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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Toxicologia do doping
Elaboração
Daniela Bassi
Júlio César Conceição Filho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
REGULAMENTAÇÃO DE DROGAS NOS ESPORTES ................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
ÓRGÃOS REGULAMENTADORES – COI E WADA ...................................................................... 13
CAPÍTULO 2
CLASSES DE SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS PELO CÓDIGO MUNDIAL DE DOPAGEM ........................ 15
CAPÍTULO 3
VIGILÂNCIA SANITÁRIA ............................................................................................................ 17
UNIDADE II
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES ........................................... 20
CAPÍTULO 1
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO.......................................................................................... 20
CAPÍTULO 2
DOPAGEM GENÉTICA ............................................................................................................ 24
CAPÍTULO 3
ESTEROIDES ANABOLIZANTES .................................................................................................. 29
CAPÍTULO 4
ESTEROIDES ANDROGÊNICOS ANABOLIZANTES (EAA) ............................................................. 30
CAPÍTULO 5
OUTROS AGENTES ANABÓLICOS ............................................................................................. 36
CAPÍTULO 6
TERAPIA PÓS CICLO (TPC) ...................................................................................................... 39
CAPÍTULO 7
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH) ..................................................................................... 42
UNIDADE III
ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS ......................................................................................................... 44
CAPÍTULO 1
SIMPATOMIMÉTICOS ............................................................................................................... 44
CAPÍTULO 2
PRODUTOS NATURAIS .............................................................................................................. 50
CAPÍTULO 3
DIURÉTICOS E AGENTES MASCARANTES .................................................................................. 52
CAPÍTULO 4
NARCOANALGÉSICOS ........................................................................................................... 56
UNIDADE IV
CONTROLE ANTIDOPING ..................................................................................................................... 59
CAPÍTULO 1
CONTROLE ANTIDOPING ........................................................................................................ 59
CAPÍTULO 2
TÉCNICAS PARA DETECÇÃO DE FÁRMACOS E/OU SEUS PRODUTOS DE 
BIOTRANSFORMAÇÃO ............................................................................................ 61
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 74
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos 
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
7
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Desde a criação dos jogos olímpicos, provavelmente em 776 a.C. o homem busca 
a glória de ser considerado o melhor, no caso o melhor atleta em suas modalidades. 
Há 4 mil anos os chineses tomavam, para trabalhar, um chá de uma planta chamada 
“machuang” que contem efedrina. Existem também, relatos que desde o início dos 
jogos olímpicos já haviam casos de doping, onde alguns atletas comiam alguns tipos 
de cogumelos, tomavam chás e utilizavam óleos, buscando melhorar a performance. 
Posteriormente, no século XIX, muitos atletas faziam o uso de uma bebida chamada 
“Vin Mariani”, advindas das folhas de cocaína. Logo após o fim da segunda guerra 
mundial os atletas começaram a utilizar substâncias que eram disponibilizadas aos 
soldados com o objetivo de diminuir o cansaço das trincheiras ou das longas marchas.Desde então, diversas formas de doping foram utilizadas com o objetivo de favorecer 
o atleta e de maneira representativa, a superioridade de sua nação. Foram utilizados 
desde caronas de carro as mais sofisticadas drogas e técnicas. Após a morte de dois 
atletas em 1960 e outra em 1964, causadas pelo uso de anfetaminas e outras drogas, 
o Comitê Olímpico Internacional decidiu criar uma comissão médica para atuar nas 
olimpíadas de 1968, sendo já em 1967 condenado o uso de doping.
Desde então, diversas técnicas foram criadas para identificar substâncias proibidas pelo 
COI, na tentativa de coibir o uso do doping. Ao mesmo tempo muitas novas técnicas de 
dopagem e novas substâncias foram criadas por atletas e pesquisadores com o intuito de 
burlar a detecção destas drogas e permanecer à frente dos outros competidores, mesmo 
com a criação da (World Anti-Doping Agency). A verdade é que só o tempo poderá 
dizer se em algum momento da história o doping vai deixar de existir, ou se ele irá por 
fim deixar de ser proibido e passará a ser regulamentado. Por hora, nos resta apenas 
discutir como tudo se iniciou e apresentar os métodos mais atuais de dopagem, seus 
principais efeitos, efeitos colaterais, mecanismos de ação e suas formas de detecção.
Objetivos
 » Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre o tema.
 » Ampliar a compreensão das diversas concepções dobre o tema.
 » Fornecer ao aluno um maior entendimento sobre os principais métodos 
de dopagem.
9
 » Analisar os diferentes mecanismos de ação das drogas apresentadas.
 » Compreender a necessidade de um atual controle da utilização de 
substâncias que melhoram a performace do atleta.
11
UNIDADE I
REGULAMENTAÇÃO 
DE DROGAS NOS 
ESPORTES
Antes de iniciar os estudos sobre o controle antidoping o aluno deve estar ciente que no 
presente contexto se faz necessário deixar claro que o termo droga utilizado no decorrer 
desse material, tratar-se-á de qualquer fármaco que seja empregado de modo não 
terapêutico pelo atleta. O fato da administração não resultar de indicação terapêutica, 
diz-se que houve abuso no consumo da droga. 
As substâncias químicas e os métodos que são utilizados na tentativa de melhorar o 
desempenho em atividades físicas e/ou mentais são conhecidos no mundo do esporte 
como doping. O Quadro abaixo (Quadro 1) apresenta alguns dados relevantes sobre 
o doping.
Quadro 1. Fatos Importantes.
Ano ou período Atividade.
1886 “Tour de France” de ciclismo, Linton morre sob efeito de estresse e speed ball (cocaína + heroína).
1904 Primeiro “susto” nas olimpíadas modernas.
Thomas Hicks, maratonista, quase morre devido à mistura de brandy e estricnina. O mais incrível é que ele ficou com a “medalha 
de ouro”, que foi tirada do vencedor quando se descobriu que este havia feito o percurso de carona em um caminhão!
1930 Síntese das anfetaminas substitui a estricnina.
1952 Nos Jogos de Inverno de Helsinki competidores de corrida sobre patins passaram mal devi- do ao uso de anfetaminas.
1953 Anabolizantes sintéticos entram no mercado.
1956 Abuso de drogas flagrante nas Olimpíadas de Melbourne.
1960 Kurt Jensen, ciclista dinamarquês, morre por overdose de anfetamina nas Olimpíadas de Roma.
1964 Olimpíadas de Tóquio apresentaram atletas com musculatura surpreendente, lançando a suspeita de abuso de anabolizantes.
1967 Morre Tommy Simpson na “Tour de France” de ciclismo devido a estresse e uso de anfetaminas.
1976 Nadadoras alemãs nitidamente “fabricadas” por doping nas Olimpíadas de Montreal.
1980 Novamente as nadadoras alemãs se destacaram.
1988 Ben Johnson é flagrado pelo uso de estanozolol, um anabolizante sintético de última geração. Florence Griffith-Joyner, 
nitidamente moldada por anabolizantes, não é flagrada.
1990 Internet banaliza o acesso a, e uso de anabolizantes e “complementos nutricionais”.
Fonte: Adaptado de Neto, 2001.
De acordo com o código da World Anti-Doping Agency (WADA), ou seja, a 
Agência Mundial Antidoping, as três variáveis em que se baseia a definição moderna 
de doping são:
12
UNIDADE I │ REGULAMENTAÇÃO DE DROGAS NOS ESPORTES
1. Aumento ilícito do desempenho físico;
2. Prejuízo à saúde do atleta;
3. Contrário ao espírito do esporte.
Quando duas destas três variáveis estão presentes, a substância ou método proibido 
pode ser incluído na lista proibida da WADA.
O desafio de coibir a utilização dos métodos de dopagem entre os atletas começou em 
1960, nessa época cerca de 30% das pessoas que participavam de eventos desportivos 
internacionais utilizavam algum tipo de estimulante químico, segundo relatos da 
época. Mas foi só em 1967 que o Comitê Internacional Olímpico – COI passou a 
condenar a dopagem de maneira categórica, havendo então a apresentação de uma 
lista contendo diversas substâncias que deveriam ser consideradas proibidas. Outros 
autores trazem que controle oficial pelo COI começou somente nos Jogos Olímpicos 
de Inverno de Grenoble, França, em 1968, mas só era possível comprovar a utilização 
de apenas alguns estimulantes e narcóticos tendo em vista que na época havia grandes 
limitações nos métodos de análise, porém nos últimos anos houve grande progresso 
na metodologia analítica.
13
CAPÍTULO 1
Órgãos regulamentadores – COI 
e WADA
O COI e a WADA são os dois principais comitês internacionais que regulamentam a 
utilização de drogas no esporte.
O papel desses comitês antidoping é:
 » Regular;
 » Testar;
 » Oferecer informações específicas para as diversas modalidades esportivas.
A lista da WADA sofre alterações regionais?
A lista é mundial e não sofre variações regionais ou locais. As variações ocorrem 
em relação aos esportes praticados.
No tiro ao alvo, por exemplo, se investiga o uso de betabloqueadores, pois estas 
substâncias interferem diretamente em esportes que requerem redução nos 
batimentos cardíacos, no momento de sua prática.
Atualmente os dois principais comitês internacionais que regulamentam as políticas 
antidopings são: a WADA e o Comitê Internacional Olímpico - COI. 
O WADA tem como principais propósitos:
 » Proteger o direito fundamental dos atletas de participarem de esportes 
livres de doping e assim, promover a saúde, justiça e igualdade entre 
atletas em todo o mundo; e 
 » Garantir programas harmonizados, coordenados e eficazes antidoping a 
nível nacional e internacional no que diz respeito à detecção e prevenção 
de doping. 
