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1 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
↠ A pele e seus anexos (glândulas sudorífera e sebácea, 
pêlos e unhas) formam um complexo conjunto de órgãos 
que realizam muitas funções, principalmente de proteção. 
Juntos, esses órgãos formam o sistema tegumentar 
(MARIEB, 3ª ed.). 
Pele 
↠ A pele, também conhecida como cútis, cobre a 
superfície externa do corpo e é o maior órgão do corpo 
em peso (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A pele cobre o corpo inteiro, tem uma área de 
superfície de 1,2 a 2,2 metros quadrados, pesa 4 a 5 
quilogramas e representa cerca de 7% do peso corporal 
de um adulto médio. Ela é flexível, mas resistente, o que 
permite que enfrente o constante ataque dos agentes 
externos (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A pele recobre a superfície do corpo e é constituída 
por um tecido epitelial de origem ectodérmica, a 
epiderme, e um tecido conjuntivo de origem 
mesodérmica, a derme. Dependendo da espessura da 
epiderme, distinguem-se a pele espessa e a fina 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
A pele espessa é encontrada na palma das mãos, na planta dos pés e 
recobrindo algumas articulações. O restante do corpo é protegido por 
pele fina. As imagens abaixo caracterizam a pele espessa e fina, 
respectivamente (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
 
↠ A pele, que possui uma espessura variável de 1,5 a 4,0 
milímetros (mm) ou mais nas diferentes partes do corpo, 
é formada por duas porções distintas, a epiderme e a 
derme (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A epiderme (epi = em cima), formada por células 
epiteliais, é o escudo protetor mais externo do corpo. A 
derme, subjacente, que constitui a maior parte da pele, é 
uma camada resistente, semelhante ao couro, formada 
por tecido conjuntivo fibroso. Apenas a derme é 
vascularizada. Os nutrientes chegam à epiderme a partir 
dos vasos sanguíneos da derme, por difusão nos líquidos 
teciduais (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Por esse motivo, se você cortar a epiderme não 
haverá sangramento, porém, se o corte atingir a derme, 
haverá sangramento (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Abaixo da derme, mas sem fazer parte da pele, 
encontra-se a tela subcutânea. Também chamada de 
hipoderme, essa camada consiste nos tecidos areolar e 
adiposo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A hipoderme, também chamada de tela subcutânea 
ou fáscia superficial, por estar localizada superficialmente 
ao tecido conjuntivo resistente que reveste os músculos 
esqueléticos (fáscia), consiste principalmente de tecido 
adiposo. Além de estocar gordura, a hipoderme ancora a 
pele às estruturas subjacentes (principalmente aos 
músculos), mas de uma maneira frouxa o suficiente para 
que a pele possa deslizar livremente sobre as demais 
estruturas (MARIEB, 3ª ed.). 
Devido à presença de tecido adiposo, a hipoderme também absorve 
choques e atua como um isolante que evita a perda de calor corporal. 
A hipoderme toma-se acentuadamente espessa quando engordamos. 
Nas mulheres, esta gordura subcutânea "extra" acumula-se primeiro 
nas coxas e nas mamas, mas nos homens isto ocorre primeiramente 
na parte anterior do abdome (como uma "barriga de cerveja") 
(MARIEB, 3ª ed.). 
 
2 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
EPIDERME 
↠ Estruturalmente, a epiderme é constituída por um 
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, formado 
por quatro tipos diferentes de células e quatro ou cinco 
cama das distintas (MARIEB, 3ª ed.). 
 
CÉLULAS DA EPIDERME 
↠ As células que povoam a epiderme incluem os 
queratinócitos, os melanócitos, as células de Merkel e as 
células de Langerhans (MARIEB, 3ª ed.). 
QUERATINÓCITOS 
↠ As células mais abundantes da epiderme são os 
queratinócitos, A função principal dos queratinócitos 
("células de queratina") é produzir queratina, a proteína 
fibrosa que ajuda a fornecer as propriedades protetoras 
da epiderme (do grego = córneo) (MARIEB, 3ª ed.). 
 
