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Doença de Alzheimer

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Doença de Alzheimer 
É a principal causa de demência irreversível e tem 
como principal fator de risco a idade avançada. 
• A frequência da doença cresce 
exponencialmente com a idade, duplicando 
a cada cinco anos, pelo menos até 85-90 
anos. 
 
 
A herdabilidade corresponde a 50% do risco de 
desenvolver a doença, que é 3,5 vezes mais alto 
nos indivíduos com pelo menos um parente de 
primeiro grau acometido pela doença. 
• A influência dos fatores genéticos é 
inversamente proporcional à idade de início 
da doença = doença precoce (antes dos 65 
anos). 
 
• Padrão de herança autossômico 
dominante. 
 
• Mutações genéticas que acarretam maior 
produção e agregação da proteína beta-
amiloide, dando origem ás placas senis, 
marcador histopatológico da doença. 
 
Há fortes indícios de interação entre doença de 
Alzheimer e os fatores de risco de doença 
cardiovascular. 
• A aterosclerose parece acelerar a 
produção da proteína beta-amiloide ou a 
morte neuronal. 
 
 
 
Início insidioso e progressão lenta: os familiares 
não percebem ou não valorizam o déficit cognitivo 
(“esquecimento da idade”). Na fase pré-clínica, o 
esquecimento pode ser classificado como 
transtorno cognitivo leve amnéstico. 
 
Há agravamento progressivo do déficit cognitivo 
com comprometimento das AVDs complexas. 
Triagem cognitiva: prejuízo nos testes que avaliam 
predominantemente a memória de longo prazo 
explícita episódica, função executiva e linguagem. 
O início da sintomatologia comportamental é, 
normalmente, o sinal de alerta mais valorizado 
pela família e responsável pelo diagnóstico da 
doença. 
Confusão mental aguda (delirium) e/ou depressão 
podem se associar e atrasar o diagnóstico 
específico. 
 
 
A mobilidade está usualmente comprometida e o 
risco de quedas e de fratura de fêmur é bastante 
elevado, principalmente em mulheres. 
 
Preditores de evolução mais rápida da doença: 
formas precoces (<65 anos), sexo masculino, 
distúrbios de marcha, ICC, DM, gravidade da 
doença e presença de sintomatologia psicótica, 
extrapiramidal e sinais de liberação frontal. 
 
O diagnóstico conclusivo da doença de Alzheimer 
é eminentemente clínico e baseia-se na exclusão 
das outras causas de incapacidade cognitiva. 
Ver critérios DSV-V e NINCDS-ADRDA. 
 
 
A maior utilidade dos métodos de neuroimagem é 
afastar causas estruturais de demência 
potencialmente reversível. 
O principal marcador radiológico é a atrofia da 
região temporal medial, especificamente do 
volume do córtex entorrinal. 
SPECT: avalia a perfusão sanguínea cerebral 
através de radioisótopos e mostra hipoperfusão 
bilateral no córtex temporo-parietal e sistema 
hipocampal. Apresenta sensibilidade de 86% e 
especificidade de 80%. Exame de alto custo. 
De forma geral, recomenda-se a realização de TC 
ou RNM, principalmente se: idade <60 anos, 
declínio cognitivo ou funcional de rápida evolução 
(1-2 meses), síndrome demencial há menos de dois 
anos, TCE recente ou significativo, sintomatologia 
neurológica inexplicada, história de câncer, uso de 
anticoagulantes ou história de discrasia sanguínea, 
história de incontinência urinária ou distúrbio de 
marcha precoce na evolução da demência, 
sintoma ou sinal neurológico focal, sintomatologia 
cognitiva ou comportamental. 
 
Outros exames podem ser necessários conforme 
suspeição clínica e para diagnóstico diferencial. 
 
 
 
 
A DA ainda não possui cura estabelecida, sendo 
manejada apenas com cuidados paliativos que 
reduzem os sintomas e buscam conferir maior 
qualidade de vida aos pacientes. 
Existem duas principais classes de drogas 
utilizadas no tratamento dessa doença: inibidores 
da acetilcolinesterase e mamentina. 
 
Inibidores da acetilcolinesterase: aumentam o 
tempo de ação da acetilcolina na fenda sináptica, 
intensificando sua transmissão = medicamentos 
colinomiméticos. 
• Esses fármacos retardam a progressão dos 
sintomas por 6 a 12 meses em paciente com 
DA leve a moderada a um nível 
significativo, porém não o fazem aos 3 anos 
da doença (tempo médico que leva ao 
óbito). 
o Donepezila (Donepezil®): 5 a 
10mg/dia. O seu efeito é alcançado 
após duas semanas do início do 
tratamento, e após quatro a seis 
semanas a dose pode ser 
aumentada para 10mg por dia. Os 
principais efeitos adversos ocorrem 
comumente no trato gastrintestinal, 
que resulta em náuseas, vômitos e 
diarréia. Tem no SUS. 
 
o Galantamina (Razadyne®): 16 a 
24g/dia. Utiliza-se uma dose inicial 
de 8 mg/ dia por via oral pela 
manhã, após quatro semanas pode 
se aumentar a dose chamada de 
manutenção para 16 mg/dia, e após 
12 meses a dose pode ser 
aumentada para a máxima 
permitida que é 24 mg/ dia. Em 
casos de insufi ciência renal e 
hepática a dose máxima é de 16 
mg/dia. Os efeitos colaterais mais 
comuns são náuseas, vômitos, 
diarréia, perda de peso, tontura, dor 
de cabeça e cansaço. Tem pelo SUS. 
 
o Rivastigmina (Exelon®):6 a 12 
mg/dia. Seu uso inicia com doses de 
3 mg/ dia por via oral, podendo 
após 2 semanas aumentar a dose 
para 6 mg/dia (máximo 12mg/dia), 
havendo necessidade de manter 
duas semanas de intervalo entre o 
aumento das dosagens. Tem a 
opção em adesivo (se a dose oral 
for 6 mg/dia, deve-se utilizar o 
adesivo de 5cm). Tem no SUS. 
 
Memantina: antagonista não competitivo do 
receptor NDMA de afinidade baixa a moderada, 
que atua na transmissão do glutamato. Regula os 
níveis elevados de glutamato que podem gerar 
disfunção neuronal. 
• Parece retardar a progressão do declínio 
funcional de pacientes com DA moderada a 
grave quando usada em dose de 20mg/dia. 
 
• Sua dose inicial é de 5 mg/dia por via oral, 
e a dose aumenta conforme a necessidade 
do paciente, sendo a dose máxima 
permitida de 20 mg/dia 
 
• Os efeitos colaterais mais comuns são 
diarreia, vertigens, cefaleia, insônia, 
inquietação, excitação e cansaço 
 
• Tem no SUS. 
 
Quando se iniciam as manifestações da doença, é 
preciso orientar corretamente a família e 
cuidadores, especialmente em relação ás questões 
de segurança quanto à supervisão de medicações, 
finanças e na direção de veículos. Deve-se ainda 
evitar e/ou supervisionar o uso de ferramentas 
potencialmente perigosas. Além disso, como os 
pacientes com DA comumente vagueiam e se 
perdem, distanciando-se de suas casas, é 
importante que a família atente para identifica-los 
de alguma forma, como colares e até mesmo 
tatuagens visíveis que tenham informações de 
contato de familiares.

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