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AVD TGP - Sentença

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AVD TGP – 11/11/21 – SENTENÇA
Módulo I – Conceito de Sentença e Classificações
· Sentença (art. 283 §1º e 485, 487 e 925, 1009 CPC)
Decisão judicial que põem fim ao processo ou a alguma de suas fases, extinguindo a execução. 
· Coisa Julgada (art. 337 §4º CPC)
Se refere a ação transitada em julgado, ou seja, decisões judiciais imutáveis e indiscutíveis.
· Ação Rescisórias
Ação autônoma de impugnação que busca desconstituir determinadas decisões transitadas em julgado, em razão de vícios gravíssimos tais como incompetência, corrupção ou prova falsa.
· Critérios de Sentença
1)Critério de Posição: Encerra a fase cognitiva do procedimento comum ou extingue a execução. Não se aplica aos procedimentos especiais.
2)Critério de Conteúdo (art. 283 CPC): Pode ser Sentença SEM resolução de mérito (art. 485 CPC) ou pode ser Sentença COM resolução de mérito (art. 487 CPC).
Exemplos de Procedimentos Especiais:
- Inventário (art. 564/565 CPC)
- Habilitação em processo (art. 692)
- Regulação de avaria grossa (art. 710 § 1º)
- Demarcação de Terras (art.581/582/587 CPC)
Obs 01: Se a decisão abranger todos os pedidos, é chamada de SENTENÇA e é passível de apelação (art.1009 CPC).
Obs 02: Se a decisão abranger part.e dos pedidos, é chamada de Decisões Interlocutórias, que resolvem parcialmente o mérito e são passíveis de Agravo de Instrumento (art. 490 CPC).
· Classificação de Sentença por posição 
a) Terminativas: Não resolvem o Mérito da Causa, possibilitando a repropositura da ação (art. 485 I CPC).
b) Definitiva: Resolvem o Mérito da Causa, impossibilitando a repropositura da ação (art. 487 CPC).
Mérito da Causa: Conflito de interesse levado ao judiciário para a solução através de tutela jurisdicional.
Detalhando:
a) Sentenças Terminativas – Classificação (art. 330 CPC)
a.1) Por Desinteresse
	a.1.1) Das part.es (art. 485 II e §2º) – Processo parado a mais de um ano; as part.es pagarão proporcionalmente as custas. As part.es serão intimadas a suprir a falta em 5 dias.
	a.1.2) Do autor (art. 485 III e §2º) – Não promover atos e diligências que lhe incumbir, por mais de um mês; o autor pagará as custas e honorários de sucumbência. O autor será intimado a suprir a falta em 5 dias.
No caso de desinteresse das part.es, a sentença terminativa depende de concordância do réu, caso já tenha apresentado a contestação e prefira aguardar a Sentença Definitiva, uma vez que a Sentença Terminativa deixa a hipótese de repropositura da ação pelo autor (art. 486CPC).
	a.2) Ausência de Pressupostos de Constituição e de desenvolvimento válidas no processo (art. 485 IV), como por exemplo: Incompetência Absoluta ou Impedimento ou Suspeição do julgador (art. 146 §5º CPC).
	a.3) Perempção: Após a terceira sentença terminativa por abandono do autor (art. 485 III CPC) este não poderá mais efetivar repropositura da ação, exceto no previsto no art. 966 §2º I, ou seja, sentença proferida por juiz impedido ou incompetente.
	a.4) Litispendência: Quando se repete ação idêntica que já está em curso (art. 337 § 3º CPC). A primeira ação será a causa de extinção das demais ajuizadas posteriormente.
