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Aula 1_Aspectos Históricos da Bovinocultura de Corte no Brasil

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07/06/2022
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1ª Aula – Bovinocultura de Corte
“ASPECTOS HISTÓRICOS DA 
BOVINOCULTURA DE CORTE NO BRASIL”
Professor: Rodrigo Vidal Oliveira
Junho/2022
Brasília – DF
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CONTATO / COMUNICAÇÃO:
CLASSROOM
https://classroom.google.com/
Código da turma: mtez5fo
 Não havia espécie bovina no Continente americano gado 
da Península Ibérica p/ trabalho de transporte de cargas e 
tração de carros, assim como produção de carne e leite.
 Raças nativas da Espanha e Portugal: Mirandesa, Minhota, 
Alentejana, Arouquesa e Trantagana, dentre outras.
(Peixoto, 2010)
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Fonte: tradicional.dgadr.gov.pt
 Raças da Espanha e Portugal originaram grandes rebanhos 
“nacionais”, denominados de crioulos  surgiram (seleção) as 
raças Caracu, Curraleiro, Mocho Nacional, China, Franqueiro....
(Peixoto, 2010)
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https://www.rededobem.net/raca-crioula
https://www.beefpoint.com.br/caracu
http://www.revistaagropecuaria.com.br/2012/12/21/gado
-curraleiro-pe-duro
 A criação de bovinos (sem finalidade específica) começou a 
ser desenvolvida no século XVI  3ª década após o início do 
processo de colonização;
 Importantíssimo no abastecimento dos núcleos urbanos e, 
posteriormente, expandiu-se em direção ao sertão nordestino
 Bovinos criados no sistema extensivo (pastos nativos);
“Os primeiros bovinos foram introduzidos na Capitania de 
São Vicente (São Paulo) em 1534, enviados de Portugal 
por Dona Ana Pimentel, esposa e procuradora de 
Martim Afonso de Sousa. Em 1535, Duarte Coelho 
introduziu os bovinos em Pernambuco”
(ADAS, 1983; citado por Teixeira & Hespanhol, 2014)
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 Fatores que levaram a introdução e expansão do gado 
bovino no Nordeste:
1. Relevo sem barreiras  facilidade p/ deslocar o gado;
2. Abundância de pastagens naturais;
3. Depósitos de sal-gema  importantes para os animais;
4. Disponibilidade de água  rio São Francisco;
5. Exigência de reduzidos investimentos para a 
composição e custeio dos rebanhos;
6. Mercado consumidor (couro e carne)  engenhos.
(Teixeira & Hespanhol, 2014)
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 As fazendas continuaram a se expandir, atingindo os 
Estados do Piauí, Maranhão e Ceará.
 Início do século XVII  rebanho brasileiro já alcançava 
1.500.000 cabeças.
 No século XVIII o sertão nordestino alcançou o seu apogeu 
no desenvolvimento pecuário  produtos p/ grandes centros 
populosos desde o Maranhão até a Bahia. 
 No entanto, a produção foi seriamente prejudicada pela 
escassez de água dessa região.
 No sul do Brasil  iniciou pelos padres jesuítas, nas 
missões próximas ao rio Uruguai  a criação se multiplicou, 
espalhando-se por toda a região Sul.
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(Teixeira & Hespanhol, 2014)
Deslocamento da criação de bovinos p/ o interior do país
1) Devido ao crescimento do rebanho bovino, em 1701 foi 
publicada uma carta régia proibindo a criação de gado no 
litoral brasileiro  evitar que o gado estragasse as 
plantações de cana-de-açúcar.
2) Expansão da atividade mineradora em áreas pertencentes 
aos atuais estados de MT, GO e MG  deslocamento de 
populações se formava um mercado consumidor de 
carne, leite e couro.
 A pecuária desenvolveu-se significativamente, chegando a 
ocupar posição de destaque, inclusive com a exportação 
de couro nos séculos XVIII e XIX
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(Teixeira & Hespanhol, 2014)
 A região Sul destacou-se na criação de bovinos tendo, desde 
o período colonial, a pecuária como base econômica, 
favorecida pelos vastos campos naturais.
 Uma das atividades que favoreceu a organização da 
pecuária do Sul foi o surgimento das charqueadas 1793 o 
RGS exportou 13.000 @ de charque e nos primeiros anos do 
século seguinte chegou a exportar 600.000 @.
