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DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO Introdução - Diagnóstico · Laboratorial – B-HCG na urina ou sangue · USG · Clínico · História e exame físico não são métodos altamente sensíveis para diagnóstico precoce. · Alerta para a possibilidade de gravidez anormal. - Objetivo do diagnóstico precoce – iniciar o mais cedo possível (em tempo oportuno) o pré-natal. - Detecção precoce da gravidez possibilita · Início do pré-natal em tempo oportuno; · Identificação de situações para uso de anticoncepção de emergência; · Orientação para planejamento reprodutivo; · Identificação, acolhimento e atendimento de mulheres em situação de gravidez indesejada; · Orientação para mulheres e casais com dificuldades conceptivas; · Identificação de situações de exposição ao risco de infecção dos DSTs, HIV e hepatites virais. Diagnóstico Clínico - Sintomas referidos pela gestante e nos sinais identificados no exame físico. - Deve ser sempre pesquisa em mulher com atraso menstrual, principalmente quando >1 semana. - A probabilidade de gravidez aumenta se os sinais de gravidez estiverem presente, mas sua ausência não exclui a gravidez. - Sintomas e sinais de presunção – longe do útero (na mama, pele...) · Sintomas de presunção · Náusea – iniciado na 6ª semana (elevação do B-HCG, platô e queda) · Hiperêmese gravídica – persiste por náuseas e vômitos por toda a gravidez, queda de 10% do peso materno associado a distúrbio hidroeletrolítico. · Distúrbios urinários – polaciúria e noctúria · Diagnóstico diferencial com ITU · Fadiga e sonolência – provável vasodilatação · Por ação da progesterona · Sinais de presunção · Atraso menstrual · Em paciente jovem com vida sexual ativa, até que se prove o contrário é gravidez. · Modificação da mama – congestão, mastalgia, tubérculos de Montegomery, rede Haller e sinal de Hunter. · Rede venosa de Haller – aumento da circulação venosa formando uma rede visível sob a pele transparente. · Sinal de Hunter – escurecimento das aréolas que deixa os mamilos com margens indefinidas (aréola secundária). · Sinal de Montegomery – glândulas sebáceas das aréolas hipertrofiadas. · Alteração do muco cervical · Desaparece o muco hialina e cristalino · Transformações cutâneas – estrias, cloasma gravídico, linha nigra e sinal de Halban (lanugem) · Útero gravídico cresce e estica a pele · Linha nigra – é a hiperpigmentação da linha alba (tende a voltar) · Cloasma gravídico – hiperpigmentação da face (não tem tratamento). · Sinal de Halban – aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo. - Sinais de probabilidade – próximo do útero · Amolecimento do colo uterino percebido pelo toque a partir de seis semanas de gestação – semelhante à consistência labial. · Sinal de Hegar – istmo uterino via toque vaginal e palpação abdomino-pélvica fica amolecido. · Sinal da dobradiça – amolecido, indo para frente e para trás. · Sinal de Piskacek – abaulamento da região onde houve implantação ovular, ou seja, o útero fica assimétrico pela nidação. · Sinal de Nobile-Budin – fundo do saco ocupado pelo útero, e o útero fica com aspecto mais globoso. · Sinal de Osiander (artéria vaginal) – pulso arterial no fundo do saco · Sinal de Jacquemier ou Chewick – vulva e meato urinário de coloração violácea entre 8 e 12 semanas. · Sinal de Kluge – mucosa vaginal de coloração violácea entre 8 e 12 semanas. · Aumento do volume uterino – o útero aumenta cerca de 1cm/sem pós-4ª semana. · É um órgão pélvico até a 12ª semana · 12 semanas – acima da pube · 16 semanas – entre a pube e a cicatriz umbilical (palpável no meio). · 20 semanas – atinge a cicatriz umbilical · 40 semanas – apêndice xifoide - Sinais de certeza – sente ou ausculta o feto · Ausculta de BCF · Com estetoscópio a partir da 20 semana · Com sonar a partir da 10-12 semana · Sinal de Puzzos · Toque ginecológico bimanual que empurra a cabeça, que volta e bate no dedo – rechaço fetal intrauterino. · Percepção dos movimentos fetais · Palpação abdominal, é possível perceber a partir da 18 a 20 semana. Diagnóstico laboratorial - A detecção do hormônio gonadotrófico humano (hCG) no plasma e na urina maternos constitui a base do diagnóstico laboratorial de gravidez. - O hCG é uma glicoproteína composta por 2 subunidades (beta e alfa). - O hCG é secretado na circulação materna após a implantação, que ocorre 6-12 dias após a ovulação. · 1º momento em que o hCG pode ser detectado com teste ultrassensível. · Valores>25mUI/mL sugerem gravidez em curso. · Os testes de gravidez são mais prováveis de serem positivos no dia esperado da menstruação. · Embora, permitem o diagnóstico de gravidez antes do atraso menstrual. - A subunidade alfa é idêntica a dos hormônios – LH, FSH e TSH · O hCG inibe o TSH – na gravidez pode ocorrer um Hipotireoidismo subclínico. - O pico de Beta-hCG acontece entre 8-10 semanas de gestação decaem e se nivelam até o termo. - Os níveis de hCG não são úteis para estimar a IG, exceto entre a 1ª e 3ª semana após a concepção. - O diagnóstico laboratorial é realizado pela detecção do hCG na urina (testes imunológicos) ou no sangue (radioimunológicos e ELISA). - Depois da 10ª semana, os níveis diminuem e atingem uma concentração média de 12.000 mUI/ml na 20ª semana permanecendo constante até o termo. - O teste pode ser pela urina ou no soro · O teste de soro é preferível quanto o atraso menstruação é menor que uma semana, além de ser mais sensível. · Teste quantitativo · Teste qualitativo – resultado com mais rapidez - Teste de gravidez na urina · Não precisa de laboratório e em 1-5 minutos temos o resultado. · Valores de positividade a partir de 20-50 mUI/ml - Testes rápidos de gravidez – caseiro ou de farmácia · Detectam hCG na urina usando métodos de ensaio imunométrico. · No Brasil – método de tira · Urina no pote específico ou copo plástico, mergulha tira na urina. · Após 1 minuto, retira-se a tira da urina e deixa-se em repouso sobre uma bancada por 5 minutos. · Os resultados positivos devem ser confirmados com outros testes de dosagem de hCG ou outro exame de certeza. - Resultados falso-positivos – uso de psicotrópicos, anticoncepcionais orais, erro do operador, gravidez bioquímica (abortamento subclínico ou pós-implantação), interferência por anticorpos humanos, hipertireoidismo, neoplasia produtoras de hCG. - Resultados falso-negativos – urina de baixa densidade, nas duas primeiras semanas de atraso menstrual e ocasionalmente no 2º trimestre, quando são mais baixos os níveis de hCG. · O teste deve ser repetido em uma semana. · Esperar uma ou duas semanas após uma falha menstrual antes de realizar um teste de gravidez na urina. · Mulheres com ciclos irregulares devem esperar pelo menos 14 dias a partir do ato sexual. - Determinação plasmática de B-hCG – sensibilidade 5mUI/ml (podendo está presente antes do atraso menstrual). - Grande sensibilidade, dosagens próximas de zero; - Níveis de B-hCG>1000UI/L asseguram a presença de gestação em 95% dos casos. · É igual a saco gestacional no ultrassom gestacional – até que se prove o contrário, há gestação em algum lugar Orientações após o teste sorológico - Febrasgo - Teste negativo · Não deseja engravidar · Oferecer métodos contraceptivos. · Deseja engravidar · Avaliar esterilidade conjugal e fornecer os cuidados cabíveis. - Teste positivo · Deseja engravidar · Iniciar rotina pré-natal · Não deseja engravidar · Mais complexo ler página 370-371 Diagnóstico ultrassonográfico - A ecografia obstétrica pode ser realizada por via abdominal