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Apostila de Processo do Trabalho para 2ª Fase OAB

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Apostila Processo do Trabalho 
P OR AR YANNA MA NFR ED I N I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO ...................................................................................................... 5 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST ................................................................................................................... 5 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – TRT ....................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
JUIZ DO TRABALHO .................................................................................................................................................. 6 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO ...................................................................................................... 6 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA ..................................................................... 6 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL ............................................................................................................................ 13 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA .................................................................................................................................... 15 
SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO ......................................................................................... 17 
SECRETARIAS ........................................................................................................................................................ 17 
DOS DISTRIBUIDORES ............................................................................................................................................. 18 
OFICIAIS DE JUSTIÇA ............................................................................................................................................... 18 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO DO TRABALHO ......................................................................................... 19 
PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU DISPOSITIVO OU DA DEMANDA ............................................................................................... 19 
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO ................................................................................................................... 20 
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO ................................................................................................................................. 20 
PRINCÍPIO DA ORALIDADE ........................................................................................................................................ 20 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ.................................................................................................................... 21 
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU DA IMEDIAÇÃO .......................................................................................................... 21 
PRINCÍPIO DA PERTETUATIO JURISDICTIONIS ................................................................................................................ 22 
ESTABILIDADE DA LIDE ............................................................................................................................................ 22 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE ................................................................................................................................. 23 
PRINCÍPIO DA FINALIDADE OU DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS .............................................................................. 23 
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL .................................................................................................................... 23 
PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO ................................................................................................................................... 24 
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO ....................................................................................................................................... 24 
ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS ........................................................................................................ 24 
ATO PROCESSUAL ............................................................................................................................................. 24 
TERMOS ............................................................................................................................................................ 26 
PRAZOS ............................................................................................................................................................. 26 
PARTES E PROCURADORES ............................................................................................................................. 31 
“JUS POSTULANDI” ........................................................................................................................................... 31 
REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO .................................................................................................................. 32 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS .......................................................................................................................... 35 
JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA ............................................................................... 36 
PRINCÍPIOS DAS NULIDADES PROCESSUAIS .................................................................................................... 38 
PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU DA PRECLUSÃO ........................................................................................................ 38 
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS OU DA FINALIDADE ............................................................................... 39 
PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA OU DO PREJUÍZO: ........................................................................................................ 39 
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL ....................................................................................................................... 39 
PRINCÍPIO DO INTERESSE ......................................................................................................................................... 40 
PRINCÍPIO DA UTILIDADE ......................................................................................................................................... 40 
PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO ........................................................................................... 41 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO ............................................................................................................................... 41 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ............................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO .................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA VERBAL .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA ESCRITA ................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AUDIÊNCIA .................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
NOÇÕES GERAIS ...................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
NOTIFICAÇÃO ..........................................................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
COMPARECIMENTO DAS PARTES ............................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONSEQUÊNCIAS DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES ................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
TRÂMITE DA AUDIÊNCIA ......................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
NO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO ...................................................................... Erro! Indicador não definido. 
NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO ................................................................. Erro! Indicador não definido. 
CONCILIAÇÃO ................................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RESPOSTAS DO RÉU ...................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONTESTAÇÃO ........................................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DEDUÇÃO ................................................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EXCEÇÕES .......................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RECONVENÇÃO .................................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
PROVAS ......................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
ÔNUS DA PROVA ..................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
MEIOS DE PROVA .................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DEPOIMENTO PESSOAL E INTERROGATÓRIO .................................................... Erro! Indicador não definido. 
PROVA TESTEMUNHAL ...................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
PROVA DOCUMENTAL ....................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
PROVA PERICIAL ................................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO...................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS ............................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
Recursos Cabíveis .............................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Forma de Interposição e Efeitos ........................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Contrarrazões .................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
Decisões Interlocutórias .................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
Pedido de Revisão .............................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Recurso Adesivo ................................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
PRESSUSPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DEPÓSITO RECURSAL .................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CUSTAS...................................................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
REGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO ................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RECURSOS EM ESPÉCIE ........................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
RECURSO ORDINÁRIO ........................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Remessa necessária ........................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RECURSO DE REVISTA ........................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
EMBARGOS AO TST ....................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO .................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO ............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO DEFINITIVA .................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
TRÂMITE DA LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO ................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
EMBARGOS DE TERCEIROS ...................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AGRAVO DE PETIÇÃO .............................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
DISSÍDIO COLETIVO ....................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
AÇÃO RESCISÓRIA ......................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
PRAZO ................................................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
Competência para Ação Rescisória ................................................................... Erro! Indicador não definido. 
MANDADO DE SEGURANÇA .......................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE ............................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 A Justiça do Trabalho é composta por: [Art. 111, CF/88] 
 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO; 
 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO; 
 JUIZ DO TRABALHO. 
Art. 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - Juízes do Trabalho. 
 
O inciso III, do artigo 111, foi alterado pela Emenda Constitucional nº 24/1999, 
extinguindo a figura dos juízes classistas (representantes da categoria econômica e 
profissional) e as juntas de conciliação e julgamento. 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST 
 O Tribunal Superior do Trabalho tem sede em Brasília, possui jurisdição em todo o 
território nacional e é composto por EXATOS 27 ministros, que devem ser brasileiros, com 
mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação 
pela maioria absoluta do Senado Federal. [Art. 690, CLT e art 111-A, CF] 
Um quinto de seus membros será composto por advogados e membros do Ministério 
Público (quinto constitucional) com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e de 
efetivo exercício, respectivamente. Os demais membros serão desembargadores dos 
Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura de carreira,indicados pelo 
próprio Tribunal Superior. [Art. 111-A, CF/88] Funcionarão junto ao TST a Escola Nacional de 
Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho – ENAMAT - e o Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho – CSJT. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, 
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República 
dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos. Na composição dos membros do 
TRT, o quinto constitucional também é respeitado. 
Atualmente, há 24 regiões e 24 Tribunais Regionais do Trabalho, sendo dois deles 
situados no estado de São Paulo (um na Capital e outro em Campinas). 
Não há Tribunal Regional do Trabalho nos seguintes estados: Tocantins, Amapá, Acre 
e Roraima. 
 Os Tribunais Regionais deverão criar a Justiça Itinerante, com a realização de 
audiências e demais funções de atividade jurisdicional, dentro do limite territorial de sua 
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. 
JUIZ DO TRABALHO 
O Juiz do Trabalho ingressará na carreira como Juiz do Trabalho Substituto, após 
aprovação em concurso público de provas e títulos, sendo designado pelo Presidente do TRT 
para auxiliar ou substituir nas Varas do Trabalho. Após 2 (dois) anos de exercício, o Juiz do 
Trabalho substituto torna-se vitalício. Alternadamente, por antiguidade ou merecimento, o 
Juiz será promovido a juiz Titular da Vara do Trabalho e, posteriormente, pelo mesmo 
critério, a juiz do Tribunal Regional do Trabalho1. 
Nas Comarcas onde não houver juiz do trabalho, por lei, os Juízes de Direito poderão 
ser investidos da jurisdição trabalhista. Das sentenças que proferirem caberá Recurso 
Ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. [Art. 112, CF/88 e Art. 668, CLT]. 
 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
A competência será designada da seguinte forma: em razão da matéria, em razão das 
pessoas, em razão da função ou em razão do território. 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E EM RAZÃO DA PESSOA 
Compete às Varas do Trabalho processar e julgar as ações oriundas das relações de 
trabalho, como determinado pelo art. 114 da Constituição Federal. 
Art. 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e 
julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os 
entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios; 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, 
entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores; 
 