Ação Idêntica: Ações com mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmos pedidos.
	a.5) Devido a Coisa Julgada: Quando se repete ação que já foi decidida por decisão tramitada em julgado (art. 337 § 4º CPC).
	a.6) Ausência das Condições da Ação, tais como: ausência de legitimidade de qualquer uma das partes ou ausência de interesse de agir do autor (art. 17 CPC).
	a.7) Existência de Convenção de Arbitragem da espécie Cláusula Compromissária e Compromisso Arbitral ou pela aplicação da regra Kompetenz- Kompetenz, cabendo ao réu alegar (art. 337 § 5º CPC) a existência de tal convenção, na contestação, sob pena de renúncia ao juízo arbitral (art. 337 § 6º CPC).
	a.8) Homologação, em qualquer etapa do processo até a sentença (art.485 § 5º), do ato unilateral de desistência da ação, pelo autor: o processo é encerrado sem extinção de mérito (art. 485 VIII). Se já oferecida a contestação, a homologação da desistência depende do consentimento do réu para o encerramento do processo sem extinção de mérito (art. 485 IV).
ATO DE DESISTÊNCIA ≠ ATO DE RENÚNCIA
- ATO DE DESISTÊNCIA: Desiste de exercer o direito e incide somente naquele processo.
- ATO DE RENÚNCIA: Abre mão do direito e incide em todos os processos correlacionados.
Portanto:
- Desistência gera Sentença Terminativa. O autor pode ajuizar o pedido novamente.
- Renúncia gera Sentença Definitiva. O autor não pode mais ajuizar o pedido.
	a.9) No caso de Morte da Parte com ação intransmissível por disposição legal. Exemplificando:
A parte veio a falecer durante ação de divórcio, não havendo requisitos possíveis de como os sucessores assumirem seu polo nesta demanda. Se estende às Pessoas Jurídicas em demandas cujo direitos sejam intransmissíveis.
Obs: Nos itens a.2 até o item a.6 e mais o item a.9, o juiz pode conhecer de ofício (art 485 §3º).
	a.10) Demais casos previstos no CPC, tais como:
- art. 12 §2º IV e art 485 §3º: Nos casos de Sentença Homologatória de acordo ou de Improcedência Liminar de Pedido.
- art. 57: Quando houver continência de ação proposta anteriormente.
- art 102 p.u.: Quando ocorrer perda de gratuidade de justiça e não ocorrer o pagamento das custas processuais.
- art 303 §2º a 6º: Para casos de tutela antecipada com obrigação de pagamento por depósito que não seja cumprida.
- art 309: Quando ocorrer a cessão da eficácia da tutela antecipada.
- art 313 § 1º e 2º: Quando ocorrer morte da parte.
- art 488: Quando a decisão for favorável à parte que aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art 485.
- art 542 p.u.: Quando ocorrer ação de consignação em pagamento não atendida pelo réu.
- art 917 §4º I: Para os casos de Embargos de Execução cujo o valor correto não foi apresentado.
 
b) Sentenças Definitivas – Classificação (art. 487 I e II CPC)
b.1) Sentenças Verdadeiras de Mérito (Inciso I):Quando o juiz acolher o pedido do autor formulado na ação ou o pedido do réu na reconvenção.
b.2) Sentenças Falsas de Mérito (Inciso II): Quando ocorrer decadência ou prescrição do prazo, resguardado o direito de manifestação das partes (art. 10 CPC).
b.3) Sentenças Homologatórias de Autocomposição (MARC): Quando ocorrer a resolução através de MARC, após o juiz verificar o preenchimento dos requisitos de validade do ato celebrado.
b.4) Sentenças favoráveis a quem se beneficiaria com a decisão terminativa, devem tem preferência para o julgamento do mérito, se tornando Sentenças Definitivas.
· Classificação de Sentenças por Conteúdo
Considera a natureza do bem jurídico visado pelo julgamento, ou seja, a espécie de tutela jurisdicional concedida à parte. Se subdividem em:
a) Sentenças Declaratórias: se limitam a declarar a existência, inexistência, a falsidade, autenticidade (art. 19 I CPC), exemplo: ação de Usucapião, ou o modo de ser de uma Relação Jurídica ou ainda a autenticidade ou falsidade de um fato (art 19 II CPC), exemplo: Ação de Reconhecimento de Paternidade.
b) Sentenças Constitutivas: criam (exemplo: Ação de Servidão), alteram (exemplo: Ação Revisional de Aluguel) ou extinguem (exemplo: Ação de Divórcio) a relação jurídica.
c) Sentenças Condenatórias: também chamadas de Sentenças Executivas, declaram a existência do direito material da parte vencedora na Relação Jurídica e criam título executivo que permite efetivar a obrigação, que pode ser de prestação de fazer, de não fazer, de entregar coisa ou pagar quantia certa devida pelo réu ao autor. Exemplo: Ação Indenizatória ou Ação de obrigação de não fazer ou paralisar obra em local de proteção ambiental.
