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Matheus A. Bruxel 1 EMBRIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO ASPECTO GERAL: • Muitas patologias estão correlacionadas com a falha do desenvolvimento embrionário à chamadas de má formação congênita • Posicionamento dos órgãos variam de acordo com o desenvolvimento • Associação do intestino primitivo com o sistema nervoso entérico • Posicionamento dos órgãos e dilatações do tubo (intestino primitivo) originando os anexos INÍCIO DA FORMAÇÃO DO SG • Arquêntero se forma a partir da invaginação das células do endoderma • Arquêntero origina a cavidade do sistema • Orifício do arquêntero origina o ânus • Endoderma forma o tubo digestório • Intestino primitivo o Extremidade cranial à membrana orofaríngea o Extremidade caudal à membrana cloacal • Endoderma o Estomodeu à Origina epitélio cranial o Proctodeu à Origina o epitélio caudal DESENVOLVIMENTO DO INTESTINO ANTERIOR – ASPECTOS GERAIS • Originará: o Faringe primitiva o Trato respiratório inferior o Esôfago e estomago o Fígado e pâncreas o Duodeno o Vesículas biliares Matheus A. Bruxel 2 O desenvolvimento ocorre de forma sequencial, logo, é fundamental a comunicação entre as células, temos que: 1. Comunicação parácrina entre célula do endoderma e ectoderma (genes Shh e Ihh) a. Por essa razão é possível direcionar e posicionar o crescimento das células, assim como indicar a apoptose quando necessário b. Durante a janela embriológica, há presença de genes que são expressos apenas em determinados períodos, por essa razão erros genômicos estão intimamente correlacionados com patologias congênitas 1) DESENVOLVIMENTO DO ESÔFAGO O desenvolvimento ocorre na ordem cronológica descrita abaixo: • Início com o tubo se dilatando; • Forma-se 2 cristas, que continuam crescendo • Com o crescimento as cristas acabam se separando, formando o esôfago e a traqueia • A traqueia, dilata-se na base, formando 2 brotos dos pulmões • As células se proliferam de forma craniocaudal Ressalta-se que o epitélio se prolifera obstruindo parcialmente/completamente o lúmen, porém, na 8ª semana ocorre a recanalização. De forma mais detalhada e cronológica, temos que: 1. O esôfago é um duto muito curto, mas que se alonga com rapidez à medida que a faringe cresce em sentido cefálico, e o coração, os pulmões e o diafragma o fazem em direção caudal. 2. De sua parede ventral, nasce o esboço traqueopulmonar. A endoderme que o reveste (epitélio cilíndrico, com algumas células ciliadas) prolifera até ocluir sua luz quase completamente. Matheus A. Bruxel 3 3. Posteriormente, esta se abrirá ao final do período embrionário, e seu epitélio de revestimento se transformará em pavimentoso estratificado. 4. A túnica muscular, que é de tipo estriada em seu terço cefálico, deriva dos arcos faríngeos quarto e sexto e está inervada por ramificaç̧ões do nervo vago (X par). 5. O resto do esôfago possui musculatura lisa, que se desenvolve a partir da meso- derme esplâncnica e recebe inervação vegetativa dos plexos viscerais formados pelos derivados das células da crista neural, que migraram dos níveis cefálicos do tubo neural. DESENVOLVIMENTO DO ESTÔMAGO O desenvolvimento embrionário ocorre ao mesmo tempo em diversos locais (tudo simultâneo!!) • Estrutura tubular • Na quarta semana, inicia-se uma dilatação fusiforme, no sentido ventre-dorsal (não ocorre dilatação lateral inicialmente!) • Na região posterior há mais espaço para sua expansão, formando-se uma curvatura, dando origem à curvatura maior do estomago. • Curvatura menor é originada da parte ventral, pois há menos espaço Matheus A. Bruxel 4 • Ocorre uma rotação do estomago primitivo, devido ao crescimento do baço e demais órgãos • A parte ventral passa a se posicionar para o lado direito e a parte dorsal passa a se posicionar para o lado esquerdo • Durante a dilatação do estomago, ocorre o desenvolvimento do omento à formação da bolsa omental à que posteriormente se dobra à gerando o omento propriamente dito De uma maneira mais sucinta e objetiva, temos que: 1. O estômago é formado como uma dilatação fusiforme cuja borda dorsal cresce com mais rapidez que a borda ventral e forma a curvatura maior. 2. O estômago está unido à parede abdominal posterior pelo mesentério dorsal. Pela frente, o estômago está unido à parede abdominal anterior pelo mesentério ventral. 