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5 5° Período B | 1° AF | Seminário de Pesquisa I Maria Diva Costa Alves | @medivou Sistema de comunicação em ciência Prof. Laerson | 14.03.2022 INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO • Trabalho científico é o resultado de algum dos diversos processos ligados à produção e transmissão de conhecimento executa- dos no âmbito das instituições de ensino, pesquisa e extensão universitária; • Os trabalhos acadêmicos devem ser escri- tos de forma ordenada, simples e conca- tenada, respeitando uma estrutura lógica no desenvolvimento das ideias; PUBLICAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS • À comunicação da ciência liga-se tam- bém o sistema de recompensas ou “teo- ria da troca” de Hagstrom: “Os trabalhos científicos (a que nós chamamos de contribuições) são dádivas dos cientistas que a ciência retribui com o reconhecimento profissional”. • Esta retribuição constitui em um estímulo motivacional para novas contribuições, e assim se encadeia um sistema de recipro- cidade cumulativa de que tantos os cien- tistas como a ciência se beneficiam; • A publicação dos resultados significa, en- ter outros, o registo do conhecimento pú- blico e oficial e a validação de matérias e áreas científicas de estudo, e proporciona ao investigador o reconhecimento públi- co pela descoberta; • As revistas estão incluídas neste sistema de avaliação, servindo não apenas para co- municar e difundir a ciência, mas também para avaliar a investigação, a comunida- de científica e os seus interesses; • Os investigadores são recompensados – progressão na carreira, financiamento dos seus projetos, prêmios científicos – pela sua produtividade científica, cujos indica- dores são quantitativos e qualitativos, ge- ralmente associados ao número de cita- ções; • Tornar o trabalho científico publicamente acessível deve ser o interesse para o inves- tigador, uma vez publicar o trabalho é condição necessária para se obter cita- ções; “Para ser citado é preciso ser lido”. COMUNICAÇÃO EM CIÊNCIA FONTES DE INFORMAÇÃO PRIMÁRIA • Artigos; • Livros; • Teses; • Apresentação de eventos; SECUNDÁRIA • Índices; • Artigos de revisão; • Periódicos de indexação; • Bases de dados; TERCIÁRIA • Dicionário; • Abstract; • Bibliografias de bibliografia; • Catálogos coletivos; CRITÉRIOS DE QUALIDADE Quanto aos indicadores científicos de revis- tas, podemos afirmar que cada uma das principais (e mais importantes) bases de da- dos de artigos científicos adota sua própria métrica: • Web of Science: fator de impacto; • Scopus: cite score; • Scielo / Google acadêmico: índice h5; FATOR DE IMPACTO O cálculo do fator de impacto por ano de uma revista é a soma de todas as citações que ela recebeu nos dois anos anteriores dentro da coleção dividido pelo total de arti- gos publicados no mesmo período: 6 5° Período B | 1° AF | Seminário de Pesquisa I Maria Diva Costa Alves | @medivou CITE SCORE Conta-se as citações recebidas no ano ante- rior (2015) dos documentos publicados nos três anos anteriores (2012, 2013 e 2014). Esse número é dividido pelo número de docu- mentos indexados/publicados nos mesmos três anos. ÍNDICE H5 • Derivado do índice-h (de Hirsch), que é o maior número h, ou seja, considera que um certo número h de artigos foram cita- dos pelo menos um certo número h de ve- zes; • Ou seja, o índice-h é calculado usando apenas artigos publicados nos últimos 5 anos completos recentemente (pra 2019, seriam 2014-2018); QUALIS CAPES (Qualis periódicos) • É uma métrica, desenvolvida pela coorde- nação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES), vinculado ao mi- nistério da educação e cultura (MEC), para avaliação da qualidade das publi- cações dos cursos de pós-graduação; • Esses cursos são divididos por áreas de co- nhecimento, e as áreas da medicina são divididas em três; Medicina I: Medicina II: Medicina III: • A antiga classificação (2010-2012 e 2013- 2016), considerava o fator de impacto da revista para determinação do extrato Qualis CAPES (A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5, C), aliado a uma avaliação qualitativa por parte de cada área de conhecimento da CAPES; “Uma mesma revista poderia ter classificações/estratificações diferentes, a depender da área de conhecimento”. 7 5° Período B | 1° AF | Seminário de Pesquisa I Maria Diva Costa Alves | @medivou • A partir de agora (2017-2020), um algorit- mo de regressão que considera o fator de impacto, o cite score e/ou o índice h5 confere um valor que é usado para estra- tificar revistar; COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL • O fluxo de informação é um processo contínuo de transferência de informação que envolve pesquisadores e a literatura produzida, sendo as publicações técnico- científicas o meio mais utilizado; CANAIS FORMAIS: • Livros; • Capítulos de livros; • Periódicos científicos; CANAIS INFORMAIS: • Reuniões; • Visitas técnicas; • Lista de discussão; • Eventos técnicos científicos; HÍBRIDO: • Canais eletrônicos; • Livros e documentos eletrônicos; • Documento wiki, elaborados de maneira livre; COMUNICAÇÃO FORMAL • Fatos científicos ou trabalhos publicados: presente do indicativo; • Explicação do que fez ou que obteve: passado; → Presente na introdução e na revisão bi- bliográfica; → Passado em materiais e métodos, e nos resultados; → Exceções: atribuição de afirmativa e alguém: passado; → Se você apresenta, análise estatística: presente; REDAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO • A estrutura e organização adequadas dos textos