Buscar

01 - Serviços públicos

Prévia do material em texto

Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Serviços públicos 
Material feito predominantemente pela resoluções de questões de concursos (método de estudo reverso). 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 2 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 3 
SERVIÇOS PUBLICOS 
 
Antes de adentrarmos no assunto, vamos relembrar as 4 funções administrativas do Estado. 
 
Serviço 
público 
Poder de 
polícia 
Fomento 
Intervenção no domínio 
econômico 
Toda atividade que a 
Administração Pública 
executa, 
direta ou indiretamente, 
 para satisfazer à 
necessidade coletiva, 
sob regime 
jurídico com 
predominância de direito 
público. 
Atividade da administração 
pública que, limitando ou 
disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula 
a prática de ato ou abstenção 
de fato, em razão de interesse 
público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, 
aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao 
exercício de atividades 
econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade 
pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
Incentivo à iniciativa 
privada de utilidade 
pública. 
Exemplos: auxílios 
financeiros ou 
subvenções, 
financiamentos, favores 
fiscais... 
De forma direta: Estado atuando 
no domínio econômico, em regra, 
por empresas estatais (art. 173 da 
CF/88). 
 
De forma indireta: regulação e 
fiscalização, em regra, por agências 
reguladoras (art. 174 da CF/88). 
 
Di Pietro considera a atuação do 
Estado no domínio econômico como 
função não administrativa. Para a 
doutrinadora é uma atividade 
privada que o Estado atua em 
regime de monopólio ou em 
competição com o particular. 
 
A autora também considera que a 
regulação decorre do poder 
normativo da AP, portanto, função 
atípica). 
 
Nosso assunto, portanto, está situado na primeira e em uma das mais importantes funções 
administrativas do Estado, ou seja, os serviços públicos. 
 
As primeiras noções de serviço público surgiram na França com a denominada Escola do Serviço 
Público e, de acordo com os autores Leon Duguit e Roger Bonnard, abrangiam praticamente todas as 
funções do Estado. 
 
AMPLITUDE DO CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO 
Amplo Estrito 
Para Duguit e Bonnard: considerava o serviço público como 
atividade ou organização, em sentido amplo, abrangendo todas as 
funções do Estado, sem distinguir o regime jurídico a que se sujeita 
essa atividade. 
 
Gaston Jèze considerava serviço público como a 
atividade ou organização estatal, em sentido estrito, 
abrangendo a atividade material exercida pelo 
Estado para satisfação de necessidades coletivas. 
 
Para conceituar o serviço público, a doutrina define três tipos de correntes: 
 
CORRENTES SOBRE A DEFINIÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 
Subjetiva ou 
orgânica 
Material ou 
essencialista 
Formal 
Serviço público é toda atividade 
prestada 
 diretamente pelo Estado. 
Serviço público é todo aquele que 
tenha por objetivo a 
satisfação de necessidades 
coletivas essenciais e não secundárias. 
Estado fica responsável por definir 
o que é serviço público. Previsão em 
lei e com regime de direito público. 
 
É o critério adotado. 
Leva em conta o 
sujeito que presta (estado). 
Leva em conta a 
atividade prestada. 
Leva em conta o regime jurídico 
adotado na prestação. 
Crítica: 
O Estado também presta serviço de 
forma indireta. 
Crítica: 
Não leva em conta os serviços não 
essenciais e secundário, por exemplo, 
serviços administrativos do Estado. 
Crítica: 
Nem todo serviço público é regido 
exclusivamente por normas de Direito 
Público. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 4 
O critério adotado é o formal, com a modificação de que é serviço público todo aquele prestado sob 
o regime de direito público, total ou parcialmente. 
 
No caso das concessionárias e permissionárias de serviço público, por exemplo, o regime jurídico é 
privado, no entanto, derrogado por algumas normas de direito público. 
 
CONCEITO 
 
Decreto 
6.017/2007 
Celso Antônio 
Bandeira de Mello 
Hely Lopes Meirelles Marçal Justen Filho Maria Sylvia Zanella 
Di Pietro 
Atividade ou 
comodidade material 
fruível diretamente 
pelo usuário, 
que possa ser 
remunerado por meio 
de taxa ou preço 
público, 
inclusive tarifa. 
“Serviço público é 
toda atividade de 
oferecimento de 
utilidade ou 
comodidade material 
fruível diretamente 
pelos 
administrados, 
prestado pelo Estado 
ou por quem lhe faça 
as vezes, sob um 
regime de Direito 
Público – 
portanto, consagrador 
de prerrogativas de 
supremacia e de 
restrições especiais – 
instituído pelo Estado 
em 
favor dos interesses 
que houver definido 
como próprios no 
sistema normativo.” 
“Todo 
aquele prestado pela 
Administração ou por 
seus delegados, sob 
normas e 
controles estatais, 
para satisfazer 
necessidades 
essenciais ou 
secundárias da 
coletividade, ou 
simples conveniências 
do Estado” 
“Serviço público é 
uma atividade pública 
administrativa de 
satisfação 
concreta de 
necessidades 
individuais ou 
transindividuais, 
materiais ou 
imateriais, vinculadas 
diretamente a um 
direito fundamental, 
insuscetíveis de 
satisfação adequada 
mediante os 
mecanismos da livre 
iniciativa privada, 
destinada a pessoas 
indeterminadas, 
qualificada 
legislativamente e 
executada sob regime 
de direito público”. 
“Toda atividade 
material 
que a lei atribui ao 
Estado para que a 
exerça diretamente ou 
por meio de 
seus delegados, com o 
objetivo de satisfazer 
concretamente às 
necessidades 
coletivas, sob regime 
jurídico total ou 
parcialmente 
público.” 
Conceito muito 
restrito, pois exclui 
serviços 
administrativos 
(fruição indireta). 
Conceito muito 
restrito, pois exclui 
serviços 
administrativos 
(fruição indireta). 
Conceito restrito à 
função administrativa, 
mas amplo pois não 
diferencia do poder de 
polícia. 
Conceito restrito, mas 
criticável pois existem 
serviços públicos que 
podem ser prestadas 
pela iniciativa 
privada, sem que isso 
o desnature como tal. 
Sentido restrito, mas 
amplo por diferenciar 
serviço público das 
demais funções 
administrativas. 
Fusão da corrente 
subjetiva, material e 
Formal. 
 
Não existe definição constitucional do que é serviço público. A CF apenas disciplina quais são os 
serviços públicos estatais e as competências dos entes federativos como veremos mais tarde. 
 
Principal previsão constitucional do assunto ora tratado: 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
 
II - os direitos dos usuários; 
 
III - política tarifária; 
 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 5 
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO 
 
Quem presta o serviço público é o Estado. No entanto, devido a forma federativa adotada no Brasil, 
a CF distribui a competência entre os entes federativos utilizando o critério de predominância do interesse. 
 
Quando falarmos de Estado, estamos nos referindo de formaampla, que abrange a União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
 
A prestação do serviço público poderá ocorrer das seguintes formas: 
 
Prestação 
do 
Serviço 
público 
Direta 
Centralizada 
✓ Prestada pelo Estado. 
✓ Administração Direta (órgãos públicos). 
✓ A titularidade e a execução do serviço público não são 
delegadas. 
✓ Exemplo: polícia, saúde, educação.... 
Descentralizada 
✓ Prestada também pelo Estado. 
✓ Administração Indireta (entes administrativos). 
✓ Lei cria pessoa jurídica (autarquias, fundações autárquicas ou 
associações públicas) ou a lei autoriza a criação de pessoa 
jurídica (empresas públicas, sociedades de economia mista, 
empresas subsidiárias, consórcios públicos). 
✓ A lei delega a titularidade e a execução do serviço público. 
✓ Exemplo: INSS, FUNAI, Correios (ECT)... 
Indireta 
Por delegação ou 
colaboração 
(delegação negocial) 
✓ Licitação, por meio de concessionários e permissionários. 
✓ A lei delega apenas a execução do serviço público, a 
titularidade fica com o ente federativo ou com ente 
administrativo. 
✓ Exemplo: concessionárias de água e luz. 
 
