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Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 1 Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 2 Orientações Curriculares do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim Educação de Jovens e Adultos – EJA VOTORANTIM 2020 2ª versão Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 3 SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO DE VOTORANTIM 2017-2020 PREFEITO MUNICIPAL Fernando de Oliveira Souza VICE-PREFEITO Alessandro Baeza Silva SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO Tiago Antonio de Araújo DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA – EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL, TÉCNICO E PROFISSIONALIZANTE Vanélli Pires Amaro Diretora DEPARTAMENTO PEDAGÓGICO Gisele Fernandes Gimenes Diretora OFICINA PEDAGÓGICA Adriana Correia de Araújo Bezerra Daniele Roberta Aleixo Baptista Patrícia Aparecida Sbrana Renata Cristina Rogich Merighi SUPERVISÃO ESCOLAR Camila Vieira Genkawa Dorisney Costa Rodrigues Edson Segamarchi dos Santos Elaine Aparecida do Carmo Rocha Elcio Mario Pinto Maria Clara Coimbra Garcia Mariana Cristina Parri Ribeiro Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 4 CADERNO DE ORIENTAÇÕES CURRICULARES SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO DE VOTORANTIM 2020 – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 2ª VERSÃO RESPONSÁVEL PEDAGÓGICA Gisele Fernandes Gimenes Diretora de Departamento Pedagógico – SME/Votorantim Orientações Curriculares do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim – Caderno EJA Organização, redação, edição e formatação: Renata Cristina Rogich Merighi Professora Orientadora da Oficina Pedagógica ADAPTAÇÃO Proposta Curricular – Educação de Jovens e Adultos – 1º segmento Governos do Estado de São Paulo / MEC, 2001 REVISÃO DA 2ª VERSÃO Elaine Aparecida do Carmo Rocha Supervisora de Ensino Renata Cristina Rogich Merighi Professora Orientadora da Oficina Pedagógica Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 5 COM A PALAVRA, O SECRETÁRIO... Algumas considerações... “Com sabedoria se constrói a casa e com discernimento se consolida.” (Prov. 24.3) Não há como se pensar numa edificação forte e duradoura sem uma base bem elaborada, consistente. Em educação, o trabalho de base torna-se essencial para a construção de uma escola democrática, participativa, coerente com o preceito legal de uma educação para todos. Com o advento da publicação da Resolução CNE/CP nº 02 de 22 de dezembro de 2017, que instituiu a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) iniciamos o trabalho de verificação dos documentos curriculares que norteavam o trabalho pedagógico das escolas que compõem Sistema Municipal de Ensino de Votorantim. Pensar em novos panoramas e horizontes a partir do referencial proposto pela nova BNCC foi o grande desafio de uma equipe de técnicos formada por integrantes da Secretaria Municipal de Educação e das unidades escolares. Votorantim, atualmente conta com 51 escolas, cerca de 12.873 alunos e 1.177 funcionários de apoio, professores e do suporte pedagógico. Assim, como envolver tanta gente na construção de um currículo unificado, que contemplasse toda a diversidade existente no chão da escola? Através de um trabalho sistêmico, planejamento e de representatividade, iniciamos as discussões no início de 2018 com o desafio de trazer o conceito de direito de aprendizagem para reconhecimento daqueles que estão envolvidos nos processos de ensinar e aprender, de maneira clara e tangível. Para além do reconhecimento do direito constitucional de todos à uma educação de acesso, permanência e qualidade, o conceito de direito de aprendizagem surge como mola propulsora e nos proporciona algumas indagações acerca do fazer pedagógico: Como se constrói e se fomenta os processos de ensinar e aprender? Como traduzir o direito de aprendizagem em habilidades estruturadas? Como proporcionar aos alunos boas situações de aprendizagem? Através de reuniões pautadas no estudo do currículo escolar e do planejamento escolar existentes, na perspectiva de um trabalho pautado nos princípios dialógicos, procuramos estabelecer estratégias de organização do novo currículo escolar, respeitada a idiossincrasia da escola, seus modelos próprios de ensino e aprendizagem e a diversidade na unicidade de sistema, modelo que adotaremos nestas orientações curriculares. Dialogar sobre novas possibilidades para o processo de ensino e aprendizagem é o principal objetivo deste documento que, ao dialogar com os diferentes atores educacionais, vislumbra um trabalho pedagógico focado no aprender a ler, a escrever, calcular e resolver problemas em suas nuances e diversas possibilidades de abordagem. A partir do estudo e da revisão constante do currículo, pretendemos construir um movimento constante de formação continuada para professores e equipe gestoras, no âmbito de todo o Sistema Municipal de Ensino de Votorantim, buscando assim a reflexão constante sobre a prática desenvolvida em sala de aula visando às aprendizagens exitosas e, verdadeiramente, significativas. A Secretaria Municipal de Educação de Votorantim deseja sucesso aos diversos leitores, sobretudo aos professores – pesquisadores, que, diariamente e exaustivamente, buscam oferecer aos pequenos e valorosos votorantinenses boas propostas, boas aulas, boas metodologias... enfim, grandes possibilidades! Tiago Antonio de Araújo – Secretário Municipal de Educação, novembro/2018. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 1. Breve Histórico do Município 11 1.1. Origem e formação 11 1.1.2. Marcos históricos relevantes 13 1.1.3. Aspectos Geográficos e Demográficos 13 1.2. Breve histórico da educação escolar de Votorantim 14 1.2.1. Objetivos Educacionais Específicos do Município 16 1.2.2. O Sistema Municipal de Ensino de Votorantim 16 1.3. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC e o Currículo de Votorantim 17 1.3.1. Competências Gerais da Educação Básica 18 1.3.2. Por que uma proposta para Jovens e Adultos 20 1.4. Projetos Institucionais do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim 23 1.4.1. Lei 2725/2019 – Votorantim por uma Cultura de Paz 23 1.4.2. Decreto 5336/2018 – Calendário Ambiental 28 2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL 30 2.1 . Alfabetização de Adultos na pauta das Políticas Educacionais 30 2.2. A Pedagogia de Paulo Freire 32 2.3. O MOBRAL e a Educação Popular 34 2.4. Novas perspectivas da aprendizagem da leitura e da escrita 35 2.5. Fundamentos e objetivos gerais da EJA 36 2.6. O Educador de jovens e adultos no Sistema Municipal de Ensino de Votorantim 38 2.7. Matriz Curricular da EJA no Sistema Municipal de Ensino de Votorantim 39 2.8. Síntese dos objetivos gerais da Educação de Jovens e Adultos 40 3.. LÍNGUA PORTUGUESA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 42 3.1. Fundamentos e objetivos da área 43 3.2. A linguagem oral 43 3.3. A linguagem escrita 44 3.4. Lendo textos 46 3.5. Produzindo textos 47 3.6. A análise linguística 48 3.7. Síntese dos objetivos da área de LínguaPortuguesa 49 3.8. Blocos de conteúdo e objetivos didáticos 49 3.8.1. Linguagem oral 49 Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 7 3.8.1.1. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: linguagem oral 51 3.8.1.2. Indicações para a Sequenciação do Ensino 52 3.8.2. Sistema Alfabético e ortografia 52 3.8.2.1. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: sistema alfabético e ortografia 55 3.8.2.2. Indicações para a sequenciação do ensino 56 3.8.3. Leitura e escrita de textos 57 3.8.3.1. Modalidades de textos 59 3.8.3.1.1. Textos literários 59 3.8.3.1.2. Prosa 59 3.8.3.1.3. Poesia 60 3.8.3.1.4. Textos Jornalísticos 60 3.8.3.1.5. Textos instrucionais 61 3.8.3.1.6. Formulários e questionários 62 3.8.3.1.7. Textos epistolares (cartas) 63 3.8.3.1.8. Textos publicitários 63 3.8.3.1.9. Textos de informação científica e histórica 64 3.8.3.2. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: leitura e escrita de textos 64 3.8.3.3. Indicações para sequenciação do ensino 69 3.8.4. Pontuação 70 3.8.4.1. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: pontuação 70 3.8.4.2. . Indicações para sequenciação do ensino 71 3.8.5. Análise linguística 71 3.8.5.1. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: análise linguística 72 3.8.5.2. . Indicações para sequenciação do ensino 73 4. A ÁREA DA MATEMÁTICA 75 4.1. Fundamentos e objetivos da área 75 4.2. Noções e procedimentos informais 75 4.3. A Matemática na sala de aula da EJA 76 4.4. A resolução de problemas 77 4.5. Os materiais didáticos 78 4.6. Os conteúdos 79 4.7. Síntese dos objetivos da área da matemática 81 4.8. Blocos de conteúdos e objetivos didáticos 81 4.8.1. Números e operações numéricas 81 4.8.1.1. Frações e números decimais 83 4.8.1.2. Operações 86 Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 8 4.8.1.3. Adição e subtração 86 4.8.1.4. Multiplicação e divisão 88 4.8.1.5. Estimativas e cálculos 90 4.8.1.5.1. Estimativa 91 4.8.1.5.2. Cálculo Mental 91 4.8.1.5.3. Estratégias de cálculo mental 92 4.8.1.6. Técnicas operatórias 93 4.8.1.7. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos – números e operações numéricas 95 4.8.1.8. Indicações para a sequenciação do ensino 101 4.8.2. Medidas 102 4.8.2.1. Tópicos de conteúdo e objetivos didáticos: medidas 104 4.8.2.2. Indicações para a sequenciação do ensino 107 4.8.3. Geometria 108 4.8.3.1. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: Geometria 109 4.8.3.2. Indicações para a sequenciação do ensino 112 4.8.4. Introdução à Estatística 113 4.8.4.1. Tópicos de conteúdo e objetivos didáticos: introdução à estatísitica 114 4.8.4.2. Indicações para a sequenciação de ensino 115 5. CIÊNCIAS HUMANAS E CIÊNCIAS DA NATUREZA NA EJA 117 5.1. Fundamentos e objetivos da área 117 5.2. Os conteúdos das Áreas Integradas 118 5.3. Estratégias de abordagem de conteúdos 120 5.4. Síntese dos objetivos das áreas integradas de ciências humanas e ciências da natureza 122 5.5. Blocos de conteúdo e objetivos didáticos: O educando e o lugar de vivência: a identidade do educando 123 5.5.1. O centro educativo 124 5.5.2. A dimensão territorial da identidade 124 5.5.3. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: O educando e o lugar de vivência 125 5.6. O corpo humano e suas necessidades 128 5.6.1. A consciência do próprio corpo 128 5.6.2. As funções vitais 128 5.6.3. A saúde individual e coletiva 129 5.6.4. Tópicos de conteúdos e objetivos didáticos: O corpo humano e suas necessidades 130 5.7. Cultura e diversidade cultural 133 5.7.1. O caráter dinâmico da cultura 133 5.7.2. A diversidade cultural da sociedade brasileira 134 Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 9 5.7.3. Tópicos de conteúdo e objetivos didáticos: cultura e diversidade cultural 135 5.8. Os seres humanos e o meio ambiente 137 5.8.1. Ecossistemas e ciclos naturais 138 5.8.2. A produção dos espaços rural e urbano 138 5.8.3. A morada dos homens no universo 139 5.8.4. Tópicos de conteúdo e objetivos didáticos: o homem e o meio ambiente 140 5.9. As atividades produtivas e as relações sociais 141 5.9.1. Trabalho, tecnologia e emprego 143 5.9.2. relações de trabalho na história brasileira 144 5.9.3. Tópicos de conteúdo e objetivos didáticos: as atividades produtivas e as relações sociais 146 5.10. Cidadania e participação 148 5.10.1. Regime político e sistema administrativo 149 5.10.2. organização e participação da sociedade civil 150 5.10.3. Tópicos de conteúdo e objetivos didáticos: cidadania e participação 151 6. PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO: O PAPEL DO PLANO DIDÁTICO 154 6.1. A avaliação e o ajuste do plano didático 155 6.2. Sugestões quanto a critérios de avaliação final para a EJA 156 6.2.1. A avaliação da EJA no Sistema Municipal de Ensino de Votorantim 157 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 158 ANEXO 164 Anexo 1 – Ficha de Acompanhamento de Aprendizagem – EJA 165 Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 10 INTRODUÇÃO Apresentamos o Caderno de Orientações Curriculares do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim. No ano de 2018 a Secretaria Municipal de Educação de Votorantim deu início a uma construção participativa do currículo para suas escolas em todas as etapas e modalidades da Educação Básica; foram eleitos Coordenadores Pedagógicos, Professores Especialistas e Equipe Técnica da Secretaria Municipal de Educação para a construção deste documento. Trata-se de um material organizado para auxiliá-lo na implementação e consolidação dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos no Currículo do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim para todos os componentes de curriculares. Para tanto, oferecemos reflexões e propostas de como organizar e planejar o cotidiano das aulas, buscando situações diversificadas de ensino e de aprendizagem em todas as áreas do conhecimento, as quais favoreçam uma educação de qualidade a todos os estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Cabe destacar, ainda, que os textos desse documento podem subsidiar o trabalho pedagógico dos professores em momentos coletivos, reuniões pedagógicas e projetos interdisciplinares da unidade escolar. Desejamos a todos uma boa leitura e sucesso na busca pela melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem dos estudantes de nosso Sistema. Bom trabalho! Secretaria Municipal de Educação de Votorantim, 2020. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 11 1. BREVE HISTÓRICO DO MUNICÍPIO 1.1 Origem e Formação O início da exploração e povoamento de Votorantim aconteceu em meados do século XVII, quando Paschoal Moreira Cabral, primeiro habitante do município, parente de Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, instalou-se no local conhecido como Itapeva (pedra chata), hoje sede da Fazenda de São Francisco, de propriedadedo Grupo Votorantim, iniciando o período rural com a plantação de cana e instalação da primeira moenda, utilizando-se do trabalho de índios escravizados. Em 1679, foi construída, no terreiro da casa grande, uma capela em homenagem a Nossa Senhora do Pópulo. Posteriormente essa capela foi enriquecida com a imagem de São Francisco, que deu nome à serra e à fazenda. Na época, também, eram explorados o cultivo de produtos de sobrevivência e a pecuária. O número de habitantes era pequeno e o comércio rudimentar. Por volta de 1750, numa sucessão de compras e vendas, a fazenda chegaria às mãos do Capitão Mor Manoel Fabiano de Madureira. Essa mesma fazenda, em 1890, seria vendida ao Banco União de São Paulo. A maior atração local era uma cachoeira denominada pelos indígenas de “Botu-ra-ti”/Boturantim, cujo étimo em tupi guarani significa Grande Espuma Branca/Cascata Branca, originando o nome Votorantim, atribuído ao vilarejo e posteriormente ao município. Conta-se que a cachoeira era de tal beleza, pelo volume de água e recantos naturais, que teria motivado a vinda do imperador D. Pedro II e da Imperatriz D. Tereza Cristina, para apreciar a região. Os empreendimentos industriais implantados pelo Banco União no final do século XIX e pelo imigrante português Antonio Pereira Inácio, no início do século XX, deram novos impulsos ao local. O primeiro empreendimento industrial implantado na região pelo Banco União de São Paulo em parceria com os ingleses, deu-se, em 1890, com escolha de uma antiga propriedade dos Madureira, que levava o nome de “Cachoeira”, para a construção da barragem das corredeiras do Rio Grande. Dessa forma, foi montada e acionada a primeira usina. Nascia, assim, a chamada fase industrial com a instalação da Fábrica de Chitas, que começou a funcionar em 1892, iniciando a migração que se fundiu com a imigração italiana em Votorantim. A fábrica foi construída em estilo inglês com tijolos aparentes, posteriormente conhecida como “Fábrica Velha”, que pode ser vista, ainda hoje, ao final da Rua Bernardino de Campos. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 12 O potencial hidrográfico e a topografia de Votorantim foram de notória importância para a consolidação de seu desenvolvimento, tendo em vista que favoreceram investimentos hidroelétricos, como a usina de Itupararanga, inaugurada em 1914, considerada de grande porte para a época, cuja energia gerada seguia na totalidade para a cidade de São Paulo. Outras usinas foram construídas, possibilitadas pela exuberância das cachoeiras, formadas na extensão do curso em declive do Rio Grande, como Ligth, Santa Helena, Votocel e Cachoeira da Chave, marcando a origem dos povoados que surgiram ao seu redor. Em 1.940 ocorreu outra imigração, pela oferta de empregos na tecelagem da Fábrica de Chitas e na Fábrica de Cimento Votoran, já construída e em funcionamento. Os imigrantes assentavam-se nos mesmos bairros, considerando que muitos formavam grupos ligados por parentesco. Legaram ao município seus costumes, seu folclore, a arte musical e, contribuíram especialmente, para o seu desenvolvimento. No final da década de 50, a localidade contava, aproximadamente, com 15.000 habitantes, concentrados em bairros pioneiros como Rio Acima, Vila Albertina, Vossoroca e Itapeva. A população, também se concentrava nas vilas industriais, que se formaram acompanhando a trajetória do desenvolvimento industrial como Barra Funda, Chave, Santa Helena e Votocel. Na década de 60, Sorocaba não mais administrava a contento o Distrito de Votorantim, agora com mais de 30 núcleos populacionais dispersos. Surgiram, então, as primeiras aspirações a favor da separação do Distrito de Votorantim, de Sorocaba. Aspirações essas, que se acentuaram e eclodiram em significativo movimento de luta pela emancipação política. Período de marcantes polêmicas criadas em torno de duas tendências: a do SIM, a favor do desmembramento, e a do NÃO, contra. Realizado o plebiscito em 1º de dezembro de 1963, o SIM venceu por grande margem de votos, desmembrando Votorantim de Sorocaba. A primeira eleição municipal realizada em Votorantim ocorreu em 07 de março de 1.965, confirmando a vitória do Sr. Pedro Augusto Rangel como primeiro prefeito de Votorantim. A instalação do município ocorreu em 27 de março de 1965, marcando a posse de sua primeira administração autônoma. A cidade comemora seu aniversário em 8 de dezembro, data consagrada à Nossa Senhora da Conceição e que encerra as atividades alusivas à Semana da Emancipação, sempre iniciada em 1º de dezembro. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 13 1.1.2. Marcos Históricos Relevantes: → Elevação a Distrito: 18/08/1911; → Instalação do Distrito: 25/02/1912; → Plebiscito/ Emancipação política do Município 01/12/1963; → Instalação do Município: 27/03/1965; → Aniversário do Município: comemorado em 08/12. 1.1.3. Aspectos Geográficos e Demográficos Votorantim está localizado a sudoeste do Estado, distante à 100 km da Capital. Ocupa uma área de 177 km². Situa-se em uma região de relevo montanhoso, dotado de aclives, declives e vales. A altitude média circunda em 557m. A cidade possui clima tropical e temperatura média anual de 20 graus. Faz divisa com os municípios de: Sorocaba, Piedade, Ibiúna, Salto de Pirapora e Alumínio. Encontra-se em um dos principais eixos industriais do Estado, com importantes vias de acesso como Rodovias Castelo Branco (SP- 280), Raposo Tavares (SP-270), João Leme dos Santos (SP-264) e SP-79 que liga a cidade ao litoral sul do Estado. A hidrografia é formada pelo Rio Sorocaba, anteriormente denominado “Rio Grande”, e por seus afluentes. Ao longo de seu curso, tem como principais afluentes os rios Cubatão e Ipaneminha, além de receber outros ribeirões e córregos espalhados pelo município. Esses rios, ribeirões e córregos fazem parte da bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba, que pertence à Bacia do Tietê. A população do município segundo estimativa do IBGE em 2018 atingiu cerca de 121.331 (cento e vinte e um mil, trezentos e trinta e um) habitantes. A dinâmica populacional apresenta crescimento decorrente do processo de urbanização, em detrimento da população rural. Atualmente Votorantim possui em torno de 4.451 (quatro mil, quatrocentos e cinquenta e um) habitantes na área rural. POPULAÇÃO 1996 2000 2010 2014 2018 87.077 95.925 108.809 116.706 121.331 Fonte IBGE, 1996, 2000, 2010, 2014, 2018 (estimativa) Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 14 1.2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR DE VOTORANTIM A primeira escola primária surgiu por volta de 1885, no Bairro do Rio Acima, quando João Carlos de Campos abriu uma escola primária para ensinar os filhos dos protestantes e demais crianças da localidade. Em seguida, os filhos de Ângelo Rizzo ensinaram as primeiras letras aos imigrantes e aos seus filhos, em um casarão construído em 1890, para abrigar os técnicos ingleses, localizado onde seria posteriormente o Bairro Barra Funda. Formava um núcleo de ensino, mantendo o funcionamento de um curso de alfabetização e outro de português para os imigrantes italianos adultos. A partir de 1902, esse núcleo, com o apoio do Governo Estadual, tornou- se a “Escola Mista de Votorantim”, mantendo a primeira série do antigo primário. Somente a partir do ano de 1909, as aulas estenderam-se até a segunda série. Em 1920, a escola mista, depois de ter sido ampliada, passou a oferecer o curso primário completo, originando o Grupo Escolar “Comendador Pereira Inácio”. Era o único estabelecimento de ensino, até então, existentee recebia alunos de diversas localidades. Em 1958, no mesmo prédio do Grupo Escolar “Comendador Pereira Inácio”, passou a funcionar no período noturno o “Ginásio Estadual de Votorantim”, posteriormente denominado Escola Estadual “Prof. Daniel Verano”. Outras escolas foram, sequencialmente, criadas nos diferentes bairros do município para atender ao crescente fluxo da demanda, como o “Grupo Escolar do Bairro de Santa Helena” (1951), o Grupo Escolar do Votocel (1965) e o Grupo Escolar “Prof. Armando Rizzo” (1967) no bairro do Rio Acima. Atualmente a rede pública do Ensino Fundamental conta com 38 (trinta e oito) escolas, das quais, 27 (vinte e sete) são municipais/municipalizadas, de 1º a 5º ano do ensino fundamental e 12 (doze) escolas estaduais, de 6º ao 9º ano, do ensino fundamental. A trajetória da Educação Infantil iniciou-se oficialmente em 1926 com a criação da Escola Maternal e Creche Votorantim, nas dependências da Indústria Têxtil, embora funcionasse informalmente desde 1892. Tinha por finalidade amparar, assistir e educar os filhos dos operários durante o seu período de trabalho. Até o ano de 1969, o Governo do Estado responsabilizou- se pela contratação de professores e funcionários e as demais despesas, como alimentação e vestuário, eram mantidas pela S.A. Industrias Votorantim. Figura 1. Primeira creche de Votorantim. Fonte: site da Prefeitura Municipal de Votorantim. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 15 De 1970 a novembro de 1989, as Indústrias Votorantim assumiram a creche e passaram a subsidiá-la. Em 1989 foi fundada a AVAM - Associação Votorantinense de Amparo ao Menor, que assumiu a administração da escola. A Educação Infantil ganhou impulso no Município em 1956, quando as atividades foram iniciadas no “Parque Infantil”, de forma improvisada, embaixo da arquibancada do Estádio do Clube Atlético Votorantim. No ano seguinte, o Grupo Votorantim iniciou a construção de um prédio adequado para abrigar a escola, que foi inaugurado em 1958, com o nome de Parque Infantil “Helena Pereira de Moraes”, o “Parcão” em homenagem à esposa do Senador José Ermírio de Moraes. Com o aumento populacional do município, expandiu-se a rede municipal de Educação Infantil, que hoje mantém 40 (quarenta) escolas. Somente em 1972, foi instalada a primeira escola particular de Educação Infantil, denominada “Meu Parquinho”. Hoje o município possui 5 (cinco) escolas particulares/conveniadas de Educação Infantil. O Ensino Profissionalizante merece destaque especial, através da escola SENAI, que funcionou durante 35 anos. Originada, na década de 40, de um convênio entre as Indústrias Votorantim e o SENAI de São Paulo, a escola recebeu da indústria, o prédio e todos os equipamentos necessários ao seu funcionamento. O material didático e o corpo docente eram de competência do próprio SENAI. Na época eram ministrados cursos de Ajustador Mecânico, Torneiro Mecânico, Carpinteiro, Tecelagem e Fiação, com a duração de três anos em período integral. Além das matérias profissionalizantes teóricas e práticas específicas, eram ministradas aulas de Português, Matemática, História, Geografia, Ciências Físicas e Biológicas, Desenho, Educação Moral e Cívica e Educação Física, fato que levou o Curso SENAI a ser, posteriormente, reconhecido enquanto curso Ginasial. A partir de 1968, foi oferecido no período noturno os cursos de Desenho Técnico e Ajustador Mecânico, atendendo aos jovens que trabalhavam durante o dia e careciam de uma formação profissional para serem inseridos no mercado de trabalho. Extinta em 1978, por mais de três décadas, formou profissionais qualificados, que ainda atendem a oferta de trabalho. Atualmente, o município mantém cursos profissionalizantes, ministrados pela Prefeitura, através da Secretaria de Educação e pela Rede Estadual de Ensino, em parceria com o Centro Paula Souza, através da Escola Técnica Elias Miguel Junior. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 16 1.2.1 Objetivos Educacionais Específicos do Município Considerando que: No mundo contemporâneo é importante a reflexão de toda sociedade sobre: o que aprender; o como aprender; o aprender para construir a cidadania e seus compromissos éticos, sociais e políticos: O presente documento Norteador contempla a aprendizagem necessária ao acompanhamento do mundo contemporâneo, objetivando: a compreensão ampla de ideias e valores, indispensável ao exercício da cidadania; a aquisição de conhecimentos e habilidades cognitivas básicas, que assegurem o preparo para o desempenho profissional, conforme os novos padrões tecnológicos; o desenvolvimento de atitudes que permitam ao conjunto da sociedade apropriar-se dos instrumentos tecnológicos; a formação de hábitos e valores que favoreçam o convívio com a mudança e com as diferenças e promovam a solidariedade, a justiça e a rejeição das desigualdades sociais. De acordo com o PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO (2015), para alcançar tais objetivos foram tomadas decisões políticas educacionais, assegurando: Abertura institucional para prever parcerias com todos os setores da sociedade; Flexibilidade para incorporar soluções alternativas e novos modelos para melhorar a qualidade da educação; Capacidade para definir prioridades, na perspectiva da atuação de diferentes parceiros; Estabelecer exigências básicas de qualidade de ensino; Estabelecer sistemas de avaliação e financiamento que permitam diminuir desigualdades sociais. 1.2.2. O Sistema Municipal de Ensino de Votorantim A Lei n° 2.573/2017 dispõe sobre a organização do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim e define a estrutura da Secretaria Municipal de Educação; o Sistema Municipal de Ensino, organizado pela presente Lei, é uma instituição jurídica integrante do Serviço Público Municipal, responsável pelo planejamento, execução, supervisão,avaliação e controle dos programas e ações correlacionadas com a educação e com o ensino na jurisdição do Município, observada a composição prevista em Lei e os mecanismos, procedimentos e formas de colaboração com o Estado de São Paulo, para Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 17 assegurar a universalização do ensino obrigatório e gratuito e a erradicação do analfabetismo, atendidas as prioridades constantes desta Lei. Seu Art. 2° cita que o Sistema Municipal de Ensino observará o conjunto dos princípios e normas do Direito Educacional Brasileiro, em especial a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e demais Leis pertinentes, as normas gerais de educação nacional, o Plano Nacional e Municipal de Educação e, no que couber, a legislação concernente do Estado de São Paulo, respeitadas as competências comuns e suplementares do Poder Público Municipal, por meio de seus órgãos e instâncias competentes. Já, em seu Art. 27°, as Unidades Escolares, respeitadas as normas comuns nacionais e as do Sistema Municipal de Ensino, e de acordo com a etapa da educação básica em que atuam, terão as seguintes incumbências: I - elaborar periodicamente seu Projeto Político Pedagógico, dentro dos parâmetros da Política Educacional do Município e de progressivos graus de autonomia; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do Plano de Trabalho de cada professor; V - prover meios para a recuperação dos alunos com dificuldades de aprendizagem; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar os pais eresponsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica; VIII - promover a inclusão escolar. 1.3. A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, O CURRÍCULO PAULISTA E O CURRÍCULO DE VOTORANTIM Estas Orientações Curriculares definidas pela Secretaria Municipal de Educação de Votorantim foram construídas ao longo do ano de 2018, pelo olhar minucioso de uma equipe técnica composta por Coordenadores Pedagógicos, Equipe Gestora do Sistema Municipal de Ensino, professores, num processo democrático e, teve como documento orientador a Base Nacional Comum Curricular e o Currículo Paulista além, é claro, de respeitar as especificidades do Munícipio e contar com os documentos e legislação estadual referentes à Educação de Jovens e Adultos. Este processo contou com estudo e organização curricular das equipes, subdivididas nos componentes curriculares, levando em conta as práticas bem sucedidas de nossas escolas Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 18 municipais e respeitando a regionalidade local. No Sistema Municipal de Votorantim, atendemos a EJA na EMEIEF Edith Maganini, no período noturno. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996,e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN). Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação. Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação. Assim, para além da garantia de acesso e permanência na escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é instrumento fundamental. Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. 1.3.1. COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA A Base Nacional Comum Curricular define 10 competências gerais para a Educação Básica: Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 19 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar- se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 20 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. 1.3.2. Por que uma proposta curricular para JOVENS E ADULTOS O objetivo deste trabalho é oferecer um subsídio que oriente a elaboração de programas de educação de jovens e adultos e, conseqüentemente, também o provimento de materiais didáticos e a formação de educadores a ela dedicados. Na reflexão pedagógica sobre essa modalidade educativa, tem especial relevância a consideração de suas dimensões social, ética e política. O ideário da Educação Popular, referência importante na área, destaca o valor educativo do diálogo e da participação, a consideração do educando como sujeito portador de saberes, que devem ser reconhecidos. Educadores de jovens e adultos identificados com esses princípios têm procurado, nos últimos anos, reformular suas práticas pedagógicas, atualizando-as ante novas exigências culturais e novas contribuições das teorias educacionais. Muitos professores que integram os programas de educação de jovens e adultos têm ou já tiveramexperiências com ensino regular infantil e, baseados nessa experiência, colocam-se questões. Os métodos e conteúdos da educação infantil servem para os jovens e adultos? Quais as especificidades dessa faixa etária? Procurando responder a essas indagações e aos desafios apresentados por seus alunos, vão tentando adaptações, mudanças de postura, de estratégias e de conteúdos. O que se observa, entretanto, é que os educadores se ressentem de um marco mais global que os ajude a articular as inovações metodológicas e temáticas numa proposta abrangente e coerente. É exatamente um marco global que se quis estabelecer nesta proposta, esperando que ele encoraje os educadores a implementar programas de educação de jovens e adultos e a trabalhar pela sua qualidade. A Constituição Federal de 1988 estendeu o direito ao ensino fundamental aos cidadãos de todas as faixas etárias, o que nos estabelece o imperativo de ampliar as oportunidades educacionais para aqueles que já ultrapassaram a idade de escolarização regular. Além da extensão, a qualificação pedagógica de programas de educação de jovens e adultos é uma exigência de justiça social, para que a ampliação das oportunidades educacionais não se reduza a uma ilusão e a escolarização tardia de milhares de cidadãos não se configure como mais uma experiência de fracasso e exclusão. A educação de jovens e adultos correspondente a esse nível de ensino caracteriza-se não só pela diversidade do público que atende e dos contextos em que se realiza, como pela variedade dos modelos de organização dos programas, mais ou menos formais, mais ou menos extensivos. A legislação Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 21 educacional brasileira é bastante aberta quanto à carga horária, à duração e aos componentes curriculares desses cursos. Considerando positiva essa flexibilidade, optou-se por uma pro-posta curricular que avança no detalhamento de conteúdos e objetivos