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1 GESTÃO DA DEMANDA E DO ESTOQUE 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................... 3 Demanda ................................................................................. 4 Papel da Gestão da Demanda na Cadeia de Suprimentos ..... 5 Gestão da Demanda e Nível de Serviço aos Clientes ............. 6 Previsão de demanda .............................................................. 7 Qual importância da previsão de demanda para a gestão de estoque? ........................................................................................... 11 Métodos de previsão de demanda ......................................... 12 Técnicas de Gestão da Demanda.......................................... 14 Gestão e Gerenciamento de Estoque .................................... 16 Sistemas Integrados de Gestão Aplicados aos Estoques ...... 19 Tipos de Estoque e Controle ................................................. 23 Objetivo do Controle de Estoque ........................................... 26 CONCLUSÃO ........................................................................ 29 REFERENCIAS ..................................................................... 31 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Para que as organizações sejam mais competitivas diante dos seus concorrentes é muito importante que exista uma integração das técnicas de previsão de demanda e controle de estoques, pois com a integração dos métodos mostra-se para a empresa qual o momento que se deve investir novamente no produto trazendo benefícios a ela. Visto que a previsão de demanda é o estudo onde se prevê qual a quantidade que será demandada futuramente, e o controle dos estoques são os métodos que irão auxiliar a empresa a manter o estoque mais adequado, sem excessos por saberem a hora certa de repor, e que atendam a demanda prevista sem ocorrer faltas. As empresas encontram-se em um cenário de concorrência cada vez maior e, consequentemente, o grau de exigência dos clientes aumenta em função da oferta de produtos iguais ou semelhantes que existem no mercado. Devido a isso, as organizações mantêm elevado número de produtos e um grande estoque para atender o mix de produto demandado. Ballou (2009) explica que as demandas sofreram um grande aumento, consumidores requisitam mais variedades de produtos, desta forma as empresas aumentam os níveis de estoques e como consequência crescem os custos. Costa et al. (2012) complementam que os estoques são mantidos pelos seguintes motivos: para suprir os erros de previsão, o nível de serviço que a empresa terá com seu consumidor, o atraso com fornecedores e as incertezas que o mercado apresenta. Deste modo, estoques auxiliam para que não ocorram faltas e com isso a empresa consiga atender a sua demanda. Organizações que trabalham com um sistema empurrado necessitam de investimento antecipado (TAYLOR, 2005), pois produtos são adquiridos antes que a venda seja concretizada e com isso precisam estar em constantes mudanças internas e externas, para reduzir custos e manter um produto de qualidade com alto nível de serviço, a fim de se tornarem mais competitivas. Neste contexto, para que os estoques tragam benefícios para a empresa, a previsão de demanda e o controle de estoques são fundamentais, pois a 4 previsão irá gerar valores que serão utilizados como input no controle dos estoques. Já o controle auxiliará a determinar qual a quantidade que deve ser mantida em estoque e o momento que deve ser realizada uma nova compra, para não comprometer valores desnecessários em estoques. É importante que toda empresa tenha por objetivo reduzir os custos de manter estoques a um nível de serviço desejável. Para isso, a integração de técnicas de previsão de demanda com o controle dos estoques é fundamental para que o objetivo seja atingido. Demanda A demanda de um determinado bem é dada pela quantidade de bem que os compradores desejam adquirir num determinado período de tempo. A demanda não é uma variável sob controle direto do fornecedor e tem um impacto significativo na cadeia de suprimento. Ela é influenciada por fatores tais como preços praticados pelas concorrentes, publicidade, nível de atividade econômica, necessidades momentâneas do cliente, acessibilidade do serviço, etc. A Gestão da Demanda está relacionada com a habilidade de prever a demanda, com o canal de comunicação com o mercado, no poder de influência sobre a demanda, na habilidade de cumprir prazos, e de priorizar e alocar os recursos disponíveis. A Gestão da Demanda deveria ser de responsabilidade das áreas comercial (marketing e vendas) e planejamento, em conjunto. Se a gestão fica por conta somente da área comercial, em alguns casos, existe a manipulação de previsão de superestimar para induzir uma grande produção e garantir a disponibilidade de produtos finais para venda ou de subestimar para que as vendas reais ultrapassem as previsões. Se a gestão fica por conta somente da área de planejamento, as previsões são feitas apenas com dados históricos de pedidos. 5 Papel da Gestão da Demanda na Cadeia de Suprimentos Uma série de fatores de natureza social, política, econômica, climática, etc. exercem influência sobre a demanda. Descobrir os elementos que condicionam a demanda e entender seus efeitos sobre a cadeia de Suprimentos requer coleta de dados, que auxiliam o fornecedor a determinar que mecanismos podem ser mais efetivos para influenciar a demanda, a verificar se sua capacidade deve permanecer no nível que está e a antever os impactos em sua cadeia de suprimentos. A estratégia de acompanhamento da demanda tem limitações relacionadas à cadeia de suprimentos. Não é economicamente viável estar continuamente investindo e desinvestindo em instalações, equipamentos, pessoal, estoques, etc. Assim, a estratégia de nível de serviço é a mais recomendada, consistindo o problema em decidir que percentual da demanda máxima esperada a empresa quer atender e o comprometimento desejado do nível de serviço, do resultado da empresa (custo