Lembre-se que a titularidade do serviço público é sempre do Poder Público. 
 
A classificação acima não pode ser confundida com a descentralização administrativa, conteúdo que 
pertence ao assunto: organização administrativa do Estado. Na tabela abaixo estudamos a descentralização, 
que ocorre quando o Estado cria uma nova pessoa jurídica. Que difere da desconcentração (criação de órgão 
público). 
 
DESCENTRALIZAÇÃO 
ADMINISTRATIVA 
Por outorga, serviços, técnica ou 
funcional 
Por delegação ou 
colaboração 
Territorial ou geográfica 
✓ Ocorre por lei. 
✓ É o que ocorre quando é criada entidade 
da Administração indireta. 
✓ Há personalidade jurídica poderá ser de 
direito público ou privado. 
✓ A titularidade e a execução do serviço 
passam a ser da entidade criada. 
✓ Ocorre por ato ou contrato 
administrativo. 
✓ É o caso da concessão, 
permissão ou autorização. 
✓ A titularidade continua sendo 
do órgão ou da entidade, mas a 
execução do serviço passa pra 
outra pessoa. 
✓ Quando criado um Território 
Federal, mediante lei 
complementar. 
✓ Possuirá personalidade jurídica de 
direito público. 
✓ É uma espécie de autarquia 
territorial. 
Exemplo: FASE Exemplo: concessionária de 
abastecimento de água e luz. 
Exemplo: não existem atualmente. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 6 
No que tange à prestação de serviço público de forma indireta negocial, esta pode ocorrer das 
seguintes formas: 
 
Autorização Permissão de bem 
público 
Permissão 
de serviço público 
Concessão 
De serviço público 
Autorização é ato 
administrativo pelo qual a 
Administração consente que o 
particular exerça atividade ou 
utilize bem público no seu 
próprio interesse. 
Ato administrativo 
unilateral, discricionário 
e precário, gratuito ou 
oneroso, pelo qual a 
Administração Pública 
faculta ao particular a 
utilização privativa de 
bem público. 
Delegação, a título precário, 
mediante licitação, da 
prestação de serviços 
públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou 
jurídica que demonstre 
capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e 
risco. 
Delegação de sua prestação, 
feita pelo poder concedente, 
mediante licitação, na 
modalidade concorrência ou 
diálogo competitivo, a 
pessoa jurídica ou consórcio 
de empresas que demonstre 
capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e 
risco e por prazo 
determinado 
Pode ser concedido à 
pessoa física ou jurídica 
Pode ser concedido à 
pessoa física ou jurídica 
Pode ser concedido à 
pessoa física ou jurídica 
Pessoas Jurídicas ou 
Consórcios de empresas 
Ato 
administrativo 
Ato 
administrativo 
Contrato 
administrativo de adesão 
Contrato 
administrativo 
Sem licitação Sem licitação 
Com licitação, 
qualquer modalidade. 
Com licitação, 
modalidade concorrência ou 
diálogo competitivo. 
Têm por objeto o 
uso de bens públicos. 
Têm por objeto o uso de 
bens 
Públicos. 
Tem por objeto a 
prestação de serviços 
públicos. 
Tem por objeto a 
prestação de serviços 
públicos 
 (pode vir precedida de 
execução de obra pública). 
Unilateral Unilateral Bilateral Bilateral 
Precário 
(não definitivo) 
Precário 
(não definitivo) 
Não precário Não precário 
Revogável. Revogável. 
Não revogável. 
Previsão de rescisão. 
Não revogável. 
Previsão de rescisão. 
 
Apesar da lei 8.987/1995 não fazer referência à autorização, como forma de prestação de serviços 
públicos, considere que são formas de prestação de serviço público: autorização, permissão, concessão e 
parceria público-privada - PPP. No entanto, atente-se se a questão está cobrando a literalidade da CF, 
como veremos abaixo. 
 
No que tange às permissões, há também as firmadas, excepcionalmente, por atos administrativos para 
a execução de serviços públicos, conforme legislações especiais, como por exemplo a da Lei 9.472/1997: 
 
Art. 118. Será outorgada permissão, pela Agência, para prestação de serviço de telecomunicações 
em face de situação excepcional comprometedora do funcionamento do serviço que, em virtude de 
suas peculiaridades, não possa ser atendida, de forma conveniente ou em prazo adequado, mediante 
intervenção na empresa concessionária ou mediante outorga de nova concessão. 
 
Parágrafo único. Permissão de serviço de telecomunicações é o ato administrativo pelo qual se 
atribui a alguém o dever de prestar serviço de telecomunicações no regime público e em caráter 
transitório, até que seja normalizada a situação excepcional que a tenha ensejado. 
 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 7 
Disposições constitucionais sobre serviço público 
 
Art. 21. Compete à União: 
 
(...) 
 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
 
VII - emitir moeda; 
 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos 
termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos 
institucionais; 
 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; 
 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que 
transponham os limites de Estado ou Território; 
 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a 
Defensoria Pública dos Territórios; 
 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito 
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por 
meio de fundo próprio; 
 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; 
 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; 
 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes 
urbanos; 
 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a 
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante 
aprovação do Congresso Nacional; 
 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a 
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de 
meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 8 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. 
 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: 
 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; 
 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; 
 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, 
artístico ou cultural; 
 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; 
 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento 
básico; 
 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores 
desfavorecidos; 
 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e 
minerais em seus territórios; 
 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta 
Constituição. 
 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma 
da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da 
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; 
 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse 
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; 
 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de 
ensino fundamental; 
 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da 
população; 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 9 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora 
federal e estadual. 
 
 
Art. 37. 
 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão 
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
 
I - impostos; 
 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; 
 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado 
só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. 
 
 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, 
✓ o Estado exercerá, na forma da lei, 
✓ as funções de fiscalização, incentivo e 
✓ planejamento, sendo este 
✓ determinante para o setor público e 
✓ indicativo para o setor privado. 
 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre 
através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato 
e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
 
II - os direitos dos usuários; 
 
III - política tarifária; 
 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
 
✓ A teoria do serviço público brasileira, com base na Constituição, costuma fazer distinção entre serviços públicos 
privativos (ou exclusivos) do Estado e não privativos (ou não exclusivos) do Estado. 
 
✓ Serviços exclusivos são de titularidade do Estado, prestados direta ou indiretamente (Ex: Energia). 
 
✓ Serviços não-exclusivos podem ser prestados por particulares sem delegação (Ex: saúde, educação). 
 
 
 
Serviços 
públicos em 
geral. 
Agências 
reguladoras 
Remuneração 
por serviço 
público. 
 
Tarifa não é 
tributo. 
Exploração 
econômica 
pelo Estado. 
Responsabilidade 
civil do Estado 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 10 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra. 
 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo 
somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou 
empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá 
as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terrasindígenas. 
 
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 
 
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo 
não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. 
 
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade 
reduzida. 
 
 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; 
 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos 
anteriores; 
 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos 
no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer 
origem; 
 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e 
minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização 
poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 
desta Constituição Federal. 
 
