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Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed TUTORIA Problema 4, Módulo 3 – Tumor de SNC, Metástases (Cerebrais e Ósseas) e Inibidores de Osteólise Objetivo 01: Estudar os tumores primários do SNC (classificação OMS 2016 e as principais características dos meningiomas, astrocitomas/GBM e meduloblastomas). Classificação OMS 2016 Mudança de 2016: Além do anatomopatológico (não dá todas as informações necessárias), com novos conhecimentos, serão utilizadas novas possibilidades de tratamento: IDH 1 e 2: tem a ver com os prognósticos dos tumores do SNC. O IDH mutado é mais frequente em crianças do que em adultos e tem prognóstico melhor que IDH selvagem (pior prognóstico, é mais agressivo). Ou seja, para tumores do SNC, quanto mais idade do paciente, pior o prognóstico. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sua classificação é representada por uma escala de malignidade dessas neoplasias (Louis et al., 2007): Tumores de grau I representam lesões com potencial proliferativo baixo e com possibilidade de cura após ressecção cirúrgica. Neoplasias de grau II naturalmente se infiltram nos tecidos cerebrais adjacentes e, apesar de sua baixa atividade proliferativa, geralmente retornam após ressecção cirúrgica. Alguns desses tumores tendem a progredir a graus mais elevados de malignidade. A designação grau III é geralmente reservada a lesões com evidências histológicas de malignidade, incluindo atipia nuclear e uma rápida atividade proliferativa. Tumores de grau IV são neoplasias citologicamente malignas com alta atividade mitótica e presença de necrose, as quais estão associadas a uma rápida evolução da doença pré e pós-operatória levando, geralmente, ao óbito. Algumas neoplasias de grau IV também se caracterizam pela infiltração generalizada do tecido circundante, assim como por uma propensão à disseminação cranioespinhal. Fatores de Risco: ✓ Doença multifatorial, causada pelo somatório de várias alterac ̧ões genéticas, podendo ser adquiridas durante a vida, por predisposição ou por exposição. Outras são hereditárias e estão presentes em algumas síndromes familiares associadas com tumores do SNC, como a neurofibromatose tipos 1 e 2, esclerose tuberosa, retinoblastoma, síndromes de Li-Fraumeni, de Von-Hippel Lindau, Turcot, Gorlin e Cowden. ✓ Exposição à radiac ̧ão. ✓ Exposição a arse ̂nico, chumbo, mercúrio, óleo mineral, combustíveis e trabalhadores de indústrias de borracha, plástico, gráfica, têxtil, agrotóxicos, refinaria, usina nuclear, entre outros. ✓ Sexo masculino, idade avanc ̧ada. ✓ Imunodeficiências - hereditárias, primárias, adquiridas (AIDS) ou relacionadas ao uso de drogas/medicamentos Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed (imunossupressores, quimioterápicos, etc.) e por repercussão siste ̂mica da presença de outro câncer. ✓ Infecções virais - alguns vírus aumentam o risco de desenvolver câncer do SNC, como o HIV, que aumenta o risco de Linfoma primário de SNC. Meningiomas - Conceito Os meningiomas são tumores benignos das meninges que podem comprimir os tecidos cerebrais adjacentes. - Epidemiologia Correspondem a cerca de 30% dos tumores cerebrais e da medula espinhal. Começam nas meninges, as camadas de tecido que circundam a parte externa do cérebro e da medula espinhal. São os tumores cerebrais mais frequentes em adultos. O risco destes tumores aumenta com a idade. Acometendo cerca de duas vezes mais pessoas do sexo feminino. Os meningiomas são muitas vezes classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o microscópio. - Fatores de risco • Radioterapia envolvendo a região da cabeça e do pescoço; • Síndromes neurogenéticas predisponentes, como neurofibromatose tipo 2 (NF2). • Foi também demonstrado ser a radiação ionizante um fator de risco definido para o futuro desenvolvimento de meningioma. • A situação mais comum consiste em radioterapia prévia para neoplasia maligna extracraniana, como câncer de cabeça e pescoço ou leucemia infantil. • Esses meningiomas que se