de capital) e do custo de oportunidade (maior venda ou premium de preço). Os erros de previsões de demanda tem significativos impactos na cadeia de suprimentos e podemos citar: Maior trabalho de comunicação – interna e externa da empresa, de modo a minimizar o impacto dos erros de previsão. Como os estoques são um importante mecanismo de amortecimento da discrepância e flutuação da demanda, dependendo do volume, estes podem vir a representar de um adois terços dos custos logísticos, levando a empresa a despender recursos não previstos, visando se desfazer (efetuar descontos) ou recompor (por exemplo trabalhar em horas extras) os estoques, quando de uma flutuação imprevista da demanda. A sistematização dos erros de previsão de demanda desvincula a administração dos estoques e o ritmo de trabalho da real demanda dos produtos acabados, gerando aumento do estoque de produtos acabados e baixa flexibilidade de resposta da cadeia. 6 Pela variação brusca do estoque, pode ocorrer uma redução do estoque de segurança, contra escassez de matérias-primas, atrasos de pedidos, paralisação da linha de produção, problemas com fornecedores, problemas de qualidade na matéria-prima ou produto, ocorrências na fase de transporte, causando um desbalanceamento da cadeia de suprimentos e consequentemente redução da flexibilidade, atrasos de entrega, aumento do estoque (como redução do risco demanda) e perda de vendas. Como as previsões de demanda determinam a escala de produção, as estratégias de compras e as aquisições e decisões de inventário da fábrica, o custo de atingir níveis elevados de produção, para atender aos picos de demanda, tornam-se bastante elevados, no tocante à horas extras, manutenção dos equipamentos, custo de compras e de almoxarifado. Gestão da Demanda e Nível de Serviço aos Clientes Dado todo o avanço tecnológico, o mercado cada vez mais competitivo e exigente, os desafios para as organizações passam a ser a sua restruturação para tornar-se uma entidade que tenha capacidade de responder com rapidez e flexibilidade às exigências dos clientes e ainda manter-se num nível de rentabilidade satisfatório. Para que a empresa alcance este objetivo a gestão da demanda desempenha um papel estratégico e importante, já que boa parte do planejamento de uma empresa deverá estar voltado principalmente para as expectativas de venda futura, que é a base para a empresa decidir se deve investir (ou não) no que e quando. Em uma situação ideal em que não houvesse variabilidade e incertezas de demanda, seria um processo relativamente simples, produzir somente o que o mercado irá consumir; Porém como isso não ocorre no mercado real, é preciso se planejar para quantidade que se irá produzir dentro de uma previsão de demanda na qual se inclui estas incertezas; Para isso os gestores podem optar pelo acompanhamento da Demanda pela produção, o que pode não ser economicamente viável, e de fácil aplicação, já que este é um processo que exigirá a ativação ou desativação de recursos na mesma velocidade que a 7 demanda aumenta ou diminui. Já a estratégia de nível de serviço consiste em decidir que percentual da capacidade máxima esperada a empresa quer atender. Se a decisão é Ter capacidade para atender o pico da demanda, isto significa assumir os custos de ociosidade nos períodos de demanda normal. Esta opção pode ser justificada quando as margens de lucro obtidas por ocasião da demanda máxima, cobrirão o custo da baixa utilização nos períodos normais. Tanto a ociosidade quanto a insatisfação dos clientes não atendidos, são situações indesejáveis quando se trabalha com a fixação de um percentual de nível de serviço; o ideal é encontrar o equilíbrio entre capacidade e demanda naqueles períodos em que a oferta supera a demanda ou naqueles em que a demanda é maior que a capacidade. Porém mais importante do que atender a toda a demanda, ou parte dela, é ter a preocupação de fazê-lo na melhor qualidade possível, pois esta é a única forma de que a empresa dispõe de não perder sua fatia de mercado. Previsão de demanda A previsão de demanda é um dos primeiros processos para uma gestão de estoques ter êxito, pois o planejamento empresarial depende da quantidade de produto que será demandada (BALLOU, 2009). Dias (2010) complementa que a previsão de consumo é o início para determinar quais os itens que serão demandados pelo consumidor, sabendo que o objetivo dessa previsão não é para estipular metas de vendas, mas, sim estabelecer quantidades que serão adquiridas de acordo com a capacidade empresarial. Prever a demanda é importante para qualquer empresa, pois é através da antecipação de situações, que acontecerá todo o planejamento estratégico visando o melhor produto e quantidades que possa atrair e atender o consumidor (RUSCHEL; WERNER; LEMOS, 2007). 8 Ritzman (2004) afirma que prever a demanda é um desafio para qualquer empresa e se torna uma árdua tarefa, pois bens e serviços têm uma rápida variação em seus modelos. Ballou (2001) complementa que projeções de demandas são fundamentais para toda a empresa, pois afetam diretamente a estrutura geral dos negócios como capacidade e necessidades financeiras. Gonçalves (2013a) também explica que previsões não são totalmente corretas, por esse motivo quanto maior for o período mais fácil ainda de estarem incorretas. Vitorino (2012) explica que não é fácil projetar estoques com as oscilações que as demandas sofrem, dessa forma é quase impossível acertar a previsão da demanda exata sem que ocorram erros com sobra ou falta de produtos. Entretanto Gonçalves (2013a) complementa que se os produtos forem classificados por grupos e possuírem períodos menores, essa previsão conseguirá chegar o mais perto da real demanda. De acordo com Ballou (2006), é através das previsões de demanda que se estima volumes de produtos e serviços. Já Grant (2012) explica que os espaços físicos que armazenam os produtos também são influenciados através da previsão de demanda, pois quanto maior a previsão, maior a quantidade de material que precisará ser estocado. No Quadro abaixo são mostrados