Os queratinócitos também produzem grânulos lamelares, que liberam 
uma substância que repele a água, diminuindo a entrada e a perda de 
água e inibindo a entrada de material estranho (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os queratinócitos, firmemente conectados entre si por 
desmossomos, se originam a partir de uma camada de 
células (o estrato basal) presentes na porção mais 
profunda da epiderme e que sofrem mitoses quase 
continuamente. Quando essas células são empurradas 
para cima pela produção de novas células abaixo delas, 
elas começam a produzir a queratina que por fim domina 
o conteúdo celular. No momento em que atingem a 
superfície livre da pele, os queratinócitos estão mortos, 
tornando-se estruturas escamosas que nada mais são do 
que envoltórios de membrana plasmática preenchidos por 
queratina (MARIEB, 3ª ed.). 
Milhões dessas células mortas descamam diariamente, fornecendo-nos 
uma epiderme totalmente nova a cada 25 a 45 dias (MARIEB, 3ª ed.). 
MELANÓCITOS 
↠ Os melanócitos, células epiteliais com formato de 
aranha que sintetizam o pigmento melanina 
(melan=escuro), são encontrados na camada mais 
profunda da epiderme (MARIEB, 3ª ed.). 
 
↠ Quando produzida, a melanina acumula-se em 
vesículas (grânulos envolvidos por membrana) chamadas 
de melanossomos, que pela ação de proteínas motoras 
movem-se ao longo dos filamentos de actina até os 
processos terminais dos melanócitos (as "pernas da 
aranha"), de onde são captados pelos queratinócitos mais 
próximos. Os grânulos de melanina acumulam-se sobre a 
superfície nuclear dos queratinócitos, que fica "voltada 
para o sol", formando uma barreira de pigmento que 
protege o núcleo dos efeitos prejudiciais da radiação solar 
ultravioleta (UV) (MARIEB, 3ª ed.). 
Desse modo, eles protegem o DNA nuclear do dano causado pelos 
raios UV. Embora seus grânulos de melanina protejam efetivamente 
3 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
os queratinócitos, os melanócitos em si são particularmente suscetíveis 
aos danos causados pelos raios UV (TORTORA, 14ª ed.). 
CÉLULAS DE LANGERHANS 
↠ As células de Langerhans, de formato estrelado, 
originam-se na medula óssea e migram para a epiderme. 
Também chamadas de células dendríticas da epiderme, 
elas são fagócitos que fagocitam substâncias estranhas e 
auxiliam na ativação do nosso sistema imunológico 
(MARIEB, 3ª ed.). 
 
CÉLULAS DE MERKEL 
↠ As células de Merkel ocasionalmente estão presentes 
na junção entre a derme e a epiderme. Com o formato 
de um hemisfério espinhoso, cada célula de Merkel está 
intimamente associada com uma terminação nervosa 
sensorial em forma de disco. Esta combinação, chamada 
de disco de Merkel, funciona como um receptor sensorial 
para o tato (MARIEB, 3ª ed.). 
 
CAMADAS DA EPIDERME 
↠ As variações na espessura da epiderme determinam 
se a pele é grossa ou fina. Na pele grossa, a qual reveste 
a palma das mãos, a ponta dos dedos e a planta dos pés, 
a epiderme consiste de cinco camadas, ou estratos 
("bainhas, lâminas"). Da mais profunda para a mais 
superficial, essas camadas são os estratos basal, 
espinhoso, granuloso, lúcido e córneo. Na pele fina, a qual 
reveste o restante do corpo, o estrato lúcido não é 
evidente e os demais estratos são mais delgados 
(MARIEB, 3ª ed.). 
ESTRATO (CAMADA) BASAL 
 ↠ A camada basal é constituída por células prismáticas 
ou cuboides, ligeiramente basófilas, que repousam sobre 
a membrana basal que separa a epiderme da derme 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O estrato basal, a camada mais profunda da epiderme, 
está preso à derme subjacente ao longo de uma borda 
ondulada irregular. Na sua maior parte, é formado por uma 
única camada de células - uma população celular 
continuamente em renovação - representada pelos 
queratinócitos mais jovens. Os muitos núcleos mitóticos 
observados nessa camada refletem a rápida divisão 
dessas células e são os responsáveis por seu nome 
alternativo de estrato germinativo ("camada de 
germinação") (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Cerca de 10 a 25°/o das células do estrato basal são 
melanócitos, e seus processosramificados estendem-se 
entre as células circundantes, alcançando as células da 
camada mais superficial do estrato espinhoso. 
Ocasionalmente, as células de Merkel também são vistas 
neste estrato (MARIEB, 3ª ed.). 
 