A lista de substâncias e métodos proibidos considerados doping é revisada anualmente 
e tem servido de base para a elaboração de regulamentações próprias de outras 
federações esportivas.
14
UNIDADE I │ REGULAMENTAÇÃO DE DROGAS NOS ESPORTES
De acordo com a WADA, as substâncias e os métodos que constam na lista apresentam 
como características, pelo menos, dois dos três seguintes critérios:
 » Possibilidade do aumento do desempenho;
 » Risco à saúde;
 » Violação do espírito esportivo.
15
CAPÍTULO 2
Classes de substâncias proibidas pelo 
Código Mundial de Dopagem
O Código Mundial de Antidoping foi criado e implementado em 2004, já nos Jogos 
Olímpicos de Atenas. Este foi criado em conjunto por diferentes organizações esportivas 
com o intuito de definir e estabelecer quais substâncias deveriam ser consideradas 
proibidas. Ou seja, caso for detectado alguma dessas substâncias no sangue, urina ou 
algum outro método de detecção, o atleta será penalizado conforme a regra vigente.
Todos os anos são realizadas atualizações no Código Mundial Antidoping com o objetivo 
de mantê-lo sempre atualizado, considerando que a cada ano são desenvolvidas novas 
drogas e métodos que podem ou não serem definidos como proibidos por proporcionar 
alguma vantagem desleal ao atleta ou por representar riscos a saúde do mesmo. 
Contudo, o Código Mundial Antidoping não tem o status de Lei pública internacional, 
não sendo necessariamente considerado crime o uso destas substâncias. 
A seguir, são apresentadas as classes de substâncias proibidas pelo código mundial 
antidoping válidas para o ano de 2014.Visite o site da World Anti-Doping Agency – WADA. Disponível em: <http://
www.wada-ama.org/>.
Cômite Olímpico Internacional - COI . Disponível em: <http://www.olympic.
org/>.
Nesse site você encontrará a lista completa de medicamentos e drogas proibidas 
e muito mais informações sobre esportes e doping.
Classes de substâncias proibidas pelo Código Mundial de Antidopagem (válida desde 1o de Janeiro de 2014)
Estimulantes (Ex.: anfepramona, femoprex)
Narcóticos e analgésicos (Ex.: bruprenorfina, diamorfina)
Agentes Anabólicos
Esteroides Anabólicos Androgênicos (Ex.: Clostebol, Androstenodiol, Testotesrona)
Betabloqueadores 
Hormônios peptídicos, fatores de crescimento e substâncias relacionadas
 Agentes estimuladores da eritropoiese (Ex.: eritropoietina – EPO) 
 Gonadotrofina coriônica humana (hCG – “anabolizante” 
 Hormônio luteinizante (LH – “anabolizante”) 
 Hormônio do crescimento (GH – “anabolizante” 
 Fator de crescimento semelhante a insulina – 1 (IGF-1 – “anabolizante”) 
 Eritropoetina (oxigenação) 
 Fator de Crescimento derivado de Plaquetas (PDGF) 
 Fator de Crescimento Endotelial-Vascular (VEGF)
16
UNIDADE I │ REGULAMENTAÇÃO DE DROGAS NOS ESPORTES
Moduladores hormonais e metabólicos
Inibidores da aromatase 
 Moduladores seletivos de receptores de estogênios (SERMs) 
 Agentes moduladores da função(ões) da miostatina (Ex.: inibidores da miostatina) 
 Insulinas*
Agentes com atividade anti-estrogênica** (Ex.: clomifeno, taximofeno)
Diuréticos e outros agentes emascarantes*** (Ex.: diuréticos)
* Permitido apenas para tratar diabéticos insulino-dependentes.
** Proibido somente para homens.
*** Produtos que tem o potencial de dificultar a excreção de substâncias proibidas, diluir sua presença na urina ou em qualquer outra amostra usada no 
controle antidoping.
Fique sempre atualizado! 
Pesquise na internet informações sobre o código mundial antidoping deste ano 
e compare se houve ou não alguma alteração, alguma inclusão de substâncias 
consideradas proibidas.
17
CAPÍTULO 3
Vigilância Sanitária
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA tem como campo de atuação todos 
os setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população 
brasileira. Sua competência abrange tanto a regulação sanitária quanto a regulação 
econômica do mercado.
A portaria no 344/1998 do Ministério da Saúde determina que haja fiscalização não 
somente na produção, mas como também no comércio, manipulação e uso de esteroides 
anabolizantes androgênicos, exercida em conjunto pelas autoridades sanitárias.
A prescrição de anabolizantes necessita de Receita de controle especial – 
utilizada para a prescrição de medicamentos de tarja vermelha, com os dizeres 
“venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção da receita”, como 
substâncias sujeitas a controle especial, retinóicas de uso tópico, imunossupressoras e 
antirretrovirais, anabolizantes, antidepressivos etc.
A fiscalização sanitária atua sobre o mercado de produtos oferecidos à população de 
maneira a identificar problemas e tomar ações que evitem ou minimizem os riscos 
à saúde.
A partir da ação fiscalizadora são adotadas medidas sanitárias, como a retirada do 
mercado de produtos sem registro, produtos falsificados, com desvio de qualidade ou 
comercializados por empresas sem autorização da Agência. 
Pouco se tem sobre legislação federal que trata dos esteroides anabolizantes.
Conforme a Lei Federal no 9.965 de 27 de abril de 2000, a qual restringe a venda 
de anabolizantes, traz que as receitas de medicamentos contendo substâncias 
anabolizantes devem trazer a identificação do profissional, o número de registro no 
conselho profissional, o número de Cadastro da Pessoa Física (CPF), o endereço e o 
telefone profissionais, além do nome e endereço do paciente e o Código Internacional 
de Doenças (CID), conforme reproduzido a seguir:
Art. 1o - A dispensação ou a venda de medicamentos do grupo terapêutico 
dos esteroides ou peptídeos anabolizantes para uso humano estarão 
restritas à apresentação e retenção, pela farmácia ou drogaria, da cópia 
carbonada de receita emitida por médico ou dentista devidamente 
registrados nos respectivos conselhos profissionais.
18
UNIDADE I │ REGULAMENTAÇÃO DE DROGAS NOS ESPORTES
Parágrafo único. A receita de que trata este artigo deverá conter a identificação 
do profissional, o número de registro no respectivo conselho profissional (CRM 
ou CRO), o número do Cadastro da Pessoa Física (CPF), o endereço e telefone 
profissionais, além do nome, do endereço do paciente e do número do Código 
Internacional de Doenças (CID) (...).
O controle e a fiscalização da distribuição dos anabolizantes são extremamente 
complicados, uma vez que as farmácias que normalmente nem exigem receita médica. 
Além disso, não há dificuldade para comprar anabolizantes e suplementos proibidos 
sem receita, devido ao grande número de contrabando desse tipo de droga.
Os artos 87 e 88 da Portaria no 344 da Anvisa descrevem como devem ser feitos os 
procedimentos de fiscalização e controle de estabelecimentos comerciais onde são 
comercializadas as substâncias anabolizantes. Mas os procedimentos realizados são 
genéricos e abrangentes, não contendo nenhuma especificação quanto à fiscalização 
e controle de quem realmente está utilizando essas substâncias, nem mesmo se há 
retenção das receitas. 
Fica claro que a legislação é insuficiente no que se refere ao uso indiscriminado de 
substâncias anabolizantes, sendo que a fiscalização e controle da Anvisa sobre os 
estabelecimentos comerciais que vendem essas substâncias são também restritos.
Adicionalmente há a fiscalização por parte do Conselho Federal de Medicina, bem 
como dos Conselhos Regionais de Medicina e também de outras áreas profissionais, 
tais como do educador físico. 
Os respectivos Códigos de ética preveem desde multa até a cassação do registro 
profissional para os profissionais inscritos.
Não existe ilegalidade na receita fundamentada e no uso prescrito de substâncias 
anabolizantes em geral, uma vez que essas drogas somente são proibidas pela legislação 
do antidoping esportivo e, portanto de uso ilegal apenas para atletas de competição.
Autorização para uso terapêutico de 
substâncias restritas e proibidas
Eventualmente um atleta poderá vir a necessitar de uma medicação que possua na sua 
formulação uma substância proibida ou restrita, por razões de saúde e por indicação 
médica.
Atletas asmáticos necessitam eventualmente usar Beta-2 agonista ou corticosteroide, 
atletas hipertensos não podem muitas vezes prescindir de um diurético, e atletas 
19
REGULAMENTAÇÃO DE DROGAS NOS ESPORTES │ UNIDADE I
diabéticos insulino-dependentes devem continuar usando insulina. Neste e em outros 
casos, torna-se necessário contatar o Comitê Olímpico Brasileiro – COB ou a respectiva 
Confederação para solicitar uma permissão especial, que poderá ser concedida após a 
análise do diagnóstico da indicação apropriada de um determinado medicamento.
20
UNIDADE II
TRANSPORTADORES 
DE OXIGÊNIO, 
DOPING GENETICO E 
ANABOLIZANTES
CAPÍTULO 1
Transportadores de Oxigênio
O oxigênio (O2) é uma substância pouco solúvel no plasma sanguíneo, de todo oxigênio 
transportado pelo sangue, menos de 2% está solubilizado no plasma, o que tornaria 
a vida impossível. A presença da hemoglobina aumenta a capacidade do sangue 
transportar O2 entre 30 a 300 vezes, sendo esta o principal transportador de oxigênio 
no corpo humano. 