os tipos de demandas. Conforme Ballou (2001), é muito importante identificar em que tipo de demanda cada item do estoque se enquadra, para assim ser adquirido ou produzido de acordo com a necessidade. Demanda permanente Necessita de ressuprimento de estoque contínuo e periódico. Cada item do estoque tem uma previsão de quando comprar e quanto cada lote deve ter. Demanda Sazonal O ressuprimento é feito em apenas uma vez. São produtos com ciclos muito curtos (da moda), ou ciclo anual de demanda. Produtos com comportamento instável e projeções de venda muito 9 Demanda irregular difícil. Quando os tempos de ressuprimento são pouco flexíveis e muito longos necessita-se de uma previsão precisa. Demanda em declínio Planejar quando e quanto deve ser estocado as peças de reposição. Prever a demanda das reposições até o final das vendas. Demanda derivada Prever quanto e quando produzir através das previsões dos produtos acabados. As quantidades de ressuprimento são calculadas e programadas através da quantidade prevista de produtos acabados. Ainda de acordo com Gonçalves (2013a), a previsão de demanda, além de projetar a demanda futura com os estoques mais adequados, também auxilia na escolha do menor estoque de segurança sem que o nível de serviço seja afetado. É através das previsões que ocorrem todas as programações de uma empresa, por conta disso precisa-se ter bem definido qual o modelo que será utilizado, já que na previsão são os dados passados que determinam as futuras vendas, e as predições nada mais são que a antevisão do que o mercado irá comprar. Segundo Consul e Werner (2010), por mais que as previsões não sejam totalmente corretas por conta de toda a sazonalidade e complexidade que envolve o mercado, é através delas que gestores tomam decisões referentes ao preparo do ambiente para o período desejado. Deste modo a organização compreende uma visão de como o mercado pode vir a se comportar, prevendo acontecimentos e planejando como lidar com eles. Para Gonçalves (2013b), previsões não são perfeitas, como o mesmo nome jádiz é uma “previsão” do que poderá acontecer com as vendas futuras. Vitorino (2012) complementa afirmando que o jeito é planejar através das técnicas de previsão, no caso de produtos antigos através de históricos de 10 venda, e, produtos novos, possuir uma boa pesquisa de mercado, visto que, sem previsão, não tem como saber qual será o comportamento do mercado. Prever demanda é uma função indispensável mesmo sendo complexa diante dos cenários de sazonalidades e modas que englobam os mercados hoje em dia. Conseguir ter o melhor estudo de demanda projeta a empresa diante da competitividade, pois permitirá atender o cliente no momento em que ele precisar, resultando um alto nível de serviço (BONOTTO; FOGLIATTO, 2015). Para Slack et al. (1996), a demanda pode ser descrita de duas formas diferentes. A primeira é a demanda dependente que contenha dados sólidos para prever a direção da demanda futura como demostra a Figura. O segundo modo de demanda, é a demanda independente que não possui informações concretas, apenas dados passados, mas que sofrem mudança entre uma previsão e outra, palpites de clientes e concorrente ou ainda uma previsão incerta por parte da gestão de como o mercado irá se comportar como mostra a Figura. 11 De acordo com Moura (2004), a demanda independente apenas depende das circunstâncias do mercado, e não da demanda de outro item. E a demanda dependente que são itens que serão usados na produção de um produto para posterior comercialização, esse tipo de demanda depende da expectativa da empresa. Qual importância da previsão de demanda para a gestão de estoque? A previsão de demanda é uma variável muito importante para a gestão de estoque. E essa gestão é a principal preocupação ao se realizar a análise mercadológica de preferência por um ou outro produto. Em muitos casos, as empresas fazem seus pedidos sem conhecerem totalmente a demanda. Por isso, a previsão ajuda na tomada de decisão para que não sobrem nem faltem produtos. Além disso, existem vários outros impactos positivos ao se prever uma demanda. Utilização mais inteligente do espaço físico, redução de custos operacionais, e planejamento orçamentário mais preciso são os mais relevantes. Além disso, a comunicação entre as áreas da empresa passa a ser melhor orientada, os processos otimizados e, com isso, a empresa ganha competitividade no mercado. 12 Métodos de previsão de demanda Grant (2012) explica que vários são os modelos de previsão de demanda, sendo basicamente os métodos quantitativos e qualitativos as duas formas mais utilizadas para se classificar os métodos de previsão de demanda. Para método quantitativo são usados dados reais de vendas passadas, que podem ser avaliados e conferidos, para assim conseguir estabelecer as demandas futuras. A previsão quantitativa baseia-se totalmente em dados das demandas anteriores, com o auxílio de fundamentos matemáticos que pesquisam séries temporais e modelos casuais, para assim projetar a demandada futura (RUSCHEL; WERNER; LEMOS, 2007). O método quantitativo prevê a demanda através de dois princípios: (i) princípios casuais onde a demanda é movida por conta de previsões de outras empresas com metas de produção estabelecida, no qual se oferece um produto ou serviço fixo. Ou ainda (ii) princípios não-casuais que são os dados passados relevantes que ajudam a determinar a demanda futura (CONSUL; WERNER, 2010). Dias (2010) complementa que para ter uma previsão de consumo através dos métodos quantitativos, serão necessários todos os históricos passados das vendas diretas em princípios não casuais. Já para métodos casuais será necessário possuir fatores (população, renda e PIB), e também ter o conhecimento da influência da “moda” sobre as vendas. Gonçalves (2013a) complementa explicando que os métodos quantitativos possuem sua previsão analisada através das informações já existentes. Mas esse método tem que ser bem analisado com modelos matemáticos, pois o consumo futuro nunca terá o mesmo comportamento ao que passou. O método qualitativo enfatiza uma opinião da percepção de especialistas que trabalham e entendem do mercado foco (CONSUL; WERNER, 2010). Conforme Grant (2012), o método qualitativo tem como principal modo de pesquisar critérios, técnicas comparativas e intuição, para obter uma estimativa sobre as futuras demandas. 