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15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/15 GESTÃO DE PRODUÇÃO E OPERAÇÕES AULA 4 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/15 Prof. Paulo Friesen CONVERSA INICIAL Nesta altura de nossos estudos, já temos uma base de conhecimentos que nos permitem entrar em um tema mais prático, o gerenciamento da produtividade de um determinado negócio, seja ele manufatureiro ou não. Quando pensamos em gerenciar, é necessário inicialmente compreender que não se trata de mandar, ordenar ou delegar algo a alguém. A palavra gerência vem de gerir, que por sua vez significa dirigir e/ou administrar. Nesse contexto, fica evidente que dirigir um negócio vai muito além de dar ordens ou delegar funções. A título de exemplo, se aproveitarmos o significado de dirigir e nos imaginarmos na condução de um carro, vamos perceber que o próprio manual no veículo sugere que antes de “dirigir” se deve checar alguns itens que constam no checklist de segurança, mas sabemos que no mundo de verdade quase ninguém o faz. Aliás, para alegria dos mecânicos, quase ninguém checa os itens conforme indicação do manual. O objetivo desta aula é tratar exatamente desses pontos elementares para um bom gerenciamento da produção. CONTEXTUALIZANDO Então se os mecânicos são beneficiados por uma negligência de quem dirige um carro de passeio, sem checar os itens necessários para uma boa dirigibilidade, salve as devidas proporções, quem se beneficia quando um(a) gestor(a) não checa os pontos elementares para um bom gerenciamento da produção? Os concorrentes! O mal gerenciamento da produção de um negócio compromete significativamente o nível de competitividade da empresa. Isso porque é através de um bom gerenciamento que é possível manter níveis adequados de estoques, atendimento de prazos, programações e otimização de recursos como estrutura, maquinário e pessoal. O gerenciamento da produção exige atenção a pontos interdependentes que podem ser influenciados ou influenciar, de maneira positiva ou negativa, a produtividade e o bom andamento do negócio. Para isso, se faz 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/15 necessária uma gestão ampla que considere esses pontos interdependentes que juntos oferecem perfeitas condições para o bom funcionamento da produção de um negócio. TEMA 1 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO A diferença entre planejamento e estratégia é que, no caso do planejamento, temos um olhar de “passo a passo” como uma trilha que nos indica como, onde e quando fazer determinada ação. Já no caso da estratégia, isso tudo acontece sob a perspectiva de reação do outro, seja ele o mercado, concorrente, público, governo e tudo aquilo que possa afetar o que foi planejado. Então, quando estamos falando de planejamento estratégico, estamos contando com as diferentes reações (condições) que poderemos encontrar pela frente. Nessa mesma linha, para definir um planejamento estratégico, se faz necessário um conhecimento prévio do que se deseja ou necessita produzir, e para isso responder algumas perguntas elementares pode ser decisivo no momento de definir um planejamento estratégico da produção: O produto é produzido em série ou feito sob medida? O produto é perecível? Existem variações de modelo? Quantos tipos diferentes de produtos são fabricados? Qual a quantidade de produtos por mês? A produção é sazonal? Como é a sua gestão de fornecedores? Esses questionamentos nos levam inicialmente a definir alguns princípios que serão decisivos em qualquer tomada de decisão ao longo da produtividade planejada. E isso se aplica tanto a produção manufatureira como a de serviços, salvo as devidas proporções e características, o setor de serviços também depende de tais esclarecimentos para a boa tomada de decisão no momento do planejamento estratégico. Estar preparado para diferentes cenários que a livre concorrência pode nos oferecer é, de fato, um bom planejamento estratégico que se antecipa a futuras oportunidades que, se não estivermos preparados, chamaremos de problema. Essa desconstrução que provoco entre “Oportunidade x 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/15 Problema” é o que define exatamente a real importância do bom planejamento estratégico da produção. Exemplos vão ao infinito, mas vamos pegar um caso real que a pandemia do COVID-19 apresentou, as fábricas de maquiagens e cosméticos (batom, rímel, cremes etc.) segundo reportagem apresentada pelo portal G1 Centro-Oeste de Minas, a rotina de home office e uso de máscaras derrubaram as vendas de maquiagens durante a pandemia em Divinópolis, município de Minas Gerais. Em entrevista ao portal G1 (Silva, 2020), uma empresária relata: Tivemos uma