Como e porque transportadores de oxigênio são 
utilizados como forma de doping?
A hemoglobina, que pode ser representada pelos eritrócitos, é o principal responsável 
pelo transporte de oxigênio do pulmão até o tecido muscular, o que nos leva então 
a entender os motivos da utilização de transportadores de oxigênio como método de 
dopagem, pois com o aumento da massa total dessas células possibilita um maior aporte 
total de oxigênio no organismo. A hemoglobina também é responsável por transportaraproximadamente 23% do CO2 produzido pelo metabolismo celular e com a massa total 
aumentada há também uma melhor capacidade da manutenção do pH sanguíneo, além 
de auxiliar no controle da temperatura corpórea, todas essas variáveis juntas podem 
levar a uma melhor performance do atleta.
E quais são os métodos para aumentar a 
capacidade carreadora de oxigênio?
Atualmente são conhecidos três métodos que podem incrementar a capacidade 
carreadora de oxigênio, são estes:
 » Transfusão sanguínea.
21
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
 » Uso de captadores, transportadores e liberadores artificiais de oxigênio.
 » Uso de estimuladores da síntese de hemácias. 
Transfusão sanguínea ou Dopagem sanguínea: nada mais é do que uma 
transfusão de sangue onde, pode ser transfundido o sangue de um doador específico 
(infusão homóloga) ou do próprio atleta (infusão autóloga). 
A cada coleta sanguínea é armazenado aproximadamente 450ml de sangue, o mesmo 
é centrifugado para separar somente as hemácias estas, ficam armazenadas em torno 
de 4 a 5 semanas ou até que o hematócrito normal seja reestabelecido para que possa 
haver uma nova coleta ou então as hemácias são reinfundidas alguns dias antes da 
competição. Isto faz com que o hematócrito aumente rapidamente podendo perdurar 
por algumas semanas.
A utilização desta técnica pode trazer sérios e graves riscos à saúde do atleta, como: 
trombose venosa, flebite, septicemia e reações alérgicas e/ou hemofílicas. Sem falar 
que quando o sangue é proveniente de outro doador existe o risco de transmissão de 
doenças infecciosas.
Compreenda melhor o que é o doping sanguíneo.
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=9PQgI0B_IWA> 
Transportadores artificiais de oxigênio: em teoria essas soluções foram 
desenvolvidas para a terapêutica quando há necessidade de substituição ou reposição de 
fluidos de sangue humano. Na prática, além disso, são utilizados como forma de doping.
Existem duas classes principais dessas soluções:
 » Perfluorocarbonos (PFC): são substâncias sintéticas e podem 
dissolver um amplo volume de oxigênio e outros gases respiratórios 
na corrente circulatória, geralmente é encontrado junto a vitaminas e 
antibióticos entre outros.
Figura 1. Perfluorocarbono disponível no mercado.
Fonte: <http://www.moebiusqi.com.ar/site/2012/06/perfluorocarbono-energeria-5-ml/ > Acesso em: 15 set. 2014.
22
UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
 » Carregadores de hemoglobina oxigenada: são moléculas de 
hemoglobina microencapsuladas ou ligadas entre si podendo ser derivadas 
de humanos ou de bovinos conhecidas também como sangue artificial.
Figura 2. Bolsa de sangue artificial.
Fonte: <http://www.mindfully.org/GE/Blood-Substitute-Hemopure.htm>. Acesso em: 15 set. 2014.
Estimuladores da síntese de hemácias
A eritropoietina (EPO) é normalmente produzida pelos rins e estimula a produção 
de hemácias pela medula óssea. Atualmente, a EPO também é produzida de maneira 
sintética por laboratórios e comumente prescrita para pacientes com insuficiência 
renal, traumas, AIDS ou anemia entre outras. A EPO aumenta gradativamente o 
número de hemácias ao logo das semanas podendo perdurar por varias semanas. 
Alguns estudos demonstram que administração subcutânea permite a manutenção dos 
níveis de EPO sendo necessário um número menor de intervenções quando comparado 
à administração intravenosa.
Em outubro de 2012, o então famoso ciclista Lance Armstrong foi banido das competições 
de ciclismo e perdeu todos os sete títulos como campeão do Tour da França. O motivo foi 
a descoberta de que em todas as competições o ciclista estava dopado, dentre as técnicas 
utilizadas e confirmadas pelo atleta em 2013 duas foram relacionadas a facilitação do 
transporte de oxigênio, infusão de hemácias e uso de EPO.
Figura 3. Ampolas contendo EPO para uso terapêutico. 
Fonte:< http://www.carrovassoura.com/2012/10/o-que-e-afinal-o-doping.html>. Acesso em: 15 set. 2014.
23
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
As manipulações de amostras merecem atenção especial, pois são realizadas 
com objetivo de alterar a validade e integridade das amostras fornecidas pelos 
atletas, as amostras podem ser tanto substituídas como alteradas.
24
CAPÍTULO 2
Dopagem genética
Primeiro faz-se necessário compreender que a terapia genética humana envolve a 
inserção de DNA (ou RNA), nas células somáticas (qualquer célula do corpo exceto 
gametas) para então produzir o efeito terapêutico desejado. Quando essa técnica surgiu, 
ela foi tida como um progresso no tratamento de diversas desordens genéticas.
Em 2004, a WADA, definiu como doping genético como: o uso não terapêutico de 
células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que tenham a 
capacidade de aumentar o desempenho esportivo.
O fato é que a terapia gênica está em um estágio inicial de desenvolvimento e que, 
teoricamente, os atletas ainda não fazem uso desse tipo de estratégia de doping. 
Nesse momento nos cabe apenas citar os possíveis genes candidatos importantes ao 
uso indevido no meio esportivo. São eles: eritropoetina, bloqueadores da miostatina 
(folistatina e outros), vascular endothelial growth factor (VEFG), insulin-like growth 
factor (IGF-1), growth hormone (GH), leptina, endorfinas e encefalinas, e peroxissome 
proliferator actived receptor delta (PPARδ).
Como alguns já se apresentam bem conhecidos como é o caso da eritropoetina, IGF-1 e 
GH, falaremos um pouco sobre os seguintes:
Bloqueadores da Miostatina: a miostatina é uma proteína expressa na 
musculatura esquelética tanto no período embrionário quanto na idade adulta. Sua 
ação consiste em regular a proliferação dos mioblastos durante o período embrionário 
e a síntese proteica na musculatura esquelética durante e após o período embrionário. 
A miostatina inibe tanto a hiperplasia quanto a hipertrofia muscular, sendo que o 
ganho de massa muscular decorrente do bloqueio da miostatina se dá principalmente 
pelo aumento no número de fibras muscular. Tendo em vista esse papel da miostatina 
acredita-se que o bloqueio de sua sinalização, geralmente feito pela folistatina. 
Seja um dos candidatos de maior potencial de abuso no esporte, já que o ganho de 
massa muscular pode ser decisivo em diversas modalidades esportivas. A Figura 4 
apresenta uma espécie de bovino (Azul Belga Forte), esta raça possui um “defeito” 
no gene da miostatina, o que faz com que o animal apresente uma massa muscular 
muito desenvolvida.
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TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
Figura 4. Espécie de bovino (Azul Belga Forte).
Fonte: Retirada e Adaptada do artigo de McPherron A C and Lee J S. 1997.
Os atletas que mais se beneficiam ao utilizar bloqueadores da miostatina são atletas que 
necessitam de grande força ou “explosão” muscular em modalidades onde o sistema 
anaeróbio é predominante, como levantamento de peso, corridas de velocidade? 
Arremesso de peso, lançamento dardo, disco e martelo ou em algumas posições em 
determinados esportes como o quarter back? No futebol americano, tendo em vista 
uma maior massa muscular e dessa maneira uma maior capacidade de gerar força.
VEGF: o fator de crescimento do endotélio vascular, é uma proteína que desempenha 
importante papel no crescimento do endotélio vascular, na angiogênese e vasculogênese. 
A terapia gênica com VEGF é uma das poucas já utilizadas em seres humanos.
Os atletas utilizam-se do doping genético por inserção vetorial do VEGF para estimular 
a vasculogênese (aumento do número de capilares no tecido) e dessa forma, aumentar 
de maneira relevante o fluxo sanguíneo para todos os tecidos. Com uma maior perfusão 
sanguínea o há um incremento no fornecimento de O2, na remoção de CO2 e outros 
metabólitos produzidos durante o exercício físico, aumentando assim o desempenho 
do atleta.
De maneira resumida, espera-se que aoutilizar este método ocorra o aumento da 
produção energética, a diminuição da produção de metabólitos e por fim proporcionando 
ao indivíduo um retardo da fadiga.
Mas quais atletas se beneficiariam mais com 
essa manobra?
Com toda certeza não seriam os mais interessados aos atletas que praticam esportes 
onde a via predominante é a anaeróbia, nestes casos um melhor aporte sanguíneo 
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UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
local, na melhor da hipóteses servirá para uma regeneração mais rápida do 
sistema energético.
Já os atletas de endurance seriam os mais interessados nessa terapia, pois com um 
maior aporte sanguíneo no tecido muscular resulta em maior disponibilidade de O2 
e outros nutrientes, podendo elevar o volume máximo de oxigênio (VO2máx), dessa 
maneira o atleta se beneficiará durante a competição, obtendo um maior desempenho. 
Esse tipo de terapia envolvendo o VEGF tem sido realizado entre os atletas de forma 
ilícita, por ser difícil determinar quando as alterações genéticas de um indivíduo são 
inatas ou artificiais.