1
 SCHIAVI. Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 3ª Ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 147. 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas 
data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à 
sua jurisdição; 
V - os conflitos de competência entre órgãos com 
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, 
o; 
VI - as ações de indenização por dano moral ou 
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas 
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização 
das relações de trabalho; 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais 
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho, na forma da lei. 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão 
eleger árbitros. 
§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação 
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de 
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o 
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de 
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas 
anteriormente. 
§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com 
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério 
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, 
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
 
A Emenda Constitucional nº 45/2004 foi responsável por uma significativa ampliação 
da competência da Justiça do Trabalho: 
 
Em seu inciso I, o artigo 114 traz como competência da Justiça do Trabalho processar 
e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito Público 
externo e da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
Contudo, o STF na ADI nº 3395, repetindo o entendimento já expostos na ADI 492, 
tornou defeso à Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder 
Público e os servidores a ele vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou 
jurídico-administrativo. 
 Conclui-se que, em se tratando de demanda entre o Poder Público e servidor público 
estatutário, este não poderá ajuizar reclamatória trabalhista na Justiça do Trabalho. 
Também não poderá demandar na Justiça do Trabalho o servidor temporariamente 
contratado pelo ente público por regime especial previsto em lei municipal ou estadual, à luz 
dos artigos 114 e 37, IX, da CF/1988, pois toda contratação temporária apresenta índole 
administrativa, se previsto regime especial em lei própria. 
Assim, o processamento de litígios entre servidores temporários e a Administração 
Pública, na Justiça do Trabalho, afronta a autoridade da decisão exarada na ADI 3.395-
MC/DF. Isto levou os ministros do Plenário do STF, no exame do Recurso Extraordinário nº 
573.202-9/AM, em 21/8/2008, a darem repercussão geral à referida decisão, implicando, 
nos termos dos artigos 543-A e 543-B, do CPC (Lei 11.418/2006), a objetivação do 
julgamento emitido pelo STF, ou seja, os casos análogos serão decididos exatamente no 
mesmo sentido daquele deliberado pelo órgão pleno no RE 573.202/AM. 
Dessa forma, o TST cancelou a OJ 205, da SBDI-12, que previa a competência da 
Justiça do Trabalho quando alegado o desvirtuamento em tal contratação, mediante a 
prestação de serviços à Administração para atendimento de necessidade permanente e não 
para acudir a situação transitória e emergencial. 
Sendo assim, é possível ajuizar RT contra Administração Pública, direta ou indireta, na 
Justiça do Trabalho, quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação 
CELESTISTA. 
Nos demais casos: 
a) Tratando-se de servidor público federal a ação poderá ser ajuizada na Justiça 
Federal; 
b) Tratando-se de servidor público municipal ou estadual a reclamatória poderá ser 
ajuizada na Justiça Estadual. 
A Justiça do Trabalho é competente para julgar: 
 
2
 OJ 205, SDI-1 (cancelada). COMPETÊNCIA MATERIAL. JUSTIÇA DO TRABALHO. ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO IRREGULAR. 
REGIME ESPECIAL. DESVIRTUAMENTO (cancelada) – Res. 156/2009, DEJT divulgado em 27, 28 e 29.04.2009 
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho dirimir dissídio individual entre trabalhador e ente público se 
há controvérsia acerca do vínculo empregatício. 
II - A simples presença de lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária 
de excepcional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) não é o bastante para deslocar a competência da Justiça do 
Trabalho se se alega desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Administração para 
atendimento de necessidade permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial. 
 Dano moral e patrimonialdecorrentes das relações de trabalho, inclusive em 
razão de acidente do trabalho; 
 Ações que envolvam o exercício do direito de GREVE; 
 Representação sindical (sind. x empregador / sind. x sind. / sind. x 
trabalhador); 
 Conflitos de competência entre seus órgãos, salvo nos casos de competência 
do STJ e do STF; 
 Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data; 
 Penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização do trabalho (inclusive MS); 
e, 
 Executar, de ofício, as contribuições sociais decorrentes das sentenças que 
proferir. Ressalte-se que, quanto às contribuições fiscais, a Justiça do Trabalho tem 
competência apenas para determinar a sua retenção (súmula 368 do TST), não podendo 
executá-las de ofício. 
 
Nos termos da súmula 389, I, do TST, compete a Justiça do Trabalho julgar as ações 
em que se postule indenização substitutiva pelo não fornecimento das guias do seguro 
desemprego. 
Súmula 389, TST. I - Inscreve-se na competência material 
da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e 
empregador tendo por objeto indenização pelo não 
fornecimento das guias do seguro desemprego. 
II - O não fornecimento pelo empregador da guia 
necessária para o recebimento do seguro desemprego dá 
origem ao direito à indenização. 
É competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações decorrentes do não 
cadastramento do empregado no PIS. 
Súmula 300, TST. Compete à Justiça do Trabalho processar 
e julgar ações de empregados contra empregadores, 
relativas ao cadastramento no Plano de Integração Social 
(PIS). 
 Ressaltem-se as seguintes súmulas em matéria de competência da Justiça do 
Trabalho: 
 Súmula Vinculante 22, STF: 
Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar a ação de indenização 
por danos morais e patrimoniais decorrentes das relações 
de trabalho propostas por empregado contra empregador, 
inclusive aquelas que não possuíam sentença de mérito 
em primeiro grau quando da promulgação da Emenda 
Constitucional 45/2004. DOU de 11/12/2009. 
Podemos esquematizá-la da seguinte maneira: 
 
No mesmo sentido é o entendimento do STJ, consubstanciado na súmula 367, para as 
demais ações que se tornaram de competência da Justiça do Trabalho com a EC 45/2004. In 
verbis: 
Súmula 367, STJ: A competência estabelecida pela EC n. 
45/2004 não alcança os processos já sentenciados. 
Em relação ao acidente de trabalho, vale destacar que a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar tanto as ações indenizatórias ajuizadas pelo empregado 
contra o empregador, como também as movidas pelos sucessores contra o empregador. Em 
sentido contrário era o entendimento do STJ, consubstanciado na súmula 3663, que foi 
cancelada. Dessa maneira é inquestionável a competência da Justiça do Trabalho nos dois 
casos mencionados. 
Por fim, em razão do acidente de trabalho, 3 ações podem ser movidas pelo: 
a) empregado ou seus sucessores contra o empregador; 
 
3
 Súmula 366, STJ. “COMPETE À JUSTIÇA ESTADUAL PROCESSAR E JULGAR AÇÃO INDENIZATÓRIA PROPOSTA POR 
VIÚVA E FILHOS DE EMPREGADO FALECIDO EM ACIDENTE DE TRABALHO.” 
b) empregado ou sucessores contra o INSS; 
c) INSS contra o empregador; 
 Súmula Vinculante 23, STF: 
Súmula Vinculante 23 do STF: a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ação possessória 
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve 
pelos trabalhadores da iniciativa privada. DOU 
11/12/2009. 
Cumpre destacar que a Justiça do Trabalho não tem competência para apreciar 
controvérsias decorrentes do exercício do direito de greve pelo servidor público estatutário, 
uma vez que, o STF, na ADI 3395, excluiu da competência da Justiça do Trabalho as ações 
que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores estatutários oriundas das 
relações de trabalho, tal como é a greve. 
 Súmula 363 do STJ 
Nos termos da súmula 363 do STJ a Justiça Comum é competente para as ações de 
execução de cobrança de honorários de profissionais liberais. Observe-se: 
Súmula 363, STJ: Compete à Justiça estadual processar e 
julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal 
contra cliente. 
 
