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1 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira Relações Lógico-discursivas ( causalidade, temporalidade, conclusão, comparação, finalidade, oposição, explicação, condição, adição.) Um assunto que se mostra cada vez mais constante nas provas de concursos atualmente são as relações lógico-discursivas. Elas são aquelas que dão sentido ao texto, trazendo circunstâncias e/ou relações semânticas para a construção do discurso. Podem ser advérbios, conjunções, locuções conjuntivas e verbais 1) Causalidade A causalidade é aquela que representa o motivo, a causa, pela qual uma ação aconteceu. A principal conjunção utilizada é o ‘porque’, entretanto, no próprio texto pode não haver uma conjunção e aí será necessário compreender o sentido de causa e efeito por si só, conforme o contexto. Exemplo: "Porque/como/visto que estava doente, fui na farmácia". 2) Consequência A consequência é o efeito que é declarado na oração principal. Geralmente, utiliza-se apenas a conjunção ‘que’ para exprimir essa relação, como em: "Estava com tanta sede que bebi muitos litros de água". 3) Condição As relações condicionais são aquelas que expressam uma imposição para que algo aconteça. É necessário impor para que seja realizado ou não. A conjunção mais conhecida da condição é a partícula ‘se’, que já indica a probabilidade. Exemplo: "Se todo mundo concordar, libero a festa". 4) Concessão A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Utiliza- se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, entre outras, porque é esse tipo de simbologia que essa relação lógica-discursiva oferece. É na concessão que acontece contradição, por exemplo, nesta frase: "Eu irei, mesmo que ela não vá". 5) Comparação Para essa relação, utiliza-se muito a conjunção ‘como’, para estabelecer uma comparação entre os elementos e pelas ações que serão proferidas na oração principal. Olhe um exemplo: "Ele come como um leão". Mesmo que haja uma metáfora inserida, a comparação ainda existe metaforicamente, indicando o quanto a pessoa se alimenta bem, por exemplo. 6) Conformidade A conformidade é aquela relação em que só poderá realizar um fato se seguir uma regra, uma norma, conforme como se pede. Pode-se utilizar “Segundo”, “De acordo”, “Conforme”. Exemplo: "Conforme foi dito, realizei a tarefa". 2 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira 7) Temporalidade É no tempo que conseguimos exprimir as noções de posterioridade e anterioridade, além de simultaneidade. É o fato que pode expressar essa causa de tempo, que geralmente está acompanhado pela expressão ‘quando’. Por exemplo: "Sempre que acontece isso, você fica assim" (expressa a condição do tempo, do que aconteceu). 8) Finalidade A finalidade é aquilo que você responde: qual o objetivo da ação? A onde você quer chegar? Através da construção ‘a fim de que’, ‘para que’, você consegue exprimir essa relação lógica- discursiva, como acontece no período a seguir: "Fui viajar, para que pudesse esquecer de você". 9) Adição Estabelece uma relação de acréscimo de informações ou ideias a uma ação já informada. ( E, nem, não só... Mas também, além de...) Ex.: “Não só estuda, como também trabalha.” 10) Explicação Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo). Ex.: “Passei no vestibular pois estudei.” 3 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira 4 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira O QUE É MODALIZAÇÃO? A modalização é um conceito advindo da ciência linguística para definir os mecanismos discursivos que apresentam a função de manifestar o posicionamento do enunciador em relação àquilo que é dito. Por não ser uma categoria estrutural da gramática, é bastante complexo realizar uma classificação das modalidades na língua, cabendo seu entendimento à própria área da compreensão textual e mesmo da análise do discurso. De forma geral, um modalizador é um elemento gramatical ou lexical – palavra ou expressão – por meio do qual o enunciador revela alguma atitude relativo ao conteúdo daquilo que ele mesmo enuncia. Assim, mesmo de forma encoberta, o enunciador deixa seus posicionamentos subentendidos ou sugeridos, de forma a influenciar o coenunciador a compreender o enunciado sob um determinado aspecto que lhe é dissimuladamente proposto. Em todo ato de comunicação, podem-se fazer presentes mediações diversas, oriundas das intenções com as quais um discurso é imaginado, produzido e realizado. Seja evidenciar uma 5 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira certeza, uma dúvida, a obrigatoriedade ou a proibição, uma possibilidade, algum sentimento, entre outros. Para a linguística a própria língua guarda características argumentativas, na medida em quem, por meio dela interagindo escrita ou oralmente, os falantes reproduzem entendimentos, atitudes e argumentos. Os elementos modalizadores, portanto, são utilizados como um indicativo da própria existência de um discurso argumentativo, ao transparecer o ponto de vista apresentado pelo enunciador da maneira como ele buscou a elaboração de seu discurso. Entre as inúmeras possibilidades intencionais que podem ser expressas na comunicação, destaca-se que, no geral, os recursos gramaticais utilizados para expressá-los não é tão extenso quanto as alternativas