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A APLICAÇÃO DA IMUNOGENÉTICA EM DOENÇAS CLÍNICAS Jonatan de Andrade Alff*, Mateus Silvera de Lima, Lucia Bueno, Débora de Cesaro, Anderson Pereira Góes, Rodrigo Staggemeier. Universidade Feevale, Instituto de Ciências da Saúde, Curso de Biomedicina. *Autor correspondente: Jonatan de Andrade Alff, Rua: Ruy Barbosa, 266. Bairro: Centro, Estância Velha- RS, Brasil. CEP: 93600260. E-mails: jonatanalff@hotmail.com Telefone: (51) 999953894 Resumo O artigo apresenta estudos de imunoterapias aplicadas ao HIV, asma brônquica, tuberculose pulmonar, esclerose múltipla e anemia falciforme. Para o HIV há estudos sendo realizados com os anticorpos neutralizadores do HIV e tem se observado mudanças nas estruturas dos anticorpos, com isso está ocorrendo melhorias na diminuição da replicação desse vírus. Na tuberculose pulmonar foram feitos estudos sobre a relação dos genes de TNF- alfa na posição -308, porem os resultados não foram significativos, mas esse mesmo estudo só que com a população asiática obteve se resultados significativos. Asma brônquica é uma área que está sendo muito explorada pela imunogenética, está sendo usada para o tratamento da vacina anti- IgE. A anemia falciforme causa dores nas articulações e ossos devido a processos de vaso oclusão possuindo a interleucina 10 como potencial inibidor de processos inflamatórios que reduziriam a lesão tecidual ocasionadas pela própria vaso oclusão. Este trabalho foi uma revisão bibliográfica com base em diversas plataformas de pesquisa Scielo, Pubmed, Medline, Scholar Google, Scopus, Lilacs e Sciencedirect. Palavras-chaves: imunogenética, tratamento, HIV, asma brônquica, tuberculose pulmonar, anemia falciforme. ABSTRACT The article presents studies of immunotherapies applied to HIV, bronchial asthma, pulmonary tuberculosis, multiple sclerosis and sickle cell anemia. For HIV there are studies being carried out with HIV neutralizing antibodies and changes in antibody structures have been observed, with improvements in the replication of this virus occurring. In pulmonary tuberculosis, studies were performed on the ratio of TNF-alpha genes at position -308, but the results were not significant, but this same study only showed significant results with the Asian population. Bronchial asthma is an area that is being extensively explored by the immunogen, being used for the treatment of the anti- IgE vaccine. Sickle anemia causes joint and bone pain due to vaso occlusion processes with interleukin-10 as a potential inhibitor of inflammatory processes that would reduce tissue damage caused by the vaso-occlusion itself. This work was a bibliographic review based on several research platforms Scielo, Pubmed, Medline, Google Scholar, Scopus, Lilacs and Sciencedirect. mailto:jonatanalff@hotmail.com Keywords: immunogenic, treatment, HIV, bronchial asthma, pulmonary tuberculosis, sickle cell anemia. 1.INTRODUÇÃO A imunogenética trata de estudar os aspectos genéticos dos anticorpos, antígenos e suas interações. Os estudos da imunogenética está sendo um grande avanço na medicina, principalmente para transplante de órgãos, assim como em outras doenças. O HIV é uma doença que ataca o sistema imunológico, atacando principalmente os linfócitos (CD4+ e CD8+), mas também pode infectar os macrófagos, células dendríticas (Dcs), monócitos e células NK (“Natural Killers”). Sua transmissão pode ser de diversas formas: relação sexual, agulhas contaminadas, durante a gravidez, transplante de sangue. Seu tratamento com antirretrovirais melhorou muito a qualidade de vida do portador, mas a um problema, essa droga pode ocasionar danos hepáticos. Desde 2009 vem sendo realizados estudos com os anticorpos neutralizadores do HIV e seus resultados está sendo satisfatórios, pois vem se observando mudanças na estrutura dos anticorpos ocorrendo melhorias na diminuição da replicação do vírus. A tuberculose pulmonar é outra área que está sendo estudada, pois não se compreende muito sobre sua imunopatogenia. Sabe-se que a TB ocorre devido à inalação do bacilo pelas vias aéreas, que por sua vez atingem os alvéolos pulmonares, e muitas vezes são fagocitados por macrófagos. Sua transmissão pode ocorrer pelo ar, por meio de gotículas provenientes de tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Asma