 Súmula Vinculante 25 e ADI 3684, STF: 
Súmula Vinculante 25 do STF: É ilícita a prisão de 
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de 
depósito. DOU 23/12/2009. 
 O inciso IV, do artigo 114, da CF/88, confere à Justiça do Trabalho competência para 
processar e julgar os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o ato 
questionado envolver matéria de sua jurisdição. Entretanto, vale mencionar que o STF, na 
ADI nº 3.684, concedeu liminar com efeito ex-tunc para declarar a incompetência da Justiça 
do Trabalho para processar e julgar ações penais. 
Importante ressaltar que, de acordo com o art. 114, VIII, da Constituição, a Justiça do 
Trabalho é competente para a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 
195, I, a, e II, da CF e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. O 
mesmo ocorre com a contribuição denominada SAT (Seguro de Acidente do Trabalho) em 
razão de sua natureza de contribuição para a seguridade social, uma vez que é destinada ao 
financiamento de benefício relativo à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio 
no trabalho. 
 
OJ 414, SDI-1, TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). 
ARTS. 114, VIII, E 195, I, "A", DA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA. (DEJT divulgado em 14, 15 e 16/02/2012) 
Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da 
contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho 
(SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade 
social (arts. 114, VIII, e 195, I, "a", da CF), pois se destina ao 
financiamento de benefícios relativos à incapacidade do 
empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 
e 22 da Lei nº 8.212/1991). 
 
Já as contribuições devidas à terceiro, ou seja, as destinadas ao sistema S (Senac, 
Senai, Sesi, Sebrae, etc), não objetivam custear a seguridade social, mas sim as entidades 
privadas de serviço social e formação profissional vinculadas ao sistema sindical, razão pela 
qual sua execução não se insere na competência da Justiça do Trabalho. 
De acordo com a súmula 189, do TST, e PN 29, do TST, compete à Justiça do Trabalho 
declarar a abusividade ou não da greve. Observe-se: 
Súmula 189, TST. GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. ABUSIVIDADE (nova redação) - Res. 121/2003, 
DJ 19, 20 e 21/11/2003. 
A Justiça do Trabalho é competente para declarar a 
abusividade, ou não, da greve. 
 
PN 29, TST. GREVE. COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS PARA 
DECLARÁ-LA ABUSIVA (positivo) 
Compete aos Tribunais do Trabalho decidir sobre o abuso 
do direito de greve. 
 
Vale destacar ainda as seguintes súmulas e orientações jurisprudenciais: 
Súmula 19, TST. QUADRO DE CARREIRA (mantida) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21/11/2003. 
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar 
reclamação de empregado que tenha por objeto direito 
fundado em quadro de carreira. 
 
OJ 26, SDI-1, TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO REQUERIDA 
POR VIÚVA DE EX-EMPREGADO. Inserida em 01/02/1995 
(inserido dispositivo, DJ 20/04/2005). 
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar pedido 
de complementação de pensão postulada por viúva de ex-
empregado, por se tratar de pedido que deriva do contrato 
de trabalho. 
 
OJ 138, SDI-1, TST. COMPETÊNCIA RESIDUAL. REGIME 
JURÍDICO ÚNICO. LIMITAÇÃO DA EXECUÇÃO.(nova 
redação em decorrência da incorporação da Orientação 
Jurisprudencial nº 249 da SBDI-1, DJ 20/04/2005) 
Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e 
vantagens previstos na legislação trabalhista referente a 
período anterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação 
tenha sido ajuizada após a edição da referida lei. A 
superveniência de regime estatutário em substituição ao 
celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao 
período celetista. (1ª parte - ex-OJ nº 138 da SBDI-1 - 
inserida em 27/11/1998; 2ª parte - ex-OJ nº 249 - inserida 
em 13/03/2002). 
 
A incompetência em razão da matéria é absoluta. Pode ser declarada pelo Juízo, de 
ofício, ou mediante alegação das partes em qualquer tempo ou grau de jurisdição (art. 795, 
§ 1º, CLT e Art. 113, CPC). 
A incompetência material da Justiça do Trabalho deve ser alegada em preliminar de 
contestação. Já a incompetência territorial, por exceção de incompetência. 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 A regra para a definição da competência territorial, na Justiça do Trabalho, é o LOCAL 
DA PRESTAÇÃO de serviços, tratada no art. 651, da CLT. 
Art. 651, CLT: A competência das Varas do Trabalho é 
determinada pela localidade onde o empregado, 
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, 
ainda que tenha sido contratado noutro local ou no 
estrangeiro. 
Esse artigo da CLT é composto por três parágrafos que preveem exceções à regra 
geral apresentada pelo caput, quais sejam: 
a) Empregado agente ou viajante comercial (art. 651, § 1º, CLT): 
§ 1º – Quando for parte no dissídio agente ou viajante 
comercial, a competência será da Vara da localidade em 
que a empresa tenha agência ou filial e a esta o 
empregado esteja subordinado e, na falta, será 
competente a Vara da localização em que o empregado 
tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
b) Competência da Justiça do Trabalho Brasileira para julgar os dissídios ocorridos no 
estrangeiro envolvendo empregado de nacionalidade brasileira trabalhando no estrangeiro. 
(Art. 651, § 2º, CLT): 
§ 2º – A competência das Varas do Trabalho, estabelecida 
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência 
ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja 
brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em 
contrário. 
A principal questão a respeito desse parágrafo é: qual a legislação aplicável quando o 
empregado brasileiro é contratado no Brasil para trabalhar em outro país? São duas as 
situações: 
 Empregado brasileiro contratado para trabalhar no estrangeiro por empresa sem 
sede no Brasil: a legislação aplicável é a do local da prestação dos serviços. 
 Empregado transferido: aplica-se a legislação mais favorável. [Lei 7064/82 – alterada 
em 2009]. Considera-se transferido: 
- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil e removido para o exterior; 
- empregado contratado no Brasil, trabalhando no Brasil, cedido à empresa sediada no 
exterior, desde que mantido o vínculo com o empregador brasileiro; 
- empregado contratado por empresa sediada no Brasil para trabalhar no exterior; 
Nesse sentido é o art. 2º, da Lei 7064/82. Observe-se: 
Art. 2º, Lei 7064/82. Para os efeitos desta Lei, considera-se 
transferido: 
I - o empregado removido para o exterior, cujo contrato 
estava sendo executado no território brasileiro; 
II - o empregado cedido à empresa sediada no estrangeiro, 
para trabalhar no exterior, desde que mantido o vínculo 
trabalhista com o empregador brasileiro; 
III - o empregado contratado por empresa sediada no 
Brasil para trabalhar a seu serviço no exterior. 
Nos casos de transferência, aplica-se a legislação material mais favorável ao 
empregado, nos termos do art. 3º, da Lei 7064/82, in verbis: 
Art. 3º, Lei 7064/82. A empresa responsável pelo contrato 
de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, 
independentemente da observância da legislação do local 
da execução dos serviços: 
I - os direitos previstos nesta Lei; 
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao 
trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto 
nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação 
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada 
matéria. 
c) Empregador que promove realização de atividade fora do lugar do contrato (Art. 651, 
§ 3º, CLT): 
§ 3º – Em se tratando de empregador que promova 
realização de atividades fora do lugar do contrato de 
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar 
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da 
prestação dos respectivos serviços. 
Não há compatibilidade entre o Direito Processual do Trabalho e o artigo 111, do 
Código de Processo Civil, que permite às partes instituírem o foro de eleição. 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
Nos termos do art. 115, do CPC, o conflito de competência pode ser positivo ou 
negativo. No primeiro caso, dois ou mais juízes se declaram competentes para julgar a causa. 
Já na segunda hipótese, dois ou mais juízes se declaram incompetentes para julgar o 
processo. Por fim, pode ocorrer conflito de competência quando houver divergência entre 
dois ou mais juízes acerca da reunião ou separação de processos. 
O conflito de competência originado entre os órgãos da Justiça do Trabalho será 
solucionado pelas normas contidas na própria CLT (artigo 803 e seguintes, que observam o 
critério de hierarquia) e pelos artigos 102, I, “o” e 105, I, “d”, da Constituição Federal. 
Seguem os artigos mencionados: 
 