 
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do 
transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. 
 
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias 
na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras. 
 
 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de SAÚDE, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, 
sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros 
e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
 
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: 
 
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; 
 
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. 
 
 
Art. 236. Os SERVIÇOS NOTARIAIS e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. 
 
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de 
seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. 
 
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços 
notariais e de registro. 
 
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que 
qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses. 
 
 
Serviços 
notarial e 
cartorário 
Educação 
Saúde 
Monopólio 
da União 
Recursos 
minerais e 
águas. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 11 
Disposições constitucionais sobre concessão, permissão e autorização 
 
Art. 21. Compete à União: 
 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, 
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos 
institucionais; 
 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; 
 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que 
transponham os limites de Estado ou Território; 
 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a 
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e 
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante 
aprovação do Congresso Nacional; 
 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a 
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de 
meia-vida igual ou inferior a duas horas 
 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
 
 
Art. 25. 
 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da 
lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
 
 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse 
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; 
 
 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre 
através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
✓ Quando a Constituição cita serviços públicos de forma genérica no art. 175, elenca apenas a concessão ou 
permissão. 
✓ As questões, em regra, cobram a literalidade do art. 175, incluindo autorização, o que torna a questão errada. 
 
 
 
 
Telecomunicação 
Nuclear 
Gás 
canalizado 
Todos esses 
serviços podem 
ser explorados 
diretamente pelo 
Estado 
(Administração 
Direta ou 
Indireta) ou 
mediante 
autorização, 
concessão ou 
permissão. 
Transporte 
coletivo 
intramunicipal 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 12 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra. 
 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo 
somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou 
empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá 
as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. 
 
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade 
reduzida. 
 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e 
minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização 
poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 
desta Constituição Federal. 
 
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens,observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e 
estatal. 
 
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso 
Nacional, em votação nominal. 
 
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma 
dos parágrafos anteriores. 
 
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial. 
 
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 13 
Classificações dos serviços públicos 
 
Atente-se para o nome da classificação, as espécies e os exemplos. 
 
QUANTO À MANEIRA COMO CONCORREM 
PARA SATISFAZER AO INTERESSE GERAL 
Coletivos ou gerais 
(uti universi – universais) 
Singulares ou individuais 
 (uti singuli) 
Satisfação coletiva e indireta 
das necessidades do cidadão. 
Satisfação individual e direta 
da necessidade do cidadão. 
Usuários indeterminados, de natureza indivisível. Usuários determinados, com mensuração per capita. 
Coletivo e indivisível. Individual e divisível. 
Apesar de ser prestado de forma coletiva, os indivíduos têm 
direito subjetivo próprio no que tange à prestação. 
 
Direito subjetivo próprio, pois é possível mensurar o que 
cada um está consumindo. 
 
Os serviços públicos gerais (ou uti universi ) são 
indivisíveis e devem ser mantidos, em regra, por impostos. 
São prestados diretamente pelo Estado e a sua prestação é 
custeada pela receita proveniente de impostos. 
Os serviços públicos individuais (ou uti singuli ) são 
divisíveis e podem ser mantidos por 
 taxa (quando prestado diretamente pelo Estado) ou 
tarifa (quando prestados por concessionária ou 
permissionária). 
Exemplos: segurança pública, saúde, educação, iluminação 
pública (contribuição)... 
Exemplos: fornecimento domiciliar de água, energia elétrica 
e telefonia... 
 
 
QUANTO AO 
OBJETO 
Administrativos 
Econômicos, industriais ou 
comerciais 
Sociais 
✓ Administração executa para atender às 
suas necessidades internas ou como 
preparatório para outros serviços 
públicos. 
✓ Exemplo: serviços administrativos de 
compras, licitação, pessoal... 
✓ Produzem renda (lucro) para 
quem os presta. 
✓ Exemplo: energia elétrica. 
✓ Atendimento dos interesses sociais 
básico. 
✓ Exemplo: saúde. 
 
. 
 
QUANTO À 
ESSENCIALIDADE 
Serviços públicos 
Propriamente ditos 
Serviços públicos 
de utilidade pública 
✓ Administração presta diretamente à comunidade, sem 
delegação à terceiros, por constituir atividade essencial à 
sociedade. 
✓ Exemplo: Defesa Nacional. 
✓ Apesar de serem importantes para a sociedade, não é 
necessário e essencial que o Estado preste de forma direta. 
✓ A regulamentação e o controle são do Poder Público. 
✓ Exemplo: transporte coletivo, energia elétrica e telefonia. 
São indelegáveis. São delegáveis. 
 
QUANTO À 
EXCLUSIVIDADE 
Serviços públicos exclusivos Serviços públicos não exclusivos 
✓ Estado possui a titularidade da prestação. 
✓ Podem ser prestados de forma direta ou indireta. 
✓ Exemplos: serviço postal, serviços de telecomunicações, 
radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea, serviço 
de gás canalizado. 
✓ São aqueles que, não obstante constituam obrigação do 
Estado para satisfação das necessidades coletivas, podem 
ser prestados por particulares. 
✓ O Estado, quando não atua diretamente, regulamenta e 
fiscaliza. 
✓ Exemplos: educação, previdência social, assistência 
social e saúde. Atenção: o fato de ser exclusivo 
não o torna indelegável. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 14 
QUANTO À 
ADEQUAÇÃO 
(Hely Lopes, Mazza e CESPE) 
Serviços públicos 
próprios 
Serviços públicos 
impróprios ou virtuais 
✓ São aqueles que se relacionam intimamente com as 
atribuições do Poder Público (segurança, polícia, higiene 
e saúde pública) e para a execução dos quais a 
Administração usa de sua supremacia sobre os 
administrados. 
✓ Só devem ser prestados por órgãos ou entidades públicas, 
sem delegação a particulares. 
✓ São os que não afetam substancialmente as necessidades 
da comunidade, mas satisfazem a interesses comuns de 
seus membros. 
✓ É prestado diretamente pela Administração Direta ou 
Administração Indireta ou por delegação à 
concessionários, permissionários ou autorizatários. 
✓ Exemplo: saúde pública e segurança pública. ✓ Exemplo: telefonia fixa, energia e água. 
São indelegáveis São delegáveis. 
 
QUANTO À 
ADEQUAÇÃO 
(Di Pietro, Fernanda Marinella, Cyonil e maioria das bancas) 
Serviços públicos 
próprios 
Serviços públicos 
impróprios ou virtuais 
✓ São aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o 
Estado assume como seus e os executa diretamente (por 
meio de seus agentes) ou indiretamente (por meio de 
concessionários e permissionários) 
✓ São os que, embora atendendo também a necessidades 
coletivas, como os anteriores, não são assumidos nem 
executados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, mas 
apenas por ele autorizados, regulamentados e 
fiscalizados; 
✓ Não pode ser considerado serviço público. 
São delegáveis Estado não assume 
 
QUANTO À 
DELEGABILIDADE 
(José dos Santos Carvalho Filho critica a classificação de próprios e impróprios) 
Serviços 
indelegáveis 
Serviços 
delegáveis 
✓ Só podem ser prestados pelo Estado diretamente, ou seja, 
por seus próprios órgãos ou agentes. 
✓ Por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o 
ordenamento jurídico, comportam ser executados pelo 
Estado ou por particulares colaboradores 
✓ Exemplo: defesa nacional. ✓ Exemplo: serviços de transporte coletivo, energia 
elétrica, sistema de telefonia.... 
 