educativos, mas que permite uma variedade grande de combinações, ênfases, supressões, complementos e formas de concretização. Como qualquer proposta curricular, esta não surge do nada; sua principal fonte são práticas educativas que se pretende generalizar, aperfeiçoar ou transformar. Este documento é adaptado da Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos do Estado de São Paulo; O primeiro capítulo é dedicado a um breve histórico da educação de jovens e adultos no Brasil, no qual se destacam soluções e impasses pedagógicos gerados nessas práticas. Espera- se que essa história ajude os educadores a situar e compreender melhor o significado e o motivo do que aqui se formula como proposta. O capítulo seguinte é dedicado à exposição de alguns fundamentos nos quais se baseou a formulação de objetivos gerais da presente proposta para a educação de jovens e adultos. Qualquer projeto de educação fundamental orienta-se, implícita ou explicitamente, por concepções sobre o tipo de pessoa e de sociedade que se considera desejável, por julgamentos sobre quais elementos da cultura são mais valiosos e essenciais. O currículo é o lugar onde esses princípios gerais devem ser explicitados e sintetizados em objetivos que orientem a ação educativa. Nos fundamentos desta proposta, delineia-se uma visão bastante geral da situação social que vivemos hoje, das necessidades educativas dos jovens e adultos pouco escolarizados, do papel da escola e do educador. A elaboração de currículos baseada nessas indicações, inevitavelmente genéricas, exigirá dos educadores o esforço de complementá-las com análises de seus contextos específicos, a partir dos quais poderão formular de modo mais preciso os objetivos de seus programas. Os capítulos seguintes são dedicados ao desdobramento dos objetivos gerais em conteúdos e objetivos mais específicos. Eles estão organizados em três áreas: Língua Portuguesa, Matemática e Estudos da Sociedade e da Natureza. Para cada uma dessas áreas, expõem-se considerações sobre sua relevância e sobre a natureza dos conhecimentos com que trabalha. Reúnem-se ainda algumas indicações metodológicas e alguns aportes das teorias sobre o ensino e a aprendizagem de seus conteúdos. Os objetivos propostos para cada área tratam de concretizar os objetivos educativos gerais, delimitando-os em campos de conhecimento. Para cada área, são definidos blocos de conteúdos com um elenco de tópicos a serem estudados. Para cada tópico, há um conjunto de objetivos didáticos, que especificam modos de abordá-los em diferentes graus de aprofundamento. Pelo seu grau de especificidade, esses objetivos oferecem também muitas pistas sobre atividades didáticas que favorecem o desenvolvimento dos conteúdos. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 22 Os objetivos didáticos referem-se à aprendizagem de conteúdos de diferentes naturezas. Predominantemente, eles se referem a conteúdos de tipo procedimental, ou seja, ao aprender a fazer. Referem-se também à aprendizagem de fatos e conceitos que os educandos terão oportunidade de conhecer. Conteúdos referentes a atitudes e valores, dada a sua natureza, estão melhor contemplados nos objetivos gerais ou de área; ainda assim, nos casos pertinentes, objetivos atitudinais foram relacionados também a tópicos de estudo específicos. Expressando diferentes graus de aprofundamento em que um tópico de conteúdo pode ser abordado, os objetivos didáticos podem orientar também decisões quanto à seqüenciação do ensino. Para as áreas de Língua Portuguesa e Matemática, há indicações mais detalhadas quanto às formas mais adequadas de abordar cada bloco de conteúdo nos estágios iniciais e nos estágios mais avançados das aprendizagens. Com relação aos Estudos da Sociedade e da Natureza, considerou-se que a seqüenciação poderia ser feita considerando-se apenas os interesses ou necessidades dos educandos. Ou seja, qualquer dos tópicos de conteúdo pode ser tratado com alunos iniciantes ou avançados, desde que se considere o grau de domínio que tenham da representação escrita ao lado da possibilidade de lançar mão de recursos audiovisuais e da interação oral. Propor parâmetros para a seqüenciação do ensino é uma tarefa particularmente complicada em se tratando de educação de jovens e adultos, pois os programas podem variar bastante quanto à duração, à carga horária, aos critérios de organização das turmas e à seriação. É bastante comum a existência de turmas multisseriadas, reunindo pessoas com diferentes níveis de domínio da escrita e da Matemática, de conhecimentos sobre a sociedade e a natureza. Mesmo nos programas cujos critérios de enturmação obedecem a alguma seriação, a heterogeneidade é sempre uma característica forte dos grupos. Acreditamos que a forma de apresentação aqui adotada pode facilitar a definição, por parte dos programas, do grau de aprofundamento dos conteúdos mais adequado às suas prioridades educativas, às características de suas turmas e à duração dos cursos. Nos programas seriados, por exemplo, pode-se optar por trabalhar alguns conteúdos em todas as séries, em graus progressivos de aprofundamento. É recomendável, inclusive, que os conteúdos mais essenciais sejam retomados em diversas séries. Outros conteúdos podem ser distribuídos entre as séries e tratados então no nível de profundidade correspondente. Essa forma de apresentação dos objetivos didáticos visa ainda ajudar os educadores a enfrentar a heterogeneidade das turmas, pois indica como abordar um mesmo tópico com os alunos iniciantes e com os mais avançados. Finalmente, um último capítulo trata do planejamento e da avaliação. Aí encontram-se sugestões de como planejar unidades didáticas que favoreçam o Orientações CurricularesEJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 23 estabelecimento de relações entre os diversos conteúdos, tornando seu desenvolvimento mais interessante para alunos e professores, o trabalho do dia-a-dia mais rico e estimulante. A avaliação, por sua vez, é abordada como parte constitutiva do planejamento. São sugeridos também critérios de avaliação especificamente orientados para decisões associadas à certificação de equivalência de escolaridade e ao encaminhamento dos jovens e adultos para o segundo segmento do 1º grau. Em todos os capítulos, há notas com indicações bibliográficas para os educadores que desejam se aprofundar em temáticas específicas. Com esse conjunto articulado de objetivos e conteúdos educativos, referências e sugestões didáticas, pretendeu-se esboçar um mapa que orientasse as opções das equipes envolvidas na elaboração curricular e no planejamento. Essas opções, entretanto, devem referir-se principalmente aos contextos educativos de que participam. É somentenos contextos específicos que este mapa pode associar-se a paisagens vivas, que de fato orientem os caminhos dos educadores e educandos. Cabe lembrar ainda que existem experiências de educação básica de jovens e adultos que desenvolvem trabalhos mais sistemáticos nas áreas de Educação Física e Educação Artística e que avaliam positivamente o impacto dessas áreas no desenvolvimento geral dos educandos. Essa é, entretanto, uma prática muito pouco generalizada. Há também programas que desenvolvem trabalhos específicos de preparação profissional. Este projeto curricular não abrange essas áreas, mas consideramos importante que os educadores exercitem a liberdade de opções que essa modalidade educativa permite e exige para adequar seus programas às necessidades e interesses dos jovens e adultos. 1.4. Projetos institucionais do Sistema Municipal de Ensino de Votorantim 1.4.1. Lei 2725/2019 – Votorantim por uma Cultura de Paz A Lei 2725/19 institui no Calendário Oficial do Município a semana "Votorantim por uma Cultura de Paz", institui o selo "Votorantim por uma Cultura de Paz", no âmbito do Município de Votorantim, a ser comemorada anualmente, na semana do dia 08 de dezembro, data de aniversário da cidade. Em seu Artigo 2º, A Semana "Votorantim por uma Cultura de Paz", possui como objetivos: I - Promover o diálogo e a amizade entre as pessoas; II- Desenvolver a empatia; Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 24 III- Fomentar a resolução de problemas com respeito e gentileza; IV - Valorizar a positividade humana; e V - Incentivar a paz e a justiça. A elaboração deste projeto que possibilita tratar a Educação para a Paz nas escolas do Sistema Municipal de Ensino, não se apresenta como mais um componente curricular, mas como um eixo perpassando todos os componentes e abrangendo todas as dimensões relacionais do alunado. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9394 de 20 de Dezembro de 1996, estabelece: Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; (...) IX - promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018) X - estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, de 2018). De acordo com a BNCC: “Ao mesmo tempo em que participam das relações sociais e dos cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado”. O eu, o outro e o nós É o início da busca por uma identidade: descobrir quem sou, quem o outro é e quem nós somos juntos. O professor precisa, nessa etapa, atentar para as relações sociais que envolvem a escola, evitando situações em que as crianças passem por preconceitos ou discriminação. Junto a isso, é necessário promover um autoconhecimento do aluno logo na infância, para que assim, se conhecendo, a criança desenvolva o senso de autocuidado e cuidado com o outro. A BNCC - Competências sócio emocionais na prática Os objetivos estão pautados nas competências socioemocionais da BNCC: 6)Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 25 7) Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9) Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10) Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Sabemos que a preocupação para a superação da violência e a construção de uma cultura de paz, vem se tornando uma preocupação universal. Do Oriente ao Ocidente multiplicam-se iniciativas e tendências para a consecução da paz. (Em 1986 a UNESCO publica em espanhol: “Contribuições para uma pedagogia da Paz”; Foi criada uma Associação Mundial, a EIP (Escola Instrumento de Paz), com sede em Genebra; Procura-se tornar a Pedagogia da Paz uma disciplina especial no campo das ciências comparadas; No ano 2000 a UNESCO juntamente com o CMI (Conselho Mundial das Igrejas) adotaram uma campanha internacional: “Década para superação da violência e pela paz” 2001-2010). O consenso geral é que, sendo uma questão complexa, que envolve causas variadas (psicológicas, sociais, econômicas, culturais), não é suficiente a dimensão curativa (buscar atender às vítimas da violência, das drogas etc.); mas é essencial a dimensão preventiva, privilegiando o caminho da educação. O nosso trabalho de Educação para a Paz situa-se nesta dimensão PREVENTIVA para buscar um olhar novo e assumir o desafio de oferecer aos alunos não só o que eles gostam ou querem, mas também o que eles não sabem que gostam e querem. Colocar plena atenção nos valores e comportamentos e identificar os equívocos e lacunas enraizados na cultura. A - PRINCIPIO UNIVERSAL A conhecida ”Regra de Ouro” é um princípio universal, existente em todas as religiões e vivida por pessoas que buscam uma sociedade fraterna: “Fazer ao outro o que gostaria que fosse feito a si; não fazer ao outro o Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 26 que não gostaria que fosse feito a si.” Neste princípio , que impulsiona a colocar-se no lugar do outro, está implícito valores como: solidariedade, respeito ao ser humano ,dignidade da pessoa. Todos nós somos parte de uma única família humana; todos nós estamos ligados uns aos outros por laçosprofundos e incindíveis. No dizer de Paulo Freire devemos passar da paz como ordem, à paz como processo dialógico; passar da paz como ideal teórico, à paz como ação. “Podemos mudar o mundo para melhor, para fazê-lo menos injusto a partir da realidade concreta e não fundados em devaneios...” (Pedagogia da indignação UNESP 2000 pg.53-54) QUAL O OBJETIVO DO PROJETO? Contribuir para a construção, desenvolvimento e manutenção de uma Cultura da Paz em contextos educacionais subsidiando com reflexões teóricas que podem ter aplicação prática para a vida inteira. EXEMPLIFICANDO A PRIMEIRA AULA Quando vocês acordaram hoje pela manhã, qual foi a escolha que fizeram? Algum de vocês escolheu ser pacífico no dia de hoje? O professor deve incentivar respostas e socializar. Quem de vocês sabe explicar o que é paz? O professor deve incentivar respostas. Sobre a paz, o dicionário Aurélio diz: 1. Ausência de lutas, violência ou perturbações sociais. 2. Ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento, harmonia. 3. Ausência de conflitos íntimos; tranquilidade de alma. 4. Situação de um país que não está em guerra com outro. Como vemos, a paz tem várias faces. Ela também pode estar relacionada à própria pessoa; pode se referir à família, ao bairro, à cidade, ao país... ou então ao nosso planeta. Também pode ser individual ou coletiva. Vamos começar pela paz individual. Podemos entendê-la como sendo um estado de espírito sem ira, sem desconfianças, e sem esses sentimentos negativos que as pessoas costumam guardar no coração, como o ciúme, a inveja e o ódio. A paz é uma condição interior de tranquilidade, de não violência. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 27 Muitas pessoas conseguem manter essa paz interior, apesar de situações complicadas. Já outras se estressam por qualquer coisa, e outras, ainda, partem para a agressão por qualquer motivo. Alguém aqui sabe dizer por que a paz é tão importante? O professor deve incentivar respostas; perguntar aos alunos qual deles gosta de assistir a uma briga em casa, ver pessoas sendo agredidas e machucadas ou saber de guerras nas quais morrem milhares de pessoas inocentes, etc. Na sua escola Como se dará o desenvolvimento do projeto do sistema municipal de ensino? Qual o diagnóstico da sua escola? Quais são as propostas? O que fazer? Como fazer? Quando fazer? O desafio de o documento incorporar essas habilidades, sem um isolamento de "temas". "A base tem de dar materialidade para quem está na escola."O educador Mozart Ramos, do Instituto Ayrton Senna, lembra que a abordagem socioemocional envolve intenções nas aulas, com um trabalho mais colaborativo e que busque promover o pensamento autônomo dos alunos. "Essas habilidades ajudam a desenvolver potencialidades", diz. "Não é colocar outras coisas na escola, mas articular. Se vou trabalhar com futebol, isso tem que dialogar intencionalmente com o desenvolvimento integral", diz ele, citando características presentes no esporte, como disciplina e empatia. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 28 Já sabemos o que queremos para o município? Já temos o tema geral. Dentro deste tema, Qual será o nome do projeto da sua escola? Dentro do tema gerador da Paz, cada escola deverá desenvolver o seu projeto, elaborado e organizado por toda a equipe escolar e comunidade. 1.4.2. Decreto nº 5336/2018 –Calendário Ambiental DECRETO N.º 5336, DE 12 DE MARÇO DE 2018 Dispõe sobre a regulamentação das Leis nºs 2061 e 2063, ambas de 23 de julho de 2009, que institui o calendário de datas comemorativas alusivas ao meio ambiente no município de Votorantim e sobre a Educação Ambiental. Art. 1.º A Educação Ambiental será garantida em todos os níveis de ensino da Rede de Ensino Público Municipal Oficial de Votorantim, para preservação do meio ambiente. Art. 2.º Para efeitos deste decreto entende-se por Educação Ambiental, os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, e sua sustentabilidade, nos termos da legislação vigente. Art. 3.º A Educação Ambiental passa a ser componente essencial e permanente da educação na rede municipal de ensino, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo formal. Art. 4.º Compete à Secretaria de Educação, auxiliada pala Secretaria de Meio Ambiente, promover, desenvolver e fomentar a educação ambiental formal de forma transversal no currículo escolar da Rede Municipal de Ensino e integrá- la como prática educativa contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino através do Calendário de Datas Comemorativas Ambientais do Município de Votorantim, conforme segue: a) 22 de março – Dia Mundial da Água; b) 22 de março – Dia da Represa de Itupararanga; c) 25 de março – Dia do Rio Sorocaba; d) 22 de abril – Dia do Planeta Terra; e) 27 de maio – Dia da Mata Atlântica; Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 29 f) 05 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia; g) 17 de julho – Dia da Proteção das Florestas; h) 14 de agosto – Dia do Combate à Poluição; i) 21 de setembro – Dia da Árvore; j) 04 de outubro – Dia Mundial dos Animais e da Natureza. Art. 5.