Leptina: trata-se de um hormônio peptídico o qual é produzido principalmente no 
tecido adiposo. Apresenta como principal ação a relação com o controle da sensação de 
fome e saciedade, redução do consumo alimentar e consequente perda de peso, também 
é um candidato para abuso como doping genético. Este pode ser utilizado por atletas 
que dependam de um maior controle do seu peso, como por exemplo, lutadores de judô 
onde, as categorias são divididas com base no peso dos atletas.
Endorfinas e encefalinas: são peptídeos endógenos que possuem atividade 
analgésica. O uso desses genes como terapia gênica surge no sentido de melhorar o 
desempenho esportivo devido à diminuição da sensação de dor associada a algum tipo 
de lesão, fadiga ou excesso de treinamento. Fato esse que em teoria, permitiria que 
atletas treinassem mais, ou ainda evitaria seu afastamento mesmo que temporário de 
treinos e competições por pequenas lesões.
PPAR-δ: as proteínas dessa família atuam como fatores de transcrição de genes 
envolvidos no metabolismo de carboidratos e lipídeos. 
Wang YX et. al., 2003 em seu estudo com camundongos obesos observou que o PPAR-δ 
diminui a quantidade de tecido adiposo, reduzindo o peso corporal e aumentando a 
termogênese. 
Seria, portanto, umas das justificativas para o interesse de atletas em usar PPAR-δ para 
doping genético. A melhora na oxidação lipídica, além de reduzir a adiposidade, o que 
é interesse para boa parte dos atletas, pois, haveria uma preservação nos estoques de 
glicogênio devido a maior oxidação dos ácidos graxos e consequentemente um aumento 
do tempo de tolerância ao esforço.
Novamente Wang XY em 2008, estudaram o papel do PPAR-δ na conversão de fibras 
musculares do tipo II em fibras do tipo I(48), sendo este o segundo provável motivo 
para atletas se utilizarem desse para doping genético. Sendo assim, modalidades que 
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TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
não dependem de força, porém exigem baixo peso e baixo percentual de gordura (como 
maratonistas, nadadores, patinadores, marchadores e outros) seriam potencialmente 
os mais interessados na transferência do gene PPAR-δ.
Enfim, existem vários genes que teriam a capacidade de promover ganhos no 
desempenho atlético, o que poderia ser decisivo em muitas modalidades. Toda via os 
métodos tradicionais de detecção de doping ainda não são capazes de detectar o uso do 
doping genético. Esse fato faz com que a necessidade de ampliação de conhecimento 
sobre esse assunto seja intensificada, não só no meio cientifico, mas também no meio 
esportivo, com o propósito de que novas estratégias de controle e detecção sejam 
estudadas e colocadas em prática.
E como pode ser introduzido um gene no 
genoma humano in vivo?
A introdução de um gene no genoma humano pode ser feito pelos seguintes métodos:
 » Biológicos à vetor viral, onde vírus são manipulados de maneira a eliminar 
sua patogenicidade, contudo, sem eliminar sua capacidade de infectar as 
células do organismo. Em seguida, é colocado no DNA do vírus o gene de 
interesse, por meio de técnicas de engenharia genética. Assim, quando o 
vírus infectar uma determinada célula, terá consigo uma cópia do gene 
que se deseja expressar. 
 » Físicos à injeção direta. Neste caso, é DNA é injetado com o auxílio 
de micromanipulador, diretamente no núcleo da célula. Porém, um 
número muito pequeno de células sofre de fato as alterações necessárias, 
geralmente as células mais próximas da região tratada. Por isso, apesar de 
ser a maneira mais simples, pois é direta e utiliza uma quantidade muito 
pequena de DNA em relação aos outros processos, é a menos utilizada.
 » Químicos à usando lipossomas. Lipossomas são um dos transportes 
de vetores não virais mais comuns, as esferas lipídicas podem ser um 
importante meio para a transferência gênica, não sendo necessário a 
introdução de um vírus, logo não há um risco com o qual se preocupar.
O método mais utilizado para realizar essa transferência de material genético para a 
célula é pelo meio biológico.
Os genes responsáveis pela síntese de hormônio do crescimento, do fator de crescimento 
tipo insulina (IGF-I) e da eritropoietina são exemplos de alguns genes mais específicos 
e/ou relevantes para o doping e que já se encontram disponíveis.
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UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
Devido ao fato deste tipo de doping ser relativamente novo, há poucas evidências sobre 
as consequências dessa prática.
Quais são os métodos de dopagem?
Como se dá a dopagem genética?
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CAPÍTULO 3
Esteroides anabolizantes
Logo no início da lista de substâncias proibidas pela WADA, já se encontram os 
esteroides anabolizantes. A lista é bem clara logo em suas primeiras frases quando diz: 
“Agentes anabolizantes são proibidos”. Contudo, ainda são muito utilizados por muitos 
atletas e não atletas na busca de melhores resultados.
O documentário Bigger, stronger & faster (Maior, mais forte, mais rápido) retrata o 
uso de esteroides anabolizantes por uma família americana. Este documentário está 
atualmente disponível na internet. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=h8ADP6C7rKM>.
Os hormônios esteroides podem ser agrupados em três categorias:
 » Estrogênio: hormônios femininos produzidos no ovário e sua ação 
desencadeia as características sexuais femininas.
 » Androgênio: hormônios masculinos produzidos principalmente 
nos testículos e responsável pela produção de características sexuais 
masculinas como: a massa muscular, a força, os pelos faciais e corporais, 
o engrossamento da voz e a velocidade de recuperação da musculatura.
 » Cortisona: produzida por ambos os sexos e tem efeito analgésico e anti-
inflamatório.
Ambos os sexos produzem os dois hormônios, porém com predominâncias diferentes. 
Os esteroides anabólicos são um subgrupo dos androgênios. Pelas suas propriedades 
anabólicas, aumentam a massa muscular e a força.
Compreendendo...
Exógeno à no contexto desta apostila, exógeno pode ser entendido como uma 
substância que o corpo não produz naturalmente;
Endógeno à se refere a uma substância que pode ser naturalmente produzida 
pelo corpo.
30
CAPÍTULO 4
Esteroides Androgênicos Anabolizantes 
(EAA) 
Definição: São hormônios sexuais, responsáveis pelas características masculinas com 
alta capacidade de estimular síntese proteica.
No homem adulto bem como no adolescente, os hormônios sexuais, os quais são 
denominados androgênicos ou andrógenos, incluem testosterona, diidrotestosterona e 
androstenodiona, sendo a principal fonte para a síntese destes hormônios o colesterol 
onde por meio de diferentes reações bioquímicas, que ocorrem principalmente nas 
gônadas, promovendo várias alterações na estrutura química da molécula alterando 
assim sua nomenclatura e principalmente sua ação no organismo. A Figura 5 apresenta 
de maneira didática como são formadosos hormônios a partir da molécula de colesterol 
e na figura 6 é possível observar que pequenas alterações na molécula, são capazes de 
causar grandes alterações na ação final desta.
Por exemplo, o colesterol que não exerce diretamente nenhum efeito anabólico, é 
transformado em testosterona, esta sim com grande capacidade anabólica. E pequenas 
diferenças nos grupos substituintes dos anéis, por exemplo, hidroxilas (HO) podem 
alterar completamente a testosterona em desidroepiandrosterona, que é 20 vezes 
mais potente.
No homem, a maior parte da testosterona circulante é produzida pelas células de 
Leydig (células que se encontram entre os tubos seminíferos, nos testículos, sintetizam 
a testosterona, quando estimuladas pelo hormônio luteinizante) produzem cerca de 
95% do total de testosterona circulante enquanto os outros 5% são produzidos pela 
glândula suprarrenal. Outros EAA também são sintetizados no organismo como:
 » Di-hidrotestosterona (DHT): é por volta de 20 vezes mais potente que 
a testosterona, devido a maior afinidade por receptores androgênicos. 
Este é formado na próstata, testículos e glândulas adrenais, por meio da 
enzima 5α-redutase.
 » Androstenediona: a androstenediona não exerce uma função anabólica 
de maneira direta, esta é considerada um pré-hormônio, ou seja, um 
precursor da síntese de testosterona e estradiol.
 » Desidroepiandrosterona (DHEA): sintetizado pelas gônadas, glândulas 
adrenais e pele, entre outros. É também um precursor da testosterona.
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TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
Figura 5. Biossíntese da testosterona. A testosterona é sintetizada a partir do colesterol por uma sequência de 
cadeias enzimáticas dentro das células de Leydig, localizadas no interstício do testículo maduro.
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2002001500013%094#figura10>. Acesso em: 29 
set. 2014.
Figura 6. Estrutura molecular do colesterol, testosterona, androsterona e desidroepiandrosterona. É possível observar 
a semelhança entre estas moléculas e que pequenas alterações, também alteram sua ação no organismo.
Fonte: Próprio autor.
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UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
Os hormônios esteroides também são produzidos pelo córtex da suprarrenal e pelas 
gônadas femininas (ovário), porém em quantidade pouco significativa. A testosterona 
é produzida diariamente, nos homens, a sua concentração plasmática varia entre 0,2 à 
1,0 µg/dl no adulto, sendo a produção diária de 2 à 10 mg. 
A testosterona também está presente no plasma de mulheres em concentrações 
de cerca de 15 à 65 ng/dL em função do ciclo menstrual. E é derivado em partes 
aproximadamente iguais dos ovários e glândulas suprarrenais e pela conversão 
periférica de outros hormônios.
