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Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 Revisão para P1 Perfurantes – só perfuram e promovem uma lesão punctória/puntiforme (em ponto) Transferem sua energia cinética por meio de uma ponta, pressionando e afastando os elementos do tecido. Na situação de lesão produzida por ação perfurante, pode-se observar as seguintes características: Feridas puntiformes com pouco sangramento (raro) Possuem diâmetro transverso reduzido e pouca profundidade (prevalente com relação a extensão) Atuam por pressão em um determinado ponto Os instrumentos penetram a superfície Geralmente afastam as fibras dos tecidos atingidos, mas não cortam Instrumentos/agentes finos, alongados e pontiagudos, como prego; estilete; espinho; garfo; furador de gelo; alfinete; agulha; tachinha, entre outros Cortantes – só cortam e promovem uma lesão em casa de botão/botoeira que é incisa, em linha, com muito sangramento, com bordas regulares e simétricas, e ângulos agudos (< 90°) Transferem energia cinética por deslizamento e leve pressão através de uma borda aguçada a que se dá o nome gume ou fio O centro da ferida é mais profundo que as extremidades, sendo também a sua extensão mais prevalente que a sua profundidade Perfil de corte de aspecto angular quando o instrumento atua de forma perpendicular; ou em forma de bisel, quando o instrumento atua em sentido oblíquo. É uma das causas de escoriação (presença de cauda de escoriação/cauda de rato de romanese/cauda de laca sangue voltada para o lado onde terminou a ação do instrumento) Escoriação ≠ Ferida o Escoriação – arranca-se a epiderme, expõe-se a derme sem ultrapassa- la o Ferida – ultrapassa-se a epiderme e a derme, atingindo planos mais profundos Consolidam por cicatrização Contundentes – o contato ocorre por meio de uma superfície, não há ponta nem gume (borda aguçada) Promove uma lesão contusa que é plana, menos sangrante (redução da luz do vaso) que a lesão incisa e bordas irregulares e muitas vezes, a presença da ferida com fundo sujo As lesões mais comuns se verificam externamente e de diversas modalidades; Agem por pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, descompressão, distensão, torção, contragolpe ou forma mista; A contusão é ativa, quando apenas o meio ou o instrumento se desloca; passiva quando só o corpo humano está em movimento e mista quando o corpo e o instrumento se movimentam com certa violência Conceito de Morte Morte súbita/agudizante – conjuga 4 características 1) Tem que ser natural 2) Não pode ser violenta 3) Tem que ser inesperada 4) Pode ser fulminante ou agônica Morte natural – se dá em virtude de uma energia interna e quem atesta é o médico assistente ou o SVO Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 Morte violenta – se dá em virtude de uma energia externa (trauma) e quem atesta é o médico legista É marcada pelo SAC – Suicídio, Acidente e Crime Morte suspeita – aquela em que não se sabe se é natural ou violenta Fenômenos Cadavéricos – sinais de morte Imediatos – Sinais Abióticos imediatos de morte Indicam a probabilidade de morte e ocorrem imediatamente São divididos em 9 sinais vistos no que chamamos de período de incerteza de tourdes 1) Perda da consciência 2) Insensibilidade 3) Imobilidade 4) Abolição do tônus muscular 5) Fácies hipocrática (cadavérica) 6) Relaxamento dos esfíncteres 7) Inexcitabilidade elétrica 8) Cessação da respiração 9) Cessação da circulação Sinais Tardios São 4 sinais chamados de sinais abióticos consecutivos 1) Evaporação Tegumentar (físico) Apergaminhamento da pele Dessecação das mucosas Fenômenos oculares Mancha negra de larcher-sommer 2) Resfriamento cadavérico (físico) – algor mortis Fatores intrínsecos Fatores extrínsecos 3) Livores cadavéricos (físico) – coloração típica da parte inferior de um cadáver humano, com formação de manchas esbranquiçadas e de manchas escuras que correspondem às zonas de falta ou de acumulação de sangue Tonalidade Cronologia Diagnóstico diferencial Importância médico-legal 4) Rigidez cadavérica (químico) – rigor mortis Ocorre com o tempo no sentido