13 Dias (2010) também complementa que opiniões de gerentes, vendedores e compradores são analisadas juntamente com pesquisas de mercado, para então formar qual a quantidade prevista que será demandada. A previsão pelo método qualitativo é abstrata, por não se possuir dados concretos e significativos, conta-se apenas com uma perspectiva do que o mercado irá consumir e não o conhecimento efetivo do ambiente. Um dos métodos mais aplicados entre os vários existentes é o de utilizar dados históricos de demandas passadas, de produtos semelhantes (RUSCHEL; WERNER; LEMOS, 2007). Para Gonçalves (2013a) os métodos qualitativos são aplicados quando há ausência de conhecimento, ou em projeções de novos produtos. Essa metodologia apoia-se na opinião de que possuem o conhecimento ou a intuição de como o mercado irá se comportar. Ainda de acordo com Ruschel, Werner e Lemos (2007), cada vez mais as organizações querem que suas previsões consigam chegar o mais perto da real demanda, e para que isso aconteça os dois métodos quantitativos e qualitativos se integram na busca do melhor resultado. Assim, as vantagens de cada método se complementam, para que a visão do futuro e a rigorosidade de dados cheguem aos resultados mais adequados para a empresa. Realiza-se a união dos métodos quantitativos e qualitativos para alcançar o melhor resultado possível da previsão final, pois a junção do entendimento com os modelos matemáticos pode trazer bons resultados à empresa, em questão de economias, nível de serviço com o cliente e competitividade, já que a previsão se tornou primordial para que uma empresa seja eficiente e eficaz nos seus negócios (BONOTTO; FOGLIATTO, 2015). 14 Técnicas de Gestão da Demanda O planejamento da demanda deve ser iniciado com o plano de previsão de vendas, que é elaborado com base em dados históricos de venda, informações do pessoal que tem o contato com os clientes e informações de imprensa e mercado. Após análise, verifica-se a estimativa de consumo no futuro. Esta estimativa poderá ser influenciada negociando por meio de propaganda, promoção e prazo de entrega. Nota-se que, nem toda a quantidade prevista de consumo no futuro, pode vir a ser a quantidade prevista de produção da empresa. Assim, cabe a empresa decidir a qual cliente vender. O processo de previsão de vendas é muito importante na gestão da demanda. Dificilmente, uma empresa faz uma previsão 100% correta. A incerteza da previsão de vendas se dá pelo mercado que é bastante instável e pela qualidade do sistema de previsão de vendas da empresa, que é um conjunto informações de dados históricos de venda, comportamentos atípicos e variáveis de vendas passadas, situação atual e previsão de variáveis que afetariam as vendas do futuro, economia atual e no futuro, informação de clientes para verificar comportamento de compra futura, informações sobre decisões área comercial que afetariam o comportamento das vendas. Procedimentos da previsão de vendas a serem adotados pelas empresas: Ao horizonte de previsão (curto, médio ou longo prazo): 15 1) Curto prazo: utiliza-se a hipótese de que o futuro seja uma continuação do passado; ou seja, as mesmas tendências de crescimento ou declínio observadas no passado, devem permanecer no futuro. 2) Médio prazo: estabelece-se as relações entre as vendas do passado e outras variáveis que expliquem seucomportamento. 3) Longo prazo: leva-se em consideração mudanças tecnológicas, de design e introdução de produtos substitutos. Tipo de produto (classe A, B ou C, novo ou já existente); Tipo de decisão a ser tomada (o departamento que vai usar a previsão). As técnicas para previsão de vendas são: Dados históricos de vendas, período a período; Informações relevantes que expliquem comportamentos atípicos das vendas passadas; Dados de variáveis correlacionadas as vendas que ajudem a explicar o comportamento das vendas passadas; Situação atual de variáveis que podem afetar o comportamento das vendas no futuro; Previsão da situação futura de variáveis que podem afetar o comportamento das vendas no futuro; Conhecimento sobre a conjuntura econômica atual e previsão da conjuntura econômica no futuro; Informações de clientes que possam indicar seu comportamento de compra futura; Informações sobre decisões da área comercial que podem influenciar o comportamento das vendas. 16 Gestão e Gerenciamento de Estoque Toda empresa possui um depósito utilizado para armazenar seus materiais utilizados nas atividades desenvolvidas no seu cotidiano, seja uma indústria ou empresas de serviços, todas de alguma forma possuem estoques. O estoque deve funcionar como elemento regulador do fluxo de materiais da empresa, isto é, como a velocidade com que chega à empresa é diferente da que sai, há necessidade de certa quantidade de materiais, que hora aumenta hora diminui amortecendo as variações (PROVIN; SELLITTO, 2011). De acordo com Ballou (2006), estoques são pilhas de matérias-primas, insumos, componentes, produtos em processo e produtos acabados que aparecem em numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção da empresa. Já Martins e Campos Alt(2009), afirmam que estoque é o acúmulo armazenado de recursos materiais em um sistema de produção e/ou operações. Estoque são quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho quanto matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção (MOREIRA, 1996 apud BORGESet al,2010). Assim, o estoque não é apenas os produtos que estão armazenados nos depósitos, mas também deve-se levar em consideração os produtos que estão expostos nas prateleiras em exposição para o consumidor. O gerenciamento de 17 estoque surge com a necessidade de controlar tudo que entra através da compra de produtos de diversos segmentos, visto que o mesmo sairá através de venda direta