desenvolvem em consequência de radioterapia prévia tendem a ser mais agressivos na sua evolução clínica. • A latência para o desenvolvimento do meningioma é inversamente proporcional à dose de radiação administrada. - Fisiopatologia • Os meningiomas são tumores que surgem dos revestimentos aracnóideos do cérebro. Histologicamente, esses tumores exibem várias aparências, dependendo do subtipo de meningioma, embora os médicos frequentemente lembrem, em sua maioria, do padrão em espiral das células tumorais que é mais comum e das coleções de cálcio, conhecidas como corpos de psamoma. • A síndrome neurogenética mais comum que predispõe o paciente ao desenvolvimento de meningiomas é a NF2, a forma menos comum de neurofibromatose. • A NF2 é um distúrbio autossômico dominante, de penetrância completa, que é causada por uma alteração do gene NF2 (também conhecido como cromossomo 22), que codifica a proteína supressora tumoral, a merlina, também denominada neurofibromina. Cerca de 80% dos meningiomas esporádicos também exibem alterações do NF2. • Os meningiomas são tumores altamente vasculares, com expressão elevada do receptor do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e seu ligante, VEGF. • Outras vias de fatores de crescimento, como o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF), o fator de crescimento epidérmico (EGF), o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF), e a Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed somatostatina também são expressas nos meningiomas. • Recentemente, foram identificadas mutações em duas vias em cerca de 20% dos meningiomas: AKT e SMO. • As mutações de AKT rompem a homeostasia que normalmente regula a sobrevida, proliferação, angiogênese e metabolismo das células cancerosas. • As mutações de SMO alteram uma via essencial responsável pelo controle da autorrenovação das células cancerosas. • Esses tumores com mutação tendem a ocorrer mais frequentemente em locais na base do crânio, que também tendem a ser as áreas de maior desafio e mais inacessíveis para cirurgia. • Pacientes com mutações AKT abrigam a mutação E17K, uma mutação oncogênica bem caracterizada, presente em vários outros tipos de câncer. • A mutação E17K resulta em ativação constitutiva da AKT, que, por sua vez, estimula a atividade de mTOR a jusante, resultando em hiperatividade da via P13K. • Por sua vez, a ativação da via P13K estimula múltiplos processos oncogênicos, incluindo proliferação celular e angiogênese. • As mutações de SMO incluíram a L412F observada em um subgrupo de meduloblastomas e a alteração W535L observada no carcinoma basocelular. - Graus • Grau I. Tumores com células que se parecem mais com as células normais. Esses são o tipo mais frequente de meningioma. A maioria deles pode ser curado com cirurgia, mas alguns crescem muito perto de estruturas vitais no cérebro ou nos nervos cranianos e não podem ser tratados apenas cirurgicamente. • Grau II. Esses meningiomas (atípicos ou invasivos) geralmente têm células que parecem um pouco anormais sob o microscópio. Eles podem crescer diretamente ou nas proximidades do tecido cerebral e do osso. São propensos a recidivar após a cirurgia. • Grau III. São meningiomas anaplásicos ou malignos com células mais anormais. São o tipo menos frequente. Tendem a crescer rapidamente, próximos ao tecido cerebral e osso. São os mais propensos a recidivar após o tratamento. Alguns podem até se disseminar para outras partes do corpo. - Quadro clínico • A apresentação clínica dos meningiomas é altamente variável, dependendo da localização, do tamanho e da forma do tumor. • Os tumores podem se manifestar na forma de distúrbios visuais,disfunção da fala, fraqueza, disfunção sensorial, disfunção neurocognitiva, alterações da personalidade ou crises epilépticas. • Por serem tipicamente neoplasias de crescimento lento, os meningiomas raramente provocam aumentos agudos da pressão intracraniana, resultando em sintomas como cefaleia, náuseas, vômitos ou alteração da consciência. • De fato, em virtude de seu