Art. 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal 
de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais 
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
 
Art. 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre 
tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes 
vinculados a tribunais diversos; 
 
Art. 803, CLT. Os conflitos de jurisdição podem ocorrer 
entre: 
a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito 
investidos na administração da Justiça do Trabalho; 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça 
Ordinária; 
 
Art. 808, CLT. Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 
803 serão resolvidos: 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e 
entre Juízos de Direito, ou entre uma e outras, nas 
respectivas regiões; 
b) pelo Tribunal Superior do Trabalho, os suscitados entre 
Tribunais Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito 
sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; 
c) Revogado pelo Decreto Lei 9.797, de 1946; 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as 
autoridades da Justiça do Trabalho e as da Justiça 
Ordinária (esta alínea deve ser confrontada com o art. 105, 
I, “d”, da Constituição, conforme a seguir demonstrado). 
 
Assim, os conflitos serão resolvidos pelos TRT’s e TST e, também, pelo STJ, quando o 
conflito de competência ocorrer entre órgãos de justiças diferentes (entre quaisquer 
tribunais; entre tribunais e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais 
diversos, ressalvada a competência do STF prevista no artigo 102, I, alínea “o”, da CF) e, pelo 
STF, quando o conflito envolver tribunal superior (entre o STJ e qualquer outro tribunal; 
entre tribunais superiores e entre tribunais superiores e qualquer outro tribunal). 
 
Segue resumo: 
 
ConflitoObservações Órgão Julgador 
 Conflito entre duas Varas do 
Trabalho; 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz de direito investido da jurisdição 
trabalhista; 
Ambos subordinados ao mesmo TRT; 
TRT 
(art. 808, “a”, CLT) 
 Conflito entre duas Varas do 
Trabalho; 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz de direito investido da jurisdição 
trabalhista; 
Subordinados 
a TRT´s diversos; 
TST 
(art 808, “b”, CLT) 
 Conflito entre dois TRT’s; 
 
 
TST 
(art. 808, “b”, CLT) 
Conflito entre órgãos de justiças diferentes 
como, por exemplo: 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz de direito; 
 Conflito entre juiz do trabalho e 
juiz federal; 
 Conflito entre TRT e juiz federal; 
Conflito entre TRT e juiz de direito; 
 
STJ 
(art. 105, I, “d”, CF) 
Conflito envolvendo Tribunal Superior, 
como por exemplo: 
 Conflito entre TST e TJ; 
 Conflito entre TST e TRF; 
 
 
STF 
(art. 102, I, “o”, CF) 
 
 
Em razão do princípio hierárquico, não se configura conflito de competência entre 
Tribunal Regional do Trabalho e Vara do trabalho a ele vinculada, sendo nesse sentido a 
súmula 420, do TST: 
Súmula 420, TST. COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO 
NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA 
REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO (conversão da Orientação 
Jurisprudencial nº 115 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 
23 e 24/08/2005. Não se configura conflito de 
competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara 
do Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 
11/08/2003). 
 
 
SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
 
Os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho são prestados por servidores e órgãos de 
auxílio, e o capítulo VI, da CLT (arts. 710 a 717) é destinado a tratar desse assunto. 
SECRETARIAS 
Nos termos do art. 710, da CLT, as secretarias são dirigidas pelo Diretor de Secretaria. 
Segundo Mauro Schiavi4, elas são compostas “pelo Diretor de Secretaria; pelo Assistente de 
Diretor (que substitui o diretor em suas ausências); um assistente de Juiz (que auxilia o juiz 
diretamente); um Secretário de Audiências, também chamado de datilógrafo de audiências, 
a quem compete secretariar as audiências e digitar as atas; um assistente de cálculos (a 
quem compete auxiliar o juiz na elaboração e conferência dos cálculos de liquidação); o 
oficial de justiça avaliador, a quem compete o cumprimento dos mandados e diligências 
solicitadas pelo Juiz; e pelos demais funcionários da Justiça do Trabalho (analistas e técnicos 
judiciários), que ingressam mediante concurso público de provas”. 
Compete às secretarias realizar notificações, autuações, atendimento aos advogados 
e, ainda, sob a supervisão do juiz, nos termos do art. 162, §4º, do CPC, atos meramente 
ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória. 
 
Art. 162, § 4º, CPC. Os atos meramente ordinatórios, como 
a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, 
devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos 
pelo juiz quando necessários. 
 
 
4
 Op. Cit, 152. 
DOS DISTRIBUIDORES 
Nas localidades em que houver mais de uma Vara do Trabalho e nos Tribunais, onde 
houver mais de uma Turma, haverá um distribuidor. Será de sua competência, entre outras, 
a distribuição do feito rigorosamente por ordem de entrada e o fornecimento de 
informações sobre os processos distribuídos (arts. 713 e 714, “a”, CLT). 
Os distribuidores são designados pelo Presidente do TRT, dentre funcionários das 
Varas do Trabalho e do TRT, ficando subordinados diretamente a ele (art. 715, CLT). 
As atribuições do distribuidor estão disciplinadas no art. 714 da CLT. In verbis: 
Art. 714, CLT. Compete ao distribuidor: 
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e 
sucessivamente a cada Junta, dos feitos que, para esse fim, 
lhe forem apresentados pelos interessados; 
b) o fornecimento, aos interessados, do recibo 
correspondente a cada feito distribuído; 
c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos 
distribuídos, sendo um organizado pelos nomes dos 
reclamantes e o outro dos reclamados, ambos por ordem 
alfabética; 
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, 
verbalmente ou por certidão, de informações sobre os 
feitos distribuídos; 
e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for 
determinado pelos Presidentes das Juntas, formando, com 
as fichas correspondentes, fichários à parte, cujos dados 
poderão ser consultados pelos interessados, mas não 
serão mencionados em certidões. 
 