Questões CESPE - CERTO: 
 
Os serviços públicos classificados como próprios do Estado, geralmente oferecidos gratuitamente 
ou por baixo custo, podem ser prestados somente por órgãos ou entidades públicas, não podendo ser 
delegados a particulares. 
 
Os serviços públicos próprios são aqueles prestados diretamente pela administração pública, sem a 
possibilidade de delegação. 
 
 
O serviço prestado por um taxista é classificado como serviço público impróprio, porque atende às 
necessidades coletivas, mas não é executado pelo Estado. 
 
 
Os serviços públicos próprios são aqueles que atendem às necessidades coletivas e que o Estado 
executa tanto diretamente quanto indiretamente, por intermédio de empresas concessionárias ou 
permissionárias. 
 
 
Questões CESPE – ERRADO: 
 
De acordo com a classificação da doutrina, os serviços públicos impróprios são aqueles que o Estado 
executa indiretamente, por meio de concessionários ou permissionários. 
Até 2012 era a Di 
Pietro nessa 
classificação. 
 
A partir de 2013 o 
Cespe vem 
adotando o Hely na 
classificação de 
próprio / impróprio. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 15 
Questões DEMAIS BANCAS – CERTO: 
 
(IBADE) Podem ser exemplificados como serviços públicos impróprios do Estado os serviços de 
transporte coletivo, conservação de estradas, de fornecimento de gás, etc. 
 
(FUNDEP) São impróprios os serviços públicos que, embora atendam a necessidades coletivas, não 
são assumidos nem executados pelo estado, mas apenas por ele autorizados, regulamentados e 
fiscalizados. Correspondem a atividades privadas e recebem impropriamente o nome de serviços 
públicos, porque atendem a necessidades de interesse geral. 
 
(FUNDEP) Esses serviços são próprios quando atendem necessidades coletivas, são assumidos pelo 
Estado que os executa diretamente (por meio de seus agentes) ou indiretamente (por meio de 
concessionários e permissionários). 
 
(ESAF) Os serviços públicosprestados diretamente pelo Estado ou indiretamente, mediante 
concessionários, são chamados Serviços Públicos Próprios. 
 
(CONSULPAM) Quanto à adequação existem os serviços próprios do Estado que são aqueles 
vinculados às atribuições essenciais do Poder Público, sendo em regra prestados diretamente pelo 
Estado, de modo gratuito ou mediante baixa remuneração. 
 
(FCC) Os serviços de preservação da saúde pública e os de polícia, dentre outros, são considerados 
serviços públicos, assim como, próprios do Estado ou uti universi. 
 
(FCC) Os serviços públicos podem ser classificados como próprios, quando o Estado os assume 
como seus e os executa, direta ou indiretamente. 
 
(FCC) Conceito atualmente vigente, consagrado pela Constituição Federal e legislação pátria, 
permite afirmar que serviços públicos próprios ou exclusivos pressupõem a titularidade do Estado, 
admitindo, contudo, a prestação por particulares mediante concessão ou permissão. 
 
Questões DEMAIS BANCAS – ERRADO: 
 
(CONSULPAM) Os serviços de segurança pública podem ser corretamente classificados como 
serviço público impróprio. 
 
 
QUANTO AO 
REGIME JURÍDICO 
(o regime depende do serviço, não da pessoa que o presta) 
Regime jurídico 
 público 
Regime jurídico 
 privado 
✓ Regime jurídico totalmente público, com prerrogativas 
típicas da Administração Pública, tais como: 
imperatividade, autoexecutoriedade.... 
✓ Apesar de ser regime jurídico privado esses serviços 
também, são de regime jurídico parcialmente público, ou 
seja, algumas normas de direito privado são derrogadas. 
✓ É o caso das empresas estatais que exploram atividade 
econômica e das concessionárias e permissionárias de 
serviço público. 
✓ Algumas normas de direito público aplicáveis: 
responsabilidade civil do Estado; bens públicos 
(inalienáveis e imprescritíveis)... 
 
Quanto à distinção entre atividade essencial do Estado (tutela do direito) 
e atividade facultativa (social, comercial e industrial do Estado). 
Originários ou 
congênitos 
Derivados ou 
 adquiridos 
✓ São aqueles que, por sua natureza, são próprios e 
privativos do Estado. 
✓ São aqueles que, em regra, deveriam ser do particular, 
mas são absorvidos pelo Estado, em regime de 
monopólio ou de concorrência com a iniciativa privada. 
✓ Exemplo: segurança pública. ✓ Exemplos: correios. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 16 
Competência da prestação dos serviços públicos 
 
A distribuição de competências foi realizada pela Constituição Federal de 1988. O critério adotado 
foi o da predominância do interesse. 
 
Interesse 
nacional 
✓ Compete á União 
Interesse 
regional 
✓ Compete aos Estados 
Interesse 
local 
✓ Compete aos Municípios 
Interesse 
regional / local (híbrido) 
✓ Compete ao Distrito Federal 
 
Sem esgotar as competências arroladas na CF, tendo em vista ser esse assunto de Direito 
Constitucional, segue quadro de competências de serviços públicos: 
 
Competência da 
União 
Competência dos 
Estados e DF 
Competência dos 
Municípios e DF 
✓ Serviço postal; 
✓ Correio aéreo nacional; 
✓ Telecomunicações; 
✓ Energia elétrica; 
✓ Transporte interestadual ou 
internacional; 
✓ Radiodifusão sonora e de 
imagens. 
✓ Critério residual ou 
remanescente. 
✓ O que não for arrolado como 
competência da União ou do 
Município, é competência do 
Estado. 
✓ A CF, no entanto, arrola 2 
competências dos Estados: 
serviço de gás canalizado e 
dos serviços prestados nas 
regiões metropolitanas, nas 
aglomerações urbanas e nas 
microrregiões. 
✓ Serviços públicos de 
interesse local, incluído o de 
transporte coletivo 
intramunicipal, que tem 
caráter essencial; 
✓ Serviço funerário é 
competência do município. 
 
Estão previstos especialmente no art. 
21 da CF. 
Estão previstos especialmente no art. 
30 da CF. 
Taxatividade de competências 
previstas na CF. 
Competência residual. Rol não taxativo. 
 
Atenção: algumas competências de serviços públicos prestados no DF são competências da União. 
Nos termos da CF: 
 
Art. 21. Compete à União: 
 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; 
 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito 
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 
 
O art. 23 da CF trata da competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
 
Para não nos alongarmos no assunto, recomendo a leitura dos arts. 21 e 23 do nosso material 
esquematizado de constitucional. 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 17 
FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO 
 
Lembre-se que a titularidade do serviço público sempre será do Estado. A prestação dos serviços 
públicos poderá ser realizada pela Administração Direta (centralizada) ou pela Administração Indireta 
(descentralizada). 
 
A execução do serviço poderá ser de forma direta (pelo próprio Estado) ou indireta (por delegatários). 
 
ESTADO – 
EXECUÇÃO DO SERVIÇO PÙBLICO 
Presta serviço público de 
 forma direta através da: 
Presta serviço público de 
forma indireta 
Administração 
Direta 
Administração 
Indireta 
Através de concessão, permissão ou 
autorização de serviço público. 
 
Perceba que a Administração Direta - AD presta de forma direta. Se é Administração Direta estamos 
falando de Administração Pública Centralizada. 
 
Administração Indireta - AI presta também de forma direta, pois integrante do próprio Estado. Se é 
Administração Indireta lembre-se que estamos falando de Administração Pública Descentralizada. 
 