crescimento lento, esses tumores com frequência podem se tornar surpreendentemente grandes, sem causar qualquer disfunção neurológica clínica. • Entretanto, até mesmo um meningioma “benigno” pode resultar em disfunção neurológica incapacitante se o seu Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed crescimento ultrapassar a capacidade do crânio de acomodar o aumento de volume. • Raramente, esses tumores podem metastatizar fora do sistema nervoso central (SNC), habitualmente para o osso. Astrocitomas (Glioblastoma) - Conceito Os astrocitomas são tumores cerebrais e da medula espinhal que se desenvolvem a partir de células em forma de estrela (astrócitos) que ajudam no funcionamento de células nervosas do cérebro (ou da medula espinhal). Esses tumores podem ser cancerosos ou não. - Epidemiologia É o tipo mais comum de glioma e se desenvolve a partir de células denominadas astrócitos. Cerca de 20% dos tumores cerebrais são astrocitomas. - Fatores de Risco A exposição à radiação ionizante, o consumo de álcool e a infecção com alguns vírus como herpes vírus 6, SV-40 e citomegalovírus podem estar associados a aumento da incidência destes tumores. Outros fatores de risco incluem: Sexo masculino Idade acima de 45 anos Ter um tumor low-grade (astrocitoma de baixo grau) Desordens genéticas como: Neurofibromatose, Esclerose tuberosa. - Fisiopatologia • Os astrocitomas anaplásicos e os GBM surgem preferencialmente na substância branca dos hemisférios cerebrais. • Acredita-se que os gliomas malignos se desenvolvam como consequência cumulativa de uma série de alterações oncogênicas. • É evidente que os tumores que surgem do novo apresentam alterações moleculares distintas daqueles que evoluem a partir de tumores de graus mais baixos. • O GBM tem genes significativamente amplificados e com deleções e mutações, levando a um reconhecimento da alta incidência de desregulação da p53, Rb e via do receptor tirosinoquinase (RTK). - Graus (Classificação dos Astrocitomas): São neoplasias malignas e que apresentam diversos graus de agressividade. São classificados em astrocitomas de baixo grau (I e II) e astrocitomas de alto grau (III e IV). Classificação: Grau IV - alto grau: conhecidos como glioblastomas, são os que mais crescem e são mais comuns em adultos; correspondem a 2/3 dos astrocitomas. Grau III - grau intermediário: crescem em um ritmo intermediário; também chamado de astrocitoma anaplásico. Grau II - grau baixo ou difuso: são de crescimento lento, mas depois podem se tornar mais agressivos se começarem a crescer mais rápido. Grau I – astrocitomas não infiltrantes: não costumam crescer nos tecidos adjacentes e têm um prognóstico melhor, incluindo os pilocíticos e tumores gliais disembrioplásticos; são mais comuns em crianças (único que tem chance de cura). - Quadro clínico A maioria dos pacientes apresenta aumento da pressão intracraniana (p. ex., cefaleias matinais, vômitos, letargia). A localização do tumor determina outros sinais e sintomas, por exemplo: cerebelo (fraqueza, tremor e ataxia - prejuízo da coordenação motora ou Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed equilíbrio); vias ópticas (perda da visão, proptose - protusão do globo ocular ou nistagmo) e medula espinhal (dor, fraqueza e alteração da marcha). A localização mais frequente nos adultos é na fossa anterior, e nas crianças metade em fossa posterior e metade em anterior. Meduloblastomas - Conceito Meduloblastomas são tumores cerebrais de crescimento rápido que se desenvolvem a partir das células neuroectodérmicas no cerebelo (a parte do cérebro que ajuda a controlar a coordenação e o equilíbrio). Eles são parte de uma classe de tumores denominados tumores neuroectodérmicos primitivos, que também podem se iniciar em outras partes do sistema nervoso central. - Epidemiologia • O meduloblastoma ocorre em todo o mundo e não existem evidências de que ele predomine em determinada subpopulação étnica ou racial. • Na infância, o meduloblastoma é a neoplasia maligna primária mais comum do sistema nervoso central (SNC), representando de 20% a 25% dos tumores encefálicos e de 30% a 40% dos tumores de fossa posterior. • Na primeira década de vida, costuma haver uma distribuição bimodal, com picos em torno dos 3 e 5 anos e entre os 8 e 10 anos de idade. • Observaram que a incidência do meduloblastoma em adultos representa 1% do total dos tumores intracranianos e 6% dos tumores de fossa posterior. • Em geral, a idade mediana dos pacientes adultos com meduloblastoma varia dentro do intervalo dos 20 aos 39 anos à época do diagnóstico, mais frequentemente em torno dos 25 anos, mas pode surgir em qualquer idade. • O meduloblastoma nos adultos, assim como nas crianças, predomina no sexo masculino. - Fatores de risco • Idade (criança). • Condições herdadas têm maior risco quando o paciente apresenta síndrome de Turcott, síndrome do nevo em bolha de borracha azul, síndrome de Gorlin (nervo de células basais) e de Li-Fraumeni, ataxia- telangiectasia e xeroderma pigmentoso. - Fisiopatologia • O meduloblastoma é uma neoplasia maligna primária do sistema nervoso central (SNC), de origem embrionária neuroepitelial, a partir de células pluripotenciais primitivas, que se desenvolve no cerebelo. • Acredita-se que esses tumores tenham origem a partir de células neuroepiteliais embrionárias indiferenciadas, presentes na camada granular externa do córtex cerebelar em desenvolvimento, chamada de camada granular fetal de Obersteiner. • Essa camada subpial de pequenas células está presente ao nascimento e gradualmente deve desaparecer durante o primeiro ano de vida. • A persistência focal dessas células daria início ao tumor. • Apesar dessa teoria, a célula de origem do meduloblastoma nunca foi totalmente elucidada. - Quadro clínico • O quadro clínico é insidioso e progressivo, com sinais e sintomas dependentes do sítio Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed do tumor e da ocorrência de hipertensão intracraniana. • Um quadro de início apoplético pode ocorrer devido à hemorragia aguda intratumoral. Queixas de dor lombar ou radicular, crises convulsivas, sintomas medulares ou encefálicos focais podem surgir. • Cefaleia, desequilíbrio, distúrbio da marcha, tonturas e/ou náuseas e vômitos são relativamente comuns. • O exame clínico dos pacientes com meduloblastoma revela tipicamente sinais cerebelares axiais ou apendiculares e/ou de hipertensão intracraniana. Objetivo 02: Discutir Tumores Metastáticos. Epidemiologia • Embora o número de novos casos de metástases para o sistema nervoso central diagnosticados anualmente seja estimado em mais de 200.000, a incidência exata permanece desconhecida. • Estudos de necropsia relataram a presença de metástases intracranianas em 10 a 30% de todos os pacientes com câncer (15% para o cérebro, 5% para as leptomeninges, 5% para a dura-máter), bem como ML (metástases leptomeníngeas) em média de 20% de todos os pacientes com câncer. • A incidência de metástases cerebrais aumentou continuamente nessas últimas décadas, um fenômeno que provavelmente é multifatorial. • Uma das supostas razões para explicar a incidência muito elevada de doença metastática para o cérebro é a permeabilidade altamente seletiva da barreira hematoencefálica, que permite às células tumorais refugiar-se no sistema nervoso central(SNC), escapando tanto da vigilância imune quanto dos efeitos citotóxicos da quimioterapia, visto que a maioria desses fármacos é incapaz de atravessar adequadamente a barreira. • Embora o parênquima do cérebro seja o local mais provavelmente afetado (80%) por doença metastática do sistema nervoso, outros locais comuns incluem o espaço epidural e as leptomeninges. • Os locais menos comuns são representados pela dura-máter, medula espinal intramedular, sistema óptico e nervos cranianos e periféricos. Fisiopatologia • Sabe-se que o desprendimento de células tumorais e a sua passagem para a circulação sistêmica constitui um fenômeno precoce na história natural da neoplasia maligna; entretanto, essas células tumorais circulantes nem sempre resultam em metástases. • Sabe-se