OFICIAIS DE JUSTIÇA 
A CLT trata dos oficiais de Justiça no art. 721 e seguintes. Observe-se: 
Art. 721 - Incumbe aos Oficiais de Justiça e Oficiais de 
Justiça Avaliadores da Justiça do Trabalho a realização dos 
atos decorrentes da execução dos julgados das Juntas de 
Conciliação e Julgamento e dos Tribunais Regionais do 
Trabalho, que lhes forem cometidos pelos respectivos 
Presidentes. 
§ 1º Para efeito de distribuição dos referidos atos, cada 
Oficial de Justiça ou Oficial de Justiça Avaliador funcionará 
perante uma Junta de Conciliação e Julgamento, salvo 
quando da existência, nos Tribunais Regionais do Trabalho, 
de órgão específico, destinado à distribuição de mandados 
judiciais. 
§ 2º Nas localidades onde houver mais de uma Junta, 
respeitado o disposto no parágrafo anterior, a atribuição 
para o cumprimento do ato deprecado ao Oficial de Justiça 
ou Oficial de Justiça Avaliador será transferida a outro 
Oficial, sempre que, após o decurso de 9 (nove) dias, sem 
razões que o justifiquem, não tiver sido cumprido o ato, 
sujeitando-se o serventuário às penalidades da lei. 
§ 3º No caso de avaliação, terá o Oficial de Justiça 
Avaliador, para cumprimento do ato, o prazo previsto no 
art. 888. 
§ 4º É facultado aos Presidentes dos Tribunais Regionais do 
Trabalho cometer a qualquer Oficial de Justiça ou Oficial 
de Justiça Avaliador a realização dos atos de execução das 
decisões desses Tribunais. 
§ 5º Na falta ou impedimento do Oficial de Justiça ou 
Oficial de Justiça Avaliador, o Presidente da Junta poderá 
atribuir a realização do ato a qualquer serventuário. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO DO TRABALHO 
 
PRINCÍPIO DA INÉRCIA OU DISPOSITIVO OU DA DEMANDA 
Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a 
requerer, nos casos e forma legais (art. 2º, CPC). 
Art. 2
o
, CPC. Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional 
senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos 
casos e forma legais. 
 
De acordo com o princípio da inércia, só haverá prestação da tutela jurisdicional por 
iniciativa da parte, a qual deve provocar o judiciário. No Processo do Trabalho há algumas 
exceções à aplicação do referido princípio. Observe-se: 
 Artigo 856, CLT: o Presidente do Tribunal pode suscitar o dissídio coletivo na 
hipótese de paralisação do trabalho; 
 Artigo 39, CLT: o juiz do trabalho poderá processar e julgar a reclamação 
encaminhada pela SRT – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), 
nos casos em que, por não ter a sua CTPS assinada, o empregado propuser uma reclamação 
perante a SRT e o Órgão Administrativo constatar: a) que, em sua defesa, o reclamado alega 
a inexistência do vínculo de emprego ou b) que é impossível verificar esta condição pelos 
meios administrativos. 
 
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO 
O princípio do impulso oficial determina aos Juízos e Tribunais o dever de impulsionar 
o processo. 
O art. 262, CPC, contemplatal princípio. In verbis: 
Art. 262, CPC. O processo civil começa por iniciativa da 
parte, mas se desenvolve por impulso oficial. 
No Processo do Trabalho, tal princípio está previsto principalmente no art. 765, da 
CLT. Observe-se: 
 Art. 765, CLT: Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão 
ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo 
andamento rápido das causas, podendo determinar 
qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. 
 
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO 
Segundo o princípio da concentração, no Processo do Trabalho, os atos de 
conciliação, defesa, provas, razões finais e sentença concentram-se em audiência. 
A CLT previu a audiência como una ou única, conforme se observa pelos seguintes 
artigos: 
Art. 849, CLT. A audiência de julgamento será contínua; 
mas, se não for possível, por motivo de força maior, 
concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a 
sua continuação para a primeira desimpedida, 
independentemente de nova notificação. 
Art. 852-C, CLT. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo 
serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a 
direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser 
convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
Na prática, o princípio da concentração foi mitigado sendo que, no procedimento 
ordinário, a audiência é dividida em inicial, instrução e julgamento. 
 
PRINCÍPIO DA ORALIDADE 
Apesar de não haver previsão expressa no CPC e nem na CLT, o princípio da oralidade 
possui grande destaque no Processo do Trabalho. Encontra-se implícito nas seguintes 
hipóteses: possibilidade de se apresentar reclamatória trabalhista verbal (artigo 840, §2º, 
CLT – princípio da informalidade), tentativas conciliatórias (arts. 846 e 850 da CLT); 
possibilidade de a defesa ser apresentada de forma oral em audiência (artigo 847, CLT); nas 
provas que são produzidas de forma oral (depoimento das partes, oitiva de testemunhas, 
dentre outras) e nas razões finais que são apresentadas de forma oral, em 10 minutos (art. 
850, CLT). 
 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ 
Atualmente, o princípio da identidade física do juiz é aplicável ao processo do 
trabalho. Previsto no artigo 132 do CPC, estabelece que o juiz que presidiu a causa e 
concluiu a instrução probatória necessariamente deverá proferir a sentença: 
Art. 132, CPC. O juiz, titular ou substituto, que concluir a 
audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, 
licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou 
aposentado, casos em que passará os autos ao seu 
sucessor. 
É necessário aqui fazer um breve histórico. Antes da Emenda Constitucional 24/99 
vigoravam, na Justiça do Trabalho, as juntas de conciliação e julgamento compostas por um 
juiz togado – juiz presidente –, um juiz classista representante dos empregados e um juiz 
classista representante dos empregadores. A rotatividade dos juízes classistas era tão grande 
que impedia a aplicação desse preceito. Diante disso, as súmulas 136, do TST, e 222, do STF, 
estabeleceram que a identidade física do juiz não vigoraria no Processo do Trabalho. 
Quando, em 1999, através da emenda constitucional nro 24, as juntas foram extintas e 
substituídas pelas Varas trabalhistas, nada mais impediu aplicação desse princípio. Em 
setembro de 2012, a Súmula 136 do TST foi cancelada pela Res. 185/2012 e, agora, reclama-
se também o cancelamento da Súmula 222 do STF. 
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU DA IMEDIAÇÃO 
Segundo o princípio da imediatidade, as provas deverão ser produzidas com a 
participação do juiz. 
No CPC, este princípio está previsto nos arts. 342, 440 e 446, II. In verbis: 
 
Art. 342, CPC. O juiz pode, de ofício, em qualquer estado 
do processo, determinar o comparecimento pessoal das 
partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa. 
Art. 440, CPC. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, 
pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas 
ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à 
decisão da causa. 
Art. 446, CPC. Compete ao juiz em especial: 
I - dirigir os trabalhos da audiência; 
II - proceder direta e pessoalmente à colheita das provas; 
Pode-se visualizar tal princípio na CLT, em seu artigo 820, segundo o qual o juiz 
participará da colheita do depoimento das partes e das testemunhas. Observe-se: 
Art. 820, CLT. As partes e testemunhas serão inquiridas 
pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu 
intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus 
representantes ou advogados. 
 
PRINCÍPIO DA PERTETUATIO JURISDICTIONIS 
Segundo o princípio da perpetuatio jurisdictionis, a competência absoluta (em razão 
da matéria, da pessoa e da função) é imutável, sendo determinada no momento da 
propositura da ação, salvo nas hipóteses do art. 87 do CPC: supressão de órgão judiciário ou 
alteração da competência em razão da matéria e/ou da hierarquia. 
Observe-se o art. 87, do CPC: 
Art. 87, CPC. Determina-se a competência no momento 
em que a ação é proposta. São irrelevantes as 
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão 
judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria 
ou da hierarquia. 
 
 Equipara-se à hipótese de supressão de órgão judiciário a criação de vara do trabalho 
nas hipóteses em que antes eram inexistentes. 
 Quando houver supressão do órgão judiciário, criação de vara do trabalho ou 
alteração da competência em razão da matéria, todas as ações, já sentenciadas ou não, 
deslocar-se-ão para o novo juízo competente. Quanto às ações que se tornaram de 
competência da Justiça do Trabalho com a EC 45/2004, tem-se que, por razões de política 
judiciária, apenas aquelas ainda não sentenciadas serão deslocadas. 
 