· Elementos da Sentença – (art. 489 I, II, III CPC)
São elementos essenciais da Sentença, o relatório (inciso I), os fundamentos (inciso II) e o dispositivo (inciso III).
a) O Relatório: É a síntese da demanda e tem como função demonstrar que o órgão julgador conhece o processo. Se faz indispensável sob pena de nulidade absoluta, exceto nas sentenças proferidas nos juizados especiais cíveis (art 38 da Lei 9099/95); o relatóriodeverá conter (art. 489 I):
a.1) Nome das partes
a.2) Identificação do caso
a.3) A suma do pedido
a.4) A suma da defesa e da reconvenção, se houver.
a.5) O registro das principais ocorrências do processo.
	b) Os Fundamentos: É a análise das questões de fato e de direito (art.489 II) com a indicação dos motivos que justificam juridicamente a conclusão do juiz. Se faz indispensável, sob pena de nulidade (art. 93 IX da CF/88). As falhas mais comuns se encontram descritas no art. 489 §1º CPC, em um rol explicativo, onde não se considera fundamentada a decisão judicial devido às falhas, seja ela do tipo interlocutória, sentença ou acórdão.
	c) O Dispositivo: É a parte conclusiva da sentença, referente às questões principais do pedido (art. 489 III). O dispositivo da sentença representa o comando da decisão. Se faz indispensável sob pena de inexistência de sentença legal.
O art 489 §3º determina o dever de o juiz interpretar a decisão judicial à partir da análise dos 3 elementos em conjunto e em conformidade com o princípio da Boa Fé Processual.
· Vínculo entre Sentença e Pedido
A sentença deve-se limitar não apenas aos pedidos, mas também às causas de pedir e aos sujeitos processuais. Incumbe ao juiz acolher a rejeitar, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes (pedidos da demanda principal do autor e os constantes da reconvenção do réu) art. 490 e 487 CPC.
Logo, é vedado ao juiz: (art. 141 e 492 CPC)
A) Proferir decisão de natureza diversa da pedida.
B) Condenar à parte em quantidade superior ou natureza diversa/objeto diverso ao demandado.
Enfim, o juiz deverá se ater aos pedidos das partes, não podendo conceder a mais do que foi pedido, diferente do que foi pedido, bem como deixar de analisar algo que foi pedido (princípio da congruência), sob pena de nulidade.
A doutrina classificou as sentenças, considerando esses limites objetivos e subjetivos do vínculo entre o pedido e as sentenças, dividindo-os em:
- Sentença Ultra Petita: concede à mais que o pedido, considera fatos além dos postos pelas partes ou resolve a demanda em relação aos sujeitos, indo além dos sujeitos que participaram.
- Sentença Extra Petita: Concede coisa distinta ao que foi pedida, considera fundamento de fato não suscitado no lugar dos efetivamente suscitados ou atinge sujeito que não faz parte do processo.
- Sentença Citra/Infra Petita: Deixa de analisar pedido formulado por/em face de determinado sujeito ou fundamento de fato ou de direito trazido pela parte.
- Sentença Certa: É vedada a prolação de sentenças condicionais (art. 492 p.u.)
- Sentença Incerta: É a sentença que condena o réu a cumprir uma obrigação se o autor também cumprir obrigação que lhe incumbe.
Módulo II – Coisa Julgada Material (art.502 CPC) e Coisa Julgada Formal (Doutrinal)
· Coisa Julgada Formal
É a preclusão máxima a que qualquer sentença está sujeita em qualquer processo, seja ela sentença terminativa ou definitiva e sendo o processo de conhecimento, cautelar ou executivo, uma vez que tenha transitado em julgado, produzindo coisa julgada formal que corresponde à imutabilidade e indiscutibilidade da sentença, podendo ainda, em alguns casos, ser atingido pela coisa julgada material.