para o consumidor, portanto, neste período esses materiais que ficam nos depósitos ou no ambiente produtivo são considerados como estoque. O ato de controlar a quantidade de produto armazenado, decidir quando fazer uma nova compra, a organização e distribuição por lotes ou datas, identificação, classificação e outros, pode-se denominar de gerenciamento de estoque ou de gestão de estoque. Gerenciamento de estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas às políticas da empresa e da cadeia de valor com relação aos estoques. A abordagem reativa ou provocada usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de distribuição (BALLOU, 2006). Estoque é definido como armazenamento de recursos materiais em um sistema de transformação, todos os tipos de operação mantêm um estoque qualquer tipo de operação produtiva tem diversos tipos de materiais armazenados e/ou estocados. A gestão de estoques visa elevar o controle de custos e melhorar a qualidade dos produtos guardados na empresa. As teorias sobre o tema normalmente ressaltam a seguinte premissa: é possível definir uma quantidade ótima de estoque de cada componente e dos produtos da empresa, entretanto, só é possível defini-la a partir da previsão da demanda de consumo do produto (DIAS, 2010). É de conhecimento geral de que todas as organizações devem ter um almoxarifado, um controle de seus pertences, seus estoques, para poder administrar bem tudo que entra e saí na organização. Por isso o gerenciamento de estoque é significativo para as organizações. O gerenciamento de estoque surgiu para suprir a necessidade das empresas em controlar todo o fluxo de materiais como o período de cada um dentro dos armazéns e/ou estoques, a quantidade mantida em cada compartimento, a periodicidade de reposição, entre outros. No Brasil os estudos modernos de gerenciamento de estoque só começaram na década de 50 e até hoje os resultados são muito satisfatórios. Neste contexto, Viana (2000) afirma que “em qualquer empresa, os estoques representam componentes extremamente significativos, seja sob aspectos econômicos financeiros ou operacionais críticos”. 18 Bowersoxet al (2006), dizem que o gerenciamento de estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas às políticas da empresa com relação aos estoques. A abordagem usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos para a distribuição. Entende-se por política de estoque o conjunto de atos diretivos que estabelecem, de forma global e específica, princípios, diretrizes e normas relacionadas ao gerenciamento (SLACK et al, 2009). Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem e de distribuição; nível de atendimento das necessidades dos usuários consumidores etc. Gerenciamento de estoque nada mais é do que fazer um total planejamento de como controlar os materiais dentro da organização, trabalhando exatamente com base no que a empresa necessita para as determinadas áreas de estocagem, objetivando manter o equilíbrio entre estoque e consumo. Este controle pode ser mais bem aplicado por meio de sistemas integrados de gestão. Na maioria dos casos o custo decorrido da permanência de estoques pode ser tão relevante como o custo envolvido em sua falta, por esta razão, faz- se necessário um efetivo processo de gestão (LOPES; LIMA, 2008). Para Bremer e Lenza (2000) apud Lopes e Lima (2008), o gerenciamento de materiais estabelece uma política de estoque para os itens envolvidos no processo de produção, além de mensurar a necessidade líquida desses itens em certo momento. A fim de minimizar os custos da manutenção dos materiais no almoxarifado faz-se necessário a análise criteriosa de quanto pedir, a data em que o pedido deverá ser realizado e a forma com que esses estoques serão controlados (LOPES; LIMA, 2008). 19 Sistemas Integrados de Gestão Aplicados aos Estoques O desafio do gestor de estoques é saber quando e quanto ressuprir de cada material e quanto se deve manter em estoque de segurança (KUNIGAMI; OSÓRIO, 2009). A gestão de estoques é considerada como elemento fundamental para a redução e o controle dos custos totais e melhoria do nível de serviço prestado pelas empresas (WANKE, 2003apudKUNIGAMI; OSÓRIO, 2009). Desde que o homem começou a manusear instrumentos e a desenvolver as máquinas para a produção de bens de consumo, com a chegada da implantação da produção em série, bem como a difusão de computadores, as indústrias passaram a estabelecer e dar grande importância aos sistemas de 20 controle de gestão de estoque, como o plano mestre de produção, MRP I, MPR II e o ERP. Segundo Provin e Sellitto (2011), a gestão de estoques tem importância no papel operacional e financeiro das empresas e merecem um grande cuidado na sua gestão. O Plano Mestre de Produção (PMP) ou Programa Mestre de Produção é um documento que mostra quais itens serão produzidos e em que quantidades, durante certo período de tempo. O Plano Mestre de Produção (PMP) é constituído de registros com escala de tempoque contém, para cada produto final, as informações de demanda e estoque disponível atual (SLACK et al, 2009). Usando esta informação, o estoque disponível é projetado à frente no tempo. Quando não há estoque suficiente para satisfazer à demanda futura, quantidades de pedido são inseridas na linha do PMP. Segundo Martins e Campos Alt (2009), MRP I é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto. Ainda, de acordo com Slacket al (2009), o Plano Mestre de Produção (PMP) tem como atividade a gestão de pedidos, que através da uma verificação da capacidade durante o processo de entrada de pedido e da disponibilidade de materiais, possibilita saber se a empresa é capaz ou não de cumprir o prazo estipulado pelo cliente, visando garantir o atendimento do pedido desde o processo de vendas. Posteriormente, o sistema que atendeu grande parte das exigências de gestão de estoque, foi o MRP I (Planejamento das necessidades de materiais). Slacket al (2009), afirmam que o MRP I (Planejamento de Recursos Materiais) consiste em minimizar o investimento em inventário, obtendo o material certo