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@Elisastudies._ • Conceito Negócio jurídico público e solene, celebrado entre duas pessoas que estabelecem, na forma da lei, uma comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres, constituindo uma família. Sua celebração é conduzida por um juiz, autoridade competente, no Cartório de Registro de Pessoas Naturais, devendo ser gratuita. Admite-se a realização de casamento religioso com efeitos civis. • Capacidade para o casamento − A partir dos 16 anos. − Entre 16 e 18 anos, será necessária autorização dos responsáveis legais. − Limitação quanto ao regime de bens a partir dos 70 anos. Regra: somente é possível o casamento da pessoa maior de 16 anos (idade núbil) Existem exceções? Há situações nas quais é permitido o casamento de menor de 16 anos? ATÉ A LEI 11.106/2005 A PARTIR DA LEI 11.106 ATÉ A LEI 13.811/2019 A PARTIR DA LEI 13.811/2019 (ATUALMENTE) Havia duas exceções: Para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal. Em caso de gravidez. Havia uma exceção: Em caso de gravidez. Não há nenhuma exceção. Menor de 16 anos não pode se casar em hipótese alguma. • Causas suspensivas e impeditivas do casamento − IMPEDIMENTO: O casamento, nestas hipóteses, será nulo, diante da verificação de dirimentes absolutos, que não se podem suprir. Assim, não podem se casar: • Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil. • Os afins em linha reta. • O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante. • Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive. • O adotado com o filho do adotante. • As pessoas casadas. • O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. − SUSPENSÃO: Neste caso, o casamento será válido, porém irregular, impondo-se o regime obrigatório da separação de bens. Assim, não devem se casar: • O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros. • A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. • O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. • O tutor/curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada/curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. OBSERVAÇÕES Os impedimentos podem ser opostos até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz, admitindo-se a declaração de ofício e tendo por consequência a suspensão da habilitação ou celebração. Casamento Apenas os parentes em linha reta dos nubentes e seus colaterais em segundo grau podem arguir as causas suspensivas, referentes a interesse da família. Ambos devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. − INVALIDADE Nulidade: infringência dos impedimentos elencados no art. 1.521. Com a vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13.146/2015), a ausência de discernimento por enfermidade mental deixa de ser causa de nulidade do casamento. A nulidade será reconhecida por meio de ação declaratória de nulidade, com efeitos EX TUNC, podendo ser ajuizada por qualquer interessado ou pelo MP. Anulabilidade: é anulável o casamento: • De quem não completou a idade mínima para se casar. • Do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal. • Por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558 (ERRO ESSENCIAL e COAÇÃO). • Do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento. • Realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges. • Por incompetência da autoridade celebrante. O menor de 16 anos poderá, ao completar a idade núbil, confirmar seu casamento, com autorização dos representantes ou suprimento judicial. No caso de casamento de menor em idade núbil sem a autorização dos representantes, estabelece o legislador o prazo de 180 dias para anulação, contados: • Da cessação da incapacidade, em caso de iniciativa do próprio jovem. • Da data do casamento, por iniciativa dos representantes. • Da morte do incapaz, por iniciativa de seus herdeiros necessários. A nulidade é insanável, enquanto o casamento anulável pode ser convalidado. O prazo decadencial para requerer a anulação do casamento, contado da data da celebração, é de: • 180 dias, no caso de incapazes de consentir. • 2 anos, em caso de incompetência da autoridade celebrante. • 3 anos, nos casos de erro essencial sobre a pessoa. • 4 anos, no caso de coação. − PROCEDIMENTO Habilitação para o casamento: processo que corre perante o oficial de Registro Civil para demonstrar que os nubentes estão legalmente habilitados para o ato nupcial. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos: • Certidão de nascimento ou documento equivalente. • Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra. • Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar. • Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos. • Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. Proclamas: é o edital fixado na parede do cartório e publicado na imprensa local (se houver), com prazo de 15 dias para oposições. Em caso de urgência (exemplos: grave enfermidade, viagem inadiável etc.), poderá ser dispensada a publicação pelo juiz. Certidão de habilitação: cumpridas as formalidades e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação. A eficácia da habilitação será de 90 dias, a contar da data em que foi extraído o certificado. Habilitação para o casamento Publicação de editais (15 dias) Certificado de habilitação (80 dias) Celebração do casamento. • Provas do casamento Para casamentos celebrados no Brasil, prova-se pela Certidão de Registro expedida pelo Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais. Para casamentos celebrados no exterior, também pela certidão de registro, que deve ser providenciada em 180 dias a contar da volta de um ou ambos os cônjuges ao Brasil. • Esponsais É o noivado: promessa de casamento entre 2 pessoas desimpedidas para o matrimônio. • Espécies de casamento válido − CASAMENTO PUTATIVO: Contraído de boa-fé por um ou ambos os cônjuges, embora nulo ou anulável. Produz os efeitos de um casamento válido em relação ao cônjuge de boa-fé, inclusive no tocante aos alimentos, até a data da sentença anulatória. Produz efeitos civis em relação aos filhos, independentemente de boa-fé. − CASAMENTO EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE: Dispensa as formalidades para a validade do casamento quando, após a expedição de certificado de habilitação, um dos nubentes recai em grave estado de saúde, celebrando o juiz, acompanhado do oficial do casamento no local onde estiver, perante duas testemunhas. − CASAMENTO NUNCUPATIVO: Casamento em caso de iminente riscode vida, dispensando inclusive o processo de habilitação e a celebração por autoridade competente. Realizar-se-á de viva voz, na presença de seis testemunhas sem parentesco com os nubentes, requerendo posterior homologação judicial. − CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS: Em caso de prévia habilitação, deve ser promovido o registro civil no prazo de 90 dias da celebração do casamento religioso. Em caso de habilitação posterior, os nubentes poderão requerer o registro a qualquer tempo, com a apresentação da certidão do ato religioso e dos demais documentos. Após a homologação da habilitação, lavrar-se-á o assento civil, com efeitos a partir da celebração religiosa. − CASAMENTO CONSULAR: Celebrado por brasileiro no estrangeiro, perante a autoridade consular. Deve ser registrado em cartório do domicílio dos cônjuges no Brasil, no prazo de 180 dias contados do retorno de um ou ambos ao país. − CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO: Opera-se mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. CASAMENTO POR PROCURAÇÃO: admitido, desde que por instrumento público, com poderes especiais. A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. • Eficácia do casamento O casamento produz os seguintes efeitos: • Constituição de família. • Estabelecimento do regime de bens. • Deveres comuns: → Fidelidade recíproca. → Vida em comum, no domicílio conjugal. → Mútua assistência. → Sustento, guarda e educação dos filhos. → Respeito e consideração mútuos. O dever de coabitação não é absoluto, admitindo limitações em razão de profissão, doenças, entre outras, casos em que a ausência do cônjuge da residência comum não importará abandono do lar. • Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal A sociedade conjugal (o convívio, os deveres entre os cônjuges) termina: • Pela morte de um dos cônjuges. • Pela nulidade ou anulação do casamento. • Pela separação judicial. • Pelo divórcio. O vínculo conjugal (casamento válido propriamente dito) se dissolve pelo divórcio ou pela morte de um dos cônjuges, momento em que os cônjuges se tornam aptos a contrair novas núpcias. • Proteção dos filhos Podem os cônjuges regular por acordo a guarda dos filhos, nos procedimentos de separação e divórcio consensuais, devendo o juiz recusar a homologação caso não se atendam adequadamente os interesses dos filhos incapazes. A guarda pode ser: • UNILATERAL: atribuída a um só dos genitores. • COMPARTILHADA: responsabilização conjunta dos genitores. A lei confere primazia à fixação de guarda compartilhada. Excepcionalmente, a guarda pode ser deferida a terceiro, caso o juiz considere inadequado o deferimento ao pai ou à mãe, tendo em conta, preferencialmente, para a escolha, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. Filhos maiores de 12 anos devem ser ouvidos na tomada de decisão sobre a guarda. Alienação Parental: considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. As sanções para a prática podem variar desde a advertência até a suspensão da autoridade parental dele, passando pela alteração da guarda e outras medidas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal.
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