Buscar

Exame físico dos pares cranianos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Habilidades e atitudes médicas
Exame físico dos pares cranianos 
5º Período
1º nervo craniano – olfatório.
É um nervo aferente somático especial que inerva a mucosa olfatória (olfativa) na cavidade nasal. Ele transporta a informação do cheiro até o cérebro. Os vários ramos do nervo olfatório (olfativo), chamados de fila olfatória (olfativa), saem da cavidade nasal através da placa cribiforme (crivosa) do osso etmoide. Eles terminam no bulbo olfatório (bolbo olfativo), que então se continua como trato olfatório (fita olfativa). Dentro do cérebro, as fibras do trato olfatório (fita olfativa) se dispersam e acabam no córtex olfatório (córtex piriforme, amígdala, córtex entorrinal).
· Exame físico
É testado por substâncias aromáticas como café, cravos, limão, canela, tabaco, entre outros. Pede-se ao paciente para fechar os olhos, tapando uma narina e aproximando, da outra a substância odorífera característica. Solicita-se, então, que inale e responda se sente ou não o cheiro, se o odor é agradável ou desagradável e se identifica o odor. 
Deve-se testar uma narina de cada vez, sempre começar por aquela que está alterada.
Evitar utilizar substâncias irritativas como amônia, éter e álcool. 
· Anormalidades
Suas disfunções podem incluir anosmia (ausência de sentido do olfato), hiposmia (diminuição do olfato), parosmia (perversão ou distorção do olfato), fantosmia (percepção de um odor que não é real), agnosia (incapacidade de identificar ou interpretar odores detectados) e cacosmia (odores indevidamente desagradáveis).
2º nervo craniano – óptico.
É um nervo aferente somático especial que inerva a retina do olho e traz informação visual ao cérebro. As fibras neurais se originam dos fotorreceptores da retina. Elas convergem até o disco óptico, formando o nervo óptico. O nervo óptico deixa a órbita através do canal óptico. No assoalho da fossa média do crânio, a parte nasal de cada nervo cruza para o lado oposto, formando o quiasma óptico. As fibras nervosas então se continuam como as duas vias ópticas. O NC II também não possui seu próprio núcleo, mas seus corpos celulares estão localizados na retina. O nervo óptico faz sinapse com os centros relacionados à visão no cérebro.
· Exame físico
A avaliação do nervo óptico permite ver, de fato, através das janelas do cérebro, pois se trata de uma extensão do SNC. Vários testes permitem definir se há́ um comprometimento especificamente do nervo, das áreas cerebrais relacionadas à visão ou alterações secundárias a alterações encefálicas difusas, por exemplo. Entre os testes a serem realizados, destacam-se:
· Testes de acuidade visual
É testada utilizando um quadro de Snellen de 3 a 6 metros de distância (distância de um braço). Ela permite identificar e quantificar perdas visuais, podendo, inclusive, sugerir determinadas condições patológicas.
Deve-se testar um olho de cada vez. O paciente deve ler corretamente cada linha da escala, da esquerda para a direita e de cima para baixo.
Tabela de Snellen: 
· 20/20 → visão normal (20 metros); 
· 20/30 → o normal seria a distância de 30 pés, mas o indivíduo precisa está a 20 pés;
· 20/200 → visão ruim;
· 20/400 → cego/visão muito ruim.
Interpretação da tabela: letras acima da linha vermelha significa que o paciente consegue enxergar coisas que um paciente normal enxergaria há 20 metros, as coisas que todo mundo vê há 20 metros a pessoa que leu também conseguiu. Exemplo: se uma pessoa só conseguir ler até a linha 5, ou seja, 20/40, significa que ela está há 20 metros de um objeto e consegue ver coisas que uma pessoa normal enxerga há 40 metros.
Na ausência das tabelas citadas, pode-se fazer a avaliação subjetiva, pedindo ao paciente que leia pequenos textos. Quando o déficit na acuidade é importante, não sendo possível a leitura, verifica-se a que distância o paciente é capaz de contar os dedos do examinador. Se ainda assim o paciente não conseguir enxergar, procede-se ao teste de visão de vultos e estímulo luminoso.
 Exame da acuidade visual.
· Avaliação dos campos visuais
· Com o paciente sentado, solicita-se que fixe seus olhos em algum ponto na face do examinador, devem ocluir um olho correspondente (tanto o examinador quanto o paciente). Logo o examinador estende ambos os braços na posição horizontal e faz movimentos com os dedos, em seguida pergunta ao paciente se os dedos se encontram parados ou em movimentos.
