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ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE E ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Internato APS Breve linha do tempo: Relatório Flexner (modelo hegemônico-biomédico) - 1908: Curativo Reducionismo biológico Atenção individual Medicina com foco na doença Uso indiscriminado de tecnologia Baixa resolutividade Modelo estadunidense Atenção primária à Saúde: Nível de atenção do sistema de saúde (porta de entrada, oferecendo serviços que respondem às necessidades de saúde envolvendo ações preventivas, de promoção a saúde, curativas e de reabilitação) Modelo de organização de um sistema de saúde Definições STARFIELD, 2002: “A atenção primária é aquele nível de um sistema de serviço de saúde que oferece a entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção sobre a pessoa (não direcionada para a enfermidade) no decorrer do tempo, fornece atenção para todas as condições, exceto as muito incomuns ou raras, e coordena ou integra, a atenção fornecida em algum outro lugar ou por terceiros. Assim, é definida como um conjunto de funções que, combinadas, são exclusivas da atenção primária. ” PNAB, 2017: Conjunto de ações de saúde, individuais, familiares e coletivas, que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional, dirigida a população e território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Como começou esse modelo? Relatório Dawson, na Inglaterra em 1920: Modelo de atenção em centros de saúde primários e secundários, serviços domiciliares, serviços suplementares e hospitais de ensino. Definiu conceitos de hierarquização e integralidade Influenciou a criação do NHS (1948) Preventivo, integralidade do indivíduo, atenção familiar e comunitária, medicina centrada na pessoa, baixa densidade de recursos, alta resolutividade CONFERÊNCIA DE ALMA-ATA – 1978 Contexto: elevado custo dos sistemas de saúde, uso excessivo de tecnologia dura e baixa resolutividade. Países subdesenvolvidos: desigualdade de acesso à saúde, alta taxa de mortalidade infantil, condições ruins sociais econômicas e de saneamento básico OMS e Unicef: I Conferência internacional sobre Cuidados Primários de Saúde – proposto o maior nível de saúde até o ano 2000, por meio da APS, conhecida como “Saúde para todos no ano 2000” Declaração de Alma-Ata CARTA DE OTTAWA – 1986 Conferência de Ottawa – discutir futuro da saúde pública e introduzir conceito de promoção à saúde Carta de Ottawa: o Estabelecer políticas saudáveis o Criar ambientes favoráveis a saúde o Desenvolver as competências pessoais o Reforçar a ação comunitária o Reorientar os serviços de saúde Histórico – Brasil Década 1920 – centro de saúde – Geraldo de Paula Souza (cuidados de higiene) Anos 60 – Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), que teve atuação marcante nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste – serviços de saúde pública e assistência médica Anos 70 – Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento do Nordeste (PIASS) Reforma sanitária Constituição de 1988 – APS como modelo 1991: criação do Programa de Agentes Comunitários de saúde – PACS 1994: criação do PSF (Programa de Saúde da Família) 1997/2006: ESF – Estratégia prioritário para Atenção Básica ATRIBUTOS DA APS Primeiro contato/ Acesso: porta de entrada – preferencial – termo inglês: gatekeeper Integralidade: humanização, considerando o indivíduo a família, o contexto. Indivíduo cuidado como um todo. Longitudinalidade: vínculo Coordenação do cuidado: responsabilização Atributos derivados: Enfoque familiar Enfoque comunitário: necessidades da comunidade Valorização cultural: peculiaridades de cada região PROCESSO DE TRABALHO NA APS i. Definição de território e territorialização ii. Responsabilização sanitária iii. Porta de entrada preferencial iv. Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de vínculo v. Acesso universal e não excludente vi. Acolhimento Trabalho em equipe multiprofissional Ação integral contínua e organizada Ações de atenção domiciliar Ações de prevenção 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Implementação da promoção à saúde Programação e implementação de ações com base nas necessidades de saúde TRABALHO EM EQUIPE Podem atuar na atenção básica: Equipe de Saúde da Família (ESF) Equipe de Atenção Básica (EAB) Equipe de Saúde Bucal (ESB) Núcleo ampliado de saúde da família e atenção básica (NASF-AB), Estratégias de Agentes Comunitários de Saúde (EACS, é uma estratégia temporária até conseguir formar uma ESF) Ações educativas Ações intersetoriais Implementação das diretrizes de qualificação dos modelos de atenção Participação do planejamento local de saúde Estratégias de segurança do paciente Apoio as estratégias de crescimento e gestão local e do controle social Formação e educação permanente em saúde Acontece através de: reuniões de equipe, discussões de caso, atividades assistenciais conjuntas e apoio com matriciamento. PNAB 2017 Populações específicas: Equipes de consultório de rua Equipes de saúde da família para o atendimento da população ribeirinha da amazonia legal e pantana sul-mato- grossense Equipes de saúde da família fluviais (eSFFs) desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs) EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA Estratégia prioritária de organização da atenção básica no Brasil AB= APS > ESF Um médico(a) – preferencialmente da especialidade Medicina de família e comunidade Um enfermeiro(a) – preferencialmente especialista em saúde da família Um auxiliar e/ou técnico(a) de enfermagem ACS Equipe de AB é novidade na PNAB 2017, não exige ACS Saúde da Família e Comunidade É a principal estratégia para organização da APS de acordo com os preceitos do SUS Iniciada em 1994, visa a ampliação da cobertura populacional e a regionalização da atenção Aprofunda os processos de territorialização e adscrição de clientela Deve ser a porta de entrada do sistema Características da ESF Territorialização: território específico, com área geográfica de abrangência da Unidde/ equipe de saúde Adscrição de clientela: cada equipe deve ser responsável por, n máximo 4.000 pessoas, sendo a média recomendada 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição Campo de atuação: promoção da saúde; prevenção de doenças, agravos e complicções, tratamento, e reabilitação Lida com problemas de alta complexidade (necessário muito conhecimento), com baixa densidade de recursos (equipamentos reduzidos com máxima resolutividade) Composição das equipes da ESF Mínimo: 1 médico generalista ou especialista em saúde da família 1 enfermeiro 1 técnico ou auxilia em enfermagem 4 a 6 agentes comunitários de saúde (ACS) Jornada de trabalho 30 ou 40 horas/ semana Equipe de saúde bucal: 1 cirurgião dentista e 1 auxiliar de consultório NASF – AB o Criados pelo Ministério da Saúde (2008) o Objetivo: ampliar a abrangência e o escopo das ações da AB o Diferentes ocupações da área da saúde para dar suporte (clínico, pedagógico e sanitário) as ESFs e eABs, atuando em conjunto com elas, em seus respectivos territórios o Planejamento conjunto com equipes vinculadas o Aumento da capacidade de análise e intervenção o Discussão de casos e construção de projetos terapêuticos o Atendimento individual e compartilhado Apoio matricial: Gestão de trabalho entre equipe de referência e de apoio: compartilhamento de saberes sobre as demandas e planejamento do conjunto de ações o Discussões de caso o Atendimento individualo Grupos o Educação permanente Programa Previne Brasil: composição não mais vinculadas as tipologias de equipes NASF-AB Profissionais podem ser cadastrados como NASF-AB ou diretamente no serviço de APS PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR o Conjunto de propostas e condutas terapêuticas articuladas o Para um sujeito individual ou coletivo o Casos complexos o Profissionais de saúde, familiares e indivíduo o Cuidado integral Passos: 1. Diagnósticos 2. Definição de metas 3. Divisão de responsabilidades 4. Reavaliação ATENÇÃO DOMICILIAR Indicação: Pacientes em estabilidade cínica que necessitam de cuidados em situação de restrição ao leito ou ao domicílio Temporário ou definitivo Vulnerabilidade – atenção domiciliar como oferta mais oportuna Perfils de elegibilidade para AD Equipe responsável pelo cuidado Perfil do usuário Permanência e vínculo Periodicidade das visitas/ atendimentos Equipes de Atenção Primária Crônico, restrito ao leito ou ao lar, estável, com pouca demanda por procedimentos complexos e por equipamentos Longa, habitualmente definitivo De acordo com a necessidade do usuário, mensal ou prazo maior Serviços de Atenção Domiciliar (Emad e Emap) Agudo, crônico agudizado, restrito ao leito (em geral) Curta, transitório De acordo com a necessidade do usuário, semanal ou prazo menor, podendo ser diária Crônico complexo, com maior uso de tecnologia e maior necessidade de visitas multiprofissionais Longa, transitório ou definitivo De acordo com a necessidade do usuário, semanal