também que determinadas neoplasias malignas têm uma predileção em metastatizar para órgãos específicos. • Isso pode ser simplesmente devido, em parte, à anatomia e à fisiologia, mas também pode depender de características moleculares específicas, incluindo a secreção de fatores quimiotáticos específicos pelo órgão ou local envolvido; acredita-se que os fatores de crescimento neuro trópicos no SNC possam desempenhar esse papel. • Outro fator possível é a expressão de moléculas de superfície específicas nas células tumorais que as tornam capazes de se alojar em determinados tecidos. • As possíveis vias para a disseminação de câncer incluem as vias hematogênica, linfática, intratecal e perineural. • Embora não sejam tecnicamente metastáticos, os tumores podem Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed estender-se diretamente para estruturas adjacentes. • A intravasão da célula cancerosa exige múltiplos sinais entre a célula e seu microambiente circundante. • Alguns dados sugerem que a transformação da célula maligna em tecido mesenquimal ou semelhante ao tecido conjuntivo é crucial nesse processo, um fenômeno designado como transformação epitélio-mesenquimal ou TEM. • Após a intravasão e a entrada das células na circulação, os órgãos anatômicos normais podem atuar como barreira. • Quando as células cancerosas alcançam um local distante, elas precisam extravasar da circulação e se estabelecer nesse local – um processo complexo que exige múltiplas interações com o novo microambiente. • A metástase nascente também deve ter a capacidade de angiogênese. • Apesar de todas essas etapas necessárias para a formação de metástases a distância, a doença metastática do câncer é um fenômeno bem real e comum, indicando que esse processo organizado de dissociação, intravasão, circulação, escape da vigilância imune, extravasamento e crescimento metastático é eficientemente coordenado por um número significativo de neoplasias malignas por meio de uma sofisticada interação genética. Características clínico radiológicos • Os tumores cerebrais metastáticos manifestam se com os mesmos sinais clínicos dos tumores intracranianos primários, distinguindo-se destes por sua evolução mais rápida, geralmente subaguda, em dias ou poucas semanas. • Os sintomas progressivos de aumento da pressão intracraniana (cefaleia, alteração do nível de consciência), alterações de comportamento, sinais neurológicos focais e crises epilépticas são as manifestações clínicas habituais dos processos metastáticos cerebrais. • A maioria das metástases cerebrais aparece como lesões arredondadas, com realce difuso ou anelar, tipicamente circundadas por intenso edema perilesional, o qual não guarda proporção com o tamanho da lesão. O efeito expansivo também é variável e, os casos de apresentação aguda com hemorragia intratumoral, esta pode dificultar o diagnóstico de neoplasia subjacente. • Os principais métodos de neuroimagem para o diagnóstico de metástases cerebrais são a tomografia computadorizada e a ressonância magnética contrastadas. Objetivo 03: Compreender os tumores metastáticos para os ossos. Epidemiologia • A doença óssea metastática é responsável por mais de 99% dos tumores malignos que acometem o osso. • As metástases ósseas surgem com maior frequência dos carcinomas de mama (49%), pulmão, rim, próstata e tireoide; localizando-se mais comumente nas vértebras, arcos costais (esqueleto axial 80%), na pelve e no fêmur. • Muitas vezes a localização primária permanece desconhecida (3%), chamando a atenção para a doença apenas o quadro metastático. • Os implantes secundários são extremamente raros distalmente em cotovelo e joelho (0,3%), acometendo de Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed forma preponderante mulheres acima da quarta década de vida. Fisiopatologia • O processo de disseminação metastática parece ser semelhante em todos os tipos de tumor, e suas etapas relevantes são a oncogênese, a angiogênese, a existência de células tumorais com fenótipo invasivo e com maior velocidade de