· Coisa Julgada Material
Sentença que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito, não mais sujeito a recurso, produzindo seus efeitos no mesmo processo e em qualquer outro.
Sintetizando:
A Coisa Julgada Formal tem atuação no processo em que foi proferida a sentença, não impedindo que o objeto do julgamento volte a ser discutido em outro processo.
A Coisa Julgada Material produz efeitos definitivos no processo em que foi proferida a sentença e em qualquer outro.
· Conceito Legal e Pressupostos de Formação da Coisa Julgada
Coisa Julgada é o resultado da combinação de dois fatos:
1) Decisão Jurisdicional fundada em cognição exauriente ou decisão de mérito.
2) Trânsito em Julgado (art. 502 CPC); pressupõe que já houve o encerramento da cognição sobra a questão.
· Efeito Positivo e Negativo (art.337 VII CPC) da Coisa Julgada
- O Efeito Negativo se aplica à vedação da reapreciação da mesma demanda que foi resolvida por decisão de mérito (art. 485 CPC).
- O Efeito Positivo se aplica na garantia de se repetir a decisão tramitada em julgado, em um novo processo, para que não seja julgada pela segunda vez. Exemplo: Ação de alimentos lastreada em Reconhecimento de Paternidade já julgada. Não cabe rediscutir a paternidade, apenas a pensão alimentícia.
· Limites Objetivos da Coisa Julgada (art. 503 CPC)
Decisões de Mérito tem “força de lei” nos limites da questão principal, ou seja, são decisões impositivas e indiscutíveis, referentes aos pedidos do autor na ação principal e pelo réu, na reconvenção.
Exceção de Coisa Julgada (art.503 § 1º CPC): 
A autoridade de Coisa Julgada alcança a resolução de Questão Prejudicial, decidida expressa e incidentalmente no processo.
Questão Prejudicial é aquela cuja solução influi na resolução da questão posterior, chamada de Questão Prejudicada. 
São Requisitos cumulativos:
1) Dessa resolução depender o julgamento do mérito.
2) Garantido o direito ao contraditório, mas não se aplicando, no caso de revelia.
3) O Juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-los como questão principal.
Por fim, o art. 508 CPC fixa que a eficácia preclusiva de coisa julgada torna preclusa a possibilidade de rediscussão de todos os argumentos, ou seja, as alegações e as defesas, para que não contrariem o dispositivo da decisão protegido pela coisa julgada material.
· Limites Subjetivos da Coisa Julgada (art. 506 CPC)
Dispõe que a sentença faz coisa julgada interpartes, ou seja, somente as partes entre as quais é dada, não prejudicando a terceiros. Além das partes, vincula-se aos sucessores das partes e ao ministério público, que atua como fiscal da ordem judiciária.
Exceção:
1) Certos casos, onde há coisa julgada “ultra partes”, ou seja, vincula as partes mas também a terceiros que não participaram do processo.
2) Certos casos onde há a coisa julgada “erga omnes”, ou seja, coisa julgada capaz de atingir tanto os que participaram da demanda como os que não participaram. Exemplo: Ações de Constitucionalidade e Ações Populares.
· Limites Temporais da Coisa Julgada (art. 505 I e II)
Nos casos de relação jurídica continuada, como ocorre nas ações de alimento ou revisional de aluguel, havendo o fato superveniente que justifique a revisão de sentença, a parte poderá solicitar a revisão.
O inciso II proíbe que o julgador julgue novamente coisa julgada como evidenciado em ações rescisórias “querela nullitatis”, revisões de sentença institucionais etc.
Querela nullitatis é uma expressão latina que significa nulidade do litígio. No universo processual jurídico, esta indica o mecanismo, criado e utilizado desde a idade média, para impugnar sentenças independentemente de recurso, sendo, então, apontada como a origem direta das ações autônomas de impugnação.