Não conclua que a Administração Indireta executa de forma indireta. Não é. Administração Indireta 
é o próprio Estado prestando o serviço público. No entanto, a Administração Indireta pode transferir a 
execução do serviço público aos delegatários (concessionária, por exemplo). Nesse caso a prestação será 
direta pelo próprio Estado, mas a execução será indireta. 
 
Lembre-se ainda que centralização (Administração Direta) / descentralização (Administração 
Indireta) não se confundem com concentração e desconcentração. 
 
Pode ocorrer do serviço público ser: 
 
✓ Centralizado e concentrado (apenas um órgão público executa o serviço público); 
✓ Centralizado e desconcentrado (há criação de órgão públicos); 
✓ Descentralizado e concentrado (apenas uma entidade administrativa, autarquia, por exemplo, 
executa o serviço público sem criação de órgãos); 
✓ Descentralizado e desconcentrado (apenas uma entidade administrativa, autarquia, por 
exemplo, executa o serviço público com criação de órgãos). 
 
A prestação de serviços de atendimento ao público por uma secretaria de prefeitura, por exemplo, é 
um serviço público centralizado e desconcentrado. 
 
A prestação de serviços de atendimento ao público por um órgão de atendimento ao público do INSS, 
por exemplo, é um serviço público descentralizado e desconcentrado. 
 
Se tiver mais dúvidas sobre esse instituto, retome ao tema de organização administrativa. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 18 
 
CONCESSÃO, PERMISSÃO E PPP 
 
Quando a Administração Pública decide contratar terceiro para a execução do serviço público terá 
que formalizar tal procedimento, em regra, por meio de contrato administrativo. A concessão, permissão e 
a parceria público-privada são três das várias formas disponíveis que o Estado possui para realizar a 
delegação. 
 
Veremos em detalhes o assunto nas respectivas leis que regem os institutos, por enquanto vamos nos 
limitar a fazer apenas uma síntese.Permissão 
de serviço público 
Concessão 
De serviço público 
Delegação, a título precário, 
mediante licitação, 
da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre 
capacidade para seu desempenho, 
por sua conta e risco. 
Delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, 
mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo 
competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que 
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco e por prazo determinado 
✓ Executor do serviço público: pessoa física ou pessoa 
jurídica. 
✓ Executor do serviço público: Pessoa jurídica ou consórcio 
de empresas. 
✓ Licitação: qualquer modalidade ✓ Licitação: concorrência ou diálogo competitivo. 
✓ É precária. ✓ Tem natureza não precária. 
✓ Prazo indeterminado ✓ Prazo determinado. 
 
A concessão não pode ser formalizada com pessoa física, podendo ser celebrada com ente 
despersonalizado, como é o caso dos consórcios de empresas, os quais não têm personalidade jurídica. 
 
As permissões não podem ser formalizadas com consórcios de empresas. 
 
CONCESSÃO 
PERMISSÃO 
Comum 
(Lei 8.987/1995) 
Especial 
(Lei 11.079/2004) 
Concessão de serviço 
público 
Concessão de serviço público 
precedida da execução de 
obra pública 
Parceria público-privada 
(PPP) 
A delegação de sua 
prestação, feita pelo poder 
concedente, mediante 
licitação, na modalidade 
concorrência ou diálogo 
competitivo, a pessoa 
jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre 
capacidade para seu 
desempenho, por sua conta 
e risco e por prazo 
determinado; 
A construção, total ou parcial, 
conservação, reforma, 
ampliação ou melhoramento 
de quaisquer obras de 
interesse público, delegados 
pelo poder concedente, 
mediante licitação, na 
modalidade concorrência ou 
diálogo competitivo, a pessoa 
jurídica ou consórcio de 
empresas que demonstre 
capacidade para a sua 
realização, por sua conta e 
risco, de forma que o 
investimento da 
concessionária seja 
remunerado e amortizado 
mediante a exploração do 
serviço ou da obra por prazo 
determinado; 
É o contrato 
administrativo de 
concessão, na modalidade 
patrocinada ou 
administrativa. 
 
Patrocinada: 
há contraprestação do 
Estado mais 
tarifa do usuário 
 
Administrativa: 
 apenas o Estado paga. 
Administração Pública 
será usuária direta ou 
indireta. 
A delegação, 
a título precário, mediante 
licitação, da prestação de 
serviços públicos, feita pelo 
poder concedente à pessoa 
física ou jurídica que 
demonstre capacidade para 
seu desempenho, por sua 
conta e risco. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 19 
 
Quanto à PPP. Antecipo algumas informações importantes: 
 
✓ Parcerias público-privadas são modalidades especiais de concessão de serviços públicos. 
 
✓ O Estado delega aos particulares (descentralização por colaboração) para execução indireta do 
serviço público. 
 
✓ As PPP’s têm como objetivos compartilhar riscos entre o setor público e o setor privado, bem 
como ampliar a oferta de bens e serviços públicos disponíveis. Entre as vantagens das PPP’s para 
o setor público tem-se a maior eficiência econômica. 
✓ É vedada a celebração de PPP cujo valor do contrato seja inferior a dez milhões de reais; 
 
✓ É vedada a celebração de PPP cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 anos; 
 
✓ É vedada a celebração de PPP que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o 
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. 
 
✓ Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, 
incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. 
 
✓ A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade concorrência 
ou diálogo competitivo. 
 
✓ As concessões patrocinadas em que mais de 70% da remuneração do parceiro privado for paga 
pela administração pública dependerão de autorização legislativa específica. 
 
✓ O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 20 
PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO 
 
Seja qual for a forma de prestação de serviço público, direta ou indireta, é necessário a observância 
de determinados padrões. 
 
A doutrina extraiu alguns princípios da Lei 8.987/1995 (Lei das Concessões e Permissões), no 
entanto, esses princípios aplicam-se de forma geral aos serviços públicos prestados pelo Estado e por 
particulares. 
 
Princípio da continuidade do serviço público 
 
Os serviços públicos não podem sofrer interrupção. 
 
O princípio da continuidade do serviço público é um dos princípios basilares dos serviços públicos, 
no entanto, não está expressamente previstos na CF. 
 
O princípio da continuidade dos serviços públicos tem relação direta com os princípios da eficiência 
e da supremacia do interesse público. 
 
O princípio da continuidade do serviço público determina que sua prestação deve ocorrer de maneira 
adequada e regular, sendo que os essenciais devem ser ininterruptos. 
 
Não caracteriza descontinuidade a interrupção da prestação do serviço: 
 
✓ Situação emergencial. 
✓ Exemplo: apagão na cidade devido à queda de raio ou 
rompimento de adutora por desmoronamento de terra); 
 
✓ Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; 
✓ Exemplo: manutenção da rede elétrica, reformas, 
ampliação do serviço público.... 
 
✓ Por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
✓ Exemplo: falta de pagamento do serviço prestado. 
 
 
É decorrência desse princípios: 
 
✓ Encampação ou retomada: É permitido ao Estado o resgate do serviço público 
concedido antes de vencido o prazo contratual estabelecido (art. 37 da Lei 
8.987/1999); 
 
✓ Inaplicabilidade do instituto contratual da exceptio non adimplente 
contractus (exceção do contrato não cumprido): mesmo que a Administração 
Pública não cumpra o pactuado, a concessionária não poderá interromper o 
serviço prestado. Para isso deverá recorrer ao Judiciário. 
 