Esses hormônios sexuais exercem um papel muito importante no metabolismo basal, 
aumentando o número de hemácias, o volume de sangue e líquidos extracelulares, a 
síntese de proteínas e o desenvolvimento muscular a retenção de cálcio e crescimento 
ósseo, daí então o motivo de sua utilização para fins de dopagem. Os esteroides anabólicos 
androgênicos sintéticos produzidos pelas indústrias farmacêuticas são apresentados de 
diversas formas: creme, spray nasal, supositório, selo de fixação na pele (transdermal) 
e sublingual, porém os mais conhecidos e utilizados são esteroides orais e injetáveis.
Os injetáveis são considerados menos nocivos do que os orais, porque não passam 
pelo processo de alcalinização, o qual pode causar disfunção hepática. Estes esteroides 
injetáveis passam para a corrente sanguínea via intramuscular. Outra vantagem é que 
os esteroides injetáveis de base oleosa são liberados aos poucos na circulação visto 
que o óleo se dissipa lentamente do local da aplicação devido a sua viscosidade. A 
desvantagem dos injetáveis é que eles apresentam maior nefrotoxidade.
A testosterona foi produzida de maneira sintética pela primeira vez no ano de 1935, já 
em 1939 foi sugerido que sua utilização poderia aumentar o desempenho de atletas e a 
primeira vez em que seu uso foi detectado em esportes competitivos, ocorreu durante 
o ano de 1954, na Áustria, utilizado por atletas russos em um campeonato mundial de 
levantamento de peso.
Os esteroides endógenos principalmente a testosterona são os preferidos devido sua 
dificuldade em ser detectada. Mas esteroides sintéticos como boldenona, nandrolona, 
metenolona e o estanozolol também são amplamente utilizados. Esses foram 
desenvolvidos a partir de alterações na estrutura química da testosterona tendo como 
objetivo a diminuição dos efeitos androgênicos e aumento da capacidade anabolizante.
Segundo os autores Henrique M.G. Pereira; Monica C. Padilha e Francisco Radler de 
Aquino Neto existem alguns fatores que influenciam o perfil de EAA endógenos são eles:
 » Origem étnica da população;
 » Variações de gênero e intraindividuais; 
33
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
 » Patologias; 
 » Condicionamento físico; 
 » Tempo de coleta da urina; 
 » Ingestão de substâncias (carne contaminada com hormônios, álcool, 
complementos nutricionais, esteroides anabólicos androgênicos e agentes 
mascarantes). 
Para conseguir os efeitos desejados é comum que os atletas frequentemente façam 
combinações diferentes com dois ou mais compostos em ciclos de semanas ou meses na 
tentativa de melhorar os efeitos do mesmo, esse empilhamento também é chamado de 
“stacking” . As doses utilizadas são no mínimo o dobro das doses indicadas na terapêutica, 
podendo facilmente ultrapassar em 10 vezes ou mais o valor das doses terapêuticas.
Vale ressaltar, as quantidades tomadas estão longe de ser as quantidades hormonais 
endógenas, sendo assim levam a uma retroalimentação negativa (feedback negativo) 
o que provoca uma inibição da produção destes hormônios de maneira endógena, 
podendo em alguns casos causar atrofia das gônadas, tornando o indivíduo hipogonadal 
e um possível usuário da TRT (terapia de reposição hormonal). Especula-se que vários 
atletas famosos do The Ultimate Fighter (UFC) que fazem uso da TRT, fizeram o uso 
abusivo de EAA por um longo período.
Os EAA são geralmente utilizados em ciclos, ou seja, iniciam com baixas doses que vão 
aumentando gradualmente até o meio do ciclo e da mesma forma gradual, diminuem 
até o final desses ciclos, que é chamado de pirâmide. Esses ciclos compreendem 4-18 
semanas de utilização dos esteroides com a suspensão do tratamento variando de 1 mês a 
1 ano. Já a frequência com que serão administrados irá depender diretamente ao tempo 
de meia-vida do anabolizante, ou seja, o período necessário para que seja metabolizado 
50% da dose inicial, sendo que este é maior para os anabolizantes administrados por 
via oral.
Dos vários tipos de EAA existentes, os mais utilizadas no Brasil, sendo por via oral ou 
injetáveis são: Oxandrolona (Anavar®), Undecanoato de Testosterona (Androxon®), 
Decanoato de Nandrolona (Deca-Durabolin®), Propionato de Testosterona, 
Fenilpropionato de Testosterona, Isocaproato e Caproato de Testosterona (Durateston®), 
Estanozolol (Winstrol®), Trembolona (Parabolan®) e Hormônio de Crescimento (GH).
1. Quais são as categorias que os hormônios esteroides podem ser 
agrupados?
2. Quais são os fatores que influenciam o perfil de EAA endógenos?
34
UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
Principais efeitos
Esteroides anabólicos quando administrados por longos períodos de tempo podem 
promover um ganho de massa muscular e concomitantemente um maior ganho de força 
para o atleta e devem melhorar o desempenho em modalidades que tais propriedades 
são requeridas.
As fibras musculares aumentam tanto em número como em tamanho, devido aos 
efeitos pronunciados do estímulo de síntese proteica causados pela administração 
de anabolizantes.
Outros efeitos não tão conhecidos são apresentados por do Vale. Se colaboradores, que 
demonstramque a utilização do DHEA causa uma ação contrária do cortisol no sistema 
nervoso central levando a um aumento da capacidade de concentração e melhora a 
memorização. Outros estudos também mostram a utilização do DHEA no tratamento 
da depressão.
Toxicidade e efeitos adversos
Vários são os efeitos adversos e indesejados causados por EAA como: depressão; 
dependência; doenças cardiovasculares (aterosclerose e infarto agudo do miocárdio); 
anormalidades hepáticas (colestases e tumores) e aumento da secreção das glândulas 
sebáceas tendo como consequência a formação exagerada de acne, oleosidade da pele e 
cabelo, alopecia, dermatite seborreica e hepatotoxicidade. 
Em mulheres que fazem uso desta droga pode ocorrer virilização, anovulação e amenorreia.
O uso dos EAA por homens pode levar à atrofia testicular, infertilidade, perda de libido 
e ginecomastia.
Figura 7. Toxicidade e efeitos adversos.
Fonte: Retirada da Apostila da Coleção “Química no Cotidiano – Vol. 3”
35
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
Quando há a interrupção do uso dos EAA, na chamada Terapia Pós-ciclo, que é realizada 
com o intuito de evitar e minimizar os efeitos colaterais decorrentes a utilização de 
esteroides, tais como restaurar a produção endógena testosterona por meio do controle 
hipotalâmico-hipofisário e outros efeitos já descritos anteriormente, os protocolos que 
são seguidos para tal incluem o uso abusivo de fármacos como Clomifeno, Tamoxifeno 
e Vitamina E.
Muito tem se falado sobre o desenvolvimento de tumores hepáticos Vs utilização de 
anabolizantes, esse fato pode ser explicado em partes, devido aos distúrbios causados 
no estado hormonal do organismo, pois após o uso de anabolizantes há uma redução 
acentuada e importante na produção de hormônios endógenos. Esses distúrbios na 
regulação hormonal refletem no metabolismo intracelular fazendo com que muitas 
células tornem-se alvos de substâncias carcinogênicas. A outra hipótese é o possível 
acúmulo de hepatócitos na veia hepática que prejudicaria a circulação sanguínea, 
causando acumulo de metabólitos carcinogênicos.
36
CAPÍTULO 5
Outros agentes anabólicos
Existem algumas substâncias que não apresentam um mecanismo de ação similar aos 
esteroides, estas substâncias então, são agrupadas na classe de outros anabólicos, esse 
é o caso do:
 » Clembuterol: remédio para pacientes asmáticos. Este remédio é capaz 
de estimular as células marrons do corpo, inibindo a proteólise, sendo 
utilizado como um anticatabólico proteico.
 » Zeranol: um semissintético com atividade estrogênica proibido em vários 
países como Itália, Alemanha e Brasil. É na verdade um anabolizante 
utilizado em bovinos.
 » Zilpaterol: outro anabolizante utilizado em bovinos. Atua como um 
β-Agonista, estimulando receptores β2. No tecido adiposo ele estimula a 
lipólise e no tecido muscular a hipertrofia (será melhor explicado adiante).
Hormônios como agentes de dopagem
Eritropoietina (EPO): hormônio sintetizado principalmente pelos rins e regula 
a velocidade de síntese dos eritrócitos. Já a epoietina conhecida também como 
eritropoietina recombinante humana, é um derivado da eritropoietina preparada com 
técnicas da engenharia genética para tratamentos de doença como a anemia proveniente 
da falência renal crônica. Desde 2001, é comercializada uma forma modificada de 
eritropoietina conhecida como darbepoetina, sendo essa 10 vezes mais potente e sua 
meia vida mais longa quando comparada ao hormônio endógeno. Essas substâncias 
têm sido utilizadas por atletas na tentativa de estimular a produção de eritrócitos e 
assim aumentar a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue, o que poderia 
assim melhorar o desempenho em esportes de resistência.
O Council on Scientific Affairs of American Medical Association afirma 
que hematócritos acima de 0,55 estão associados com o risco de reações tóxicas como 
encefalopatias, distensão vascular, diminuição do fluxo sanguíneo e hipóxia. Após seu 
uso a produção de hemácias continua por 5 a 10 dias podendo atingir níveis perigosos, 
mas embora os níveis do hormônio administrado diminuam após uma semana, os 
efeitos biológicos ainda persistem por bastante tempo, pois os eritrócitos que foram 
produzidos permanecem de 3 a 4 meses na corrente sanguínea.
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TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
Gonadotrofinas: a gonadotrofina coriônica humana (hCG) é uma glicoproteína 
produzida em grande quantidade durante a gravidez. Com pico de concentração entre 
a 8a e a 10a semana seguida de declínio até a 20a semana.