brônquica é uma doença que está crescendo muito, com isso a várias pesquisas envolvendo esse assunto, com o objetivo de poder dar uma qualidade de vida melhor. A asma brônquica é um processo alérgico que desenvolve para inflamação crônica nos bronquíolos e infiltração celular, onde se tem muco excessivo, e em sequência edema e espasmo da musculatura lisa pulmonar. O tratamento é feito com corticoides e broncodilatadores, mas também a vacina anti-IgE e tratamentos específicos com imunoterapia com alérgenos. Anemia falciforme é uma doença de caráter hereditário, manifestando-se apenas em indivíduos homozigotos por ser autossômica codominante monogênica. Essa doença faz com que as hemácias não se desenvolvam, elas ficam com formas de foice. Seu tratamento é feito a partir de fármacos, transfusão de sangue. A muitas intervenções terapêuticas sendo exploradas e aplicadas, dentre elas destaca-se a interleucina 10 que é uma estrutura constituída por polipepitidios, conhecida como fator inibidor de síntese de citocinas. O objetivo do presente estudo foi realizar um artigo de revisão sobre imunogenética aplicada a doenças clínicas. 2. METODOLOGIA Foi realizada uma extensa revisão bibliográfica sobre assuntos relacionados a imunogenética, terapia gênica e imunoterapia com base em livros e artigos encontrados em plataformas de pesquisa como Scielo, Pubmed, Medline, Scholar Google, Scopus, Lilacs e Sciencedirect. A pesquisa foi direcionada com o uso de palavras-chave relacionadas ao assunto, tais como: imunogenética, tratamento, HIV, asma brônquica, tuberculose pulmonar, anemia falciforme. Foram utilizados 10 livros 47 artigos científicos em inglês e português a partir de 1989 a 2016. 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1 IMUNOGENÉTCA NA IMUNOLOGIA DO HIV O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é um retrovírus que infecta os linfócitos (CD4+ e CD8+) que são considerados os principais alvos, mas também infecta macrófagos, células dendríticas (Dcs), monócitos e células NK (“Natural Killers”) (Garzino-Demo e Gallo, 2003). Essa infecção é atribuída à glicoproteína do envelope, a gp120, se ligando ao receptor CD4 destas com receptores de quimiocinas CCR-5 ou CXCR-4 que são co-receptores do vírus, mas conforme o seu tropismo (R5 na fase aguda e X4 na fase tardia da infecção) (Coakley et al., 2005). Os mecanismos patogênicos do HIV-1 têm sido atribuídos majoritariamente a efeitos diretos da depleção de linfócitos T-CD4, bem como por efeitos indiretos, ao afetar células infectadas e não infectadas por reações aberrantes do sistema imune (Stevenson, 2003). Embora a progressão clínica da infecção, na ausência de tratamento, seja bem caracterizada (em fase aguda, fase crônica e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), diversos aspectos da interação entre fatores imunes e virais que compõem cada fase continuam indefinidos (Moir et al, 2011). A transmissão do HIV pode ser de diversas formas: troca de fluidos corporais, relação sexual, agulhas contaminadas, durante a gravidez, transplantes de órgãos, através da amamentação, durante o parto e transfusão sanguínea ﴾Abas et al., 2015). O desenvolvimento de antirretrovirais melhorou a qualidade de vida do portador, contudo, o medicamento pode ocasionar danos hepáticos que refletem em exames laboratoriais dentre elas se destacam a elevação das enzimas alamina aminotransferase ﴾ALT), e aspartato aminotrasferase (AST), (Araújo et al.,2015). As citocinas estão em evidencias como um novo marcador no acompanhamento do indivíduo HIV positivo.As citocinas chamadas moléculas de sinalização que participam da modulação da resposta imune são as IL2, IL4, IL6, IL10, IL17A, IFNy, TNFa, TLR9 e estão correlacionadas com a patogenia da doença. Portanto a literatura relata o importante entendimento sobre as citocinas frente ao vírus do HIV, pois sua resposta imune em ralação a progressão do vírus apresenta uma variação entre os genes, logo propostas como marcadores de sensibilidade e do avanço da infecção (Medeiros, 2016). No tratamento do HIV-1 foi desenvolvido recentemente anticorpos contra a glicoproteína do envelope do HIV-1 (ENV), com extenso poder de neutralizar o vírus. Então surge a ideia que os anticorpos anti-ENV neutralizantes, tem a grande