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Os pensamentos automáticos disfuncionais são quase sempre negativos, a menos que o paciente seja maníaco ou hipomaníaco, tenha personalidade narcisista ou abuse de substâncias químicas; Geralmente são muito breves, e o paciente torna-se mais consciente da emoção que sente como resultado dos seus pensamentos do que dos próprios pensamentos. As emoções que o paciente sente estão conectadas logicamente ao conteúdo dos seus pensamentos automáticos. Embora pareça que os pensamentos automáticos surjam espontaneamente, eles se tornam bem previsíveis depois que as crenças subjacentes do paciente são identificadas. Por exemplo: São cognições que passam rapidamente por nossas mentes quando estamos em meio a situações (ou relembrando acontecimentos). Embora possamos estar sublinarmente conscientes da presença de pensamentos automáticos, normalmente essas cognições não estão sujeitas à análise racional cuidadosa. Psicoterapia CognitivaPsicoterapia Cognitiva O modelo cognitivo afirma que a interpretação de uma situação (e não a situação em si), frequentemente expressa em pensamentos automáticos, influencia a emoção subsequente, o comportamento e a resposta fisiológica. Pessoas com transtornos psicológicos costumam interpretar erroneamente situações neutras ou até mesmo positivas, e, assim, seus pensamentos automáticos são tendenciosos. Ao examinarem criticamente seus pensamentos e corrigi-los, geralmente se sentem melhor. Na maior parte do tempo, quase não temos consciência desses pensamentos, embora com um pouco de treino possamos trazê-los facilmente à consciência. Quando obtemos a percepção dos nossos pensamentos, podemos fazer automaticamente uma verificação da realidade, caso não estejamos sofrendo de uma disfunção psicológica. A terapia cognitivo-comportamental ensina as pessoas em sofrimento o uso de ferramentas para avaliar seus pensamentos de forma consciente e estruturada, especialmente quando estão perturbados. Todas as pessoas tem pensamentos automáticos, eles não ocorrem exclusivamente em pessoas com depressão, ansiedade ou outros transtornos emocionais. Ás vezes, os pensamentos automáticos podem ser logicamente verdadeiros e podem ser uma percepção adequada da realidade da situação. Pensamentos automáticos IDENTIFICANDO PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS CARACTERÍSTICAS DOS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS Um paciente pensa “Eu sou um idiota. Eu realmente não entendo o que todos [na reunião] estão dizendo” e sente-se triste. Em outro momento, ele pensa “Ela [minha esposa] não gosta de mim” e sente-se irritado. Os pensamentos automáticos frequentemente estão na forma “abreviada”, mas podem ser facilmente explicitados quando você pergunta sobre o significado do pensamento. Podem ser na forma verbal, forma visual (imagens) ou ambas e podem ser avaliados de acordo com sua validade e utilidade. Para resumir, os pensamentos automáticos coexistem com um fluxo mais manifesto de pensamentos, surgem espontaneamente e não estão baseados na reflexão ou deliberação. 1 Nicolle Marcondes - 6ºsemestre É aconselhável que se expliquem os pensamentos automáticos usando os próprios exemplos do paciente. No contexto da discussão de um problema específico com um paciente, você vai identificar os pensamentos automáticos associados ao problema. o paciente descrever uma situação problemática que surgiu, geralmente desde a última sessão que vocês tiveram juntos; você notar uma alteração ou intensificação de afeto negativo durante uma sessão. Como você sabe que um paciente passou por uma alteração no afeto? Alguns pacientes (e terapeutas) conseguem identificar os pensamentos automáticos com facilidade e rapidez; outros precisam de muito mais orientação e prática para identificar pensamentos e imagens automáticos. Você vai fazer essa pergunta quando: - Esta última situação é muito importante, e é vital estar alerta aos indícios verbais e não verbais do paciente, para que possa identificar suas “cognições quentes” – isto é, pensamentos automáticos e imagens importantes que surgem durante a sessão e que estão associados a uma alteração ou aumento da emoção. Essas cognições quentes podem ser sobre o próprio paciente (“Eu sou um fracasso”), o terapeuta (“Ela não me entende”) ou sobre o assunto em discussão (“Não é justo que eu tenha tanta coisa para fazer”) e poderão minar a motivação ou o sentimento de adequação ou valor do paciente. A identificação na hora dos pensamentos automáticos dá ao paciente a oportunidade de testar e responder aos pensamentos imediatamente, de modo a facilitar o trabalho pelo resto da sessão. - Você acabou de identificar o que chamamos de pensamento automático. Todas as pessoas têm. São pensamentos que simplesmente parecem surgir na nossa cabeça. Nós não estamos deliberadamente tentando pensá-los; é por isso que os chamamos de automáticos. Na maior parte do tempo, eles são muito rápidos, e nós nos damos conta mais da emoção – neste caso, tristeza – do que dos pensamentos. Muitas vezes, os pensamentos estão distorcidos de alguma maneira, mas nós reagimos como se eles fossem verdadeiros. O Terapeuta segue: O que iremos fazer é lhe ensinar a identificar seus pensamentos automáticos e depois avaliá-los para ver o quanto eles são acurados. Por exemplo, daqui a pouco, iremos avaliar o pensamento: “Eu nunca vou ser como eles”. EXPLICANDO OS PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS AO PACIENTE EVOCANDO PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS Após o paciente relatar uma situação que lhe causou tristeza