Módulo III – Conceito de Ação Rescisória (art. 966 CPC)
A Ação Rescisória é autônoma de impugnação que objetiva desconstruir a decisão judicial transitada em julgado e, eventualmente, o rejulgamento da causa originária.
A Ação Rescisória tem natureza jurídica de ação e não se confunde com recurso, porque o recurso é meio de impugnação cabível contra a decisão judicial não transitado em julgado, uma vez que a ação rescisória é cabível para impugnar decisões transitadas em julgado, à partir de um novo processo. Optou o legislador por estabelecer que podem ser objeto de rescisão as sentenças, as decisões interlocutórias, decisões monocráticas do relator e acórdãos, desde que tais decisões sejam de mérito e que tenham transitado em julgado.
Regra: Apenas são rescindíveis as decisões de mérito (art. 966 CPC).
Exceção: Poderá se rescindir também, decisões que não examinam o mérito.
Exemplo: Decisões que inadmitam recurso; ilegitimidade passiva do réu.
· Hipóteses de Cabimento de Ação Rescisória (art. 966 II e III)
1) Quando a sentença for proferida por juiz impedido ou absolutamenteincompetente (art. 147 CPC) não incluindo as causas de suspeição (art. 145 CPC) e os juízos relativamente incompetentes.
2) Quando resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida e não do juiz ou ainda de simulação ou colusão entre as partes a fim de fraudar a lei, pois ofendem o princípio da boa-fé processual (art.5º CPC).
3) Quando ocorrer colusão e simulação (art. 142 CPC), ou seja, quando autor e réu se servirem do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei.
4) Quando a decisão ofender a coisa julgada de um processo anterior (art.966 IV).
5) Quando a decisão violar manifestamente à norma jurídica, ou seja, violar literal dispositivo de lei. É a hipótese mais comum de rescindibilidade (art. 966 V e § 5º).
Norma Jurídica: Qualquer lei, independente de seu escalão, ou seja, Constituição Federal, Códigos das Leis, Medidas Provisórias, Decretos, Regulamentos, Regimentos Internos e etc (art. 485 V), em outras palavras, a norma jurídica pode ser de qualquer natureza, à saber: Legal, Constitucional, Regimental, Administrativa, de direito material ou processual, precedentes vinculantes, súmulas ou acórdãos (art. 966 § 5º e 6º).
6) Decisão fundada, principalmente, em prova de qualquer espécie, independente de previsão no CPC e cuja falsidade tenha sido apurada de forma definitiva em processo criminal ou na própria ação rescisória (art.966 VI).
7) Quando obtiver o autor prova inédita que, por si só, seria capaz de lhe assegurar pronunciamento favorável a reformar a referida decisão (art. 966 VII).
Prova Inédita: Também chamado de Prova Nova, é uma prova que já existia, mas não podia o autor produzi-la à época, por não a conhecer ou por não poder acessá-la.
8) Decisão fundada em erro de fato verificável (art. 966 VII), admitindo fato inexistente ou considerando inexistente fato efetivamente ocorrido, desde que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado (art. 966 Constitucional, Regimental, administrativa, de direito material ou processual, precedentes vinculantes, súmulas ou acórdãos (art. 966 § 1º), desde que atendido os seguintes requisitos:
· O erro de fato, se inexistente fosse, o resultado da demanda seria outro.
· O erro deve ser notado pelo mero exame dos autos, não se tratando de produção de provas.
· O fato não pode ser controvertido no processo original.
9) Decisões terminativas transitado em julgado que, não corrigido seus vícios, impedem a propositura da mesma demanda ou recurso (art. 966 §2º I e II respectivamente), bem como as que se baseiam em perempção ou causa julgada.
10) Na possibilidade de se ajuizar a referida ação para impugnar apenas um capítulo da decisão que se busca rescindir (art. 966 §3º), chamada de Ação Rescisória Parcial.
