Gastrites · A gastrite é um processo inflamatório. Conceito de gastrite: inflamação com infiltrado neutrofílico ou linfomonoplasmocitário da lamina própria acompanhado de alteração do epitélio. · Revisão da histologia da parede gástrica: 4 camadas de tecidos 1. Mucosa 2. Submucosa 3. Muscular da mucosa 4. Serosa - peritônio (ausente no esôfago – possui túnica adventícia) · Uma agressão restrita a mucosa é uma inflamação (gastrite, esofagite, colite, retrocolite). Já a erosão atinge a mucosa e a submucosa (afta de boca). Se atingir mucosa, submucosa e muscular da mucosa se torna úlcera, nesse caso tem envolvimento de músculos e nervos. Se houver envolvimento até a serosa caracteriza-se uma perfuração, sendo um caso cirúrgico. · Pesquisar abdome em tábua (retesamento dos mm. abdominais) na perfuração. · Gastrite nervosa é um conceito que não existe, o correto é dispepsia funcional. O estresse não causa gastrite, mas causa dor, ou seja, não é uma lesão mas tem aumento de ácido com sensação de dor. Mas se fizer exame não se acham alterações. · O diagnóstico a rigor é histológico. 40% dos pacientes com mucosa gástrica endoscopicamente normal tem achado histológico de gastrite na histopatologia. · Aspectos da gastrite: 1. Endoscópico – diagnostico feito pelo endoscopista durante o exame. Termos descritivos: edema, anantema, friabilidade, exsudato, erosão plana, erosão elevada, nodosidade, hiperplasia mucosa, atrofia mucosa, visibilidade de vasos, hemorragia intramural – características do tecido. 2. Divisão histológica – diagnostico histológico feito pelo patologista após endoscopia e 4 biopsias – 2 do antro e 2 do corpo (grande curvatura) I. Etiologia: associações patogênicas II. Termos morfológicos: sem graduação de intensidade; específicas ou inespecíficas. · Existem 7 tipos de gastrites: I. Gastrite por refluxo duodeno-gástrico (alcalina): ao se tomar omeprazol se tem piora e é tratada com sucralfato. Ocorre em pacientes operados do estomago, sendo mais rara. Cirurgia prévia com bile chegando ao estomago. Boca anostomótica com tecido com enantena, friabilidade e erosões. Se atentar em cicatrizes cirúrgicas abdominais. II. Lesão induzida por irradiação (gastrite por irradiação): gera desde eritema até úlcera. Telangectasias, pregas proeminentes. Diagnostico diferencial com linfoma. A quimio e a radioterapia atacam as cels. III. Lesões granulomatosas (doença de Crohn) – eritema, erosões aftóides, ulceras lineares ou serpiginosas. Sarcoidose e actínica. DIFERENÇA ENTRE CROHN (atinge todo o TGI) E RETOCOLITE ULCERATIVA (LIMITADA AO CÓLON E AO RETO) IV. Gastrite autoimune – cels atacadas pelo próprio organismo. Presença de autoanticorpos: anticélula parietal e antifator intrínseco, o segundo pode levar a anemia megaloblástica pela deficiência de B12. V. Gastrite hiperplásica (síndrome de Zollinger-Ellison): gastrinoma produtor de gastrina (excesso de ácido – 5x mais). Hiperplasia glandular e mucos com pregas alongadas cobertas por líquido claro e ácido. Pode gerar úlcera duodenal, estase gástrica e úlcera gástrica. Pode cursar com diarreia e dor abdominal de forma crônica. VI. Gastrite hemorrágica – pode ser induzida por drogas (AINES), álcool e outras doenças graves. Presença de petéquias, equimoses ou hematomas. Pode apresentar púrpura gástrica por trombocitopenia. Pode cursar com anemia ferropriva. VII. Gastrite por H. pylori: pode ser classificada como aguda (pode evoluir ou resolução espontânea), crônica leve (assintomática), antral crônica (pode ser associada a hipercloridria e ulcera péptica) e pangastrite (destruição e atrofia das glândulas do estomago, se associa a ulceras e metaplasias). Pode também cursar com atrofia da mucosa (fator de confusão). RIGA3H · Aspectos endoscópicos: 1. Edema – mucosa opalescente e brilhante; exacerbação de áreas gástricas e acentuação de pregas 2. Enantema e hiperemia – morbiliforme (pontos vermelhos), em faixas (estrias avermelhadas) e difuso (mancha vermelha) 3. A erosão pode ser