ESTRATO (CAMADA) ESPINHOSO 
A camada espinhosa é formada por células cuboides ou ligeiramente 
achatadas, com volume maior que o das células da camada basal, de 
núcleo central e citoplasma com feixes de filamentos de queratina 
(tonofilamentos). Nessa camada os queratinócitos estão unidos entre si 
por inúmeras junções intercelulares do tipo desmossomo. Em 
preparações histológicas, essas junções aparecem como pequenas 
Seus delgados 
prolongamentos 
estendem-se entre os 
queratinócitos 
circundantes, formando 
uma rede mais ou menos 
contínua (MARIEB, 3ª ed.). 
 
4 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
projeções celulares, o que confere a cada célula um aspecto espinhoso 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). Os espinhos não existem nas células vivas; eles 
são um artefato produzido durante a preparação do tecido, quando 
as células murcham mas seus numerosos desmossomos permanecem 
unidos (MARIEB, 3ª ed.). 
 
↠ O estrato espinhoso possui muitas camadas de células 
de espessura. Estas células contêm um sistema de 
filamentos intermediários que forma uma rede, constituída 
principalmente por feixes de filamentos de pré-queratina 
resistentes à tensão, os quais atravessam toda a célula e 
se prendem aos desmossomos (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Dispersos entre os queratinócitos, encontram-se 
grânulos de melanina e células de Langerhans, as quais 
são mais abundantes nessa camada epidérmica (MARIEB, 
3ª ed.). 
ESTRATO (CAMADA) GRANULOSO 
A camada granulosa tem apenas três a cinco fileiras de células 
poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de 
grânulos basófilos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O delgado estrato granuloso consiste de três a cinco 
camadas de células nas quais a aparência dos 
queratinócitos muda drasticamente (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Estas células tornam-se achatadas, seus núcleos e 
organelas começam a desintegrar-se e elas acumulam 
dois tipos de grânulos. Os grânulos de querato-hialina 
ajudam a formar a queratina das camadas superficiais. Os 
grânulos lamelares ("discos") contêm um glicolipídeo 
impermeável que é expelido para o espaço extracelular, 
tomando-se um dos principais fatores envolvidos na 
redução da perda de água através da epiderme (MARIEB, 
3ª ed.). 
As membranas plasmáticas dessas células tornam-se espessadas 
quando proteínas citosólicas ligam-se à sua face interna e os lipídeos 
liberados pelos grânulos lamelares cobrem suas superfícies externas. 
Isto as toma mais resistentes à destruição, tanto que você pode dizer 
que os queratinócitos estão "se reforçando" para tornar o estrato 
externo a região mais forte da pele (MARIEB, 3ª ed.). 
Como todos os epitélios, a epiderme conta com os capilares do tecido 
conjuntivo subjacente (neste caso, a derme) para sua nutrição. Acima 
do estrato granuloso, as células estão tão afastadas dos capilares 
dérmicos que acabam morrendo. Essa é uma sequência de eventos 
completamente normal (MARIEB, 3ª ed.). 
Desse modo, a camada granulosa marca a transição entre as camadas 
mais profundas e metabolicamente ativas e as células mortas das 
camadas mais superficiais (TORTORA, 14ª ed.). 
ESTRATO (CAMADA) LÚCIDO 
↠ A camada lúcida, mais evidente na pele espessa, é 
constituída por uma delgada camada de células achatadas, 
eosinófilas e translúcidas, cujos núcleos e organelas 
citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos 
lisossomos e desapareceram (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O estrato lúcido consiste de umas poucas camadas de 