especificidade na atividade profilática contra o HIV. Os estudos com a finalidade de gerar anticorpos específicos centralizam-se basicamente na segmentação de células infectadas com o vírus HIV, através do uso anti-ENV combinadas com CD3 (Definição de desenvolvimento de moléculas antitumorais). Porém essa abordagem instiga a remoção das células infectadas elevando o recrutamento celular, principalmente das células T citotóxicas ao encontro das células infectadas causando a lise delas. Contudo esses estudos se encontram restritos, pois apesar de seus níveis de toxicidade serem baixos há preocupações na segurança com essa abordagem terapêutica em indivíduos imunossupressos (Boumazos et al.,2016). Desde o ano de 2009 estudos vem sendo realizados com os anticorpos neutralizadores do HIV e tem se observado mudanças na estrutura dos anticorpos ocorrendo melhorias na diminuição da replicação do vírus (Huang et al.,2016). Conforme relata Huang, et al, 2016, a busca de uma vacina eficaz contra o HIV-1 permanece evasiva, o surgimento de uma nova geração de anticorpos monoclonais neutralizantes de vírus (mAbs) reativou o campo da imunização passiva para a prevenção do HIV-1. 3.2 INFLAMASSOMA NA INFECÇÃO PELO HIV-1 O complexo protéico conhecido como inflamossoma foi há pouco tempo demostrado na resposta inata à infecção pelo HIV-1. Esse inflamassoma é um conjunto citoplasmático constituído principalmente por um receptor arquétipo molecular (NLRP- 1, NLRP-3, NLRC-4, IFI 16 ou AIM-2) e um grupo de proteases baseadas em cisteína (caspazes-1) responsável pela digestão que antecede citocinas pró-inflamatórias da família IL-1 (IL-1β, IL-18 e IL-33). A abundante ação e a capacidade das citocinas IL-1β e IL-18 na inflamação e ativação de células dendríticas e linfócitos expressa um papel central de inflamassoma no efeito regular da resposta imune. A atuação deste conjunto pode ter relevância de um ponto de vista particular na infecção pelo HIV-1 no qual a ação do sistema imune é determinante na progressão da doença. Proposito do trabalho foi determinar o papel do inflamassoma na infecção pelo HIV-1 através de uma representação celular baseado em células dendríticas de derivados de monócitos (MDDCs). O processo do cultivo alogênico do HIV-1 a partir do sangue periférico de portadores crônicos do HIV-1 e a especificação do protocolo de diferenciação IN VITRO em MDDCs foram estabelecidos inicialmente. Em seguida, processo da resposta foi dividida pelo inflamassoma e de produção IL-1β em MDDCs. No mesmo período, polimorfismo de base única (SNPs) nos principais genes do inflamassomo foram analisados. A imunidade inata humana é essencial na infecção pelo HIV-1, regulando as células dendríticas (DCs). O inflamassoma tem uma função antiviral (regulador da resposta inflamatória), mas também atua no reconhecimento de diversos patógenos e no desencadeamento da resposta imune inata. A capacidade de detecção e captura de patógenos se dá principalmente durante a fase imatura das DCs através da atuação de um grande repertório de componentes inatos conhecidos como receptores de reconhecimento de padrão (PRRs) (Mogensen, 2009). A ativação dos receptores ao reconhecer padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) é responsável pela transdução de sinais de fatores de transcrição (como NF-kB, IRF-1, e AP-1) em DCs para maturação e ativação de linfócitos. (Iwasaki e Medzhitov, 2010; Mogensen et al., 2010). O NRLP-inflamassoma e a IL-1B são essenciais na maturação e ativação de células dendríticas, podendo ajudar no princípio da infecção nos sítios de entrada de vírus, como as mucosas. Junto com a ativação pelo HIV-1 foi ineficiente em quadros de infecção crônica (Pontillo et al., 2012). O sistema imune inato utiliza como defesa as barreiras epiteliais, o sistema complemento e as células apresentadoras de antígenos (células dendríticas, granulócitos e macrófagos) (Kamada et al, 2011). As DCs capturam os antígenos, fazem a migração para os linfonodos e fazem a ativação das células T imaturas (Kamada et al 2011). Os PAMPs (padrões moleculares associados à patógenos) tem a capacidade de reconhecer estruturas conservadas em patógenos. Essas estruturas junto com os inflamassomas são capazes de produzir uma resposta inflamatória através da ativação das citocinas