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identificando pensamentos automáticos Referência: BECK J.S. Terapia Cognitivo Comportamental. Teoria e Prática. 2a edição. Porto Alegre: artmed, 2013. Capítulo 09 Os pensamentos automáticos são geralmente breves, e o paciente torna-se mais consciente da emoção que sente como resultado do que dos próprios pensamentos. As emoções que o paciente sente estão conectadas ao conteúdo dos seus pensamentos automáticos. O modelo cognitivo afirma que a interpretação de uma situação (e não a situação em si), frequentemente expressa em pensamentos automáticos, influencia a emoção subsequente, o comportamento e a resposta fisiológica. Os pensamentos automáticos são um fluxo de pensamentos que coexistem com um fluxo de pensamentos mais manifesto. Esses pensamentos não são peculiares unicamente a pessoas com sofrimento psicológico; eles são uma experiência comum a todos nós. Na maior parte do tempo, quase não temos consciência desses pensamentos, embora com um pouco de treino possamos trazê-los facilmente à consciência. Quando obtemos a percepção dos nossos pensamentos, podemos fazer automaticamente uma verificação da realidade, caso não estejamos sofrendo de uma disfunção psicológica. Embora pareça que os pensamentos automáticos surjam espontaneamente, eles se tornam bem previsíveis depois que as crenças subjacentes do paciente são identificadas. Os pensamentos automáticos disfuncionais são quase sempre negativos, a menos que o paciente seja maníaco ou hipomaníaco, tenha personalidade narcisista ou abuse de substâncias químicas. Os P.A frequentemente estão na forma “abreviada”, mas podem ser facilmente explicitados quando você pergunta sobre seu significado. ** P.A são afirmações e não perguntas. Explicando aos Pacientes P.A Distorcido -- O tipo mais comum de pensamento automático é uma distorção, e ocorre apesar das evidências objetivas em contrário. Costumam ser pensamentos catastróficos de tudo ou nada; P.A Conclusão distorcida -- O tipo de pensamento automático é correto, mas a conclusão a que o paciente chega pode ser distorcida. (ex: superstição); P.A Inútil -- pensamento automático também é válido, mas decididamente disfuncional. Por exemplo, Sally estava estudando para um exame e pensou: “Vou levar horas para terminar isto. Vou ficar acordada até as 3 horas da manhã”. Esse pensamento era, sem dúvida, correto, mas ele aumentou sua ansiedade e diminuiu sua concentração e motivação. Uma resposta razoável a esse pensamento abordaria a sua utilidade. Os pensamentos automáticos podem ser na forma verbal, forma visual ou ambas. Esses pensamentos podem ser avaliados de acordo com sua validade e utilidade, existindo então 03 tipos de pensamentos automáticos: 1. 2. 3. É aconselhável que se expliquem os pensamentos automáticos usando os próprios exemplos do paciente. A pergunta básica que você vai fazer é: “O que estava passando pela sua cabeça?” Você vai fazer essa pergunta: quando o paciente descrever uma situação problemática que surgiu; ou quando você notar uma alteração ou intensificação de afeto negativo durante uma sessão. Se o paciente não conseguir responder à pergunta “O que estava passando pela sua cabeça?”, você poderá: Perguntar como ele está/estava se sentindo e onde seu corpo vivenciava a emoção; Evocar uma descrição detalhada da situação problemática; Pedir ao paciente para visualizar a situação angustiante; Sugerir que o paciente faça um role-play com você da interação específica (se a situação angustiante foi interpessoal); Evocar uma imagem; Apresentar pensamentos opostos aos que você supõe que na realidade estavam passando pela cabeça dele; Perguntar sobre o significado da situação; Fazer a pergunta de maneira diferente; Entretanto, se ele continuar tendo dificuldade, vocês poderão decidir colaborativamente por mudar o assunto, para evitar que o paciente sinta que está sendo interrogado ou para reduzir a possibilidade de que ele se veja como um fracasso. Você deve ter em mente que o paciente pode, além destes, ter outros pensamentos automáticos não sobre a mesma situação em si, mas sobre a sua reação à situação. Ele poderá entender sua emoção, comportamento ou reação fisiológica de uma forma negativa. Diante de uma emoção negativa Identificar o P.A Verificar a realidade Desenvolver resposta adaptativa Às vezes, além de não conseguir identificar pensamentos automáticos associados a uma determinada emoção, o paciente tem dificuldade até mesmo em identificar uma situação ou tópico específico que é mais problemático para ele. Quando isso acontece, você poderá ajudá-lo a identificar a situação mais problemática, apresentando uma série de problemas perturbadores, pedindo-lhe que hipoteticamente elimine um problema e determine o quanto se sente aliviado. Trabalhando com P.A O paciente precisa aprender a especificar as palavras que realmente passam pela sua cabeça para que possa avaliá-las de forma efetiva. Você gentilmente direciona o paciente a identificar as palavras que realmente passaram pela cabeça dele. É importante continuar questionando o paciente mesmo depois que ele relata um pensamento automático inicial. Esse questionamento adicional pode trazer à luz outros pensamentos importantes. Quando o terapeuta solicita os pensamentos automáticos do paciente, ele está buscando as palavras ou imagens reais que passaram pela sua cabeça. Até que tenham aprendido a reconhecer esses pensamentos, muitos pacientes relatam interpretações que podem ou não refletir os pensamentos reais. Até agora, a maioria dos exemplos de pensamentos automáticos apresentados estavam associados a acontecimentos externos; entretanto eles podem ter pensamentos sobre suas cognições (pensamentos, imagens, crenças, devaneios, sonhos, lembranças ou flashbacks), suas emoções, seu comportamento ou sobre suas experiências fisiológicas ou mentais. Qualquer um desses estímulos pode gerar um pensamento automático inicial (ou uma série de pensamentos automáticos), seguido de uma reação emocional, comportamental e/ou fisiológica inicial. SITUAÇÃO ESTÍMULO: : pensamento, imagem, crença, devaneio, sonho, recordação, flashback PENSAMENTO AUTOMÁTICO : “Eu devo estar louca.”
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