3. No segundo mês, a mucosa gástrica apresenta dobras e fossetas gástricas. Os tipos celulares diferenciam-se no período fetal, e a secreção de ácido clorídrico inicia pouco antes do nascimento. DESENVOLVIMENTO DO DUODENO • Última parte do intestino anterior a ser desenvolvido (2/3 superiores são derivados do intestino anterior, o 1/3 restante é derivado do intestino médio) • Desenvolve-se juntamente com o estômago • Forma-se a alça duodenal à aspecto de letra “S” • Expansão celular é ventro- dorsal, não ocorrendo lateralmente • Posiciona-se para o lado direito, após ser rotacionado juntamente com o estômago • Destaca-se uma porção de células do endoderma, formando-se um divertículo (divertículo hepático, primórdio do fígado à divertículo possui destaque para a porção ventral, porém, o posicionamento do fígado será definido com a rotação do duodeno e estômago Matheus A. Bruxel 5 • O divertículo hepático origina os cordões hepáticos (primórdio do fígado) Portanto, temos que: 1. O duodeno se desenvolve a partir da extremidade caudal do intestino anterior e da extremidade cefálica do intestino médio. A união entre ambos os segmentos do intestino primitivo se estabelece na desembocadura do colédoco. 2. Como ocorre no esôfago, o lúmen duodenal se oblitera pela importante proliferação do epitélio, mas logo se recanaliza ao finalizar o período embrionário. 3. O mesentério ventral do duodeno e a maior parte de seu mesentério dorsal desaparecem e fica apenas uma pequena porção fibro-muscular que fixa a parte terminal do duodeno à parede abdominal posterior FORMAÇÃO DO FÍGADO E VEÍCULA BILIAR • Fígado se desenvolve anteriormente, empurrando o diafragma para cima, também dando origem ao formato do diafragma • Brotamentos do endoderma da porção caudal do intestino anterior originam o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. • O mesoderma lateral esplâncnico ao redor é responsável pelo tecido conjuntivo desses órgãos. • O fígado, a vesícula biliar e o sistema de ductos biliares surgem como um crescimento ventral – o divertículo hepático – a partir da porção distal do intestino anterior no início da quarta semana. • A porção cranial maior do divertículo hepático é o primórdio do fígado; • A porção caudal menor torna-se o primórdio da vesícula biliar. • As células endodérmicas em proliferação dão origem a cordões entrelaçados de hepatócitos e ao epitélio que reveste a porção intra-hepática do sistema biliar. Matheus A. Bruxel 6 • Os cordões hepáticos se anastomosam ao redor dos espaços revestidos por endotélio, os primórdios dos sinusoides hepáticos. • O fígado cresce rapidamente da quinta até a décima semanas e preenche uma grande parte da cavidade abdominal superior. • A quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para o fígado determina o desenvolvimento e a segmentação funcional do fígado. • Inicialmente, os lobos direito e esquerdo têm aproximadamente o mesmo tamanho, mas logo o direito se torna maior. • A hematopoiese (formação e desenvolvimento de vários tipos de células sanguíneas) começa no fígado durante a sexta semana, conferindo a ele um aspecto avermelhado brilhante. • Por volta da nona semana, o fígado é responsável por aproximadamente 10% do peso total do feto. • A formação de bile pelas células hepáticas começa durante a 12a semana. • A pequena porção caudal do divertículohepático torna-se a vesícula biliar e o pedúnculo do divertículo forma o ducto cístico. • O pedúnculo do divertículo que liga os ductos hepático e cístico ao duodeno se torna o ducto biliar. • Inicialmente, esse ducto liga-se à face ventral da alça duodenal; entretanto, à medida que o duodeno cresce e gira, a entrada do ducto biliar é levada para a face dorsal do duodeno • A entrada da bile no duodeno através do ducto biliar após a 13a semana confere uma cor verde-escura ao mecônio (conteúdo intestinal do feto). DESENVOLVIMENTO DO PÂNCREAS • O pâncreas se desenvolve entre as camadas do mesentério a partir dos brotos pancreáticos dorsal e ventral de células endodérmicas, que surgem da porção caudal do intestino anterior Matheus A. Bruxel 7 • A maior parte do pâncreas deriva do broto pancreático dorsal maior, que aparece primeiro e se desenvolve a uma pequena distância cranial ao broto ventral. • O broto pancreático ventral menor desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno e cresce entre as camadas do mesentério ventral. • À medida que o duodeno gira para a direita e assume a forma de um “C”, o broto é carregado dorsalmente com o ducto biliar • Com a rotação do estômago, duodeno e mesentério ventral, o pâncreas acaba se posicionando ao longo da parede abdominal dorsal (em uma posição retroperitoneal). À medida que os brotos pancreáticos se fundem, seus ductos se anastomosam, ou se abrem dentro um do outro. • O ducto pancreático se forma a partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal. • A parte proximal do ducto do broto dorsal em geral persiste como um ducto pancreático acessório que se abre na papila duodenal menor, localizada aproximadamente 2 cm cranial ao ducto principal. • Os dois ductos frequentemente se comunicam um com o outro. Em aproximadamente 9% das pessoas, os ductos pancreáticos não se fundem, resultando em dois ductos.
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