pró-inflamatórias (Kamada et al, 2011). As DCs são divididas em: DCs convencionais (CD11c+, com capacidade de secreção de IL-12) e DCs plasmacitóides (CD123+, com capacidade de secreção de IFN- alfa) (Sabado et al., 2007). As DCs são produzidas na medula óssea e atuam como sentinelas nos sítios periféricos do organismo, como epitélios e mucosas genitais, que são as principais vias de entrada do HIV-1 (Buckwalter e Albert, 2009) e (Wu e KewalRamani, 2006). Segundo estudo de Kamada, et al., (2011) o gene AIM2 com NLRP3 e IL-1B associasse ao estímulo do HIV-1 indicando uma atividade regulatória de receptores do inflamassoma na resposta das células dendríticas no HIV-1 O inflamassoma ativado com o receptor AIM 2 (relacionado as células dendríticas) atuam no reconhecimento dos DNA de diversos patógenos, como o dsDNA viral (Citomegalovírus e a vaccínia-vírus) (Iwasaki, 2012). Na amostra dos linfócitos abortivos pela infecção nos tecidos linfoides, ocorre uma ativação da caspase 1 com a ação de cDNAs cumulativos na etapa de retrotranscrição que foi averiguada pelo AIM2 (Doitsh et al., 2010). O AIM2 pode ser fundamental na ativação do inflamassoma em células dendríticas (Kamada et al, 2011). As citocinas IL-1 ativadas pelo conjunto do inflamassoma podem exercer funções imunológicas entre a imunidade inata e a imunidade adaptativa (Kamada et al, 2011). Pontillo et al.(2012) revelaram em sua pesquisa uma resposta inflamatória diferencial em DCs através do NLR ativador do inflamassoma que é conhecido como NACHT, LRR e PYD-containing protein 3 (NALP 3) em portadores crônicos pelo HIV-1 como um exame promissor na resposta imune inata à infecção (Pontillo et al, 2012). 3.3 IMUNOGENÉTICA E TUBERCULOSE PULMONAR Outra área de aplicação da imunogenética é na investigação de pacientes com tuberculose pulmonar. A tuberculose pulmonar, também conhecida como (TB), é uma doença infecciosa causada por microbactérias (Mycobacterium tuberculosis), sendo responsável por um grande problema de saúde pública mundial. Sua forma pulmonar é encontrada em maior prevalência. Cerca de 10% dos casos acabam por evoluir para a tuberculose pulmonar ativa propriamente dita (Sadahiro Aya-UFAM, Oliveira Nafaely Gomes-CNPq, PIB-S/0057/20013). Muitos estudos na área da imunogenética têm surgido com o intuito de maior compreensão da imunopatogenia da TB. Porem vários aspectos ainda precisão ser esclarecidos, principalmente aos genes ligados na resposta imunológica. Um deles é o gene TNF-alfa que é responsável por codificar a citocina Fator de Necrose Tumoral – alfa (TNF-alfa). É uma citocina pleiotrópica que tem um papel muito importante na resposta ao bacilo da TB, ajudando o organismo na regulação e resposta inflamatória, referente à formação e manutenção do granuloma (Ehlers,2003). Porém, em um estudo feito com pacientes portadores de TB e um grupo de controle na cidade brasileira de Manaus não foram encontrados valores que indicam uma associação desse gene na população em questão (Sadahiro Aya-UFAM, Oliveira Nafaely Gomes-CNPq, PIB-S/0057/20013). A TB ocorre devido à inalação do bacilo pelas vias aéreas, que por sua vez atingem os alvéolos pulmonares, e muitas vezes são fagocitados por macrófagos. Após um período de duas a quatro semanas aproximadamente, há uma resposta imune mediada por células, resultando na hipersensibilidade do tipo tardio (HTD). (Raviglione; O’ Brien, 2006). Aqueles que foram expostos estima-se que 30% tornam-se infectados, e encima desse percentual aproximadamente 90% ficam em estado de latência, sem qualquer sinal ou sintoma da doença (Lin et al; 2007, Shaler et al, 2012). Alguns estudos verificam a existência de SNP (polimorfismo de base única), no gene TNF-alfa nas seguintes posições: -1031(T/C), -863(C/A), -857(C/A), -376(G/A), - 308(G/A) -238(G/A) das regiões promotoras (Hajeer Hutchinson, 2001, Kaijzel et al., 2001). Pacientes com tuberculose pulmonar apresentam níveis de TNF-alfa elevados, quando comparados a grupos controles, sugerindo que na tuberculose estão envolvidos fatores imunogenéticos (Ates et al, 2007; Wang et al, 2012; Varahram et al, 2009). Aparentemente estas mutações parecem estar relacionadas a algumas diferenças na expressão gênica e secreção da citocina TNF-alfa, porem existe descritos resultados controversos. Algumas variantes