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Transformação do músculo em carne Com a falta de oxigênio no organismo as bactérias presentes produzem ácido láctico mantendo a a integridade da estrutura celular. Normalmente, o sistema circulatório leva o ácido lático produzido de volta ao fígado, mas como não há circulação o ácido fica preso no músculo Esse processo acontece até a depleção do glicogênio muscular ou o pH muscular se torna tão baixo que as enzimas glicolíticas se tornam inativas Formando o processo de rigor mortis que é quando as reservas energéticas para contração e relaxamento muscular esgotam-se Nesse processo ocorre a ativação da proteólise muscular através das enzimas Ca++ dependentes que diminuem o pH e causam a degradação do disco Z, dessa forma a carne é formada Com a depleção de creatina fosfato e glicogênio usados na formação de ATP, as pontes de actomiosina não se desfazem e o músculo entra em contratação permanente Esses processos influenciam na maciez, cor, capacidade de retenção de água, textura, dureza e outros aspectos importantes na hora da escolha da carne, produto final dessa transformação. Ana Beatriz Monteiro Domingos- Disciplina de Tecnologia e inspeção da carne e derivados Após o processo do abate o corpo tenta ainda manter a homeostase, com a falta de sangue cessa o suprimento de O2 e ocorrem vários processos que transformam o músculo em carne. A temperatura tem papel fundamental no processo de desnaturação proteica. A queda normal de temperatura e pH podem acontecer sob condições normais após o resfriamento total da carcaça, sem que haja uma desnaturação significativa das proteínas. Alguns animais irão apresentar uma discreta queda (alguns décimos de pH) dentro da primeira hora e a seguir o pH permanecerá elevado finalizando um pH24 ao redor de 5,9 a 6,5 O desenvolvimento de condições ácidas no músculo, antes que o calor corporal e a energia do metabolismo anaeróbico sejam dissipados, irá ocasionar a desnaturação das proteínas musculares. Outros animais irão apresentar uma queda rápida dentro da primeira hora, caindo rapidamente para 5,4 a 5,5 finalizando com um pH24 ao redor de 5,3 a 5,6 Irão formar a carne tipo PSE, Palid, soft, exsudative, que é uma carne pálida com baixa capacidade de retenção de água mas ainda sim macia e gordurosa. Irão formar a carne tipo DFD, (Dry, firm & dark, que é uma carne com alta capacidade de retenção de água por isso apresenta uma cor escura, com aparência seca e pouco macia. O estresse em animais antes e durante o abate na carne tipo DFD é prejudicial pois além de reduzir o tempo de prateleira, têm má aparência, propriedades tecnológicas e palatabilidade ruins devido ao elevado pH, onde as proteínas miofibrilares aumentam a retenção de água e favorecem a proliferação bacteriana. Na carne tipo PSE a água é pouco ligada com as proteínas e suas membranas são mais permeáveis provocando uma maior exsudação, combinado ao estresse principalmente em suínos leva a uma diminuição rápida do pH e deixando ela com um aspecto negativo para o consumidor
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