e identificar que o que se passava em sua cabeça no momento era: Os pensamentos que são relevantes para os problemas pessoais estão associados a emoções específicas, dependendo do seu conteúdo e significado. As pessoas costumam aceitar seus pensamentos automáticos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação. A identificação, a avaliação e a resposta aos pensamentos automáticos (de uma forma mais adaptativa) geralmente produzem uma mudança positiva no afeto. Você fica alerta a indícios não verbais, como alteração na expressão facial, contração dos músculos, mudanças de postura ou gestos manuais. Os indícios verbais incluem alteração no tom de voz, no volume ou no ritmo. Psicoterapia cognitiva - Pensamentos automáticos 2 "Eu nunca vou ser como elas " Exemplo O terapeuta explica os pensamentos automáticos da seguinte forma: A pergunta básica que você vai fazer é: “O que estava passando pela sua cabeça?” Nicolle Marcondes - 6ºsemestre Dificuldades na Identificação de Pensamentos Automáticos Perguntar como ele está/estava se sentindo e onde seu corpo vivenciava a emoção. Evocar uma descrição detalhada da situação problemática. Pedir ao paciente para visualizar a situação angustiante. Sugerir que o paciente faca um role-play com você da interação específica (se a situação angustiante foi interpessoal). Evocar uma imagem. Apresentar pensamentos opostos aos que você supõe que na realidade estavam passando pela cabeça dele. Perguntar sobre o significado da situação. Fazer a pergunta de maneira diferente. Se o paciente não conseguir responder à pergunta “O que estava passando pela sua cabeça?”, você poderá: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Se o paciente continuar tendo dificuldade, vocês poderão decidir colaborativamente por mudar o assunto, para evitar que o paciente sinta que está sendo interrogado ou para reduzir a possibilidade de que ele se veja como um fracasso. antes de uma situação, como uma antecipação do que poderia acontecer (“E se ela gritar comigo?”), durante uma situação (“Ela acha que eu sou burra”) e/ou depois de uma situação, refletindo sobre o que aconteceu (“Eu não consigo fazer nada direito; eu nunca deveria ter tentado”). É importante continuar questionando o paciente mesmo depois que ele relata um pensamento automático inicial. O questionamento adicional poderá trazer à luz outros pensamentos importantes. Para trabalhar com mais eficiência, é importante determinar em que momento o paciente estava mais angustiado(antes, durante ou depois de um determinado incidente) e quais eram seus pensamentos automáticos naquele momento. O paciente poderá ter tido pensamentos automáticos angustiantes: Psicoterapia cognitiva - Pensamentos automáticos 3 Às vezes, além de não conseguir identificar pensamentos automáticos associados a uma determinada emoção, o paciente tem dificuldade até mesmo em identificar uma situação ou tópico específico que é mais problemático para ele (ou qual é a parte que mais incomoda). Quando isso acontece, você poderá ajudá-lo a identificar a situação mais problemática, apresentando uma série de problemas perturbadores, pedindo-lhe que hipoteticamente elimine um problema e determine o quanto se sente aliviado. Depois que uma situação específica foi identificada, os pensamentos automáticos são mais facilmente detectados. Quando pergunta sobre os pensamentos automáticos do paciente, você está procurando pelas palavras ou imagens reais que passaram pela mente dele. Até aprenderem a reconhecer esses pensamentos, muitos pacientes relatam as interpretações, que podem ou não refletir os verdadeiros pensamentos. Identificando a Situação Problemática Diferenciando entre Pensamentos Automáticos e Interpretações Identificando Pensamentos Automáticos Adicionais Nicolle Marcondes - 6ºsemestre Esquema de Situações que Evocam Pensamentos Automáticos Para resumir, pessoas com transtornos psicológicos cometem erros previsíveis em seu pensamento. Você ensina o paciente a identificar seu pensamento disfuncional e depois a avaliá-lo e modificá-lo. O processo começa pelo reconhecimento de pensamentos automáticos específicos em situações específicas. A identificação dos pensamentos automáticos é uma habilidade que surge fácil e naturalmente para alguns pacientes e é mais difícil para outros. Você precisa ouvir atentamente para assegurar que o paciente relate pensamentos verdadeiros, e você poderá ter que variar seu questionamento se o paciente não identificar prontamente seus pensamentos. Psicoterapia cognitiva - Pensamentos automáticos 4 Os pacientes podem ter pensamentos sobre suas cognições (pensamentos, imagens, crenças, devaneios, sonhos, lembranças ou flashbacks), suas emoções, seu comportamento ou sobre suas experiências fisiológicas ou mentais. Qualquer um desses estímulos pode gerar um pensamento automático inicial (ou uma série de pensamentos automáticos), seguido de uma reação emocional, comportamental e/ou fisiológica inicial. O paciente poderá ter, então, pensamentos adicionais sobre alguma parte do modelo cognitivo, levando a uma reação emocional, comportamental e/ou fisiológica adicional. Reconhecendo Situações Que Podem Evocar Pensamentos Automáticos Pensamento automático “Eu não deveria ficar com raiva dele. Eu sou uma pessoa ruim." Emoção Raiva Situação/ Estímulo Exemplo Nicolle Marcondes - 6ºsemestre Bibliografia BECK, J. S. Terapia Cognitivo-Comportamental. Teoria e Prática. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2013. (Capítulo 9). GOSTOU DO MATERIAL? Então deixe sua curtida e salve na sua lista
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