alélicas dos genes TNF-alfa que se encontram na posição -308 com perfil G/A ou A/A mostram expressar um fenótipo de bom produtor (Wilson et al ,1997; Morse et al, 1999). Porem há resultados controversos, conforme citados por Jong et al (2002). Em meta-análises realizadas por Pacheco et al (2008) e Wang et al., (2012), sobre a relação dos genes de TNF-alfa na posição -308 da TB, não foram encontrados resultados significativos. Porém, no estudo de Wang et al., (2012), quando foram somente agrupadas as populações asiáticas, obteve-se resultados significativos para o alelo A, do gene TNF- alfa na posição -308, que foi associado ao risco de TB. Com isso fatores genéticos podem desempenhar um papel importante na suscetibilidade à tuberculose ativa (Oliveira et al, 2004). 3.4 IMUNOTERAPIA E ASMA BRÔNQUICA A imunoterapia apresenta um grande papel na imunogética para terapia da asma brônquica, com utilização da vacina anti-IgE em tratamento da Asma grave a moderada. Essa patologia tem sido alvo primário das pesquisas devido seu exponencial crescimento (Guedes et al., 2007). Com o seqüenciamento do DNA humano e diversos avanços na manipulação gênica, tem crescido o número de pesquisas envolvendo esse assunto, com o objetivo de conquistar uma melhor qualidade de vida para o ser humano. A imunogenética envolvendo o genótipo e fenótipo, do sistema imune tem avançado muito com pesquisas relacionadas à Asma. Os que mais se destacam são genes relacionados ao fenótipo da Asma e também a utilização de vacina anti-IgE, além é claro de tratamentos específicos com imunoterapia com alérgenos (Akadis, 2005), (Edwards, 2005). A asma brônquica é um processo alérgico em que se tem um desenvolvimento de inflamação crônica nos bronquíolos e infiltração celular, onde se tem muco excessivo, e em sequência edema e espasmo da musculatura lisa pulmonar. Com isso dificultando a troca gasosa, retenção O2 e CO2. Ela muitas vezes é desencadeada por alérgenos, apresentando uma sensibilidade anormal e respondendo de maneira exagerada a certas substâncias que em muitas vezes causam pouca ou nenhuma resposta alérgica em pessoas sem tal sensibilidade. As pessoas com asma apresentam pré disposição genética devido algum mecanismo que interfere na constituinte da cadeia pesada E (Kay,2002). As imunoglobulinas como IgA, IgG, IgM, IgD e a IgE (que está relacionada a resposta alérgica), tem total importância na imunidade humoral, elas se diferenciam em especificidade e composição gênica. É de conhecimento a grande importância entre a especificidade do antígeno ao anticorpo, assim o organismo podendo reagir de maneira eficaz contra diversos tipos de patógenos invasores (Guedes et al., 2007). Existem diversos genes envolvidos na fisiopatologia da asma. É de conhecimento que alguns genes estão relacionados com o nível sérico de IgE e hiperatividade da árvore brônquica. Em modulação dos níveis séricos de IgE, altamente elevados em asmáticos, está a participação das interleucinas IL-4 e IL-13, que são codificadas pelos cromossomos 16p e 5q, segundo Howard et al (2002). E existe um risco maior em pacientes portadores de asma, que apresentam um polimorfismo do seguimento gênico que expressa a IL-4. Elas são produzidas pelos linfócitos TH2, desencadeadas após exposição ao alérgeno, segundo Isodoro-garcia et al (2005). Existem além dos tratamentos farmacológicos tradicionais para asma, o que age de maneira preventiva como a imunoterapia, ou vacinação anti-alergica, com objetivo de reduzir a quantidade circulante de IgE no indivíduo com um processo de dessensibilização (Tonnel, 2005). Com o IgE diminuído há um aumento na concentração de IgG, que irá atuar como bloqueador de alérgenos, baseado em cima da teoria do “anticorpo bloqueador” que se refere a competição de IgG e IgE pelo receptor do alérgeno, bloqueando os mastócitos que são dependentes do IgE, diminuindo por consequência as reações exageradas e respostas anafiláticas agudas, diante de certos alérgenos. Sabendo então que o IgE é o anticorpo envolvido nas reações alérgicas e em doenças relacionadas a alergia como já citada asma brônquica, uma resposta para o tratamento seria a utilização de uma vacina subcutânea de IgE. Estudos demonstraram eficácia na diminuição da resposta imunológica exagerada na asma brônquica. Essa vacina é a recombinação de uma molécula da IgG1 humana com a inserção de determinadas regiões estrutural de forma complementar de camundongos, em que foi utilizado menos de 5% da molécula total. (Fick, 2000). 