plana ou elevada (nódulo) 4. Nodosidade: são pequenos nódulos que podem ser pelo H. pylori ou um linfoma (MALT) 5. Atrofia da mucosa 6. Hemorragia intramural: é petequial e pode cursar com anemia crônica · Anemia megaloblástica por atrofia da mucosa (impede a absorção de vitamina B12) · Classificação das gastrites: 1. Forma aguda – infiltrado neutrofílico na lamina própria (mais relacionada ao PS) 2. Forma crônica – infiltrado linfoplasmocitário na lamina própria (mais relacionado ao consultório) · Gastrite autoimune está relacionada anemia megaloblástica (fator intrínseco e vitamina B12) e o gastrinoma (gastrite hiperplásica) é relacionado tumor neuroendócrino de pâncreas (observar presença de diarreia e dor abdominal). *** · H. pylori é a principal causa de gastrites e ulceras (90%) · Gastrite autoimune: inflamação difusa na mucosa do corpo gástrico. Destruição de cels gástricas parietais que produzem ácido e FI levando a anemia por deficiência de B12, conhecida como anemia perniciosa. Mais prevalente em idosos, sexo feminino, escandinavos, ingleses, irlandeses e presença de outras doenças autoimunes associadas. Quadro clinico – pode ser ausente. Se presente – desconforto epigástrico, saciedade precoce, plenitude pós-prandial. A manifestação mais comum é a anemia (astenia, cefaleia e taquicardia). Sinais clínicos das doenças autoimunes. O omeprazol nesse caso é paliativo e não trata-se a doença em si. O hemograma vem com anemia macrocítica e vitamina B12 < 200 pg/ml. A endoscopia é recomendada para observar a atrofia da mucosa do corpo gástrico, biopsia de corpo e antro e exame histológico. Esses pacientes podem ter câncer gástrico como evolução do caso. 1. Anticorpo anti célula parietal 90% dos casos 2. Anti fator intrínseco em 50-70% dos casos 3. Tratamento: reposição de B12 - 5mg de cianocobalamina por 5 dias a cada 3 meses. Monitorar ferro e ferritina sérica. 4. Pessoas com bariátrica repõem B12 devido a diminuição do fator intrínseco · A infecção por H. pilory em 50% dos casos pode evoluir para atrofia (fator de confusão). · Gastrinoma (síndrome de Zollinger-Ellison): 1. É um tumor neuroendócrino 2. É raro, normalmente maligno e possuem grande secreção hormonal. 3. Possui 70% de malignidade. 4. Existem outros como insulinoma, glucagonoma e vipoma. 5. É o 2 tumor mais comum das ilhotas de Langerhans. 6. O sintoma mais comum é a dor abdominal devido a hipersecreção de gastrina e de ácido por consequência. A diarreia é o 2 sintoma mais comum (grande produção de acido inativa enzimas por diminuir pH e provoca hipermotilidade intestinal). Outros – dispepsia, etc. 7. Colocar na lista de diagnostico quando: UP após cirurgia, UP recorrentes, UP refratátio ao tratamento clinico, diarreia persistente, gastrinoma 8. Diagnostico: gastrina sérica aumentada. 9. Obrigatório: hipergastrinemia com pH menor que 2. Se o pH for maior que 2,5 pensar em outras causas. 10. Teste de diagnóstico: provocação com secretina com elevação rápida de gastrina 11. Situações de hipergastrinemia sem gastrinoma: anemia perniciosa, gastrite atrófica, câncer gástrico, hiperplasia de cels G antrais 12. Triangulo do gastrinoma: A – junção do ducto cístico com o hepático comum; B – junção da 2 com 3 porção duodenal; C – junção corpo e colo pancreático · Diagnostico por imagem de gastrinoma: 1. USG endoscópica – melhor método 2. TC 3. RNM 4. Cintilografia · Cirurgia: 1. Gastrectomia total – feito no passado 2. Hoje – bloqueadores e etc Úlcera péptica · 10% da população tem ou teve UP. É uma lesão que ultrapassa a muscular da mucosa. Hoje é considerada uma doença multifatorial, no passado era visto somente como consequência na hipercloridria. · É um desequilíbrio de fatores: 1. Protegem: muco, renovação celular e irrigação sanguínea 2. Agressores: H. pylori (faz parte da microbiota, o que ocorre é um desequilíbrio) e sal de cozinha. HCl, pepsina, massa de cels parietais, gastrina. · Idade: 30-55 (duodenal – é mais incidente) e 50-70 (estomago) · Causa mais