e na quantidade certa e no momento certo. A implantação do MRP I tem por principal objetivo: Diminuir custos de estoque; Controle de produtos perecíveis; Diminuição da improdutividade, ou seja, a produtividade ser afetada por falta de materiais, tempo de preparação, quebra de máquina, hora extra, etc; Diminuição do custo de materiais e transporte; 21 Diminuição do custo de obtenção. O mesmo autor completa que, com a implantação do sistema MRP I pode- se ter alguns benefícios, a saber: Ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e apenas no momento necessário (no último momento possível), visando eliminar estoques, gerando uma série de “encontros marcados” entre componentes de um mesmo nível, para operações de fabricação ou montagem; Gerar ordens de produção e solicitações de compras baseado em uma previsão de vendas. Ou seja, o que o MRP faz é uma projeção do saldo em estoque, calculando as previsões de saída e as necessidades de acordo com os dados disponíveis. Para alcançarem seus objetivos, todas as empresas necessitam de grande interação entre todos os seus departamentos ou processos, se, de fato, assim estar organizada. Essa interação deve dar-se da forma mais eficiente possível, para que os esforços se somem. Segundo Corrêa etal (2007) “o MRPII diferencia-se do MRP pelo tipo de decisão de planejamento que orienta; enquanto o MRP orienta as decisões de o que, quanto e quando produzir e comprar, o MRP II engloba também as decisões referentes à como produzir, ou seja, com que recursos”. Conforme relata Stevenson (2001), os gerentes precisam estar familiarizados com os principais detalhes dos inputs, dos outputs e do processamento do MRP II. Já Corrêa etal (2007), comenta que o MRP II (Planejamento dos Recursos de Manufatura) consiste em um conjunto de atividades que envolvem o planejamento e controle de operações de produção. A implantação do MRP II tem as funções que incluem: Planejamento de produção; Planejamento das necessidades; Calendário geral de produção; Planejamento das necessidades dos materiais (MRP I); Compras. O mesmo autor completa que com a implantação do sistema MRP II as vantagens obtidas tornam-se mais eficientes em termos de redução de estoques, 22 maior rotação de estoques, maior consistência nos tempos de entrega ao cliente e redução nos tempos de mão de obra. Portanto, o sistema MRP II pode fornece aos gestores da empresa os dados e as ferramentas necessárias para a tomada de decisão, escolhas diárias e implementação dos objetivos de curto, médio e longo prazo. Outro sistema integrado e muito importante para a gestão de estoques é o ERP (Planejamento de Recursos Empresariais) onde este sistema facilita o fluxo de informações entre todas as atividades da empresa, desde a fábrica, logística até os principais setores como o financeiro e o administrativo. Trata-se de um banco de dados que opera em uma plataforma comum que interage com um conjunto integrado de aplicações, consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente computacional (SLACK et al, 2009). A grande vantagem deste sistema é a habilidade e rapidez que o sistema possui quando alimentado de informações lançadas nele até o momento da chegada aos setores envolvidos na solicitação do serviço, tudo em tempo real, interagindo com todos os aplicativos e eliminando-se a redigitação de dados, o que assegura a integridade das informações obtidas. Administração de Sistemas é a aplicação dos conhecimentos administrativos ao projeto e a criação de um sistema ou software. Tendo como premissas a definição de metas, a geração criativa de soluções alternativas e a coordenação e o controle das diversas tarefas necessárias para criar-se um software que atenda a necessidade da organização. Seguindo este pensamento, Martins e Campos Alt(2009) dispõem que: O controle de estoque pode ser totalmente informatizado: quando as mercadorias chegam, o leitor ótico registra no sistema. Quando elas são vendidas, o leitor também manda esse dado para o controle de mercadorias vendidas e de estoque, analisando as vendas do mês, comparando-as com outros setores e períodos, e fazendo novos pedidos quando estoque atinge o nível mínimo estipulado. Uma organização deve montar um bom planejamento de recursos empresariais (ERP) que provê a informação básica necessária para gerenciar o dia-a-dia. Incorporam com mais facilidades, novos conhecimentos e mais velocidades nas operações, ganhando um espaço cada vez maior dentro de uma organização, além de controlar melhor seu estoque de produtos. Onde esse sistema é composto por um hardware e um software. 23 Para se obter um bom resultado com esse sistema a empresa deve definir um conjunto abrangente de indicadores de desempenho juntamente com as políticas e objetivos que correspondem a esses indicadores ou necessidades organizacionais e sempre que possível mudar os processos antes da tecnologia. O gerenciamento da mudança eficaz e o treinamento dos usuários são essenciais para adaptar as pessoas aos novos papéis, responsabilidades e sistemas de mensuração de dados. Nos dias atuais, as empresas têm se preocupado bastante em aprofundar-se melhor nas questões teóricas daquilo que muitas vezes elas constantemente fazem no dia a dia sem possuir um controle apropriado dentro dos seus processos e em especial nos tipos de estoque que ela possui. Segundo Pizzocaro (2003) apud Rodrigues e Oliveira (2008), a atividade de gestão de estoques é realizada devido à necessidade de controlar os produtos e seus desperdícios, ou seja, a empresa deve decidir quais os níveis de estoques que são economicamente viáveis manterem. Este tipo de atividade justifica-se em função das vantagens e desvantagens inerentes à existência e níveis de estoques. Esta ação induz características positivas, de permitir a regulação e decomposição do processo de produção, fornecimento de várias opções ao cliente, descontos de aquisição em função da quantidade e proteção contra altas de preços (HEIZER; RENDER, 2001, apud RODRIGUES; OLIVEIRA, 2008). No entanto, por outro lado introduz também componentes