11) Estão sujeitas à Ação Anulatória e não Rescisória os atos de disposição de direitos homologados pelo juízo e os Atos Homologatórios praticados no curso da execução que contenham vícios (art.966 §4º). Busca-se nesta Ação Impugnativa Autônoma, a invalidação dos referidos atos e não o desfazimento da coisa julgada, ocasionando um trâmite processual completamente diferente da ação rescisória, uma vez que a ação anulatória é ajuizada em primeira instância, segue o rito do procedimento comum e o prazo para a sua propositura depende do vício alegado pela parte.
· Legitimidade, Competência e Petição Inicial da Ação Rescisória
A) Tem legitimidade para propor a ação Rescisória:
 A.1) Quem foi parte no processo ou seu sucessor universal ou singular.
 A.2) Terceiro juridicamente interessado.
 A.3) O Ministério Público – MP
A.3.1) Se não foi ouvido no processo em que era obrigatória sua intervenção (art. 967 CPC).
A.3.2) No caso de decisão resultante de colusão das partes.
A.3.3) Em outros casos em que se imponha sua atuação.
A.4) os sujeitos que não foram partes na ação original nem autores da ação rescisória.
A.5) Nos casos de intervenção (art. 178 CPC), quando o MP for intimado a fiscalizar a ordem jurídica, quando não for parte (art 967 p.u. CPC).
B) Tem competência para julgar a Ação Rescisória:
 B.1) O STF, STJ e TRF (art.102 I-j, art. 105 e art. 108 I-b), e por analogia os TREs
 B.2) Na hipótese de ações não rescindíveis, (art.968 §5º CPC), sendo que:
	B.2.1) O tribunal reconhecerá sua incompetência, não apreciará o mérito da causa e não enquadrará na situação prevista no art.966 §2º II e art. 968 §5º I do CPC.
	B.2.2) O tribunal reconhecerá sua incompetência se a decisão a ser rescindida for substituída por decisão proferida posteriormente (art.968 §5º II do CPC)
C) A petição Inicial de verá conter:
 C.1) Nas hipóteses B.2.1 e B.2.2, após reconhecer sua incompetência, o tribunal determinará que o autor emende a petição inicial para adequar o objeto da ação rescisória; emendada a inicial, o réu deverá ser intimado a complementar sua defesa e, após isso, os autos serão remetidos ao tribunal competente para julgamento (art.968 §6º CPC).
 C.2) Na petição inicial da ação rescisória, o autor deve, além de observar os requisitos essenciais (art. 319 CPC), cumular ao pedido da rescisão, de forma facultativa, o pedido de novo julgamento do processo (art. 968 I CPC) e, se não for o caso, pedir apenas a desconstituição da coisa julgada, não se avançando para o juízo rescisório.
 C.3) Um valor de depósito da importância correspondente a 5% sobre o valor da causa, que se converterá em multa, caso a ação seja declarada, por unanimidade, inadmissível e improcedente (art. 968 § 2º CPC). Ficam isentos do depósito, mas não da aplicação da multa, os sujeitos do direito público tais como estados, municípios, distrito federal, autarquias e fundações públicas, como também o ministério público, defensoria pública e ainda os sujeitos privados que obtiverem gratuidade de justiça.
 C.4) Pode ocorrer o indeferimento da petição inicial com fundamento nos art. 330, art. 966 II e art. 968 §3º CPC.
 C.5) pode ocorrer a improcedência liminar do pedido, previsto no art.332 e art. 968 § 4º do CPC.
 C.6) Pode, o autor da ação rescisória, formular pedido de tutela provisória (art. 294 a 311 CPC) para impedir o cumprimento da decisão rescindenda, ou seja, a ação original, objeto do pedido de rescisão.
· Procedimento da Ação Rescisória
1) Juízo de Admissibilidade da Inicial
2) Citação do réu para apresentar a contestação em até 30 dias úteis (art.970 1º parte CPC)
3) Na Contestação, respeitado o prazo decadencial de 2 anos e se for o caso, feito o depósito prévio de 5% do valor da causa (art. 368 II), poderá o réu propor reconvenção e apresentar eventual impugnação ao valor da causa e aos benefícios de assistência judiciária, se tiver sido concedida.