Não confunda a regra dos serviços públicos com a regra de contratos administrativos prevista na Lei 
8.666/1993 e Lei 14.133/2021. Veja o quadro abaixo: 
Por ser situação 
excepcional, não 
precisa de prévio aviso. 
Precisa de prévio aviso. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 21 
Contratos de 
prestação de serviço público 
regidos pela Lei 8.987/1995 
Contratos regidos pela 
Lei 8.666/1993 
(Antiga Lei de Licitação) 
Contratos regidos pela 
Lei 14.133/2021 
(Nova Lei de Licitação) 
Art. 39. O contrato de concessão poderá 
ser rescindido por iniciativa da 
concessionária, no caso de 
descumprimento das normas contratuais 
pelo poder concedente, mediante ação 
judicial especialmente intentada para 
esse fim. 
Art. 78. Constituem motivo para 
rescisão do contrato: 
 
XV - o atraso superior a 90 dias dos 
pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, 
serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, 
salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna 
ou guerra, assegurado ao contratado o 
direito de optar pela suspensão do 
cumprimento de suas obrigações até 
que seja normalizada a situação; 
Art. 137. Art. 137. Constituirão 
motivos para extinção do contrato, a 
qual deverá ser formalmente motivada 
nos autos do processo, assegurados o 
contraditório e a ampla defesa, as 
seguintes situações: (...) 2º O 
contratado terá direito à extinção do 
contrato nas seguintes hipóteses: 
 
IV - atraso superior a 2 meses, 
contado da emissão da nota fiscal, dos 
pagamentos ou de parcelas depagamentos devidos pela 
Administração por despesas de obras, 
serviços ou fornecimentos; 
Concessionária precisa recorrer à via 
judicial. 
Contratado pode rescindir por si só. 
Contratado pode rescindir por si só. 
 
Constitui exemplo da aplicação prática do princípio administrativo da continuidade do serviço público 
as limitações ao direito de greve. 
 
O direito de greve na Administração Pública é tratado no art. 37 da Constituição Federal de 1988 
(CF): “O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”. 
 
No que tange aos serviços públicos essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores 
ficam obrigados, de comum acordo, a garantir durante a greve a prestação de serviços indispensáveis ao 
atendimento de necessidades inadiáveis da comunidade. 
 
A lei 7.783/1989 define as atividades essenciais: 
 
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: 
 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e 
combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea; 
XI compensação bancária. 
XII - atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e a 
assistência social; 
XIII - atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, 
mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de equipes 
multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de reconhecimento de direitos previstos em 
lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); 
XIV - outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis 
ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
XV - atividades portuárias. (Incluído pela Medida Provisória nº 945, de 2020). 
 
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os 
trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos 
serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
 
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não atendidas, 
coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 22 
O princípio da continuidade do serviço público também serve de fundamento para a utilização 
compulsória de equipamentos, recursos humanos e materiais da empresa contratada empregados na 
execução do contrato, quando este tiver sido rescindido unilateralmente. 
 
 
Outras decorrências do princípio da continuidade do serviço público: 
 
✓ A extinção da concessão, nas hipóteses previstas em lei, autoriza a imediata assunção do serviço 
pelo poder concedente e a utilização de todos os bens reversíveis. 
 
✓ O reequilíbrio econômico-financeiro de contrato administrativo representa um contraponto à 
possibilidade de alteração unilateral do contrato pela administração pública, funcionando como 
mecanismo de garantia da continuidade do serviço público contratado. 
 
✓ Os institutos da suplência, da delegação e da substituição para o preenchimento de funções 
públicas temporariamente vagas no âmbito da administração pública decorrem da aplicação do 
princípio da continuidade do serviço público. 
 
Generalidade ou universalidade 
 
Os serviços públicos devem ser prestados, sem discriminação, a todos os que satisfaçam as 
condições para sua obtenção. 
 
Noutro sentido, também decorre desse princípio que os serviços públicos devem ser prestados ao 
maior número possível de usuários. 
 
Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário com a observância do requisito da generalidade, 
o que significa dizer que, satisfeitas as condições para sua obtenção, eles devem ser oferecidos sem qualquer 
discriminação a quem os solicite. 
 
Atualidade 
 
Os serviços públicos devem ser atualizados de forma contínua, assimilando novas tecnologias, 
evitando-se que fique ultrapassado. 
 
A doutrina também chama de princípio do aperfeiçoamento ou da adaptabilidade ou, ainda, da 
mutabilidade. 
 
Modicidade das tarifas e taxas 
 
O concessionário deve cobrar tarifa referente ao serviço prestado de maneira razoável, no entanto, os 
usuários não podem ser onerados de maneira excessiva. 
 
O princípio da modicidade também aplica-se as taxas (cobradas pela prestação de serviço público uti 
singuli prestado diretamente pelo Estado). 
 
Determina que os serviços públicos sejam remunerados por valor acessível ao usuário. 
 
As tarifas devem ser módicas (que não possui ou apresenta excessos) o suficiente para permitir a 
inclusão de um maior número de usuários quanto à utilização do serviço concedido. 
 
Para que ocorra essa proporcionalidade o Poder Público poderá conceder receitas alternativas ou 
complementares ao contrato, de modo que não haja prejuízo ao concessionário e nem onerosidade 
demasiada ao cidadão . 
 
Em decorrência desse princípio as tarifas devem sem revisadas periodicamente, seja para mais, seja 
para menos. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 23 
O princípio da igualdade dos usuários perante o serviço público não impede a cobrança de tarifas 
diferenciadas segundo critérios pessoais, por exemplo, usuário de baixa renda, idosos, dentre outros, 
evitando assim, a exclusão social. Pode ocorrer, até mesmo, a gratuidade de tarifas, como por exemplo, a 
gratuidade aos idosos no transporte coletivo. 
 
 Cortesia 
 
É dever do prestador de serviço tratar com civilidade, educação, respeito e urbanidade os cidadãos 
usuários do serviço público. Lembre-se que o serviço é público, o destinatário e pagador é o público. 
 
O princípio da cortesia está ligado também ao princípio da eficiência no âmbito da Administração 
Pública Gerencial orientada para o cidadão. 
 
Segurança 
 
Serviços públicos devem ser prestados sem riscos ao usuários e terceiros, devendo o prestador 
adotar as providências necessárias para minimizar esses riscos. 
 
A falta de observância desse princípio pode acarretar a responsabilidade civil do Estado. 
 
O princípio da segurança determina que o Estado deverá prestar o serviço público de forma a não 
colocar em perigo a integridade física e a vida do usuário. 
 
Eficiência 
 
Princípio com previsão constitucional. O núcleo do princípio é a procura de produtividade e 
economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público. 
 
Impõe que a Administração Pública zele sempre pela qualidade do serviço público prestado à 
população. 
 
Impõe que a Administração Pública aja com presteza, perfeição e rendimento funcional, observando 
o princípio da legalidade; sem procrastinação. 
 
Princípio da mutabilidade 
 
Possui duas vertentes: mutabilidade do regime jurídico e mutabilidade contratual. 
 
O princípio da mutabilidade do regime jurídico é aplicável ao serviço público, motivo pelo qual são 
autorizadas mudanças no regime de execução do serviço para adaptações ao interesse público, o que implica 
ausência de direito adquirido quanto à manutenção de determinado regime jurídico. O princípio da 
mutabilidade, nesse sentido, autoriza, em prol da eficiência, alterações no regime de execução do serviço 
para adaptá‐lo ao interesse público. 
 
Sob outro prisma, o princípio da mutabilidade está relacionado à fatos quepodem ensejar alterações 
contratuais para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicialmente pactuado. 
 
Os contratos, tem como princípio geral, a cláusula rebus sic stantibus, segundo o qual o contrato 
deve ser cumprido desde que presentes as mesmas condições existentes no cenário dentro do qual foi o 
pacto ajustado. Se o cenário muda, o contrato poderá ser rescindido ou alterado, conforme o caso. 
 