considerados negativos. A Gestão de Estoques tem reflexos diretos e significativos na eficiência operacional (desempenho) e nas finanças da empresa (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2008). Portanto, sua gestão deve estar alinhada aos objetivos organizacionais e, para tanto, necessita-se conhecer os tipos de estoque e controles. Tipos de Estoque e Controle 24 Atualmente possuem-se vários métodos de controle de estoque, métodos esses, se utilizados perfeitamente tem um grandeimpacto no caixa da empresa e em seus custos operacionais. Seja qual for o método que uma empresa use as metas para a gestão de estoque são verdadeiras, independentemente da indústria ou do produto. Para Slack et al (2009) “as várias razões para desequilíbrio entre a taxa de fornecimento e de demanda em diferentes pontos de qualquer operação leva a diferentes tipos de estoque”. Arnold (1999) observa que “existem muitas maneiras de classificar estoques. Uma classificação frequentemente utilizada se relaciona ao fluxo de materiais que entra em uma organização, passa por ela e dela sai”. Os principais tipos de estoques dentro de uma empresa são: a) Matéria - prima: são itens comprados e recebidos que ainda não entram no processo de produção; b) Produtos em processo: matérias – primas que já entraram no processo de produção e estão em operação; c) Produtos acabados: são os produtos que saíram do processo de produção e aguardam para serem vendidos como itens completos. As empresas devem atribuir uma importância muito variada aos tipos de estoques. Sendo eles essenciais para o funcionamento de qualquer empresa. Eles buscam minimizar os investimentos dentro dos estoques, observando as 25 suas necessidades onde ele possibilita que sejam atendidos de forma satisfatória os processos por ele realizados. O controle de estoque surgiu para suprir uma necessidade das organizações de controlar melhor seu material. Antigamente era controlado manualmente através de fichas de prateleiras ou por fichas de controle, inclusive até hoje ainda existem empresas que trabalham com um desses sistemas, assim com o desenvolver das informações e tecnologias a era da informática aprimorou o controle de estoque substituindo os antigos, por informatizado (VIANA, 2002). De acordo com Moreira (2008), há dois pontos principais segundo os quais a gestão de estoques adquire grande importância e merece cuidados especiais: o operacional e o financeiro. Percebe-se então que a gestão de estoques surgiu como uma atividade de gerenciamento necessária para reduzir o desnivelamento entre o fornecimento e a demanda de forma economicamente viável. Segundo Viana (2000): Qualquer que seja o método é fundamental a plena observância das rotinas em prática a fim de se evitar problemas de controle, com consequências no inventário, que redundam em prejuízos para a empresa. Controle de estoque é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos seja numa indústria ou no comércio. O controle de estoque deve ser utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas. O primeiro passo para conseguir um bom controle de estoque é ter um bom e confiável sistema que lhe auxilie na administração de todo o material de forma que ele consiga ainda realizar suas outras funções. Conseguir proporcionar o produto certo, no tempo exato para o consumidor, sem que a empresa necessite da manutenção do mesmo nos estoques é praticamente impossível para o ramo de comércio. Manter certo nível mínimo de estoques torna-se necessário para a empresa (BALLOU, 2006). Contudo, a manutenção dos estoques tem a incidência de custo de armazenagem ou manutenção física e custo financeiro do investimento do capital de giro. Por isso é necessário um processo de gestão eficiente dos mesmos. O gestor financeiro deverá manter o controle do estoque por tipo de mercadorias/produtos existentes na empresa, da seguinte forma: registrar no 26 controle de estoque as quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias/produtos adquiridos e produtos vendidos; calcular no controle de estoque o saldo em quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias/produtos que ficaram em estoque; periodicamente, confirmar se o saldo apurado no controle de estoque bate com o estoque físico existente na empresa (DIAS, 1995). Palomino e Carli (2008) assinalam que a alta competitividade do mercado atual induz as empresas a buscar todas as vantagens competitivas possíveis em relação aos seus concorrentes. Assim, os estoques, por representarem um significativo investimento de capital, devem ser vistos como um fator potencial de geração de negócios, lucros ou mesmo agregação de valor por meio de um gerenciamento eficiente, a partir das funções e controles de estoques. De acordo com Dias (1995): Inicialmente devem-se descrever suas funções principais que são: determinar o que deve permanecer em estoque; quando se devem reabastecer os estoques período; quanto de estoque será necessário para um período predeterminado; acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque; receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; controlar os estoques em termos de quantidades e valor e fornecer informações sobre a posição do estoque; manter inventários periódicos para avaliações das quantidades e estocados; e identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados. Diante dos autores, pode-se considerar que os principais tipos de estoque encontrados em uma empresa industrial são: matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados e peças de manutenção. As principais vantagens decorrentes do sistema de controle de estoque. São: maior disponibilidade de capital para outras aplicações; redução dos custos de armazenagem; redução dos custos de paradas de máquina por falta de material; redução dos custos dos estoques que envolvem diminuição do número de itens em estoque; redução dos riscos de perdas por deterioração; redução dos custos de posse de estoque. Objetivo do Controle de Estoque O objetivo do controle de estoque é também financeiro, pois a manutenção de