Em homens e mulheres não grávidas é secretada em pequenas quantidades. Mas essa 
glicoproteínas tem sido utilizadas por atletas para estimular a produção de testosterona 
antes das competições e ainda na prevenção de atrofia testicular, a qual é verificada 
durante ou após a utilização por tempo prolongado de substâncias androgênicas.
Esse hormônio estimula não só a formação da testosterona mas também da 
epitestosterona sem que haja um aumento na relação existente entre essas substâncias 
(T/E). Outro efeito “benéfico”, em teoria, seria o estímulo na formação de eritrócitos, 
pois esse age sobre a produção de eritropoietina. 
A utilização de hGC pode apresentar alguns efeitos colaterais, efeitos esses que são 
indesejáveis para os homens:
 » Ginecomastia.
Já em mulheres até o momento não há evidências que o uso de hCG possa melhorar o 
rendimento esportivo.
Insulina: Seu uso se iniciou com o intuito de estimular a gliconeogênese bem como 
a síntese proteica. Vale ressaltar que essas informações não são comprovadas e 
adicionalmente o uso de insulina por indivíduos saudáveis pode levar a hipoglicemia 
letal. Seu uso só é permitido em atletas diabéticos insulino-dependentes.
Corticotrofina (ACTH): utilizada como agente de dopagem por causar aumento 
nos níveis de corticosteroides endógenos no sangue, podendo assim diminuir possíveis 
inflamações e permitindo que o atleta se recupere mais rapidamente de uma lesão. 
Contudo, a sua utilização por tempos prolongados pode levar a efeitos negativos para o 
atleta como, por exemplo, diminuição da síntese proteica e o catabolismo proteico levando 
a uma perda da massa muscular, visto que corticosteroides têm um efeito proteolítico.
Outros efeitos indesejados decorrentes da utilização do ACTH são: hipertensão 
arterial sistêmica; amenorreia; osteoporose; fraqueza muscular e síndromes psiquiátricas.
Agentes com atividade antiestrogênica
Inibidores de aromatase: possuem ação antiestrogênica. Foram inicialmente 
desenvolvidos para serem utilizados por mulheres principalmente na prevenção e no 
tratamento conjunto em cânceres de mama estrogênio-dependente.
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UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
A aromatase é uma enzima responsável por metabolizar a testosterona em estrona. A 
inibição dessa enzima é capaz de aumentar a concentração de testosterona plasmática 
em homens, sendo assim justificada sua proibição nos esportes. Outra utilização de 
inibidores de aromatase é para inibir efeitos colaterais como a ginecomastia.
Até o presente momento nenhum efeito desta alteração na concentração de testosterona 
plasmática foi observado em mulheres.
O fato é que o uso dos esteroides anabolizantes tem uma finalidade terapêutica 
muito importante em diversas patologias como é o caso das anemias atípicas, 
no sentido de estimular a produção de sangue nesses pacientes.
Já em pacientes com AIDS, carcinomas são utilizados para estimular o apetite e 
promover o crescimento da massa corporal.
A testosterona é prescrita ainda no sentido de suprir a deficiência da 
função endócrina dos testículos e aumentar a síntese proteica nos casos de 
hipogonadismo, puberdade e crescimento retardado.
39
CAPÍTULO 6
Terapia Pós Ciclo (TPC)
Trata-se de um regime dietético e medicamentoso que suprime ou bloqueia o 
estrogênio, atuando diretamente sobre o eixo hipotálamo, pituitária etestículos. A 
TPC é realizada por usuários de esteroides anabolizantes no intuito de compensar e 
minimizar os efeitos decorrentes colaterais como ginecosmastia, atrofia dos testículos, 
perda de libido.
Outra necessidade de realizar a TPC vai ao sentido de evitar a perda de massa muscular 
ao final do período de utilização dos esteroides anabolizantes. 
Drogas antiestrogênicas e moduladores seletivos do receptor de estrógeno como 
clomifeno, tomaxifeno, anastrozol e tribulus terrestris são utilizadas na tentativa de 
diminuir os efeitos resultantes da produção de estrógenos durante a utilização de EAA. 
Normalmente, deve-se iniciar a TPC após encerrar um ciclo.
Abaixo, é apresentado um quadro demonstrando algumas das receitas utilizadas na 
terapia pós-ciclo. Observe que o intuito é de apresentar ao aluno algumas das loucuras 
realizadas por alguns indivíduos em busca de um melhor desempenho.
Quadro 3. TPC SERMs (Selective Estrogen Receptor Modulators) .
Semana 1 Semana 2 Semana 3
Clomifeno: 100mg/dia Clomifeno: 50mg/dia Clomifeno: 50mg/dia
Tamoxifeno: 40mg/dia Tamoxifeno: 40mg/dia Tamoxifeno: 40mg/dia
Vitamina E: 1.000UI/dia Vitamina E: 1.000UI/dia Vitamina E: 1.000UI/dia
 
Semana 4 Semana 5 Semana 6
Tamoxifeno: 40mg/dia Tamoxifeno: 20mg/dia Tamoxifeno: 20mg/dia
Vitamina E: 1.000UI/dia    
Fonte: Próprio autor.
Das drogas prescritas nesta terapia tanto o clomifeno quanto o tamoxifeno exercem 
a mesma função, modular seletivamente os receptores de estógeno. Já a vitamina E 
é indicada como antioxidante. Porém, alguns estudos indicam que doses acima de 
400UI/dia estão relacionadas com a perda da visão.
Outra substância que pode ser utilizada é a gonadotrofina coriônica humana devido 
aos motivos mencionados anteriormente (aumento da produção de testosterona 
e epitestosterona). 
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UNIDADE II │ TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES
Alguns usuários EAA também utilizam ou indicam o uso de uma erva conhecida como 
tribulus terrestris, uma erva daninha nativa de regiões quentes comumente conhecida 
como a “videira da punctura” (picada ou ferimento feito com punção). A tribulus 
terrestris tem sido usada durante séculos na Europa para tratamento da impotência e 
como estimulante para ajudar a aumentar o impulso e o desempenho sexual.
É utilizado por muitos atletas na TPC ou durante períodos de treinamento, tendo 
como objetivo aumentar a liberação do hormônio luteinizante para, assim, aumentar 
a produção de testosterona. Acredita-se que este tem atuação positiva na força física 
e resistência, bem como na produção de espermatozoides, melhoramento da função 
erétil, podendo trazer benefícios para homens que desejam melhorar seu desempenho 
sexual e até mesmo para mulheres que desejam aumentar a libido.
As últimas pesquisas sobre TT não foram capazes de demonstrar nenhuma relação 
entre a ingestão de TT e o aumento na produção de testosterona tornando-o inútil como 
agente de TPC.
Moduladores seletivos de receptores 
Androgênicos
Agonistas β2
Definição
Os agonistas de receptores β podem ser utilizados para estimular a frequência cardíaca 
e a força de contração cardíaca.
Alguns exemplos dessas drogas são: salbutamol, atenolol, bisoprolol, carvedilol, 
metropolol, nadolol, propranolol. Esses fármacos são utilizados no tratamento da asma 
e cardiopatias. 
O uso oral desses fármacos pode aumentar a resistência e diminuir a fadiga muscular, 
porém a dose a ser utilizada visando o aumento da performance tem que ser de 10 a 20 
vezes maior que a utilizada para fins terapêuticos. O uso de forma inalatória dessa classe 
de medicamentos não ocasiona nenhum efeito no desempenho de atletas não asmáticos, 
muito menos causa algum efeito anabólico, porém torna-se importante sua citação uma 
vez que ocasiona uma melhora na função pulmonar, devido à broncodilatação, podendo 
proporcionar uma maior captação e O2 e eliminação de CO2 pelas vias aéreas.
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TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
É considerado o uso não terapêutico planejado de salbutamol e fomoterol quando a 
concentração destes na urina for:
 » Salbutamol: superior a 1000 ng/ml;
 » Formoterol: superior a 40 ng/ml. 
Sendo assim, considerado como um resultado analítico adverso, a menos que o atleta 
prove, por meio de um estudo farmacocinético controlado, que este resultado anormal 
é consequência do uso da dose terapêutica inalada até o limite máximo exposto acima.
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CAPÍTULO 7
Hormônio do Crescimento (GH)
O GH (growth hormone), também chamado de hormônio do crescimento é secretado 
pela hipófise anterior e exerce importantes efeitos no crescimento de todos os tecidos. 
Enquanto o hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHrh), que é sintetizado 
no hipotálamo, estimula a liberação do GH pela hipófise anterior. Há também um 
hormônio responsável pela a inibição da secreção de GH, chamado de somatostatina. 
Inicialmente imaginava-se que o GH era o principal responsável pelo crescimento dos 
tecidos. Porém, há alguns anos descobriu-se que este, ao passar pelo fígado, estimula 
a liberação hepática de somatomedinas, principalmente a somatomedina C, também 
conhecida como fator de crescimento do tipo insulina – IgF – 1, esta sim promovendo o 
crescimento sendo a atividade dessas duas substâncias no músculo, similares, variando 
a intensidade do efeito.
Efeitos desejados
 » Estimula a síntese proteica e o crescimento;
 » Aumenta a gliconeogênese hepática; 
 » Bloqueia a entrada de glicose no tecido adiposo a fim de favorecer a 
mobilização de gordura.
Sabe se que o GH aumenta a síntese proteica muscular, mas a proteína do tecido 
conjuntivo — o colágeno aumenta mais do que a proteína contrátil. Deve-se a isso o fato 
de muitas vezes o ganho de força não ser proporcional ao ganho de massa muscular. 