Quando a Administração e o particular celebram um contrato, o fazem dentro de um contexto normal 
da existência ou não de riscos, que podem influenciar no valor contratual. No entanto, não é possível prever 
todos os acontecimentos que poderão ter impacto no contrato. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 24 
Esses eventos que podem incidir durante o contrato poderão ter a capacidade de alterar alguma 
cláusula contratual, afim de assegurar o equilíbrio econômico financeiro pactuado inicialmente, ou até 
mesmo de rescindir o contrato sem culpa das partes. 
 
Essa área de riscos é chamada no direito de álea. A álea ordinária ou empresarial é a área de risco 
comum, inerente à atividade empresarial. A álea extraordinária é a área de riscos que compreendem 
acontecimentos, em regra, imprevisíveis, que não estavam previstos no momento da celebração do contrato. 
Atente-se que o contrato pode até prever tais eventos, como ocorre na alteração unilateral por interesse 
público, no entanto, tal ocorrência não estava prevista no momento de celebração do contrato, pois se assim 
o fosse, o contrato seria celebrado de outra forma, ou mesmo, nem seria celebrado. 
 
Álea 
ordinária ou 
empresarial 
Álea 
extraordinária 
Álea 
administrativa 
Álea 
Econômica 
Caso fortuito e 
força maior 
✓ É um risco que todo 
empresário corre. 
✓ Atente-se que o risco 
está relacionado ao 
ramo de atividade do 
empresário, portanto, a 
álea ordinária de um 
restaurante, por 
exemplo, é diferente da 
álea ordinária de uma 
empresa de transporte 
de valores. 
✓ A álea ordinária é 
levada em conta no 
momento da 
contratação e incluída 
nos custos, portanto, se 
ocorre o risco, quem 
responde é o 
contratado. 
✓ Riscos são previsíveis, 
portanto, não enseja 
alteração contratual. 
 
✓ Decorre de fatos que 
acontecem no 
âmbito da 
Administração 
Pública. 
 
✓ Apesar dos riscos 
serem previsíveis, 
não foram levados 
em conta no 
momento da 
celebração do 
contrato. 
 
✓ Podem decorrer de: 
 
Alteração 
unilateral; 
 
Fato do 
príncipe 
 
Fato da 
Administração. 
 
 
✓ Refere-se a situações 
imprevisíveis e supervenientes 
externas aos contratos e 
estranho às vontades das partes, 
não impedem a execução do 
contrato, mas onera 
excessivamente uma das partes. 
 
A álea econômica excede aos 
riscos normais admitidos pela 
natureza do negócio. 
 
✓ Os riscos eram imprevisíveis e, 
portanto, ensejam alteração 
contratual, pois provocam forte 
e insuportável desequilíbrio da 
equação econômico-financeira. 
 
✓ Enseja a aplicação da teoria da 
imprevisão. 
 
✓ O fundamento da teoria da 
imprevisão é a álea econômica, 
decorrendo da aplicação dessa 
teoria um de dois efeitos: a 
rescisão contratual sem 
atribuição de culpa ou a revisão 
do preço para a restauração do 
equilíbrio do contrato 
administrativo. 
 
✓ Exemplos: guerras, crises 
econômicas, desvalorização 
da moeda. 
✓ Eventos imprevisíveis ou 
inevitáveis que impedem a 
execução do contrato. 
 
✓ Para parte da doutrina, pode 
impedir, retardar ou onerar 
excessivamente uma das partes. 
 
✓ Força maior: evento da natureza 
que, por imprevisível e inevitável, 
gera a impossibilidade ou 
retardamento material da prestação 
do serviço público. Exemplo: 
inundações imprevisíveis 
decorrentes de chuvas anormais na 
região. 
 
✓ Caso fortuito: evento humano 
que, por imprevisível e 
inevitável, gera a impossibilidade 
ou retardamento material da 
prestação do serviço público. 
Exemplo: greve. 
 
✓ Em ambos os casos ensejam a 
recomposição do equilíbrio 
financeiro ou a rescisão sem 
culpa das partes. 
 
Percebe-se que há uma divergência doutrinária entre álea econômica e força maior. Para Di Pietro, a 
diferença é que na álea econômica ocorre apenas um desequilíbrio financeiro, que não impede a execução 
do contrato. E na força maior, verifica-se a impossibilidade absoluta de dar prosseguimento ao contrato. 
 
Também há divergência doutrinário quanto aos conceitos de caso fortuito e força maior: 
 
Hely Lopes Meirelles Di Pietro e Bandeira de Mello 
Força maior Caso fortuito Força maior Caso fortuito 
Acontecimento originário da 
vontade do homem, como é o 
caso da greve. 
Evento produzido pela 
natureza, como os 
terremotos, as tempestades, 
os raios e os trovões. 
Evento produzido pela 
natureza, como os 
terremotos, as tempestades, 
os raios e os trovões. 
Acontecimento originário 
da vontade do homem, 
como é o caso da greve. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 25 
As questões, em regra, evitam adentrar na controvérsia. E quando entram, costuma adotar a posição 
de Di Pietro e Bandeira de Mello. A diferença é importante quando adentramos no assunto de 
responsabilidade civil do Estado, tendo em vista que, para Di Pietro, apenas a força maior rompe o nexo de 
causalidade. O caso fortuito, por decorrer da vontade humana, não constitui causa excludente da 
responsabilidade do Estado. 
 
Vamos agora analisar melhor os eventos que ensejam o reequilíbrio financeiro do contrato na álea 
administrativa: 
 
Álea administrativa 
Alteração 
unilateral do 
contrato 
Fato do 
príncipe 
Fato da 
Administração 
✓ Realizados por 
interesse público. 
✓ Apesar de previsto 
no contrato, não foi 
levado em conta no 
momento da 
contratação. 
✓ Decorrem de ato 
discricionário da 
AP, em regra, por 
motivo de 
conveniência e 
oportunidade. 
 
✓ Ato da Administração Pública não diretamente relacionado com o 
contrato, mas que repercute indiretamente sobre ele. 
✓ Decorre de ato geral ou de governo. 
✓ A incidência é reflexa ou indireta no contrato. 
✓ Segundo Hely Lopes: “toda determinação estatal positiva ou 
negativa, geral, imprevista e imprevisível, que onera 
substancialmente a execução do contrato administrativo. Essa 
oneração, constituindo uma álea econômica extraordinária e 
extracontratual, desde que intolerável e impeditiva da execução do 
ajuste, obriga o Poder Público contratante a compensar 
integralmente os prejuízos suportados pela outra parte, a fim de 
possibilitar o prosseguimento da execução, e, se esta for impossível, 
rende ensejo à rescisão do contrato, com as indenizações cabíveis.” 
✓ Comportamento da 
administração que 
torne impossível ou 
retarde a execução do 
objeto contratual do 
serviço público. 
✓ É ato individual da 
AP. 
✓ A incidência é direta 
no contrato. 
 
Enseja 
reequilíbrio financeiro. 
Enseja 
reequilíbrio financeiro 
Enseja 
reequilíbrio financeiro 
Exemplo: 
 
✓ Encampação; 
 
Exemplo 
 
✓ Alteração de tributos que incidem sobre matéria objeto da prestação 
do serviço; 
 
Exemplo: 
 
✓ Quando a 
Administração deixa 
de entregar o local da 
obra ou do serviço; 
✓ Quando não 
providencia as 
desapropriações 
necessárias. 
 