3.6 IL 10 E ANEMIA FALCIFORME A anemia falciforme é resultante de uma mutação especifica do gene da beta- globina, que por sua vez leva a produção de uma molécula de hemoglobina anormal (HbS). Quando submetida a baixa concentrações de oxigênio a HbS polimeriza, precipitando e causando deformações dos eritrócitos tornando rígida sua membrana plasmática. Essa mutação ocasiona diversos problemas, pois além da anemia severa, causa também isquemia/reperfusão, inflamação e vaso-oclusão (Elvira, 2009). A anemia falciforme é uma doença de caráter hereditário, manifestando-se apenas em indivíduos homozigotos por ser autossômica codominante monogênica. As pessoas portadoras de apenas um alelo, ou seja, heterozigotos podem transmitir o gene mutado, mas não desenvolvem a doença em si (Hassan et al., 2003). Uma substituição de um aminoácido valina por um ácido glutâmico na sexta porção da cadeia beta-globina resulta hemoglobina S (Gladwin et al.,2005; Hassan et al.,2003). Em outras palavras a substituição deste aminoácido tem como resultado uma mutação, onde há uma substituição de uma adenina (A) por uma timina (T), no sexto códon do gene da beta-globina (Inati et al.,2003; Ashley et al., 2000). A anemia falciforme causa hipóxia tecidual decorrente de crises de vaso oclusão, que por sua vez desencadeiam fenômenos inflamatórios, que tem sua intensidade diretamente relacionada com a quantidade de tecidos necrosados pela falta de oxigenação. Citocinas inflamatórias no microambiente lesado que aumentam adesão e expressão de moléculas estimulando a quimiotaxia de leucócitos,com isso a lesão vascular se acentua causando a liberação H2O2 por estes fagócitos (Redding et al., 2006; Karel et al., 2000). Com avanço da imunoterapia e um maior conhecimento da história natural da anemia falciforme muitas intervenções terapêuticas têm sido exploradas e aplicadas, dentre elas destaca-se a interleucina 10 que é uma estrutura constituída por polipepitidios, conhecida como fator inibidor de síntese de citocinas. É produzida em humanos por células de defesa tais como: monócitos, macrófagos ativados, linfócitos CD4 tanto nas células Th1 e Th2, linfócitos CD8 e células dendriticas (Fiorentino et al.,1989; Moore et al., 1990; Kang 2005). A IL-10 produzida pelos linfócitos tem como principal característica a resposta imune do tipo Th2, possuindo notável ação antinflamatória, que incluem a inibição e proliferação de células T, produção do TNF e interleucinas IL-1, IL-6, IL-8, também conta com a diminuição da expressão de moléculas como MHCI e MHCII, tudo isso colaborando para uma redução substancial no processo inflamatório e assim reduzindo os efeitos da lesão vascular (Lalain et al., 1997). Conclusão A partir dessa revisão bibliográfica observou-se a importância crescente da imunogenetica principalmente no campo da imunoterapia. Pode-se observar a influência da união entre a genética e a imunologia, em prol da melhora da qualidade de vida de pacientes portadores de enfermidades, dada muitas vezes como incuráveis e intratáveis. Acredita-se que a imunoterapia, área da imunogenética, será o futuro da medicina, alcançando o apogeu terapêutico, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e minimizando efeitos colaterais e reações adversas. O conhecimento adquirido da história patológica e novos métodos de diagnostico utilizando a imunogenética tem colaborado diretamente para esse avanço promissor. Com isso é inegável a importância dessas novas ferramentas terapêuticas para a saúde coletiva. Referências bibliográficas: • Artigo Polimorfismo do alelo do gene TNF-alfa (-308 G/A), em pacientes com tuberculose pulmonar Sadahiro Aya-UFAM, Oliveira Nafaely Gomes-CNPq, PIB- S/0057/2013. • Abbas A. k. Imunologia celular e molecular. 8ª. ed. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2015, p.451, cap. 21. • Akdis, C.A. Future of allergen-specific immunotherapy. Expert Opin Emerg Drugs. V.10 n.1 p.1-4, 2005. • Ashley-Koch A, Yang Q, Olney RS. Sickle hemoglobin (HbS) allele and sickle cell disease: a HuGE review. 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