ou transvaginal (de preferência) no 1º trimestre. - O saco gestacional é visualizado entre a 4,5 e 5ª semana de gestação (3-4 semanas pós-ovulação). - A atividade cardíaca fetal pode ser detectada pela 1ª vez em 5,5 a 6 semanas. - A medida mais precisa da 6ª até 12ª semana de gravidez – avaliação do CCN (comprimento cabeça nádega). - A partir da 14ª semana, a acurácia da USG para estimar IG diminui progressivamente – DBP e CF. · DBP – Diâmetro biparietal · CF – Comprimento do fêmur · CC - Circunferência cefálica · CA – Circunferência abdominal · São medidas importantes para mediro peso gestacional - Achados ultrassonográficos transvaginal e semanas · Saco gestacional – 4 semanas · Vesícula vitelínica – 5-6 semanas · Embrião – 6 semanas · Ecofetal com BCF – 6-7 semanas · Cabeça fetal – 11-12 semanas · Placenta – 12 semanas · Começa a formar por volta da 10 semana, mas assume a partir da 12 semana. - Os achados para ultrassom abdominal aumentam 1 semana · Saco gestacional – 5 semanas · Vesícula vitelínica – 6-7 semanas · Ecofetal com BCF – 7-8 semanas · Cabeça fetal – 12-13 semanas · Placenta – 13 semanas - Valor do saco gestacional para considerar como uma gestação anembrionada · Acima de 25 mm - Aborto retido · Saco gestacional >25mm E CCN maior ou igual a 7 mm. - Valores de B-hCG e USG · B-hCG>1000 – Saco gestacional · B-hCG>7200 – Vesícula vitelínica · B-hCG>10.800 – Embrião com batimento cardíaco Modificações fisiológicas na gravidez - Modificações das mamas · Estrias · Pigmentação da aréola primária – estrogênio / progesterona / alfa-msh · Tubérculos de Montgomery – estrogênio / progesterona / prolactina · Rede de Haller – estrogênio / progesterona / prolactina - Modificações genitais · Útero aumenta em 4x o tamanho, 1kg · Escurecimento do colo · Aumento da vascularização e elasticidade da vagina · Cor violácea da vulva – Sinal de Jacquemier · Vagina violácea – Sinal de Kluge · Aumento da secreção · Mudança do pH, acidez - Modificações cutâneas · Estrias – estiramento fibras colágenas · Eritema palmar · Telangiectasias – às vezes em nariz · Linha nigrans – estrógeno e progesterona do alfa-msh (hidratante) · Cloasma – estrogênio e progesterona do alfa-msh - Modificações metabólicas · Aumento do metabolismo – aumento da necessidade calórica · Ganho ponderal + edema · Hiperinsulinemia · Anemia ferropriva – anemia hiperdilucional · Hipertireoidismo subclínico · Eleva T3 e T4 – Queda de Iodo e tsh - Modificações hematológicas · Hemodiluição · Aumento da necessidade de ferro · Leucocitose · Aumento da incidência de fenômenos tromboembólicos · Plaquetopenia · Estudar os fatores de coagulação que aumentam e diminuem - Modificações cardiovasculares · Modificações do eixo cardíaco · Síndrome da hipotensão supina · Derrame pericárdico benigno · Edema ortostático/veias varicosas - Modificações respiratórias · Dispneia de repouso – consumo de O2 x capacidade residual · Alcalose respiratória compensada – aumento do pO2 e queda do pCO2 · Alterações gasometria – queda do bicarbonato · Hb fetal – maior afinidade de O2 · Dificuldade de IOT – aumento do ângulo laríngeo/edema laríngeo - Modificações urinárias · Glicosúria fisiológica · Noctúria · Proteinúria fisiológica abaixo de 300mg/dia · >300 pensar em pré-eclâmpsia · Incontinência urinária – progesterona relaxa · ITU - Modificações gastrointestinais · Náuseas – peristaltismo intestinal · Pirose – esvaziamento gástrico · Constipação intestinal · Aumento da litíase biliar – contração da vesícula biliar/bile espessa · Sangramento gengival - Modificações ósseas · Lordose lombar e marcha anserina · Compressões radiculares e lombalgia · Maior mobilidade das articulações pélvicas – embebição gravídica.
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