· Em um outro teste, o paciente e examinador devem estar frente a frente, com os olhos no mesmo nível horizontal - os dois devem manter o olhar fixo à frente, para que os campos visuais de ambos se superponham. Cada olho é examinado separadamente, o paciente e o examinador ocluem o olho correspondente ao mesmo campo visual (olho direito do examinador/olho direito do paciente). Em seguida aproxima-se um objeto aos poucos da periferia para o centro do campo visual entre o examinador e o paciente, solicitando ao paciente que avise quando notar o objeto no seu campo visual. Isso deve ser feito nos setores temporal, nasal, inferior e superior do campo visual.
 Campimetria de confrontação.
As alterações campimétricas causadas por neoplasias, infecções e desmielinização são anotadas em relação ao campo visual, e não à retina. Assim, hemianopsia homônima direita significa perda da metade direita do campo visual. 
 Representação esquemática das vias ópticas e as consequências das lesões mais frequentes.
· Fundo de olho
Com um oftalmoscópio, deve-se observar o disco do nervo óptico (papila), os vasos, e a retina. O paciente fica sentado em uma maca e o médico em pé, em frente a ele. O olho que o examinador utiliza é correspondente ao olho do paciente ao ser examinado. Devem ser apreciados aspecto, brilho, calibre e cruzamento dos vasos. Avalia-se também
· Detecta lesões préquiasmáticas do nervo óptico;
· Avaliação indireta da pressão intracraniana
 Disco amarelo: nervo optico (parte distal).
 Papiledema 
Poderão apresentar alterações como: edema de papila (sinal de hipertensão craniana), apagamento de bordas papilares e até hemorragias em casos mais graves, atrofia óptica (cor esbranquiçada) e alterações nas arteríolas (sinal de hipertensão arterial).
· Avaliação das cores
Solicita-se ao paciente que diga qual cor ele vê na respectiva imagem.
A visão de cores é afetada precocemente em distúrbios do nervo óptico. Isto se deve à predominância de cones sobre a mácula, que, por sua vez, compõe 90% das fibras do nervo óptico.
No olho afetado, a cor é percebida como menos intensa ou acinzentada. Realize o teste nos quatro quadrantes em cada olho, tendo em mente que a visão central proporciona maior intensidade de cor que a periférica. A discromatopsia congênita, ou daltonismo, afeta de 4 a 8% dos homens, sendo 100 vezes menos comum em mulheres.
3º (oculomotor), 4º (troclear) e 6º (abducente) nervo craniano.
Na avaliação dos pares cranianos 3º (oculomotor), 4º (troclear) e 6º (abducente), os olhos são observados quanto a simetria de movimento, posição do globo ocular, assimetria ou queda das pálpebras (ptose) e espasmos ou tremulações dos globos ou das pálpebras.
Estes nervos são avaliados em conjunto, pois inervam os vários músculos, que têm por função a motilidade dos globos oculares.
	III
	Inverna o reto superior, o reto medial, reto inferior e o oblíquo inferior (Fazem a motricidade geral do olho). Inerva também a musculatura elevadora da pálpebra , ou seja, é responsável pela abertura da pálpebra.
	IV
	Inerva o músculo oblíquo superior.
	VI
	Inverna o músculo reto lateral do olho, que faz a abdução do olho para a lateral.
· Exame físico
Mobilidade extrínseca
· Testa-se o movimento ocular de perseguição, solicitando-se ao paciente que fixe o olhar na ponta do dedo índice do examinador e acompanheseus movimentos sem mexer a cabeça. Testar todas as direções do olhar (vertical, horizontal e diagonal);
· No exame simultâneo, acrescenta-se a prova da convergência ocular, que é feita aproximando gradativamente um objeto dos olhos do paciente.
Observar se há, em repouso, estrabismo 
· Convergente → desvio do olho para dentro;
· Divergente→ um dos olhos virado para fora;
· Ptose ou semiptose palpebral.
OBS.: Todos os três são examinados juntos.
OBS.: Pacientes com alterações nesses nervos geralmente apresentam diplopia. 
OBS.: estrabismo convergente: os dois olhos estão virados para dentro. No estrabismo divergente: os olhos estão para fora.