ESTABILIDADE DA LIDE 
O princípio da Estabilidade da Lide informa o momento processual limite para que o 
autor possa modificar a petição inicial, após a propositura da ação. 
No Processo Civil, antes da citação, o autor terá ampla liberdade para modificar a 
petição inicial (art. 294, CPC), após a sua realização, apenas com o consentimento do réu 
(art. 264, CPC) e após o despacho saneador, em nenhuma hipótese (art. 264, parágrafo 
único). 
No Processo do Trabalho, não há despacho saneador e a defesa é apresentada em 
audiência, de modo que, o último momento para o autor modificar a petição inicial é em 
audiência, antes da apresentação da defesa. Deve o juiz, nesse caso, conceder prazo não 
inferior a 5 (cinco) dias para que o réu se manifeste quanto às alterações. 
 
 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE 
O princípio da eventualidade está previsto no art. 300, do CPC, o qual prevê que 
“Compete ao réu alegar, na contestação, toda matéria de defesa, expondo as razões de fato 
e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende 
produzir”. 
Assim, de acordo com este princípio, toda matéria de defesa deve ser aduzida na 
contestação. 
 
PRINCÍPIO DA FINALIDADE OU DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS 
O princípio da finalidade também é denominado princípio da instrumentalidade das 
formas, com previsão nos arts. 154 e 244, do CPC. Estes artigos, em síntese, estabelecem 
que quando a lei prevê determinada forma para a prática do ato processual, sem cominar 
nulidade, o ato será considerado válido se, realizado de outro modo, alcançar a sua 
finalidade. Observe-se: 
Art. 154, CPC. Os atos e termos processuais não dependem 
de forma determinada senão quando a lei expressamente 
a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro 
modo, Ihe preencham a finalidade essencial. 
Art. 244, CPC. Quando a lei prescrever determinada forma, 
sem cominação de nulidade,o juiz considerará válido o ato 
se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade. 
 
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL 
 O princípio da Busca da Verdade Real equivale ao princípio de direito material, 
denominado primazia da realidade. 
 A aplicação desse princípio torna possível, por exemplo, invalidar recibos de 
pagamento, quando as testemunhas demonstram que não refletem a verdade real. Da 
mesma forma, quando contraditória a prova documental, prevalece a prova testemunhal. 
 
PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO 
O princípio da Extrapetição autoriza que o juiz condene o reclamado a certos pedidos 
que não constem na petição inicial do reclamante. 
É exemplo de sua aplicação os juros e a correção monetária que serão computados, 
ainda que autor não formule pedido nesse sentido e, mais, mesmo que o juiz não os inclua 
na sentença serão incluídos nos cálculos de liquidação. Nesse sentido estão o art. 293 do 
CPC e a súmula 211 do TST. Observe-se: 
 
Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente, 
compreendendo-se, entretanto, no principal os juros 
legais. 
 
Súmula 211, TST. JUROS DE MORA E CORREÇÃO 
MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO 
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 
19, 20 e 21/11/2003. 
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na 
liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a 
condenação. 
 
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO 
Como afirma o professor Carlos Henrique Bezerra Leite (2009, p.69), o princípio da 
preclusão “(…)decorre da própria logicidade do processo, que é andar para frente, sem 
retorno a etapas ou momentos processuais já ultrapassados”. 
A preclusão pode ser consumativa (decorre da prática do ato processual); temporal 
(caracteriza-se pela impossibilidade de praticar o ato processual depois de expirado o prazo); 
preclusão lógica (caracteriza-se pela impossibilidade de praticar um ato processual por 
mostrar-se contraditório com o já praticado); preclusão ordinatória (pode ser definida como 
a impossibilidade de praticar um ato processual antes da realização de ato que a legislação 
prevê como precedente); preclusão máxima (consiste na impossibilidade de interposição de 
qualquer recurso após o trânsito em julgado); preclusão pro judicato (consiste na 
impossibilidade de o juiz conhecer de questões já decididas, salvo nas hipóteses de 
embargos de declaração e ação rescisória). 
 
ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
 
ATO PROCESSUAL 
Os atos processuais são acontecimentos voluntários que ocorrem no processo. Em 
regra, são públicos, entretanto, segundo estabelece o art. 155 do CPC correm em segredo 
de justiça os processos: a) em que exigir o interesse público; e b) que dizem respeito a 
casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio, alimentos e 
guarda de menores. 
Os atos processuais podem ser praticados: 
a) pelo juiz: despachos, decisões interlocutórias e sentenças (art. 162 do CPC), bem 
como a presidência das audiências, a supervisão dos trabalhos da secretaria, o atendimento 
aos advogados, etc.; 
b) pelas partes: petição inicial, contestação, recursos, depoimento pessoal, entre 
outros; e 
c) pelos auxiliares: notificação, penhora, avaliação, perícia, etc. 
 Devem ser realizados em dias úteis, das 6h00 às 20h00 (cuidado para não confundir 
com o horário das audiências, que é das 8h00 às 18h00, com duração máxima de 5 horas, 
salvo em caso de matéria urgente). 
A penhora PODE realizar-se em domingos e feriados mediante expressa autorização 
do juiz, observado o disposto no art. 5°, XI, da CF: ninguém pode penetrar na casa, asilo 
inviolável do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. 
Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos, salvo 
quando o contrário determinar o interesse social, e 
realizar-se-ão nos dias uteis das 6 às 20 horas. 
Parágrafo Único. A penhora poderá realizar-se em 
domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do 
juiz. 
 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser 
assinados pelas partes interessadas, quando estas, por 
motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a 
rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que 
não houver procurador legalmente constituído. 
 
É possível obter certidão em processo que corre em segredo de justiça, desde que 
haja despacho do juiz. 
Art. 781, CLT: As partes poderão requerer certidões dos 
processos em curso ou arquivados, as quais serão lavradas 
pelos escrivães ou diretores de secretaria. 
Parágrafo Único. As certidões dos processos que correm 
em segredo de justiça dependerão de despacho do juiz ou 
presidente. 
 
TERMOS 
Termo é a redução escrita de um ato processual. 
Os atos processuais devem ser registrados. O objetivo do legislador é que os registros 
sejam feitos de forma indelével. Logo não se admitem termos lançados a lápis. 
Na CLT há três artigos que tratam de termos processuais: 
Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais poderão ser 
escritos à tinta, datilografados ou a carimbo. 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser 
assinados pelas partes interessadas, quando estas, por 
motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a 
rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que não 
houver procurador legalmente constituído. 
Art. 773, CLT. Os termos relativos ao movimento de 
processos constarão de simples notas, datadas e 
rubricadas pelos Chefes de Secretaria ou escrivães. 
 Mesmo os atos processuais que podem ser praticados de forma oral devem ser 
reduzidos a termo. 
O CPC, em seus artigos 166 a 171, também traz diversas exigências em relação a 
termos processuais, como a numeração e rubrica do escrivão em todas as páginas do 
processo, a vedação do uso de abreviaturas, proibição de espaços em branco, de emendas 
ou rasuras (salvo se os espaços em branco forem inutilizados e as rasuras expressamente 
ressalvadas), etc. 
 
PRAZOS 
Devem ser destacados dois momentos quanto aos atos processuais: 
a) O momento do início do prazo: o prazo inicia-se no dia da notificação ou da 
intimação. 
b) O momento do início da contagem do prazo: o início da contagem ocorre no 
primeiro dia útil subsequente ao dia no início do prazo. 
Art. 774, CLT. Salvo disposição em contrário, os prazos 
previstos neste Título contam-se (sem grifo no original), 
conforme o caso, a partir da data em que for feita 
pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que 
for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o 
expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em 
que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no 
caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa 
de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de 
responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 
(quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. 
Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título 
contam-se (sem grifo no original) com exclusão do dia do 
começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos 
e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo 
tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou 
em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, 
domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil 
seguinte. 
 