de significação. A função modalizadora manifesta-se principalmente por meio de advérbios – quando indicativos acerca do acolhimento do enunciado em sua totalidade ou parcialidade por parte do enunciador; do uso de modos verbais, de forma a indicar se o enunciado expressa um acontecimento ou uma vontade; do emprego de verbos auxiliares que acrescentam noções circunstanciais que podem apontar necessidades ou possibilidades; do uso de estruturas subordinativas, como orações principais em que seus verbos constitutivos possam expressar modalidade; ou do uso de adjetivos, cuja escolha pode revelar opinião ou posicionamento. Pode-se afirmar, sem margem para dúvidas, que não existe possibilidade de comunicação sem que haja modalização (que, inclusive pode manifestar-se pela entoação da voz na fala) explícita ou implícita, uma vez que sempre haverá intencionalidade nos discursos que são produzidos. Assim, sem esgotar as possibilidades significativas, pode-se enumerar algumas possibilidades modalizadoras, como a seguir: Asseverativos Aqueles que conferem certeza a um discurso, podendo ser afirmativos (evidentemente, certamente, claro, sem dúvida, lógico; ou negativos como a polarização de termos pelo uso do “não” ou expressões como “de jeito nenhum”, “de forma alguma”, entre outros. Dubtáveis ou Quase asseverativos Aqueles que colocam um discurso em dúvida, estabelecem que um enunciado está sujeito à desconfiança, à incerteza ou à imprecisão. Exemplos: talvez, possivelmente, é provável etc. Delimitadores Aqueles que estabelecem uma restrição ou um limite ao entendimento do alcance de conceitos ou do discurso. Exemplos: quase, tipo de, espécie de, linguisticamente, matematicamente, geograficamente etc. Deontológicos Aqueles que indicam obrigatoriedades, proibições e permissões. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente, não deve fazer, deve apresentar etc. Afetivos 6 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira Apresentam as emoções do enunciador diante do conteúdo do discurso, bem como posicionamentos de princípio ou predileções. Esses modalizadores podem ser subjetivos, quando marcam a reação do enunciador diante do que é exposto. Ou intersubjetivos, quando incluem na sensação emotiva a relação com o coenunciador, seja pela aceitação, pela colaboração ou pela rejeição (sinceramente, francamente, lamentavelmente etc.) O que éadvérbio? O advérbio está entre as dez classes gramaticais da língua portuguesa. É uma palavra que não admite variação em sua forma e sua principal função é modificar o verbo. Sabemos que em nossa língua portuguesa existem dez classes de palavras. Destas, seis são variáveis, já que podem ser flexionadas em gênero, número, grau, pessoa e tempo, são elas: artigo, adjetivo, pronome, numeral, substantivo e verbo. Nosso objeto de estudo, o advérbio, está entre as quatro classes gramaticais cujas palavras são chamadas de invariáveis: advérbio, conjunção, interjeição e preposição. As palavras invariáveis são aquelas que não sofrem modificações, dessa forma, o advérbio não admite alteração em sua forma, e sua principal função é modificar o verbo, desempenhando na 7 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira oração a função de adjunto adverbial. Pode também se referir a outro advérbio para intensificá-lo, a um adjetivo ou a uma declaração inteira. O advérbio denota uma circunstância e, conforme a situação, pode ser classificado como advérbio de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, negação, tempo etc. Vejamos alguns exemplos: Certamente ele estudará para a prova. ↓ advérbio de afirmação Talvez viajaremos para a praia nas férias de julho. ↓ advérbio de dúvida Os alunos ficaram bastante preocupados com o resultado da avaliação de Matemática. ↓ advérbio de intensidade Os pais ficaram observando o filho ao longe enquanto ele brincava. ↓ advérbio de lugar O funcionário andava rapidamente para não se atrasar. ↓ advérbio de modo “A melhor definição do amor não vale um beijo.” (Machado de Assis) ↓ advérbio de negação “Sempre/Eu te contemplava sempre/Feito um gato aos pés da dona/Mesmo em sonho estive atento/Para poder lembrar-te sempre (...)”. ↓ advérbio de tempo Como vimos, os advérbios são classificados de acordo com o sentido que têm na frase. Quanto aos advérbios de intensidade, existe em relação a eles uma particularidade, pois eles podem modificar não só os verbos, como também podem intensificar o sentido de outros advérbios. Observe: Carolina era uma mulher extremamente bonita. ↓ ↓ Adv. adjetivo de intensidade 8 Língua Portuguesa Prof. Janduy Pereira As amigas chegaram cedo demais para o espetáculo teatral. ↓ ↓ advérbio advérbio de tempo de intensidade Frequentemente o uso de algumas palavras invariáveis pode gerar dúvidas, e essas dúvidas geralmente estão relacionadas com o advérbio e o adjetivo. Para eliminar de vez esse tipo de questionamento, é importante ressaltar que os adjetivos estão relacionados com um substantivo e podem sofrer variação, enquanto os advérbios relacionam-se com os verbos e não permitem variação em sua forma. O advérbio não admite variação em sua forma, pois não se altera quanto ao número, gênero, grau, pessoa e tempo. Relação expressa por tempos e modos verbais ”Bora” estudar?!
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