queratinócitos translúcidos, achatados e mortos, com 
limites indistintos. Somente está visível na pele grossa 
(MARIEB, 3ª ed.). 
ESTRATO (CAMADA) CÓRNEO 
↠ A camada córnea tem espessura muito variável e é 
constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo, 
cujo citoplasma se apresenta repleto de queratina 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A camada mais externa, o estrato córneo, é uma 
ampla zona contendo de 20 a 30 camadas de células, o 
que representa até três quartos da espessura da 
epiderme. A queratina e as membranas plasmáticas 
espessadas das células deste estrato protegem a pele 
contra a abrasão e a penetração, e o glicolipídeo 
presente entre as células impermeabiliza esta camada 
(MARIEB, 3ª ed.). 
QUERATINIZAÇÃO 
Células recém-formadas na camada basal são empurradas lentamente 
para a superfície. Conforme as células se movem de uma camada 
epidérmica para a outra, elas acumulam cada vez mais queratina, um 
processo chamado de queratinização. Elas, então, sofrem apoptose. 
Eventualmente, as células queratinizadas se soltam e são substituídas 
pelas células subjacentes que, por sua vez, se queratinizam. O 
processo completo através do qual as células se formam na camada 
basal, ascendem à superfície, se tornam queratinizadas e se soltam 
dura cerca de 4 a 6 semanas em uma epiderme média de 0,1 mm de 
espessura (TORTORA, 14ª ed.). 
DERME 
↠ A derme (derm = pele), a segunda maior região da 
pele, é um tecido conjuntivo resistente e flexível. As 
células da derme são as células tipicamente encontradas 
em qual quer tecido conjuntivo propriamente dito: os 
5 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
fibroblastos, os macrófagos e, ocasionalmente, os 
mastócitos e os leucócitos. Sua matriz semifluida é 
densamente preenchida com fibras. A derme mantém o corpo 
inteiro unido, como uma malha justa (ou uma meia-calça). A derme é 
seu "couro", pois corresponde exatamente à porção da pele animal 
utilizada na confecção dos produtos de couro (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A derme recebe um rico suprimento de fibras 
nervosas, vasos sanguíneos e vasos linfáticos. As principais 
porções dos folículos pilosos, assim como das glândulas 
sebáceas e sudoríferas são derivadas do tecido 
epidérmico, mas residem na derme (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A derme apresenta duas camadas: a derme papilar e 
a derme reticular (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A camada superficial delgada da derme chamada de 
camada papilar é constituída por tecido conjuntivo frouxo 
(areolar), no qual as fibras colágenas e elásticas formam 
um arranjo frouxo e complicado que apresenta vasos 
sanguíneos em abundância. A superfície superior forma 
projeções pregueadas conhecidas como papilas dérmicas 
(papila = mamilo) que se interdigitam com a epiderme 
sobrejacente Muitas das papilas dérmicas contêm alças 
capilares (do plexo subcapil.ar); outras contêm 
terminações nervosas livres (receptores de dor) e 
receptores táteis chamados de corpúsculos de Meissner 
(MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A camada reticular, mais profunda, é responsável por 
cerca de 50% da espessura da derme, sendo constituída 
por tecido conjuntivo denso não-modelado (irregular). A 
rede de vasos sanguíneos responsável pela nutrição 
dessa camada, o plexo cutâneo, localiza-se no limite com 
a hipoderme (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ As fibras colágenas na região reticular são organizadas 
