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Seminário VI

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I) Defina o conceito de hipótese normativa. 
Segundo Ross, o esquema simbólico da proposição normativa (direito, em sua terminologia) é este: “O (p→q)”, onde O é o operador deontico. E a significação da proposição normativa é prescrever que a implicação “p→q” seja verdadeira (Ross, Logica de las Normas, pag. 145,153,161,168). A hipótese descreve possível situação fática da norma de produção normativa que prescreve em seu consequente o procedimento para a produção normativa (se o agente competente quiser exercer a competência para produzir uma norma ‘y” deve-ser a obrigação de observar o procedimento “z”).
Com bem elucida PAULO DE BARROS CARVALHO: 
‘a hipótese, como a norma na sua integridade, prepõe-se como valida antes mesmo que os fatos ocorram, e permanece como tal ainda que os mesmos eventos (necessariamente possíveis) nunca venham a verificar-se no plano da realidade.”
Assim, podemos inferir que a hipótese normativa consiste em uma situação de fato, ou seja, um comportamento ou ocorrência natural à qual é imputada certa consequência. 
 II) Por que o Prof. Paulo de Barros Carvalho afirma que a hipótese normativa é seletora de propriedades do mundo real? 
Pois ele salienta que como todos os demais conceitos, ele é seletor de propriedades pois opera como redutor das complexibilidades dos acontecimentos recolhidos valorativamente. Outrossim é o fato de que todos os conceitos, antes de mais nada, são contraconceitos, assim como cada fato será um contrafato e cada significação uma contrassignificação. De tal forma apresentam-se com seletores de propriedade, e os antecedentes normativos, conceitos jurídicos que são, elegem aspectos determinados, promovendo cortes no fato bruto tomado como ponto de referência para as consequências normativas. E tendo essa seletividade o caráter eminentemente axiológico. (CARVALHO, 1998).
 
III) O que é fato jurídico? Há diferença entre hipótese normativa e fato jurídico? 
 O fato jurídico é todo acontecimento, natural ou humano, que gera efeitos jurídicos. Nas principais teorias do direito brasileiro, encontram-se três ramificações para ele: fato jurídico stricto sensu (sentido estrito; pertinente às causas naturais); ato jurídico (à ação humana); e ato-fato jurídico (conta com uma ação humana involuntária).
Na analise da diferenciação entre hipótese normativa e fato jurídico, percebemos que há sim tal ocorrência, embora seja uma linha tênue, pois a hipótese normativa se coloca como o descritor de possível situação fática do mundo (natural ou social, social juridicizada) pautando-se na verificação do descrito na hipótese, não sendo essa passível de interpreta-la com uma proposição prescritiva. Ela é descritiva, mas sem valor veritativo. Em contrapartida, o fato jurídico, e aqui utilizo-me do corte metodológico, para descrever o Stricto sensu, o qual se restringe ao plano dos enunciados enquanto suportes de significação, de caráter eminentemente físico, expressa na sequência material do eixo sintagmático. De tal forma a diferença seria nos campos entre abstração e concretude, pois uma opera em meio a abstração, trabalhando unicamente com as ideias, enquanto dicotomicamente, o fato jurídico trabalharia com o real, o palpável, por meio dos enunciados.
IV) O que é fato jurídico lícito? e fato jurídico ilícito? 
No mundo do Direito, a proposição que recolhe o caso concreto discrepante do tipo normativo é proposição descritiva de um estado-de-coisas (de conduta que, de fato descumpre o juridicamente estatuído) assim o estado-de-coisas, discordante do preceito normativamente, passa a realizar a hipótese de outra norma, que tem por pressuposto de consequência sancionadora, tal fato infringente passa a ser ilícito, chamado em sentido amplo de atos jurídicos. Ou seja, os atos ilícitos são os atos que vão de encontro com o ordenamento jurídico, lesando o direito subjetivo de alguém.
Em contrapartida, o fato jurídico, Stricto sensu, o qual se restringe ao plano dos enunciados enquanto suportes de significação, de caráter eminentemente físico, expressa na sequência material do eixo sintagmático. Teria como causa geradora de obrigação o ato licito.
V) Qual é a relação entre a hipótese normativa e o denominado tipo penal?
A relação se entrelaça entre hipótese normativa e o denominado tipo penal, quando analisamos as suas definições, pois a hipótese normativa caracteriza-se pela situação de fato, ou seja, um comportamento ou ocorrência natural à qual é imputada certa consequência. Em consonância, CEZAR ROBERTO BITENCOURT exemplifica, que o tipo penal seria um conjunto de elementos de fato punível descrito na lei penal, o qual, trata-se, de uma construção abstrata do legislador, que descreve legalmente as ações que considera, em tese, delitivas. Concomitantemente, a relação se estabelece na construção pelo legislador, e em principal na imputação de consequência em ambas, ou seja, sempre que ao fato abstrato da norma corresponder dado comportamento no plano da realidade, o agente deverá suportar as consequências do ato praticado.
Bibliografia 
 
MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Fontes do Direito Tributário. 2ª ed. São Paulo: Noeses, 2006. . Capítulo IV: O Jogo da Linguagem do Sistema de Direito Positivo. 
VILANOVA, Lourival. As Estruturas Lógicas e o Sistema de Direito Positivo. São Paulo: Noeses, 2005. Capítulo IV – Estrutura da Proposição Jurídica; e Capítulo V – Norma Primária e Norma Secundária. 
CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. São Paulo: Saraiva, 1998 – Capítulo I – Sobre a Norma Jurídica Tributária, Geral e Abstrata. Itens 01 a 10. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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