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Prof. Humberto Ribeiro Junior Ciência Política JOHN LOCKE Fonte: Wikipédia · Contexto: · Meados século XVII e início século XVIII (revoluções inglesas) · “Locke humaniza a ideia de poder, que se torna secular e “moderno”. Não há mais elementos despóticos no poder. O que há é o direito de cada homem, que cede livremente certo poder a um governo para que garanta sua vida em sociedade”. (GRONDONA, Os pensadores da liberdade, 2000) · Trata-se de um pensador empirista, doutrina segundo a qual todo conhecimento deriva da experiência. · Contratualista · Como filósofo, Locke é conhecido pela teoria da tabula rasa, do conhecimento em oposição às teses do inatismo cognoscitivo · Principais obras: -Ensaios sobre a lei da natureza -Dois tratados sobre o governo civil -Ensaio sobre o entendimento humano -Cartas sobre a tolerância · Sustenta a tese de que apenas o consentimento dos governados é a única fonte do poder político legítimo · Estado de natureza: · Para Locke, o estado de natureza é um “estado real (e não abstrato) e historicamente constitutivo do passado da humanidade” · Não é belicoso como Hobbes · O estado civil será, então, um aperfeiçoamento do estado de natureza · No estado de natureza as pessoas viviam num estado pré-social, na “mais perfeita liberdade” para fazer o que bem entendessem “dentro dos limites da lei da natureza (lei racional)”. · Nesse estado pacífico os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da propriedade que, designava simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. · A liberdade para Locke é a obediência à lei natural, que tem dois princípios fundamentais: não é permitido ao homem destruir a si mesmo ou a suas posses; bem como não se pode causar dano a outro nem às posses dele. No estado de natureza, o encarregado de velar pelo cumprimento da lei é cada indivíduo. · Estado de natureza x Estado de guerra · No estado de natureza as pessoas vivem conforme a lei da razão, ainda que sem um juiz ou autoridade com poder decisório. · Porém, se alguém é agredido ou violentado, cada um se sente no direito de fazer guerra contra seu agressor. Essa violência forma o estado de guerra que dá início à necessidade das pessoas formarem sociedades. (Para evitar o estado de guerra os homens se reúnem em sociedade deixando o estado de natureza) · Propriedade como direito natural · Para ele a propriedade é anterior à sociedade e já existe mesmo no estado de natureza, sendo um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado. (Segundo ele o homem era proprietário de si mesmo e de seu trabalho. O trabalho era, pois, na concepção de Locke, o fundamento originário da propriedade) · Contrato social · O estado de natureza, apesar de pacífico não é ausente de problemas. Pode haver a violação de direitos e a falta de um juiz imparcial pode provocar o estado de guerra · É a necessidade de superar esses inconvenientes que, segundo Locke, leva os homens a estabelecerem um contrato social, que realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade civil. · Formas e fins do governo civil · Conservar as propriedades que, por direito natural, já existiam no estado de natureza, e proteção da comunidade, tanto dos perigos internos quanto das invasões estrangeiras · As sociedades podem se organizar de várias formas, mas o objetivo deve ser sempre a conservação da propriedade · Para Locke há uma superioridade do poder legislativo sobre os demais poderes, tanto que o denomina como poder supremo · Tanto o poder executivo (príncipe), como o federativo (encarregado das relações exteriores – guerra, paz, alianças e tratados) deve submeter-se ao poder legislativo · Isso significa que ninguém está submetido a outro poder senão a lei · Doutrina do direito de resistência · Estabelece limites ao poder do governo, diferente do pensamento de Hobbes · Se o governante violar a lei ou atentar contra a propriedade, o governo deixa de cumprir sua finalidade e quebra o contrato social, tornando-se ilegal e tirânico · Isso confere ao povo o direito de resistência à opressão e à tirania · Essa teoria influenciou a declaração de independência dos EUA · Esse direito reconhece ao povo o direito de recorrer à força para a deposição do governo. · O direito à resistência é legítimo tanto para defender-se de um governo tirânico, como para libertar-se do domínio de uma nação estrangeira
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