ou prazo menor, podendo ser diária POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA UBSs: 40 horas semanais, 5 dias por semana, no mínimo Horários alternativos podem ser pactuados nas instâncias de participação social, como nos conselhos de saúde Podem ter até 4 equipes de atenção básica ou Saúde da Família para atingir seu potencial resolutivo PNAB 2017: responsabilidade sanitária por uma população de 2.000 a 3.000, conforme o padrão de vulnerabilidade menor da população Atenção básica tem como princípios a universalidade, integralidade e equidade Diretrizes da atenção básica no Brasil (PNAB 2017): 1. Regionalização e hierarquização – RAS (Redes de Ação à Saúde) 2. Territorialização 3. População adscrita 4. Cuidado centrado na pessoa 5. Resolutividade 6. Longitudinalidade do cuidado 7. Coordenação do cuidado 8. Ordenação das redes 9. Participação da comunidade NASF-AB (PNAB 2017): Diferentes ocupações da área da saúde para dar suporte (clínico, pedagógico e sanitário) às eSFs e eABs, atuando em conjunto com elas, em seus respectivos territórios Programa Previne Brasil (2019-2020): composição não mais vinculada às tipologias de equipes NASF-AB Profissionais podem ser cadastrados como NASF-AB ou diretamente no serviço de APS FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA Até dezembro 2019 – PAB fixo + PAB variável: fundo nacional para fundos municipais A partir de janeiro de 2020 (Programa Previne Brasil): captação ponderda + pagamento por desempenho + incentivo para ações estratégicas Captação ponderada: número de pessoas cadastradas e ajuste por vulnerabilidade socioeconômica, perfil de idade, classificação rural-urbana Pagamento por desempenho: considera os resultados de indicadores recalculadas a cada 4 competências Incentivo para ações estratégicas: custeio de ações, programas e estratégias como Programa de Saúde na Hora e Equipe de Saúde Bucal, dentre outras CAPTAÇÃO PONDERADA Critérios Peso por pessoa cadastrada O que representa? Sem critério socioeconômico ou demográfico 1 Valor base da capitação Com critério socioeconômico ou demográfico 1,3 30% a mais do valor da capitação Classificação geográfica Urbano: 1 Intermediário adjacente: 1.45 Intermediário remoto: 2 Rural adjacente: 1.45 Rural remoto: 2 Município intermediário adjacente e rural adjacente receberá 1.45 vezes mais por pessoa cadastrada que no município urbano. Município rural remoto intermediário recebera duas vezes por pessoa cadastrada. Pontuação do município ou Distrito Federal= [(população cadastrada que se enquadra na vulnerabilidade socioeconômica ou no perfil demográfico x 1,3) + população cadastrada que não e enquadra na vulnerabilidade socioeconômica nem no perfil demográfico x 1)] x peso da classificação geográfica PAGAMENTO POR DESEMPENHO Considera os resultados dos indicadores alcançados pelas equipes Os valores serão recalculados a cada 4 competências e transferidos mensalmente, sendo utilizados os dados colhidos pelo SISAB Os indicadores, metas e valores serão publicados em portaria detalhada e combinarão ações relativas a: gestantes, saúde da mulher, saúde da criança, doenças crônicas, ISTs, tuberculose, saúde bucal, saúde mental e indicadores globais Indicadores deixaram de se vincular ao PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica). Assim, o programa deixa de existir. INCENTIVO PARA AÇÕES ESTRATÉGICAS Considera as especificidades e prioridades em saúde, os aspectos estruturais das equipes e a produção em ações estratégicas em saúde Contempla o custeio de ações, programas e estratégias como: Programa Saúde na Hora, Equipe de Saúde Bucal (eSB), Unidade Odontológica Móvel (UOM), Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Equipe de Consultório na Rua (eCR), Micropista, Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP), Programa Saúde na Escola (PSE), Programa Academia da Saúde etc. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA SISAB Sistema de informação criado exclusivamente para a AB Incorpora em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária, completamente inserido no contexto de reorganização do SUS no país Alimentado pelo e-SUS AB o Sistema com coleta de dados simplificada (CDS) o Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) Aplicativos móveis para a captação dos dados coletados em ações fora da UBS ou ainda por sistemas terceiros, que apenas utilizam o Sistema SUS AB para transmitir os dados para o SISAB.
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