 Posição primária dos olhos e representação esquemática da ação dos músculos oculares extrínsecos (RM-reto mediai, RL reto lateral, RS- reto superior, RI- reto inferior, OI- oblíquo inferior e OS- oblíquo superior). Para a execução dos movimentos horizontais, entram em ação os retos mediai e lateral (movimentação primária); para os movimentos verticais, inferiores ou superiores, acionam-se os retos superior e inferior e os oblíquos superior e inferior.
 Representação esquemática da paralisia isolada dos músculos extrínsecos do olho direito. A seta indica o sentido do movimento ocular, partindo da posição primária dos olhos.
Mobilidade intrínseca
Observar a forma (arredondada), situação (central), tamanho e igualdade (simetria) das pupilas em condições normais de iluminação.
· Exames das pupilas
O exame da pupila é feito em seguida ao estudo da motilidade extrínseca dos globos oculares. Dinamicamente, a pupila é examinada por meio de um feixe luminoso (lanterna de bolso) e pela convergência ocular. Em ambiente de pouca luminosidade, o paciente deve olhar para um ponto mais distante. O examinador incide o feixe de luz em uma pupila e observa a resposta nos dois lados. 
Chama-se reflexo fotomotor direto a contração da pupila na qual se fez o estímulo, e de reflexo fotomotor consensual a contração da pupila oposta. Em seguida, aproxima-se dos olhos um objeto, e as pupilas se contrairão normalmente - é o reflexo da acomodação.
· Alterações 
A irregularidade do contorno pupilar é chamada discoria; quando o diâmetro se acha aumentado, fala-se em midríase; o contrário, miose; a igualdade de diâmetros denomina-se isocoria; e a desigualdade, anisocoria.
 Forma das pupilas.
Reflexo de convergência ou acomodação: eu coloco um objeto na ponta do nariz e peço para o paciente olhar e vou afastando aos poucos, quanto mais eu afastar mais a pupila vai abrir para enxergar, vai acomodar, vai convergir, e quanto mais eu aproximar, mais ela vai diminuindo de tamanho.
5º nervo craniano – trigêmeo.
Possui duas porções: uma motora (ponte), relacionada à musculatura mastigatória, e outra sensitiva (ponte e núcleo do trato espinal até a medula na região cervical superior), subdividida nos ramos oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular (V3).
Obs: o nervo trigêmeo é responsável pelo fechamento da pálpebra. 
· Exame físico
Exame da função sensorial
· Testa-se a sensibilidade da face com algodão e estímulo doloroso nos três ramos do trigêmeo (ofltálmico, maxilar e mandibular). Pedir para o paciente fechar o olho e pergunto se ele está sentindo de um lado e do outro, e eu vou fazer isso na face toda, e ele vai dizer para mim se está hipoestesico, hiperestesico, anestésicos
Exame da função motora
· A avaliação da função motora do trigêmeo consiste em solicitar ao paciente que contraia com força a mandíbula (fechar a boca com força), enquanto se palpa o masseter e o temporal superficial, e que abra a boca e faça movimentos de lateralização da mandíbula contra a resistência (didução mandibular), para se testar os pterigoides.
Em caso de lesão dessa raiz, ocorre: 
- Atrofia das regiões temporais e masseterinas 
- A abertura da boca promove desvio da mandíbula para o lado da lesão 
- Ao trincar os dentes, nota-se debilidade do lado paralisado 
- Há dificuldade do movimento de lateralização da mandíbula
Exame dos reflexos
· O reflexo corneano é evocado tocando-se delicadamente a córnea (e não a esclera, pois pode gerar um falso-negativo) com um algodão ou gaze esterilizada. É importante pedir que o paciente olhe para um lado, e, daí o examinador toca a borda lateral da córnea do olho contralateral (isto é feito para evitar o piscamento pelo reflexo de ameaça). A resposta esperada é uma piscada direta e consensual.
 Reflexo córneopalpebral.
· Alterações
Perda de sensibilidade, diminuição ou ausência do reflexo corneano, atrofia dos músculos mastigadores, hiperreflexia mandibular (resposta exagerada podendo chegar, inclusive, a obtenção de clônus), dificuldade de movimentação da mandíbula. 
7º nervo craniano – facial.
É um nervo predominantemente motor, exceto pela inervação gustatória dos 2/3 anteriores da língua e das glândulas salivares submandibular e sublingual e a glândula lacrimal. É responsável pela inervação da musculatura da mímica facial. O núcleo do nervo facial recebe inervação supranuclear bilateral para a musculatura do andar superior da face e supranuclear apenas contralateral para o andar inferior. Inerva também músculos do couro cabeludo, estapédio 26 e platisma.