Acredita-se ainda que seu uso reduza os depósitos de gordura, pois, facilita a entrada da 
gordura na célula muscular na forma de acetilcoenzima A (acetil-CoA) e produz efeitos 
similares aos dos esteroides anabólicos, sem apresentar os mesmos efeitos adversos.
A alta ingestão de aminoácidos associada à realização de exercícios físicos também 
pode estimular a secreção de GH, sendo assim muitas vezes os atletas aumentam a 
intensidade de seus treinos e consomem uma dieta rica em proteínas.
Toxicidade e efeitos adversos
O GH provoca efeitos que influenciam negativamente no metabolismo de carboidratos, 
são eles:
43
TRANSPORTADORES DE OXIGÊNIO, DOPING GENETICO E ANABOLIZANTES │ UNIDADE II
 » Diminuição da captação de glicose pelo músculo esquelético e pelas 
células de gordura.
 » Aumento da gliconeogênese, processo de síntese de glicose feito pelo 
fígado.
 » Aumento na secreção de insulina.
Veja que estes efeitos estão relacionados entre si, ou seja, a diminuição da captação de 
glicose e o aumento da gliconeogênese elevam a concentração de glicose sanguínea o 
que gera uma maior liberação de insulina. Todos estes efeitos estão relacionados com 
resistência a insulina, podendo a lingo prazo, ocasionar efeitos como a Diabetes tipo II. 
Por isso, os efeitos do GH também são conhecidos como diabetogênicos.
Figura 8. Efeitos colaterais do uso excessivo de GH.
Fonte: Adaptada de Cuneo RC, Wallace JD, Sönken P. Growth hormone abuse in elite athletes. In: Karch SB, editor. Drug abuse 
handbook. Boca Raton: CRC Press, 1998.
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UNIDADE IIIESTIMULANTES E 
ANOREXÍGENOS
CAPÍTULO 1
Simpatomiméticos
Entre os estimulantes, os simpatomiméticos são os mais utilizados como agentes 
de dopagem. 
Estas substâncias mimetizam (imitam) os efeitos causados por um aumento da 
atividade do sistema nervoso simpático. Quando consumidas em doses terapêuticas, 
provocam sensação de maior energia e capacidade de concentração, porém estes efeitos 
irão sempre depender da dose utilizada, da via de administração e padrão de uso.
Seus efeitos indesejados incluem:
 » Taquicardia;
 » Anorexia;
 » Insônia;
 » Irritabilidade;
 » Hipertensão;
 » Cefaleia;
 » Ansiedade;» Tremor.
A maioria dos efeitos adversos observados na utilização desses é resultante do excesso 
de estímulo do SNC (Sistema Nervoso Central) e incluem além dos já citados acima: 
 » Vertigem;
 » Tremor;
 » Reflexos hiperativos;
45
ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS │ UNIDADE III
 » Aumento da libido;
 » Delírio;
 » Paranoia;
 » Alucinações.
São observados também efeitos cardiovasculares como:
 » Palpitações;
 » Angina; 
 » Arritmias;
 » Hiper ou hipotensão;
 » Bradi ou taquicardia;
 » Colapso cardiovascular.
A utilização abusiva de anfetaminas em grande escala ocorreu durante a II Guerra 
Mundial, época em que foram realizadas pesquisas para sintetizar substâncias 
na tentativa de retardar o aparecimento de fadiga nos soldados. 
Uma metanfetamina chamada Pervitin® a qual foi desenvolvida na Alemanha e 
utilizada de forma ampla por pilotos em voos noturnos e por soldados durante as 
longas marchas realizadas. A utilização desse fármaco fazia com que aumentasse 
o tempo necessário para que a exaustão fosse atingida e sendo assim os soldados 
continuavam a marchar apesar da formação de bolhas nos pés.
Anfetaminas
Definição
Anfetaminas são estimulantes utilizados, sobretudo na recuperação da fadiga e aumento 
da resistência. É uma amina simpatomimética e uma das mais potentes na estimulação 
do SNC.
Várias mortes de atletas que utilizavam anfetaminas, já foram registradas, mesmo em 
doses consideradas normais, a utilização das mesmas tem causado a morte de atletas 
quando em condições de atividade física máxima. Em 1960, o ciclista dinamarquês 
Knut Jenseh, morreu durante a Olimpíadas de Roma após ingerir anfetaminas. O 
laudo médico inicial informava que o atleta teria morrido devido à insolação, porém, a 
autópsia comprovou que o atleta havia ingerido grandes quantidades de anfetaminas.
46
UNIDADE III │ ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS
O femproporex e o clobenzorex, que são derivados das anfetaminas, são utilizados 
amplamente como anorexígenos no Brasil, com indicação médica no tratamento 
da obesidade. Esses derivados se transformam no organismo por meio de reações 
bioquímicas, em anfetaminas.
Efeitos desejados
Seus efeitos mais pronunciados são:
 » Maior estado de vigília e alerta;
 » Menor sensação de fadiga; 
 » Maior autoconfiança e capacidade de concentração.
A intoxicação por estimulantes leva a uma ativação excessiva do sistema nervoso 
simpático, tendo como resultantes a taquicardia e a hipertensão os quais podem levar a 
um infarto agudo do miocárdio.
Esse tipo de intoxicação cursa com um importante componente que é a “queda brusca”, 
que ocorre como uma diminuição do efeito da droga. Alguns sinais e sintomas como a 
disforia, fadiga, irritabilidade e a depressão ocorrem frequentemente algumas horas 
após o termino do efeito do estimulante.
Toxicidade e efeitos adversos
As anfetaminas exercem ações poderosas no Sistema Nervoso Central (SNC).
Respostas Cardiovasculares: 
 » Elevação da pressão arterial;
 » Diminuição da frequência cardíaca (uso crônico).
Respostas do SNC
 » Alteração no controle da temperatura corporal;
 » Midríase;
 » Ansiedade;
 » Crises convulsivas e outros.
47
ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS │ UNIDADE III
No filme Requiem for a dream, em português Réquiem para um sonho, de 2000, 
é retratado o uso de diferentes drogas. Neste a personagem Sara Goldfarb, 
protagonizado pela atriz Ellen Burstyn, passa a utilizar anfetaminas. O filme 
retrata nesta personagem como esta droga pode ser prejudicial, apresentando 
alguns de seus efeitos colaterais.
Vale ressaltar que o desempenho de algumas tarefas mentais simples é aprimorado, 
mas embora o indivíduo possa realizar mais trabalho, o número de erros que o mesmo 
pode vir a cometer aumenta. Assim, quando falamos de desempenho físico, melhora-se 
por este motivo que tal fármaco é com frequência utilizado.
Seus efeitos tóxicos agudos normalmente são extensões de seus efeitos terapêuticos e 
em geral resultam de superdosagem.
 » Efeitos no SNC: inquietação, tontura, tremor, reflexos hiperativos, 
irritabilidade, fraqueza, insônia, ansiedade, confusão. 
 » Efeitos cardiovasculares: muito comuns e incluem cefaleia, dor anginosa, 
arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão e colapso circulatório.
Sua dose tóxica pode variar amplamente.
Um estudo que avaliou jogadores de futebol americano mostrou que indivíduos 
que atuam em posições que exigem grande concentração tendem a utilizar 
doses mais baixas (5-10mg) enquanto jogadores de defesa e ataque, os quais 
necessitam de maior força e agressividade fazem uso de até 150mg antes 
das partidas.
O uso de anfetaminas voltou a preocupar recentemente devido ao seu consumo por 
via respiratória. Usuários de droga descobriram que a metanfetamina poderia ser 
“fumada”, tendo como vantagem que o tempo de duração dos efeitos é muito mais 
prolongado. Nessa forma, a metanfetamina é conhecida como ice.
Outra substância que os atletas têm utilizado é a Efedrina. A qual é um agonista 
tanto de receptores α quanto β, também intensifica a liberação de norepinefrina dos 
neurônios simpáticos, sendo, portanto um agente simpatomimético de ação mista. Os 
alcaloides provenientes da ephedra são utilizados no tratamento de asma e alergias. Mas 
essa substância tem sido utilizada por atletas de modalidades esportivas que exigem 
massa muscular desenvolvida e vigor físico acentuado. Como a maioria das drogas, 
seus efeitos psicomotores são dose-dependentes. Em doses de 75-150mg/70 Kg, pode 
produzir efeitos similares aos das anfetaminas (em doses de 15-30mg/70 Kg). Quando 
em doses consideradas terapêuticas, ou seja, 25mg/70 Kg, produz efeitos periféricos, 
48
UNIDADE III │ ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS
mas em doses acima de 75mg/70 Kg, pode atravessar a barreira hemato encefálica e 
produzir efeitos no SNC.
Alguns simpatomiméticos como a própria efedrina pode ser normalmente encontrada 
em remédios utilizados para resfriados, gripes e alergias. Sendo assim, é preciso que 
o atleta receba orientação para não utilizarem tais medicamentos quando em período 
de competições. Mas vale ressaltar que concentrações urinárias abaixo de 10µg/mL de 
efedrina são toleradas pela WADA.
Apesar de parecer pouco provável o doping por cocaína é bem frequente e preocupante 
entre os atletas, inclusive atletas consagrados.
Diversas mortes foram relatadas devido ao consumo dessa droga, principalmente 
quando eram combinadas com estimulantes e agentes anabolizantes.
