Buscar

Status Epilepticus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Mayara Medeiros 
 
 
 
 
Definição: 
➢ É uma crise epiléptica única que dura mais 
de 5 minutos ou duas ou mais crises sem 
recuperação completa da consciência 
entre elas. 
➢ Crise convulsiva é diferente de crise 
epiléptica. 
o Crise convulsiva é aquela que 
apresenta movimentos ritmados, 
repetidos. 
o Crise tônico-clônica generalizada, 
mais comum, é aquela que o paciente 
apresenta uma fase tônica, seguida 
de uma fase clônica de movimentos 
repetidos. 
o Crise epiléptica: toda crise convulsiva 
é uma crise epiléptica, mas nem toda 
crise epiléptica é uma crise convulsiva. 
Na crise epiléptica o paciente pode 
apresentar qualquer sintoma: 
alteração visual, auditiva, olfatória, de 
paladar, movimentos ritmados em 
apenas um membro (crise focal), ou 
ainda alterações de personalidade e 
humor. 
Epidemiologia: 
➢ É uma emergência comum 
➢ Incidência em “U” → crianças pequenas com 
idade menor que 1 ano ou idosos com mais 
de 60 anos. 
➢ Prognóstico depende do tempo: quanto 
mais tempo o paciente permanece em status 
epilepticus, pior o seu prognóstico. 
Fisiopatologia: 
➢ Falha dos mecanismos de encerrar uma 
convulsão: 
o Começa nos milissegundos, com a 
abertura dos canais iônicos, seguido 
de liberação de neurotransmissores, 
principalmente os excitatórios, como o 
glutamato, e fosforilação de proteínas 
que perpetuam a crise convulsiva. 
o Em seguida ocorre diminuição dos 
receptores GABA (receptores 
inibitórios), e aumento de receptores 
excitatórios, como NMDA-R e AMPA 
(receptor de glutamato) 
o Aumento de subunidades proteicas 
que perpetuam as crises convulsivas, 
como a substância P e diminuição da 
substância Y, que é um fator 
associado com a redução do tempo 
da convulsão. 
o Fatores genéticos e epigenéticos 
podem estar relacionados a esse 
processo, ou ainda a produção de 
micro RNA, que produzem proteínas 
que acabam perpetuando as crises. 
Etiologia: 
➢ Varia de acordo com a idade: 
o Estado epiléptico febril: pacientes 
menores, crianças menores de 1 ano. 
o Presença de lesão subjacente (AVC 
prévio) associado a um distúrbio 
metabólico (distúrbio do sódio): mais 
comum em pacientes idosos. 
o No paciente adulto, pode-se 
diferenciar as causas agudas das 
causas crônica, que diferencia dois 
padrões com prognósticos diferentes: 
▪ Agudas: lesão subjacente + 
distúrbio metabólico (hipo/ 
hipernatremia, hipo 
/hipercalcemia, hipocalcemia 
associado a hipomagnesemia, 
insuficiência renal, insuficiência 
hepática); hipóxia ou anóxia 
cerebral (gera hipoperfusão 
cerebral, diminui limiar convulsivo 
e pode vir a ter a crise 
epiléptica); infecções (meningite, 
encefalite, sepse, também 
diminuem limiar convulsivo); 
trauma (TCE); AVC (o AVCi 
raramente é uma causa aguda 
de status epilepticus) 
▪ Crônicas: epiléptico crônico – 
deixou de usar a medicação, 
progressão da doença, tem 
prognóstico melhor que o 
paciente agudo. Lesões 
estruturais (AVCi, principalmente 
quando associado com uma 
Status 
 Epilepticus 
Mayara Medeiros 
causa metabólica; hemorragia 
parenquimatosa, hemorragia 