queda grande e por alto avalio um percentual de 30%. Para minimizar esses impactos chegamos a criar uma ação para alavancar as vendas que foi o 'Batom day', onde oferecemos descontos nas vendas de batons de todas as marcas. Foi uma alternativa que encontramos para não perdermos venda. Por outro lado, registramos mais vendas de produtos para cuidados com a pele e isso equalizou as finanças da loja. Na mesma linha, a CNN Brasil (2020) publicou que, no primeiro trimestre de 2020, vendas de maquiagem caíram 19% em relação a 2019, enquanto máscaras faciais venderam 51% a mais e relata: Conhecido como “efeito batom”, o fenômeno que sustenta as vendas do setor de perfumaria e cosméticos em momentos de profunda crise econômica, não foi o bote salva-vidas desta vez. Isoladas em casa, na maior parte do tempo, ou com o rosto coberto por máscara ao sair na rua, as mulheres investiram menos em maquiagem durante a pandemia. Diante dessas e outras reportagens que refletem a ponta, o “corpo a corpo” com o cliente final, a indústria fabricante desses produtos pode ter uma oportunidade de aumento das vendas de produtos para cuidados com a pele, se ela estiver preparada para isso. Outro ponto é a margem de lucro que se aplica em um produto. Perceba que, em ambos os casos, o planejamento estratégico que antecede a efetiva produção pode ser o responsável em transformar um problema futuro em oportunidade. Isso depende inevitavelmente dos demais pontos interdependentes citados anteriormente, os quais juntos, de forma alinhada e ordenada, podem oferecer boas condições para o enfrentamento das diferentes reações externas. TEMA 2 – PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO E DO SERVIÇO A programação da produção é o momento em que se deve avaliar a demanda total a ser produzida, e só então depois de conhecer o total é que se determina como e quando cada atividade produtiva será executada. O objetivo da programação deve ser minimizar o Lead Time (Tempo de 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/15 Produção) através do bom alinhamento dos processos necessários assim que os recursos estejam disponíveis. Em outras palavras, a programação da produção e/ou do serviço visa eliminar todo e qualquer perda, desperdício ou ineficácia que gere ociosidade e não conformidades na produção. Quando pensamos em tempo de produção ou se você preferir Lead Time, estamos falando do início até o fim da produção do produto, mas existem diferentes maneiras de olhar para o lead time; se você for um cliente, poderá pensar que o lead time é o tempo percorrido entre a realização do pedido até que o produto chegue em suas mãos, mas na perspectiva de fabricante ou prestador de serviços, o lead time poderá ser compreendido da seguinte forma: Pedido do Cliente; Efetiva entrada na Produção; Produção (Processamento); Processos Intralogísticos; Expedição (Distribuição); Entrega para o cliente final. Perceba que, no olhar de quem realiza o gerenciamento do produto, são contemplados outros processos distintos aos de produção/manufatura propriamente dito. Com essa breve contextualização, faz mais sentido abordarmos uma visão holísticada organização, compreendendo que o gerenciamento da produção exige que o(a) gestor (a) conheça e apresente um mínimo de alinhamento com os processos que apresentam interdependência com a efetiva produção. Por exemplo a logística, que nesse caso pode ser vista como intralogística, que são os procedimentos de transporte, manuseio e armazenagem de materiais no interior da empresa, assim como processos logísticos externos como entrega e distribuição. A logística como área de apoio da atividade fim da organização é significativamente responsável pelo nível de produtividade de um negócio, o que justifica a prática de várias organizações fabris que decidem manter a gestão dos processos logísticos como inbound (recebimento), almoxarifado e outbound (expedição) e o PCP (Planejamento e Controle de Produção) sob as competências e responsabilidades do mesmo(a) gestor(a). A programação da produção e/ou serviços deve então considerar, conhecer e estar alinhada com setores e departamentos como comercial, marketing, logística, compras, financeiro, recursos 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/15 humanos, segurança do trabalho entre outros que apresentem interdependência com a eficácia e eficiência da produção. Em relação à interdependência dos diferentes setores citados, existem as seguintes possibilidades: Comercial: se faz necessário para o gerenciamento da produção que se conheça quais são os desejos e metas definidas pelo comercial, para poder confirmar tal capacidade produtiva e prazos atingíveis. Marketing: o gerenciamento da produção pode alcançar níveis tão