de maneira semelhante a uma rede e exibem 
organização mais regular do que aquelas encontradas na 
região papilar. A orientação mais regular das fibras 
colágenas ajuda a pele a resistir ao estiramento. Vasos 
sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e 
sudoríferas ocupam os espaços entre as fibras 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
COR DA PELE 
Três pigmentos contribuem para a coloração da pele. A melanina, o 
caroteno e a hemoglobina. Desses, apenas a melanina é produzida na 
pele. A melanina, um polímero constituído de aminoácidos tirosina, varia 
de coloração desde o amarelo ou marrom-avermelhado até o preto. 
A síntese de melanina depende de uma enzima presente nos 
melanócitos chamada de tirosinase e, como observado anteriormente, 
este pigmento passa dos melanócitos para os queratinócitos basais 
(MARIEB, 3ª ed.). 
Os melanócitos das pessoas de pele negraou morena produzem 
melanossomos mais escuros e em maior quantidade do que aqueles 
das pessoas de pele clara, e seus queratinócitos retêm os grânulos 
por um período maior (MARIEB, 3ª ed.). 
O caroteno é um pigmento de coloração amarela a alaranjada, 
encontrado em certas plantas, como as cenouras. Este pigmento 
tende a se acumular no estrato córneo e no tecido adiposo da 
hipoderme. A cor do pigmento é melhor observada nas palmas e nas 
plantas, onde o es trato córneo é mais espesso (p. ex., na pele do 
calcanhar), sendo mais intensa quando grandes quantidades de 
alimentos ricos em caroteno são ingeridas. Entretanto, a cor amarelada 
da pele dos asiáticos deve-se a variações na melanina, além do 
caroteno (MARIEB, 3ª ed.). 
A tonalidade cor-de-rosa da pele clara reflete a coloração vermelha da 
hemoglobina oxigenada, presente nos eritrócitos dos capilares da 
circulação dérmica (MARIEB, 3ª ed.). 
ANEXOS DA PELE 
↠ Esses anexos da pele incluem as unhas, as glândulas 
sudoríferas, as glândulas sebáceas, os folículos pilosos e 
os pêlos. Cada um desses anexos exerce um papel único 
na manutenção da homeostase corporal (MARIEB, 3ª ed.). 
PÊLOS E FOLÍCULOS PILOSOS 
↠ Milhares de pêlos estão distribuídos sobre toda a 
superfície da pele, exceto nas palmas das mãos, plantas 
dos pés, lábios, mamilos e partes da genitália externa (p. 
ex., na glande do pênis) (MARIEB, 3ª ed.). 
6 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
↠ Cabelos ou pêlos são fios flexíveis produzidos pelos 
folículos pilosos e consistem principalmente de células 
queratinizadas mortas. A queratina dura que predomina 
nos pêlos e nas unhas tem duas vantagens sobre a 
queratina mole encontrada tipicamente nas células 
epidérmicas: (1) ela é mais resistente e durável e (2) suas 
células individuais não descamam (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ As principais regiões de um pêlo são a haste, que se 
projeta a partir da pele, e a raiz, a porção inserida na pele 
(MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Os folículos pilosos (fali = bolsa) invaginam-se da 
superfície epidérmica para dentro da derme. A 
extremidade profunda do folículo, localizada cerca de 4 
mm abaixo da superfície da pele, é expandida, formando 
o bulbo piloso (MARIEB, 3ª ed.). 
GLÂNDULAS SUDORÍFERAS 
↠ As glândulas sudoríferas (sudor = suor), ou 
sudoríparas, estão distribuídas sobre toda a superfície da 
pele, com exceção dos mamilos e partes da genitália 
externa. O número dessas glândulas é incrível - até 3 
milhões por pessoa (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Existem dois tipos de glândulas sudoríferas: as 
merócrinas e as apócrinas (MARIEB, 3ª ed.). 
 