· Exame físico 
Exame da função motora
· O exame do nervo facial deve abranger todas as funções aqui descritas. É importante diferenciar o comprometimento do nervo facial (comprometimento periférico) das lesões do tipo central, também conhecidas como supranucleares.
Peça para o paciente:
· Elevar as sobrancelhas
· Enrugar a fronte/franzi a testa 
· Fechar bem os olhos (orbicular do olho) com força 
· Abrir a boca
· Mostrar os dentes superiores e inferiores enquanto repete uma sentença com sons bilabiais (p. ex., “b”, “p”, ativando o orbicular da boca) 
· Cerra/ranger os dentes (platisma)
· Encher a bochecha de ar (bucinador) e abrir a boca 
· Sorrir mostrando os dentes.
Durante esses testes, deve-se tentar estabelecer resistência (como tentar puxar a sobrancelha para baixo ou abrir o olho fechado com auxílio dos polegares do examinador, e tentar forçar a saída de ar das bochechas infladas, comprimindo-as com os dedos).
Deve-se observar a simetria entre os lados da face, se há apagamento dos sulcos nasolabiais apenas (sugere comprometimento supranuclear central) ou associado das rugas da região frontal (comprometimento periférico do nervo), desvio da boca e movimentos anormais, como fasciculações ou espasmos. Observa-se, também, a fissura palpebral, que está́ alargada no comprometimento periférico do nervo, com sinal de Bell (na tentativa de fechamento do olho, ocorre o desvio do globo ocular para cima). Pede-se ao paciente para a franzir a testa, elevar a sobrancelha, fechar os olhos com força, abrir a boca e mostrar os dentes, encher a boca com ar, inchando as bochechas e abrir a boca contra a resistência do examinador.
Exame da função sensoriais
· Pode-se avaliar a sensibilidade gustatória com açúcar ou sal, por exemplo, em uma espátula envolta por gaze, tocando-se a porção lateral da língua. É importante lembrar que a sensibilidade gustatória se divide em quatro tipos básicos: azedo, amargo, doce e salgado. Existe, ainda, a do tipo umami, relacionada a alguns tipos de aminoácidos, principalmente glutamato monossódico.
· Alterações
Paralisia facial periférica (lagoftalmo, sinal de Bell) e central, hipogeusia (diminuição congênita ou patológica da sensação relacionada ao paladar, ao gosto), ageusia (é a perda das funções gustativas do paladar, como a incapacidade de detectar sabores doces, cítricos, amargos, salgada) e parageusia (alteração significativa do paladar).
Na paralisia unilateral, observam-se lagoftalmia (o olho permanece sempre aberto); ausência do ato de piscar; epífora (lacrimejamento); desvio da boca para o lado normal, sobretudo quando se pede ao paciente que mostre os dentes ou abra amplamente a boca,e incapacidade para contrair o platisma, assobiar e manter a boca inflada.
A paralisia da face se chama prosopoplegia e, quando bilateral, fala-se em diplegia facial.
PRALISIA PERIFÉRICA X CENTRAL
- Paralisia infranuclear ou periférica: causada por lesão do nervo facial. Nesse tipo, toda a hemiface homolateral é comprometida.
OBS.: Às vezes, na vigência de paralisia facial periférica, é possível caracterizar alguma anormalidade da gustação, seja por informação do paciente, seja mediante exame desse sensório. Para isso, são empregadas soluções saturadas com os sabores doce, amargo, salgado e ácido, colocadas na língua para serem identificadas pelo paciente. Não se esqueça de que, entre uma e outra prova, a boca deve ser lavada convenientemente.
- Paralisia central ou supranuclear: causada por lesão da via corticonuclear ou feixe geniculado. Nesse tipo, somente a metade inferior da face contralateral se mostra alterada. Ocorre com frequência nos acidentes vasculares e nas neoplasias cerebrais.
Obs.: As paralisias periféricas são homolaterais, ou seja, ocorrem do mesmo lado da lesão. As paralisias centrais ocorrem do lado oposto da lesão, ou seja, são contralaterais.
8º nervo craniano – vestibulococlear.
As porções coclear (audição) e vestibular (labiríntica) do VIII nervo estão relacionadas às estruturas periféricas da cóclea e do sistema vestibular periférico (utrículo, sáculo e os três canais semicirculares), respectivamente, de onde emergem as fibras que darão origem ao nervo.