Mas na maioria dos casos onde a cocaína é utilizada não fica caracterizado a finalidade 
do uso, se é o aumento no desempenho atlético ou se era uso “recreativo”. Em doses 
menores é possível que a cocaína produza efeitos similares aos anfetamínicos no 
desempenho atlético, porém em provas de longa duração os atletas dão preferência 
ao uso de anfetaminas, devido à sua meia-vida biológica (7-14h) ser maior que a da 
cocaína (85 minutos).
Inibidores de receptação de Serotonina
Os Inibidores de receptação de serotonina (IRS) fazem parte da classe de fármacos 
usados no tratamento das síndromes depressivas, transtornos de ansiedade e alguns 
tipos de transtorno de personalidade. Agem bloqueando a recaptura de monoaminas, 
principalmente norepinefrina (NE) e serotonina (5-HT). São exemplos desses 
medicamentos: citalopram, fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina e sertralina, sendo que 
a sertralina e paroxetina são os mais potentes inibidores de recaptação.
Os IRS atuam aumentando a concentração extracelular do neurotransmissor serotonina 
ao inibir a sua recaptação pelo neurônio pré-sináptico, com esse aumento do nível de 
serotonina disponível para se ligar ao receptor pós-sináptico. 
Esses medicamentos são utilizados em casos de depressão leve, ataques de ansiedade 
ou pânico e distúrbio bipolar.
Eles são menos perigosos que os tricíclicos e não causam efeitos secundários autônomos, 
mas são possivelmente menos eficazes em casos de depressão profunda.
49
ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS │ UNIDADEIII
Em pessoas saudáveis e nas primeiras semanas em deprimidos os efeitos são:
 » Sedação;
 » Confusão;
 » Perda da coordenação motora precisa.
Toxicidade e Efeitos adversos
 » Náuseas;
 » Falta de apetite = anorexia (não confundir com anorexia nervosa, 
que subentende uma distorção mental do próprio corpo por parte do 
indivíduo);
 » Insônias;
 » Diminuição da função sexual;
 » Possível aumento de hostilidade, violência.
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CAPÍTULO 2
Produtos naturais
Cafeína
Existem diversos recursos ergogênicos oriundos de fontes naturais, ou seja, podem ser 
obtidos por meio da alimentação incluindo bebidas como é o caso da cafeína.
A cafeína também proporciona um efeito estimulante do sistema nervoso central. 
Esta vem sendo utilizada há muitos séculos como estimulante, sendo facilmente 
encontrada em algumas bebidas como café e chás. Atualmente também é encontrada 
em refrigerantes, chocolates, outros alimentos e uma infinidade de medicamentos. 
A utilização de cafeína é considerada um recurso ergogênico, pois, pode aumentar o 
rendimento esportivo de um atleta.
A cafeína pode aumentar o rendimento de um atleta através dos seguintes 
mecanismos:
 » Atuando como um estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC), onde 
ocorre um aumento da atividade simpática estimulando também a liberação 
de adrenalina, noradrenalina, acetilcolina (no músculo) entre outros, 
estimulando broncodilatação, vasodilatação e aumentando a força de 
contração muscular podendo assim ser utilizada por atletas que necessitam 
de “explosão muscular” (halterofilistas, corredores entre outros).
 » Pode também atuar em co-produtos da musculatura esquelética, 
causando alterações na concentração de íons e modulando positivamente 
a liberação do íon cálcio no sarcoplasma.
 » Aumento no potencial de oxidação dos ácidos graxos, poupando os 
estoques de glicogênio, dessa maneira prolongar a duração de um 
exercício, sendo assim, muito utilizada por atletas de endurance, por 
exemplo, ciclistas de longa distância.
Em 1984, a cafeína foi introduzida, pelo Comitê Olímpico Internacional – COI, na lista 
de substâncias proibidas sendo permitido somente concentrações abaixo de 15mcg/
ml na urina e assim permaneceu. Após a criação da WADA a cafeína foi também 
introduzida na “lista proibida” em 2003 e logo no ano seguinte, 2004, foi retirada da 
lista. Os principais motivos eram que a excreção na urina não refletia exatamente a 
dose utilizada pelo atleta, variando muito entre os atletas. Outra razão, é que era difícil 
51
ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS │ UNIDADE III
diferenciar a utilização da cafeína ingerida com propósitos sociais da consumida com 
propósitos ergogênico, já que uma xícara contendo 60ml, dependendo do modo de 
preparo, do tipo do café, pode conter facilmente 70mg de cafeína. Atualmente a cafeína 
é considerada pela WADA uma substância que necessita de monitoramento, podendo 
ou não voltar à lista de substâncias proibidas caso note-se um uso abusivo desta por 
parte dos atletas.
52
CAPÍTULO 3
Diuréticos e agentes mascarantes
Diuréticos
Não podemos deixar de falar dos diuréticos quando falamos de doping. Devido ao 
aumento de substâncias restritas, os atletas passaram a utilizar fármacos que até então 
não tinham seu uso considerado proibido, mas que poderiam retardar ou diminuir a 
eliminação dos produtos de dopagem, dificultando assim a detecção nos exames, como 
é o caso dos diuréticos.
Os diuréticos são substâncias com predomínio sintético, atuam diretamente nos rins 
sobre a função tubular aumentando a formação de urina.
A utilização ilícita dos diuréticos nos esportes surgiu na década de 1970, tornou-se 
bem popular entre os atletas por trazer vantagens mesmo que de forma indireta, na 
performance dos atletas, bem como por desempenhar a ação de agente mascarante, 
dificultando assim a identificação de outras substâncias além de também promover 
a redução do peso corporal, o que é muito muito necessário em modalidades onde a 
divisão pode ser feita pelo peso do atleta, como no judô.
Vale lembrar que no Brasil as especialidades farmacêuticas que contem diuréticos 
podem ser adquiridas sem prescrição médica nas farmácias. 
Os diuréticos podem ser divididos em cinco categorias de acordo com seus mecanismos 
de ação, são elas:
1. Inibidores da anidrase carbônica: o uso desse diurético causa uma 
maior eliminação de Na+ na urina, o que está diretamente relacionado 
com o transporte de água, tornando a urina mais diluída e elevando o pH, 
este tipo de medicamento caiu em desuso, mas ainda pode ser utilizado 
com o objetivo de mascarar um exame;
2. Diuréticos de alça: atua na diretamente na alça de Henle causando 
uma maior excreção de água e íons sódio. Um representante conhecido 
desta classe de diuréticos é o Furosemida, muito utilizado quando o 
objetivo do atleta é perder peso;
3. Tiazídicos: Assim como os inibidores da anidrase carbônica, este grupo 
de diuréticos age, aumentando o volume e diminuindo a concentração 
53
ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS │ UNIDADE III
da urina. Porém, agem de maneira a reduzir a reabsorção tubular tanto 
proximal quanto distal principalmente dos íons sódio, potássio e magnésio;
4. Poupadores de potássio: são geralmente utilizados para o controle 
da hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva. Estes aumentam a 
excreção de sódio e cloreto, reduzindo a excreção de potássio. Também 
são conhecidos como antagonistas da aldosterona, porque atuam de 
forma antagônica no sistema renina-angiotensina-aldosterona. 
Tais fármacos são empregados em situações de hipertensão, insuficiência cardíaca, 
insuficiência renal, síndrome nefrótica e cirrose.
A utilização de diuréticos no mundo dos esportes tem por finalidade:
 » Aumentar o fluxo urinário;
 » Reduzir rapidamente o peso corpóreo,
 » Impedir a retenção de água no organismo (o que é muito frequente em 
usuários de esteroides anabólicos.) 
A diluição da amostra altera as concentrações urinárias de substâncias proibidas, 
dificultando assim sua identificação.
Os atletas se utilizam dessa substância para reduzir de peso de forma rápida, em 
intervalos de tempo muito curtos, permitindo assim a inclusão do atleta em determinada 
categoria, uma vez que a pesagem é realizada no período pré-competição. Após rápida 
hidratação posterior o coloca em vantagem sobre o adversário de menor peso.
Toxicidade e efeitos adversos
Os efeitos adversos incluem a desidratação, dores de cabeça, náuseas, câimbras vertigens. 
Outro efeito adverso no caso dos inibidores da anidrase carbônica é uma acidose 
sanguínea, ou seja, a redução no pH sanguíneo já que este, causa uma maior retenção 
de íons H+, por outro lado, os diuréticos tiazídicos por causar uma grande eliminação de 
sódio sem alterar a eliminação de H+ podem causar uma alcalose metabólica. Em ambos 
os casos o atleta pode ser fortemente prejudicado devido ao desequilíbrio ácido/base 
no sangue. Atletas que necessitam deste controle é exigido por muito tempo procuram 
utilizar diuréticos de outras classes para não prejudicar o seu desempenho.
Dentro da família dos tiazídicos vale ressaltar que eles interferem na síntese de insulina 
e esta interferência pode gerar uma hiperglicemia e agravar as condições de saúde de 
diabetes mellitus pré-existente.
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UNIDADE III │ ESTIMULANTES E ANOREXÍGENOS
No controle de dopagem nos esportes de diuréticos, ressalta-se que a urina diluída e 
com pH acima de sete, pode ser um indicativo do uso de diuréticos.
No caso dos diuréticos, a metodologia utilizada para a triagem deve ser a mais 
abrangente possível, deve envolver substâncias ácidas e básicas bem como produtos de 
biotransformação.
Os diuréticos não influenciam diretamente no rendimento do atleta. Então, 
por que estão na lista de substâncias proibidas da WADA?
Os diuréticos são considerados os “agentes mascarantes” e são proibidos, 
porque podem mascarar a presença de outras substâncias proibidas e que 
estão na lista da WADA. No controle de dopagem, os diuréticos

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