crescimento, capacidade de sobrevivência à circulação sanguínea, adesão da célula tumoral ao tecido-alvo, extravasamento e crescimento celular na localização secundária, angiogênese no foco metastático e bloqueio da resposta imune hospedeira. Características clínico radiológicos • Clinicamente a dor é o principal sintoma, podendo ser acompanhada de aumento de volume local e/ou fratura patológica. • A lesão, no entanto, pode evoluir de forma assintomática e só se mostrar em vigência de fratura patológica ou do edema local, muitas vezes confundido com trombose venosa. • Exames de imagem são primordiais, como radiografia, ressonância nuclear magnética, cintilografia óssea, tomografia computadorizada. • A radiografia simples do local acometido, pode ter alterações lesões líticas (com padrão geográfico, permeativo ou de "roído de traça"), lesões osteoblásticas ou mistas. • É importante estar atento a possíveis reações periosteais (ex.: espiculada, laminada, triângulo de Codman), que, por não serem frequentes, podem ser superestimadas simulando diagnóstico de tumor ósseo primário. Objetivo 04: Pesquisar sobre tratamento medicamentoso com inibidores de osteólise em oncologia (mecanismo de ação, possíveis benefícios e efeitos colaterais dos bisfosfonatos e denosumabe). Bifosfonatos São análogos químicos do pirofosfato endógeno, resistente a fosfatase alcalina. Mecanismo de ação. • Inibe a reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos. • Isso se dá, porque o bifosfonato se combina com os cátions divalentes (Ca2 do mineral ósseo) e se incorpora na matriz mineralizadora. • Logo, são internalizados pelos osteoclásto e inibem a prenilação (adição de lipídios a proteínas de sinalização intracelular – GTPases), levando a apoptose celular e perda da função osteoclástica. Possíveis benefícios Além de inibir a ação osteoclástica eles atuam em células cancerígenas causando: ✓ Inibição da proliferação celular e indução a apoptose – inibe a prenilação. ✓ Inibição da adesão e invasão celular (metástase) – modula expressão de moléculas de adesão e atividade proteolítica de metaloproteinas. ✓ Inibição da angiogênese – reduz a síntese dos VEGF. ✓ Potencializam o sistema imune – ativa as células T que exerce atividade citotóxica natural. ✓ Fazem sinergismo com drogas antineoplásicas. Sara Luiza Costa Silva – MEDICINA 4° Período @saraluizacfazmed Efeitos colaterais • Intolerância gastrointestinal; • Úlceras e erosões esofágicas; • Falência renal; • Mialgia; • Pirexia de 1 a 2°C por 24 a 48 horas após a administração; • Osteonecrose dos maxilares (mandíbula é a mais afetada). Denosumabe É um anticorpo monoclonal humano para o tratamento da osteoporose, perda óssea induzida pelo tratamento, metástases ósseas e tumor de células gigantes do osso. Mecanismo de ação • Interfere na ação de outra proteína envolvida no processo de ativação da degradação óssea. • Consequentemente,o medicamento determina a redução do número e da função dos osteoclastos, resultando assim na redução da reabsorção e da destruição ósseas, comumente induzidas pelo câncer. Eficácia: Denosumabe efetivamente reduz o risco de eventos secundários e subsequentes relacionados ao esqueleto em pacientes com metástases ósseas de uma ampla variedade de tumores sólidos. Escolha para paciente com lesão renal (mais seguro). Uso clínico: Em mulheres na pós-menopausa com risco de osteoporose; previne problemas relacionados com os ossos em pacientes com metástases ósseas de tumores sólidos; além de ser especialmente útil quando os bifosfonatos não são aconselháveis. Efeitos adversos • dor óssea, articular e/ou muscular • dispneia (falta de ar); • hipocalcemia; • hipofosfatemia (baixa concentração de fosfato no sangue); • diminuição do apetite; • dor persistente ou não cicatrização de feridas na boca ou mandíbula; • dor nas costas; • dor na mandíbula; • dor nas extremidades (dor no braço ou na perna); • cansaço; • fraqueza generalizada; • febre; • enjoo; • diarreia; • prisão de ventre; • vômito;
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