positivos que o setor de marketing deve saber para explorar esse diferencial perante seu público-alvo, assim como o contrário é válido para não incorrer em propaganda enganosa quanto à capacidade produtiva. Logística: conhecer a capacidade de movimentação, manuseio, armazenagem e de distribuição são apenas alguns dos fatores que tornam absolutamente necessário o alinhamento entre o gerenciamento da produção com os processos logísticos. Compras: é o setor de compras que seleciona fornecedores, assim como os desenvolve para o melhor atendimento possível de especificações técnicas, qualidade e flexibilidade que atenda às particularidades de produção do setor que se esteja inserido. Financeiro: o setor financeiro aponta muitas vezes o resultado final mesmo antes que ele apareça, isso porque todos os custos, despesas e receitas são centralizados nele, o que proporciona uma visão geral de custo e margem, proporcionando informações exatas para a definição da valoração da produção. Recursos humanos: é quem define as condições básicas necessárias para a gestão e desenvolvimento responsável da mão de obra disponível para o setor produtivo, assim como seleciona os melhores profissionais para agregar valor ao processo produtivo. Segurança do trabalho: é onde são definidos regras, normas e procedimentos internos da organização para o funcionamento responsável da organização, respeitando as NR´s (Norma de Segurança do Trabalho) e proporcionando uma atividade laborar de qualidade. É exatamente através do alinhamento de pelo menos esses setores que a programação da produção e/ou serviço ocorre de maneira mais assertiva, proporcionando condições adequadas para o setor produtivo. TEMA 3 – OBJETIVOS E DESEMPENHOS 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/15 Já dizia o professor William Deming: “Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia”. O professor Deming (1900 – 1993) foi visto como um verdadeiro revolucionário em sua época. A partir dessa ideia, ele aponta, de maneira muito clara, a real importância de conhecer seus objetivos e medir seus desempenhos individuais e coletivos. E para começarmos, assim como foi falado no Tema 1 desta aula, responder algumas perguntas elementares acerca da organização pode ser decisivo no momento de definir seus objetivos. Além do mais, em se tratando de gerenciamento da produção, já sabemos que inicialmente se deve ter conhecimento do todo, saber de qual nível de produtividade estamos falando quando tratamos nossas demandas, só assim se pode definir com, quando, onde e por quem serão realizados os processos necessários para a produção em questão. Uma vez definido nossos objetivos, é preciso medir os resultados para conhecer os possíveis desempenhos existentes na produtividade. Isso só é possível de ser feito de maneira assertiva através de KPI´s (Key Performance Indicator) ou se você preferir, indicador chave de desempenho. Estamos falando de uma ferramenta de gestão que realiza a medição do resultado de um processo, colaborador, equipe, setor e até mesmo da organização, para saber se o resultado de determinado período de atuação está em direção aos objetivos da empresa. Entre os exemplos de indicadores de desempenho, podemos citar algumas áreas e alguns de seus respectivos KPI´s: Financeira: KPIs que medem o desempenho financeiro da instituição e o uso de recursos financeiros para o seu funcionamento através da medição de receitas, despesas, impostos e rentabilidade do negócio. Comercial: KPIs que medem o desempenho organizacional do ponto de vista do cliente ou de diferentes interessados através da medição de quantidade e retenção de clientes, market share (participação de mercado) e número de devoluções e reclamações. Processos Internos: KPIs que medem o desempenho organizacional, considerando a qualidade e eficiência dos produtos e serviços através da medição da quantidade, custo e tempo da produção e níveis de estoques. Capacidade Organizacional: KPIs que medem o desempenho organizacional através da medição de tempo e custo para novas contratações, lucratividade por colaborador, valor de 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/15 salários e turnover (rotatividade de colaboradores). Através desses exemplos, mas não só com eles, é que se mede a performance de uma organização, onde cada área estabelece suas métricas de acordo com o que foi definido pelo nível organizacional estratégico como objetivo da organização. O atingimento desses objetivos depende decisivamente do desempenho individual e coletivo dos colaboradores, setores e diferentes processos que podem contemplar uma organização e seu funcionamento. Os KPI´s podem ser criados para medir diferentes quesitos, a título de exemplo, podemos citar alguns