º Caberá à Secretaria de Educação, anualmente, a republicação do anexo I, deste Decreto, onde constará a listagem atualizada de todas as escolas participes da rede municipal de ensino e o cronograma de datas ambientais a serem desenvolvidas. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 30 2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL 2.1. Alfabetização de Adultos na pauta das Políticas Educacionais A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. A ampliação da educação elementar foi impulsionada pelo governo federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios. Tal movimento incluiu também esforços articulados nacionalmente de extensão do ensino elementar aos adultos, especialmente nos anos 40. Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país vivia a efervescência política da redemocratização. A Segunda Guerra Mundial recém terminara e a ONU — Organização das Nações Unidas — alertava para a urgência de integrar os povos visando a paz e a democracia. Tudo isso contribuiu para que a educação dos adultos ganhasse destaque dentro da preocupação geral com a educação elementar comum. Era urgente a necessidade de aumentar as bases eleitorais para a sustentação do governo central, integrar as massas populacionais de imigração recente e também incrementar a produção. Nesse período, a educação de adultos define sua identidade tomando a forma de uma campanha nacional de massa, a Campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947. Pretendia-se, numa primeira etapa, uma ação extensiva que previa a alfabetização em três meses, e mais a condensação do curso primário emdois períodos de sete meses. Depois, seguiria uma etapa de “ação em profundidade”, voltada à capacitação profissional e ao desenvolvimento comunitário. Nos primeiros anos, sob a direção do professor Lourenço Filho, a campanha conseguiu resultados significativos, articulando e ampliando os serviços já existentes e estendendo-os às diversas regiões do país. Num curto período de tempo, foram criadas várias escolas supletivas, mobilizando esforços das diversas esferas administrativas, de profissionais e voluntários. O clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50; iniciativas voltadas à ação comunitária em zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final da década. Ainda assim, sobreviveu a rede de ensino supletivo por meio dela implantada, assumida pelos estados e municípios. A instauração da Campanha de Educação de Adultos deu lugar também à conformação de um campo teórico-pedagógico orientado para a discussão sobre o analfabetismo e a educação de adultos no Brasil. Nesse momento, o Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 31 analfabetismo era concebido como causa e não efeito da situação econômica, social e cultural do país. Essa concepção legitimava a visão do adulto analfabeto como incapaz e marginal, identificado psicológica e socialmente com a criança. Uma professora encarregada de formar os educadores da Campanha, num trabalho intitulado Fundamentos e metodologia do ensino supletivo, usava as seguintes palavras para descrever o adulto analfabeto: Dependente do contacto face a face para enriquecimento de sua experiência social, ele tem que, por força, sentir-se uma criança grande, irresponsável e ridícula [...]. E, se tem as res-ponsabilidades do adulto, manter uma família e uma profissão, ele o fará em plano deficiente. [...] O analfabeto, onde se encontre, será um problema de definição social quanto aos valores: aquilo que vale para ele é sem mais valia para os outros e se torna pueril para os que dominam o mundo das letras.[...] inadequadamente preparado para as atividades convenientes à vida adulta, [...] ele tem que ser posto à margem como elemento sem significação nos empreendimentos comuns. Adulto-criança, como as crianças ele tem que viver num mundo de egocentrismo que não lhe permite ocupar os planos em que as decisões comuns tem que ser tomadas. Durante a própria campanha, essa visão modificou-se; foram adensando-se as vozes dos que superavam esse preconceito, reconhecendo o adulto analfabeto como ser produtivo, capaz de raciocinar e resolver seus problemas. Para tanto contribuíram também teorias mais modernas da psicologia, que desmentiam postulados anteriores de que a capacidade de aprendizagem dos adultos seria menor do que a das crianças. Já em artigo de 1945, Lourenço Filho argumentara neste sentido, lançando mão de estudos de psicologia experimental realizados nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30. A confiança na capacidade de aprendizagem dos adultos e a difusão de um método de ensino de leitura para adultos conhecido como Laubach inspiraram a inciativa do Ministério da Educação de produzir pela primeira vez, por ocasião da Campanha de 47, material didático específico para o ensino da leitura e da escrita para os adultos. O Primeiro guia de leitura, distribuído pelo ministério em larga escala para as escolas supletivas do país, orientava o ensino pelo método silábico. As lições partiam de palavras-chave selecionadas e organizadas segundo suas características fonéticas. A função dessas palavras era remeter aos padrões silábicos, estes sim o foco do estudo. As sílabas deveriam ser memorizadas e remontadas para formar outras palavras. As primeiras lições também continham pequenas frases montadas com as mesmas sílabas. Nas lições finais, as frases compunham pequenos textos contendo orientações sobre preservação da saúde, técnicas simples de trabalho e mensagens de moral e civismo. Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 32 2.2. A Pedagogia de Paulo Freire No final da década de 50, as críticas à Campanha de Educação de Adultos dirigiam-se tanto às suas deficiências administrativas e financeiras quanto à sua orientação pedagógica. Denunciava-se o caráter superficial do aprendizado que se efetivava no curto período da alfabetização, a inadequação do método para a população adulta e para as diferentes regiões do país. Todas essas críticas convergiram para uma nova visão sobre o problema do analfabetismo e para a consolidação de um novo paradigma pedagógico para a educação de adultos, cuja referência principal foi o educador pernambucano Paulo Freire. O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos, inspiraram os principais programas de alfabetização e educação popular que se realizaram no país no início dos anos 60. Esses programas foram empreendidos por intelectuais, estudantes e católicos engajados numa ação política junto aos grupos populares. Desenvolvendo e aplicando essas novas diretrizes, atuaram os educadores do MEB — Movimento de Educação de Base, ligado à CNBB — Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dos CPCs — Centros de Cultura Popular, organizados pela UNE — União Nacional dos Estudantes, dos Movimentos de Cultura Popular, que reuniam artistas e intelectuais e tinham apoio de administrações municipais. Esses diversos grupos de educadores foram se articulando e passaram a pressionar o governo federal para que os apoiasse e estabelecesse uma coordenação nacional das iniciativas. Em janeiro de 1964, foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação por todo Brasil de programas de alfabetização orientados pela proposta de Paulo Freire. A preparação do plano, com forte engajamento de estudantes, sindicatos e diversos grupos estimulados pela efervescência política da época, seria interrompida alguns meses depois pelo golpe militar. O paradigma pedagógico que se construiu nessas práticas baseava- se num novo entendimento da relação entre a problemática educacional e a problemática social. Antes apontado como causa da pobreza e da marginalização, o analfabetismo passou a ser interpretado como efeito da situação de pobreza gerada por uma estrutura social não igualitária. Era preciso, portanto, que o processo educativo interferisse na estrutura social que produzia o analfabetismo. A alfabetização e a educação de base de adultos deveriam partir sempre de um exame crítico da realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de seus problemas e das possibilidades de superá-los. Além dessa dimensão social e política, os ideais pedagógicos que se difundiam tinham um forte componente ético, implicando um profundo comprometimento do educador com os educandos. Os analfabetos deveriam ser reconhecidos como homens e mulheres produtivos, que possuíam uma cultura. Dessa perspectiva, Paulo Freire criticou a chamada educação bancária, que considerava o analfabeto pária e ignorante, uma espécie de gaveta vazia onde o educador deveria depositar conhecimento. Tomando o educando como sujeito Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 33 de sua aprendizagem, Freire propunha uma ação educativa que não negasse sua cultura mas que a fosse transformando através do diálogo. Na época, ele referia-se a uma consciência ingênua ou intransitiva, herança de uma sociedade fechada, agrária e oligárquica, que deveria ser transformada em consciência crítica, necessária ao engajamento ativo no desenvolvimento político e econômico da nação. Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, cujo princípio básicopode ser traduzido numa frase sua que ficou célebre: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Prescindindo da utilização de cartilhas, desenvolveu um conjunto de procedimentos pedagógicos que ficou conhecido como método Paulo Freire. Ele previa uma etapa preparatória, quando o alfabetizador deveria fazer uma pesquisa sobre a realidade existencial do grupo junto ao qual iria atuar. Concomitantemente, faria um levantamento de seu universo vocabular, ou seja, das palavras utilizadas pelo grupo para expressar essa realidade. Desse universo, o alfabetizador deveria selecionar as palavras com maior densidade de sentido, que expressassem as situações existenciais mais importantes. Depois, era necessário selecionar um conjunto que contivesse os diversos padrões silábicos da língua e organizá-lo segundo o grau de complexidade desses padrões. Essas seriam as palavras geradoras, a partir das quais se realizaria tanto o estudo da escrita e leitura como o da realidade. Antes de entrar no estudo dessas palavras geradoras, Paulo Freire propunha ainda um momento inicial em que o conteúdo do diálogo educativo girava em torno do conceito antropológico de cultura. Utilizando uma série de ilustrações (cartazes ou slides), o educador deveria dirigir uma discussão na qual fosse sendo evidenciado o papel ativo dos homens como produtores de cultura e as diferentes formas de cultura: a cultura letrada e a não letrada, o trabalho, a arte, a religião, os diferentes padrões de comportamento e a sociabilidade. O objetivo era, antes mesmo de iniciar o aprendizado da escrita, levar o educando a assumir-se como sujeito de sua aprendizagem, como ser capaz e responsável. Tratava-se também deultrapassar uma compreensão mágica da realidade e desmistificar a cultura letrada, na qual o educando estaria se iniciando. Depois de cumprida essa etapa, iniciava-se o estudo das palavras geradoras, que também eram apresentadas junto com cartazes contendo imagens referentes às situações existenciais a elas relacionadas. Com cada gravura, desencadeava-se um debate em torno do tema e só então a palavra escrita era analisada em suas partes componentes: as sílabas. Enfim, era apresentado um quadro com as famílias silábicas com as quais os alfabetizandos deveriam montar novas palavras. Com um elenco de dez a vinte palavras geradoras, acreditava-se conseguir alfabetizar um educando em três meses, ainda que num nível rudimentar. Numa etapa posterior, as palavras geradoras seriam substituídas por temas geradores, a partir dos quais os alfabetizandos aprofundariam a análise de Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 34 seus problemas, preferencialmente já se engajando em atividades comunitárias ou associativas. Nesse período, foram produzidos diversos materiais de alfabetização orientados por esses princípios. Normalmente elaborados regional ou localmente, procurando expressar o universo vivencial dos alfabetizandos, esses materiais continham palavras geradoras acompanhadas de imagens relacionadas a temas para debate, os quadros de descoberta com as sílabas derivadas das palavras, acrescidas de pequenas frases para leitura. O que caracterizava esses materiais era não apenas a referência à realidade imediata dos adultos, mas, principalmente, a intenção de problematizar essa realidade. 2.3. O MOBRAL e a Educação Popular Com o golpe militar de 1964, os programas de alfabetização e educação popular que se haviam multiplicado no período entre 1961 e 1964 foram vistos como uma grave ameaça à ordem e seus promotores duramente reprimidos. O governo só permitiu a realização de programas de alfabetização de adultos assistencialistas e conservadores, até que, em 1967, ele mesmo assumiu o controle dessa atividade lançando o Mobral — Movimento Brasileiro de Alfabetização. Era a resposta do regime militar à ainda grave situação do analfabetismo no país. O Mobral constituiu-se como organização autônoma em relação ao Ministério da Educação, contando com um volume significativo de recursos. Em 1969, lançou-se numa campanha massiva de alfabetização. Foram instaladas Comissões Municipais, que se responsabilizavam pela execução das atividades, mas a orientação e supervisão pedagógica bem como a produção de materiais didáticos eram centralizadas. As orientações metodológicas e os materiais didáticos do Mobral reproduziram muitos procedimentos consagrados nas experiências de inícios dos anos 60, mas esvaziando-os de todo sentido crítico e problematizador. Propunha-se a alfabetização a partir de palavraschave, retiradas “da vida simples do povo”, mas as mensagens a elas associadas apelavam sempre ao esforço individual dos adultos analfabetos para sua integração nos benefícios de uma sociedade moderna, pintada sempre de cor-de-rosa. Durante a década de 70, o Mobral expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua atuação. Das iniciativas que derivaram do Programa de Alfabetização, a mais importante foi o PEI — Programa de Educação Integrada, que correspondia a uma condensação do antigo curso primário. Este programa abria a possibilidade de continuidade de estudos para os recém- alfabetizados, assim como para os chamados analfabetos funcionais, pessoas que dominavam precariamente a leitura e a escrita. Paralelamente, grupos dedicados à educação popular continuaram a realizar experiências pequenas e isoladas de alfabetização de adultos com Orientações Curriculares EJA – Sistema Municipal de Ensino Votorantim 35 propostas mais críticas, desenvolvendo os postulados de Paulo Freire. Essas experiências eram vinculadas a movimentos populares que se organizavam em oposição à ditadura, comunida- religiosas de base, associações de moradores e oposições sindicais. Paulo Freire, que fora exilado, seguia trabalhando com educação de adultos no Chile e depois em países africanos. Com a emergência dos movimentos sociais e o início da abertura política na década de 80, essas pequenas experiências foram se ampliando, construindo canais de troca de experiência, reflexão e articulação. Projetos de alfabetização se desdobraram em turmas de pósalfabetização, onde se avançava no trabalho com a língua escrita, além das operações matemáticas básicas. Também as administrações de alguns estados e municípios maiores ganhavam autonomia com relação ao Mobral, acolhendo educadores que se esforçaram por reorientar seus programas de educação básica de adultos. Desacreditado nos meios políticos e educacionais, o Mobral foi extinto em 1985. Seu lugar foi ocupado pela Fundação Educar, que abriu mão de exe- cutar diretamente os programas, passando a apoiar financeira e tecnicamente as iniciativas de governos, entidades civis e empresas a ela conveniadas. 2.4. Novas perspectivas da aprendizagem da leitura e da escrita A partir de meados da década de 80, difundem-se entre os educadores brasileiros estudos e pesquisas sobre o aprendizado da língua escrita com bases na lingüística e na psicologia, que lançam novas luzes sobre as práticas de alfabetização. Esses estudos enfatizam o fato de que a escrita e a leitura são mais do que a transcrição e decifração de letras e sons, que são atividades inteligentes, em que a percepção é orientada pela busca dos significados. Reforçam-se os argumentos críticos às cartilhas de alfabetização que contêm palavras e frases isoladas, fora de contextos significativos que auxiliem sua compreensão. Entretanto, mesmo nas propostas pedagógicas em que se pode constatar uma preocupação de trabalhar com palavras ou frases significativas, observa-se uma ênfase muito grande nos procedimentos do método silábico, de montagem e desmontagem de palavras. Como o método prescreve a apresentação de padrões silábicos que vão sendo
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