crânio-caudal O primeiro músculo que entra em rigidez é o masseter, responsável pela abertura e fechamento da boca (na mandíbula) Cronologia Lei de Nysten-Sommer-Larcher Cadáver Flácido – até duas horas após morrer → a rigidez cadavérica instala-se de cima para baixo, enrijecendo inicialmente as massas musculares menores e, mais tarde, as massas musculares maiores Acima de duas horas → rigidez da musculatura da mandíbula (masseter) 6 horas → rigidez da musculatura generalizada Mais de 6 horas e menos de 24 horas → todo corpo fica duro De 24 a 36 horas → início da putrefação e desfazimento da rigidez, sendo também de cima para baixo Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 Espasmo cadavérico Importância médico-legal Fenômenos transformativos Destrutivos – não cessa a putrefação o Autólise (químico) – a célula, após cumprir o seu ciclo vital, deixa de ter utilidade para o organismo, então ela libera as suas enzimas lisossomais e sofre autodestruição Pode ocorrer em vida ou após a morte Os resíduos celulares servem de alimento para as demais células da região o Putrefação (químico) – fases: Coloração/Cromática – a mancha verde de brouardel se dá pela reação do H2S + hemoglobina resultando em sulfoxiemoglobina, e é comum aparecer mais no abdome, mas pode aparecer nos orifícios naturais (natimorto), parte alta do tórax e cabeça (cabeça de nego dos afogados) Gaseificação/Enfisematosa – os gases da putrefação aumentam e empurram o sangue que desceu para as regiões de maior declive, de volta às porções mais elevadas do corpo, fazendo surgir o desenho das veias novamente (circulação póstuma de brouardel) Coliquação/Redutora – dissolução dos tecidos moles, ou seja, vísceras perdendo as suas características morfológicas Esqueletização – leva de 1 a 2 anos para esqueletizar quando sepultado o Maceração (químico) Séptica (com bactérias) – do afogado Asséptica (sem bactérias) – maceração fetal → destruição dos tecidos moles do feto pela ação do líquido amniótico (a partir do 5° mês de vida intrauterina) – os sinais evidentes aparecem com pelo menos 24 horas de morte, e o cavalgamento dos ossos do crânio em razão da maceração das membranas inter- suturais ocorre com pelo menos sete dias de morte (sinal de spalding) Identificação Sucessão em direito civil Conservadores – cessa, de alguma forma, a putrefação o Mumificação (químico) – tem que ter um ambiente muito arejado, seco e quente Natural (físico-químico) Artificial (físico ou químico) o Saponificação/Adipocera (químico) – cobrir o cadáver, no todo ou em parte, por material gorduroso, semelhante a cera A decomposição é interrompida, algumas enzimas de origem microbiana modificam as estruturas moles e se forma sabões de baixa solubilidade conhecidos como adipocera (coloração branco-amarelada e consistência mole) Possui cheiro rançoso e pode começar dois meses após falecimento Dificulta a marcha da putrefação e ocorre em ambientes quentes e úmidos, sendo indispensável a presença de gorduras no ambiente Obesidade Covas múltiplas Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 o Corificação Pericia médico-legal Podem ser feitas no cadáver, porém não é exclusiva dessas situações, podendo ser usada também para indivíduos vivos em casos de acidentes de trabalho e agressões A ciência forense que estuda os acidentes de trabalho é chamada de Infortunística Lesão e morte por Projeteisde Arma de Fogo (PAF) A ciência que estuda lesão e morte por PAF é a balística O projétil é o verdadeiro instrumento perfuro-contundente Apresentam orla de escoriação, devendo-se ao arrancar da epiderme; Bordas invertidas, devem-se à ação traumática de fora para dentro sobre a natureza elástica da pele; Provocam halo/orla de enxugo (sinal de Chavigny)/Alimpadura, ocasionado pela passagem do projétil através dos tecidos; Provocam halo/zona de tatuagem, resultante da impregnação de grãos de pólvora incombustos que alcançam o corpo; A orla/zona de esfumaçamento/tisnado é decorrente do depósito deixado pela fuligem que circunscreve a ferida de entrada; Zona de queimadura, devido a ação superaquecida dos gases que atingem e queimam