deles: KPI´s de Produtividade; KPI´s de Capacidade; KPI´s de Qualidade; KPI´s de Frequência; KPI´s de Relevância. Eles podem ser expostos em gráficos, tabelas, colunas, linhas, barras e diferentes formas que se encontram disponíveis em programas como pacote office. Vale ressaltar que os KPI´s têm por objetivo facilitar o entendimento do processo e permitir a visualização de forma prática, rápida e assertiva dos resultados de determinado período. Nesse sentido, é indicada a utilização do formato One Page (uma página), ou seja, são expostos em apenas uma página os resultados que se deseja medir. Imagine o diretor de uma empresa visitando determinado setor, ele olha para o KPI exposto em One Page e em segundos já sabe o panorama geral dos principais processos que podem afetar o bom andamento da organização como um todo. TEMA 4 – A INFLUÊNCIA DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO NA PRODUÇÃO O que move a gestão da manutenção é exatamente o planejamento programado de forma assertiva, considerando custos, tempo e eficiência de produção, assim como a qualidade do produto. Uma frase muito conhecida no ambiente fabril é “trocar o pneu com o carro andando”, essa frase representa o quão grande é o desafio e influência da gestão da manutenção na produção de uma organização. 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/15 Isso acontece basicamente porque a linha de produção parada para manutenção, independentemente de preventivaou corretiva, deixa de produzir. Para se ter uma noção mais palpável, vamos pegar como exemplo uma montadora de veículos cuja eficiência de linha seja a produção de 60 (sessenta) carros por hora, nada muito longe do que é encontrado nas montadoras atuantes no Brasil. Nesse contexto, você tomar a decisão de parar uma linha de produção para reparos, ainda que necessários, é o mesmo que dizer para a diretoria da empresa que: deixaremos de produzir. Na outra ponta, temos a falta de manutenção, que poderá acarretar problemas muito maiores, por exemplo, para realizar a lubrificação e apertos necessários no maquinário de uma linha de produção, a equipe de manutenção solicita pelo menos 3 (três) horas de parada de linha. O mesmo que dizer que essa manutenção custará 180 (cento e oitenta) carros a menos no final do dia de produção, se pensarmos no valor de um carro e quanto a montadora lucra por carro fabricado, chegaremos a um número considerável. Entretanto, o risco de quebra de máquina ou até mesmo um acidente de trabalho envolvendo a segurança na atividade laboral dos operadores de produção é real quando não se cumpre as manutenções preventivas. O que no final das contas, custará, certamente, muito mais que 180 (cento e oitenta) carros para a linha em questão. É por essas e outras que a gestão da manutenção deve trabalhar de forma alinhada e ordenada com os movimentos do setor produtivo de uma organização. É comum trabalhadores da área de manutenção realizarem horários de trabalho diferentes da maioria dos demais colaboradores, isso porque suas atividades geralmente são programadas para o período de baixa produtividade e/ou parada de linha, para os casos de empresas que não trabalham de forma ininterrupta. Quando uma empresa decide correr o risco de não realizar as paradas necessárias para a realização de manutenção preventiva, ela assume riscos como: Aumento de acidentes; Elevação dos custos operacionais; Desgaste prematuro de maquinários; Não cumprimento de prazos; Perda de qualidade. A prevenção relacionada aos recursos necessários para a capacidade produtiva de uma organização permite que a empresa esteja sempre em bom funcionamento a longo prazo, por mais 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/15 que existam paradas que impossibilitem, no curto prazo, níveis maiores de produtividade, a médio e longo prazo os resultados com prolongamento da vida útil de máquinas e equipamentos, assim como a redução ou até eliminação de acidentes de trabalho relacionados à máquina x homem, demonstrando que é assertivo manter a boa gestão da manutenção com olhar para influência, negativa ou positiva, que possa afetar em alguma medida aos níveis de produtividade. TEMA 5 – DECISÃO ESTRATÉGICA NA LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES Independentemente do tipo de negócio que a empresa atue, mas principalmente se for uma indústria, tomar a decisão sobre a localização das instalações fabris é completamente estratégico e não pode ser negligenciado na formulação do Business Plan (Plano de Negócio). Isso porque a localização representa onde será a base operacional em que serão fabricados os produtos ou serviços, e esse fator localização pode ser determinante para diferentes pontos que podem ser oportunidades ou dificuldades