 Destacam-se as seguintes súmulas referentes ao início e à contagem dos prazos 
processuais: 
 Súmula 1, TST. PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Quandoa intimação 
tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de 
intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado 
da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver 
expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. 
Súmula 262, TST. PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU 
INTIMAÇÃO EM SÁBADO. RECESSO FORENSE (incorporada 
a Orientação Jurisprudencial nº 209 da SBDI-1) - Res. 
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
a) I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o 
início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a 
contagem, no subseqüente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do 
Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) 
suspendem os prazos recursais. 
 
Recesso forense: 20 de dezembro a 6 de janeiro 
 Quando a intimação ocorre no sábado, tem-se por realizada na segunda-feira (se dia 
útil), sendo este o dia do início do prazo e terça-feira (se dia útil) o dia do início da contagem 
do prazo. 
b) OJ 310, SDI-I, TST. LITISCONSORTES. 
PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 191 
DO CPC. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO ( DJ 
11.08.2003) A regra contida no art. 191 do CPC é 
inaplicável ao processo do trabalho, em face de sua 
incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente 
ao processo trabalhista. 
O art. 191, do CPC, estabelece que litisconsortes, com procuradores diferentes, têm 
prazo em dobro. Como tal dispositivo legal não se aplica ao Processo do Trabalho, tem-se 
que LITISCONSORTES COM PROCURADORES DIFERENTES NÃO TÊM PRAZO EM DOBRO NO 
PROCESSO DO TRABALHO. 
 Ainda quanto aos prazos, vale destacar que a Fazenda Pública e o Ministério Público 
têm prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar. 
Art. 188, CPC. Computar-se-á em quádruplo o prazo para 
contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a 
Fazenda Pública ou o Ministério Público. 
O Decreto Lei nº 779/69 em seu artigo 1º, estabelece que nos processos perante a 
Justiça do Trabalho constituem privilégio da União, dos Estados, do DF, dos Municípios, e das 
autarquias ou fundações de direito publico federais, estaduais ou municipais que não 
explorem atividade econômica: 
- Inciso II: o quádruplo de prazo fixado no artigo 841, in fine, da CLT. 
- Inciso III: o prazo em dobro para recurso. 
 
Assim, tendo em vista que a Fazenda tem prazo em quádruplo para contestar e que a 
defesa sempre é apresentada na primeira audiência, então para a Fazenda a audiência será a 
primeira desimpedida depois de 20 (vinte) dias. 
 
Quando a parte não comparecer à audiência em prosseguimento para prolação da 
sentença, o prazo para recurso será contado da data de sua intimação (súmula 197 do TST). 
Entretanto, se, mesmo presente a parte, a ata da audiência de julgamento não for 
juntada ao processo em 48 horas, o prazo para o recurso será contado da data em que 
receber a intimação (súmula 30 do TST). 
Nos termos do art. 185 do CPC, não havendo previsão legal ou fixação pelo juiz, o 
prazo para a prática do ato processual será de 5 (cinco) dias. 
Os prazos que se vencerem sábados, domingos ou feriados prorrogam-se para o 
próximo dia útil subsequente (art. 775, parágrafo único, CLT). 
Em algumas hipóteses, os prazos processuais podem ser suspensos (paralisa-se a 
contagem e quando concluída a causa suspensiva o prazo volta a fluir pelo que lhe resta) ou 
interrompidos (paralisa-se a contagem e quando concluída a causa interruptiva o prazo 
reinicia). 
 
Súmula 262, TST, II. O recesso forense e as férias coletivas 
dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 
1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. (ex-OJ nº 209 
da SBDI-1 - inserida em 08/11/2000). 
 
Art. 180, CPC. Suspende-se também o curso do prazo por 
obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das 
hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será 
restituído por tempo igual ao que faltava para a sua 
complementação. 
 
É possível a interposição de recurso por fac-símile, nos termos da Lei 9800/99 e da 
súmula 387 do TST. 
A súmula 387, do TST, alterada pelo Pleno do TST em maio de 2011, estabelece o 
seguinte: 
Súmula 387 RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 
(inserido o item IV à redação) - Res. 174/2011, DEJT 
divulgado em 27, 30 e 31/05/2011I - A Lei nº 9.800, de 
26/05/1999, é aplicável somente a recursos interpostos 
após o início de sua vigência. (ex-OJ nº 194, da SBDI-1 - 
inserida em 08/11/2000) 
II - A contagem do quinquídio para apresentação dos 
originais de recurso interposto por intermédio de fac-
símile começa a fluir do dia subsequente ao término do 
prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de 
26.05.1999, e não do dia seguinte à interposição do 
recurso, se esta se deu antes do termo final do prazo. (ex-
OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04/05/2004) 
III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que 
dependa de notificação, pois a parte, ao interpor o 
recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se 
aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao "dies a quo", 
podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-OJ 
nº 337 da SBDI-1 - "in fine" - DJ 04/05/2004) 
IV - A autorização para utilização do fac-símile, constante 
do art. 1º da Lei n.º 9.800, de 26/05/1999, somente 
alcança as hipóteses em que o documento é dirigido 
diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando à 
transmissão ocorrida entre particulares. 
 
Dos dispositivos legais e jurisprudenciais extrai-se que: 
a) Os originais devem ser juntados no prazo de 5 (cinco) dias contados do dia 
subsequente ao término do prazo recursal e não do dia subsequente ao envio do fax. Assim, 
mesmo que o recurso seja enviado ao órgão do poder judiciário via fax no terceiro dia do 
prazo recursal, o quinquídio para apresentação dos originais conta-se do dia subsequente ao 
oitavo dia do prazo; 
b) O primeiro dos 5 (cinco) dias para a juntada dos originais pode coincidir com 
sábado, domingo ou feriado; 
c) Se o último dos 5 (cinco) dias recair em sábados, domingos ou feriados, o 
prazo prorroga-se para o próximo dia útil subsequente; 
d) O item IV da súmula, recentemente acrescentado pelo Pleno do TST, destaca 
que a lei 9800/99 permite a prática dos atos processuais por fax, mediante envio do 
documento diretamente ao órgão jurisdicional. Não admite que o documento seja 
transmitido entre particulares para, em seguida, ser encaminhado ao órgão jurisdicional. 
Assim, os comprovantes de depósito recursal e de custas processuais encaminhados da 
matriz do escritório de advocacia para a filial via fax e somente depois, ato contínuo, 
encaminhados ao órgão jurisdicional não são reputados autênticos, segundo o 
entendimento do TST. 
 