· Exame físico da raiz coclear
A porção coclear (audição) do VIII nervo é avaliada visando-se diferenciar o provável tipo de comprometimento da acuidade auditiva:
· Avalia-se atritando suavemente as polpas digitais próximo ao ouvido.
· O teste de Weber é realizado colocando-se o diapasão vibrando no ápice da cabeça, na linha média, e, em geral, o som propaga-se igualmente para os dois ouvidos. Na alteração da condução, o som é mais bem ouvido no lado comprometido, enquanto, na neurossensorial, no lado normal.
 Teste de Weber.
· No teste de Rinne, com diapasão vibrando é colocado sobre a mastoide e, posteriormente, junto ao ouvido. Pede-se ao paciente para falar imediatamente quando parar de ouvir o som na mastoide e se ainda continua ouvindo-o junto ao ouvido. 
Normalmente, a condução aérea (CA) é melhor que a condução óssea (CO), de modo que o normal é que ainda a ouça junto ao ouvido. Quando a CA é melhor que a CO, o teste é considerado positivo. Quando a CO é melhor que a CA, é considerado negativo. Na perda da acuidade auditiva condutiva, o teste é negativo. No comprometimento neurossensorial, tanto a CO quanto a CA estão comprometidas, mas se a CA ainda é melhor que a CO, o teste é positivo.
 Teste de Rinne.
· Exame físico da raiz coclear
A avaliação vestibular pode ser realizada por várias manobras, como:
· Teste da passada de Fukuda: é uma investigação dinâmica do equilíbrio. O paciente é solicitado a marchar no lugar, com os olhos fechados por um minuto. O teste é considerado positivo quando houver deslocamento anterior ou posterior maior que meio metro e/ou desvio lateral de mais de 30 graus, comumente para o lado que apresenta menor atividade vestibular. Os pacientes que apresentam lesões do SNC costumam oscilar o corpo durante a marcha, eventualmente com queda.
Se o paciente estiver de pé ou sentado com os olhos fechados e os membros superiores estendidos para frente e elevados em ângulo reto com o corpo, os braços irão desviar-se para o lado do labirinto lesado, e o corpo tenderá a cair para este mesmo lado
· Teste da marcha em estrela: pede-se para o paciente andar alguns passos para a frente e para trás, várias vezes. Ele desviará a marcha tanto para a frente quando para trás, para o lado acometido, desenhando uma estrela com várias pontas. Um indivíduo normal traçará aproximadamente a mesma linha.
· Teste de Romberg: consiste em pedir ao paciente que fique em pé, com os pés juntos e os olhos fechados. O teste é positivo quando a estabilidade corporal pode ser mantida com os olhos abertos, mas não sem a informação visual. É um teste consistente com doença vestibular ou proprioceptiva. O paciente cairá em direção ao lado comprometido.
· Manobra de Nylen-Barany (Dix-Hallpike): o paciente sentado com as pernas estendidas sobre a maca é deitado rapidamente com os olhos abertos e a cabeça é estendida em 45° e virada para um lado, também a 45°. Ocorre um nistagmo com componente rápido em direção ao ouvido pendente. Observe se há nistagmo (movimento oscilatório dos olhos), caso haja é indicativo de tontura periférica (conhecida como labirintite).
OBS.: O acometimento da raiz vestibular é reconhecível pela anamnese, quando as queixas do paciente incluem estado vertiginoso, náuseas, vômitos e desequilíbrio. A vertigem corresponde a uma incômoda e ilusória sensação de deslocamento do corpo ou dos objetos, sem alteração de consciência. 
· Tontura central: significa que o SNC foi acometido 
· Tontura periférica: significa que o nervo foi acometido (ex: nervo coclear)
· Alterações 
Acúfenos, alucinações auditivas, surdez, hipoacusia, vertigem.
9º (glossofaríngeo) e 10º (vago) nervo craniano.
Os nervos glossofaríngeo e vago são estudados conjuntamente, pois tem funções semelhantes, tanto motoras quanto autonômicas. Ambos têm função na musculatura da deglutição e reflexas, como vômito e inervação laríngea, além da inervação vagal cardíaca e da gustação no terço posterior da língua pelo nervo glossofaríngeo.
· Exame físico
· Exame da orofaringe em repouso: observar a posição da úvula e simetria dos arcos palatinos).