a serem vencidas. Veremos algumas delas em seguida. Em se tratando de localização, tudo deve ser levado em conta, até os pequenos detalhes. Muitas vezes, estamos diante de situações que julgamos irrelevantes e acabamos não levando em conta esse fator no momento de decidir a localização de instalações fabris, e isso pode resultar em prejuízos sérios a médio e longo prazo para uma organização. É exatamente por isso que todos os aspectos relacionados à localização devem ser levados em conta de maneira estratégica para esse tipo de decisão. A estratégia de uma organização para outra pode ser diferente, existem empresas que consideram como fator predominante estar próximas de seus clientes, outras já preferem estar localizadas de forma a estar próximas de seus fornecedores, assim como haverá organizações que somam seus esforços para estar em localidades onde a mão de obra seja abundante e qualificada, o que muitas vezes é um grande desafio para empresas que tomam a decisão de localização sem considerar o perfil da comunidade. É comum imaginar que o tema localização de instalações seja pertinente apenas às organizações que se iniciam, aquelas que estão surgindo agora e precisam tomar essa decisão. Entretanto, empresas já consolidadas muitas vezes passam pela mesma tomada de decisão por motivos como o esgotamento ou supervalorização de insumos básicos para o seu funcionamento, o que acaba 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/15 inviabilizando o negócio em determinadas regiões especificas, sem contar que às vezes não se trata apenas de aumentar a capacidade produtiva de uma planta, mas sim a necessidade de um nível produtivo que no local já instalado não é possível alcançar. Nesse sentido, tanto para empresas que estão em processo de criação, assim como para empresas já consolidadas, as decisões estratégicas na localização de instalações remetem necessariamente a um compromisso de longo prazo, principalmente no caso de indústrias que normalmente exigem altos investimentos. Nesse caso, pode levar até anos o processo de implantação em determinada região. Em geral, se tem muitas opções de localização no momento de decidir onde implantar suas instalações, entretanto, existem alguns fatores que são determinantes na decisão da localização: Disponibilidade de Matéria-Prima; Existência de mão de obra; Recursos básicos (Energia Elétrica e Água); Localização do Público (consumidor); Perfil da Comunidade; Acesso a Rodovias. Em se tratando de empresas já consolidadas, é importante ressaltar que temos pelo menos três opções básicas que se encontram entre a maioria das decisões já registradas ao longo do tempo: Aumentar a planta existente: essa é uma opção para quando existe a possibilidade para tal decisão, isso porque o aumento de instalações já consolidadas, além de apresentar menores custos, favorece a gestão e controle da administração quanto à expansão. Somar unidade produtiva mantendo a existente: essa opção requer muita atenção quanto ao custo/benefício em virtude do impacto no custo total da operação. Encerrar as atividades em determinado local para implantar uma nova: essa opção exige a verificação de vários fatores que afetam os custos de abrir e fechar, e principalmente o motivo pelo qual se pensa em fechar. TROCANDO IDEIAS 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/15 Robotização na produção é um tema que vem despertando o interesse das organizações no mundo todo, visto que a utilização de robôs permite a padronização (programação) de máquinas (robôs) para a execução de movimentos repetitivos de forma rápida e eficaz, o que proporciona, em grande medida, um aumento significativo do nível de produtividade, mas na outra ponta provoca insegurança na sociedade, que teme o agravamento do desemprego. De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 85 mil robôs são introduzidos nas indústrias todos os anos, em todo o mundo. E isso acarreta um dado extremamente relevante, que é o fato de estimar-se a existência de pelo menos 800 mil robôs executando funções em que antes era empregada mão de obra de aproximadamente 2 milhões de trabalhadores (Francisco, 2014) Para se ter uma ideia, o diretor geral da KUKA Roboter do Brasil, o senhor Edouard Mekhalian, em entrevista relata: “Nos dias atuais, com toda e vasta tecnologia disponível de periféricos, sistemas de visão 2D/3D, sensores de todos os tipos e finalidades, softwares de aplicação específicos, interfaces etc., os robôs industriais podem estar em praticamente todos os lugares de uma manufatura” (A Voz da Indústria, 2019) Vale a reflexão sobre essesdados e informações quanto a um possível agravo da taxa de desemprego conforme a robotização vai se tornando mais acessível e real para indústrias