4) A Ação rescisória seguirá o procedimento comum no que couber (art.970 2º parte do CPC), uma vez que não se aplica a audiência de conciliação por se tratar de matéria não sujeita a autocomposição, por ser a desconstituição de decisão de mérito transitada em julgado.
5) Após a fase de instrução, há o julgamento da ação rescisória, dividida em 3 etapas:
	5.1) Juízo de Admissibilidade
	5.2) Juízo rescindente ou apreciação do pedido de desconstituição da coisa julgada.
	5.3) Juízo rescisório ou rejulgamento da causa.
- Dinâmica do procedimento:
O juízo rescindente só ocorrerá se o juízo de admissibilidade decidir pela admissão da ação, assim como, somente haverá juízo rescisório se, no juízo rescindente, a coisa julgada for desconstituída e, de acordo com a regra do art. 968 CPC, for solicitado pelo autor da ação rescisória, novo julgamento do processo.
Julgado procedente o pedido de rescisão, o tribunal determinará a restituição do depósito (art.968 II), condenado o réu aos honorários de sucumbência (art. 974 CPC) estiver sido pedido, rejulgará a causa.
Porém, se julgado improcedente ou inadmissível, por unanimidade, o tribunal deverá determinar a reversão à favor do réu, da importância do depósito, condenando ainda, o autor, às verbas de sucumbência (art. 974 p.ú. CPC).
· Prazo para propositurada Ação Rescisória
- O prazo máximo para a propositura da ação rescisória é de 2 anos (art. 975 CPC), contados do trânsito em julgado da Última decisão proferida no processo, e não da decisão que se pede rescisão. A contagem do prazo não considera férias forense, recessos, feriados e dias em sem expediente forense, será prorrogado para o próximo dia útil subsequente.
- Na hipótese da ação rescisória fundar-se em prova nova ou inédita, o termo inicial de dois anos será o da data de descoberta da referida prova, observando o prazo limite de 5 anos para admissibilidade da prova, a contar do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (art. 975 § 2º do CPC).
· Considerações Finais – Definições
1) Sentença
É o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento no art. 485 ou 487 CPC, pões fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução (art. 203 § 1º).
2) Sentenças Terminativas / Definitivas
São aquelas que não resolvem o mérito (art. 485 CPC).
São aquelas que resolvem o mérito (art. 487 CPC).
3) Tipos de Sentença – Classificação
3.1) Quanto ao conteúdo
- Declaratórias, Constitutivas e condenatórias
3.2) Quantos aos limites Objetivos/Subjetivos
- Ultra Petita: à mais do pedido
- Extra Petita: fora do pedido
- Infra/Cintra Petita; a menos do pedido
3.3) É formada pelos seguintes elementos:
- Relatório
- Fundamentação
- Dispositivo
4) Coisa Julgada
4.1) A coisa julgada material prevista no art. 502 CPC corresponde à imutabilidade e indiscutibilidade de decisões de mérito produzidas para além do processo em que foi proferida, formadas em uma cognição exauriente ou cognição profunda.
4.2) A coisa julgada formal tem atuação para dentro do processo em que foi proferida, podendo ser discutido em outro processo.
4.3 A coisa julgada tem limites Objetivos e Subjetivos.
Em regra, atinge apenas as questões principais expressamente decididas, em especial sua parte dispositiva (art. 503 e 504 CPC) e alcança as partes do processo sem poder prejudicar a terceiros.
5) Ações Rescisória
- A ação Rescisória é uma ação autônoma de impugnação que objetiva a desconstituição da decisão judicial transitada em julgado e, eventualmente, o rejulgamento da causa originária.
- Suas hipóteses de cabimento estão previstas no art. 966 CPC e os legitimados ativos no art. 967 CPC.
- A competência para julgá-la, em regra, é do tribunal prolator da decisão rescindenda.
- O julgamento da rescisória comporta em princípio, 3 fases de juízo:
1) Admissibilidade	 	2) Rescisório		3) Rescindente
- O prazo decadencial para ajuizamento da ação rescisória é de dois anos à contar do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

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