o alvo; Aréola equimótica, oriunda da rotura de pequenos vasos localizados na vizinhança do ferimento; Zona de compressão de gases, representada pela depressão da pele e vista apenas nos primeiros instantes no vivo Anel de fish = halo de enxugo + orla de escoriação/contusão – importante por identificar a incidência do disparo e denunciar que a lesão é de entrada Trajetória x Trajeto – balística Trajetória é o caminho percorrido pelo projétil fora do corpo, da arma até a superfície atingida. Trajeto é o caminho percorrido pelo projétil no interior do corpo Lesão e morte por energia elétrica Eletricidade natural/cósmica – lesão chamada de eletrofulguração (causa apenas lesões corporais) Quando age letalmente sobre o homem levando a óbito denomina-se eletrofulminação As lesões externas provocadas pela eletricidade natural são denominadas de sinal de Lichtenberg e possuem aspecto arboriforme (trama vascular ramificada visível na pele) o Esse sinal é visto na pele mas ocorre nos vasos sanguíneos, devido a uma vasculite elétrica, gerando os sinais de inflamação típicos – calor, rubor e edema Podem ocorrer queimaduras, hemorragias musculares, fraturas ósseas, rotura do coração, distensão dos pulmões Eletricidade artificial Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 Tem por ação uma síndrome chamada Eletroplessão/Eletropulsão, geralmente acidental, que é definida como qualquer efeito proporcionado pela eletricidade industrial, com ou sem êxito letal. Sinal/Marca Elétrica de Jellinek – marca de entrada da corrente elétrica o É uma lesão mais simples provocada por eletroplessão, de forma circular ou elíptica, bordas altas, fundo escavado, indolor, asséptica, seca, endurecida e fixa o Pode reproduzir a marca do condutor elétrico, configurando um sinal patognomônico o Essa lesão, a nível celular (histologia), vai ter as suas células justapostas com citoplasma e núcleo alongados, sendo chamada de lesão em paliçada Pode ser identificado mesmo com o cadáver em estado avançado de putrefação Morte por corrente elétrica o Morte Cardíaca – corrente elétrica provoca contração fibrilar do ventrículo. o Morte Pulmonar – tetanização dos músculos respiratórios e dos fenômenos vasos motores; a parada da respiração antecede a do coração. o Morte Cerebral – hemorragia das meninges e demais estruturas cerebrais Tais causas variam conforme a intensidade da corrente elétrica que passa pelo corpo o Abaixo de 220 volts – baixa voltagem – morte por fibrilação ventricular o De 220 a 1.200 volts – média voltagem – morte por asfixia o Acima de 1.200 volts – alta voltagem – morte cerebral Obs.: a resistência elétrica da pele seca é em torno de 30 a 50 mil ohms, já a pele úmida é de 5 mil ohms Obs.: eletroperfuração – passagem de uma corrente elétrica a nível celular que altera a disposição elétrica da membrana plasmática, mudando a sua seletividade pela ampliação Sinal de certeza de morte para transplante de órgãos e tecidos → Lei de transplante de tecidos – só é válido se constatar a morte do tronco encefálico, além da morte cerebral Termonoses x Queimaduras Lesões pela ação térmica Termonoses – ação difusa do calor, ou seja, a fonte de calor não toca a vítima, sendo a lesão provocada pela onda térmica (insolação e intermação) Ocorre por irradiação (emissão de calor), configura um quadro sistêmico e tem a classificação de lussena-hoffmann Insolação o Hipotálamo – localizado na base do cérebro e contém os centros termorreguladores centrais, estando relacionado à insolação Age no diâmetro vascular, posição dos pelos, estimulo à sudorese, estímulos musculares (tremores), estimulo à tireoide (metabolismo), alteração do ritmo respiratório e do ritmo cardíaco Além disso, produz e secreta hormônios, e está ligado à hipófise Queimaduras – ação local do calor (condução), ou seja, a fonte de calor toca o corpo da vítima, podendo ser dividida em: Primeiro grau – Eritema – vermelhidão o Pela classificação de krisek, é tida como uma queimadura superficial, sendo apenas a epiderme é afetada o Coloração vermelho vivo, devido a simples congestão da pele e não se evidenciam no cadáver