científicos facilitam a avaliação por parte dos revisores e a compreensão dos leitores; • Uma característica comum a praticamen- te todos os textos científicos é a organiza- ção (IMRD) nas seguintes partes: → Introdução → Objetivos → Materiais e métodos → Resultados → Discussão → Conclusões INTRODUÇÃO Parte inicial do texto, que serve para: • Contextualizar a pesquisa apresentada no texto; • Facilitar o entendimento de leitores não- experts; • Dar conhecimento dos conceitos e para- digmas abordados; • Despertar o interesse do leitor pelo seu es- tudo; • Apresentar os objetivos do estudo; • Explicitar as perguntas que o estudo se propôs a responder; • Deve, invariavelmente, fazer referência a outros textos científicos; • Definir com precisão o que se pretende alcançar com a pesquisa; → Para melhor estabelecer o tipo e a na- tureza do trabalho; → Para melhor determinar os métodos a serem empregados; OBJETIVOS • Os objetivos informarão o porquê da pro- posição da pesquisa, isto é, quais os resul- tados que se pretende alcançar, e são de dois tipos: → Objetivo geral: será a síntese do que se pretende alcançar. 8 5° Período B | 1° AF | Seminário de Pesquisa I Maria Diva Costa Alves | @medivou → Objetivos específicos: explicitarão os detalhes, sendo um desdobramento do objetivo geral. Os enunciados dos objetivos devem come- çar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensura- ção: • Conhecimento: apontar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir e nome- ar; • Compreensão: descrever, discutir, esclare- cer, examinar, explicar, identificar e trans- crever; • Análise: analisar, classificar, comparar, de- bater, diferenciar, distinguir, examinar e in- vestigar; • Síntese: articular, compor, constituir, coor- denar, reunir, organizar e esquematizar; • Avaliação: apreciar, avaliar, escolher, esti- mar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar; MATERIAIS E MÉTODOS Prover ao leitor todos os dados necessários, de forma sucinta, para que ele entenda os procedimentos adotados no trabalho. • Para que o leitor entenda o que foi feito; • Para que o leitor possa analisar maiscriti- camente os resultados obtidos; • Para que o leitor, se assim desejar, repro- duza os resultados; Qualquer informação que possa ter tido influ- ência na aquisição dos dados deve ser men- cionada: • Condições ambientais; • Marca dos produtos; • Eventuais alterações nas metodologias geralmente usadas; RESULTADOS Mostrar as informações novas obtidas no tra- balho, e que permitiram que se chegasse às conclusões. • Apresentados em forma de texto, e por meio de tabelas, gráficos, fotografias, es- quemas e outros tipos de figuras; • Todas as figuras e tabelas incluídas nos re- sultados devem ser mencionadas no tex- to; • Destacar no texto os resultados importan- tes perante os objetivos e conclusões do texto; DISCUSSÃO É a seção no qual os resultados são: • Interpretados; • Interligados entre si; • Encadeados de forma a chegar às con- clusões; • Comparados com a literatura; • Criticados; “Em alguns casos, a seção discussão pode aparecer juntamente com os resultados”. CONCLUSÃO Todo o encadeamento lógico, iniciado des- de a introdução, chega ao fim: • Responder aos objetivos do trabalho; • Resumir os principais avanços que o traba- lho científico trouxe à ciência; • Discutir as implicações teóricas ou práticas dos resultados; • Analisar o significado da pesquisa realiza- da; • Sugerir novos trabalhos e hipóteses são bem-vindas; “O leitor deve chegar às mesmas conclusões que o autor chegou sem que, para isso, se tenha que distorcer, aumentar, diminuir ou omitir fatos”. Elementos textuais em diferentes tipos de pesquisa: • Importância de estar tudo bem organiza- do, para evitar perda de tempo com for- matação do trabalho e ser visto com bons olhos pelos examinadores; 9 5° Período B | 1° AF | Seminário de Pesquisa I Maria Diva Costa Alves | @medivou Resumo: abordar a relevância da pesquisa para área de conhecimento, as fontes e me- todologicas para fundamentar o estudo, as novas descobertas e suas implicações. Descritores e palavras chaves: uso de descri- tores informativos e diretos, não generalistas, para que possa ser mais visto, lido e citado; evitar o uso de palavras chaves que já este- jam no título. • Em consonância com os princípios da bioética! PUBLICAÇÃO DOS TRABALHOS A execução de trabalhos científicos costuma (deve) levar à elaboração de documentos para publicação: • Artigos originais; • Artigos de revisão; • Patente; • Relatos de caso; • Resumos para eventos; Processo de submissão de um artigo científi- co: Possíveis motivos para rejeição: • Estatísticas inadequadas ou incompletas; • Falta de interpretação dos resultados; • Instrumentos de coleta de dados impró- prios; • Amostra pequena ou tendenciosa; • Texto difícil de compreensão; • Problema insuficiente; • Dados imprecisos; • Literatura desatualizada; • Tabelas ou gráficos defeituosos; CONSIDERAÇÕES FINAIS COMUNICAÇÃO EM CIÊNCIA • Tornar o trabalho científico (seja uma pes- quisa independente, revisão integrativa, PSIC, ...) publicamente acessível deve ser o interesse para o pesquisador: citação e reconhecimento; • Para medir o quanto uma revista publica trabalhos de impacto / qualidade, há vá- rias métricas, com medidas de cálculos diferentes; • Para medir o quanto um pesquisador pu- blica trabalhos de impacto / qualidade, utiliza-se o fator H; • Os artigos científicos devem seguir uma estrutura lógica de construção (IMRD) e conter uma série de características espe- cíficas, para melhor atender às exigências das revistas;