↠ As glândulas sudoríferas écrinas ("secretoras"), 
também chamadas de glândulas sudoríferas merócrinas, 
são as mais numerosas, sendo particularmente 
abundantes nas palmas, nas plantas dos pés e na testa. 
Cada glândula é tubular, enovelada e simples. A porção 
secretora enovelada fica situada na derme; o ducto 
estende-se e abre-se em um poro (por = canal) afunilado 
na superfície da pele (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A secreção das glândulas merócrinas, comumente 
chamada de suor, é um filtrado hipotônico do sangue que 
passa através das células secretoras das glândulas 
sudoríferas, sendo liberado por exocitose (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ As glândulas sudoríferas apócrinas, com um número 
aproximado de 2.000, são confinadas principalmente às 
regiões axilar, anal e genital. Essas glândulas são maiores 
do que as glândulas merócrinas e seus ductos abrem-se 
nos folículos pilosos. A secreção apócrina contém os 
mesmos componentes do suor verdadeiro, além de 
substâncias lipídicas e proteínas. Consequentemente, ela 
é muito viscosa e algumas vezes apresenta uma 
coloração leitosa ou amarelada (MARIEB, 3ª ed.). 
 
 
GLÂNDULAS SEBÁCEAS 
↠ As glândulas sebáceas ("oleosas") são glândulas 
alveolares ramificadas simples encontradas sobre toda a 
superfície do corpo, exceto nas palmas das mãos e nas 
plantas dos pés. Essas glândulas produzem uma secreção 
oleosa chamada de sebo. As células centrais dos alvéolos 
acumulam lipídeos até tomarem-se tão cheias que 
7 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
acabam estourando. Dessa forma, funcionalmente essas 
glândulas são glândulas holócrinas (MARIEB, 3ª ed.). 
O sebo é liberado no folículo piloso ou, ocasionalmente, em um poro 
sobre a superfície da pele. O sebo amacia e lubrifica a pele e os pêlos, 
evita que os pelos se tornem quebradiços e reduz a perda de água 
pela pele quando a umidade externa é baixa. Talvez ainda mais 
importante seja o seu efeito bactericida (antibacteriano) (MARIEB, 3ª 
ed.). 
UNHAS 
↠ Uma unha é uma modificação escamosa da epiderme 
que forma uma evidente cobertura protetora sobre a 
superfície dorsal da porção distal de cada dedo das mãos 
e dos pés (MARIEB, 3ª ed.). 
Hipoderme 
É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de 
maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. É 
a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre 
as estruturas nas quais se apoia (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
FUNÇÕES DO SISTEMA TEGUMENTAR 
↠ A pele e seus anexos executam uma diversidade de 
funções que influenciam o metabolismo corporal e evitam 
que os fatores externos perturbem a homeostase. Devido 
a sua localização superficial, ela é o sistema orgânico mais 
vulnerável, exposto às bactérias, à abrasão, a 
temperaturas extremas e substâncias químicas nocivas 
(MARIEB, 3ª ed.). 
PROTEÇÃO 
↠ A pele constitui pelo menos três tipos de barreiras: 
química, física e biológica (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ As barreiras químicas incluem as secreções da pele e 
a melanina. Apesar das bactérias serem abundantes na 
superfície da pele, o baixo pH das secreções desse órgão, 
chamado de manto ácido, retarda sua proliferação. Além 
disso, muitas bactérias são completamente eliminadas 
pelas substâncias bactericidas do sebo. As células da pele 
também secretam um antibiótico natural chamado de 
defensina humana, o qual literalmente abre poros na 
bactéria fazendo-a parecer uma peneira. A melanina 
fornece um pigmento químico protetor que previne 
danos das radiações UV às células vivas da pele (MARIEB, 
3ª ed.). 
↠ As barreiras físicas ou mecânicas são fornecidas pela 
continuidade da pele e pela resistência de suas células 
queratinizadas (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ As barreiras biológicas incluem as células de 
Langerhans (dendríticas) da epiderme, os macrófagos da 
derme e o próprio DNA. As células de Langerhans são 
elementos ativos do sistema imunológico. Para a resposta 
imunológica tornar-se ativada, as substâncias estranhas, ou 
antígenos, devem ser apresentadas para os leucócitos 
chamados de linfócitos. Na epiderme, esta função é 
desempenhada pelas células de Langerhans. Os 
macrófagos da derme constituem uma segunda linha de 
defesa para eliminar vírus e bactérias que tenham 
conseguido penetrar a epiderme. Eles também atuam 
como células "apresentadoras" de antígenos. Apesar da 
melanina fornecer um protetor solar químico muito bom, 
o próprio DNA pode ser considerado biologicamente 