Segundo grau – Flictenas – bolhas (rotas ou íntegras) Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 o Pela classificação de krisek, é tida como uma queimadura parcial superficial ou parcial profunda o Formam-se vesículas que suspendem a epiderme, contendo líquido amarelo-escuro; o São notadas nos cadáveres, porém não possuem conteúdo seroso o No vivo, ao redor das flictenas, observamos, ao microscópio, hemácias descoradas, migração leucocitária e edema das papilas dérmicas o Precisa-se fazer uma medida de albumina nessas bolhas para saber se a lesão foi feita em vida ou pós morte Chamada de Reação de chambert – é positiva caso haja presença de grande quantidade de proteínas no liquido, o que indica que a lesão ocorreu em vida Terceiro grau – Escarificação da derme o Pela classificação de krisek, é tida como uma queimadura total o Destroem os corpúsculos sensíveis da epiderme e deixam cicatrizes e, no cadáver, apergaminham-se o As escaras originadas de uma queimadura em vida têm vesículas e eritema ao seu redor. A gravidade da queimadura, em relação a sobrevivência da vítima, é avaliada em função de sua extensão e intensidade Quarto grau – Carbonização o Carbonização do plano ósseo o Ocorre redução do volume corpóreo por condensação dos tecidos o Até certo ponto ela age como isolante, ou seja, os órgãos internos podem permanecer íntegros enquanto o exterior está completamente carbonizado Sinal de montalti – presença de fuligem na traqueia Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 Asfixia – constrição do pescoço por: Enforcamento – força passiva do laço O que traciona o laço no pescoço é o peso do próprio corpo Típico – nó localizado na parte posterior do pescoço o A cabeça da vítima está caída para parte anterior Atípico – nó localizado em outro lugar do pescoço que não seja na parte posterior o A cabeça da vítima está virada para o lado contrário do nó Esganadura – mãos do agressor diretamente no pescoço Achados periciais na área externa do pescoço → lesão com estigmas ungueais e digitais, marca de dedo possivelmente gerando equimoses e marca de unha podendo gerar escoriações semilunares Achados periciais na área interna do pescoço → fratura do osso hioide, lesão nas cartilagens cricoide e tireoide e esquimose retrofaringeana de bordel (faringe bate contra a coluna vertebral gerando a equimose) Estrangulamento – força ativa do laço, sendo ele apertado pelo agressor no pescoço da vítima Em relação as causas de morte em virtude da constrição do pescoço, a literatura descreve um fator mecânico pela constrição do pescoço levando a um quadro de anóxia ou hipóxia pelo bloqueio da passagem do ar Há também um fator circulatório, onde ocorre obloqueio do fluxo sanguíneo para as artérias carótidas interna e externa, gerando uma insuficiência de aporte sanguíneo no encéfalo Além disso, o fator neural é quando ocorre uma compressão do nervo vago, que vai estimular o coração e o pulmão, gerando uma parada cardiorrespiratória pelo reflexo vagal Perícia Médico-Legal Conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da Justiça. São realizadas nas instituições médico-legais, por médicos ou por profissionais liberais de nível superior da área de saúde, sendo esses profissionais nomeados pela autoridade que estiver à frente do inquérito; Podem ser realizadas nos vivos, nos cadáveres, nos esqueletos, nos animais (raras) e nos objetos. Nos vivos visam ao diagnóstico de: o Lesões corporais, determinação de idade, de sexo, de grupo racial; o Gravidez, parto e puerpério; o Conjunção carnal ou atos libidinosos em casos de crimes sexuais; o Determinação de paternidade e maternidade; o Comprovação de doenças profissionais e acidentes de trabalho; o Evidências de moléstias graves; o Determinação do aborto; o Nos cadáveres visam os diagnósticos de: o Da causa morte; causa jurídica da morte; tempo aproximado de morte; identificação do morto; presença de veneno em suas vísceras; retirada de um projétil Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 Nos esqueletos visam fundamentalmente a identificação do morto, e quando possível, a causa da morte O