contribuir para a formação social e cultural e desenvolver a capacidade; • consolidar, ampliar, aprofundar e integrar os conhecimentos adquiridos; • contribuir para a formação social e cultural e desenvolver a capacidade de convivência e de exercício da cidadania. Ainda para Gerard e Roegiers (apud CARVALHO et al., s/d) no que diz respeito ao professor, o livro didático de- sempenha, entre outras, as importantes funções de: • auxiliar no planejamento e na gestão das aulas, seja pela expla- nação de conteúdos curriculares, seja pelas atividades, exercícios e trabalhos propostos; • favorecer a aquisição dos conhecimentos, assumindo o papel de texto de referência; • favorecer a formação didático-pedagógica; • auxiliar na avaliação da aprendizagem do aluno. É preciso observar, no entanto, que as possíveis fun- ções que um livro didático pode exercer não se tornam realida- de, caso não se leve em conta o contexto em que ele é utilizado. Noutras palavras, as funções acima referidas são histórica e so- cialmente situadas e, assim, sujeitas a limitações e contradições. Por isso, tanto na escolha quanto no uso do livro, o professor tem o papel indispensável de observar a adequação desse instru- mento didático à sua prática pedagógica e ao seu aluno (CAR- VALHO et al., s/d, p. 15). 103 Além disso, o livro didático é recurso auxiliar no pro- cesso de ensino-aprendizagem. Não pode, portanto, ocupar papel dominante neste processo. Assim, cabe ao professor manter-se atento para que a sua autonomia pedagógica não seja comprometida. Não é demais insistir que, apesar de toda sua importância, o livro didático não deve ser o único suporte do trabalho pedagógico do professor. É sempre desejável buscar complementá-lo, seja para ampliar suas informações e as ativi- dades nele propostas ou contornar suas defi ciências, seja para adequá-lo ao grupo de alunos que o utilizam. Mais amplamente, é preciso levar em consideração as especifi cidades sociais e cul- turais da comunidade em que o livro é utilizado, para que o seu papel na formação integral do aluno seja mais efetivo. Estas são tarefas em que o professor é insubstituível, entre tantas outras. (CARVALHO et al., s/d, p. 15). ANEXO 1 Modelo de Guia para Análise do Livro Didático 1) Se faz uma atividade de motivação para o estudo do tema. 2) São dadas atividades no início do tema estudado para que os alunos explicitem suas ideias prévias. 3) Os conceitos aparecem como consequência de: a) uma atividade de familiarização perceptível, macroscópica, de forma declarativa e não processual. b) construção de novos signifi cados. 4) os conceitos defi nem-se a partir de outros conceitos, com os quais os alunos não têm trabalhado ao nível de internalização, 104 como conceitos científi cos. 5) considera a aura conceitual. 6) são dadas atividades que possam trabalhar as atitudes. 7) são dadas atividades de procura, de intercâmbio e comunica- ção de informações. 8) são dados trabalhos de natureza prática e situações problemas. 9) são dadas atividades para trabalho interdisciplinar. 10) existem atividades que procuram prestar atenção à diversidade. 11) aproveitam-se os aspectos históricos como componente do processo de construção do conhecimento científi co, revelando seu caráter social, político, histórico, contextualizado ou faz-se uma breve referência a um cientista ligado a um descobrimento. 12) Tipos de exercícios: a) para aplicar de forma produtiva os conceitos, vinculados a situações problemáticas e as possíveis ideias prévias dos alunos, que possibilita a aprendizagem signifi cativa. b) para a fi xação dos conteúdos. 13) os conteúdos são socialmente contextualizados, orientados a contribuir e a desenvolver nos alunos a crítica refl exiva. 14) Tipos de erros conceituais e metodológicos mais frequentes que constituem verdadeiros obstáculos epistemológicos para a assimilação do conteúdo: 105 a) as ilustrações correspondem-se com os objetos de estudo, ou são exemplos que obstaculizam a compreensão do conteúdo. b) os conhecimentos são tratados como modelos ou como rea- lidade objetiva. 15) tipo de organização que caracteriza o tratamento dos con- teúdos. 16) tipo de aprendizagem que orienta o trabalho com o livro didático. 17) complexidade dos textos. 18) pertinência das informações. 19) atualidade dos textos e seus problemas. 106 Leitura Complementar Texto sobre iconografi a. http://www.infoescola.com/artes/iconografi a/. Acessado em 25 de nov. 2011. Programa Nacional do Livro Didático. http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=668&id=123 91&option=com_content&view=article. Acessado em 26 de nov. 2011. Atividades Propostas 1. Com base nas informações obtidas com a leitura do tex- to, faça apontamentos sobre os diversos conceitos acerca do livro didático. 2. Refl ita sobre os dizeres de Coracini (1999) “... o livro didático já se encontra internalizado no professor. O pro- fessor continua no controle do conteúdo e da forma, re- afi rmando que tornar o livro efi ciente ou inefi ciente vai depender da maneira como o professor vai utilizá-lo no processo de ensino-aprendizagem.” Você concorda com tal afi rmação? Fundamente a sua resposta. 3. O texto aborda vários aspectos relacionados às funções do livro didático. Faça um quadro comparativo com a rela- ção entre: livro x aluno e livro x professor. 107 4. A escolha do livro didático é uma etapa importante do processo ensino-aprendizagem. Considerando essa afi r- mação, siga o modelo proposto no guia de análise do livro didático (anexo 1) e determine se o (s) livro (s) didático (s) adotado (s) em sua escola preenche (m) os requisitos elen- cados nesse guia. Justifi que sua resposta. 108 BRAUDEL, Fernand. Refl exões sobre a história. São Pau- lo: Martins Fontes, 1992. CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas erepresentações. Lisboa/São Paulo: DIFEL/Bertrand Bra- sil, 1990. DOSSE, François. A história em migalhas: dos Annales à Nova História. São Paulo/Campinas: Ensaio/Unicamp, 1992. FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Ja- neiro: Graal, 1969. HEGEL, G. A razão na história. Introdução à fi losofi a da história universal. Lisboa: Edições 70, 1995. LE GOFF, Jacques. História. In: Enciclopédia Einaudi. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1997, vol. 1, p. 158-259. ______. Memória-história. In: Enciclopédia Einaudi. Lis- boa: Imprensa Ofi cial/Casa da Moeda, 1984, vol. 1. MARX, Karl. O capital. 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Anotações ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 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