do nosso país. Utilize o nosso fórum e abra um debate acerca de como isso pode inclusive afetar a necessidade de preparo específico para o gerenciamento de uma produção completamente robotizada: Afinal, um robô necessita de gerenciamento? NA PRÁTICA Agora que já refletimos sobre diferentes variáveis que podem afetar e/ou contribuir o gerenciamento da produção, vamos nos colocar em posição de gestores para refletir sobre o que define e diferencia a “Oportunidade” de um “Problema”. Quais são os pontos que antecedem essa problemática “Oportunidade x Problema” e proporcionam a geração de competitividade? Conforme pudemos verificar em nossos estudos, o gerenciamento da produção exige um prévio planejamento estratégico do que se deseja produzir, com o conhecimento do total, assim como uma programação da produção e/ou serviço que visa ordenar de forma alinhada, proporcionando o fluxo 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/15 mais assertivo das etapas e processos produtivos que geram valor ao produto e/ou serviço. A partir dos objetivos bem traçados, é elementar a medição do que se pratica no sentido de obter KPI´s esclarecedores que apontem se estamos na direção certa. FINALIZANDO Iniciamos nossa aula compreendendo a diferença entre planejamento e estratégia, o que nos proporciona um melhor entendimento de nomenclaturas que podem tornar nossas ações mais assertivas, fazendo mais sentido no todo que se deseja alcançar. Falamos sobre questionamentos elementares que antecedem um planejamento no sentido de definir, através desses esclarecimentos, quais são os princípios, valores e missão de uma organização para que, a partir dessas definições, seja possível uma performance em direção aos objetivos organizacionais. Compreendemos o Lead Time e como ele pode ser visto na perspectiva do cliente e do fornecedor (produtor), sendo que na perspectiva do produtor listamos pelo menos 6 (seis) etapas que podem compor o Lead Time da produção. Falamos sobre as variáveis que tornam setores e departamentos interdependentes ao gerenciamento da produção e como cada um afeta em alguma medida o fator produtivo. Vimos a importância do controle e acompanhamento dos resultados através da ferramenta de gestão KPI (Key Performance Indicator), que são indicadores de desempenho com a finalidade de medir e demonstrar de forma rápida e assertiva os resultados de determinada operação ou processo. Falamos da importância da utilização do One Page (Uma Página) na apresentação desses indicadores no formato mais sintetizado possível que permita um panorama geral em poucos segundos. Olhamos para o grande desafio da manutenção em trabalhar alinhada com o setor produtivo, buscando minimizar os impactos de parada de linha com o objetivo de manter a manutenção preventiva e corretiva quando necessário sem comprometer os níveis de produtividade de uma operação. E terminamos compreendendo a problemática envolvida no momento de tomada de decisão e estudo da localização de instalações e/ou plantas fabris, onde muitas vezes detalhes considerados menores podem afetar diretamente a tomada dessa decisão estratégica. REFERÊNCIAS 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/15 FRANCISCHINI, P. G. Indicadores de desempenho [recurso eletrônico]: dos objetivos a ação – métodos para elaborar KPIs e obter resultados. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. FRANCISCO, W. de C. A Robotização na Produção Industrial. Mundo educação, 24 mar. 2014. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-robotizacao-na-producao- industrial.htm>. Acesso em: 5 fev. 2022. MENOS batom, mais skincare – setor de cosméticos ainda nada contra a corrente. CNN Brasil, 9 set. 2020. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/business/menos-batom-mais-skincare- setor-de-cosmeticos-ainda-nada-contra-a-corrente/>. Acesso em 5 fev. 2022. OHNO, T. O Sistema Toyota de Produção: Além da Produção em Larga Escala. Porto Alegre: Bookman, 1997. PANSONATO, R. Projeto de fábrica e arranjo físico. Curitiba: Contentus, 2020. ROBÓTICA Industrial: principais aplicações e vantagens. A Voz da Indústria, 03 jul. 2019. Disponível em: <https://avozdaindustria.com.br/inovacao/robotica-industrial-principais-aplicacoes-e- vantagens>. Acesso em: 5 fev. 2022. SILVA, A. L. Covid-19: rotina de home office e uso de máscaras derrubam vendas de maquiagem durante a pandemia em Divinópolis. G1, 14 set. 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2020/09/14/covid-19-rotina-de-home-office-e-uso- de-mascaras-derrubam-vendas-de-maquiagens-durante-a-pandemia-em-divinopolis.ghtml>. Acesso em: 5 fev. 2022. 15/07/2022 18:32 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/15
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