Seguem os principais prazos trabalhistas: 
 
Hipóteses Prazo Fundamento 
Audiência 
Primeira desimpedida depois de 
5 (cinco) dias contados do 
recebimento da notificação; 
Art. 841, CLT; 
Defesa Verbal 20 minutos; Art. 847, CLT; 
Manifestação do Exceto em 
exceção de incompetência 
24 horas; Art. 800, CLT; 
Audiência para instrução e 
julgamento da exceção de 
suspeição e impedimento 
48 horas; Art. 802, CLT; 
Razões Finais 10 minutos; Art. 850, CLT; 
Recurso ordinário 8 (oito) dias; Art. 895, CLT; 
Recurso de revista 8 (oito) dias; Art. 896, CLT; 
Embargos ao TST 8 (oito) dias; Art. 894, CLT; 
Agravo de petição 8 (oito) dias; Art. 897, “a”, CLT; 
Agravo de instrumento 8 (oito) dias; Art. 897, “b”, CLT; 
Embargos de declaração 5 (cinco) dias; Art. 897-A, CLT; 
Pedido de Revisão 48 horas; Art. 2º, § 2º, Lei 5584/70; 
Recurso extraordinário 15 (quinze) dias; 
Art. 102, III, CF eart. 266, § 1º 
do Regimento Interno do TST; 
Embargos à execução 
5 (cinco) dias contados da 
garantia do juízo; 
Art. 884, CLT. 
Embargos à execução pela 
Fazenda Pública 
30 (trinta) dias; Art. 1º-B, Lei 9494/97. 
Ação rescisória 
2 (dois) anos contados do dia 
subsequente ao trânsito em 
julgado; 
Art. 495, CPC e súmula 100, I, 
TST; 
Inquérito judicial para apuração 
de falta grave 
30 (trinta) dias contados da 
suspensão do empregado; 
Art. 853, CLT; 
Mandado de segurança 
120 (cento e vinte) dias 
contados da ciência do ato 
impugnado; 
Art. 23, Lei 12016/2009; 
Prazo para a Fazenda e 
Ministério recorrer 
Prazo em dobro; 
Art. 188, CPC e art. 1º, III, 
Decreto-Lei 779/69; 
Audiência para a Fazenda e 
Ministério Público na condição 
de parte 
Primeira desimpedida depois de 
20 (vinte) dias contados do 
recebimento da notificação 
(prazo em quádruplo); 
Art. 188, CPC e art. 1º, II, 
Decreto-Lei779/69; 
Prescrição bienal 
2 (dois) anos contados do 
término do contrato de 
trabalho; 
Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT; 
Prescrição quinquenal 
5 (cinco) anos contados do 
ajuizamento da ação; 
Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT e 
súmula 308, TST; 
Litisconsortes com procuradores 
diferentes 
Não têm prazo em dobro; OJ 310, SDI-1, TST 
 
 
PARTES E PROCURADORES 
 
“JUS POSTULANDI” 
É a capacidade de postular pessoalmente em Juízo, sem a necessidade de 
representação por advogado. Na Justiça do Trabalho, diversamente do que ocorre no 
processo civil, a capacidade postulatória é facultada diretamente aos empregados e aos 
empregadores. 
Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores 
poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do 
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
 É importante observar que o referido artigo trata apenas de empregados e 
empregadores, portanto, para as novas ações acrescidas à competência da Justiça do 
Trabalho pela EC 45/2004, a representação das partes por advogado será obrigatória. 
O TST firmou posicionamento no sentido de não ser conferida capacidade 
postulatória aos trabalhadores não empregados, como se extrai do art. 5º, da IN 27/2005, 
que trata das normas procedimentais aplicáveis ao Processo do Trabalho em decorrência da 
ampliação da competência da Justiça do Trabalho. 
 Ressalte-se, entretanto, que o jus postulandi sofreu limitação no entendimento do 
TST, conforme se observa pela redação da recentemente editada súmula 425. 
Súmula 425, TST. O jus postulandi das partes, estabelecido 
no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos 
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação 
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os 
recursos de competência do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 
Ressalte-se que, por força do art. 652, a, III, da CLT, aos dissídios resultantes de 
contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice, aplica-se a CLT, 
inclusive o art. 791, que trata do jus postulandi. O mesmo ocorre com o trabalhador avulso, 
nos termos do art. 643, da CLT: 
 Art. 643. Os dissídios, oriundos das relações entre 
empregados e empregadores bem como de trabalhadores 
avulsos e seus tomadores de serviços, em atividades 
reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça 
do Trabalho, de acordo com o presente Título e na forma 
estabelecida pelo processo judiciário do trabalho. 
 
REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO 
 Na Justiça do Trabalho faculta-se a representação do empregado e do empregador 
por advogado, porém, caso seja esta a opção da parte, o advogado deverá fazer constar nos 
autos a devida procuração. Sem esse instrumento de mandato, não poderá ingressar nos 
autos. 
 O artigo 37, do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho (segundo o artigo 5º da IN 
25/2005 do Tribunal Pleno do TST), ensina que, sem instrumento de mandato, o advogado 
não poderá ingressar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de 
evitar decadência ou prescrição, bem como intervir no processo para praticar atos reputados 
urgentes. 
Nesses casos, o advogado obrigar-se-á, independentemente de caução, a exibir o 
instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogáveis até outros 15 (quinze), 
por despacho do juiz. 
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não 
será admitido a procurar em juízo. Poderá, todavia, em 
nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência 
ou prescrição (sem grifo no original), bem como intervir, 
no processo, para praticar atos reputados urgentes (sem 
grifo no original). Nestes casos, o advogado se obrigará, 
independentemente de caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até 
outros 15 (quinze), por despacho do juiz. 
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão 
havidos por inexistentes (sem grifo no original), 
respondendo o advogado por despesas e perdas e danos. 
 
Entretanto, mesmo sem a juntada da procuração, a representação estará 
regularizada se evidenciada a procuração apud acta, também denominada, para muitos, de 
mandato tácito. A Lei 12437, de 06 de julho de 2011, inseriu o parágrafo terceiro ao art. 791, 
passando a prever, expressamente, a tal procuração. Observe-se: 
Art. 791,§ 3º, CLT. A constituição de procurador com 
poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, 
mediante simples registro em ata de audiência, a 
requerimento verbal do advogado interessado, com 
anuência da parte representada. 
Atenção! O detentor de procuração apud acta (mandato tácito) não tem poderes 
para substabelecer (OJ 200, SDI-1, TST). 
OJ 200, SDI-1, TST. MANDATO TÁCITO. 
SUBSTABELECIMENTO INVÁLIDO. Inserida em 08.11.00 
(inserido dispositivo, DJ 20/04/2005). 
É inválido o substabelecimento de advogado investido de 
mandato tácito. 
 
 As Súmulas 395 e 383, do TST, e a OJ 373, da SDI-1, tratam das condições de validade 
do mandato. Observe-se: 
Súmula 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. 
CONDIÇÕES DE VALIDADE (conversão das Orientações 
Jurisprudenciais nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 
129/2005, DJ 20, 22 e 25/04/2005. 
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo 
determinado que contém cláusula estabelecendo a 
prevalência dos poderes para atuar até o final da 
demanda. (ex-OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11/08/2003). 
II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando 
termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem 
validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. 
(ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11/08/2003). 
III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, 
ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para 
substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 
2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01/10/1997). 
IV - Configura-se a irregularidade de representação se o 
substabelecimento é anterior à outorga passada ao 
substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ 09/12/2003). 
 
Súmula 383, TST. MANDATO. ARTS. 13 E 37 DO CPC. FASE 
RECURSAL. INAPLICABILIDADE (conversão das 
Orientações Jurisprudenciais nºs 149 e 311 da SBDI-1) - 
Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento 
tardio de procuração, nos termos do art. 37 do CPC, ainda 
que mediante protesto por posterior juntada, já que a 
interposição de recurso não pode ser reputada ato 
urgente. 
II - Inadmissível na fase recursal a regularização da 
representação processual, na forma do art. 13 do CPC, cuja 
aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. 
 
OJ 373, SDI-1, TST. REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. 
PROCURAÇÃO.

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