efetivo no que diz respeito à proteção solar. Os elétrons 
das moléculas de DNA absorvem a radiação, UV, 
transferindo-a para o núcleo atômico, o que provoca seu 
aquecimento, fazendo-o vibrar vigorosamente. 
Entretanto, como o calor dissipa-se instantaneamente 
para as moléculas de água circundantes, o DNA converte 
a radiação potencialmente destrutiva em calor inofensivo 
(MARIEB, 3ª ed.). 
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL 
↠ Lembre-se de que a termorregulação é a regulação 
homeostática da temperatura corporal. A pele contribui 
para a termorregulação de dois modos: liberando suor 
em sua superfície e ajustando o fluxo de sangue na 
derme. Em resposta a uma elevada temperatura 
ambiental ou ao calor produzido pelo exercício, a 
produção de suor pelas glândulas sudoríferas écrinas 
aumenta; a evaporação do suor na superfície da pele 
ajuda a diminuir a temperatura corporal.Além disso, os 
vasos sanguíneos na derme dilatam; consequentemente, 
mais sangue flui pela derme, aumentando o calor perdido 
pelo corpo. Em resposta a temperatura ambiental baixa, 
a produção de suor pelas glândulas sudoríferas écrinas 
diminui, ajudando a conservar o calor. Além disso, o calibre 
dos vasos sanguíneos na derme da pele diminui, 
reduzindo assim o fluxo de sangue pela pele e a perda 
de calor do corpo. Além disso, as contrações no músculo 
esquelético geram calor corporal (TORTORA, 14ª ed.). 
RESERVATÓRIO DE SANGUE 
↠ O suprimento vascular da derme é vasto e pode 
armazenar grandes volumes de sangue (cerca de 5°/o 
do volume de sangue de todo o corpo). Quando outros 
órgãos, como os músculos em atividade vigorosa, 
necessitam de um suprimento sanguíneo maior, o 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
sistema nervoso causa constrição dos vasos sanguíneos 
da derme. Isso desvia mais sangue para dentro da 
circulação geral, tornando-o disponível para os músculos 
e outros órgãos (MARIEB, 3ª ed.). 
EXCREÇÃO E ABSORÇÃO 
↠ A pele normalmente desempenha um papel pequeno 
na excreção, a eliminação de substâncias do corpo, e na 
absorção, a passagem de material do ambiente externo 
para as células do corpo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Além de remover água e calor do corpo, o suor 
também é o veículo para a excreção de pequenas 
quantidades de sais, dióxido de carbono e duas moléculas 
orgânicas resultantes do metabolismo de proteínas – 
amônia e ureia (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A absorção de substâncias hidrossolúveis através da 
pele é negligenciável, porém determinados materiais 
lipossolúveis penetram na pele. Eles incluem vitaminas 
lipossolúveis (A, D, E e K), alguns fármacos e os gases 
oxigênio e dióxido de carbono (TORTORA, 14ª ed.). 
SENSIBILIDADE CUTÂNEA 
↠ A pele é suprida abundantemente por receptores 
sensoriais cutâneos, os quais são, na realidade, parte do 
sistema nervoso (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Uma das funções mais importantes da pele, graças à 
sua grande extensão e à sua abundante inervação 
sensorial, é receber estímulos do meio ambiente, já que 
ela é o receptor sensorial mais extenso do organismo. 
Além das numerosas terminações nervosas livres 
localizadas na epiderme, nos folículos pilosos e nas 
glândulas, existem receptores encapsulados e não 
encapsulados na derme e na hipoderme, sendo mais 
frequentes nas papilas dérmicas. As terminações nervosas 
livres são sensíveis ao toque e à pressão (receptores 
táteis), bem como a variações de temperatura, e estão 
associadas a dor, coceira e outras sensações (JUNQUEIRA, 
13ª ed.). 
↠ Os receptores encapsulados são os corpúsculos de 
Ruffini, Vater-Pacini, Meissner e Krause. Há evidências que 
mostram que os corpúsculos mencionados não são 
necessários para a sensibilidade cutânea. Muitas áreas da 
pele são desprovidas desses corpúsculos, porém têm 
sensibilidade. No entanto, quando são encontrados, eles 
funcionam como mecanorreceptores. (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
 
SÍNTESE DE VITAMINA D 
↠ Quando os raios solares atingem a pele, moléculas de 
colesterol modificadas que circulam pelos vasos 
sanguíneos dérmicos são convertidas no precursor da 
vitamina D e transportadas pelo sangue para outras partes 
do corpo, onde exercem vários papéis no metabolismo 
do cálcio. Por exemplo, o cálcio não pode ser absorvido 
pelo trato digestório sem a vitamina D (MARIEB, 3ª ed.). 
 
Referências 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., 
Porto Alegra: Artmed, 2008 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.

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