ideal nas perícias médico-legais seria atuação de um médico-legista, porém, pode ser recrutado um médico de qualquer especialidade ou simplesmente um profissional com certa experiência na matéria, contanto que tenha habilitação técnica e título ou diploma de curso superior relacionados com a natureza da perícia Documentos Médico-Legais Declaração de óbito É Documento-base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS); Composta de três vias autocopiativas, prenumeradas na, fornecida pelo MS e distribuídas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de saúde conforme fluxo padronizado para todo o país; Tem função legal; Possui dois objetivos principais: o Ser o documento padrão para a coleta de informações sobre mortalidade, que servem de base para o cálculo das estatísticas vitais e epidemiológicas do Brasil; o Seu caráter jurídico, sendo o documento hábil, conforme a Lei 6.015/73 – Lei dos Registros Públicos, indispensável para as formalidades legais do sepultamento. A emissão da DO é ato médico, devendo ser fidedigna e refletir a realidade, pois as estatísticas de mortalidade são produzidas com base na DO emitida pelo médico O médico emitirá o DO em todos os óbitos (natural ou violento) Nos casos de morte natural/doença, quem deve emitir o DO é o médico assistente/substituto (com assistência médica) ou o médico do SVO (Serviço de Verificação de Óbito - sem assistência médica) Nos casos de morte não natural/causas externas (homicídios, suicídios, mortes suspeitas, acidentes), se tiver o IML, quem deverá emitir é o médico legista (qualquer que tenha sido o tempo entre o evento e a morte); caso não se tenha o IML ou SVO, qualquer médico da localidade, investido pela autoridade judicial ou policial, na função de perito legista eventual pode emitir o DO Declaração de óbito x Certidão de óbito o A DO é um formulário oficial no Brasil em que se atesta a morte, já a CO é um documento jurídico fornecido pelo cartório de Registro Civil após o registro do óbito. Relatório Médico-Legal É a narração escrita e minuciosa de todas as operações de uma perícia médica determinada por autoridade policial ou judiciária. Quando ditado a um escrivão durante o exame, chama-se auto; Se redigido depois de terminada a perícia, deve ser chamado de laudo. Pode ser dividido em 7 partes (PQHDDCR) o Preâmbulo – é uma espécie de introdução na qual constam: a qualificação da autoridade solicitante, a do perito e do examinado, o local onde é feito o exame, a data e a hora, bem como o tipo de perícia a ser feita o Quesitos – são perguntas cuja finalidade é a caracterização de fatos relevantes que deram origem ao processo. No foro penal, são padronizados e têm o fim de caracterizar os elementos de um fato típico o Histórico – são dados referentes aos antecedentes obtidos pelo próprio examinando, exceto no caso de autopsia nos quais precisam ser transcritos, não endossados, da guia de remoção que acompanha o corpo o Descrição – é a parte mais importante do relatório médico-legal, uma vez que não pode ser refeita com a mesma riqueza de detalhes em um exame ulterior, por isso deve ser minuciosa, correspondendo ao visum et repertum (ver e reportar) Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula Med. Legal 30/03/2022 o Discussão – se não houver contradições aparentes, pode não ser necessária. Contudo, quando surge alguma discrepância entre a descrição e o histórico, torna-se imperiosa. Nesses casos, os achados têm que ser analisados sob novos ângulos, tentando encontrar uma explicação para as diferenças o Conclusão – terminadas a descrição e a discussão, se houver, o perito assume uma posição quanto à ocorrência, ou não, do fato com base nas informações do histórico, nos achados do exame objetivo e no seu confronto o Resposta aos quesitos – deve ser sucinta e objetiva, não sendo admissível falta de clareza nem interpretação dúbia. Em caso de dúvida, o perito dirá que não têm dados para esclarecê-la. Terminado o relatório, o perito deve assiná-lo A data do exame pode constar do preâmbulo, estar no início da descrição, ou ser colocada antes das assinaturas finais