subaracnóidea); abstinência; 
drogas (antibióticos, 
antidepressivos, Flumazenil, lítio); 
tumor. 
Classificação: 
➢ Convulsivo: estado tônico-clônico 
generalizado (forma mais comum de 
apresentação). Pode evoluir para não 
convulsivo. 
➢ Não convulsivo: rebaixamento do nível de 
consciência inexplicado. Só consegue 
realizar o diagnóstico por meio do EEG. 
➢ Refratário (ao tratamento): refratário a duas 
drogas – benzodiazepínico e 
anticonvulsivante 
➢ Super refratário: refratário a 3 drogas: 
benzodiazepínico, anticonvulsivante e 
anestésico. 
Diagnóstico: 
➢ Diagnóstico é clínico! 
➢ Exame neurológico: 
o Avaliação do nível de consciência 
o Observar movimentos automáticos 
o Verificar mioclonias 
➢ Para o diagnóstico etiológico: 
o TC/RM: alterações crônicas, 
hiperdensidade ou hipodensidade 
que podem ser sinais de AVC. 
o Líquor: descartar meningite/ encefalite. 
o EEG: atividade contínua de pico, 
ondas com ritmo irregular. Fundamental 
para o diagnóstico de status 
epilepticus não convulsivo. 
Diagnóstico diferencial: 
➢ Distúrbio paroxístico dos movimentos 
➢ Encefalopatias 
➢ Estado psicológico epiléptico (simulação) 
➢ Síncope 
➢ Acidentes isquêmicos transitórios 
➢ Enxaqueca 
Tratamento: 
➢ Deve ser tratado imediatamente, não há 
necessidade de esperar por EEG. 
➢ Estágio 1: 
o Estabilizar o paciente: 
▪ Garantir que o paciente tem uma 
via aérea pérvia 
▪ Ventilação adequada 
▪ Pressão normal 
▪ Circulação normal 
▪ MOV: monitor, oxigênio, veia 
▪ Glicemia capilar 
▪ Tiamina IV + glicose 
▪ Passou de 5 minutos e ainda não 
melhorou? Benzodiazepínicos: 
Diazepam 10 mg EV ou 
Midazolam 10mg IM/ EV. Pode 
repetir mais uma vez. Caso não 
melhore em 10 minutos: 
➢ Estágio 2: anticonvulsivantes 
o Fenitoína 20 mg/kg IV (50 mg/min) (ter 
cuidado pois ela é cardiodepressora! 
Pode causar hipotensão e 
bradicardia se feito um bolus direto e 
muito rápido. Deve ser diluída em soro 
fisiológico) 
o Ácido valpróico 20-40 mg/kg IV (100 
mg/min) 
o Fenobarbital 20 mg/kg IV (50-75 
mg/min) 
o Levetiracetam 20-60 mg/kg (mais de 
15 min) 
o Não melhorou? Status epilepticus 
refratário – mais de 30 minutos: 
➢ Estágio 3: 
o Fenobarbital IV 20 mg/kg 50-75 
mg/min ou 
o Ácido valpróico 20-40 mg/kg 5 
mg/kg/min ou 
o Anestesia geral + EEG: 
▪ Midazolam 2 mg/kg em infusão IV 
0,2-0,6 mg/kg/h 
▪ Propofol 2 mg/kg em infusão IV 2-
5 mg/kg/h 
➢ Estágio 4: status epilepticus super refratário 
– mais de 90 dias. 
o Pentobarbital 5 mg/kg em infusão IV 1-
5 mg/kg/h 
o Hipotermia 
o Ketamina 
o Monitorização contínua com EEG 
Prognóstico: 
➢ Variável! 
o Varia de acordo com a etiologia 
subjacente. 
o Status epilepticus pós anóxia cerebral 
– péssimo prognóstico 
o Quanto maior a idade, pior o 
prognóstico 
o Quanto mais comorbidades, pior o 
prognóstico. 
Paciente 
estabilizado 
Mayara Medeiros 
o Quanto mais tempo em status 
epilepticus, mais chance de ele não 
sair do status e pior seu prognóstico. 
➢ Consequências sistêmicas: 
o Morte neuronal ocorre após 30 a 60 
minutos de crise 
o Arritmias 
o Hipoventilação alveolar 
o Hipóxia 
o Febre + leucocitose, simulando quadro 
infeccioso

Outros materiais