· Exame da orofaringe dinâmico durante a fonação: pede-se ao paciente que fale um “ahh” prolongado. Observa-se a elevação simétrica dos arcos palatinos e da úvula. Se a úvula subir centralizada não há lesão dos nervos IX e X. 
· Reflexo palatino: tocar pilares palatinos em cada um dos lados da úvula- a resposta normal esperada é a elevação do palato mole e retração da úvula.
· Reflexo nauseoso: estimular a região posterior da cavidade oral e orofaringe, a resposta normal esperada é a deflagração do reflexo de vômito.
No comprometimento motor unilateral dos nervos IX e X, pode-se observar queda do véu do palato para o lado comprometido à inspeção estática e desvio para o lado oposto à inspeção dinâmica. Pode-se observar o sinal da cortina de Vernet: desvio da parede posterior da faringe para o lado são durante a fonação
Observar se há alteração na deglutição, neste caso, pede-se o paciente para beber um pouco de água. 
· Alterações
A disfonia é a alteração de algumas das qualidades acústicas da voz (intensidade, tom, timbre e duração) como consequência de um transtorno orgânico ou por um uso inadequado da voz (funcional), podendo ser permanente ou transitório. Portanto, a afonia seria a perda total da voz. 
Disfagia (disfunção da deglutição - engasgos). 
11º nervo craniano – acessório.
Sua principal função é motora, com inervação dos músculos esternocleidomastóideos (desvia a cabeça contralateralmente) e da porção superior do músculo trapézio. Sua avaliação está relacionada à pesquisa de fraqueza desses músculos.
· Inspeção
Inspeção do paciente observando a existência de assimetrias de relevo das massas musculares do pescoço, ombro e escápula
· Exame físico
· No caso do esternocleidomastoideo, pede-se ao paciente para girar a cabeça contra a resistência imposta pela mão do examinador, enquanto este palpa o músculo ativo (oposto ao lado da rotação).
 Teste da força do musculo esternocleidomastóideo.
· Para a parte superior do trapézio, pede-se ao paciente para levantar os ombros contra a resistência imposta pelo examinador, os braços devem esta levantados de forma horizontal.
 Exame da força do músculo trapézio.
· AlteraçõesFalta de relevo do músculo esternocleidomastoideo na face lateral do pescoço, ombro caído e escápula afastada da coluna, perda do relevo muscular na região de transição da nuca e pescoço.
12º nervo craniano – hipoglosso.
Nervo exclusivamente motor que supre a musculatura da língua. Acredita-se que toda a inervação supranuclear seja cruzada.
· Exame físico
· Deve-se e realizar, inicialmente, inspeção estática da língua no interior da cavidade bucal, observando se há desvios, atrofias ou fasciculações (tremor).
· Posteriormente, realiza-se a inspeção dinâmica mediante exteriorização da língua e execução de movimentos de lateralidade e verticalidade. Ao expor a língua, caso haja acometimento do nervo ela fica fasciculada (tremendo sozinha) ou com desvio para o lado lesão.
 Língua sem alteração.
 Língua desviada para o lado afetado.
· Com o dedo na bochecha do paciente (parte externa), peça-o para empurrar com a língua (parte interna). Essa manobra serve para avaliar a força. 
· Alterações
Hemiatrofia com fasciculações, desvio da língua em direção ao lado doente ao protruí-la, disartria, disfagia.
Referências:
BERTOLUCCI, P.H.F.; FERRAZ, H.B.; BARSOTTINI, O.G.; PEDROSO, J.L. Neurologia: Diagnóstico e Tratamento. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2016. 9788520451151. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451151/. Acesso em: 03 Sep 2021.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/exame-neurol%C3%B3gico/como-avaliar-os-pares-cranianos
https://www2.ufjf.br/neurologia//files/2015/10/Roteiro-Pr%c3%a1tico.pdf
file:///D:/MEUS%20DOCUMENTOS/Downloads/Neuro%20-%20exame%20dos%20nervos%20cranianos%20-%20Dr.%20Miguel.pdf
https://site.medicina.ufmg.br/neuroexame/material/0f9493ca82c918117a5f1397149158/Guias%20de%20Bolso.pdf
MARTINS, M.D.A.; CARRILHO, F.J.; ALVES, V.A.F.; CASTILHO, E. Clínica Médica, Volume 6: Doenças dos Olhos, Doenças dos Ouvidos, Nariz e Garganta, Neurologia, Transtornos Mentais. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2016. 9788520447765. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447765/. Acesso em: 05 Sep 2021

Continue navegando