estoques é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que 27 o capital investido seja minimizado. Ao mesmo tempo, não é possível para uma empresa trabalhar sem estoque. Segundo Ballou (1993, p. 204), os estoques possuem uma série de objetivos, como: Melhorar o nível de serviço; Incentivam economias na produção; Permitem economia de escala nas compras e no transporte; Agem como proteção contra aumentos de preços; - Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; Servem como segurança contra contingências. Portanto, um bom controle de estoque passa primeiramente pelo planejamento desse estoque. Quais produtos ou matérias-primas oferecem vantagens ao serem estocadas? Para saber a resposta é preciso levar em conta a data de entrega do fornecedor, perecibilidade, demanda, entre outros fatores. Esse levantamento irá determinar o que e quanto deverá permanecer em estoque, a periodicidade da reposição e o grau de prioridade de cada item. Também irá determinar as necessidades físicas para a estocagem dos produtos. Para Martins e Campos Alt. (2009) “O gerenciamento de estoques, devido ao impacto financeiro do estoque e à sua importância para garantir o abastecimento do cliente, tem técnicas específicas para o seu dimensionamento”. A gestão de estoques é fator de grande importância para as empresas, uma boa gestão de estoque faz com que a empresa possa se tornar mais competitiva no mercado em que atua. Já Martins e Laugeni (2009) dizem “o bom estoque dever ser muito bem planejado, para não alterar as características dos produtos e materiais e, também, para manter uma visualização e identificação clara dos itens estocados”. Muitas empresas ainda mantêm vários itens em estoque por medo de que os mesmos faltem na sua linha de produção ou no estoque do centro de distribuição, comprometendo assim a entrega do produto ao cliente. Para manter um controle melhor do estoque e reduzir seu custo, sem comprometer o nível de 28 atendimento, é importante classificar os itens de acordo com a sua importância relativa no estoque.Para atingir os objetivos da gestão de estoque, devem-se utilizar ferramentas que atendam às necessidades produtivas das organizações, de forma a melhor controlar seus estoques. 29 CONCLUSÃO A gestão de estoque tem uma importância substancial, visto que esta gestão trata de uma parcela do ativo da empresa. Se essa gestão falhar, a empresa poderá deixar de gerar lucros e agregação de valor a este processo. Outro ponto fundamental dentro de uma empresa é a forma como os materiais são armazenados e movimentados. Pois se não for de uma forma adequada acarretará danos aos materiais, em consequência, custo para a empresa. Estoques elevados e mal administrados encarecem o preço final dos produtos, bem como uma aplicação indevida do capital de giro. Também se observou que uma empresa pode apresentar maior rentabilidade e melhor serviço junto a seus clientes com o uso de um método adequado de controle de estoque e um processo de armazenagem satisfatório. Hoje, por meio da informatização, o gestor pode contar com os vários sistemas e ferramentas de gestão de estoque apresentados no decorrer do artigo, auxiliando-o nas rotinas administrativas da empresa, trazendo benefícios e total controle e organização para as melhorias futuras. Neste sentido, verificou-se que o MRP II juntamente com a ERP, podem ser ferramentas essenciais para o controle dos materiais alinhados a necessidade da empresa como um todo, por meio de informações compartilhadas e sincronizadas pelos diversos departamentos da organização. Também foi possível elencar diversas ferramentas de gestão e controle de estoque, como o plano mestre de produção, MRPI, MPR II e o ERP que proporcionam benefícios relevantes a empresa sob a ótica custo/benefício, respeitando o nível de serviço ao consumidor sem aumentar a quantidade de estoque ou elevados custos de manutenção. As informações quanto mais atualizadas forem, sobre o quanto e quando é necessário o suprimento de recursos materiais, bem como o conhecimento dos custos de aquisição e manutenção dos estoques para atender as necessidades de consumo do fluxo produtivo, são vistos como principais resultados do estudo que permitem maior agregação de valor para os negócios da organização. 30 Considera-se que tal benefício também pode ser visto como facilitador de uma possível sistematização e padronização da gestão de estoques na empresa. Além de possibilitar o controle e acompanhamento dos resultados, contribui na identificação de possíveis pontos fracos no processo e, desse modo, consegue-se alinhar esforços para a melhoria contínua em todos os aspectos da organização. Sem a previsão de demanda, de nada adianta uma excelente logística, pois o que vai fazer tudo funcionar é a qualidade das informações. Logo, esta é uma visão que precisa ser desenvolvida pelo gestor e sua equipe. Em muitos casos, os problemas que uma logística enfrenta no atraso da entrega provêm de falhas em etapas do processo, na colocação de pedidos etc. 31 REFERENCIAS ARNOLD, J. R. T. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS. SÃO PAULO: ATLAS, 1999. BALLOU, R. H. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS: PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO E LOGÍSTICA EMPRESARIAL. TRADUÇÃO ELIAS PEREIRA. 5.ED. PORTO ALEGRE: BOOKMAN, 2006. BALLOU, R. H. LOGÍSTICA EMPRESARIAL: TRANSPORTES, ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E DISTRIBUIÇÃO FÍSICA. SÃO PAULO: ATLAS, 1993. BORGES C. T.; CAMPOS S. M.; BORGES C. E. IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA PARA O CONTROLE DE ESTOQUES EM UMA GRÁFICA/EDITORA DE UMA UNIVERSIDADE. REVISTA ELETRÔNICA PRODUÇÃO & ENGENHARIA, V. 3, N. 1, P. 236-247, JUL./DEZ. 2010. BOWERSOX, D. J. ET AL. GESTÃO LOGÍSTICA DE CADEIAS DE SUPRIMENTOS. PORTO ALEGRE: BOOKMAN, 2006. CORREA, H. L. ET AL. PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO MRP II/ERP. 5.ED. SÃO PAULO: ATLAS, 2007. DIAS, M. A. P. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS.4 ED. 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