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 O interesse por bovinos tipo corte aconteceu no século XIX 
e XX  primeiros processos de conservação da carne
 Importação de raças especializadas p/ produção de 
carne  continente europeu e gado zebuíno da Índia
Raças Zebuínas no Brasil
 Iniciou no século XIX, com mais intensidade no século XX
 Fazenda Real de Santa Cruz (1826), próxima ao RJ e de 
propriedade do imperador Pedro 1º  zoológico
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(Peixoto, 2010)
https://descubrasantacruzrj.com.br/roteiro-1-fazenda-real-de-santa-cruz/
Raças Zebuínas no Brasil - continuação
 Primeiras importações comerciais ocorreram entre 1878 
e 1883  campanhas difamatórias por parte de 
criadores de gado europeu;
 Grande adaptação/rusticidade dos animais garantiu o 
sucesso da exploração em condições extensivas
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(Peixoto, 2010)
Catálogo de oferta de animais
Empresário: Carl Hagenbeck
Fonte: Zebu: Um Novo Foco nas Histórias -
Episódio 1 - O Início da Saga (ABCZ, 2021)
Desenvolvimento da pecuária de corte - fins do século XIX e 
início do século XX:
 Certo crescimento com a expressiva expansão da fronteira 
agrícola e a inclusão de novas áreas;
 Maior importância econômica  após aumento de 
importações de animais das raças zebuínas (Brasil Central) 
e europeias especializadas p/ corte (Sul do País);
 Não proporcionou melhorias nos índices de 
produtividade  taxas de abate, pesos médios de 
carcaça e disponibilidade de carne habitante/ano;
 Avanços importantes  novas plantas forrageiras, 
aumento expressivo de pastagens cultivadas e maior 
controle sanitário do rebanho.
12(Peixoto, 2010)
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 Início do século XX:
 Medidas oficiais para facilitar a importação de 
reprodutores;
 Implantação de frigoríficos;
 Criação do Serviço de Inspeção Veterinária do 
Ministério da Agricultura (1910).
 Com a expansão da criação de bovinos no Brasil, algumas 
regiões destacaram-se nessa atividade, tais como: o Rio 
Grande do Sul, o Triângulo Mineiro e a ilha de Marajó. 
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(Teixeira & Hespanhol, 2014)
Produção de gado de corte a pasto:
 O sistema de criação a pasto predomina desde o Brasil 
colônia (sistema extensivo)
 1986  pastagens cultivadas representavam 42%
 1930  início das pesquisas científicas (forrageiras);
 1950  estudos experimentais sobre as práticas de uso 
racional de pastagens (SP)
 Qualidade de solos, adubação e calagem;
 Níveis de produtividade;
 Rotação de culturas;
 Controle de plantas invasoras;
 Uso de irrigação, dentre outros.....
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(Peixoto, 2010)
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Evolução da área de pastagem e evolução da produtividade
Fonte: BEEF REPORT: Perfil da Pecuária no Brasil – ABIEC, 2021 
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Como o Brasil produz carne de qualidade e de forma 
sustentável 
Fonte: BEEF REPORT: Perfil da Pecuária no Brasil – ABIEC, 2021 
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Informações históricas e projeções da pecuária até 2030
Fonte: BEEF REPORT: Perfil da Pecuária no Brasil – ABIEC, 2021 
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Confinamento de gado de corte:
 1950 – 1960  início da terminação de bovinos em 
confinamento; aproveitamento de resíduos da exploração de 
culturas (palhadas, ponta de cana, sabugos de milho...);
 1957 e 1958  primeiros estudos experimentais, sobre 
desempenho de bovinos alimentados com rações à base de 
ponta de cana-de-açúcar ou cana desfibrilada, 
suplementadas com melaço e concentrados protéicos;
 1976  confinamento era praticamente inexistente no 
estado de SP (0,01%);
 1981  164 núcleos de confinamento em SP (1,53%);
 Sistema de terminação intensiva que desperta interesse de 
pecuaristas  menor idade de abate, maior produção por 
área e padronização do acabamento (qualidade da carne)
19(Peixoto, 2010)
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Citações bibliográficas:
 ABIEC, 2021: BEEF REPORT: Perfil da Pecuária no Brasil. 
Disponível em: <http://abiec.com.br/publicacoes/beef-report-
2021/>. Acessado em: 31/05/2022.
 PEIXOTO, A. M. Evolução histórica da pecuária de corte no Brasil. 
In: PIRES, A. V. Bovinocultura de Corte – Volume 1. Piracicaba: 
FEALQ, 2010. p. 03 – 10.
 TEIXEIRA, J. C.; HESPANHOL, A. N. A Trajetória da Pecuária 
Bovina Brasileira. v. 2, n. 36. 2014. Disponível em: 
<https://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/view/2672>. 
Acessado em: 16/05/2022.
 ABCZ, 2021. Zebu: Um Novo Foco nas Histórias - Episódio 1 -
O Início da Saga. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/results?search_query=zebu+o+novo+f
oco+nas+hist%C3%B3rias>.Acessado em: 31/05/2022.
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