 
No que tange ao fato do príncipe, algumas bancas, como o Cespe, consideram como álea econômica 
extraordinária, seguindo o conceito de Hely Lopes. Vejamos algumas questões interessantes sobre o fato 
do príncipe consideradas como CORRETAS: 
 
(CESPE) O fato do príncipe que configure álea econômica extraordinária e extracontratual 
permite que as partes de um contrato administrativo restabeleçam a relação inicialmente pactuada 
entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para ajusta remuneração do objeto 
do contrato.(VUNESP) Nos contratos administrativos, a álea administrativa e a álea econômica estão 
relacionadas, respectivamente, com o fato do príncipe e a teoria da imprevisão. 
 
( CESPE) A recomposição ou revisão de preços visa à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, garantida constitucionalmente, aplica-se no caso de ocorrência de fatos 
imprevisíveis ou previsíveis, mas de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da 
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, 
configurando-se álea econômica extraordinária e extracontratual. 
 
(IESES) No Direito Administrativo, então, a ocorrência do chamado “fato do príncipe” pode ensejar 
alteração do contrato administrativo, ou mesmo sua rescisão. Trata-se de “agravo econômico 
resultante de medida tomada sob titulação diversa da contratual, isto é, no exercício de outra 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 26 
competência, cujo desempenho vem a ter repercussão direta na econômica contratual estabelecida 
na avença”. 
 
(CESPE) O efeito da aplicação da teoria do fato do príncipe assemelha-se ao da aplicação da teoria 
da imprevisão quando o ato estatal dificulta e onera o particular para o cumprimento de suas 
obrigações; em ambos os casos, o particular terá direito à revisão do preço para restaurar o equilíbrio. 
 
(FCC) O fato do príncipe não se preordena diretamente ao particular contratado, pois tem cunho de 
generalidade e apenas reflexamente incide sobre o contrato, ocasionando oneração excessiva ao 
particular independentemente da vontade deste. 
 
Como visto, as situações da álea extraordinária ensejam a revisão do contrato para manter o equilíbrio 
econômico financeiro. Na concessão ou permissão esse equilíbrio é feito, em regra, por revisão tarifária ou 
no caso de parceria público-privada pela revisão tarifária e/ou contrapartida do parceiro público. 
 
Atente-se que o reequilíbrio financeiro nem sempre é para aumentar valores, pode ser para reduzir. 
 
Alexandre Mazza cita ainda duas hipóteses autorizadoras de revisão do contrato para 
reestabelecimento da situação econômico-financeira entre as partes: 
 
✓ Sujeições imprevistas ou interferências imprevistas: são dificuldades 
imprevisíveis de ordem material. Exemplo: lençol freático encontrado durante a 
construção de túnel dificultando a execução da obra; 
 
✓ Agravos econômicos resultantes da inadimplência da Administração: é o atraso 
no pagamento da remuneração devida ao contratado. Para parte da doutrina, trata-
se de fato da Administração (álea administrativa). 
 
Outros princípios aplicáveis 
 
Obrigatoriedade: A prestação de serviço público é orientada pelo princípio da obrigatoriedade, segundo o 
qual o Estado tem o dever jurídico, e não uma mera faculdade discricionária, de promover a prestação do 
serviço público. Atente-se que é a prestação que é obrigatória, sua utilização pelo usuário não. 
 
Isonomia: Os usuários devem ser tratados de forma igual, na medida de suas igualdades, e de forma 
desigual, na medida de suas desigualdades. A isonomia é a vertente material do princípio da igualdade. Não 
basta tratar todos iguais, é preciso reconhecer as particularidades de cada um. Decorre da isonomia e da 
generalidade, por exemplo: as adaptações nos serviços públicos feitas para deficientes; prioridade de 
atendimento; gratuidade ou redução de tarifas, dentre outros. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 27 
FORMAS DE PAGAMENTO POR SERVIÇO PÚBLICO PRESTADO 
 
São formas de remuneração pelos serviços públicos prestados: impostos, taxas e tarifas. Ou seja, o 
cidadão terá essas formas para poder pagar o serviço público que utilizou ou que foi posto a sua disposição 
ou da coletividade. 
 
Coletivos 
(uti universi – universais) 
Singulares 
(uti singuli) 
Singulares 
(uti singuli) 
Prestação pelo 
Estado. 
Prestação pelo 
Estado. 
Prestação por 
delegatários. 
Deve ser remunerado por 
impostos. 
Deve ser remunerado por 
taxa. 
Deve ser remunerado por 
tarifa. 
 
Imposto Taxa Tarifa 
Espécie tributária. Espécie tributária. Não é tributo. 
CTN 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja 
obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
CTN 
 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, 
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato 
gerador o exercício regular do poder de 
polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público 
específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua 
disposição. 
É a remuneração paga pelos usuários 
aos delegatários de serviços públicos 
(concessionárias ou permissionárias). 
 
Servem para permitir a justa 
remuneração do capital, o 
melhoramento e a expansão dos 
serviços e assegurar o equilíbrio 
econômico e financeiro do contrato. 
 
 
TAXA TARIFA 
✓ Para que o Estado tenha direito de cobrar a taxa, 
basta a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
✓ A tarifa tem natureza contratual, em regra, só 
paga o que usar. 
✓ Excepcionalmente será possível a cobrança de 
tarifa se o serviço tiver sido disponibilizado, 
ainda que o usuário não o utilize efetivamente, 
como é o caso de tarifas mínimas de telefonia 
fixa, mesmo sem fazer uma ligação. 
 
Não há necessidade de via alternativa para a cobrança de tarifas, a não ser nos casos expressamente 
previstos em lei. Nos termos da jurisprudência do STJ (REsp 417804/PR): 
 
“A Lei 8.987/1995, que regulamenta a concessão e permissão de serviços públicos, não prevê a 
contrapartida de oferecimento de via alternativa gratuita como condição para a cobrança de pedágio, 
nem mesmo no seu art. 7.º, III. Ao contrário, o art. 9.º, § 1.º, da mesma lei, é expresso em dispor que 
‘a tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente 
previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e 
gratuito para o usuário”. 
 
O que se discutia nesse recursos especial era o seguinte: existem duas rodovias. Em uma cobra-se 
pedágio, que é uma tarifa ou preço público, e é administrado por uma concessionária. Essa reverte parte do 
pedágio para manutenção e conservação da via, portanto, é uma via sem buracos, bem iluminada e bem 
sinalizada. A outra rodovia não se cobra nada. No entanto, está bem sucateada e com muitos buracos na 
estrada. 
 
A questão era? Somente se pode cobrar pedágio quando houver uma via alternativa gratuita para o 
cidadão e este opte por usar a rodovia com pedágio? A resposta é negativa. Mesmo que não haja via 
alternativa, pode-se cobrar o pedágio. 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 28 
Segue os principais pontos cobrados em provas no que tange às taxas e tarifas: 
 
Taxa Tarifa ou preço público 
Caráter contraprestacional, remunerando uma atividade 
prestada pelo Estado. 
Caráter contraprestacional, remunerando uma atividade 
prestada pelo Estado. 
Há referibilidade, ou seja, é possível a perfeita identificação 
do beneficiário do serviço. 
Há referibilidade, ou seja, é possível a perfeita identificação 
do beneficiário do serviço. 
É uma espécie tributária. Não é uma espécie tributária. 
Regime jurídico público. Regime jurídico privado. 
O vinculo obrigacional é de 
natureza tributária (legal). 
O vínculo obrigacional é de 
natureza contratual. 
O vínculo nasce independentemente de manifestação de 
vontade (compulsório). 
Há necessidade de válida manifestação de vontade para 
surgimento do vínculo (é facultativo).

Continue navegando